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Aula 29

MAPA (Auditor Fiscal Agropecuário -


Médico Veterinário) Conhecimentos
Específicos - 2023 (Pré-Edital)

Autor:
Nicolle Fridlund

11 de Março de 2023

04724981938 - Rosiéli Oliveira


Nicolle Fridlund
Aula 29

PREVENÇÃO, CONTROLE E DIAGNÓSTICO CLÍNICO E


LABORATORIAL DAS PRINCIPAIS DOENÇAS QUE
IMPACTAM O COMÉRCIO E AFETAM A SAÚDE PÚBLICA E
DOS ANIMAIS
Sumário

1 - APRESENTAÇÃO 2

2 - DESENVOLVIMENTO 3

2.1 Introdução 3

2.2 Conceitos básicos 6

2.3 Principais doenças 7

3 – Questões 61

4 – Gabarito 65

5 – Questões comentadas 66

6 – CONSIDERAÇÕES FINAIS 69

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1 - APRESENTAÇÃO
Olá, seja bem-vindo! O tema da aula de hoje será:

Prevenção, controle e diagnóstico clínico e laboratorial das principais doenças que impactam o
comércio e afetam a saúde pública e dos animais.

Inúmeras doenças podem ser veiculadas ao homem por animais ou por produtos de origem animal,
afetando diretamente à saúde pública.

O conhecimento das potenciais doenças e das zoonoses é fundamental na prevenção destas


enfermidades nos animais e na população.

Existem doenças de origem bacteriana, micótica, viral, por protozoários, por helmintos, por clamídias e
rickettsias e por artrópodes que podem acometer a população e que possuem participação direta ou
indireta dos animais.

Além do risco à saúde pública, as doenças nos animais podem impactar o comércio de uma região ou do
país, pelas restrições impostas pelos importadores de nossos produtos.

Então, vamos dar início aos nossos estudos!

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2 - DESENVOLVIMENTO

2.1 Introdução

Atualmente, há uma compreensão crescente de que a saúde humana, a saúde animal e o meio ambiente
estão intimamente ligados.

Algumas infecções têm importância apenas para o animal enquanto outras podem ainda apresentar
reflexos negativos em termos de saúde pública, pois constituem-se em zoonoses.

Algumas infecções apresentam reflexos somente regionais, enquanto, em outras, os reflexos podem
ser para toda a cadeia produtiva nacional, independente da região geográfica onde ocorreu.

Há ainda infecções que podem apresentar consequências inclusive para o comércio internacional de
produtos e subprodutos de origem animal, devido a sua importância em todo o mundo.

As doenças podem surgir e reaparecer devido a uma série de causas inter-relacionadas, associadas a
fatores envolvidos como:

• Aumento da população humana;


• Aumento do número de animais produtores de alimentos;
• Invasão por humanos e animais do habitat silvestre, com a consequente exposição
de animais silvestres;
• Mudança climática;
• Degradação ambiental;
• Transmissão de patógenos entre espécies;
• Comércio e viagens internacionais;
• Introdução acidental ou deliberada de doenças em novas áreas

Um exemplo clássico do surgimento de novos patógenos é a encefalopatia espongiforme bovina


(BSE), doença que foi diagnosticada pela primeira vez em 1986 no Reino Unido. Evidências
epidemiológicas sugerem que esse surto ocorreu quando o agente da BSE foi amplificado pela
alimentação de vacas com farinha de carne e ossos contaminada usada como suplemento de proteína.
Hoje, como medidas de prevenção em muitos países, o uso de farinha de carne e ossos de mamíferos
para alimentação de ruminantes é proibido.

As doenças podem se manifestar de forma epidêmica, que, em sua maioria, apresentam-se de forma
aguda e com sinais clínicos evidentes, o que possibilita um diagnóstico mais fácil e ágil.

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Já as infecções endêmicas, com frequência, apresentam tendência à cronicidade e manifestam-se de


forma silenciosa nos plantéis. Os animais portadores, na maioria das vezes, não manifestam sinais
clínicos evidentes. Com isso, o diagnóstico é mais difícil de ser realizado de forma conclusiva e, quando
realizado, quase sempre é tardio.

Falando em risco à saúde pública, as zoonoses são doenças potencialmente


transmissíveis dos animais ao homem, podendo ser veiculadas diretamente do
animal para o homem (exemplo: Raiva), por meio de um vetor (exemplo:
mosquito) ou ainda por alimentos contaminados (exemplos: Toxoplasmose,
Brucelose, Tuberculose).

Ou seja, a zoonose é uma doença infecciosa causada por um patógeno que se originou em animais, mas
pulou para os seres humanos, diretamente ou através de uma espécie intermediária. Os animais,
portanto, desempenharam um papel essencial na manutenção de infecções zoonóticas – bacterianas,
virais ou parasitárias – na natureza.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) define zoonoses como


“Doenças ou infecções naturalmente transmissíveis entre animais vertebrados e seres humanos” (OMS,
2016).

A OMS está envolvida em um número cada vez maior de atividades intersetoriais para abordar ameaças
à saúde na interface homem-animal-ecossistema.

Essas ameaças incluem zoonoses existentes e emergentes, bem como resistência antimicrobiana, as
zoonoses transmitidas por alimentos e outras ameaças à segurança alimentar.

Segundo dados da Organização Mundial da Saúde, 60% dos patógenos humanos são zoonóticos, 75%
das enfermidades emergentes humanas são de origem animal e 80% dos patógenos que poderiam ser
usados em bioterrorismo também são de origem animal.

Além das zoonoses, várias doenças constituem-se como barreira sanitária no comércio internacional e
implicam elevados investimentos para seu controle e graves prejuízos em casos de surtos, como por
exemplo, a Febre Aftosa.

Os seres humanos dependem dos animais para sua nutrição, companhia, desenvolvimento tecnológico,
socioeconômico e científico e a transmissão pode ocorrer de forma direta, principalmente através do
contato com secreções (saliva, sangue, urina, fezes) ou contato físico como arranhaduras ou
mordeduras; ou de forma indireta, por meio de vetores como mosquitos e pulgas, por contato indireto
com secreções, pelo consumo de alimento contaminado com o agente (viral, bacteriano, fúngico ou
parasitário), entre outras.

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Vamos ver abaixo alguns exemplos de zoonoses:

Ebola: acredita-se que o hospedeiro primário do ebola tenha sido o morcego de fruta.
A partir dele, chimpanzés, gorilas, macacos, antílopes e porcos-espinhos foram
contaminados, e através do contato com sangue, secreção, órgãos e outros fluidos
corporais desses animais, o homem também contraiu a doença.

HIV: O vírus tem sua mais provável origem no vírus da imunodeficiência símia (SIV)
presente em chimpanzés. Acredita-se que o homem tenha sido contaminado pela carne
dos animais, que eram caçados para servir de alimento na África.

Sarampo: Acredita-se que o vírus tenha se originado na peste bovina e chegado ao


homem pela criação de gado. Para as populações de chimpanzés e gorilas, o sarampo é
fatal e impõe riscos à preservação dos primatas.

COVID-19: A doença causada pelo vírus SARS-CoV-2 é uma dessas situações que assola
o mundo hoje. Um dos casos mais famosos é a peste bubônica, no século 14, transmitida
pelos ratos.

Raiva: Pode ser passada para os humanos e sua contaminação acontece pelo depósito
da saliva, contendo vírus rábico, em pele ou mucosa, pela mordedura ou arranhadura
do animal, assim como pela lambedura de pele com ferimento já existente ou de
mucosa mesmo íntegra.

Toxoplasmose: A contaminação do homem pode ocorrer por meio da ingestão oral


dos oocistos esporulados do parasita que são eliminados nas fezes de gatos
contaminados ou pela ingestão de carnes cruas ou malcozidas com cistos do
protozoário ou ainda de forma congênita.

Leishmaniose: é transmitida pela picada de um mosquito (fêmea) infectado pelo


protozoário.

Fonte: Biblioteca Virtual em Saúde, MINISTÉRIO DA SAÚDE - adaptada.

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2.2 Conceitos básicos

A cadeia epidemiológica é um sistema cíclico por meio do qual um agente etiológico é eliminado de um
hospedeiro, é transferido ao ambiente e atinge um novo hospedeiro, no qual ele penetra, evolui e do
qual é novamente eliminado.

O conhecimento da cadeia epidemiológica é de fundamental importância para que se possa saber onde
e como atuar, de forma a interrompê-la e impedir que a doença persista.

A cadeia epidemiológica é composta por:

- Fonte de infecção

- Via de eliminação

- Meio de transmissão

- Porta de entrada

Fonte de infecção: é um organismo vertebrado, no qual o agente infectante pode desenvolver-se ou


multiplicar-se e do qual pode ganhar acesso ao exterior (animal, vetor artrópode), mas também pode
ser um veículo inanimado (leite, comida, água, urina etc.).

Via de eliminação: É a via por meio da qual o agente etiológico tem acesso ao meio exterior, ou seja, é
eliminado de uma fonte de infecção.

Modo de transmissão: direta (contato direto – exemplo: mordedura, lambedura, arranhadura) ou


indireta (através de vetores biológicos, mecânicos, água/solo/alimentos contaminados etc.).

Transmissão horizontal: transmissão do agente de um indivíduo para outro, de mesma espécie ou


não.

Transmissão vertical: transmissão de mãe para filho.

Hospedeiro: pessoa ou animal afetado, que pode ser definitivo, intermediário, acidental ou errático.

Reservatório: é onde o agente persiste na natureza (exemplo: animais silvestres, solo, água etc.).

Período de incubação: período compreendido do contato do agente até o aparecimento dos sinais ou
sintomas.

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E qual a diferença entre "sinais" e "sintomas"?

Sinais: evidências da doença em animais, onde não se tem a informação do paciente (não fala).

Sintomas: evidências subjetivas da doença (exemplo: dor de cabeça no homem).

Síndrome: conjunto de sinais e sintomas.

Foto: mosquito-palha (vetor de transmissão da leishmaniose)

Quando um inseto vetor está envolvido, a doença também é conhecida como


uma “arbovirose”.

2.3 Principais doenças

Vamos ver agora resumidamente as principais doenças que


impactam o comércio e afetam a saúde pública e dos animais!

Coco-bacilos Gram-negativos

Imóveis, não formadores de esporos

Patógenos intracelulares facultativos com alvo


Brucelose nos órgãos reprodutivos de certas espécies

A Brucelose é uma doença infectocontagiosa causada por bactérias do gênero Brucella, que acomete
principalmente os sistemas reprodutivo e osteoarticular de bovinos, suínos, ovinos, caprinos, cães,
equinos e homem.

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Possui ampla distribuição mundial, sendo endêmica no Brasil.


As diferentes espécies de Brucella se dividem em dois grupos, segundo a característica de suas colônias
em cultura, em amostras lisas (B. abortus, B. suis e B. melitensis) e amostras rugosas (B. canis e B. ovis).
Produz infecção característica nos animais, podendo infectar o homem.
Sendo uma zoonose de distribuição universal, acarreta problemas sanitários importantes e grandes
prejuízos econômicos.
As principais manifestações nos animais – como abortos, nascimentos prematuros, esterilidade e baixa
produção de leite – contribuem para uma considerável baixa na produção de alimentos.
No homem, a sua manifestação clínica é responsável por incapacidade parcial ou total para o trabalho.

Nomes populares
Animais: Doença de Bang, Aborto Contagioso e Aborto Infeccioso. Homem: Febre de Malta, Febre
Ondulante, Febre de Gibralta.
Sinais clínicos nos animais
Nas fêmeas prenhes produz placentite seguida de aborto, usualmente durante o terço final da
gestação, e epididimite e orquite nos machos.
Agente causador
Coco-bacilo Gram-negativo do Gênero Brucella.
Formas de transmissão

Seres humanos:

Por contato direto com materiais contaminados (fetos abortados, restos placentários) ou
indiretamente por ingestão de produtos contaminados (lácteos não pasteurizados).

Animais:

Contato com a bactéria em restos placentários (via oral, conjuntival, pele), inseminação
artificial ou monta natural.

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HUMANOS NORMALMENTE SE INFECTAM POR CONTATO DIRETO COM PRODUTOS DE ABORTO, OU PELA INGESTÃO DA
BACTÉRIA EM ALIMENTOS, GERALMENTE DERIVADOS LÁCTEOS NÃO PASTEURIZADOS (QUEIJOS, MANTEIGAS, IOGURTES,
SORVETES). NOS LABORATÓRIOS E ABATEDOUROS, A BACTÉRIA É GERALMENTE TRANSMITIDA SOB A FORMA DE
AEROSSÓIS. A CARNE NÃO É UMA FONTE IMPORTANTE DE TRANSMISSÃO DA BACTÉRIA , A NÃO SER QUANDO ESTIVER
POUCO COZIDA OU MAL ASSADA. A MEDULA ÓSSEA E VÍSCERAS MAL-COZIDAS PODEM SER IMPORTANTES FONTES DE
INFECÇÃO HUMANA. O CONTATO COM CULTURAS DE LABORATÓRIO, COM AMOSTRAS DE TECIDOS CONTAMINADOS E A
INJEÇÃO ACIDENTAL DE VACINAS VIVAS SÃO IMPORTANTES FONTES DE INFECÇÃO PARA HUMANOS .

Espécies acometidas
Caprinos e ovinos: Brucella melitensis
Bovinos e bubalinos: Brucella abortus
Suídeos, lebres, renas, roedores: Brucella suis

Rato do deserto: Brucella neotomae

Caninos: Brucella canis


Ovinos: Brucella ovis
Cetáceos: Brucella ceti
Pinípedes: Brucella pinnipedialis
Camundongo do campo: Brucella microti

Embora os bovinos e bubalinos sejam suscetíveis à B. suis e B. melitensis, inequivocamente a espécie


mais importante é a B. abortus, responsável pela grande maioria das infecções.
Nos cães, a doença tem como principal agente etiológico a Brucella canis, porém há relatos de infecção
por Brucella abortus, Brucella suis e Brucella melitensis.
De todas as espécies do gênero Brucella, quatro podem transmitir-se dos animais ao homem, sendo
raríssima a transmissão entre pessoas.
A B. melitensis (biovariedades 1- 3), que infecta caprinos e ovinos, é a mais patogênica para o homem.
A presença desta espécie bacteriana nunca foi reconhecida no Brasil.
A B. suis (biovariedades 1-5), que infecta primariamente suínos, está presente no Brasil, mas com uma
prevalência muito baixa.

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A B. abortus (biovariedades 1-6,9) infecta primariamente bovinos e bubalinos, assim como o homem,
sendo que maiores prejuízos causam à bovinocultura do país, em função da extensão dos rebanhos
brasileiros e de áreas com prevalências altas.
A B. canis é a que apresenta menor patogenicidade para o homem e está bastante difundida no Brasil,
especialmente nas grandes cidades.
A B. ovis (ovinos), presente no Brasil, e a B. neotomae (rato do deserto), não encontrada no Brasil, não
são patogênicas para o homem.
Sintomas nos seres humanos
Febre aguda ou insidiosa, suores noturnos, fadiga, anorexia, perda de peso, dor de cabeça e artralgia.
Diagnóstico

Seres humanos:

Direto (isolamento bacteriano, PCR, imunohistoquímica)


Indireto (sorologia)

Animais:

Direto (isolamento bacteriano, PCR, imunohistoquímica).


O isolamento é feito a partir de feto abortado (conteúdo estomacal, mecônio, fragmentos de baço e
pulmões), placenta, leite, líquido sinovial de articulações comprometidas e sêmen.
Indireto (sorologia). Teste do Antígeno Acidificado Tamponado
(AAT)

2-Mercaptoetanol (2-ME)

Teste de Fixação de Complemento (FC)

Teste de Polarização Fluorescente (FPA)

Teste do Anel em Leite (TAL)

Animais reagentes positivos para Brucelose deverão ser abatidos observando-se as seguintes
condições e critérios:
I - abate no final da matança, com manipulação por profissionais providos de equipamentos de proteção
individual, sendo as carcaças, órgãos e vísceras encaminhados obrigatoriamente ao Departamento de
Inspeção Final;
II - carcaças que apresentarem lesões, extensas ou localizadas, deverão ser julgadas conforme

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Regulamento de Inspeção Industrial e Sanitária de Produtos de Origem Animal (RIISPOA) – Art. 138; e
III - carcaças que não apresentarem lesões serão liberadas para consumo em natureza, devendo ser
condenados o úbere, o útero, anexos do trato genital, miúdos e sangue.
Na impossibilidade de abate sanitário em estabelecimento sob serviço de inspeção oficial, os animais
serão submetidos à eutanásia no estabelecimento de criação, conforme normatizado pelo Conselho
Federal de Medicina Veterinária.

Tuberculose

As bactérias causadoras da Tuberculose pertencem à família Mycobacteriaceae, gênero


Mycobacterium.
Três espécies de hospedeiros contribuíram para a perpetuação da Tuberculose através dos séculos:

Bovino, homem e as aves em geral

As micobactérias do complexo M. tuberculosis (M. tuberculosis, M. bovis e M. africanum) são as


principais causadoras da tuberculose nos mamíferos.
A Tuberculose causada pelo Mycobacterium bovis é uma zoonose de evolução crônica que acomete
principalmente os bovinos e bubalinos.
A doença caracteriza-se pelo desenvolvimento progressivo de lesões nodulares denominadas
tubérculos, que podem se localizar em qualquer órgão ou tecido.
Está disseminada por todo o território nacional; a sua prevalência e distribuição regional, porém, não
estão bem caracterizadas.
Sabe-se que a Tuberculose é um problema mais sério para os produtores de leite, embora afete tanto
bovinos de corte como de leite e a população de bubalinos.
O M. avium é causador de Tuberculose em várias espécies animais, mas não é patogênico para bovinos
e bubalinos, entretanto provoca reações inespecíficas à tuberculinização, dificultando o diagnóstico da
doença nestas espécies.
A incidência da Tuberculose humana de origem animal tem diminuído nos países onde existem
campanhas de combate à Tuberculose bovina e a pasteurização do leite é obrigatória.

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Nomes populares
Animais: Tuberculose
Homem: Tuberculose Zoonótica
Sinais clínicos nos animais
Os sinais clínicos mais frequentes são a caquexia progressiva e a tosse seca, curta e repetitiva, mastite
e infertilidade.
Animais tuberculosos, quando submetidos à marcha forçada, tendem a posicionar-se atrás dos demais,
demonstrando cansaço e baixa capacidade respiratória.
Pode ocorrer linfadenomegalia localizada ou generalizada.
Agente causador
Bactérias pertencentes à família Mycobacteriaceae, gênero Mycobacterium.
Formas de transmissão
Seres humanos – por contato direto com materiais contaminados (tratadores de animais e
trabalhadores de frigoríficos), aerossóis contaminados, ou indiretamente por ingestão de alimentos
contaminados (principalmente leite e derivados lácteos não pasteurizados).
Animais – principalmente pela via respiratória por meio da inalação de aerossóis contaminados com
o microrganismo, ou via digestiva pela ingestão de água, pastagem, forragens e alimentos
contaminados.

TRANSMISSÃO DE UM ANIMAL DOENTE PARA O HOMEM:


AEROSSÓIS DA RESPIRAÇÃO
LEITE CRU
CARNE CRUA
Espécies acometidas
Todos os mamíferos são suscetíveis.
O bovino, o homem e as aves em geral contribuíram para a perpetuação da Tuberculose através dos
séculos.

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Sintomas nos seres humanos


Tosse, febre e escarro que em fase adiantada da doença pode apresentar sangue, dificuldade
respiratória e emagrecimento progressivo.
Diagnóstico
Seres humanos – direto (isolamento bacteriano, baciloscopia, PCR, imunohistoquímica).
Animais – direto e indireto.
Direto (isolamento bacteriano, PCR, polarização fluorescente).
Indireto (teste alérgico= tuberculinização e g interferon).
1) Teste cervical simples
2) Teste da prega ano-caudal
3) Teste cervical comparativo

* O controle da Tuberculose fundamenta-se no bloqueio de pontos críticos da cadeia de transmissão


da doença.
Certificação de propriedades livres
Controle de trânsito de animais
Credenciamento de veterinários
Apoio laboratorial
Educação sanitária

Bacilos ácido-resistentes (ZN-positivos)

Aeróbicos, imóveis, não formadores de esporos

Espécies patogênicas crescem lentamente

Resistentes a desinfetantes químicos, mas suscetíveis ao tratamento pelo calor (pasteurização)

Multiplicam-se intracelularmente e causam infecção granulomatosa crônica

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Programa Nacional de Controle e Erradicação da


Brucelose e da Tuberculose Animal – PNCEBT
O Programa Nacional de Controle e Erradicação da
Brucelose e da Tuberculose Animal - PNCEBT foi
instituído em 2001 e recentemente foi revisto pela
Instrução Normativa SDA nº 10, de 3 de março de
2017, do Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento.

São atribuições específicas do serviço de inspeção oficial:


I - Acompanhar o abate sanitário de animais identificados como positivos para brucelose ou
tuberculose, cumprindo os procedimentos higiênico-sanitários e fazendo o julgamento e destinação
de carcaças e vísceras, conforme previsto na legislação pertinente – Art. 138 e 171 do RIISPOA;
II - Colher e encaminhar para diagnóstico laboratorial material para vigilância de tuberculose e
brucelose, conforme orientação do serviço de saúde animal; e
III - Comunicar ao serviço de saúde animal achados post mortem, em carcaças e vísceras, sugestivos
de tuberculose e de brucelose

A certificação de estabelecimento de criação livre de Brucelose ou de Tuberculose é


de adesão voluntária, devendo ser formalmente solicitada à unidade local do serviço
veterinário estadual, na qual o estabelecimento de criação encontra-se cadastrado.

Raiva

A Raiva é uma doença viral aguda, incurável e letal do Sistema Nervoso Central (SNC) que acomete
todos os mamíferos, tanto seres humanos quanto outros animais.
É caracterizada por uma encefalomielite fatal provocada por um RNA vírus da família Rhabdoviridae
e gênero Lyssavirus.

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A Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), em seu Código Sanitário para os Animais
Terrestres, lista a Raiva na categoria das enfermidades comuns a várias espécies.

A doença pode ser transmitida pelo cão, gato, rato, bovinos, equinos, suínos, macaco, morcego e
animais silvestres, através da mordedura ou lambedura da mucosa ou pele lesionada por animais
raivosos.
Os animais silvestres são reservatórios primários para a raiva na maior parte do mundo, mas os
animais domésticos de estimação são as principais fontes de transmissão da Raiva para os seres
humanos.

O principal transmissor da Raiva


dos herbívoros é o morcego hematófago da espécie
Desmodus rotundus.

Fonte: https://www.gov.br/agricultura/pt-br/assuntos/sanidade-animal-e-
vegetal/saude-animal/programas-de-saude-animal/raiva-dos-herbivoros-e-
eeb/cartazes/D.rotundus.jpg/view

A RAIVA É CONSIDERADA UMA DAS ZOONOSES DE MAIOR IMPORTÂNCIA EM SAÚDE PÚBLICA, NÃO SÓ POR
SUA EVOLUÇÃO DRÁSTICA E LETAL, COMO TAMBÉM POR SEU ELEVADO CUSTO SOCIAL E ECONÔMICO . ESTIMA-
SE QUE A RAIVA BOVINA NA AMÉRICA LATINA CAUSE PREJUÍZOS ANUAIS DE CENTENAS DE MILHÕES DE
DÓLARES, PROVOCADOS PELA MORTE DE MILHARES DE CABEÇAS, ALÉM DOS GASTOS INDIRETOS QUE PODEM
OCORRER COM A VACINAÇÃO DE MILHÕES DE BOVINOS E INÚMEROS TRATAMENTOS PÓS -EXPOSIÇÃO
(SOROVACINAÇÃO) DE PESSOAS QUE MANTIVERAM CONTATO COM ANIMAIS SUSPEITOS.

A RAIVA É UMA ANTROPOZOONOSE COMUM AO HOMEM E AOS ANIMAIS, PRINCIPALMENTE, AOS


MAMÍFEROS, PROVOCADA PELO VÍRUS RÁBICO CONTIDO NA SALIVA DOS ANIMAIS INFECTADOS ,
OCASIONANDO UMA ENCEFALITE VIRAL AGUDA.

Em países onde a Raiva Canina é controlada e não existem morcegos hematófagos, os principais
transmissores são os animais silvestres terrestres, como as raposas, os coiotes, os lobos, as raposas-
do-ártico, os raccoon-dogs, os guaxinins, os skunks, entre outros.

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Por outro lado, onde a doença não é controlada, como ocorre na maioria dos países dos continentes
africano, asiático e latino-americano, o vírus é mantido por várias espécies de animais domésticos e
silvestres.
No Brasil, a principal espécie animal transmissora da Raiva ao ser humano continua sendo o cão,
embora os morcegos estejam cada vez mais aumentando a sua participação, podendo ser os principais
responsáveis pela manutenção de vírus no ambiente silvestre.

Raiva urbana

A Raiva urbana é veiculada principalmente por cães e gatos infectados, sendo os cães os principais
agentes da Raiva humana no Brasil.
A transmissão ocorre quando o vírus rábico existente na saliva do animal infectado penetra no
organismo, através da pele ou mucosas, por mordedura, arranhadura ou lambedura, mesmo não
existindo necessariamente agressão.
A Raiva pode apresentar vários sinais clínicos nestes animais, tornando-se difícil diferenciar de outras
síndromes nervosas agudas progressivas.
Em carnívoros, três fases são reconhecidas: precursora ou prodrômica; furiosa ou excitativa e
silenciosa ou paralítica.
Em cães, os sinais da Raiva furiosa podem incluir alterações de comportamento, de depressão,
demência ou agressão, dilatação da pupila, fotofobia (medo do claro), incoordenação muscular,
mordidas no ar, salivação excessiva, dificuldade para engolir devido à paralisia da mandíbula, falência
múltipla de nervos cranianos, ataxia e paresia dos membros posteriores progredindo para paralisia.
Neste estágio o animal pára de comer e beber.
O estágio da Raiva paralítica pode durar de um a dois dias, seguido de morte por parada respiratória.
O período de incubação, a partir da mordida até o início dos sinais clínicos, é variável podendo ser de
duas semanas a seis meses. Mas a partir do momento que sejam vistos os sinais neurológicos, a doença
é rapidamente progressiva, com a morte acorrendo dentro de sete dias, na maioria dos animais.
Mordidas na face, cabeça e pescoço resultam em períodos de incubação mais curtos.

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Raiva rural

A Raiva rural acomete principalmente bovinos e é veiculada pelo morcego Desmodus rotundus, que
é hematófago e vive nas cavernas das pedreiras, nas casas abandonadas, nos troncos ocos etc.
Os cães também podem transmitir a Raiva aos bovinos pela mordedura.
A doença pode ser transmitida também pela simples deposição da saliva virulenta sobre uma ferida
ou mesmo sobre uma escarificação da pele ou da mucosa. Assim, a transmissão pode ocorrer pelos
alimentos e pela água, porque o vírus penetra por qualquer lesão do aparelho digestório.
O período de incubação está na dependência de vários fatores: via de penetração, inervação rica ou
pobre da região da mordedura, virulência e quantidade do vírus inoculado etc. Nos bovinos esse
período pode chegar até três meses.

Quanto aos sinais, podemos distinguir dois tipos de Raiva nos bovinos:

Furiosa

Na Raiva Furiosa os bovinos apresentam-se agitados e agressivos, podendo investir contra o homem
e contra outros animais. Lambem e mordem, quando possível, o local da mordedura.
A salivação é abundante. Não comem, não apresentam ruminação e o timpanismo aparece com
frequência. Em muitos casos, mugem roucamente. Com a progressão do curso, ocorre
enfraquecimento, paralisia e morte.

Paralítica

A Raiva Paralítica é a mais comum nos bovinos. Nesta, os animais apresentam abatimento, tristeza,
falta de apetite, salivação abundante pelos cantos da boca, ranger de dentes, andar cambaleante,
tremores musculares e paralisia, principalmente dos membros posteriores. Depois de alguns dias
ocorre a morte.

Nomes populares
Doença do Cachorro Louco, Hidrofobia.

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Sinais clínicos nos animais


Inquietude, prurido no local da inoculação do vírus, tendência a atacar objetos, pessoas e animais.
Alterações da tonalidade do latido (latido bitonal) e dificuldade para engolir.
Agente causador
Lyssavirus, da família Rhabdoviridae.
Formas de transmissão
Através da inoculação do vírus presente na saliva do animal infectado, em geral por mordida, e mais
raramente por arranhaduras ou lambeduras de mucosas ou pele com solução de continuidade.
Espécies acometidas
Animais domésticos principalmente cães e gatos. Animais silvestres: macaco, lobo, gato do mato,
graxaim, guaxinim, raposa, gambá e todas as espécies de morcegos.
Sintomas nos seres humanos
Hiperestesia, paralisia muscular, hipersensibilidade aos estímulos sensoriais, miofasciculações e
dificuldade de coordenação motora, seja voluntária ou involuntária.
Diagnóstico
Imunofluorescência direta (IFD) + prova biológica

O Programa Nacional de Controle da Raiva dos Herbívoros -


PNCRH tem como objetivo manter sob controle a incidência da
Raiva na população de herbívoros domésticos, promovendo a
proteção da saúde pública e animal.

Estratégias do PNCRH

O PNCRH tem as seguintes estratégias de atuação:

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▪ Desenvolver suas atividades considerando o conceito de Saúde Única, trabalhando em parceria


com o Ministério da Saúde no diagnóstico da Raiva e na proteção da Saúde Pública e com o
do Meio Ambiente respeitando as Leis de Proteção da Fauna;
▪ Vigilância ativa em áreas de maior risco de Raiva;
▪ Investigação epidemiológica e laboratorial de todos os casos suspeitos de raiva em
herbívoros domésticos e em morcegos;
▪ Diagnóstico laboratorial acessível a todos os casos suspeitos;
▪ Vacinação estratégica dos herbívoros domésticos;
▪ Uso da pasta anticoagulante em animais espoliados por morcegos, nos rebanhos de maior risco
de Raiva;
▪ Monitoramento de morcegos hematófagos visando detecção de atividade viral nas colônias;
▪ Comunicação de Risco nas áreas de maior risco e Gerenciamento da Indignação, Educação
em Saúde e Orientação Preventiva em saúde nas demais.

Essas atividades colaboram na proteção da saúde pública e visam o controle da


doença em herbívoros, que causa grande prejuízo econômico à pecuária nacional.

Desde que foi identificada em nossos rebanhos, a Raiva tem acarretado importantes prejuízos ao
patrimônio pecuário nacional, demandando firme compromisso da sociedade brasileira na busca do seu
efetivo controle.
Em 1966, o Ministério da Agricultura, por meio da Divisão de Defesa Sanitária Animal, instituiu o Plano
de Combate à Raiva dos Herbívoros, que atualmente se denomina Programa Nacional de Controle da
Raiva dos Herbívoros (PNCRH), executado pelo Departamento de Saúde Animal (DSA), do Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

O PNCRH estabelece suas ações por meio da vacinação estratégica de espécies


susceptíveis e do controle populacional de seu principal transmissor, o Desmodus
rotundus, associados a outras medidas profiláticas e de vigilância.

A padronização das medidas de controle e melhorar as condições de trabalho, bem como a


permanente capacitação dos profissionais que as realizam, é absolutamente necessária para o
programa, em razão da complexidade que envolve o tema. A segura e progressiva redução da
ocorrência da doença depende, fundamentalmente, da qualidade e da continuidade dessas ações.

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Em relação à legislação, a Instrução Normativa Ministerial nº 5, de 1º de março de 2002, aprovou as


Normas Técnicas para o Controle da Raiva dos Herbívoros no Brasil e incluiu a Encefalopatia
Espongiforme Bovina (BSE), a Paraplexia Enzoótica dos ovinos (Scrapie) e outras doenças com sinais
nervosos de caráter progressivo no sistema de vigilância da Raiva.
Em 2005, foi publicada a Portaria SDA N° 168, de 27 de setembro, que aprovou o
MANUAL TÉCNICO PARA O CONTROLE DA RAIVA DOS HERBÍVOROS.

No Brasil, a raiva dos herbívoros pode ser considerada endêmica e em


graus diferenciados, de acordo com a região.

Várias Unidades da Federação possuem legislação própria que detalha as ações específicas sobre o
programa em nível estadual, em apoio às normas federais.
Profilaxia
Consiste principalmente na imunização dos animais susceptíveis.
No caso dos herbívoros, deve-se seguir a orientação descrita no Manual de Controle da Raiva dos
Herbívoros e na Instrução Normativa n° 5, considerando o controle populacional do Desmodus
rotundus, como outras ações profiláticas da raiva.

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Toxoplasmose

A Toxoplasmose ou popularmente conhecida como “Doença do Gato”, é causada pelo protozoário do


Filo Apicomplexa, chamado Toxoplasma gondii, parasita intracelular obrigatório.
O T. gondii possuí um ciclo de vida complexo e tendo como hospedeiros definitivos os membros da
família dos felídeos e como hospedeiros intermediários quase todas as espécies de sangue quente,
portanto a doença acomete todos os mamíferos e aves.
A Toxoplasmose é uma zoonose de distribuição universal muito importante e frequente em nosso
meio, e alguns autores citam que 1/3 da população humana mundial esteja afetada, a grande maioria
de forma benigna, crônica e assintomática.
Do ponto de vista epidemiológico, a doença caracteriza-se por uma infecção de ampla distribuição
geográfica, sendo relatada em todo planeta, com índices de soropositividade variando entre 23 e 83%,
dependendo de fatores como: clima, socioeconômicos e culturais.
No homem pode manifestar-se de duas formas: congênita e adquirida.
Na forma congênita o quadro é mais preocupante, pois pode levar a graves sequelas para o feto, tais
como perda auditiva, retardo mental, perda visual e até aborto e morte fetal. Em pacientes
imunocompetentes a doença na maior parte é benigna. Em pacientes imunocomprometidos pode
causar lesões sistêmicas, principalmente neurológicas e oculares.

As formas de transmissão para os seres humanos incluem a


ingestão de cistos em carnes cruas ou malcozidas, ingestão oral de oocistos esporulados
presentes no ambiente, ou na forma congênita.
Os animais podem contrair a doença através do carnivorismo (ingestão de cistos teciduais), oocistos
em água ou alimentos e, algumas espécies, de forma congênita. O solo contaminado com oocistos do T.
gondii provenientes dos gatos domésticos é uma via de transmissão de grande importância
epidemiológica, mas o contato com o animal não resulta grande perigo, considerando que os oocistos
não se aderem aos pelos do gato.

O ciclo biológico do Toxoplasma gondii ocorre em duas fases distintas do parasito:

Fase assexuada: ocorre nos linfonodos e tecidos dos hospedeiros intermediários.

Fase sexuada: ocorre no epitélio intestinal dos hospedeiros definitivo.

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Por este fato o T. gondii é considerado um parasito com ciclo heteroxeno, no qual os felídeos são
considerados os hospedeiros definitivos ou completos e o homem e outros vertebrados
homeotérmicos, os hospedeiros intermediários ou incompletos.

Nomes populares
Doença do Gato.
Sinais clínicos nos animais
Alterações neuromusculares, oculares, reprodutivas.
Ovinos, caprinos - aborto ou natimortos.
Agente causador
Protozoário do Filo Apicomplexa - Toxoplasma gondii.
Formas de transmissão
Seres humanos – congênita, ingestão de cistos em carnes malcozidas e oocistos em água e alimentos.
Animal – oocistos em água e alimentos, carnivorismo em algumas espécies forma congênita.
Espécies acometidas
Todos os vertebrados homeotérmicos (aves e mamíferos).
Sintomas nos seres humanos
Abortos, natimortos, hidrocefalia, neuropatias, oftalmopatias, cegueira.
Diagnóstico
Seres humanos – Sorologia - HAI, RIFI, ELISA.
Bactérias espirais móveis com endoflagelos
Animal – Sorologia HAI, RIFI, ELISA.
Lábeis no meio ambiente e sensíveis à dessecação

Eliminadas pela urina de animais afetados

Leptospirose Cultivadas aerobiamente em meios líquidos a 30ºC

A Leptospirose é uma zoonose de ocorrência mundial, causada por bactérias do gênero Leptospira.

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Trata-se de uma doença infectocontagiosa que acomete o ser humano, animais domésticos e
silvestres, amplamente disseminada, assumindo considerável importância como problema
econômico e de saúde pública.
O gênero Leptospira passou a ser classificado em 17 espécies divididas em espécies patogênicas e
saprófitas, com mais de 13 sorovares, na sua maioria, patogênicos.
A distribuição global das espécies e sorovares varia de forma ampla, inclusive com diferenças na
virulência entre os sorovares patogênicos.
A doença causa diferentes síndromes, sobretudo reprodutivas, urinárias e circulatórias, sendo
transmitida principalmente através da urina de roedores infectados.
A prevalência de Leptospirose depende de um animal portador que é o disseminador da
contaminação e sobrevivência do agente no ambiente (umidade, temperatura elevada e pH
levemente alcalino) e do contato de indivíduos suscetíveis com o agente.
Vários animais podem ser hospedeiros e cada sorovar tem um ou mais hospedeiros com diferentes
níveis de adaptação.
A persistência de focos de leptospirose se deve aos animais infectados, convalescentes e
assintomáticos, os quais se comportam como fonte contínua de contaminação ambiental.
O homem contrai a doença normalmente por exposição à urina contaminada, em grande parte de
animais contaminados, que podem não contrair (roedores) ou não apresentar os sinais da doença.
Qualquer contato com água contaminada, solo úmido, vegetação ou órgãos infectados (abatedouro)
podem causar a doença. A leptospira pode penetrar no corpo do homem ou animais através de cortes
ou rachaduras na pele, ou através das membranas como olhos, nariz e boca. A transmissão é venérea
em suínos e roedores. O estado de carreador pode ser de meses em bovinos e a vida toda em roedores,
e a eliminação pela urina ocorre de forma intermitente.
No Brasil, acredita-se que a maioria dos casos urbanos seja devida à infecção por cepas do sorogrupo
icterohaemorrhagiae, o que fortalece o papel do rato doméstico como principal reservatório, uma vez
que Rattus e Rattus norvergicus são os carreadores mais comuns desse sorogrupo. Nos centros
urbanos, a deficiência de saneamento básico constitui um fator essencial para a proliferação de
roedores.

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FASE DE LEPTOSPIREMIA: FASE DE MULTIPLICAÇÃO DO AGENTE NA CORRENTE CIRCULATÓRIA E EM VÁRIOS ÓRGÃOS


(FÍGADO, BAÇO E RINS, PRINCIPALMENTE). OCORREM LESÕES MECÂNICAS EM PEQUENOS VASOS, CAUSANDO

HEMORRAGIAS E TROMBOS, QUE LEVAM À INFARTOS TECIDUAIS. A ICTERÍCIA OCORRE PRINCIPALMENTE DEVIDO À
LESÃO HEPÁTICA, E NÃO À DESTRUIÇÃO DE HEMÁCIAS.

O RIM COMEÇA A TER PROBLEMAS DE FILTRAÇÃO. HÁ UREMIA E O ANIMAL APRESENTA HÁLITO DE AMÔNIA. ESTE
0718 223 99 3

É O QUADRO AGUDO DA DOENÇA NO HOMEM E NO CÃO. EM OUTRAS ESPÉCIES PERCEBEM-SE SOMENTE PROBLEMAS

REPRODUTIVOS, PORÉM TAIS PROBLEMAS SÃO CONTRIBUEM PARA A BAIXA PRODUTIVIDADE DA PECUÁRIA
NACIONAL E MUNDIAL, CAUSANDO DIMINUIÇÃO DA FERTILIDADE E ABORTAMENTOS.

FASE DE LEPTOSPIRÚRIA: é A FASE DE IMUNIDADE É CARACTERIZADA PELA FORMAÇÃO CRESCENTE DE ANTICORPOS


COM ESTABELECIMENTO DAS LEPTOSPIRAS EM LOCAIS DE DIFÍCIL ACESSO AOS MESMOS . FORMAM MASSAS NOS
==d0266==

TÚBULOS CONTORNADOS RENAIS, NA CÂMARA ANTERIOR DO GLOBO OCULAR, NO SISTEMA

REPRODUTIVO (VESÍCULA SEMINAL, PRÓSTATA, GLÂNDULA BULBOURETRAL). A LEPTOSPIRÚRIA – ELIMINAÇÃO


DAS LEPTOSPIRAS NA URINA PODE SER INTERMITENTE E DURAR DE MESES A ANOS .

Nomes populares
Doença de Weil, Icterícia Infecciosa.
Sinais clínicos nos animais
Cães podem apresentar uma infecção subclínica, na dependência do sorovar infectante ou um quadro
agudo e febril, com complicações entéricas, hepáticas e principalmente renais. Animais de produção
manifestam problemas reprodutivos.
Agente causador
Leptospira interrogans
Bactérias patogênicas do gênero Leptospira.
Formas de transmissão
A infecção humana resulta da exposição à água contaminada por urina ou tecidos provenientes de
animais infectados.
Nos animais, a infecção geralmente ocorre por ingestão de água ou alimentos contaminados por urina
de animais doentes ou portadores.

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Espécies acometidas
Roedores sinantrópicos (principal reservatório natural).
Homem, animais domésticos (caninos, suínos, bovinos, equinos, ovinos e caprinos) e silvestres.
Diagnóstico
Sorológico (ELISA ou MAT), molecular (PCR) e bacteriológico (isolamento).
Coleta de materiais:
ELISA e MAT - sangue total em EDTA.
PCR – soro.
Isolamento - sangue total com heparina.
Sintomas nos seres humanos
Mal-estar, febre de início súbito, cefaleia, dores musculares e, em casos graves, alterações hepáticas,
renais e vasculares.

Hantavirose

Doença causada por um vírus da família Bunyaviridae e gênero Hantavírus, transmitida para o
homem pela inalação de poeira formada a partir do ressecamento da urina e das fezes dos roedores.
Os aerossóis também podem ser gerados durante a atividade humana ao lavrar a terra, limpeza de
paiol, casas ou porões contaminados, desde que haja uma infestação de roedores. É possível a
transmissão através de mordeduras de ratos.
A Hantavirose é uma zoonose emergente de distribuição mundial que causa duas síndromes distintas:
a Febre Hemorrágica com Síndrome Renal (FHSR) e a Síndrome Cardiopulmonar (SCPH), sendo os
roedores silvestres os hospedeiros/reservatórios naturais.

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A transmissão homem a homem foi descrita em 1996 no surto de Hantavirose ocorrido na Argentina
onde a partir de um caso confirmado houve a contaminação de mais 12 pessoas, sete das quais eram
profissionais da área da saúde, porém acredita-se ser um caso isolado.

Vírus RNA de fita simples, envelopados, de tamanho médio

Replicam-se no citoplasma

Lábeis no meio ambiente

Febre hemorrágica em humanos

Reservatório: roedores

Nomes populares
Doença do rato do mato.
Agente causador
Vírus do gênero Hantavirus.
Espécies acometidas
Humanos e roedores silvestres (principal reservatório natural).
Sintomas nos seres humanos
Febre, mialgia, dor dorso-lombar, dor abdominal, cefaleia intensa, náuseas, vômitos e diarreia.
Na fase mais grave: tosse seca, taquicardia, dispneia e hipoxemia.
Sinais clínicos nos animais
Não adquirem a doença.
Formas de transmissão
Humanos: Pela inalação de aerossóis, formados a partir da urina, fezes e saliva de roedores silvestres.
Existem relatos também por mordeduras de roedores, contato do vírus com mucosas e na Argentina
e Chile, pessoa a pessoa.
Animais: É de forma horizontal e não é letal.

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Diagnóstico
Humanos: ELISA-IgM e IgG, imunohistoquímica e RT-PCR.
Animais: IgG, imunohistoquímica e RT-PCR.

Leishmaniose

A Leishmaniose é considerada primariamente como uma zoonose, podendo acometer o homem,


quando este entra em contato com o ciclo de transmissão do parasito, transformando-se em uma
antropozoonose.

Antropozoonose: doença primária de animais e que pode ser transmitida aos


humanos.

As Leishmanioses representam um conjunto de enfermidades diferentes entre si, que podem


comprometer pele, mucosas e vísceras, dependendo a espécie do parasito e da resposta imune do
hospedeiro.
São produzidas por diferentes espécies de protozoário pertencente ao gênero Leishmania, parasitas
com ciclo de vida heteroxênico, vivendo alternadamente em hospedeiros vertebrados (mamíferos) e
insetos vetores (flebotomíneos).
Os insetos vetores são dípteros da subfamília Phlebotominae, pertencentes aos gêneros Lutzomyia –
no Novo Mundo, e Phlebotomus – no Velho Mundo.
O gênero Lutzomyia é o responsável pela transmissão do parasito nas Américas, existindo 350
espécies catalogadas, distribuídas desde o sul do Canadá até o norte da Argentina.
Os vetores são popularmente conhecidos como mosquito-palha, tatuquira, birigui, asa dura, asa
branca, cangalha, cangalhinha, ligeirinho, péla-égua, entre outros. Todas as espécies do gênero
Leishmania são transmitidas pela picada de fêmeas infectadas.
Estima-se que as Leishmanioses Tegumentar (LT), Mucosa (LM) e Visceral (LV) apresentam uma
prevalência de 12 milhões de casos no mundo, distribuída em 88 países, em quatro continentes
(Américas, Europa, África e Ásia).

Leishmaniose Tegumentar Americana

Grupo de enfermidades de evolução crônica, que acomete a pele, mucosas e estruturas cartilaginosas
da nasofaringe, de forma localizada ou difusa.

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Zoonose amplamente distribuída no território brasileiro, ocorrendo em todas as regiões do país.


No Brasil, sete espécies de Leishmania causadoras da doença foram identificadas, sendo seis do
subgênero Viannia e uma do subgênero Leishmania.
As três principais espécies são: L. (Viannia) braziliensis, L.(V.) guyanensis e L. (Leishmania) amazonensis
e, mais recentemente, as espécies L. (V.) lainsoni, L. (V.) naiffi , L. (V.) lindenberg e L. (V.) shawi.
A transmissão se dá através da picada de insetos transmissores infectados.
Não há transmissão de pessoa a pessoa ou animal a animal.
A doença vem ocorrendo de forma endêmico-epidêmica apresentando diferentes padrões de
transmissão, relacionados não somente à penetração do homem em focos silvestres, frequentemente
em áreas de expansão de fronteiras agrícolas.
Tem-se evidenciado a ocorrência da doença em áreas de colonização antiga. Nestas, tem-se discutido
a possível adaptação dos vetores e parasitas a ambientes modificados e reservatórios. É importante
problema de saúde pública pela sua magnitude, transcendência e pouca vulnerabilidade às medidas
de controle.

Nomes populares
Úlcera de Bauru, Ferida Brava ou Nariz de Tapir.
Agente causador
L. (V.) braziliensis, L.(V.) guyanensis, L.(L.) amazonensis, L. (V.) lainsoni,
L. (V.) naiffi, L. (V.) lindenberg, L. (V.) shawi.
Espécies acometidas
Homens, cães, equinos, asininos, gatos, roedores domésticos ou sinantrópicos, preguiças, tamanduás,
raposas e marsupiais.
Sintomas nos seres humanos
Lesões de pele e mucosa com apresentações distintas dependente do agente causador e resposta
imunológica do hospedeiro.
Leishmaniose Cutânea: úlcera cutânea, com fundo granuloso e bordas infiltradas em moldura.

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Leishmaniose Mucosa: úlcera na mucosa nasal, com ou sem perfuração, ou perda do septo nasal, podendo
atingir lábios, palato e nasofaringe.
Sinais clínicos nos animais
Semelhante ao encontrado em humanos.
Formas de transmissão
Pela picada de fêmeas de mosquitos flebotomíneos infectados pelo agente, tanto em humanos como
nos animais.
Diagnóstico
Seres humanos e animais – Clínico, epidemiológico e laboratorial (parasitológico direto, imunológicos
– teste intradérmico, sorológicos e moleculares).

Leishmaniose Visceral

Leishmaniose Visceral, ou Calazar (Kala-azar) é uma doença sistêmica grave que atinge as células do
sistema mononuclear fagocitário do homem e animais, sendo os órgãos mais afetados o baço, fígado,
linfonodos, medula óssea e pele.
Possui amplo espectro epidemiológico com distribuição mundial, ocorrendo na Ásia, Europa, Oriente
Médio, África e nas Américas. Na América Latina ela está presente em 12 países, sendo que 90% dos
casos ocorrem no Brasil.
No Brasil, a doença se caracterizava por se apresentar em regiões tipicamente rural e principalmente
nas regiões norte e nordeste. Atualmente ela vem sendo notificada e confirmada em áreas urbanas e
se expandindo para as outras regiões do país.
Na área urbana, o cão é a principal fonte de infecção. A enzootia canina tem precedido a ocorrência de
casos humanos e a infecção em cães tem sido mais prevalente do que no homem.
No ambiente silvestre, os reservatórios são as raposas e os marsupiais. Os vetores da Leishmaniose
Visceral são os insetos flebotomíneos.
No Brasil, duas espécies, até o momento, estão relacionadas com a transmissão da doença: Lutzomyia
longipalpis e Lutzomyia cruzi. A primeira espécie é considerada a principal espécie transmissora da
L. (L.) chagasi no Brasil.
No Brasil, a forma de transmissão é através da picada dos vetores - L. longipalpis ou L. cruzi – infectados
pela Leishmania (L.) chagasi. Alguns autores admitem a hipótese da transmissão entre a população
canina através da ingestão de carrapatos infectados e mesmo através de mordeduras, cópula, ingestão
de vísceras contaminadas, porém não existem evidências sobre a importância epidemiológica destes
mecanismos de transmissão para humanos ou na manutenção da enzootia.

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Não ocorre transmissão direta de pessoa a pessoa. A transmissão ocorre enquanto houver o
parasitismo na pele ou no sangue periférico do hospedeiro.

Nomes populares
Calazar, Barriga D’Agua, Febre Dumdun, Doença do Cachorro.
Agente causador
Protozoário tripanosomatídeos do gênero Leishmania, da espécie Leishmania infantus/ Leishmania
chagasi.
Espécies acometidas
Homem, cão, raposas, marsupiais.
Sintomas nos seres humanos
Após o período inicial de incubação os pacientes apresentam sinais e sintomas de uma infecção
sistêmica que incluem febre, fadiga, perda de apetite, perda de peso, palidez cutâneo-mucosa e
hepatoesplenomegalia.
Sinais clínicos nos animais
Classicamente os cães se apresentam com lesões cutâneas, descamação e eczemas, em particular no
espelho nasal e orelhas. Nos estágios mais avançados os cães podem apresentar onicogrifose,
esplenomegalia, linfoadenopatia, alopecia, dermatites, ceratoconjuntivite, coriza, apatia, diarreia,
hemorragia intestinal, edemas de patas e vômitos.
Formas de transmissão
No Brasil a forma de transmissão da
enfermidade é através da picada de fêmeas
de insetos flebotomíneos das espécies
Lutzomyia longipalpis e Lutzomyia cruzi
infectados com as formas promastigotas do
agente.
Diagnóstico
O diagnóstico é baseado nos aspectos
clínicos-epidemiológicos e laboratorial.

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Febre Maculosa

A Febre Maculosa é uma doença febril aguda, de gravidade variável, causada pela Rickettsia
rickettsii, parasita intracelular obrigatório que sobrevive brevemente fora do hospedeiro, e
transmitida por carrapatos infectados.
Rickettsias do grupo da Febre Maculosa transmitida por carrapatos constituem uma multiplicidade
de espécies patogênicas ou não para o homem, dispersas em diversas partes do mundo.
No Brasil, embora outras espécies de rickettsias tenham sido detectadas em carrapatos, a única
espécie isolada é R. rickettsii que causa doença infecciosa aguda de variada gravidade.
A doença se apresenta sob a forma de casos esporádicos, em áreas rurais e urbanas, relacionadas
com contato com carrapatos.
A ocorrência simultânea de casos entre membros de uma mesma família ou grupos de indivíduos
com atividade em comum pode ocorrer. Há relatos de epidemias com significativo número de casos
e elevada letalidade.
Todas as idades, todas as raças, e ambos os sexos são suscetíveis à doença cuja distribuição vai
depender, além do comportamento do vetor, das atividades ocupacionais, recreativas e da
proximidade do vetor às habitações humanas.
O reservatório natural é um complexo de carrapatos (família Ixodidae) e pequenos mamíferos
silvestres.
No Brasil, servem como vetores (e reservatórios) da Rickettsia rickettsii, os carrapatos da espécie
Amblyomma, principalmente o Amblyomma cajennense e Amblyomma aureolatum. São
conhecidos popularmente como “carrapato estrela”, “carrapato do cavalo” ou “rodoleiro”; suas ninfas
por “vermelhinhos”, e as larvas por “micuins”. Entretanto, potencialmente, qualquer espécie de
carrapato pode ser um reservatório da R. rickettsii como é o caso do carrapato do cão, o
Rhipicephalus sanguineus.
O agente circula nos focos naturais, por meio dos carrapatos, que se infectam ao alimentarem-se de
roedores rickettsêmicos, principalmente, e transmitem o agente a outros animais suscetíveis.
A doença não se transmite diretamente de uma pessoa a outra. O carrapato permanece infectante
durante toda sua vida, que em geral é de 18 meses. Além disso, os carrapatos transmitem a R.
rickettsii a sua progênie através de transmissão vertical (transovariana) e estádio-estádio
(transestadial).
O homem se infecta pela picada do carrapato, que deve permanecer aderido ao corpo por 4 a 6 horas
para que ocorra o fenômeno de “reativação” da rickettsia.
Com menor frequência o agente pode penetrar pela pele lesionada, através das fezes dos carrapatos
ou de seus tecidos quando se tenta retirá-los.

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Nomes populares
Pintada, Febre que Pinta, Febre Chitada, Tifo Exantemático de São Paulo, Febre Maculosa das
Montanhas Rochosas ou Febre Maculosa do Novo Mundo.
Agente causador
Rickettsia rickettsii, da família Rickettsiaceae, parasito intracelular obrigatório, com característica de
bactéria gram negativa.
Espécies acometidas
O agente etiológico foi isolado em cães, gambás e coelhos silvestres entre outros. Muitas espécies de
animais, em especial os roedores, apresentam uma rickettsemia prolongada e de alto título.
O homem é um hospedeiro acidental.
Sintomas nos seres humanos
A sintomatologia clínica aparece de 2 a 14 dias depois da picada do carrapato. A doença inicia-se de
forma súbita e se caracteriza por febre, calafrios, cefaleia, dores musculares, articulares e ósseas.
Sinais clínicos nos animais
Na maioria dos hospedeiros naturais a infecção não é aparente. Cães infectados experimental ou
naturalmente podem apresentar febre alta, dor abdominal, depressão e anorexia.
Letargia e nistagmo, conjuntivite e petéquias na boca foram relatados.
Formas de transmissão
Picada de carrapatos infectados.
Pode ocorrer transmissão através da contaminação de lesões na pele pelo esmagamento do
carrapato.
Diagnóstico
Clínico-epidemiológico associado a exames laboratoriais (sorologia ou isolamento).

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Vírus envelopado RNA linear de fita simples

Replicação ocorre no núcleo


INFLUENZA AVIÁRIA (IA)
Envelope: hemaglutinina – ligação a receptores celulares
e atividade de neuraminidase

Genoma segmentado – facilita o rearranjo genético

A Influenza Aviária é uma doença viral aguda de galinhas e outras aves, causada por diferentes tipos
de vírus, pertencentes à família Orthomyxoviridae, do gênero Influenzavirus, caracterizada por sinais
respiratórios e nervosos, além de alta mortalidade, determinando prejuízos econômicos para a
avicultura comercial.
O vírus eventualmente pode ser transmitido a outros animais e aos humanos por contato direto com
aves infectadas.
Devido a contínuas mudanças genéticas do agente e sua capacidade de adaptação a novos animais e
ao ser humano, a IA representa um risco desconhecido e sem predição à saúde pública.
A doença é considerada uma zoonose o que representa preocupação permanente, uma vez que alguns
subtipos, tais como H5N1, H9N2, H7N7 e H7N2 já foram transmitidos de aves domésticas para
humanos. O subtipo H5N1 tem-se mostrado altamente patogênico aos seres humanos, ocasionando
doença severa e óbitos, havendo grande preocupação de que o vírus possa adquirir a capacidade de
transmissão direta entre humanos, o que neste caso, poderia resultar em uma nova pandemia mundial
de gripe.
O vírus é transmitido no contato direto entre aves infectadas e susceptíveis ou através de contato
indireto, via aerossóis e exposição à fômites contaminados.

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Aula 29

As aves silvestres, principalmente as aves aquáticas, são reservatórios naturais do vírus da influenza
aviária.
Enquanto na maior parte das aves aquáticas e silvestres a infecção é assintomática, alguns subtipos do
vírus podem se apresentar altamente patogênicos em outras espécies.
Os subtipos H5 e H7 têm sido associados a surtos da doença em aves domésticas e são considerados
de maior risco, uma vez que, mesmo os vírus de baixa patogenicidade têm revelado a capacidade de
evoluir para cepas altamente patogênicas.

SEGUNDO A ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE ANIMAL (OIE), A INFLUENZA AVIÁRIA É UMA INFECÇÃO EM
AVES CAUSADA POR QUALQUER VÍRUS INFLUENZA DO TIPO A, PERTENCENTE AO SUBTIPO H5 OU H7, OU POR
QUALQUER VÍRUS DE INFLUENZA AVIÁRIA COM UM ÍNDICE DE PATOGENICIDADE INTRAVENOSA (IPIV)
SUPERIOR A 1,2, OU QUE CAUSE UMA MORTALIDADE DE PELO MENOS 75% DE AVES SUSCEPTÍVEIS
INOCULADAS.

NO CÓDIGO SANITÁRIO PARA OS ANIMAIS TERRESTRES DA OIE, AS DOENÇAS CAUSADAS PELO VÍRUS DA
INFLUENZA AVIÁRIA SÃO DE NOTIFICAÇÃO OBRIGATÓRIA.

O contato das aves domésticas com as aves silvestres é um dos principais fatores determinantes dos
surtos da doença.
Além da possibilidade de introdução do vírus por meio de aves migratórias, outras formas de
introdução e disseminação devem ser consideradas e incluem, especialmente, riscos decorrentes da
movimentação de aves, criações de múltiplas espécies e importação de materiais genéticos, produtos
e subprodutos avícolas, bem como, a difusão do vírus através de calçados e vestimentas de pessoas
que estiveram em uma área focal.

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Nomes populares
Gripe Aviária, Gripe do Frango, Peste Aviária.
Agente causador
A enfermidade é provocada por RNA vírus da família Orthomixoviridae, gênero Influenza virus A.
Existem três tipos de vírus (A, B e C), mas somente o tipo A afeta as aves.
Espécies acometidas
Aves e mamíferos (inclusive o homem).
Sintomas nos seres humanos
Problemas respiratórios graves e morte.
Sinais clínicos nos animais
Problemas respiratórios graves, diarreia, problemas nervosos e morte.
Formas de transmissão
Seres humanos: através de secreções de animais doentes.
Animais: através de animais doentes e locais de criação ou de sítios de parada de aves migratórias.
Diagnóstico

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Seres humanos: Isolamento viral, PCR-RT, HA-HI, AGP


Animais: Isolamento viral, PCR-RT, HA-HI, AGP

O Programa Nacional de Sanidade Avícola – PNSA foi instituído no âmbito da


Secretaria de Defesa Agropecuária pela Portaria nº 193, de 19 de setembro de
1994, estabelecendo diversas as normas e ações para regulamentar a produção
avícola e salvaguardar o plantel avícola nacional.

Os objetivos do programa incluem:

Definir ações que possibilitem a certificação sanitária do plantel avícola


nacional.

Favorecer a elaboração de produtos avícolas saudáveis para o mercado interno


e externo.

O PNSA define estratégias de vigilância epidemiológica para as doenças avícolas de controle oficial,
destacando entre elas a Influenza Aviária, doença de Newcastle, Salmonelose e Micoplasmose.

TENÍASE-CISTICERCOSE

ESSE TEMA CAI MUITO EM CONCURSOS!

A Teníase é uma infecção intestinal ocasionada principalmente por dois grandes parasitos
hermafroditas da classe dos cestódeos da família Taenidae, conhecidos como Taenia solium e Taenia
saginata.

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As tênias também são chamadas de solitárias, porque, na maioria dos casos, o portador traz
apenas um verme adulto. São altamente competitivas pelo seu habitat e, sendo seres monóicos com
estruturas fisiológicas para autofecundação, não necessitam de parceiros para a cópula e postura de
ovos.
Responsáveis pelo Complexo Teníase-Cisticercose que se constitui de uma série de alterações
patológicas, trazem no seu conjunto um sério problema de saúde pública, principalmente nos países
pobres, onde pode não existir higiene básica além de problemas socioculturais.
Constitui-se de duas entidades mórbidas distintas, causadas pela mesma espécie de cestódeo, em fases
diferentes do seu ciclo de vida.
A Teníase é provocada pela presença da forma adulta da Taenia solium ou da Taenia saginata no
intestino delgado do homem.
A Cisticercose é causada pela larva da Taenia solium nos tecidos, ou seja, é uma enfermidade somática.
O homem é o único hospedeiro definitivo da forma adulta da Taenia solium e da Taenia saginata.
O suíno doméstico ou javali é o hospedeiro intermediário da T. solium e o bovino é o hospedeiro
intermediário da T. saginata, por apresentarem a forma larvária (Cysticercus cellulosae e C. bovis,
respectivamente) nos seus tecidos.

Taenia solium É A TÊNIA DA CARNE SUÍNA E A Taenia saginata É A DA CARNE BOVINA

Nomes populares
Teníase: Tênia, Solitária
Cisticercose: Canjiquinha, Lombriga na Cabeça.
Agente causador
Taenia solium – Suínos.
Taenia saginata – Bovinos.
Espécies acometidas
Bovinos, suínos e humanos.

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Sintomas nos seres humanos


Teníase: dores abdominais, náuseas, debilidade, perda de peso, flatulência, diarreia ou constipação.
A infestação pode ser percebida pela eliminação espontânea nas fezes de proglotes do verme.
Em alguns casos, podem causar retardo no crescimento e no desenvolvimento das crianças e baixa
produtividade no adulto.
Cisticercose (larvas da Taenia solium): sintomas neuropsiquiátricos (convulsões, distúrbio de
comportamento, hipertensão intracraniana) e oftálmicos.
Sinais clínicos nos animais
Poucos sinais nos animais in vivo. Lesões visíveis no “post-mortem”.
Formas de transmissão para os seres humanos
Teníase: ingestão de carne bovina ou suína malcozida com larvas.
Cisticercose: ingestão de ovos.
Diagnóstico
Seres humanos: Clínico, epidemiológico, de imagem e laboratorial.
Animais: Testes de ELISA e anatomopatológico.

EQUINOCOCOSE-HIDATIDOSE

O Complexo Equinococose-Hidatidose é causado por um endoparasita, o Echinococcus sp.,


pertencente à família Teniidae, classe Cestoda, Filo Platelmintes.
O Echinococcus granulosus é uma das menores espécies de tenídeos conhecidas.
Os carnívoros são os hospedeiros definitivos, ou seja, abrigam o parasita adulto no seu intestino,
sendo que os principais hospedeiros são os caninos, mas também já foram constatados infectados pelo
Echinococcus os felinos, o lobo, a raposa e o chacal. Os hospedeiros intermediários possuem a forma
larvária do parasita (cisto hidático) e incluem os ovinos, bovinos, caprinos, suínos, equinos,
coelhos, primatas e homem, sendo assim, uma zoonose.

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As proglótides grávidas são eliminadas nas fezes


do hospedeiro definitivo. Os hospedeiros
intermediários se infectam pela ingestão de
ovos. O ovo sofre ação alcalina do duodeno,
associada à ação da tripsina e da bile e o embrião
hexacanto (ou oncosfera) é liberado. O embrião
atravessa a parede do intestino graças aos seus
acúleos, alcançando a circulação sanguínea e
sendo levado para diferentes pontos do
hospedeiro. Chega ao fígado, coração direito,
pulmões, coração esquerdo, artéria aorta e assim
é distribuído para os diferentes órgãos.
É comum que o parasita se fixe no fígado, pulmão e no cérebro. Uma vez localizado em um órgão, o
embrião hexacanto vacuoliza-se se modificando estruturalmente para originar a hidátide ou cisto
hidático, que é a forma larval do Echinococcus sp.
O hospedeiro definitivo se infecta ao ingerir vísceras cruas de hospedeiros intermediários com
hidátides, fechando o ciclo do parasita.
No intestino delgado do hospedeiro definitivo os escólex se fixam e se inicia a estrobilizaçao (formação
de estróbilos) e a maturação sexual. O maior número de proglótides grávidas são eliminadas após 8 a
12 semanas.
Sinais clínicos
O hospedeiro definitivo (canídeo) normalmente não manifesta sinais, em infecção maciça ocorre
diarreia catarral hemorrágica.
Já o hospedeiro intermediário manifesta sinais de acordo com o órgão afetado.
Diagnóstico
Hospedeiro intermediário: pelos sinais clínicos, epidemiológico, sorologia ou por imagem.
Hospedeiro definitivo: pesquisa de proglótides nas fezes. Diagnóstico clínico é difícil devido ao
quadro clínico pouco acentuado.

FASCIOLOSE

A Fasciolose é uma parasitose causada pela Fasciola hepatica, que acomete o fígado e as vias biliares
de muitas espécies animais domésticos e selvagens.

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Além disso, a Fasciolose é uma zoonose, sendo o homem um hospedeiro acidental do parasito,
demonstrando o mesmo, um quadro clínico normalmente grave quando parasitado.
A doença tem distribuição mundial, principalmente em regiões onde as condições climáticas são
adequadas para os ' que servem como hospedeiro para o parasito.
É uma enfermidade de grande importância veterinária por causar elevadas perdas econômicas, devido
à condenação de grande número de fígados e carcaças de animais nos abatedouros além da queda na
produção e na qualidade do leite, perda de peso dos animais, queda na fertilidade, atraso no
crescimento, e, ocasionando em alguns casos até mortalidade.
Em relação ao potencial de disseminação dessa enfermidade parasitária no mundo, verifica-se uma
ampla distribuição vinculada a dispersão no ambiente de espécies de moluscos capazes de albergar
estágios larvais do parasito na condição de hospedeiro intermediário.
Os hospedeiros definitivos deste trematoide são os animais de sangue quente, ocorrendo em
ovinos, caprinos, bovinos, búfalos, suínos e em seres humanos. O seu ciclo evolutivo só se completa na
presença de água e de um hospedeiro intermediário, um caramujo aquático do gênero Lymnea.
Quando os ovos do parasita adulto são eliminados, juntamente com as fezes do hospedeiro definitivo
próximo à água, desenvolve-se dentro dele a primeira fase larval, o miracídio. Esta larva ciliada nada
em busca do hospedeiro intermediário, onde irá se transformar em esporocisto, depois em rédia até a
fase de cercaria. A cercária abandona o caramujo e procura um vegetal nas margens da lagoa onde se
adere e se transforma em metacercária.
Os hospedeiros definitivos infectam-se quando se alimentam dessa vegetação com metacercárias. Ao
chegar ao intestino delgado do hospedeiro definitivo, a metacercária se liberta do cisto e atravessa a
parede intestinal, cai na circulação indo se alojar no fígado e ductos biliares.

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ESQUISTOSSOMOSE

A Esquistossomose é uma doença infecciosa parasitária, de veiculação hídrica, provocada por vermes
trematódeos do gênero Schistossoma, cuja transmissão ocorre quando o indivíduo suscetível entra
em contato com águas superficiais onde existam caramujos, hospedeiros intermediários, liberando
cercárias.
A doença inicialmente é assintomática, podendo evoluir para formas clínicas extremamente graves.
O parasita, além do homem, necessita da participação de caramujos de água doce para completar
seu ciclo vital. Esses caramujos são do gênero Biomphalaria.
No Brasil, somente três espécies são consideradas hospedeiros intermediários naturais da
Esquistossomose: B. glabrata, B. straminea e B. tenagophila.
Na fase adulta, o parasita vive nos vasos sanguíneos do intestino e fígado do hospedeiro definitivo.
Os ovos do parasita são eliminados pelas fezes humanas. Em contato com a água, os ovos eclodem e
liberam larvas, denominadas miracídios, que infectam caramujos hospedeiros intermediários que
vivem nas águas doces. Após quatro semanas as larvas abandonam o caramujo na forma de cercárias
e ficam livres nas águas naturais. O contato dos seres humanos com essas águas é a maneira pela qual
é adquirida a doença.

Sinais clínicos
Na fase aguda pode apresentar febre, dor de cabeça, calafrios, suores, fraqueza, falta de apetite, dor
muscular, tosse e diarreia. Em alguns casos o fígado e o baço podem inflamar e aumentar de tamanho.
Na forma crônica a diarreia se torna mais constante, alternando-se com prisão de ventre, e pode
aparecer sangue nas fezes.

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Nos casos mais graves da fase crônica o estado geral do paciente piora bastante, com emagrecimento
e fraqueza acentuada e aumento do volume do abdômen, conhecido popularmente como Barriga
d´água.

ANEMIA INFECCIOSA EQUINA

A AIE é uma doença causada por vírus, transmissível e incurável, que ataca equídeos (cavalos, asininos
e muares) de qualquer raça, sexo e idade.
Considerada uma afecção cosmopolita dos equídeos, o agente é um vírus.
O vírus, uma vez instalado no organismo do animal, nele permanece por toda a vida mesmo quando não
manifestar sintomas.
É uma doença essencialmente crônica, embora possa se apresentar em fases hiperaguda, aguda e
subaguda.

Uma vez infectado, o animal torna-se fonte


de infecção permanente para outros equídeos.

O animal infectado é portador permanente do vírus, ou seja,


pode ser fonte de infecção para outros equídeos, por meio de transmissão via insetos vetores
hematófagos ou iatrogênica, pelo uso comum de instrumentos cirúrgicos, agulhas e seringas ou
equipamentos de montaria contaminados essencialmente com sangue.
Por isso, confirmada a doença, a única opção é o sacrifício do animal positivo.

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Confirmada a doença, através de exame laboratorial, o Serviço Oficial procederá o


sacrifício do animal positivo e adotará as demais medidas para saneamento da
propriedade.
O teste padrão, aprovado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
(MAPA) para diagnóstico é a Imunodifusão em Ágar Gel (IDGA).

Segundo a IN 45/2004, que aprovou as Normas para Prevenção e o Controle da Anemia


Infecciosa Equina - AIE:
Art. 19. Quando a medida indicada for o sacrifício do animal portador, este será realizado pelo
serviço veterinário oficial, no prazo máximo de 30 (trinta) dias, a contar do resultado do exame
de diagnóstico, preferencialmente na propriedade onde estiver o animal.
Parágrafo único. Na impossibilidade do sacrifício do animal portador ser realizado na
propriedade, o abate sanitário poderá ocorrer em abatedouro com Serviço de Inspeção
Federal e o transporte deverá ser em veículo apropriado, com lacre numerado aplicado na origem.
Art. 20. O sacrifício do animal portador deverá ser rápido e indolor, sob a responsabilidade do serviço
veterinário oficial.

AIE: Doença viral crônica, causada por um vírus da família Retroviridae, gênero
Lentivirus, que pode acometer os equídeos (equinos, asininos e muares).

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Sinais clínicos
Febre alta (39º a 41ºC).
Pequenos sangramentos na língua e olhos.
Fraqueza, perda de apetite, edema nos membros e abdômen.
Anemia.
Animais podem se apresentar aparentemente sadios, porém servir como reservatório do vírus e
propagar a doença.
Transmissão
Picadas de insetos, que se alimentam de sangue: mutucas e moscas.
Agulhas, seringas, esporas, freios, arreios e utensílios contaminados com sangue infectado.
Material cirúrgico contaminado.
Leite e sêmen.
Prevenção
Adquirir animais com exames negativos para AIE, dentro do prazo de validade.
Limpar as baias, para evitar insetos.
Vacinar ou medicar os animais só com agulhas descartáveis.
Desinfetar os equipamentos antes do uso.
Participar de eventos com aglomeração de equídeos onde os animais sejam comprovadamente
negativos para AIE, através de exames laboratoriais.
Diagnóstico
Prova sorológica de Imunodifusão em Gel de Agar (IDGA), efetuada com antígeno registrado e
aprovado pelo DDA, ou outra prova oficialmente reconhecida.

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MORMO

Mormo é uma doença infectocontagiosa, piogranulomatosa, caracterizada por lesões respiratórias,


linfáticas e cutâneas, causada pela bactéria Burkholderia mallei.

A doença também é conhecida como catarro de burro, catarro de


mormo, lamparão, garrotilho atípico e cancro nasal. É uma doença contagiosa, que acomete equídeos
(cavalos, asininos e muares).
Todos os equídeos, de qualquer idade são susceptíveis, porém a doença acomete principalmente
animais idosos, debilitados e submetidos a estresse, em virtude de trabalho excessivo, má alimentação
e habitação em ambiente com condições sanitárias inadequadas.
Pode acometer o homem, PORTANTO É UMA ZOONOSE.
Não existe cura, tratamento ou vacinas eficazes contra o mormo. Os animais infectados e portadores
assintomáticos são as principais fontes de infecção.
Os animais acometidos de forma aguda usualmente morrem em poucos dias ou em semanas. A forma
crônica desenvolve-se insidiosamente e resulta em enfraquecimento progressivo do animal.
Como já aprendemos, o mormo é doença de notificação obrigatória ao serviço veterinário oficial,
composto pelas unidades do MAPA e pelos Órgãos Estaduais de Defesa Sanitária Animal. De acordo com
a legislação, os animais infectados são sacrificados, pois é proibido o tratamento e não existe vacina.
Em áreas endêmicas, os animais suscetíveis devem ser mantidos isolados e afastados de outros animais,
evitando os comedouros e bebedouros de uso comunitário.
O sacrifício de animais comprovadamente doentes, através de exames laboratoriais é obrigatório
e será efetuado pelo Serviço Oficial.

Segundo a IN 6/2018, que aprovou Diretrizes Gerais


para Prevenção, Controle e Erradicação do Mormo no Território Nacional:
Art. 2º IX - mormo: doença contagiosa e geralmente fatal, causada pela bactéria Burkholderia mallei, de
curso
agudo ou crônico, que acomete principalmente os equídeos, podendo ou não vir acompanhada por

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sintomas clínicos, e para qual não há tratamento eficaz para a eliminação do agente nos animais
portadores.
Art. 15. A eutanásia e destruição dos casos confirmados de mormo serão realizadas no
estabelecimento onde o animal se encontra, de acordo com os procedimentos e métodos aprovados pelo
Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV), no prazo máximo de 15 (quinze) dias, a contar da
notificação ao proprietário do animal.
§ 1º Na impossibilidade da eutanásia ser realizada no estabelecimento onde o animal se encontra, esse
poderá ocorrer em outro local aprovado previamente pelo OESA.
Observação: OESA: Órgãos Executores de Sanidade Agropecuária

Mormo é uma das doenças animais de declaração obrigatória para a Organização Mundial de
Saúde Animal (OIE), em termos de seu impacto econômico sobre o comércio internacional de
animais e seus subprodutos.

Devido a sua natureza contagiosa e fatal a doença em seres humanos


é considerada como um potencial agente de bioterrorismo.

Sinais clínicos
Ocorrem três formas de manifestação:
Nasal: febre alta, tosse e descarga nasal com úlceras nas narinas; pode ocorrer úlceras e nódulos em
membros e abdômen.

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Pulmonar: mais comum em cavalos, pode causar pneumonia crônica com úlceras na pele dos membros
e na mucosa nasal.
Cutânea: ocorre sob a forma de nódulos e úlceras na região interna dos membros, com presença ou não
de secreção amarelada escura.
Transmissão
Ocorre pelo contato de animais sadios com secreções e excreções de animais doentes, como a secreção
nasal e o pus dos abscessos, que contaminam o ambiente, comedouros e bebedouros.
Animais infectados e portadores assintomáticos são importantes fontes de infecção. A principal via de
infecção é a digestiva, podendo ocorrer também pelas vias respiratórias, genital e cutânea. A
disseminação ocorre principalmente por meio da contaminação de forragem, cochos e bebedouros por
secreção oral e nasal.
Prevenção
Desinfetar as instalações e todo o material que esteve em contato com animais doentes.
Diagnóstico
Fixação de Complemento (FC) ou o ELISA (ensaio de imunoabsorção enzimática).

INFLUENZA EQUINA

Doença contagiosa e de fácil propagação, causada por vírus (Equine Influenzavirus - EIV), pertencente
à Família Orthomyxoviridade, Gênero Influenzavirus A).
Afeta equídeos (cavalos, asininos e muares) de qualquer raça, sexo e idade.
O vírus da influenza equina (EIV) é considerado um dos principais agentes infecciosos causadores de
surtos respiratórios em equídeos no Brasil e no mundo.
O EIV é classificado em dois subtipos. O subtipo H3N8 encontra-se amplamente disseminado na
população equina mundial e o subtipo H7N7, apesar de ser eventualmente detectado por métodos
sorológicos, é considerado extinto ou circulante em baixos níveis de prevalência.
A enfermidade apresenta período de incubação curto, em torno de 48 horas, e a recuperação de até três
semanas.
A gripe equina é caracterizada principalmente por morbidade elevada e baixa mortalidade e os sinais
clínicos variam de leves a severos, dependendo do estado imunitário do animal, podendo ocorrer o
agravamento do quadro devido a infecções bacterianas secundárias.
Equinos de todas as idades são suscetíveis à infecção pelo EIV, principalmente aqueles que não tenham
sofrido exposição prévia ao agente ou que não tenham sido vacinados. No entanto, a enfermidade tem
maior prevalência em animais com idade inferior a dois anos. Além disso, a enfermidade ocorre com
maior frequência em animais que são transportados por longas distâncias ou confinados em

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locais pouco ventilados. O transporte e a aglomeração dos animais em locais escuros, com pouca
ventilação, favorecem a ocorrência da enfermidade.
Sinais clínicos
Febre alta, tosse prolongada, seca, sem secreção catarral, secreção nasal serosa (aquosa), falta de
apetite, apatia geral, desânimo, perda de peso.
A recuperação está diretamente relacionada com o grau de contaminação secundária e com o tipo de
repouso ao qual o animal é submetido durante a enfermidade.
Transmissão
Contato direto com secreção nasal e oral de animais doentes. Inclui cochos de água e sal, bebedouros,
manjedouras, embocadouras, aerossóis de tosse ou espirro, materiais de uso diário (panos, escovas
etc.).
Prevenção
Vacinação.

FEBRE AFTOSA

A febre aftosa é uma doença infecciosa aguda que causa febre, seguida do aparecimento de vesículas
(aftas), principalmente, na boca e nos pés de animais de casco fendido, como bovinos, búfalos,
caprinos, ovinos e suínos.

Hospedeiros
Bovídeos (bovinos, zebus, búfalos domésticos, iaques), ovinos, caprinos, todos os
ruminantes selvagens e suídeos.
Os camelídeos (camelos, dromedários, lhamas, vicunhas) têm baixa
suscetibilidade.

A doença é causada por um vírus, com sete tipos diferentes, que pode se espalhar rapidamente, caso as
medidas de controle e erradicação não sejam adotadas logo após sua detecção.
O vírus está presente em grande quantidade no epitélio (tecido que reveste) e fluído das vesículas.
Também pode ser encontrado na saliva, no leite e nas fezes dos animais afetados.
A contaminação de qualquer objeto com qualquer dessas fontes de infecção é uma fonte perigosa de
transmissão da doença de um rebanho a outro.

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No pico da doença, o vírus está presente no sangue. Nesse estágio, os animais infectados começam a
excretar o vírus poucos dias antes do aparecimento dos sinais clínicos.
Os animais contraem o vírus por contato direto com outros animais infectados ou por alimentos e
objetos contaminados.
A doença é transmitida pela movimentação de animais, pessoas, veículos e outros objetos contaminados
pelo vírus.
Calçados, roupas e mãos das pessoas que lidaram com animais doentes também podem transmitir o
vírus.

A Febre Aftosa é uma doença viral altamente contagiosa que afeta bovinos, bubalinos,
caprinos, ovinos, suínos e outros animais que possuem cascos fendidos. Uma das
doenças mais contagiosas dos animais que causa importantes perdas econômicas.

A principal consequência da ocorrência da febre aftosa é econômica.

Devido ao alto poder de difusão do vírus e aos impactos econômicos provocados pela doença, os países
e áreas livres de febre aftosa estabelecem fortes barreiras à entrada de animais susceptíveis e seus
produtos oriundos de regiões com febre aftosa.
Assim, basta apenas um foco desta doença (uma propriedade atingida) para haver restrição ao
mercado internacional, e até mesmo ao mercado nacional, já que animais e produtos de origem
animal ficam proibidos de serem comercializados para países livres ou áreas livres de febre
aftosa. Essas barreiras têm efeitos negativos sobre a pecuária e na economia do país, com graves
consequências sociais.

A vacinação tem papel fundamental na prevenção e erradicação da Febre Aftosa.

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A forma mais eficiente, prática e barata de prevenção é por meio da


vacinação dos bovinos e búfalos, durante as campanhas de vacinação. A vacinação semestral ocorre
sempre em duas etapas, de acordo com o calendário de vacinação, sendo normalmente em maio e
novembro, EXCETO NOS ESTADOS ONDE A VACINAÇÃO JÁ FOI SUSPENSA, como por exemplo, em
SANTA CATARINA, que é considerado zona livre sem vacinação.
Em outubro de 2019, foi autorizada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento a
suspensão da vacina contra febre aftosa no Paraná (IN 47 de 15 de outubro de 2019). Em agosto de
2020, por meio da IN 52/2020 , o Paraná recebeu o reconhecimento nacional de livre de febre aftosa
SEM vacinação e, em maio de 2021, o reconhecimento internacional pela OIE.
Para os estados onde há vacinação, define-se o calendário, que compreenderá a etapa obrigatória de
vacinação dos bovinos e búfalos com idade até 24 meses e a etapa obrigatória onde todos os bovinos e
búfalos existentes na propriedade devem ser vacinados, inclusive os bezerros com poucos dias de vida.

Além da vacinação, outra estratégia fundamental é a vigilância sanitária, com


destaque para o cadastramento do setor pecuário e o controle do trânsito de animais, visando
impedir que animais contaminados entrem no estado. Por isso são feitas as fiscalizações do transporte
animais.
Sinais clínicos
Possui baixa taxa de mortalidade em animais adultos, mas pode levar à alta mortalidade em animais
jovens devido à miocardite.
São apresentadas aftas na boca e na gengiva, feridas nas patas e nas mamas. O animal apresenta
febre alta que diminui após dois a três dias, perda de peso, dificuldade para pastar e produzir
leite.
A prioridade do médico veterinário responsável pela investigação do caso suspeito, no momento da
primeira inspeção clínica dos animais, é confirmar ou descartar o caso de doença vesicular.

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Independentemente da espécie suscetível envolvida, a lista de


verificação deve, entre outros aspectos, avaliar a presença de:
a) febre alta de até 41 °C que declina a partir do segundo dia;
b) vesículas e bolhas íntegras que só são perceptíveis durante a fase aguda da doença que dura até dois
dias (vesícula é um pequeno levantamento da epiderme contendo líquido seroso, enquanto bolha é uma
vesícula maior que 0,5 cm de diâmetro, geralmente formada pela coalescência de vesículas);
c) em rebanhos leiteiros, queda brusca na produção de leite precedendo os primeiros sinais clínicos;
d) salivação e claudicação (suínos, em particular, com grande dificuldade de locomoção);
e) erosões secundárias vermelho-vivas, úmidas e sem sangramento, com ousem depósito de fibrina, nas
regiões do focinho, narinas, boca, banda coronária (coroa) dos cascos, espaço interdigital, tetos e úbere;
f) morte súbita em animais muito jovens causada por miocardite hiperaguda;
g) distribuição de animais com sinais clínicos: I) em espécies não vacinadas o percentual tende a ser alto
entre animais convivendo em uma mesma pastagem, piquete ou galpões, o que pode não ser observado
em rebanhos submetidos a seguidas etapas de vacinação; II) em rebanhos com histórico recente de
vacinação, sinais clínicos predominantes em animais ou grupos etários com baixa expectativa de
proteção imunitária; e
h) relação do provável início de casos clínicos com ingresso de animais suscetíveis no rebanho ou de
caminhões boiadeiros para carga ou descarga de animais. Em suinoculturas, especial atenção deve ser
dada à procedência dos alimentos.
Nos casos em que animais apresentam salivação e claudicação simultaneamente, com detecção ou
suspeita de lesão vesicular, devem ser tomadas as medidas previstas para os casos prováveis de doença
vesicular. Para não diminuir a sensibilidade do diagnóstico, deve-se examinar a boca de todo animal
mancando e as patas dos animais com lesão na boca ou nas narinas.
Lesões Post Mortem
As lesões características são vesículas ou bolhas simples ou múltiplas de 2 mm a 10 cm de diâmetro.
Lesões recentes vão de uma pequena área pálida a uma vesícula cheia repleta de líquido, coalescendo
às vezes com lesões adjacentes para formar bolhas. Áreas de erosão avermelhadas ou úlceras podem
ser observadas após a ruptura das vesículas, que podem apresentar uma capa fibrinosa acinzentada e
observação de novo epitélio em formação. Perda de fluido vesicular através da epiderme pode levar a
lesões secas com aparência necrótica e são mais comuns na cavidade oral de suínos. As lesões também
ocorrem na banda coronária dos cascos e podem progredir para a pele e casco. Coronite pode ser

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observada e os porcos podem perder as unhas em casos severos. Em animais mais jovens, podem ser
vistas estrias acinzentadas ou amareladas no miocárdio, também chamadas “coração tigrado”, causadas
pela degeneração e necrose tecidual. Lesões vesiculares também podem ser encontradas nos pilares do
rúmen.
Transmissão
Apesar da alta sensibilidade ao calor e à luz, os vírus da aftosa são transmitidos com muita facilidade
pelo ar, pela água e alimentos. É altamente transmissível por animais doentes e pelas secreções e
excreções. O aftovírus é transmitido pelo leite, carne e saliva do animal doente, mas também é
transmissível pela água, ar, objetos e ambientes contaminados.
A transmissão ocorre principalmente por aerossóis respiratórios e contato direto ou indireto com
animais infectados. A transmissão aérea requer temperatura e umidade apropriadas. O vírus pode
sobreviver por 24 a 48 horas no trato respiratório humano e pode servir para disseminar o vírus se não
forem tomadas medidas preventivas. Os animais também se infectam pela ingestão de produtos de
origem animal contaminados com o vírus como carne, leite, ossos e queijo. Adicionalmente, objetos
contaminados, como botas, mãos, roupas e veículos ou equipamentos podem disseminar o vírus de um
animal para outro ou de uma fazenda para outra.

Contato direto ou indireto (infecção por gotículas)


Veículos animados (humanos etc.) e inanimados (veículos, artefatos)
Vírus aerotransportado, especialmente em zonas mais frias (até 60 km sobre a terra e 300
km sobre o mar)

PARAPLEXIA ENZOÓTICA DOS OVINOS (SCRAPIE)

Scrapie é uma doença infecciosa, neurodegenerativa progressiva e fatal, causada por uma isoforma
anormal do Príon celular (PrPc), denominada Príon Scrapie (PrPsc).
Pertence ao grupo das Encefalopatias Espongiformes Transmissíveis EETs, ou doenças priônicas, que
inclui a Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB).

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Possui um impacto considerável na saúde e bem-estar animal e se apresenta como uma doença ainda
pouco compreendida nos rebanhos ovinos brasileiros. O diagnóstico é baseado na demonstração da
PrPSc no cérebro ou, no animal vivo, no tecido linfoide periférico.

O acúmulo de uma isoforma anormal (PrPSc) da proteína priônica celular (PrPC) do


hospedeiro no tecido nervoso e linforreticular é a causa do scrapie.

O termo scrapie vem da palavra inglesa scrape, que tem o significado de raspar, arranhar ou esfolar.
O scrapie foi a primeira das EETs a ser descrita e comprovada, com o primeiro registro em 1732 na Grã-
Bretanha; apesar disto, muitos aspectos do scrapie ainda permanecem parcialmente ou totalmente
desconhecidos.
É considerada uma doença endêmica em vários países da Europa, no Canadá e nos Estados Unidos,
sendo relatada em diversos países do mundo.
No Brasil, o primeiro relato de scrapie ocorreu em 1978 em um ovino Hampshire Down, importado da
Inglaterra.
Desde então, há várias notificações na Organização Mundial da Saúde Animal – OIE (www.oie.int)) e
também casos relatados na literatura.
Nomes populares
Paraplexia Enzoótica dos Ovinos
Tremor Enzoótico Ovino.
Sinais clínicos
Nos ovinos, a doença clínica se manifesta como uma desordem não febril, crônica, progressiva,
neurodegenerativa e fatal.
Os principais sinais clínicos que são relatados estão associados a uma irritação na pele, mudanças de
comportamento, na postura e movimentação e perda de peso, mesmo que o animal continue se
alimentando.
Os sinais clínicos podem variar e alguns animais não apresentam um quadro típico.
A duração dos sinais clínicos é muito variável, podendo ser de duas semanas a seis meses.
Períodos de stress podem coincidir com o início dos sinais clínicos, ou exacerbá-los.

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Os principais sinais clínicos são: prurido, alterações no comportamento,


incoordenação motora, ataxia e perda progressiva de peso.

Transmissão
A transmissão do scrapie acontece de forma natural, porém o modo de transmissão da doença ainda
não é totalmente conhecido.
Em rebanhos livres da doença, o meio mais comum pelo qual o scrapie é introduzido é através da
inserção de animais infectados e que estejam na fase de incubação.
Em condições naturais, a infecção pelo agente do scrapie acontece pela via oral.
A principal fonte de contaminação do ambiente por tecidos infectivos é a placenta e os fluidos fetais,
levando a um aumento na transmissão do scrapie durante a estação de nascimentos.

ENCEFALOPATIA ESPONGIFORME BOVINA – EEB (BSE)

Causada por um agente transmissível não convencional, denominado príon (PrPsc), que é uma
proteína infecciosa decorrente da modificação pós-translacional de uma proteína normal.
A doença caracteriza-se pela presença de lesões degenerativas no encéfalo, por um longo período de
incubação (média de quatro a cinco anos) e pela quase total ausência de reações inflamatórias e
imunológicas.
Não possui predisposição por raças ou sexo, porém acomete principalmente os bovinos criados sob
sistema de fornecimento de rações ou concentrados, como suplementação nutricional, devido ao risco
de contaminação desses alimentos com subprodutos eventualmente infectados pelo agente da EEB.
Naturalmente, a EEB acomete bovinos domésticos (gêneros Bos e Buballus).
Os produtos obtidos de animais infectados são a principal fonte de material infectivo, especialmente o
sistema nervoso central (SNC).

O fator de risco de maior impacto na ocorrência da doença é o fornecimento de


farinha de carne e ossos contaminada com o príon, por isso o controle da
alimentação de bovinos é fundamental para prevenção da EEB.

A Instrução Normativa nº 34/2008 atualizou os procedimentos de Boas Práticas de


Fabricação em estabelecimentos produtores de farinhas (resíduos de origem animal).

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O agente da EEB é tipificado conforme o peso molecular, o que pode ser visualizado pela técnica de
Western Blotting.
As formas atípicas são muito raras e vêm sendo detectadas em países que contam com um sistema
sensível para vigilância da EEB.
Não há diagnóstico validado 'in vivo' e são necessários testes post-mortem em material encefálico.
Conforme o método de diagnóstico utilizado, será realizada a avaliação das características
morfológicas do tecido encefálico e a detecção da forma anormal do príon.
A eleição do método de diagnóstico dependerá do contexto da sua utilização, como triagem ou a fim de
confirmações de suspeitos, além da situação clínica do animal.
A porção anatômica mais indicada para o diagnóstico da EEB é a região da medula oblonga indicada
no óbex.

ATENÇÃO!

A Encefalopatia espongiforme bovina está no grupo das doenças que requerem


notificação imediata de qualquer caso suspeito.

Sinais clínicos
Devido ao seu longo período de incubação (3 a 8 anos, em média 5 anos), a doença se manifesta em
bovinos adultos (normalmente entre 5 e 7 anos).
Já na sua forma atípica, a ocorrência é mais comum em bovinos mais velhos (> 7 anos).
Pela resistência às proteases, o príon infeccioso se acumula no SNC, ocasionando a morte tecidual e
degeneração progressiva do SNC.
Os animais podem apresentar alterações comportamentais, do temperamento, da sensibilidade e da
locomoção, isolada ou concomitante.
Além disso, é comum apresentarem decréscimo na produção de leite e perda de peso, apesar da
manutenção do apetite.
Raramente um caso de EEB pode apresentar sinais agudos e progressão rápida.

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As características da forma atípica em bovinos ainda são incompreendidas, e, em sua grande


maioria, foram diagnosticadas em animais assintomáticos durante a vigilância rotineira, em animais
mortos ou em abates de emergência.
Diante da escassa informação sobre o quadro clínico das formas atípicas, é imprescindível realizar o
diagnóstico laboratorial, para diferenciação de outras enfermidades.
Iniciados os sinais clínicos, a doença evolui invariavelmente para morte em um curso de três semanas
a seis meses.
Transmissão
A principal via de transmissão é através da ingestão de alimentos contendo farinhas de carne e
ossos provenientes de carcaças infectadas pelo príon.

Por isso, para se evitar a doença, não se deve alimentar ruminantes (bovinos,
caprinos e ovinos) com produtos de origem animal.

Não utilizar a cama de aviário e dejetos de suínos como alimento para ruminantes, pois a ração desses
animais recebe proteína de origem animal, e os restos dessas rações juntamente com as partículas não
digeridas que saem nas fezes, podem veicular o agente da EEB, caso presente.
Essas espécies (suínos e aves) são naturalmente refratárias à doença da vaca louca.

PESTE SUÍNA CLÁSSICA

A peste suína clássica (PSC) é uma doença viral altamente contagiosa que acomete suídeos
domésticos e asselvajados (javalis e cruzamentos com suínos domésticos).
A doença não oferece riscos à saúde humana.

A PSC é causada por um vírus RNA, gênero Pestivirus, a qual é diferente do vírus da peste suína
africana (PSA) que é considerada exótica no Brasil, e é causada por um vírus DNA da família
Asfarviridae, gênero Asfivirus.

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A PSC caracteriza-se na forma aguda por um quadro hemorrágico e por elevada morbidade e
mortalidade.
A infecção ocorre pela via oro-nasal, sendo as tonsilas o primeiro sítio de replicação do vírus, que em
seguida penetra na corrente circulatória alcançando linfonodos, baço, rins, porção distal do íleo e
cérebro.

Também conhecida como febre suína ou cólera dos porcos, é altamente contagiosa e
frequentemente fatal nos suínos.
Suínos e javalis são os reservatórios naturais do vírus da Peste Suína Clássica (PSC).

Sinais clínicos
Forma aguda: Febre (40,5 a 42°C), apatia, anorexia, letargia, animais amontoados, conjuntivite, lesões
hemorrágicas na pele, cianose (orelhas, membros, focinho, cauda), paresia de membros posteriores,
ataxia, sintomatologia respiratória e reprodutivas (abortos). À necropsia: hemorragias em múltiplos
órgãos, esplenomegalia, aumento dos linfonodos, pneumonia lobular, congestão dos vasos da meninge.
Morte de 5 a 14 dias após o início dos sinais clínicos, podendo chegar a 100% em leitões.
Forma crônica: Mortalidade menos evidente, prostração, apetite irregular, apatia, anorexia, diarreia,
artrite, lesões de pele, retardo no crescimento, repetição de cio, problemas reprodutivos, produção de
leitegadas pequenas e fracas, recuperação aparente, com posterior recaída e morte.
Forma congênita: Nascimento de leitões com malformações, tremor congênito e debilidade. Pode
haver leitões clinicamente normais, porém, com viremia persistente, sem resposta imune que atuam
como fonte de infecção para outros suínos, sem detecção de anticorpos no diagnóstico indireto (testes
sorológicos).
Transmissão
O vírus é eliminado com as secreções e excreções do animal doente ou portador sadio, sendo essas as
principais fontes de infecção.
Pode ser veiculado entre os animais e propriedades próximas pelas moscas, piolhos, vermes, aves,
vestuários de funcionários ou visitantes, utensílios diversos, equipamentos cirúrgicos, veículos para o
transporte de animais, rações, carne e seus subprodutos.
A transmissão ocorre, portanto, por alimentos ou água contaminados; animais infectados; veículos e
instalações contaminados; contato com cadáveres de animais infectados; equipamentos contaminados,
roupas e calçados de indivíduos que mantiveram contato direto com animais doentes ou em período de
incubação da doença (em geral a incubação é de 4 a 6 dias, com um intervalo de oscilação de 2 a 20 dias).

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Contato direto entre animais (secreções, excretas, sêmen, sangue);


Propagação por pessoas, utensílios, veículos, roupas, instrumentos e agulhas;
Utilização de restos de alimentos sem tratamento térmico adequado na alimentação
dos animais;
Infecção transplacentária.

O vírus é encontrado em todas as secreções e excreções do animal infectado e pode ser transmitido
pelas vias direta (contato entre animais, aerossóis e suas secreções e excreções, sangue e sêmen) ou
indireta (água, alimentos, fômites, trânsito de pessoas, equipamentos, materiais, veículos, vestuários,
produtos, alimentos de origem animal), entrando no organismo por via oral e oro-nasal.
Fornecimento de restos alimentares contaminados aos suínos, sem tratamento térmico, é a forma
entrada mais comum da doença em países livres. Infecção transplacentária é importante, gerando
leitões clinicamente sadios, mas que disseminam o vírus.

Conforme Ficha Técnica da doença disponível no site do MAPA:

http://www.agricultura.gov.br/assuntos/sanidade-animal-e-vegetal/saude-animal/programas-de-saude-animal/arquivos-
suideos/FichaTcnica_PSC_OUT_19.pdf

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DOENÇA DE AUJESZKY (DA)

A doença de Aujeszky (DA), ou pseudo-raiva, é uma enfermidade infecto-contagiosa de etiologia viral


de grande importância para a suinocultura comercial em todo o mundo.
A infecção causa perdas econômicas diretas e indiretas, pela restrição ao comércio internacional de
produtos suínos.
Causada por um herpesvírus suíno tipo 1, ou vírus da Doença de Aujeszky (VDA), classificado na
família Herpesviridae, DNA em dupla cadeia.
Os hospedeiros primários do VDA são os suínos domésticos e silvestres, embora o vírus possa
infectar outras espécies de mamíferos domésticos, entre os quais gatos, cães e bovinos, levando a uma
encefalite de curso agudo fatal, o que reduz a importância epidemiológica desses hospedeiros na
manutenção e disseminação da enfermidade.
A ocorrência da doença nessas espécies, no entanto, pode servir como indicador epidemiológico da
presença de atividade viral.
Nos suínos, o vírus pode estabelecer uma infecção latente, não apresentando sinais clínicos, porém
podendo ser um grande disseminador da doença.
Em situações de estresse, o animal volta a eliminar o vírus, transmitindo-o para os demais.

Fonte: Embrapa suínos e aves.

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Sinais clínicos
Variam de acordo com fatores epidemiológicos como endemicidade e suscetibilidade dos indivíduos,
dependendo da idade, da virulência da estirpe e da via de transmissão da infecção.
A forma clássica manifesta - se sob 3 formas clínicas: sinais nervosos, respiratórios e
reprodutivos.
A ocorrência do VDA em áreas endêmicas é associada a manifestações reprodutivas.
A introdução do vírus em rebanhos livres resulta em sinais clínicos característicos, que variam de
acordo com a faixa etária:

Jovens: predominam sinais neurológicos com a taxa de mortalidade aproximando-


se dos 100%.

Adultos: apresentam febre, taxas variáveis de aborto, reabsorção fetal,


dificuldade respiratória e eventualmente vômitos. A mortalidade nessa faixa etária
é geralmente baixa.

Doença infecto-contagiosa causada por um herpes vírus, que provoca graves prejuízos
econômicos nas explorações infectadas devido à elevada mortalidade dos leitões;
imunodepressão e atraso no crescimento dos porcos de engorda; perdas reprodutivas
das porcas em gestação.

Transmissão
Contato direto entre animais, água e alimentos contaminados.
A vacinação não impede a infecção, os suínos tornam-se portadores e eliminam o vírus de forma
intermitente e por no mínimo 7 dias após a infecção.
Apesar de pequena, a quantidade de vírus eliminada é suficiente para provocar a doença em animais
susceptíveis. Situação de stress: portadores eliminam o vírus, disseminando-o a outros animais.

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Aerossóis - grande importância na disseminação da doença. Por este motivo, em áreas de grande
concentração de suínos, torna-se difícil controlar a disseminação do vírus, que pode ser transportado
até 9 km pelo vento.

_____________________________________________________________________________________________________________________

Agora que já temos uma boa noção sobre as principais doenças que impactam o comércio e
afetam a saúde pública e dos animas, vamos ver alguns exemplos de questões que já foram
cobradas em concurso? Tente resolver primeiro sozinho, e depois dê uma olhada nas questões
comentadas.

3 – QUESTÕES

1. (MÉDICO VETERINÁRIO - PREFEITURA MUNICIPAL DE NEPOMUCENO –


CONSULPLAN/2013) A raiva é uma importante infecção viral que afeta o Sistema Nervoso Central
(SNC) da maioria dos mamíferos, inclusive o homem. Sobre essa doença, assinale a alternativa
correta.
A) A transmissão do vírus ocorre exclusivamente pela mordida de um animal infectado.
B) Com relação ao ciclo infeccioso, somente a raiva urbana em cães tem importância
epidemiológica.
C) O antígeno viral da raiva é altamente imunogênico, o que faz a detecção imunológica ser
relativamente rápida.
D) O teste sorológico para pesquisa de anticorpos específicos é o teste- padrão para realizar o
diagnóstico da raiva.
E) O curso clínico em carnívoros domésticos pode incluir três fases: prodrômica; furiosa ou
excitativa; e, silenciosa ou paralítica.

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2. (FCC 2011) Em relação à toxoplasmose pode-se afirmar que é uma doença decorrente
principalmente do consumo de:

A) Mel não pasteurizado.


B) Água contaminada por fezes humanas.
C) Frutas contaminadas por fezes de insetos infectados.
D) Alimentos de origem animal.
E) Cereais contaminados por insetos vetores.

3. As doenças transmitidas por roedores ao homem e a animais domésticos incluem:

A) coriomeningite linfocítica e a fasciolose.


B) cisticercose e a tuberculose.
C) salmonelose e a leptospirose.
D) leptospirose e a cisticercose.
E) raiva e a fasciolose.

4. (MÉDICO VETERINÁRIO - PREFEITURA MUNICIPAL DE PORTO VELHO –


CONSULPLAN/2012) Sobre a tuberculose bovina, analise.

I. A principal porta de entrada do M. bovis é a via respiratória.


II. A transmissão, em aproximadamente 90% dos casos, ocorre pela inalação de aerossóis
contaminados com o microrganismo.
III. O trato digestivo é a porta de entrada da tuberculose bovina, principalmente em bezerros
alimentados com leite proveniente de vacas com mastite tuberculosa.
IV. O trato digestivo é a porta de entrada da tuberculose bovina em animais que ingerem água ou
forragens contaminadas.
Estão corretas apenas as afirmativas:
A) I, III
B) I, II, III, IV
C) II, IV
D) I, II, III
E) II, III

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5. (MÉDICO VETERINÁRIO - PREFEITURA MUNICIPAL DE PORTO VELHO –


CONSULPLAN/2012) Embora inequivocamente, a B. abortus é responsável pela grande maioria
das infecções dos bovinos e bubalinos suscetíveis à:

A) B. ovis e B. melitensis.
B) B. suis e B. canis.
C) B. suis e B. ovis.
D) B. suis e B. canise.
E) B. suis e B. melitensis.

6. (MÉDICO VETERINÁRIO - PREFEITURA MUNICIPAL DE PORTO VELHO –


CONSULPLAN/2012) Na teníase, T. saginata e T. solium estão relacionadas à ingestão,
respectivamente, de carne crua ou malcozida de:

A) ave e suíno.
B) bovino e suíno.
C) ave e bovino.
D) suíno e bovino.
E) suíno e equino.

7. (MÉDICO VETERINÁRIO - PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO LEOPOLDO –


CONSULPLAN/2010) A transmissão da Tuberculose de um animal doente para o homem é
preferencialmente realizada através de:

A) Leite cru, carne crua, aerossóis.


B) Fezes, urina, aerossóis.
C) Leite cru, urina, aerossóis.
D) Leite cru, carne crua, urina.
E) Fezes, carne crua, aerossóis.

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8. (MÉDICO VETERINÁRIO - PREFEITURA CARATINGA – CONSULPLAN/2005) A


Leptospirose é uma zoonose que causa diferentes síndromes, sobretudo reprodutivas, urinárias e
circulatórias, sendo transmitida principalmente através da urina de roedores infectados.
Atualmente a doença é de distribuição mundial, tendo maior prevalência em países tropicais e
subtropicais. Sobre esta zoonose podemos afirmar:

A) É uma doença viral, transmitida principalmente por ratos silvestres.


B) Fase de leptospirúria: é a fase de multiplicação do agente na corrente circulatória e em vários
órgãos (fígado, baço e rins, principalmente).
C) Fase de leptospiremia: é a fase de imunidade, é caracterizada pela formação crescente de
anticorpos com estabelecimento das leptospiras em locais de difícil acesso aos mesmos.
D) Existem dois tipos de diagnósticos: diagnóstico indireto (pesquisa das leptospiras) e diagnóstico
direto (sorologia).
E) A doença é provocada pela bactéria espiroqueta Leptospira interrogans.

9. (MÉDICO VETERINÁRIO - PREFEITURA CARATINGA – CONSULPLAN/2005) Sobre outras


Zoonoses, está INCORRETA a assertiva:

A) A leptospirose humana é endêmica nos principais centros urbanos, ocorrendo picos sazonais em
épocas de inundações.
B) A hidatidose humana é um problema concentrado principalmente no extremo sul do país.
C) A Brucelose em animais é uma doença de baixa prevalência, embora se estime que em grandes
rebanhos de bacias leiteiras a incidência seja mediana.
D) A Brucelose humana é doença de notificação obrigatória no Brasil.
E) Os acidentes ofídicos são objeto de ações preventivas coordenadas.

10. (MÉDICO VETERINÁRIO – UFSC/2009) Zoonoses são definidas como doenças


transmissíveis de animais para humanos. Identifique se são verdadeiras (V) ou falsas (F) as
afirmativas abaixo:

( ) A Leptospira é transmitida ao homem por aves domésticas e selvagens, suínos, bovinos, cães e gatos,
através de feridas ou por contaminação cruzada durante o manuseio de alimentos contaminados.
( ) A infecção causada por bactérias do gênero Salmonella pode causar enterite e septicemia esporádica
em plantéis avícolas. Além de ser uma zoonose, a salmonelose aviária tem grande impacto na avicultura
mundial, sendo de alta morbidade e mortalidade.

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( ) A contaminação de seres humanos por Salmonella spp. ocorre exclusivamente por ingestão de
alimentos de origem animal.
( ) A transmissão do Hantavírus de roedores para o homem pode ocorrer pela exposição a aerossóis
provenientes de excreções e secreções de roedores infectados; as primeiras manifestações clínicas em
humanos geralmente são inespecíficas, como febre e cefaleia.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA, de cima para baixo.
A) V–F–V–F
B) V–V–V–V
C) V–F–F–V
D) F–V–F–V
E) F–F–F–F

4 – GABARITO

QUESTÃO RESPOSTA
1 E

2 D

3 C

4 B

5 E

6 B

7 A

8 E

9 D

10 D

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5 – QUESTÕES COMENTADAS
1. Resposta letra E.

Conforme vimos em aula, a raiva em carnívoros possui três fases reconhecidas: precursora ou
prodrômica; furiosa ou excitativa e silenciosa ou paralítica.

2. Resposta letra D.

Conforme aprendemos em aula, a principal forma de transmissão da toxoplasmose para os seres


humanos é pela ingestão de cistos do protozoário em carnes cruas malcozidas (alimentos de origem
animal).

3. Resposta letra C.

Os roedores podem transportar bactérias do gênero Salmonella que causam doenças em seres humanos
e animais de estimação. A infecção ocorre através da ingestão de alimentos ou água contaminados com
fezes de roedores. A leptospirose é uma zoonose de ampla distribuição, com significativo impacto social,
econômico e sanitário. Esta enfermidade acomete o ser humano e praticamente todos os animais
domésticos e selvagens, entre os quais se destacam os carnívoros, roedores, primatas e marsupiais. Em
ecossistemas rurais e urbanos, o principal reservatório de leptospira é constituído pelos roedores
sinantrópicos, entre os quais o Rattus norvegicus (ratazana ou rato de esgoto), que ocupa no mundo
todo uma posição de destaque.

4. Resposta letra B.

Conforme vimos em aula, a Tuberculose possui como principal forma de transmissão nos animais a via
respiratória: por meio da inalação de aerossóis contaminados com o microrganismo. Outra forma de
transmissão é pela via digestiva, através da ingestão de água, pastagem, forragens e alimentos
contaminados.

5. Resposta letra “E”.

Vimos em aula quais as espécies de Brucella acometem os animais:


Caprinos e ovinos: Brucella melitensis

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Bovinos e bubalinos: Brucella abortus


Suídeos, lebres, renas, roedores: Brucella suis
Rato do deserto: Brucella neotomae
Caninos: Brucella canis
Ovinos: Brucella ovis
Cetáceos: Brucella ceti
Pinípedes: Brucella pinnipedialis
Camundongo do campo: Brucella microti

Embora os bovinos e bubalinos sejam suscetíveis à B. suis e B. melitensis, inequivocamente a espécie


mais importante é a B. abortus, responsável pela grande maioria das infecções.

6. Resposta letra “B”.

Essa foi muito fácil, não é? O homem adquire a teníase ingerindo carne crua ou malcozida. Não esqueça
que o homem é o único hospedeiro definitivo da forma adulta da Taenia solium e da Taenia saginata. O
suíno doméstico ou javali é o hospedeiro intermediário da T. solium e o bovino é o hospedeiro
intermediário da T. saginata, por apresentarem a forma larvária (Cysticercus cellulosae e C. bovis,
respectivamente) nos seus tecidos.
Reveja o ciclo para não restar dúvida quanto a este tema (a cisticercose bovina foi cobrada em um
concurso do MAPA como questão discursiva):

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7. Resposta letra “A”.

Conforme vimos na aula, as formas de transmissão da Tuberculose aos seres humanos incluem:

Contato direto com materiais contaminados (tratadores de animais e trabalhadores de


frigoríficos), aerossóis contaminados, ou por ingestão de alimentos contaminados
(principalmente leite e derivados lácteos não pasteurizados).

TRANSMISSÃO DE UM ANIMAL DOENTE PARA O HOMEM:


AEROSSÓIS DA RESPIRAÇÃO
LEITE CRU
CARNE CRUA

8. Resposta letra “E”.

Na aula de hoje, aprendemos que a Leptospirose é uma doença bacteriana causada por Leptospira
interrogans. A fase de leptospiremia corresponde à multiplicação do agente na corrente circulatória,
e a fase de leptospirúria corresponde à fase de imunidade, com estabelecimento de leptospiras em
locais de difícil acesso (ex. rins), podendo a bactéria ser eliminada pela urina de forma intermitente
por muito tempo. O diagnóstico direto é feito pela pesquisa de leptospiras e o indireto através da
sorologia.

9. Resposta letra “D”.

A Brucelose nos animais faz parte da lista de doenças passíveis da aplicação de medidas de defesa
sanitária animal.

10. Resposta letra “D”.

Vamos ver individualmente o que está errado nas proposições:

A Leptospira é transmitida ao homem por aves domésticas e selvagens, suínos, bovinos, cães e gatos,
através de feridas ou por contaminação cruzada durante o manuseio de alimentos contaminados.

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Falsa. O homem contrai a doença normalmente por exposição à urina contaminada, em grande
parte de animais contaminados.

A contaminação de seres humanos por Salmonella spp. ocorre exclusivamente por ingestão de
alimentos de origem animal.

Falsa. A transmissão da Salmonella spp. para o homem geralmente ocorre pelo consumo de
alimentos contaminados, porém a transmissão pessoa a pessoa possa ocorrer nos hospitais,
através do contato com animais infectados, principalmente entre veterinários e trabalhadores
de granjas e fazendas.

6 – CONSIDERAÇÕES FINAIS
Que maravilha!!

Mais uma super aula terminada!

ESPERAMOS QUE TENHA REVISADO BEM AS DOENÇAS IMPORTANTES!

Qualquer dúvida que tenha, nos procure no Fórum.

Estamos à disposição, sempre!

Até a próxima!

Professora Nicolle

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