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NOÇÕES DE

ADMINISTRAÇÃO
GERAL E PÚBLICA
Accountability, Governança,
Governabilidade e e-Gov

SISTEMA DE ENSINO

Livro Eletrônico
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
Accountability, Governança, Governabilidade e e-Gov

Sumário
Adriel Sá

Accountability, Governança, Governabilidade e e-Gov.. .......................................................... 3


1. Accountability e Transparência. . ............................................................................................... 3
1.1. Conceito....................................................................................................................................... 3
1.2. Tipos de Accountability........................................................................................................... 4
2. Governabilidade e Governança. . ............................................................................................... 7
2.1. Origens........................................................................................................................................ 7
2.2. Governabilidade. . ...................................................................................................................... 8
2.3. Governança.............................................................................................................................. 10
3. Governo Eletrônico (e-Gov)......................................................................................................15
3.1. Noções Conceituais.. ................................................................................................................15
3.2. Diretrizes. . .................................................................................................................................16
Resumo..............................................................................................................................................21
Mapas Mentais............................................................................................................................... 25
Questões Comentadas em Aula.................................................................................................. 27
Questões de Concurso.................................................................................................................. 30
Gabarito............................................................................................................................................68

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Accountability, Governança, Governabilidade e e-Gov
Adriel Sá

ACCOUNTABILITY, GOVERNANÇA, GOVERNABILIDADE E


E-GOV
1. Accountability e Transparência
1.1. Conceito
A expressão “accountability” se refere à capacidade de se prestar contas, de se fazer trans-
parente. Na gestão pública, o termo possui uma perspectiva ampla, surgindo como um ins-
trumento a serviço da manutenção dos ideais democráticos de um país, controlando tanto os
processos como os resultados a serem alcançados.
Um dos pressupostos da reforma gerencial de 1995 era a afirmação de que a governabilida-
de nos regimes democráticos dependeria, dentre outros fatores, da existência de mecanismos
de responsabilização (accountability) dos políticos e burocratas perante a sociedade.
Nessa mesma esteira, sendo a governança um conjunto de procedimentos que se relacio-
nam com a dimensão participativa da sociedade, uma alta accountability afeta, positivamente,
a capacidade de governança. Isso porque o grau de governança democrática de um Estado
depende, diretamente, do quantum de accountability existente na sociedade e da natureza e
abrangência do controle público sobre a ação governamental.1
A accountability pode ser analisada sob três dimensões: informação (transparência), justi-
ficação (responsividade) e punição (sanção e coerção).
A informação (transparência) destaca a obrigação dos administradores de prestar contas
de sua atuação aos administrados.
A justificação (responsividade) é a obrigação legal de responder a questionamentos e pe-
didos de informações, com responsabilização pelos próprios atos.
A punição (sanção e coerção) é a capacidade legal e institucional de o agente que exige as
informações e contas de outro agente fazer valer essa exigência, tornando-a obrigatória, por
meio de sanções e incentivos.

001. (FCC/PREFEITURA DE RECIFE/ANALISTA DE GESTÃO ADMINISTRATIVA/2019) Com


o advento do modelo de Administração pública gerencial, o cidadão passou a ser o foco da
atuação administrativa. Nesse cenário, alguns conceitos ganharam ênfase no setor público,
como o de accountability, diretamente ligado à
a) governabilidade, consistindo no funcionamento pleno e harmônico das instituições públi-
cas, assegurando os direitos dos cidadãos.

1
CARNEIRO, C. B. L. Governança e accountability: algumas notas introdutórias. Disponível em: http://www.ceas.sc.gov.br/
downloads/accountability_1.doc. Acesso em: 15 fev. 2014.

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b) transparência, correspondendo à obrigação de prestação de contas, pelos agentes públicos,


dos resultados das ações governamentais.
c) sustentabilidade financeira das ações públicas, notadamente a forma como são geridos os
recursos oriundos da sociedade.
d) governança, correspondendo à relação instrumental entre os diversos agentes envolvidos
na atuação administrativa, inclusive aqueles do setor privado.
e) responsabilidade fiscal, significando o pleno cumprimento de metas preestabelecidas pelo
Governo em seu planejamento orçamentário.

Como vimos, a accountability pode ser analisada sob três dimensões: informação (transparên-
cia), justificação (responsividade) e punição (sanção e coerção).
A informação (transparência) destaca a obrigação dos administradores de prestar contas de
sua atuação aos administrados. Essa é a dimensão trazida pela questão!
A justificação (responsividade) é a obrigação legal de responder a questionamentos e pedidos
de informações, com responsabilização pelos próprios atos.
A punição (sanção e coerção) é a capacidade legal e institucional de o agente que exige as
informações e contas de outro agente fazer valer essa exigência, tornando-a obrigatória, por
meio de sanções e incentivos.
Letra b.

1.2. Tipos de Accountability


Pois bem! A literatura aponta que a accountability pode assumir três formas básicas: ver-
tical e horizontal, consagradas pelo autor O’Donnell (2011)2 e a societal, desenvolvida por con-
cepções de diversos autores.
A accountability vertical ocorre quando os cidadãos controlam os políticos e governos por
meio de plebiscito, referendo, voto, ação popular, ou mediante o exercício do controle social,
pressupondo uma ação entre desiguais. As eleições e o voto são seus mecanismos mais ex-
pressivos. Em suma, a accountability vertical corresponde aos mecanismos institucionais que
possibilitam ao cidadão e à sociedade civil exigir a prestação de contas dos agentes públicos.
A accountability horizontal ocorre por meio da mútua fiscalização e controle existente en-
tre os Poderes do Estado (os freios e contrapesos) ou entre os órgãos, por meio dos Tribu-
nais de Contas ou Controladorias Gerais e agências fiscalizadoras. A accountability horizontal
pressupõe, portanto, uma ação entre iguais (entre os Poderes) ou uma ação entre autônomos
(órgãos e agências fiscalizadoras). Pressupõe órgãos próprios de Estado, detentores de poder
e capacidade, legal e de fato, para realizar ações, tanto de monitoramento de rotina quanto de

2
O’DONNELL, G. Accountability horizontal: la institucionalización legal de la desconfiança política. Revista de
Reflexión y análisis político, Buenos Aires, 2011.

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imposição de sanções criminais ou de impeachment, em relação a ações ou omissões ilegais


exercidas por outros órgãos ou agentes do Estado.
A accountability societal se origina da sociedade e atinge as estruturas do Estado, a exem-
plo da atuação da sociedade em ações de associações de cidadãos, movimentos sociais,
Conselhos Temáticos Institucionalizados ou, ainda, a atuação da mídia. É um mecanismo de
controle não eleitoral, que utiliza ferramentas institucionais e não institucionais. Esse tipo de
accountability não aplica sanções contra os agentes públicos em casos de transgressões, pois
não possui competência ou poder legal para isso.3 Pressupõe a existência de liberdade de ex-
pressão para denunciar os erros e falhas dos governos e gestores públicos.

Accountability Accountability Accountability


vertical horizontal societal
Ação entre iguais
Ação entre Origina-se da
ou entre entes
desiguais sociedade
autônomos

Ex.: “freios e
Ex.: plebiscito, Ex.: associações,
contrapesos” e
referendo, voto, movimentos e
órgãos
ação popular mídia
controladores

Por fim, vale destacar as excelentes lições dos autores Fernando Luiz Abrucio e Maria Rita
Loureiro (2005)4, que destacam diversos instrumentos e condições para que o modelo de ac-
countability democrática se desenvolva:

FORMAS DE
INSTRUMENTOS CONDIÇÕES
ACCOUNTABILITY

 Direitos políticos básicos de


 Sistema eleitoral e partidário associação, de votar e ser
 Debates e formas de votado
PROCESSO disseminação da informação  Pluralismo de ideias
ELEITORAL  Regras de financiamento de (crenças ideológicas e
campanhas religiosas)
 Imprensa livre e possibilidade
 Justiça Eleitoral
de se obter diversidade de
informações

3
Note que o controle social consta tanto na accountability vertical quanto no societal. A diferença é que uma
envolve a capacidade de punição diretamente pelo cidadão (accountability vertical), enquanto na outra inexiste
essa capacidade (accountability societal), dependendo essa capacidade da ação de um órgão de controle
(Ministério Público, Tribunal de Contas ou o eleitorado, por exemplo).
4
ABRUCIO, F. L.; LOUREIRO, M. R. Finanças públicas, democracia e accountability. In: BIDERMAN, Ciro; ARVATE,
Paulo (orgs.). Economia do Setor Público no Brasil. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005.

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FORMAS DE
INSTRUMENTOS CONDIÇÕES
ACCOUNTABILITY

 Controle Parlamentar (controles


 Independência e controle
mútuos entre os Poderes, CPI,
mútuo entre os Poderes
arguição e aprovação de altos
 Transparência e
dirigentes públicos, fiscalização
fidedignidade das
orçamentária e de desempenho
informações públicas
das agências governamentais,
 Burocracia regida pelo
audiências públicas etc.)
princípio do mérito
 Controle Judicial (controle da
(meritocracia)
constitucionalidade, ações civis
CONTROLE  Predomínio do império da
públicas, garantia dos direitos
INSTITUCIONAL lei
fundamentais etc.)
DURANTE O  Existência de mecanismos
 Controle Administrativo
MANDATO institucionalizados que
Procedimental (Tribunal
garantam a participação e o
de Contas e/ou Auditoria
controle da sociedade sobre
Financeira)
o Poder Público
 Controle do Desempenho dos
 Criação de instâncias
Programas Governamentais
que busquem o maior
 Controle Social (Conselho
compartilhamento
de usuários dos serviços
possível das decisões
públicos, plebiscito, orçamento
(consensualismo)
participativo etc.)

 Garantias de direitos básicos


pela Constituição (cláusulas
pétreas)
 Segurança contratual individual  Predomínio do império da
e coletiva lei
 Limitação legal do poder dos  Eficácia dos mecanismos
REGRAS ESTATAIS administradores públicos judiciais
INTERTEMPORAIS  Acesso prioritário aos cargos  Definição de assuntos e
administrativos por concursos regras que valham para o
ou equivalentes Estado, independentemente
 Mecanismos de restrição dos governos de ocasião
orçamentária
 Defesa de direitos
intergeracionais

002. (CEBRASPE/TJ-PA/ANALISTA JUDICIÁRIO/2020) Acerca de accountability, julgue os


itens seguintes.
I – A obrigação de prestar contas, o uso de boas práticas de gestão e a responsabilização pelos
resultados advindos da utilização de recursos públicos integram o conceito de accountability.

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II – Valores tradicionais presentes na política brasileira, como a prática do clientelismo e o pa-


trimonialismo, favorecem a prática de accountability.
III – Os cidadãos fazem jus ao direito de cobrar que os maus gestores sejam responsabilizados
por atos praticados com inobservância da lei ou do interesse público.
Assinale a opção correta.
a) Apenas o item II está certo.
b) Apenas o item III está certo.
c) Apenas os itens I e II estão certos.
d) Apenas os itens I e III estão certos.
e) Todos os itens estão certos.

I – Certo. Essa é a definição proposta por Paludo (2013).5


II – Errado. O clientelismo e o patrimonialismo não favorecem a prática de accountability. Na
realidade, esses valores favorecem o nepotismo, a corrupção, a falta de profissionalismo, a
discricionariedade e a arbitrariedade.
III – Certo. A definição dada é a de accountability vertical.
Letra d.

2. Governabilidade e Governança
2.1. Origens
Os conceitos de governabilidade e governança surgiram nos Estados modernos do sécu-
lo XIX (democracia liberal-burguesa), não apresentando uma definição muito clara e precisa,
além de possuírem variáveis conforme o autor e sua nacionalidade, orientação ideológica e a
ênfase dada a cada elemento que os compõem.
No entanto, é importante destacar que governabilidade e governança são temas indisso-
ciáveis e que se complementam entre si. Assim, estudar um conceito sem conhecer o outro
é praticamente impossível. Além disso, as provas insistem nas comparações entre os termos
justamente por causa desse vínculo forte existente entre ambos.
É por isso que as cobranças em concursos públicos, muitas vezes, causam confusões e
mexem com a “cabeça” dos candidatos. O que queremos apresentar não é uma discussão dou-
trinária aprofundada, mas “caminhos” que permitam fazê-lo(a) gabaritar as questões de provas.
Assim, apenas para fins didáticos e uma análise mais pormenorizada, vamos estudá-los de
forma destacada, mas sempre que necessário, faremos remissões de um ao outro.

5
PALUDO, A. Administração pública. 3.ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2013.

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2.2. Governabilidade
2.2.1. Conceito

A governabilidade das democracias teve iniciada sua discussão sobre a causa dos proble-
mas de governabilidade e não governabilidade na Europa ocidental, no Japão e nos Estados
Unidos, considerando o aumento das demandas sociais e a falta de recursos (financeiros e
humanos) e de capacidade de gestão.
De forma direta, podemos entender a governabilidade como o próprio poder político, legi-
timado e contando com o apoio da sociedade e de seus representantes.
No entanto, todos esses outros conceitos, que se ramificam dessa definição inicial, já fo-
ram cobrados em provas:
• condições substantivas, sistêmicas, materiais e institucionais de exercício do poder e de
legitimidade do Estado;
• capacidade política de decidir e governar;
• capacidade para agregar múltiplos interesses da sociedade e apresentar-lhes um obje-
tivo comum;
• definição de atuação do espaço público;
• envolve o sistema de intermediação de interesses, as características do sistema políti-
co, a forma de governo e as relações entre os Poderes;
• termo que possui como fonte ou origem os cidadãos, além dos partidos políticos, as
associações e demais grupos representativos da sociedade.

Na prática, um governo tem governabilidade na medida em que seus dirigentes contem


com os necessários apoios políticos para governar. Portanto, a governabilidade, ou seja, ca-
pacidade política de governar decorre do relacionamento do Estado e do seu governo com a
sociedade.

003. (CEBRASPE/SLU-DF/ANALISTA DE GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS/ADMINISTRA-


ÇÃO/2019) Acerca da evolução das abordagens da administração e sua aplicação à adminis-
tração pública brasileira, julgue o item que se segue.
Governabilidade consiste na capacidade absoluta de governar independentemente de apoio
popular ou político.

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Como vimos, a governabilidade é uma capacidade política de governar derivada da relação


de legitimidade do Estado e do seu governo com a sociedade. Logo, há dependência do apoio
popular, sim!
Errado.

2.2.2. Ingovernabilidade ou Não Governabilidade

Se a governabilidade decorre do relacionamento do Estado e do seu governo com a socie-


dade, a ingovernabilidade é a negação desse relacionamento, ou seja, é a relação de conflito
do Estado e do seu governo com a sociedade.
Para Bobbio (2000)6, a ingovernabilidade ou a não governabilidade pode estar associada à
sobrecarga fiscal, excesso de demandas e à crise de legitimidade do Estado.
A sobrecarga fiscal se refere à sobrecarga de problemas aos quais o Estado deve respon-
der com a expansão de seus serviços e intervenção.
O excesso de demandas se refere ao desequilíbrio entre as demandas da população e a
capacidade estatal em atendê-las.
A crise de legitimidade que se origina quando a sociedade não aceita a legitimidade dos
atos administrativos e políticos do Estado, considerando o problema de acumulação, distribui-
ção e redistribuição de recursos, bens e serviços.
Ainda, segundo o modelo de governabilidade proposto por Ferreira Filho (2001),7 a crise
de governabilidade, em regra, abrange três crises que estão interligadas: crise de sobrecarga,
crise político-institucional ou agenciamento e crise democrático-representativa.
A crise de sobrecarga consiste na incapacidade de o Estado dar conta de todas as tarefas
assumidas e que lhe são atribuídas pela Constituição e leis, sendo que essas tarefas aumen-
tam de forma ilimitada, e abrangem todos os setores da sociedade. Para solucionar essa crise,
o Estado precisa definir sua finalidade quanto governo. É necessário utilizar uma política racio-
nal, em que o Estado, somente, oriente, incentive, fiscalize e ampare e realize as funções que
apenas ele pode desempenhar.
A crise político-institucional ou agenciamento resulta da base de organização governa-
mental inadequada para um Estado intervencionista, adotada por muitos países, que é a sepa-
ração dos poderes seguindo o modelo de Montesquieu (separação em três poderes: Executivo,
Legislativo e Judiciário, independentes e autônomos entre si). Um exemplo da crise é que para
o Executivo poder atuar de forma eficiente, ele precisa de leis e no momento que são neces-
sárias, mas não é isso que ocorre, já que a própria estrutura do Legislativo dificulta muitas
6
BOBBIO, N. Dicionário de política. Brasília: Universidade de Brasília; São Paulo: Imprensa Oficial do Estado de
São Paulo, 2000.
7
FERREIRA FILHO, M. G. A democracia no limiar no século XXI. São Paulo: Saraiva, 2001.

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decisões. E, também, por serem poderes autônomos, o que interessa para em determinada
ocasião, pode não interessar para o outro.
A crise democrático-representativa decorre em função da vontade real do povo não ser
transmitida aos órgãos da administração pública. Ocorre quando os governantes, depois de
eleitos, agem seguindo a própria pretensão, para o seu proveito e não de acordo com os inte-
resses das pessoas que os elegeram. Soma-se a isso o fato de o processo de escolha dos polí-
ticos ser feito por intermédio dos partidos políticos, que influenciam na formação da opinião da
população, resultando na escolha equivocada e aleatória de desconhecidos ou aproveitadores.

2.3. Governança
2.3.1. Origem do Conceito de Governança

Governança corporativa é o sistema pelo qual as empresas e demais organizações são


dirigidas, monitoradas e incentivadas, envolvendo os relacionamentos entre sócios, conselho
de administração, diretoria, órgãos de fiscalização e controle e demais partes interessadas.
No Brasil, o Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), uma organização sem
fins lucrativos, é a principal referência para o desenvolvimento das melhores práticas so-
bre o tema.
O instituto atualiza, periodicamente, o Código das Melhores Práticas de Governança Cor-
porativa. Esse Código foi desenvolvido, primariamente, com foco em empresas privadas. En-
tretanto, nas edições mais recentes é feita a opção pela palavra “organização”, a fim de tornar o
documento mais abrangente e adaptável a outros tipos de organização, como, por exemplo, as
do terceiro setor, cooperativas, estatais (empresas públicas e sociedades de economia mista),
órgãos governamentais, entre outras. Isso porque cada tipo de organização tem suas peculia-
ridades em termos de governança.

004. (CEBRASPE/MPE-CE/ANALISTA MINISTERIAL/ADMINISTRAÇÃO/2020) Julgue o


item a seguir, a respeito de governabilidade e governança e mudanças institucionais no âmbito
do Estado.
Governabilidade refere-se ao conjunto de elementos que determinam a capacidade de gestão
da administração pública, baseando-se, portanto, no conceito de efetividade.

O conceito tratado é o de governança, e não de governabilidade!


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2.3.2. Princípios Básicos de Governança Corporativa

Segundo o Código das Melhores Práticas de Governança Corporativa, os princípios básicos


de governança corporativa devem permear, em maior ou menor grau, todas as práticas da orga-
nização, e sua adequada adoção resulta em um clima de confiança tanto internamente quanto
nas relações com terceiros. São eles:
• Transparência (disclosure): consiste no desejo de disponibilizar para as partes interes-
sadas as informações que sejam de seu interesse e não apenas aquelas impostas por
disposições de leis ou regulamentos. Não deve restringir-se ao desempenho
econômico-financeiro, contemplando também os demais fatores (inclusive intangíveis)
que norteiam a ação gerencial e que conduzem à preservação e à otimização do valor
da organização;
• Equidade (fairness): caracteriza-se pelo tratamento justo e isonômico de todos os só-
cios e demais partes interessadas (stakeholders), levando em consideração seus direi-
tos, deveres, necessidades, interesses e expectativas;
• Prestação de contas (accountability): os agentes de governança devem prestar con-
tas de sua atuação de modo claro, conciso, compreensível e tempestivo, assumindo
integralmente as consequências de seus atos e omissões e atuando com diligência e
responsabilidade no âmbito dos seus papéis;
• Responsabilidade corporativa (compliance): os agentes de governança devem zelar pela
viabilidade econômico-financeira das organizações, reduzir as externalidades negativas
de seus negócios e suas operações e aumentar as positivas, levando em consideração,
no seu modelo de negócios, os diversos capitais (financeiro, manufaturado, intelectual,
humano, social, ambiental, reputacional etc.) no curto, médio e longo prazos.

005. (CEBRASPE/SEFAZ-DF/AUDITOR-FISCAL DA RECEITA DO DISTRITO FEDERAL/2020)


No que se refere à administração pública brasileira, julgue o item a seguir.
As políticas de compliance no âmbito da administração pública objetivam garantir que os ser-
vidores públicos prestem contas, aos órgãos de controle, das atividades exercidas no âmbito
de suas funções.

O conceito de compliance, na verdade, está relacionado ao cumprimento das normas e regula-


mentos. Assim, a definição é de políticas de accountability (prestação de contas).
Errado.

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2.3.3. Governança Pública

No setor público, é importante você compreender a governança como um conjunto de ar-


ranjos formais e informais que determinam como são tomadas as decisões públicas e como
são implementadas as ações públicas.

Mas, professor, esse conceito é muito semelhante ao de governabilidade!

Verdade! Mas, aí vai a primeira dica de prova!

DICA!
Governabilidade é processo, é a análise da situação geral, é a
análise de cenário do governo (favorável ou desfavorável). Em
suma, é a teoria!
Governança é estruturar, é a prática das ações, é a capacidade
técnica do governo. Em suma, é a prática!

Exemplo: um governo pode possuir uma governabilidade (apoios políticos e da sociedade);


ainda assim, poderá governar mal se lhe faltar a capacidade de governança (capacidade técni-
ca). Ou seja, a governança pode se apresentar deficiente em condições satisfatórias de gover-
nabilidade.
Imagine você e sua família na plateia de uma apresentação da Orquestra Real do Concertge-
bouw (Holanda), uma das melhores sinfônicas do mundo. De repente, o maestro passa mal e
precisa ser conduzido ao hospital. Você, que naquela semana havia iniciado um curso básico
de violão, grita algo do tipo “deixa comigo!”, achando-se capaz de assumir o lugar do maes-
tro; sua família coloca-se em pé em manifesto de apoio total à sua decisão “maluca” e toda a
plateia, desconhecendo suas capacidades, também começa a apoiá-lo. Pergunta-se: mesmo
com o apoio total de sua família e da plateia, teria você condições de conduzir a sinfônica pelo
restante do espetáculo? Não!
Pois é, você possui apoio de sua família e da plateia (governabilidade), mas não tem condições
técnicas e prática necessária para conduzir a orquestra (governança).

Vamos, então, comparar os conceitos de governabilidade aos de governança, para que


tudo fique mais claro!

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GOVERNABILIDADE GOVERNANÇA

Capacidade que um determinado


Condições substantivas, sistêmicas, governo tem para formular e
materiais e institucionais de exercício implementar as suas políticas
do poder e de legitimidade do Estado. – regulação de transações e
operacionalização de soluções.

Capacidade política de decidir e Capacidade técnica de gerir os recursos


governar. públicos.

Surgem e se desenvolvem as
Capacidade para agregar múltiplos
condições acordadas com a sociedade
interesses da sociedade e apresentar-
– capacidade de representar os
lhes um objetivo comum.
interesses da sociedade.

Definição de atuação do espaço


Atuação no espaço público.8
público.

Envolve o sistema de intermediação


de interesses, as características do Mecanismos formais e informais para
sistema político, a forma de governo e operacionalizar as políticas públicas.9
as relações entre os Poderes.

Termo que possui como fonte ou Termo que possui como fonte ou
origem os cidadãos, além dos partidos origem os próprios agentes públicos ou
políticos, as associações e demais servidores do Estado que possibilitam a
grupos representativos da sociedade. implementação das políticas públicas.

Relaciona-se com processo. Relaciona-se com estrutura.

Conceito mais simples e restrito. Conceito mais complexo e amplo.

2.3.4. Princípios Básicos da Governança para o Setor Público

Falar em princípios da governança pública não envolve uma lista exaustiva, mas uma lista
exemplificativa. Resoluções de questões de provas devem considerar a análise das caracte-
rísticas do próprio conceito de governança. Ainda assim, vamos analisar alguns postulados
doutrinários.

8
Em relação ao espaço público de atuação, a definição desse espaço se refere ao conceito de governabilidade,
enquanto a atuação propriamente dita se vincula ao conceito de governança.
9
Os mecanismos formais abrangem as próprias instituições governamentais; já os mecanismos informais, de
caráter não governamental, como associações e organizações, impõem uma conduta determinada dentro da
sua área de atuação, satisfazendo as necessidades e demandas da sociedade.

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NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
Accountability, Governança, Governabilidade e e-Gov
Adriel Sá

Por exemplo, conforme sugerido pelo Banco Mundial, atualmente, podemos considerar
como princípios da boa governança: a legitimidade, a equidade, a responsabilidade, a eficiên-
cia, a probidade, a transparência e a accountability.
Legitimidade: princípio jurídico fundamental do Estado Democrático de Direito e critério
informativo do controle externo da administração pública que amplia a incidência do controle
para além da aplicação isolada do critério da legalidade. Não basta verificar se a lei foi cumpri-
da, mas se o interesse público, o bem comum, foi alcançado. Admite o ceticismo profissional
de que nem sempre o que é legal é legítimo.
Equidade: promover a equidade é garantir as condições para que todos tenham acesso
ao exercício de seus direitos civis – liberdade de expressão, de acesso à informação, de as-
sociação, de voto, igualdade entre gêneros –, políticos e sociais – saúde, educação, moradia,
segurança.
Responsabilidade: diz respeito ao zelo que os agentes de governança devem ter pela sus-
tentabilidade das organizações, visando sua longevidade, incorporando considerações de or-
dem social e ambiental na definição dos negócios e operações.
Eficiência: é fazer o que é preciso ser feito com qualidade adequada ao menor custo pos-
sível. Não se trata de redução de custo de qualquer maneira, mas de buscar a melhor relação
entre qualidade do serviço e qualidade do gasto.
Probidade: trata-se do dever dos servidores públicos de demonstrar probidade, zelo, eco-
nomia e observância às regras e aos procedimentos do órgão ao utilizar, arrecadar, gerenciar
e administrar bens e valores públicos. Enfim, refere-se à obrigação que têm os servidores de
demonstrar serem dignos de confiança.
Transparência: caracteriza-se pela possibilidade de acesso a todas as informações relati-
vas à organização pública, sendo um dos requisitos de controle do Estado pela sociedade civil.
A adequada transparência resulta em um clima de confiança, tanto internamente quanto nas
relações de órgãos e entidades com terceiros.
Accountability: as normas de auditoria da Intosai conceituam accountability como a obri-
gação que têm as pessoas ou entidades às quais se tenham confiado recursos, incluídas as
empresas e organizações públicas, de assumir as responsabilidades de ordem fiscal, gerencial
e programática que lhes foram conferidas, e de informar a quem lhes delegou essas responsa-
bilidades. Espera-se que os agentes de governança prestem contas de sua atuação de forma
voluntária, assumindo integralmente as consequências de seus atos e omissões.
Para o autor Matias-Pereira (2008)10, a governança pública está apoiada em quatro
princípios:
• Relações éticas: dizem respeito a permissões de ações, cujo parâmetro limitador é a
não nocividade social;
• Conformidade: refere-se à compatibilidade dos procedimentos com as leis e regulamentos;
10
MATIAS-PEREIRA, J. Administração pública comparada: uma avaliação das reformas administrativas do Brasil,
EUA e União Europeia. Revista de Administração Pública, v. 42, n. 1, 2008.

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• Transparência: visa disponibilizar às partes interessadas as informações que sejam de


seu interesse, e não apenas aquelas impostas por disposições de leis ou regulamentos;
• Prestação de contas (accountability): é o dever dos agentes de governança nas justifi-
cativas de suas atuações, assumindo integralmente as consequências de seus atos e
omissões.

006. (FCC/ALAP/ANALISTA LEGISLATIVO/ADMINISTRADOR/2020) A aplicação dos pre-


ceitos de governança corporativa a instituições públicas ou privadas, pressupõe, entre outros
princípios e preceitos, a denominada accountability, que significa que os agentes de gover-
nança devem
a) zelar pelo tratamento justo e isonômico de todos as partes interessadas (stakeholders),
levando em consideração seus interesses e expectativas.
b) prestar informações de modo claro, conciso e tempestivo de sua atuação, sendo responsa-
bilizados por suas ações e omissões.
c) procurar a maximização dos resultados financeiros da entidade, atuando com eficiência e
reduzindo perdas.
d) adotar práticas de sustentabilidade social, voltadas à inserção da entidade em políticas in-
clusivas e de respeito à diversidade.
e) atuar de forma ambientalmente sustentável, privilegiando processos de produção de bens e
serviços que não consumam recurso naturais de forma excessiva.

No contexto da administração pública, a accountability é um termo que está relacionado com


a prestação de contas e a responsabilização dos agentes públicos.
a) Errada. Aproxima-se do conceito do princípio da impessoalidade ou isonomia.
c) Errada. A alternativa aproxima-se do princípio da eficiência.
d) Errada. As alternativas destacam práticas de responsabilidade social corporativa.
Letra b.

3. Governo Eletrônico (e-Gov)


3.1. Noções Conceituais
O conceito de Governo Eletrônico surge a partir de aspectos oriundos da evolução da Tec-
nologia da Informação e Comunicação (TIC), especialmente a Internet, constituindo novas for-
mas de relacionamento da Administração Pública com a sociedade e vice-versa, evidenciando
a prestação de serviços sem a necessidade da presença física. Assim, o Governo Eletrônico
surge por meio da utilização estratégica das TIC’s.

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Pois bem! O Governo Eletrônico (e-Gov) pode ser definido como o programa governamen-
tal direcionado à disponibilização de informações e serviços à sociedade por meio de novos
canais de relacionamento entre governo e cidadãos, utilizando-se, para isso, de recursos de
TIC. Nesse aspecto, incluem-se a melhoria dos processos internos, eficiência administrativa e
governança, elaboração e monitoramento das políticas públicas, integração entre governos e
entre governos e cidadãos, aumento da transparência e possibilidade de participação demo-
crática e controle social.
Pelo conceito apresentado, notamos a íntima relação entre o Governo Eletrônico e termos
como transparência e accountability. É notório que um dos objetivos do e-Gov é dotar a Admi-
nistração Pública de maior controle social. Nessa relação, o foco de atuação do governo se
expande em direção ao conjunto da sociedade, não se limitando a uma perspectiva voltada
unicamente ao ambiente interno do governo.
Segundo Góes e Damasceno (2004),11 o governo eletrônico alcança três atores ins-
titucionais:
• Governo para Governo (G2G – Government to Government), que envolve o próprio go-
verno, na sua relação horizontal com seus próprios órgãos (Ministérios, Secretarias, De-
partamentos etc.) e na sua relação vertical entre governo de esferas diferentes (União,
Estados, DF e Municípios);
• Governo para Empresas (G2B – Government to Business), que corresponde à relação
que o governo tem com as empresas, de que são exemplos a aquisição de bens e servi-
ços junto ao setor produtivo, via meios eletrônicos, os chamados pregões eletrônicos; e
• Governo para Cidadão (G2C – Government to Citizen), que diz respeito às ações que
o governo realiza no sentido de colocar à disposição, por meio eletrônico, ao cidadão,
serviços e informações pertinentes à esfera pública.

3.2. Diretrizes
De acordo com o Portal do Governo Eletrônico, no Brasil, a política de e-gov na esfera fede-
ral segue um conjunto de diretrizes que atuam em três frentes ou eixos fundamentais:
• Cidadão: o Cidadão – ator principal de todas as ações – poderá conhecer instrumentos
e políticas de governo eletrônico para melhorar a relação e o diálogo com o cidadão,
para a eliminação de barreiras na Web, o aumento da transparência, o controle social
das ações e a promoção da cidadania – participação cidadã;
• Governo: o Governo Federal disponibiliza aos órgãos ferramentas e iniciativas para o
desenvolvimento de sistemas e informações aliadas à padronização, integração e in-

11
GOES, H. S. O.; DAMASCENO, J. C. S. Governo eletrônico: uma proposta de cidadania, democracia e inclusão na
“era digital”. Belém: Adcontar, 2004.

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teroperabilidade, com o objetivo de democratizar o acesso à informação nos sites e


portais governamentais, reduzir custos e melhorar a qualidade dos serviços prestados à
sociedade – gerenciamento interno do Estado;
• Parceiros e fornecedores: na relação com parceiros e fornecedores, o Governo Federal
tem um papel de destaque nesse processo, garantindo políticas, padrões e iniciativas
que integrem as ações dos vários níveis de governo e dos três Poderes, sempre pen-
sando na melhoria da prestação de serviço e no compartilhamento de recursos entre
órgãos públicos, relacionados ao desenvolvimento e disponibilidade de soluções, com-
partilhamento de equipamentos, desenvolvimento colaborativo de ambientes virtuais e
recursos humanos – integração.

As diretrizes gerais de implantação e operação do Governo Eletrônico funcionam no âm-


bito dos Comitês Técnicos de Governo Eletrônico e servem de referência para estruturar as
estratégias de intervenção, sendo adotadas como orientações para todas as ações de governo
eletrônico, gestão do conhecimento e gestão da TI em toda a Administração Pública Federal.

A Prioridade do Governo Eletrônico é a Promoção da Cidadania

A política de governo eletrônico do governo brasileiro abandona a visão que vinha sendo
adotada, que apresentava o cidadão-usuário antes de mais nada como “cliente” dos serviços
públicos, em uma perspectiva de provisão de inspiração neoliberal.
O deslocamento não é somente semântico. Significa que o governo eletrônico tem como
referência os direitos coletivos e uma visão de cidadania que não se restringe à somatória dos
direitos dos indivíduos. Assim, forçosamente, incorpora a promoção da participação e do con-
trole social e a indissociabilidade entre a prestação de serviços e sua afirmação como direito
dos indivíduos e da sociedade.
Essa visão, evidentemente, não abandona a preocupação em atender as necessidades e
demandas dos cidadãos individualmente, mas a vincula aos princípios da universalidade, da
igualdade perante a lei e da equidade na oferta de serviços e informações.

A Inclusão Digital é Indissociável do Governo Eletrônico

Infelizmente, no Brasil, o governo eletrônico não atinge a todas as camadas sociais. O


e-gov, portanto, vincula-se à necessidade da inclusão digital, para que o cidadão exerça a sua
participação política efetiva na sociedade do conhecimento.
A Inclusão digital deve ser tratada como um elemento constituinte da política de governo
eletrônico, para que essa possa configurar-se como política universal. Essa visão funda-se
no entendimento da inclusão digital como direito de cidadania e, portanto, objeto de políticas
públicas para sua promoção.

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Entretanto, a articulação à política de governo eletrônico não pode levar a uma visão instru-
mental da inclusão digital. Essa deve ser vista como estratégia para construção e afirmação
de novos direitos e consolidação de outros pela facilitação de acesso a eles. Não se trata,
portanto, de contar com iniciativas de inclusão digital somente como recurso para ampliar a
base de usuários (e, portanto, justificar os investimentos em governo eletrônico), nem reduzida
a elemento de aumento da empregabilidade de indivíduos ou de formação de consumidores
para novos tipos ou canais de distribuição de bens e serviços.
Além disso, enquanto a inclusão digital concentra-se apenas em indivíduos, ela cria benefí-
cios individuais, mas não transforma as práticas políticas. Não é possível falar de práticas po-
líticas sem que se fale também da utilização da tecnologia da informação pelas organizações
da sociedade civil em suas interações com os governos, o que evidencia o papel relevante da
transformação dessas mesmas organizações pelo uso de recursos tecnológicos.

O Software Livre é um Recurso Estratégico para a Implementação do Go-


verno Eletrônico

O software livre deve ser entendido como opção tecnológica do governo federal. Sempre
que possível, deve ser promovida sua utilização. Para tanto, deve-se priorizar soluções, progra-
mas e serviços baseados em software livre que promovam a otimização de recursos e investi-
mentos em tecnologia da informação.
Entretanto, a opção pelo software livre não pode ser entendida somente como motivada
por aspectos econômicos, mas pelas possibilidades que abre no campo da produção e circu-
lação de conhecimento, no acesso a novas tecnologias e no estímulo ao desenvolvimento de
software em ambientes colaborativos e ao desenvolvimento de software nacional.
A escolha do software livre, como opção prioritária onde cabível, encontra suporte também
na preocupação em garantir ao cidadão o direito de acesso aos serviços públicos sem obrigá-
-lo a usar plataformas específicas.

A Gestão do Conhecimento é um Instrumento Estratégico de Articulação e


Gestão das Políticas Públicas do Governo Eletrônico

A Gestão do Conhecimento é compreendida, no âmbito das políticas de governo eletrônico,


como um conjunto de processos sistematizados, articulados e intencionais, capazes de asse-
gurar a habilidade de criar, coletar, organizar, transferir e compartilhar conhecimentos estraté-
gicos que podem servir para a tomada de decisões, para a gestão de políticas públicas e para
inclusão do cidadão como produtor de conhecimento coletivo.

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O Governo Eletrônico Deve Racionalizar o Uso de Recursos

O governo eletrônico não deve significar aumento dos dispêndios do governo federal na
prestação de serviços e em tecnologia da informação. Ainda que seus benefícios não possam
ficar restritos a esse aspecto, é inegável que deve produzir redução de custos unitários e racio-
nalização do uso de recursos.
Grande parte das iniciativas de governo eletrônico pode ser realizada através do compar-
tilhamento de recursos entre órgãos públicos. Esse compartilhamento pode se dar tanto no
desenvolvimento quanto na operação de soluções, inclusive através do compartilhamento de
equipamentos e recursos humanos. Deve merecer destaque especial o desenvolvimento com-
partilhado em ambiente colaborativo, envolvendo múltiplas organizações.

O Governo Eletrônico Deve Contar com um Arcabouço Integrado de Políti-


cas, Sistemas, Padrões e Normas

O sucesso da política de governo eletrônico depende da definição e publicação de políticas,


padrões, normas e métodos para sustentar as ações de implantação e operação do Governo
Eletrônico que cubram uma série de fatores críticos para o sucesso das iniciativas.

Integração das Ações de Governo Eletrônico com outros Níveis de Governo


e putros Poderes

A implantação do governo eletrônico não pode ser vista como um conjunto de iniciativas
de diferentes atores governamentais que podem manter-se isoladas entre si. Pela própria natu-
reza do governo eletrônico, esse não pode prescindir da integração de ações e de informações.
A natureza federativa do Estado brasileiro e a divisão dos Poderes não podem significar
obstáculos para a integração das ações de governo eletrônico. Cabe ao Governo Federal um
papel de destaque nesse processo, garantindo um conjunto de políticas, padrões e iniciativas
que garantam a integração das ações dos vários níveis de governo e dos três Poderes.

007. (CEBRASPE/TRE-PI/ANALISTA JUDICIÁRIO/2016) A respeito de desenvolvimento e


disponibilização de novas tecnologias, celeridade dos meios de comunicação e transparência
das informações, tanto no âmbito privado quanto no público, assinale a opção correta.
a) As ações do governo eletrônico, relacionadas especialmente ao e-governança, e-democra-
cia e e-governo, embora favoreçam a transparência, limitam a participação do cidadão e o
fortalecimento da cidadania.

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b) O uso de tecnologias da informação, que possibilita a elevação da eficiência administrativa


e a melhoria tanto dos serviços internos como daqueles prestados ao cidadão, deu origem ao
chamado governo eletrônico.
c) O Programa Sociedade da Informação, do governo federal, relacionado ao governo eletrô-
nico, visava promover o accountability governamental e a transparência das contas públicas.
d) A adoção do accountability governamental minimiza a responsabilização dos governan-
tes, devido à eficiência das tecnologias utilizadas para sistematizar os meios de prestação
de contas.
e) O uso de tecnologias da informação e comunicação, especialmente após a ampliação do
acesso à Internet, dificulta a transparência da administração pública devido ao excesso de
informações cuja avaliação, em termos de veracidade, depende de conhecimentos técnicos.

O governo eletrônico surgiu da evolução das tecnologias de informação e da sua utilização no


meio público.
a) Errada. A existência do e-Gov melhora a interação entre os cidadãos e o governo.
c) Errada. O Programa Sociedade da Informação foi instituído em 1999 pelo governo federal,
concebido a partir de um estudo conduzido pelo Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia
(CCT). O objetivo do Programa foi integrar, coordenar e fomentar ações para a utilização de
tecnologias de informação e comunicação, de forma a contribuir para a inclusão social de to-
dos os brasileiros na nova sociedade e, ao mesmo tempo, contribuir para que a economia do
País tenha condições de competir no mercado global.
d) Errada. Um dos objetivos dos regimes democráticos é aumentar a responsabilização (ac-
countability) dos governantes.
e) Errada. As TIC’s estão facilitando a publicidade e a transparência das regras, critérios, deci-
sões e ações governamentais.
Letra b.

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RESUMO
Accountability: capacidade de se prestar contas, de se fazer transparente.
Dimensões:
• Informação (transparência) destaca a obrigação dos administradores de prestar contas
de sua atuação aos administrados;
• Justificação (responsividade) é a obrigação legal de responder a questionamentos e
pedidos de informações, com responsabilização pelos próprios atos;
• Punição (sanção e coerção) é a capacidade legal e institucional de o agente que exige
as informações e contas de outro agente fazer valer essa exigência, tornando-a obriga-
tória, por meio de sanções e incentivos.

Accountability vertical corresponde aos mecanismos institucionais que possibilitam ao


cidadão e à sociedade civil exigir a prestação de contas dos agentes públicos.
Accountability horizontal pressupõe órgãos próprios de Estado, detentores de poder e ca-
pacidade, legal e de fato, para realizar ações, tanto de monitoramento de rotina quanto de
imposição de sanções criminais ou de impeachment, em relação a ações ou omissões ilegais
exercidas por outros órgãos ou agentes do Estado.
Accountability societal pressupõe a existência de liberdade de expressão para denunciar
os erros e falhas dos governos e gestores públicos.

GOVERNABILIDADE GOVERNANÇA

Capacidade que um determinado


Condições substantivas, sistêmicas, governo tem para formular e
materiais e institucionais de exercício implementar as suas políticas
do poder e de legitimidade do Estado. – regulação de transações e
operacionalização de soluções.

Capacidade política de decidir e Capacidade técnica de gerir os recursos


governar. públicos.

Surgem e se desenvolvem as
Capacidade para agregar múltiplos
condições acordadas com a sociedade
interesses da sociedade e apresentar-
– capacidade de representar os
lhes um objetivo comum.
interesses da sociedade.

Definição de atuação do espaço


Atuação no espaço público.12
público.

12
Em relação ao espaço público de atuação, a definição desse espaço se refere ao conceito de governabilidade,
enquanto a atuação propriamente dita se vincula ao conceito de governança.

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GOVERNABILIDADE GOVERNANÇA

Envolve o sistema de intermediação


de interesses, as características do Mecanismos formais e informais para
sistema político, a forma de governo e operacionalizar as políticas públicas.13
as relações entre os Poderes.

Termo que possui como fonte ou Termo que possui como fonte ou
origem os cidadãos, além dos partidos origem os próprios agentes públicos ou
políticos, as associações e demais servidores do Estado que possibilitam a
grupos representativos da sociedade. implementação das políticas públicas.

Relaciona-se com processo. Relaciona-se com estrutura.

Conceito mais simples e restrito. Conceito mais complexo e amplo.

Princípios básicos de governança corporativa:


• Transparência (disclosure): disponibilizar para as partes interessadas as informações
que sejam de seu interesse e não apenas aquelas impostas por disposições de leis ou
regulamentos;
• Equidade (fairness): tratamento justo e isonômico de todos os sócios e demais partes
interessadas;
• Prestação de contas (accountability): prestação de contas de modo claro, conciso,
compreensível e tempestivo, assumindo integralmente as consequências de seus atos
e omissões;
• Responsabilidade corporativa (compliance): zelo pela viabilidade econômico-financeira
das organizações.

Princípios básicos da governança para o setor público:


• Banco Mundial:
− Legitimidade: não basta verificar se a lei foi cumprida, mas se o interesse público, o
bem comum, foi alcançado;
− Equidade: garantir as condições para que todos tenham acesso ao exercício de seus
direitos civis, políticos e sociais;
− Responsabilidade: zelo que os agentes de governança devem ter pela sustentabilida-
de das organizações;
− Eficiência: fazer o que é preciso ser feito com qualidade adequada ao menor custo
possível;

13
Os mecanismos formais abrangem as próprias instituições governamentais; já os mecanismos informais, de
caráter não governamental, como associações e organizações, impõem uma conduta determinada dentro da
sua área de atuação, satisfazendo as necessidades e demandas da sociedade.

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− Probidade: dever dos servidores públicos de demonstrar probidade, zelo, economia e


observância às regras e aos procedimentos do órgão;
− Transparência: possibilidade de acesso a todas as informações relativas à organiza-
ção pública;
− Accountability: obrigação que têm as pessoas ou entidades às quais se tenham con-
fiado recursos, incluídas as empresas e organizações públicas, de assumir as respon-
sabilidades de ordem fiscal, gerencial e programática que lhes foram conferidas, e de
informar a quem lhes delegou essas responsabilidades;
• Matias-Pereira (2008):
− Relações éticas: dizem respeito a permissões de ações, cujo parâmetro limitador é a
não nocividade social;
− Conformidade: refere-se à compatibilidade dos procedimentos com as leis e regula-
mentos;
− Transparência: visa disponibilizar às partes interessadas as informações que sejam
de seu interesse, e não apenas aquelas impostas por disposições de leis ou regula-
mentos;
− Prestação de contas (accountability): é o dever dos agentes de governança nas justi-
ficativas de suas atuações, assumindo integralmente as consequências de seus atos
e omissões.

Governo Eletrônico:
• Conceito: programa governamental direcionado à disponibilização de informações e
serviços à sociedade por meio de novos canais de relacionamento entre governo e cida-
dãos, utilizando-se, para isso, de recursos de TIC;
• Atores institucionais:
− Governo para Governo (G2G – Government to Government), que envolve o próprio
governo, na sua relação horizontal com seus próprios órgãos (Ministérios, Secreta-
rias, Departamentos etc.) e na sua relação vertical entre governo de esferas diferentes
(União, Estados, DF e Municípios);
− Governo para Empresas (G2B – Government to Business), que corresponde à relação
que o governo tem com as empresas, de que são exemplos a aquisição de bens e
serviços junto ao setor produtivo, via meios eletrônicos, os chamados pregões eletrô-
nicos; e
− Governo para Cidadão (G2C – Government to Citizen), que diz respeito às ações que
o governo realiza no sentido de colocar à disposição, por meio eletrônico, ao cidadão,
serviços e informações pertinentes à esfera pública.
• Diretrizes:

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− Cidadão: o Cidadão – ator principal de todas as ações – poderá conhecer instrumen-


tos e políticas de governo eletrônico para melhorar a relação e o diálogo com o cida-
dão, para a eliminação de barreiras na Web, o aumento da transparência, o controle
social das ações e a promoção da cidadania – participação cidadã;
− Governo: o Governo Federal disponibiliza aos órgãos ferramentas e iniciativas para
o desenvolvimento de sistemas e informações aliadas à padronização, integração e
interoperabilidade, com o objetivo de democratizar o acesso à informação nos sites
e portais governamentais, reduzir custos e melhorar a qualidade dos serviços presta-
dos à sociedade – gerenciamento interno do Estado;
− Parceiros e fornecedores: na relação com parceiros e fornecedores, o Governo Fede-
ral tem um papel de destaque nesse processo, garantindo políticas, padrões e inicia-
tivas que integrem as ações dos vários níveis de governo e dos três Poderes, sempre
pensando na melhoria da prestação de serviço e no compartilhamento de recursos
entre órgãos públicos, relacionados ao desenvolvimento e disponibilidade de solu-
ções, compartilhamento de equipamentos, desenvolvimento colaborativo de ambien-
tes virtuais e recursos humanos – integração.

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QUESTÕES COMENTADAS EM AULA


001. (FCC/PREFEITURA DE RECIFE/ANALISTA DE GESTÃO ADMINISTRATIVA/2019) Com
o advento do modelo de Administração pública gerencial, o cidadão passou a ser o foco da
atuação administrativa. Nesse cenário, alguns conceitos ganharam ênfase no setor público,
como o de accountability, diretamente ligado à
a) governabilidade, consistindo no funcionamento pleno e harmônico das instituições públi-
cas, assegurando os direitos dos cidadãos.
b) transparência, correspondendo à obrigação de prestação de contas, pelos agentes públicos,
dos resultados das ações governamentais.
c) sustentabilidade financeira das ações públicas, notadamente a forma como são geridos os
recursos oriundos da sociedade.
d) governança, correspondendo à relação instrumental entre os diversos agentes envolvidos
na atuação administrativa, inclusive aqueles do setor privado.
e) responsabilidade fiscal, significando o pleno cumprimento de metas preestabelecidas pelo
Governo em seu planejamento orçamentário.

002. (CEBRASPE/TJ-PA/ANALISTA JUDICIÁRIO/2020) Acerca de accountability, julgue os


itens seguintes.
I – A obrigação de prestar contas, o uso de boas práticas de gestão e a responsabilização pelos
resultados advindos da utilização de recursos públicos integram o conceito de accountability.
II – Valores tradicionais presentes na política brasileira, como a prática do clientelismo e o pa-
trimonialismo, favorecem a prática de accountability.
III – Os cidadãos fazem jus ao direito de cobrar que os maus gestores sejam responsabilizados
por atos praticados com inobservância da lei ou do interesse público.
Assinale a opção correta.
a) Apenas o item II está certo.
b) Apenas o item III está certo.
c) Apenas os itens I e II estão certos.
d) Apenas os itens I e III estão certos.
e) Todos os itens estão certos.

003. (CEBRASPE/SLU-DF/ANALISTA DE GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS/ADMINISTRA-


ÇÃO/2019) Acerca da evolução das abordagens da administração e sua aplicação à adminis-
tração pública brasileira, julgue o item que se segue.
Governabilidade consiste na capacidade absoluta de governar independentemente de apoio
popular ou político.

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NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
Accountability, Governança, Governabilidade e e-Gov
Adriel Sá

004. (CEBRASPE/MPE-CE/ANALISTA MINISTERIAL/ADMINISTRAÇÃO/2020) Julgue o


item a seguir, a respeito de governabilidade e governança e mudanças institucionais no âmbito
do Estado.
Governabilidade refere-se ao conjunto de elementos que determinam a capacidade de gestão
da administração pública, baseando-se, portanto, no conceito de efetividade.

005. (CEBRASPE/SEFAZ-DF/AUDITOR-FISCAL DA RECEITA DO DISTRITO FEDERAL/2020)


No que se refere à administração pública brasileira, julgue o item a seguir.
As políticas de compliance no âmbito da administração pública objetivam garantir que os ser-
vidores públicos prestem contas, aos órgãos de controle, das atividades exercidas no âmbito
de suas funções.

006. (FCC/ALAP/ANALISTA LEGISLATIVO/ADMINISTRADOR/2020) A aplicação dos pre-


ceitos de governança corporativa a instituições públicas ou privadas, pressupõe, entre outros
princípios e preceitos, a denominada accountability, que significa que os agentes de gover-
nança devem
a) zelar pelo tratamento justo e isonômico de todos as partes interessadas (stakeholders),
levando em consideração seus interesses e expectativas.
b) prestar informações de modo claro, conciso e tempestivo de sua atuação, sendo responsa-
bilizados por suas ações e omissões.
c) procurar a maximização dos resultados financeiros da entidade, atuando com eficiência e
reduzindo perdas.
d) adotar práticas de sustentabilidade social, voltadas à inserção da entidade em políticas in-
clusivas e de respeito à diversidade.
e) atuar de forma ambientalmente sustentável, privilegiando processos de produção de bens e
serviços que não consumam recurso naturais de forma excessiva.

007. (CEBRASPE/TRE-PI/ANALISTA JUDICIÁRIO/2016) A respeito de desenvolvimento e


disponibilização de novas tecnologias, celeridade dos meios de comunicação e transparência
das informações, tanto no âmbito privado quanto no público, assinale a opção correta.
a) As ações do governo eletrônico, relacionadas especialmente ao e-governança, e-democra-
cia e e-governo, embora favoreçam a transparência, limitam a participação do cidadão e o
fortalecimento da cidadania.
b) O uso de tecnologias da informação, que possibilita a elevação da eficiência administrativa
e a melhoria tanto dos serviços internos como daqueles prestados ao cidadão, deu origem ao
chamado governo eletrônico.
c) O Programa Sociedade da Informação, do governo federal, relacionado ao governo eletrô-
nico, visava promover o accountability governamental e a transparência das contas públicas.

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Accountability, Governança, Governabilidade e e-Gov
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d) A adoção do accountability governamental minimiza a responsabilização dos governan-


tes, devido à eficiência das tecnologias utilizadas para sistematizar os meios de prestação
de contas.
e) O uso de tecnologias da informação e comunicação, especialmente após a ampliação do
acesso à Internet, dificulta a transparência da administração pública devido ao excesso de
informações cuja avaliação, em termos de veracidade, depende de conhecimentos técnicos.

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QUESTÕES DE CONCURSO
008. (INSTITUTO AOCP/PREFEITURA DE CARIACICA/FISCAL DE TRIBUTOS MUNICIPAIS
I/FISCALIZAÇÃO TRIBUTÁRIA/2020) A accountability na administração pública significa a
responsabilização dos agentes públicos e dos governantes por seus atos. Assinale a alternati-
va que apresenta as dimensões da accountability no campo da formulação, implementação e
avaliação das políticas públicas.
a) Capacidade de resposta e deliberação.
b) Planejamento, avaliação e controle.
c) Informação, justificação e punição.
d) Transparência e governança.

A noção de accountability apresenta três dimensões:


• Informação: a divulgação de informações está ligada diretamente ao conceito de trans-
parência. Essa divulgação ocorre tanto de forma espontânea pelo Poder Público (trans-
parência ativa) ou os próprios cidadãos podem solicitá-las (transparência passiva);
• Justificação: é o ato de “justificar os seus atos”, é o poder público realizando a “pres-
tação de contas”, ou seja, expressando os motivos que o levaram a ter determinadas
ações;
• Punição: refere-se à responsabilização objetiva do agente público pelos seus atos.
Letra c.

009. (QUADRIX/CFO/ADMINISTRADOR/2020) No que concerne à governança, à governabi-


lidade, à accountability, à transparência e à qualidade na Administração Pública, a processos
participativos de gestão pública, à gestão por resultado na produção de serviços públicos e ao
Plano Diretor de Reforma do Aparelho do Estado, julgue o item.
A accountability pode ser compreendida como a possibilidade de responsabilização dos maus
gestores por atos praticados com inobservância da legislação ou do interesse público.

A accountability pode ser entendida como uma maior responsabilidade objetiva dos agentes,
ou seja, um maior compromisso de um indivíduo (ou organização) diante dos outros interes-
sados (a sociedade).
Certo.

010. (IBFC/TRE-PA/ANALISTA JUDICIÁRIO/2020) No que se refere à “accountability”, anali-


se as afirmativas abaixo e dê valores Verdadeiro (V) ou Falso (F):

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( ) A accountability tem ligação estreita com a democracia, pois não há como se exigir
prestação de contas e nem responsabilização, em regimes ditatoriais.
( ) Promover transparência, responsabilidade e prestação de contas é uma prática da ac-
countability.
( ) A Constituição Federal de 1988 não promoveu a participação social na gestão pública.

Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta de cima para baixo.


a) V, V, V
b) V, V, F
c) V, F, V
d) F, F, V

I – Verdadeiro. A afirmação é de Anna Maria Campos (apud Caprio, 2017):14

Anna Maria Campos destaca, ainda, que accountability tem ligação estreita com a democracia, pois
não há como se exigir prestação de contas, nem responsabilização, em regimes ditatoriais.

II – Verdadeiro. Vimos que a accountability compreende responsabilização, prestação de con-


tas, fiscalização e punição.
III – Falso. Mais uma vez, a base é uma citação da autora Caprio (2017):

É sabido que a Constituição Federal de 1988 deu grande amplitude à participação social na gestão
pública. Em seu artigo 37, caput, instituiu os princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade,
publicidade e eficiência. Mas não foi só. Esta Carta Constitucional introduziu os conselhos munici-
pais, o orçamento participativo, o plebiscito, a ação popular e ainda fortaleceu o Ministério Público
e os Tribunais de Contas.
Letra b.

011. (IBADE/PREFEITURA DE VILA VELHA/ANALISTA PÚBLICO DE GESTÃO/ADMINIS-


TRAÇÃO/2020) A “capacidade de prestar contas” ou “capacidade de se fazer transparente” é
expresso pelo termo:
a) management.
b) Ishikawa.
c) gestão.
d) compliance.
e) accountability.

14
CAPRIO, F. C. Aplicação de accountability na administração pública brasileira. Revista estratégia marketing polí-
tico, São Paulo, p. 60-62, 1º jul. 2017.

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No contexto da administração pública, a accountability é um termo que está relacionado com


a prestação de contas e responsabilização dos agentes públicos.
Sobre as letras “a” e “c”, management é o termo em inglês para “gestão” e vice-versa.
Sobre a letra “b”, Ishikawa foi o desenvolvedor do diagrama de Ishikawa ou espinha de pei-
xe. Trata-se de uma ferramenta utilizada para o levantamento e compreensão das causas e
seus efeitos.
Sobre a letra “d”, compliance é um termo que está fortemente vinculado com a capacidade de
agir em conformidade com as normas e regulamentos.
Letra e.

012. (FGV/DPE-RJ/TÉCNICO SUPERIOR ESPECIALIZADO/ADMINISTRAÇÃO DE EMPRE-


SAS/2019) A existência de eleições livres e justas é um dos elementos essenciais para a de-
mocracia de um país. É por meio delas que o povo adquire o poder de expressar sua satisfação
ou insatisfação com a atuação de seus governantes e as políticas públicas executadas.
Nesse sentido, o mecanismo representado pelo voto, por meio do qual a população exerce
controle sobre os seus governantes, é conhecido como:
a) governança;
b) governabilidade;
c) accountability vertical;
d) accountability horizontal;
e) gestão top-down.

Vamos rever nosso esquema:

Accountability Accountability Accountability


vertical horizontal societal
Ação entre iguais
Ação entre Origina-se da
ou entre entes
desiguais sociedade
autônomos

Ex.: “freios e
Ex.: plebiscito, Ex.: associações,
contrapesos” e
referendo, voto, movimentos e
órgãos
ação popular mídia
controladores

Letra c.

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013. (FUNDEP/PREFEITURA DE LAGOA SANTA/ANALISTA/ADMINISTRATIVO/2019) Con-


siderando o eixo da gestão pública e seu objetivo de trabalhar em favor do interesse público,
analise a definição a seguir.
Pode ser entendido(a) como o conjunto de mecanismos e procedimentos que induzem os ges-
tores públicos a prestar contas dos resultados de suas ações à sociedade, garantindo-se des-
sa forma maior nível de transparência e exposição social das políticas públicas. Quanto maior
a possibilidade e a capacidade de os cidadãos poderem discernir se os governantes estão
agindo em função do interesse da coletividade e sancioná-lo apropriadamente, mais alinhado
a esse conceito é o governo.
A qual conceito o parágrafo se refere?
a) Accountability
b) Poder vinculado
c) Consórcio público
d) Auditoria governamental

Accountability é o conjunto de mecanismos e procedimentos que levam os decisores governa-


mentais a prestarem contas dos resultados de suas ações, garantindo-se maior transparência
e a exposição das políticas públicas.
b) Errada. Poder vinculado é conceito que faz parte do Direito Administrativo. Em suma, os
atos originários do poder vinculado são aqueles praticados margem mínima ou quase nula de
discricionariedade. Um exemplo é o fornecimento de uma certidão: o cidadão solicita, a Admi-
nistração fornece. Simples assim!
c) Errada. Temos mais um instituto do Direito Administrativo. Consórcios públicos são associa-
ções públicas ou civis, respectivamente, com a personalidade de direito público ou de direito
privado, formadas exclusivamente por pessoas jurídicas políticas (União, Estados, Distrito Fe-
deral ou Municípios), criadas ou autorizadas mediante lei, para a gestão associada de serviços
públicos.
d) Errada. Auditoria governamental consiste no conjunto de técnicas que visa avaliar a gestão
pública, pelos processos e resultados gerenciais, e a aplicação de recursos por entidade de
direito público e privado.
Letra a.

014. (IBFC/PREFEITURA DE CRUZEIRO DO SUL/AUDITOR MUNICIPAL/CONTROLE INTER-


NO/2019) O termo “Accountability”, da língua inglesa é muito utilizado no Brasil e tem várias
traduções e significados. Na administração pública brasileira, o termo aparece em normas e
manuais. No tocante à administração pública brasileira, assinale a alternativa correta que apre-
senta o significado exato da palavra.

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a) Contabilização e Tomada de Decisão


b) Contabilização e Responsabilização
c) Prestação de Contas e Responsabilização
d) Prestação de Contas e tomada de decisão

No contexto da administração pública, a accountability é um termo que está relacionado com


a prestação de contas e responsabilização dos agentes públicos.
Letra c.

015. (INSTITUTO EXCELÊNCIA/PREFEITURA DE TAUBATÉ/AUDITOR CHEFE/2019) Um


dos principais mecanismos de controle na accountability vertical se dá por meio do(a):
a) Voto e das eleições.
b) Institucionalização de poderes com autoridade legal.
c) Ferramentas não institucionais, como a mídia (rádio e televisão).
d) Tribunal de Contas de União.

Mais uma questão que podemos resolver com o nosso esquema em mente:

Accountability Accountability Accountability


vertical horizontal societal
Ação entre iguais
Ação entre Origina-se da
ou entre entes
desiguais sociedade
autônomos

Ex.: “freios e
Ex.: plebiscito, Ex.: associações,
contrapesos” e
referendo, voto, movimentos e
órgãos
ação popular mídia
controladores

Letra a.

016. (CS UFG/SANEAGO/ANALISTA/ADMINISTRADOR/2018) O conjunto de mecanismos


e procedimentos que levam os decisores governamentais a prestar contas dos resultados de
suas ações, garantindo maior transparência e exposição das políticas públicas, é chamado de
a) accountability.
b) governabilidade.
c) feedback.
d) governança.

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A expressão accountability se refere à capacidade de se prestar contas, de se fazer transparen-


te. Na gestão pública, o termo possui uma perspectiva ampla, surgindo como um instrumento
a serviço da manutenção dos ideais democráticos de um país, controlando tanto os processos
como os resultados a serem alcançados.
b) Errada. A governabilidade se refere às condições substantivas ou materiais de exercício
do poder e de legitimidade do Estado – condições sistêmicas e institucionais. É a capacidade
política de governar, ou seja, é a análise da situação geral, é a análise de cenário do governo
(favorável ou desfavorável).
c) Errada. Chamamos de feedback o processo de responder ou comentar, informando uma
pessoa ou setor sobre a percepção em relação a uma ação executada, sua postura ou mesmo
seu desempenho.
d) Errada. A governança envolve estruturar, a prática das ações. Assim, refere-se à capacidade
técnica do governo.
Letra a.

017. (FGV/CGM-NITERÓI/AUDITOR MUNICIPAL DE CONTROLE INTERNO/CONTROLADO-


RIA/2018) A Administração Gerencial, após se difundir pelos principais países do Ocidente,
ganhou força no Brasil no final do século passado, deixando para trás um período marcado
pela forte presença da burocracia na Administração Pública.
O advento da administração gerencial trouxe à tona o conceito da accountability. O conceito de
accountability está relacionado à ideia de que
a) o agente público deve prestar contas e se responsabilizar por suas ações.
b) o processo deve ser priorizado em relação ao resultado.
c) o desenvolvimento econômico está atrelado ao sigilo das informações governamentais.
d) o Estado deve ter uma orientação empreendedora e garantir os serviços básicos para
os cidadãos.
e) os limites entre o patrimônio público e privado são reduzidos.

Um dos pressupostos da reforma gerencial de 1995 era a afirmação de que a governabilidade


nos regimes democráticos dependeria, dentre outros fatores, da existência de mecanismos de
responsabilização (accountability) dos políticos e burocratas perante a sociedade.
Assim, a ideia central de accountability é a prestação de contas e a responsabilização dos
agentes públicos por suas ações.
Letra a.

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018. (FGV/TJ-SC/ANALISTA/ADMINISTRATIVO/2018) Após quatro anos de uma gestão in-


satisfatória do prefeito do município “W”, conhecido pelo slogan “rouba, mas faz”, a população
decide votar no candidato da oposição na eleição seguinte.
A atitude da população do município “W” representa um exemplo de aplicação de:
a) accountability vertical;
b) plebiscito;
c) controle interno;
d) ação popular;
e) tutela universal.

A accountability vertical ocorre quando a sociedade fiscaliza os políticos, através do próprio


voto, referendo ou plebiscito. É vertical, pois pressupõe desigualdade.
b) Errada. Traz um exemplo de accountability vertical. No entanto, não se refere à descrição do
enunciado.
c) Errada. É um exemplo de accountability horizontal.
d) Errada. Também é um exemplo de accountability vertical.
e) Errada. É muito ampla, não sendo possível incluí-la em nenhum dos tipos de accountability.
Letra a.

019. (CS UFG/CM GYN/ASSESSOR TÉCNICO LEGISLATIVO/ADMINISTRADOR/2018) Qual


é o conjunto de mecanismos e de procedimentos que levam os decisores governamentais a
prestar contas dos resultados de suas ações, garantindo maior transparência e exposição pú-
blica das políticas públicas?
a) Governança.
b) Governabilidade.
c) Política fiscal.
d) Accountability.

Mais uma vez, a accountability é um termo em inglês com um significado muito direto na cultu-
ra norte-americana – prestação de contas, praticada nos diversos níveis de hierarquia, relacio-
nado ao profissionalismo e competência profissional.
a) Errada. A governança é a maneira pela qual o poder é exercido na administração dos recur-
sos sociais e econômicos de um país visando o desenvolvimento.
b) Errada. A governabilidade é a capacidade de o Estado se relacionar entre os seus Poderes e
com a sociedade, considerando a legitimidade para governar.
c) Errada. A política fiscal é conceito da Economia relacionado à Política Monetária, relaciona-
do à adequação dos gastos públicos com foco no desenvolvimento responsável do país.
Letra d.

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020. (VUNESP/PREFEITURA DE SP/ANALISTA DE POLÍTICAS PÚBLICAS E GESTÃO GO-


VERNAMENTAL/2015) A adoção do modelo de governança tem sido identificada em vários
países ocidentais nos últimos anos. A respeito desse modelo, é correto afirmar que
a) a ideia e os modelos de governança nascem como consequência do fortalecimento da atu-
ação e presença do Estado.
b) governança é a gestão compartilhada e interinstitucional que envolve o setor público, o setor
produtivo e o terceiro setor.
c) governança é um conjunto de operações construídas para criar condições para a interação
entre Estado e movimentos sociais.
d) a ideia de governança pode ser traduzida pela participação social formal nas instâncias re-
conhecidas pela Lei Orgânica do Município.
e) governança pode ser definida como a promoção de políticas intersetoriais, envolvendo dife-
rentes secretarias do Município.

Conforme Paludo (2013),15 governança pública é compreendida como a capacidade de gover-


nar, capacidade de decidir e implementar políticas públicas que atendam às necessidades da
população.
Ainda, de acordo com Kissler (2006)16, “governança é a capacidade financeira e administrativa,
em sentido amplo, de um governo implementar políticas”.
Vimos que a governança se relaciona com a competência técnica, que abrange as capacida-
des gerencial, financeira e técnica propriamente dita, e tem nos agentes públicos, em sentido
amplo, e nos servidores públicos, em sentido estrito, a sua fonte de origem.
Assim, a partir do conceito de governança apontado pelos autores acima, vamos analisar as
alternativas:
a) Errada. A governança pública surge da necessidade de a gestão pública ter a capacidade
de solução de problemas. Sob a ótica da ciência política, a governança pública está associada
a uma mudança na gestão política. Trata-se de uma tendência para se recorrer cada vez mais
à autogestão nos campos social, econômico e político, e a uma nova composição de formas
de gestão daí decorrentes.
b) Certa. Para que ocorra a capacidade de implementar políticas públicas, o Estado sozinho
não tem condições de fazer a gerência e execução das políticas públicas. Com as reformas ad-
ministrativas, surge a ideia das parcerias entre o setor público e o setor privado para melhorar
a governança pública. De fato, a governança é a gestão compartilhada entre o setor público,
setor produtivo (mercado) e o terceiro setor (Organizações Sociais e Oscips, por exemplo).

15
PALUDO, A. V. Administração pública. Rio de Janeiro: Elsevier, 2013.
16
KISSLER, L. Governança pública: novo modelo regulatório para as relações entre Estado, mercado e sociedade.
Revista da Administração Pública, Rio de Janeiro, v. 40, n. 3, p. 479-499, Maio/Jun. 2006.

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c) Errada. Como comentamos anteriormente, a governança é a capacidade de implementar


políticas públicas e envolve a interação entre o setor público, setor privado e terceiro setor.
d) Errada. Esse não é conceito do modelo de governança, como já enfatizamos.
e) Errada. Como já comentamos, governança envolve a capacidade de implementar políticas
públicas. Para que isso ocorra, não envolve somente as secretarias municipais que represen-
tam o setor público, mas envolve também o terceiro setor e o setor produtivo (mercado). A
governança contempla a possibilidade de múltiplas participações e parcerias intra e interorga-
nizacionais na tomada de decisão e na implementação/controle das políticas públicas, geran-
do corresponsabilidade.
Letra b.

021. (VUNESP/SP/AUDITOR MUNICIPAL DE CONTROLE INTERNO/CORREIÇÃO/2015) O


conceito de governança nas organizações públicas refere-se à forma como o aparelho do Estado
exerce suas funções e à qualidade do exercício do poder no atendimento às demandas dos
cidadãos. Do ponto de vista político, portanto, a governança na Administração Pública deve ter
como uma de suas referências a
a) eficácia no atingimento dos resultados.
b) eficiência no uso dos recursos.
c) responsabilização pela gestão financeira.
d) primazia de ações assistencialistas.
e) democracia participativa.

Como vimos, a governança pública é compreendida como a capacidade de governar, capaci-


dade de decidir e implementar políticas públicas que atendam às necessidades da população.
Ainda, é a capacidade financeira e administrativa, em sentido amplo, de um governo implemen-
tar políticas. Está relacionada com a competência técnica, que abrange a competência geren-
cial, financeira e técnica. A governança está presente no Estado quando seu governo tem as
condições financeiras e administrativas para transformar em realidade as decisões que toma.
Osborne (2010)17 afirma que governança não é uma expressão recente, pois o termo traz consi-
go uma notória bagagem teórica e/ou ideológica. Segundo esse autor, os críticos diferenciam
três escolas de governança na literatura:
• Governança corporativa – focada nos sistemas internos e processos que orientam o
rumo e accountability das organizações;
• “Boa” governança – associada a elaboração de manuais e códigos de governança;
• Governança pública – relacionada com a participação da sociedade no processo de
implementação de políticas públicas e de melhoria da prestação de serviços públicos.
Letra e.
17
OSBORNE, S. P. The (new) public governance: a suitable case for treatment? In: OSBORNE, Stephen P. (Ed.). The new
public governance: emerging perspectives on the theory and practice of public governance. Abingdon: Routledge, 2010.

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022. (VUNESP/PREFEITURA DE SP/ANALISTA/2015) A gestão pública contemporânea


pressupõe que o processo decisório governamental não deva se restringir às organizações
públicas, mas deva considerar também os atores não estatais que interagem no ambiente do
chamado Estado-rede e influenciam, direta e indiretamente, as ações desenvolvidas. O nome
do conceito relacionado à essa dinâmica apresentada é
a) governança pública.
b) governabilidade.
c) spoil system.
d) accountability.
e) responsividade.

A governança pública é a capacidade de governar, capacidade de decidir e implementar polí-


ticas públicas. O Caderno da MARE ensina que essa governança pode ser alcançada com um
Estado mais forte, embora menor.
A governança envolve o modo como o governo se organiza para prestar serviços a sociedade
e não se restringe apenas as organizações públicas, mas também aos atores não estatais que
prestam serviços públicos.
b) Errada. A governabilidade não está associada ao conceito trazido na questão, pois se refere
ao poder político em si, que deve ser legítimo e contar com o apoio da sociedade. A governabi-
lidade é a capacidade política de governar derivada da relação de legitimidade do Estado e de
seu governo com a sociedade.
c) Errada. É uma prática na qual um partido político, depois de ganhar uma eleição, dá cargos
no governo para seus apoiadores, como retribuição ao apoio dado na eleição e um incentivo
para continuar trabalhando pelo partido. Prática comum no Brasil devido ao processo eleitoral
característico do nosso presidencialismo.
d) Errada. A accountability é a capacidade do sistema político de prestar contas de suas pro-
cessas ao cidadão. Trata-se de uma responsabilização.
e) Errada. Responsividade está relacionada ao conceito de accountability.
Letra a.

023. (VUNESP/UFABC/ADMINISTRADOR/2019) Nos últimos anos, o setor público brasileiro


tem passado por transformações quanto à sua Governança. Assinale a alternativa que apre-
senta características típicas da Governança no contexto da área pública.
a) Prover aos cidadãos dados e informações de qualidade; garantir a qualidade e a efetividade
dos serviços prestados aos cidadãos; definir claramente processos, papéis, responsabilidades
e limites de poder.

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b) Implementar mudanças tecnológicas no sentido de reduzir o tempo e aumentar a qualidade


dos serviços públicos; treinar esporadicamente os funcionários públicos; focar em resultados
e não em processos.
c) Definir estruturas coerentes, ágeis e flexíveis nos órgãos públicos; implementar Conselhos
com membros da sociedade civil, empresas e governo; reduzir os controles para o alcance de
resultados aos cidadãos.
d) Favorecer os diálogos com outros setores da sociedade; construir parcerias tendo em vista
a satisfação dos cidadãos; reduzir a pressão por dados do processo e do controle de forma a
focar nos resultados.
e) Prestar serviços de qualidade aos cidadãos; apresentar, de forma transparente, as contas e
os gastos efetuados; manter dados sigilosos com o intuito de proteger os interesses setoriais.

Vimos que, segundo o Código das Melhores Práticas de Governança Corporativa, os princípios
básicos de governança corporativa devem permear, em maior ou menor grau, todas as práticas
da organização, e sua adequada adoção resulta em um clima de confiança tanto internamente
quanto nas relações com terceiros. São eles:
• Transparência (disclosure): consiste no desejo de disponibilizar para as partes interes-
sadas as informações que sejam de seu interesse e não apenas aquelas impostas por
disposições de leis ou regulamentos. Não deve restringir-se ao desempenho econô-
mico-financeiro, contemplando também os demais fatores (inclusive intangíveis) que
norteiam a ação gerencial e que conduzem à preservação e à otimização do valor da
organização;
• Equidade (fairness): caracteriza-se pelo tratamento justo e isonômico de todos os só-
cios e demais partes interessadas (stakeholders), levando em consideração seus direi-
tos, deveres, necessidades, interesses e expectativas;
• Prestação de contas (accountability): os agentes de governança devem prestar con-
tas de sua atuação de modo claro, conciso, compreensível e tempestivo, assumindo
integralmente as consequências de seus atos e omissões e atuando com diligência e
responsabilidade no âmbito dos seus papéis;
• Responsabilidade corporativa (compliance): os agentes de governança devem zelar pela
viabilidade econômico-financeira das organizações, reduzir as externalidades negativas
de seus negócios e suas operações e aumentar as positivas, levando em consideração,
no seu modelo de negócios, os diversos capitais (financeiro, manufaturado, intelectual,
humano, social, ambiental, reputacional etc.) no curto, médio e longo prazos.
Vamos à análise das alternativas:
a) Certa. Vai ao encontro dos princípios elencados.
b) Errada. O treinamento precisa ser constante e contínuo.
c) Errada. Perceba que o controle fica cada vez mais acentuado.
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d) Errada. Novamente, é preciso ficar claro que o controle está cada vez maior, bem como a
disponibilização de dados por parte dos governantes e gestores.
e) Errada. Em regra, todos os dados serão públicos ao público em geral.
Letra a.

024. (INSTITUTO AOCP/IBGE/ANALISTA CENSITÁRIO/PLANEJAMENTO E GESTÃO/2019)


Na busca por adequar a evolução da administração e atender aos interesses dos diversos pú-
blicos que se relacionam com a empresa, os administradores aplicam um conceito que requer
maior comprometimento de todos – direção e funcionários – entre si e para com os resultados
esperados pela empresa. Qual é esse conceito?
a) Governança corporativa.
b) Visão empreendedora.
c) Administração virtual.
d) Gestão participativa.
e) Autogestão.

Vejamos o conceito de governança corporativa, segundo o Instituto Brasileiro de Governança


Corporativa (IBGC):

Governança corporativa é o sistema pelo qual as empresas e demais organizações são dirigidas,
monitoradas e incentivadas, envolvendo os relacionamentos entre sócios, conselho de administra-
ção, diretoria, órgãos de fiscalização e controle e demais partes interessadas. As boas práticas de
governança corporativa convertem princípios básicos em recomendações objetivas, alinhando inte-
resses com a finalidade de preservar e otimizar o valor econômico de longo prazo da organização,
facilitando seu acesso a recursos e contribuindo para a qualidade da gestão da organização, sua
longevidade e o bem comum.

Voltando ao enunciado, esse afirma o seguinte: “(…) um conceito que requer maior compro-
metimento de todos – direção e funcionários – entre si e para com os resultados esperados
pela empresa”.
Refere-se, portanto, ao conceito de governança corporativa.
b) Errada. Característica de quem tem visão de mercado, do negócio, enxerga antecipadamen-
te as oportunidades, tem noções de gestão e capacidade de liderança.
c) Errada. Refere-se à administração baseada no uso de tecnologia da informação, possibili-
tando a transmissão de dados em tempo real e novas formas de prestação de serviço.
d) Errada. É um modelo atual de gestão que enfatiza a participação das pessoas em todo o pro-
cesso. Os resultados são compartilhados, há uma maior flexibilidade, mas também crescem
os níveis de responsabilidade.

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e) Errada. Modelo de gestão em que todos participam diretamente das decisões administrati-
vas em igualdade de condições.
Letra a.

025. (INSTITUTO AOCP/IBGE/ANALISTA CENSITÁRIO/2019) Na formulação de modelos de


governança para a administração pública, é recomendável que se observem princípios e dire-
trizes de reconhecida aplicação internacional. Assinale a alternativa que apresenta uma das
funções pretendidas com a aplicação coordenada e contextualizada desses princípios para
uma boa governança.
a) Ter preceitos mais práticos para que a atuação do agente público se mantenha centrada no
cidadão e no cumprimento cada vez mais fiel da missão política.
b) Servir como um dos arcabouços determinantes das ações esperadas dos contribuintes em
seu relacionamento como ator principal e mandatário do agente público.
c) Representar o cidadão contribuinte junto à administração pública no exercício de seus direi-
tos e deveres prezando pela cidadania e solidariedade.
d) Posicionar os ocupantes de cargos eletivos nas atividades de preservação dos mandatos
conquistados junto ao seu eleitorado de forma efetiva.
e) Estabelecer as relações administrativas nas variadas esferas e instâncias do exercício da
função pública, visando ao atendimento dos grupos dominantes.

O Guia da política de governança pública do Governo Federal (2018)18 traz uma série de concei-
tos sobre os princípios e diretrizes de governança. Vejamos um trecho:

Nesse sentido, a primeira função pretendida para os princípios e diretrizes de governança é servir
como um elemento de conexão entre esses princípios constitucionais e a atuação do agente pú-
blico. Dessa forma, pretende-se que este tenha preceitos mais práticos para que sua atuação se
mantenha centrada no cidadão e no cumprimento cada vez mais fiel de sua missão pública. (Grifos
nossos).

b) Errada. Não há esse conceito no guia da política de governança pública do Governo Federal
e também não faz sentido essa relação de “mandatório” do agente público.
c) Errada. Os princípios e diretrizes de governança servem como um elemento de conexão en-
tre os princípios constitucionais e a atuação do agente público, e não somente como elemento
de representação do cidadão.
d) Errada. Os princípios e diretrizes de governança não visam a preservação de manda-
tos eletivos.

18
Guia da política de governança pública. Casa Civil da Presidência da República. Brasília: Casa Civil da Presidên-
cia da República, 2018.

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e) Errada. Está centrado no atendimento do cidadão, e não dos grupos dominantes.


Letra a.

026. (FCC/TRT-21ª REGIÃO/TÉCNICO JUDICIÁRIO/2017) Os conceitos de governança e go-


vernabilidade, embora não coincidentes, são indissociáveis e complementares, sendo aplica-
dos, cada qual, em diferentes contextos. Nesse sentido, considere:
I – Governança, em uma de suas acepções, representa o modo como as organizações são
administradas e controladas e como interagem com as partes interessadas.
II – Governabilidade refere-se às condições substantivas do exercício do poder e legitimidade
do governo, derivada da relação com a sociedade.
III – Governança e governabilidade podem ser fundidas em um único metaconceito, correspon-
dente a accountability, própria dos governos democráticos.
Está correto o que consta APENAS em
a) I e II.
b) III.
c) I e III.
d) II e III.
e) II.

Governança é o sistema pelo qual as empresas e demais organizações são dirigidas, monito-
radas e incentivadas, envolvendo os relacionamentos entre sócios, conselho de administração,
diretoria, órgãos de fiscalização e controle e demais partes interessadas.
Governabilidade refere-se às próprias condições substantivas e materiais de exercício do po-
der e de legitimidade do Estado e do seu governo derivadas da sua postura diante da socieda-
de civil e do mercado.
Accountability refere-se ao dever de prestar contas do cumprimento de atividades a um orga-
nismo de controle, parlamento ou sociedade.
Em suma, temos:
• Governabilidade: legitimidade;
• Governança: implementação de políticas públicas;
• Accountability: prestar contas.
Logo, está correto o que consta APENAS em I e II.
Letra a.

027. (FCC/ARTESP/ESPECIALISTA EM REGULAÇÃO DE TRANSPORTE/ADMINISTRA-


ÇÃO/2017) Os modelos e as práticas de Governança Corporativa foram desenvolvidos para
atender a problemas específicos, em um contexto próprio, e diversas ressalvas devem ser
consideradas quanto a sua generalização, principalmente no setor público. No modelo de Tim-

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mers, a criação de proteção para alcançar os objetivos públicos é a meta da governança no


setor governamental. A accountability está inserida neste modelo no elemento:
a) Supervisão.
b) Administração.
c) Controle.
d) Prestação de contas.
e) Corregedoria.

Dentre os princípios básicos de governança corporativa, temos a prestação de contas (accou-


ntability). Os agentes de governança devem prestar contas de sua atuação de modo claro, con-
ciso, compreensível e tempestivo, assumindo integralmente as consequências de seus atos e
omissões e atuando com diligência e responsabilidade no âmbito dos seus papéis.
Letra d.

028. (FCC/TRT-24ª REGIÃO/ANALISTA JUDICIÁRIO/2017) Nos últimos anos, diferentes


conceitos, alguns oriundos da iniciativa privada, passaram a permear a atuação da Administra-
ção Pública, entre eles:
I – Governança, que é sinônimo de governabilidade, e corresponde à legitimidade política.
II – Eficiência, relacionada com o uso racional e econômico dos insumos na produção de bens
e serviços.
III – Efetividade, que diz respeito ao impacto final das ações e ao grau em que atinge os resul-
tados almejados pela sociedade.
Está correto o que se afirma APENAS em
a) II e III.
b) I e II.
c) I e III.
d) III.
e) II.

I – Errado. Os termos não são sinônimos. A legitimidade política diz respeito à governabilidade,
e não à governança.
II – Certo. Eficiência é o uso racional e econômico dos insumos na produção de bens e serviços.
III – Certo. Efetividade é o impacto final das ações, ou seja, o grau de satisfação das necessi-
dades e dos desejos da sociedade pelos serviços prestados pela instituição.
Letra a.

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029. (FCC/ARTESP/ESPECIALISTA EM REGULAÇÃO DE TRANSPORTE/ADMINISTRAÇÃO


DE EMPRESAS/2017) Os modelos e as práticas de Governança Corporativa foram desenvol-
vidos para atender a problemas específicos, em um contexto próprio, e diversas ressalvas de-
vem ser consideradas quanto a sua generalização, principalmente no setor público. No modelo
de Timmers, a criação de proteção para alcançar os objetivos públicos é a meta da governança
no setor governamental.
A accountability está inserida neste modelo no elemento:
a) Supervisão.
b) Administração.
c) Controle.
d) Prestação de contas.
e) Corregedoria.

Mais uma questão que pode ser resolvida considerando o simples conceito de accountability.
A expressão “accountability” se refere à capacidade de se prestar contas, de se fazer transpa-
rente. Na gestão pública, o termo possui uma perspectiva ampla, surgindo como um instrumento a
serviço da manutenção dos ideais democráticos de um país, controlando tanto os processos
como os resultados a serem alcançados.
Letra d.

030. (FCC/ARTESP/ESPECIALISTA EM REGULAÇÃO DE TRANSPORTE/ADMINISTRAÇÃO


DE EMPRESAS/2017) O modelo de referência para estudo e análise de “governo eletrônico”
considera que o relacionamento entre os atores e as etapas do processo reflete o grau de inter-
venção deles em seus diversos momentos de construção. Neste modelo, os principais atores
são: “alta cúpula do governo”, “alta cúpula local” e “equipe técnica”. A “alta cúpula local” possui
forte intensidade de relação nas etapas de
a) concepção de projetos e avaliação e controle.
b) elaboração de políticas e avaliação e controle.
c) concepção de projetos e implantação de projetos.
d) implantação de projetos e operação de projetos.
e) elaboração de políticas e implantação de projetos.

A questão se baseia na publicação “O governo eletrônico no Brasil: perspectiva histórica a partir


de um modelo estruturado de análise”, de Eduardo Henrique Diniz, Alexandre Fernandes Barbo-
sa, Alvaro Ribeiro Botelho Junqueira e Otavio Prado, da RAP, jan./fev. 2009.
O modelo proposto considera três níveis principais de atores, sugerindo uma interação colabo-
rativa e sinérgica nas etapas de implementação de um programa de e-Gov:

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• Alta cúpula de governo – a alta cúpula do nível estratégico do governo, representada


pelos entes responsáveis pela concepção das diretrizes e políticas públicas do governo,
é formada por atores de alta representatividade e alta projeção na esfera em que atu-
am e com poder político elevado. Embora sejam em sua maioria atores da área gover-
namental, também é comum encontrar representantes de organizações privadas e da
sociedade civil;
• Alta cúpula local – a alta cúpula local é composta de dirigentes de instituições ou de
nível executivo ligadas às áreas-fim e áreas-meio da administração pública. São geral-
mente bastante envolvidos no processo de concepção e acompanhamento dos projetos
de governo eletrônico e representam o nível intermediário, responsável pelo encaminha-
mento das pendências dos grupos técnicos implementadores;
• Equipe técnica – representa a equipe que detém os conhecimentos técnicos para de-
talhamento e implementação do projeto, tanto da área de TIC quanto da de negócios.
As empresas de processamento de dados governamentais, assim como técnicos de
órgãos públicos e especialistas da sociedade civil, geralmente compõem esse grupo.
Os autores apresentam um quadro de intensidade da relação dos atores nas diferentes etapas:

ETAPAS DO PROCESSO

ATORES Operação e
Elaboração Concepção Implantação Avaliação
manutenção
de políticas de projetos de projetos e controle
de projetos

Alta
cúpula de Forte Média Fraca Fraca Forte
governo

Alta
cúpula Média Forte Média Fraca Forte
local

Equipe
Fraca Média Forte Forte Média
técnica

Assim, a “alta cúpula local” possui forte intensidade de relação nas etapas de concepção de
projetos e avaliação e controle.
Letra a.

031. (FCC/DPE-AM/ANALISTA EM GESTÃO/ADMINISTRAÇÃO/2018) Os conceitos de go-


vernança e de accountability, quando aplicados às organizações públicas, dizem respeito, entre
outros aspectos, respectivamente,

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a) capacidade de implementar políticas públicas e responsabilização dos agentes públicos.


b) organograma representativo do conjunto de instituições que governam e indicadores de
desempenho fiscal.
c) índices de aprovação popular ou social e prestação de contas ao cidadão.
d) poder formal, outorgado com base na legislação e poder efetivo, decorrente da legitimidade
junto à sociedade.
e) sistema de freios e contrapesos entre os diferentes Poderes e gestão por resultados.

Sobre o conceito de governança, é a capacidade que um determinado governo tem para formu-
lar e implementar as suas políticas – regulação de transações e operacionalização de soluções.
Sobre o conceito de accountability, refere-se à capacidade de se prestar contas, de se fazer
transparente.
Letra a.

032. (FCC/PREFEITURA DE MACAPÁ-AP/ANALISTA EM GESTÃO/ADMINISTRADOR/2018)


No que concerne aos conceitos de Governança e accountability em organizações públicas,
tem-se que:
I – Accountability diz respeito à prestação de contas aos cidadãos e responsabilização dos
agentes públicos.
II – Governança representa um aspecto instrumental da governabilidade e envolve os arranjos
institucionais para implementação de políticas públicas.
III – Ambos os conceitos são aspectos da atuação do poder público, a governança de natureza
política, e accountability de natureza contábil.
Está correto o que se afirma APENAS em
a) I e III.
b) I e II.
c) III.
d) II.
e) I.

I – Certo. Pela accountability, os agentes de governança devem prestar contas de sua atuação
de modo claro, conciso, compreensível e tempestivo, assumindo integralmente as consequ-
ências de seus atos e omissões e atuando com diligência e responsabilidade no âmbito dos
seus papéis.
II – Certo. A governança é a capacidade que um determinado governo tem para formular e im-
plementar as suas políticas – regulação de transações e operacionalização de soluções. Logo,
item II correto.

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III – Errado. Inexistindo essa relação proposta.


Letra b.

033. (FCC/DPE-AM/ASSISTENTE TÉCNICO DE DEFENSORIA/ASSISTENTE TÉCNICO AD-


MINISTRATIVO/2018) Ao influxo da Reforma do Aparelho do Estado, implementada em me-
ados dos anos 1990, buscava-se um novo paradigma para a atuação da Administração públi-
ca, com a aplicação de conceitos como o de accountability, que, em uma de suas acepções
correntes,
a) significa a governança, entendida como o relacionamento entre todos os agentes públicos
envolvidos.
b) é sinônimo de governabilidade, correspondendo às próprias condições de exercício do poder.
c) corresponde ao denominado orçamento por resultados, vinculado a ações estratégicas.
d) significa obrigação de prestar contas, respondendo por uma responsabilidade outorgada.
e) significa a somatória de ações estratégicas, metas e indicadores fixados para melhoria dos
serviços públicos.

A expressão “accountability” se refere à capacidade de se prestar contas, de se fazer


transparente.
A accountability, de um lado, pressupõe a conformidade da organização às leis que regulam
suas atividades e, de outro lado, o desempenho ou performance aderente às expectativas e
aos desejos da sociedade como um todo. Ou seja, pelo instrumento da accountability, tem-se a
obrigação de governante prestar contas dos seus atos com transparência suficiente para que
a sociedade, sob a análise da conformidade e do desempenho, possa avaliar a sua gestão e,
em razão disso, ratificá-la ou refutá-la.
As demais alternativas possuem conceituações próprias, descritas de forma correta, mas que
não definem a accountability.
Letra d.

034. (FCC/SEAD-AP/ASSISTENTE ADMINISTRATIVO/2018) Desde a reforma gerencial, que


se consolidou nos anos de 1990, a Administração pública passou, cada vez mais, a pautar-se
pela busca da excelência e, nesse contexto, um dos conceitos aplicáveis é o de accountability,
que, em sua acepção corrente, está relacionado
a) ao aumento de produtividade no setor público, com redução de custos.
b) à transparência e prestação de contas pela Administração em relação às suas ações.
c) à aplicação das regras de contabilidade privada aos orçamentos públicos.
d) à remuneração dos servidores baseada em resultados e cumprimento de metas.
e) ao gerenciamento de serviços públicos por entidades privadas sem fins lucrativos.

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A accountability é o conjunto de mecanismos e de procedimentos que levam os decisores go-


vernamentais a prestar contas dos resultados de suas ações, garantindo maior transparência
e exposição pública das políticas públicas.
As demais alternativas apresentam algumas características adotadas no modelo de adminis-
tração pública gerencial, sem, no entanto, possuírem relação direta com o conceito de ac-
countability.
Letra b.

035. (FCC/PREFEITURA DE RECIFE/ANALISTA DE GESTÃO ADMINISTRATIVA/2019) Com


o advento do modelo de Administração pública gerencial, o cidadão passou a ser o foco da
atuação administrativa. Nesse cenário, alguns conceitos ganharam ênfase no setor público,
como o de accountability, diretamente ligado à
a) governabilidade, consistindo no funcionamento pleno e harmônico das instituições públi-
cas, assegurando os direitos dos cidadãos.
b) transparência, correspondendo à obrigação de prestação de contas, pelos agentes públicos,
dos resultados das ações governamentais.
c) sustentabilidade financeira das ações públicas, notadamente a forma como são geridos os
recursos oriundos da sociedade.
d) governança, correspondendo à relação instrumental entre os diversos agentes envolvidos
na atuação administrativa, inclusive aqueles do setor privado.
e) responsabilidade fiscal, significando o pleno cumprimento de metas preestabelecidas pelo
Governo em seu planejamento orçamentário.

Como vimos, a accountability pode ser analisada sob três dimensões: informação (transparên-
cia), justificação (responsividade) e punição (sanção e coerção).
A informação (transparência) destaca a obrigação dos administradores de prestar contas de
sua atuação aos administrados. Essa é a dimensão trazida pela questão!
A justificação (responsividade) é a obrigação legal de responder a questionamentos e pedidos
de informações, com responsabilização pelos próprios atos.
A punição (sanção e coerção) é a capacidade legal e institucional de o agente que exige as
informações e contas de outro agente fazer valer essa exigência, tornando-a obrigatória, por
meio de sanções e incentivos.
Letra b.

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036. (FCC/PREFEITURA DE RECIFE/ANALISTA DE PLANEJAMENTO, ORÇAMENTO E GES-


TÃO/2019) O conceito de accountability aplicado ao setor público, entre uma de suas acep-
ções correntes, corresponde à
a) relação de legitimidade dos governantes para o exercício do poder.
b) capacidade dos governantes de decidir e implementar políticas públicas.
c) prestação de contas pelos agentes públicos aos cidadãos e responsabilização por
sua atuação.
d) aplicação de mecanismos privados na gestão financeira da Administração.
e) adoção do orçamento por resultados, a partir da convergência com normas de contabilida-
de privada.

O termo accountability refere-se à obrigação que o governante tem de prestar contas dos seus
atos com transparência suficiente para que a sociedade possa avaliar a sua gestão e, em razão
disso, ratificá-la ou refutá-la.
Letra c.

037. (CEBRASPE/TCE-PE/ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO/AUDITORIA DE CONTAS


PÚBLICAS/2017) Acerca do conceito de accountability aplicado à administração pública, jul-
gue o item.
Trata-se de um mecanismo institucional por meio do qual os governantes são constrangidos a
responder, ininterruptamente, por seus atos ou omissões à sociedade.

Constranger significa obrigar, sujeitar. Logo, afirmação correta!


A accountability democrática ou responsabilização política é definida por Fernando Luiz Abru-
cio e Maria Rita Loureiro19 como “a construção de mecanismos institucionais pelos quais os
governantes são constrangidos a responder, ininterruptamente, por seus atos ou omissões
perante os governados”.
Certo.

038. (CEBRASPE/TCE-PE/ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO/AUDITORIA DE CONTAS


PÚBLICAS/2017) Acerca do conceito de accountability aplicado à administração pública, jul-
gue o item.
Em um estado de direito, a accountability vertical ou democrática, entendida como a que ocor-
re entre os diversos níveis de poder e sujeita à possibilidade de controle mútuo, é profícua no
fortalecimento de ações contra a corrupção.

19
ABRUCIO, F. L.; LOUREIRO, M. R. Finanças públicas, democracia e accountability. In: ARVATE, Paulo Roberto;
BIDERMAN, Ciro. Economia do Setor Público no Brasil. Rio de Janeiro: Elsevier/Campus, 2004.

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A accountability que ocorre entre os diversos níveis de poder e sujeita à possibilidade de con-
trole mútuo é a horizontal, e não a vertical!
A accountability horizontal ocorre por meio da mútua fiscalização e controle existente entre
os Poderes do Estado (os freios e contrapesos) ou entre os órgãos, por meio dos Tribunais de
Contas ou Controladorias Gerais e agências fiscalizadoras.
Errado.

039. (CEBRASPE/TCE-PE/ANALISTA DE GESTÃO/JULGAMENTO/2017) No que diz respei-


to à administração pública brasileira contemporânea, julgue o item subsequente.
Transparência e controle social são características de um modelo de Estado autoritário e
burocrático.

Transparência e controle social são características de um modelo de Estado democrático e


gerencial, e não autoritário e burocrático!
Um dos pressupostos da reforma gerencial de 1995, por exemplo, era a afirmação de que a
governabilidade nos regimes democráticos dependeria, dentre outros fatores, da existência
de mecanismos de responsabilização (accountability) dos políticos e burocratas perante a
sociedade.
Errado.

040. (CEBRASPE/CGM-JOÃO PESSOA/TÉCNICO MUNICIPAL DE CONTROLE INTER-


NO/2018) Julgue o item, referente à governança no setor público.
Governança no setor público é um tema inovador que foi introduzido no Brasil, a partir de 2007,
após a harmonização internacional contábil.

Pelo contexto apresentado no PDRAE, temos a governança pública como uma consequência
do movimento da Administração Pública Gerencial, com uma visão de mudança do papel do
Estado (menos hierárquico e menos monopolista) na solução de problemas públicos. Logo, o
conceito é introduzido no Brasil por meio da reforma gerencial de 1995.
Errado.

041. (CEBRASPE/CGM-JOÃO PESSOA/TÉCNICO MUNICIPAL DE CONTROLE INTER-


NO/2018) Julgue o item, referente à governança no setor público.

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Entre os tipos de estruturas compreendidas pela governança incluem-se as estruturas admi-


nistrativa, política, econômica, social, ambiental, legal, as quais servem para garantir que as
partes interessadas definam objetivos e alcancem resultados.

A questão é extraída do Referencial Básico de Governança do TCU, aplicável a órgãos e enti-


dades da Administração Pública.
Segundo a IFAC (International Federation of Accountants), governança compreende a estrutura
(administrativa, política, econômica, social, ambiental, legal e outras) posta em prática para ga-
rantir que os resultados pretendidos pelas partes interessadas sejam definidos e alcançados.
Certo.

042. (CEBRASPE/CGM-JOÃO PESSOA/TÉCNICO MUNICIPAL DE CONTROLE INTER-


NO/2018) Julgue o item, referente à governança no setor público.
Estruturas de governança servem para maximizar conflitos, alinhar ações e trazer mais segu-
rança à instituição.

Mais uma questão extraída do Referencial Básico de Governança do TCU, aplicável a órgãos e
entidades da Administração Pública.
A origem da governança está associada ao momento em que organizações deixaram de ser
geridas diretamente por seus proprietários (p. ex. donos do capital) e passaram à administra-
ção de terceiros, a quem foi delegada autoridade e poder para administrar recursos pertencen-
tes àqueles.
Em muitos casos há divergência de interesses entre proprietários e administradores, o que, em
decorrência do desequilíbrio de informação, poder e autoridade, leva a um potencial conflito
de interesse entre eles, na medida em que ambos tentam maximizar seus próprios benefícios.
Assim, para melhorar o desempenho organizacional, reduzir conflitos (e não maximizar), ali-
nhar ações e trazer mais segurança para proprietários, foram realizados estudos e desenvolvi-
das múltiplas estruturas de governança.
Errado.

043. (CEBRASPE/CGM-JOÃO PESSOA/TÉCNICO MUNICIPAL DE CONTROLE INTER-


NO/2018) Julgue o item, referente à governança no setor público.
Entre os objetivos da boa governança no setor público incluem-se garantir que a organização
seja responsável com os cidadãos, mantendo-os, por meio da transparência, informados sobre
decisões e riscos.

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Conforme sugerido pelo Banco Mundial, atualmente, podemos considerar como princípio da
boa governança, dentre outros, a responsabilidade., que respeito ao zelo que os agentes de
governança devem ter pela sustentabilidade das organizações, visando sua longevidade, incor-
porando considerações de ordem social e ambiental na definição dos negócios e operações.
Certo.

044. (CEBRASPE/STJ/TÉCNICO JUDICIÁRIO/2018) Com relação à gestão de projetos e à


governança em organizações públicas, julgue o item subsecutivo.
O gestor público promove a governança ao prever o atendimento às práticas de accountability,
dimensão que se refere à capacidade de execução das ações gerenciais de um órgão público.

A capacidade de execução das ações gerenciais de um órgão público é o conceito da própria


governança.
A prática do accountability (responsabilização) é um dos princípios da governança e se refere
à capacidade de prestação de contas pelo gestor.
Vejamos os dois conceitos, segundo o que leciona Paludo (2018):20
• Governança relaciona-se com a competência técnica, que abrange as capacidades ge-
rencial, financeira e técnica propriamente dita, e tem nos agentes públicos, em sentido
amplo, e nos servidores públicos, em sentido estrito, a sua origem;
• Accountability pode ser entendido como a capacidade do sistema político de prestar
contas de suas promessas aos cidadãos.
Errado.

045. (CEBRASPE/IPHAN/ANALISTA I/2018) No que se refere aos mecanismos e arranjos de


governança e financiamento de políticas públicas no Brasil, julgue o item a seguir.
Considerado um elemento fundamental para o grau de governança democrática, o accountabi-
lity refere-se à capacidade financeira e gerencial do Estado de implementar políticas públicas.

A capacidade financeira e gerencial de implementar políticas públicas é o conceito de gover-


nança, e não de accountability.
Governança é a capacidade do governo de decidir e implementar as políticas necessárias ao
desenvolvimento do país. Em uma tentativa de simplificar o termo, podemos considerar gover-
nança como a competência de gerir.

20
PALUDO, A. V. Administração Pública. Rio de Janeiro: Forense, 2018.

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Accountability é o conjunto de mecanismos e de procedimentos que levam os decisores gover-


namentais a prestar contas dos resultados de suas ações, garantindo maior transparência e
exposição pública das políticas públicas.
Errado.

046. (CEBRASPE/IPHAN/ANALISTA I/2018) No que se refere aos mecanismos e arranjos de


governança e financiamento de políticas públicas no Brasil, julgue o item a seguir.
O grau de governança de uma rede depende da qualidade das interações entre os atores.

Governança se refere à capacidade financeira e gerencial de implementar políticas públicas,


grau esse que depende da qualidade das interações entre os atores. Ou, nas palavras da ques-
tão, a governança corresponde à relação instrumental entre os diversos atores.
Certo.

047. (CEBRASPE/IPHAN/ANALISTA I/2018) No que se refere aos mecanismos e arranjos de


governança e financiamento de políticas públicas no Brasil, julgue o item a seguir.
Liderança, estratégia e controle são considerados exemplos de mecanismos de governança.

Segundo o Decreto n. 9.203/2017, que dispõe sobre a política de governança da administração


pública federal direta, autárquica e fundacional:

Art. 2º Para os efeitos do disposto neste Decreto, considera-se:


I – governança pública – conjunto de mecanismos de liderança, estratégia e controle postos em
prática para avaliar, direcionar e monitorar a gestão, com vistas à condução de políticas públicas e
à prestação de serviços de interesse da sociedade;
Certo.

048. (CEBRASPE/IPHAN/ANALISTA I/2018) No que se refere aos mecanismos e arranjos de


governança e financiamento de políticas públicas no Brasil, julgue o item a seguir.
Os arranjos institucionais dizem respeito a estruturas, processos, mecanismos, princípios, re-
gras e normas que influenciam a governança em política pública.

Arranjos institucionais são regras estabelecidas que direcionam transações políticas e eco-
nômicas entre os agentes, o que influenciará a governança em política pública, por meio da
estrutura organizacional, dos mecanismos de gestão, princípios e normas.
Certo.

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049. (CEBRASPE/IPHAN/ANALISTA I/2018) Acerca dos mecanismos governamentais para


preservação da priorização do interesse público na gestão pública brasileira, julgue o item
que se segue.
Ética, transparência e responsabilidade social são os princípios que sustentam o conceito de
governança na gestão pública.

Certo, segundo a banca.


No entanto, a meu ver, o artigo definido “os” não seria conveniente à afirmação, já que temos
diversos outros princípios que sustentam o conceito de governança na gestão pública.
Perceba que a questão toma por base o autor Matias-Pereira (2008)21, para quem a governança
pública está apoiada em quatro princípios:
• Relações éticas: dizem respeito a permissões de ações, cujo parâmetro limitador é a
não nocividade social;
• Conformidade: refere-se à compatibilidade dos procedimentos com as leis e regulamen-
tos;
• Transparência: visa disponibilizar às partes interessadas as informações que sejam de
seu interesse, e não apenas aquelas impostas por disposições de leis ou regulamentos;
• Prestação de contas (accountability): é o dever dos agentes de governança nas justifi-
cativas de suas atuações, assumindo integralmente as consequências de seus atos e
omissões.
Logo, se considerarmos a afirmação correta, com o artigo definido “os”, deixamos de fora o
conceito de conformidade. No entanto, a banca manteve o gabarito.
Certo.

050. (CEBRASPE/IPHAN/ANALISTA I/2018) Acerca dos mecanismos governamentais para


preservação da priorização do interesse público na gestão pública brasileira, julgue o item
que se segue.
A governança pública é um mecanismo para evitar conflitos de agência entre cidadãos (princi-
pais) e servidores públicos (agentes).

Conflito de agência ocorre quando o gestor (agente, nesse caso os servidores públicos) visa
ao atendimento do próprio interesse, ou do interesse estrito da administração, deixando de
observar as necessidades dos cidadãos (principal).

21
MATIAS-PEREIRA, J. Administração pública comparada: uma avaliação das reformas administrativas do Brasil,
EUA e União Europeia. Revista de Administração Pública, v. 42, n. 1, 2008.

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A governança pública evita conflitos de agência entre cidadãos e servidores públicos, por meio
de mecanismos que visam à condução de políticas públicas e à efetiva prestação de serviços
à sociedade.
Ainda, para isso, a governança pública se baseia em princípios de capacidade de resposta,
ética (integridade), confiabilidade, melhoria regulatória, prestação de contas, responsabilidade
social e transparência, dentre outros.
Certo.

051. (CEBRASPE/IPHAN/ANALISTA I/2018) Acerca dos mecanismos governamentais para


preservação da priorização do interesse público na gestão pública brasileira, julgue o item
que se segue.
Para mensurar a governança pública, recomenda-se aferir o grau de independência do funcio-
nalismo em relação às pressões políticas: quanto menor for o grau de independência, melhor
será o nível de governança.

Os mecanismos e princípios da governança pública visam à condução de políticas públicas e


à efetiva prestação de serviços à sociedade. Nesse sentido, é importante que o serviço público
tenha uma atuação pautada, com o mínimo possível de sujeição às pressões políticas.
Logo, quanto maior o grau de independência do funcionalismo, maior será o nível de
governança.
Errado.

052. (CEBRASPE/IPHAN/ANALISTA I/2018) Acerca dos mecanismos governamentais para


preservação da priorização do interesse público na gestão pública brasileira, julgue o item
que se segue.
Uma das formas de mensuração da qualidade na administração pública, a qualidade do marco
regulatório representa a capacidade de um governo propor e gerenciar políticas públicas que
reflitam o interesse público.

A melhoria regulatória é um dos princípios da governança pública brasileira, a qual reflete dire-
tamente na capacidade do governo propor e gerenciar políticas públicas, uma vez que o papel
e a responsabilidade dos agentes envolvidos restarão melhor definidos.
O Decreto n. 9.203/2017 dispõe sobre a política de governança da administração pública fede-
ral direta, autárquica e fundacional, e prevê:

Art. 3º São princípios da governança pública:


I – capacidade de resposta;

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II – integridade;
III – confiabilidade;
IV – melhoria regulatória;
V – prestação de contas e responsabilidade; e
VI – transparência.
Certo.

053. (AOCP/PREFEITURA DE BETIM-MG/ANALISTA DE RECURSOS FINANCEIROS, ORÇA-


MENTÁRIOS, CONTRATOS E CONVÊNIOS/2020) No contexto da tecnologia da informação e
comunicação e com a necessidade de participação das organizações para o desenvolvimento
da cidadania, surge o processo de alfabetização tecnológica e acesso aos recursos tecnológi-
cos. Esse processo é o conceito de
a) inclusão digital.
b) governo eletrônico.
c) sociedade da informação.
d) rede de computadores.
e) infoexclusão.

Entende-se como inclusão digital as pessoas com acesso a computadores e redes. Além dis-
so, a inclusão digital precisa considerar a acessibilidade à informação tecnológica por todos.
Por isso, incluir digitalmente está ligado à ideia de alfabetizar as pessoas no entendimento
acerca dos recursos tecnológicos.
b) Errada. Governo eletrônico ou e-gov consiste no uso das tecnologias da informação — além
do conhecimento nos processos internos de governo.
c) Errada. Sociedade da informação é um termo que surgiu no século XX, no momento em que
a tecnologia teve grandes avanços.
d) Errada. Redes de computadores podem ser definidas como um conjunto de equipamentos,
que além de compartilhar dos mesmos recursos, também podem trocar informações entre si.
e) Errada. Infoexclusão se refere ao oposto de inclusão digital, ou seja, ao desconhecimento
que origina falta ou impossibilidade de acesso à informação, nomeadamente através das no-
vas tecnologias de comunicação, como a Internet.
Letra a.

054. (AOCP/IBGE/ANALISTA CENSITÁRIO/PLANEJAMENTO E GESTÃO/2019) Qual é o de-


safio da administração no mundo contemporâneo que é caracterizado por noções de internet
para emissão de Notas Fiscais, funcionamento de hardwares como o Certificado Digital e seus
requisitos para instalação e segurança, vendas por meio de SAT fiscal, entre outros?

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a) Concorrência.
b) Mudanças fiscais.
c) Novas tecnologias.
d) Adaptação ao mercado competitivo.
e) Mudanças no comportamento do consumidor.

Ainda que a resposta seja bem óbvia em relação ao enunciado, por incrível que pareça, a ques-
tão se baseia em um artigo da Internet, postado no site “administradores.com.br”.22 Preste
atenção nos destaques:

Enumero então o que, na minha opinião, seriam os cinco maiores desafios da administração nos
tempos atuais:
1 – Mudanças fiscais: a velocidade para adaptação e os investimentos pertinentes, bem como, a
migração de parte da contabilidade para dentro das micro e pequenas empresas, são um desafio
constante. As exigências cada vez mais complexas exigirão um profissional cada vez mais capaci-
tado e com uma visão holística apurada, a sonegação nunca foi e nem nunca será um esquema para
gestão financeira, além de se configurar como crime. Administradores, Contadores e outros profis-
sionais pertinentes devem entender as mudanças e saber adaptar os custos inerentes sem perder a
competitividade, bem como, estar atento às leis ou ainda, ligar-se a profissionais que possam dar o
devido suporte como é o caso dos contadores capacitados.
2 – As novas tecnologias: cada vez mais estamos dependendo de tecnologias para a gestão de nos-
sos negócios, onde noções de TI (Tecnologia da Informação) se tornaram imprescindíveis para as
empresas, pois como sempre digo, infeliz daquele que depende de terceiros para gestão das suas
rotinas. Ninguém prioriza você a não ser você. Noções de internet para emissão de Notas Fiscais,
funcionamento de hardwares como o Certificado Digital e seus requisitos para instalação e segu-
rança, vendas através de SAT fiscal, entre outros já fazem parte do dia a dia das empresas e requer
conhecimento para a continuidade da sua utilização. Adeus ao antigo tempo da frase “Ah, eu não
gosto de computador...”.
3 – Adaptação ao mercado competitivo: participando da inauguração da ABPSERV – Associação
dos Prestadores de Serviço de Ribeirão Preto, aprendi que o “futuro é grátis”. Isso mesmo. As pes-
soas cada vez mais estão querendo “degustar” o seu produto ou serviço para depois, aí sim, adquirir.
Para que um aplicativo seja vendido hoje por exemplo, primeiro instalo no meu celular e só depois
adquiro as funções mais completas, mas entendi como funciona, ou melhor ainda, me adaptei ao
uso e agora vou adquirir a versão completa.
4 – Mudanças no comportamento do consumidor: Consumidores também mais informados e exi-
gentes fazem parte do dia a dia das micro e pequenas empresas, e estão dispostos a pagar cada
vez menos pelas coisas. Um exemplo disso é a Netflix, que começa a preocupar até a TV aberta,
imaginem as pagas...
5 – Concorrência: Por fim, mas não menos importante, nossos concorrentes. Na ABPSERVE aprendi
também que concorrente é quem corre junto, porém, não deixa de ser o seu “adversário”. Observar o

22
https://administradores.com.br/artigos/desafios-da-administracao-de-empresas

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concorrente é uma das primeiras estratégias da administração, porém, com a enorme diversificação
de produtos e serviços que nossos avós nem sonhavam que poderiam existir estão aí e o concorren-
te pode vir de qualquer direção, isso mesmo, qualquer direção.

Aí fica difícil, né, AOCP!


Letra c.

055. (AOCP/IBGE/ANALISTA CENSITÁRIO/PLANEJAMENTO E GESTÃO/2019) Dentre os


princípios norteadores da governança para a administração pública, qual princípio representa
a capacidade das instituições de minimizar as incertezas para os cidadãos nos ambientes
econômico, social e político?
a) Integridade ou integrity.
b) Confiabilidade ou realibility
c) Transparência ou transparency
d) Capacidade de resposta ou responsiveness.
e) Prestação de contas e responsabilidade ou accountability.

Como vimos, o Decreto n. 9.203/2017, que dispõe sobre a política de governança da adminis-
tração pública federal direta, autárquica e fundacional, prevê:

Art. 3º São princípios da governança pública:


I – capacidade de resposta;
II – integridade;
III – confiabilidade;
IV – melhoria regulatória;
V – prestação de contas e responsabilidade; e
VI – transparência.

Esses princípios são detalhados no Guia de Governança Pública, do Governo Federal:

PRINCÍPIOS DA GOVERNANÇA PÚBLICA


1) Capacidade de resposta: representa a competência de uma instituição pública de atender de for-
ma eficiente e eficaz às necessidades dos cidadãos, inclusive antevendo interesses e antecipando
aspirações.
2) Integridade: representa a busca pela prevenção da corrupção e pelo fortalecimento dos padrões
morais de conduta. O alcance desse princípio na política de governança, no entanto, é maior e vai
além de questões éticas. Reconhecida como um instrumento para que “a economia seja mais pro-
dutiva, o setor público mais eficiente e a sociedade mais inclusiva”.
3) Confiabilidade (reliability): representa a capacidade das instituições de minimizar as incertezas
para os cidadãos nos ambientes econômico, social e político. Por isso, uma instituição confiável

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tem que se manter o mais fiel possível aos objetivos e diretrizes previamente definidos, passar
segurança à sociedade em relação a sua atuação e, por fim, manter ações consistentes com a sua
missão institucional.
4) Melhoria regulatória (better regulation): representa o desenvolvimento e a avaliação de políticas
e de atos normativos em um processo transparente, baseado em evidências e orientado pela visão
de cidadãos e partes diretamente interessadas.
5) Prestação de contas e responsabilidade (accountability): representa a vinculação necessária,
notadamente na administração de recursos públicos, entre decisões, condutas e competências e
seus respectivos responsáveis. Trata-se de manter uma linha clara e objetiva entre as justificativas e
os resultados da atuação administrativa, de um lado, e os agentes públicos que dela tomarem parte,
de outro.
6) Transparência: representa o compromisso da administração pública com a divulgação das suas
atividades, prestando informações confiáveis, relevantes e tempestivas à sociedade. Inserida em
um conjunto de princípios centrais que orienta a atividade pública, a transparência é um dos pila-
res para a construção de um governo aberto (open government). O conceito da OCDE de governo
aberto, a seguir transcrito, demonstra a inter-relação entre os princípios de governança previstos no
decreto e os ganhos de sinergia gerados pela sua implementação simultânea. [Governo aberto é]
uma cultura de governança centrada no cidadão que utiliza ferramentas, políticas e práticas inova-
doras e sustentáveis para promover transparência, capacidade de resposta e responsabilização do
governo, de forma a incentivar a participação das partes interessadas no apoio à democracia e ao
crescimento inclusivo.
Letra b.

056. (AOCP/UFOB/AUDITOR/2018) Governança pública é o conjunto de mecanismos de li-


derança, estratégia e controle postos em prática para avaliar, direcionar e monitorar a gestão,
com vistas à condução de políticas públicas e à prestação de serviços de interesse da socie-
dade. Em relação à governança pública, julgue o item a seguir.
Fica instituído o Comitê Interministerial de Governança – CIG –, com a finalidade de assesso-
rar o Presidente da República na condução da política de governança da administração públi-
ca federal.

Questão de acordo com o Decreto n. 9.203, de 22 de novembro de 2017:

Art. 7º-A O Comitê Interministerial de Governança – CIG tem por finalidade assessorar o Presidente
da República na condução da política de governança da administração pública federal. (Incluído pelo
Decreto n. 9.901, de 2019)
Certo.

057. (AOCP/UFOB/AUDITOR/2018) Governança pública é o conjunto de mecanismos de li-


derança, estratégia e controle postos em prática para avaliar, direcionar e monitorar a gestão,

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com vistas à condução de políticas públicas e à prestação de serviços de interesse da socie-


dade. Em relação à governança pública, julgue o item a seguir.
São mecanismos para o exercício da governança pública a liderança, a estratégia e o controle.

Mais uma questão com base no Decreto n. 9.203/2017, mais especificamente em seu art. 5º,
que dispõe sobre os mecanismos para o exercício da governança pública (em destaques):

I – liderança, que compreende conjunto de práticas de natureza humana ou comportamental exer-


cida nos principais cargos das organizações, para assegurar a existência das condições mínimas
para o exercício da boa governança, quais sejam:
a) integridade;
b) competência;
c) responsabilidade; e
d) motivação;
II – estratégia, que compreende a definição de diretrizes, objetivos, planos e ações, além de critérios
de priorização e alinhamento entre organizações e partes interessadas, para que os serviços e pro-
dutos de responsabilidade da organização alcancem o resultado pretendido; e
III – controle, que compreende processos estruturados para mitigar os possíveis riscos com vistas
ao alcance dos objetivos institucionais e para garantir a execução ordenada, ética, econômica, efi-
ciente e eficaz das atividades da organização, com preservação da legalidade e da economicidade
no dispêndio de recursos públicos.
Certo.

058. (AOCP/UFOB/AUDITOR/2018) Governança pública é o conjunto de mecanismos de li-


derança, estratégia e controle postos em prática para avaliar, direcionar e monitorar a gestão,
com vistas à condução de políticas públicas e à prestação de serviços de interesse da socie-
dade. Em relação à governança pública, julgue o item a seguir.
São diretrizes da governança pública a prestação de contas e responsabilidade.

Pegadinha do malandro!
A prestação de contas e responsabilidade não são diretrizes, mas princípios!

Decreto n. 9.203/2017
Art. 3º São princípios da governança pública:
I – capacidade de resposta;
II – integridade;
III – confiabilidade;
IV – melhoria regulatória;
V – prestação de contas e responsabilidade; e
VI – transparência.

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Art. 4º São diretrizes da governança pública:
I – direcionar ações para a busca de resultados para a sociedade, encontrando soluções tempesti-
vas e inovadoras para lidar com a limitação de recursos e com as mudanças de prioridades;
II – promover a simplificação administrativa, a modernização da gestão pública e a integração dos
serviços públicos, especialmente aqueles prestados por meio eletrônico;
III – monitorar o desempenho e avaliar a concepção, a implementação e os resultados das políticas
e das ações prioritárias para assegurar que as diretrizes estratégicas sejam observadas;
IV – articular instituições e coordenar processos para melhorar a integração entre os diferentes
níveis e esferas do setor público, com vistas a gerar, preservar e entregar valor público;
V – fazer incorporar padrões elevados de conduta pela alta administração para orientar o compor-
tamento dos agentes públicos, em consonância com as funções e as atribuições de seus órgãos e
de suas entidades;
VI – implementar controles internos fundamentados na gestão de risco, que privilegiará ações es-
tratégicas de prevenção antes de processos sancionadores;
VII – avaliar as propostas de criação, expansão ou aperfeiçoamento de políticas públicas e de con-
cessão de incentivos fiscais e aferir, sempre que possível, seus custos e benefícios;
VIII – manter processo decisório orientado pelas evidências, pela conformidade legal, pela qualida-
de regulatória, pela desburocratização e pelo apoio à participação da sociedade;
IX – editar e revisar atos normativos, pautando-se pelas boas práticas regulatórias e pela legitimi-
dade, estabilidade e coerência do ordenamento jurídico e realizando consultas públicas sempre que
conveniente;
X – definir formalmente as funções, as competências e as responsabilidades das estruturas e dos
arranjos institucionais; e
XI – promover a comunicação aberta, voluntária e transparente das atividades e dos resultados da
organização, de maneira a fortalecer o acesso público à informação.
Errado.

059. (AOCP/UFOB/AUDITOR/2018) Governança pública é o conjunto de mecanismos de li-


derança, estratégia e controle postos em prática para avaliar, direcionar e monitorar a gestão,
com vistas à condução de políticas públicas e à prestação de serviços de interesse da socie-
dade. Em relação à governança pública, julgue o item a seguir.
São princípios da governança pública a melhoria regulatória.

De acordo com o art. 3º do Decreto n. 9.203/2017:

Art. 3º São princípios da governança pública:


I – capacidade de resposta;
II – integridade;
III – confiabilidade;
IV – melhoria regulatória;
V – prestação de contas e responsabilidade; e

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VI – transparência.
Certo.

060. (AOCP/UFPB/TECNÓLOGO FORMAÇÃO/GESTÃO PÚBLICA/2019) Sobre os aspectos


conceituais referentes ao accountability, é correto afirmar que
a) trata-se de uma prática conduzida pela sociedade, por meio da qual tem-se como objetivo,
primeiro, dar visibilidade às ações dos governantes, principalmente no que se refere à presta-
ção de contas.
b) é um processo que se limita à necessidade de justificação e de legitimação da discriciona-
riedade daqueles que exercem o Poder Público em nome dos cidadãos.
c) ocorre por meio da responsabilização permanente dos gestores públicos em termos da
avaliação da conformidade/ legalidade, bem como da economia, da eficiência, da eficácia e
da efetividade dos atos praticados em decorrência do uso do poder que lhes é outorgado pela
sociedade. Nessa modalidade de controle social, instauram-se práticas que potencializam di-
álogos entre o poder público e o cidadão.
d) o accountability vertical compreende atividades de fiscalização exercidas por instituições
de fiscalização, pelo Tribunal de Contas da União ou pelo poder legislativo – ao qual cabe o
poder formal de executar a fiscalização e as punições sobre as atitudes executadas pelo poder
executivo.
e) o accountability horizontal acontece em períodos eleitorais, momento em que existem práti-
cas de prestação de contas e disposição por parte da população para o questionamento.

a) Errada. Na accountability vertical é que o cidadão controla os governantes. De forma direta,


a accountability se trata de uma prática conduzida pelos governantes (e não pela sociedade),
por meio da qual tem-se como objetivo, primeiro, dar visibilidade às ações dos governantes,
principalmente no que se refere à prestação de contas.
b) Errada. A expressão “se limita” deixa a alternativa equivocada. A justificação e a legitima-
ção da discricionariedade são apenas uma das três dimensões do termo accountability.
c) Certa. Como vimos, a accountability tem a ver com a prestação de contas dos governantes
com a sociedade.
d) Errada. É na accountability horizontal (e não na vertical) que temos o controle entre os poderes.
e) Errada. É a accountability vertical (e não a horizontal) que se destaca em períodos eleitorais.

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Adriel Sá

Accountability Accountability Accountability


vertical horizontal societal
Ação entre iguais
Ação entre Origina-se da
ou entre entes
desiguais sociedade
autônomos

Ex.: “freios e
Ex.: plebiscito, Ex.: associações,
contrapesos” e
referendo, voto, movimentos e
órgãos
ação popular mídia
controladores

Letra c.

061. (AOCP/MPE-BA/ANALISTA TÉCNICO/SISTEMAS/2014) Acerca da fiscalização e da


prestação de contas envolvendo a Administração Pública, é correto afirmar que
a) o princípio da publicidade inviabiliza as atividades de fiscalização e controle na medida em
que demanda recursos humanos e financeiros para a publicação dos atos oficiais em detri-
mento do envio de verbas necessárias aos órgãos de controle.
b) o assim chamado sistema de “accountability” é extremamente falho. Nele, apenas prepon-
dera o controle de ordem vertical.
c) com vistas a viabilizar o controle da Administração Pública e a assegurar que suas ativida-
des se prestarão ao atendimento do interesse público, a “accontability” pode ser tida como um
conceito dinâmico, e envolve o indivíduo ou a agência obrigados a prestar contas e a justificar
seus atos aos cidadãos.
d) a Constituição Federal Brasileira, ao adotar de forma preponderante a democracia represen-
tativa, não viabiliza ações compatíveis com a noção de “accountability”
e) a importação do “accountability” no Brasil é inviável por limitações de ordem formal e material.

a) Errada. Inviabiliza? Não, o princípio da publicidade auxilia e reforça as atividades de fiscali-


zação e controle! O princípio da publicidade vem do dever de divulgação oficial dos atos admi-
nistrativos.
b) Errada. Nada a ver! Accountability tem a ver com prestação de contas dos governantes à
sociedade. E, ainda, temos 3 tipos de accountability: horizontal, vertical e societal, cada qual
“no seu quadrado” e de essencial importância!
c) Certa. A expressão accountability se refere à capacidade de se prestar contas, de se fazer
transparente. Na gestão pública, o termo possui uma perspectiva ampla, surgindo como um
instrumento a serviço da manutenção dos ideais democráticos de um país, controlando tanto
os processos como os resultados a serem alcançados.
d) Errada. A Constituição Federal de 1988 deu grande amplitude à participação social na ges-
tão pública. Em seu artigo 37, caput, instituiu os princípios da legalidade, impessoalidade, mo-
ralidade, publicidade e eficiência. Além disso, também introduziu os conselhos municipais, o

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orçamento participativo, o plebiscito, a ação popular e ainda fortaleceu o Ministério Público e


os Tribunais de Contas.
e) Errada. De jeito nenhum. Basta se dirigir a qualquer órgão público de controle, e relatar a sua
indignação! Simples e informal!
Letra c.

062. (AOCP/MPE-BA/ASSISTENTE TÉCNICO/ADMINISTRATIVO/2014) Quanto à fiscaliza-


ção das atividades da Administração Pública e respectiva prestação de contas aos cidadãos,
assinale a alternativa INCORRETA.
a) A noção de “accountability” está vinculada ao princípio da legalidade que vincula a Adminis-
tração Pública.
b) A “accountability” pode ser entendida desde sua perspectiva horizontal, quanto também
pela vertical.
c) A “accountability” horizontal pode ser conceituada como a existência de agências estatais
que têm o direito e o poder legal e que estão de fato dispostas e capacitadas para realizar
ações, que vão desde a supervisão de rotina a sanções legais ou até o impeachment contra
ações ou omissões de outros agentes ou agências do Estado que possam ser qualificadas
como delituosas.
d) A noção de “accountabilty” não encontra lugar no sistema de Administração Pública brasilei-
ro dada sua incompatibilidade com a Constituição Federal Brasileira de 1988.
e) A Lei de Responsabilidade Fiscal Brasileira pode ser vista como um mecanismo de “accou-
ntability”.

a) Certa. A accountability possui aspecto de controle, na medida em que possibilita a fiscaliza-


ção da execução eficiente e eficaz das atividades da Administração Pública, com preservação
da legalidade na aplicação de recursos públicos.
b) Certa. A accountability vertical ocorre quando os cidadãos controlam os políticos e gover-
nos por meio de plebiscito, referendo, voto, ação popular, ou mediante o exercício do controle
social. Já a accountability horizontal ocorre por meio da mútua fiscalização e controle existen-
te entre os Poderes do Estado ou entre os órgãos e agências fiscalizadoras.
Lembrando que ainda temos a accountability societal, que se origina da sociedade e atinge
as estruturas do Estado, a exemplo da atuação da sociedade em ações de associações de
cidadãos, movimentos sociais, Conselhos Temáticos Institucionalizados ou, ainda, a atua-
ção da mídia.
c) Certa. Como vimos, a accountability horizontal ocorre por meio da mútua fiscalização e con-
trole existente entre os Poderes do Estado ou entre os órgãos e agências fiscalizadoras.
d) Errada. Nunca é demais repetir! A Constituição Federal de 1988 deu grande amplitude à
participação social na gestão pública. Em seu artigo 37, caput, instituiu os princípios da legali-

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dade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência. Além disso, também introduziu os


conselhos municipais, o orçamento participativo, o plebiscito, a ação popular e ainda fortale-
ceu o Ministério Público e os Tribunais de Contas.
e) Certa. A Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), oficialmente Lei Complementar n. 101, é uma
lei complementar brasileira que visa impor o controle dos gastos da União, estados, Distrito
Federal e municípios, condicionando-os à capacidade de arrecadação de tributos desses entes
políticos. Enfim, a LRF promoveu a transparência dos gastos públicos.
Letra d.

063. (AOCP/EBSERH/ANALISTA ADMINISTRATIVO/2015) A reforma e a modernização do


Estado devem ser algumas das prioridades na agenda política para possibilitar maior transpa-
rência na gestão pública e maior eficiência, eficácia e efetividade na qualidade dos serviços pú-
blicos ofertados à população. Assinale a alternativa que apresenta dois benefícios que podem
ser criados com estas ações de reforma e modernização da gestão pública.
a) Um ambiente favorável para a permanência no cargo e o fortalecimento da capacidade de
estabelecer objetivos político-partidários e pessoais a longo prazo.
b) Um ambiente favorável para a abertura de concurso público e o fortalecimento da capacida-
de de planejamento e controle das ações sociais.
c) Um ambiente favorável para a negociação salarial com os servidores públicos e o fortaleci-
mento da capacidade de estruturação de plano de cargos e salários.
d) Um ambiente favorável para a inclusão social e o fortalecimento da capacidade de formula-
ção e implementação de políticas públicas.
e) Um ambiente favorável para a comunicação interna e o fortalecimento da capacidade de
coordenação corporativa.

A questão exige atenção ao que o enunciado solicita: “à população”.


a) Errada. Um ambiente favorável para a permanência no cargo (interno) e o fortalecimento da
capacidade de estabelecer objetivos político-partidários e pessoais (nada a ver com popula-
ção) a longo prazo.
b) Errada. Um ambiente favorável para a abertura de concurso público (interno) e o fortaleci-
mento da capacidade de planejamento e controle das ações sociais.
c) Errada. Um ambiente favorável para a negociação salarial com os servidores públicos (inter-
no) e o fortalecimento da capacidade de estruturação de plano de cargos e salários (interno).
d) Certa. Um ambiente favorável para a inclusão social (POPULAÇÃO) e o fortalecimento da
capacidade de formulação e implementação de políticas públicas (POPULAÇÃO).
e) Errada. Um ambiente favorável para a comunicação interna (interno) e o fortalecimento da
capacidade de coordenação corporativa (interno).
Letra d.

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064. (AOCP/EBSERH/ANALISTA ADMINISTRATIVO/2016) Um dos princípios e valores que


norteiam a nova administração pública junto à sociedade contemporânea é a accountability
que implica na modificação do papel da burocracia, visando à democratização do poder e à
responsabilização do servidor público perante a sociedade, com maior transparência da admi-
nistração pública. Quais são as implicações decorrentes do conceito de accountability política?
a) Answerability e enforcement.
b) Tangibility e performance.
c) Obligation e public treatment.
d) Consistency e reliability.
e) Communication e transparency.

A accountability possui algumas dimensões, como vimos:


• Answerability (responsabilização) – é a transparência em si. Trata-se da mera disponibi-
lização de informações, seja à sociedade, seja aos órgãos de controle;
• Responsiviness (capacidade de resposta) – é a justificativa dos atos. Refere-se à obriga-
ção legal de explicação sobre os atos da administração;
• Enforcement (execução) – é a sanção ou punição pelas irregularidades. Em razão da
obrigação legal de apuração das irregularidades na prestação de contas, tem-se a apli-
cação de penalidades. Há instituições com alto poder de enforcement (TCU, CGU, Co-
missões Parlamentares etc.) e instituições com baixo poder de enforcement (imprensa,
sociedade civil etc.).
Letra a.

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GABARITO
1. b 23. a 45. E
2. d 24. a 46. C
3. E 25. a 47. C
4. E 26. a 48. C
5. E 27. d 49. C
6. b 28. a 50. C
7. b 29. d 51. E
8. c 30. a 52. C
9. C 31. a 53. a
10. b 32. b 54. c
11. e 33. d 55. b
12. c 34. b 56. C
13. a 35. b 57. C
14. c 36. c 58. E
15. a 37. C 59. C
16. a 38. E 60. c
17. a 39. E 61. c
18. a 40. E 62. d
19. d 41. C 63. d
20. b 42. E 64. a
21. e 43. C
22. a 44. E

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Adriel Sá
Professor de Direito Administrativo, Administração Geral e Administração Pública em diversos cursos
presenciais e telepresenciais. Servidor público federal da área administrativa desde 1999 e, atualmente,
atuando no Ministério Público Federal. Formado em Administração de Empresas pela Universidade Federal
de Santa Catarina, com especialização em Gestão Pública. Foi militar das Forças Armadas por 11 anos,
sempre atuando nas áreas administrativas. É coautor da obra “Direito Administrativo Facilitado” e autor da
obra “Administração Geral e Pública - Teoria Contextualizada em Questões”, ambas publicadas pela Editora
Juspodivm.

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