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MMA

Analista Ambiental

Noções de Gestão Pública

Noções de Gestão Pública


Processos participativos de gestão pública: conselhos de gestão,orçamento participa-
tivo, parceriaentre governo e sociedade. ..................................................................... 1
Governo eletrônico........................................................................................................ 1
Transparência da administração pública. Accountability.............................................. 6
Controle social e cidadania. ......................................................................................... 7
Excelência nos serviços públicos.................................................................................. 12
Gestão por resultados na produção de serviços públicos. ........................................... 15
Comunicação na gestão pública................................................................................... 18
Governabilidade e governança. Intermediação de interesses (clientelismo, corporativ-
ismo e neocorporativismo)............................................................................................ 21
Mudanças institucionais: conselhos, organizações sociais, organização da sociedade
civil de interesse público (OSCIP), agência reguladora, agência executiva................. 25
As políticas públicas no Estado brasileiro contemporâneo.Descentralização e democ-
racia. Participação, atores sociais e controle social. Gestão local, cidadania e equi-
dade social.................................................................................................................... 29
Planejamento e avaliação nas políticas públicas: conceitos básicos de planejamento.
Aspectos administrativos, técnicos, econômicos e financeiros. Formulação de progra-
mas e projetos. Avaliação de programas e projetos. Tipos de avaliação. Análise cus-
to-benefício e análise custo-efetividade........................................................................ 31
Governança Ambiental, Social e Corporativa (ESG):conceitos e aplicação no setor
público........................................................................................................................... 37
Ciclo orçamentário.Transferências voluntárias e legislação sobre o tema................... 40
Ciclo de planejamento governamental. ........................................................................ 49
plano Plurianual (PPA)2024-2027: modelo de planejamento,mega objetivos, di-
mensões, programa e ação........................................................................................... 50
Lei de Diretrizes Orçamentárias. Lei Orçamentária Anual............................................ 52
Processo de formulação e desenvolvimento de políticas:construção de agendas, for-
mulação de políticas, implementação de políticas........................................................ 63
Exercícios...................................................................................................................... 65
Gabarito......................................................................................................................... 70

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Processos participativos de gestão pública: conselhos de gestão,orçamento partici-
pativo, parceria entre governo e sociedade

As práticas e processos conhecidos como processos participativos de gestão pública oferecem aos cida-
dãos, organizações da sociedade civil e outros atores interessados a oportunidade de se envolver ativamente
no processo de tomada de decisões e na gestão de assuntos públicos. Essa abordagem tem como objetivo
aumentar a transparência, a responsabilidade, a inclusão e a legitimidade das políticas públicas e da adminis-
tração do governo. A seguir estão alguns exemplos de processos participativos de gestão pública:
— Conselhos de Gestão ou Conselhos e Comitês
Os governos locais e regionais frequentemente criam conselhos e comitês consultivos compostos por mem-
bros da comunidade. Esses comitês têm a capacidade de fornecer conselhos e sugestões sobre uma variedade
de temas, como saúde, educação, meio ambiente e desenvolvimento urbano.
— Orçamento Participativo
Este processo permite que os cidadãos participem e votem sobre projetos e prioridades orçamentárias em
nível municipal ou regional. Isso permite que as pessoas influenciem diretamente como os recursos públicos
são alocados.
— Parceria Entre Governo E Sociedade ou Parcerias Público-Privadas
Em alguns casos, o setor público pode trabalhar com entidades da sociedade civil e do setor privado para
desenvolver e implementar projetos e programas que são úteis para a comunidade.
– Audiências Públicas: são reuniões abertas ao público em que as pessoas podem dizer o que pensam e
acham sobre coisas como projetos de lei, regulamentos ou políticas públicas.
– Consultas e Participação Online: Com o avanço da tecnologia, muitas organizações governamentais ago-
ra permitem que os cidadãos participem online, fornecendo comentários e sugestões por meio de plataformas
digitais.
Esses processos visam envolver os cidadãos na formulação de políticas e avaliação de programas do go-
verno para garantir que as decisões sejam mais representativas e atendam às necessidades e interesses da
população. Processos participativos de gestão pública são fundamentais para fortalecer a democracia e cons-
truir uma governança mais responsável e eficaz.

Governo eletrônico

Governo Eletrônico
O Governo Eletrônico (também conhecido como Governo Digital), começou a ser utilizado na administração
pública brasileira por volta do ano de 1980, após a disseminação do e-commerce1 pelas organizações priva-
das, sempre associado às Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC).2
Segundo Diniz3, a evolução em relação ao uso das tecnologias no setor público brasileiro, passou por várias
fases, ele nos mostra quatro grandes períodos do uso de TIC no setor público, que são:
1) Pioneirismo (dos anos 1950 até meados dos anos 1960);
2) Centralização (de meados dos anos 1960 até o final dos anos 1970);
3) Terceirização (anos 1980); e

1 Comércio eletrônico ou e-commerce, é um tipo de comércio virtual, ou seja, não-presencial, são transa-
ções comerciais feitas especialmente através de um equipamento eletrônico, como, por exemplo, computado-
res, tablets e smartphones.
2 PALUDO, A.; Administração pública. 3ª ed.; Rio de Janeiro: Elsevier, 2013.
3 DINIZ, E. H. Uso do comércio eletrônico em órgãos do governo. Relatório 18/2000 NPP. Eaesp/FGV, maio
2000.

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4) Governo eletrônico propriamente dito (a partir dos anos 1990).
O esforço governamental tem sido intenso e contínuo, no sentido de maior utilização das TIC no meio públi-
co, bem como para caminhar do instrumental para o estratégico.
As TIC são indissociáveis do Governo Eletrônico, e sem o avanço dessas tecnologias não seria possível
estar se exigindo a ideia básica de Governo Eletrônico e nem de sua face ampliada. No contexto do Governo
Eletrônico a internet surgiu como uma ferramenta facilitadora da participação da sociedade no Governo e do
exercício do controle social.
No meio público, as primeiras ações de TIC sempre estiveram mais associadas às questões operacionais e
internas, do que às estratégicas ou de relacionamento com a sociedade. Mas isso mudou, e é possível afirmar
que atualmente a relação está equilibrada, ou seja, utilizam-se em larga escala os recursos das TIC nos dois
sentidos, tanto interna quanto externa.
O uso interno das TIC visa elevar a eficiência administrativa a um novo patamar, ao mesmo tempo em que
se busca a redução de custos, que pode originar-se de diversas maneiras:
- Queda no preço das aquisições;
- Redução/eliminação de distorções;
- Redução da corrupção; e
- Melhoria no desempenho de atividades internas, dentre outras.
Existem diferenças entre as organizações públicas e as empresas privadas, que dificultam a implantação e
a gestão das TIC, que são as interferências políticas, as resistências culturais, e também as restrições legais.
Mesmo atrasada em relação as organizações privadas, houve uma evolução na gestão das TIC na
área pública: de administração de sistemas de informações passou para administração dos Recursos de Infor-
mação, e atualmente consiste na administração de Tecnologia da Informação na Era da Informação.
Esses estágios passam do operacional para o estratégico, partindo da busca da eficiência administrativa, na
automação e agilização dos procedimentos operacionais e burocráticos, à melhoria da atividade fim, na relação
direta do Governo com o cidadão. Diniz4 analisa o foco das ações de TIC desenvolvidas em três fases:
1) Gestão Interna (1970 a 1992);
2) Serviço e Informações ao Cidadão (1993 a 1998); e
3) Entrega de Serviços via Internet (a partir de 1999).

Estágios da Gestão de TI Foco das Ações


Administração de Sistemas de Informação → Gestão interna
Administração dos Recursos de Informação → Serviços e informações ao cidadão
Relacionamento governo X Cidadão e
Administração da TI na Era da Informação →
Entrega de serviços via Internet

Dentre as causas determinantes da adoção estratégica e intensiva das TIC pelos governos, em processos
internos, prestação de serviços e informações, e no relacionamento com a sociedade, Diniz5 destaca:
- O uso intensivo das TIC aumentou pelos cidadãos, organizações privadas e não governamentais;
- A migração da informação baseada em papel para mídias eletrônicas e serviços online; e
- O avanço e universalização da infraestrutura pública de telecomunicações e da internet.
Outras causas estão associadas às forças provenientes do próprio movimento de reforma do Estado, da
modernização da gestão pública e da necessidade de maior eficiência do Governo.

4 Idem
5 DINIZ, E. H. Uso do comércio eletrônico em órgãos do governo. Relatório 18/2000 NPP. Eaesp/FGV, maio
2000.

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Foi mediante a utilização estratégica das TIC como integrantes e viabilizadoras da nova gestão pública que
surgiu o termo denominado Governo Eletrônico e que representa tanto uma evolução quanto uma ampliação
na utilização das TIC pelos governos.
O Governo Eletrônico, que também é chamado de Governo Digital, procura construir um elo entre o ope-
racional e o estratégico, assim como busca novas formas de relacionamento com a sociedade, ele é um ins-
trumento para melhorar os serviços públicos e o relacionamento com a sociedade, mediante a utilização das
tecnologias da informação e comunicação.
Isso não significa apenas colocar os serviços públicos online ou melhorar sua prestação, mas compreende
também um conjunto de processos, mediados pela tecnologia, que pode modificar as interações, em uma es-
cala maior, entre os cidadãos e o Governo.
Assim, podemos definir Governo Eletrônico (GE), como as ações de governo direcionadas a disponibilizar in-
formações e serviços à sociedade e novos canais de relacionamento direto entre governo e cidadãos, mediante
o uso de recursos da TIC, em especial a internet.
Atenção!!! A prioridade do Governo Eletrônico é a promoção da cidadania.
O desenvolvimento de programas de Governo Eletrônico teve como princípio a utilização das modernas TIC
para democratizar o acesso à informação, ampliar discussões e dinamizar a prestação de serviços públicos
com foco na eficiência e efetividade das funções governamentais.
O Programa de Governo Eletrônico brasileiro pretende transformar as relações do governo com os cidadãos
e empresas, e também entre os órgãos do próprio Governo, de forma a aprimorar a qualidade dos serviços
prestados, promover a interação com empresas e indústrias, e fortalecer a participação cidadã por meio do
acesso à informação e a uma administração mais eficiente.
Um dos eixos deste novo conceito é a viabilização de meios que permitam maior participação do cidadão
nas questões do Estado, tanto na busca de serviços e informações, quanto no aumento do espaço democrático.
Dentre os avanços institucionais relacionados às políticas de Governo Eletrônico, destacam-se os portais
públicos de governo na internet, que permitem ao cidadão realizar um conjunto de serviços, ter acesso a infor-
mações públicas disponíveis e estabelecer canais de comunicação com o Governo.
Os usos das TIC ajudaram a modernizar o Estado e as formas de prestação de serviços, de informações e
de interação com o cidadão e a sociedade, mas o Governo Eletrônico é mais que isso, ele inclui o fortalecimen-
to da cidadania e das práticas democráticas, a melhoria da governança, a integração intra e entre governos, o
incremento da transparência e o accountability governamental.
Atenção!!! O Governo Eletrônico proporciona mais transparência das ações públicas e facilita o accounta-
bility governamental.
O Governo Eletrônico, com serviços e informações prestados pela internet e por outros meios de comunica-
ção, abrange quatro linhas de ação:
1. Voltadas ao Cidadão: procuram oferecer informações e serviços aos cidadãos com qualidade e agilidade;
2. Voltadas à Eficiência Interna: relativas ao funcionamento interno dos órgãos de governo, com destaque
para sua utilização nos processos de licitações e contratações em geral;
3. Voltadas à Cooperação: têm a finalidade de integrar os diversos órgãos governamentais, assim como
promover a integração com outras organizações públicas, não estatais e privadas;
4. Voltadas à Gestão do Conhecimento: visam gerar e manter um banco de dados atualizado dos conhe-
cimentos do Governo, para servir como fonte de informação e inovação a gerar melhorias nos processos em
geral.
A interação entre governos e cidadãos ocorre através dos portais do Governo na internet e possibilita ações
que incluem desde a comunicação direta (via e-mail) com a autoridade máxima do Poder Executivo, a formula-
ção de reclamações através de ouvidorias nos principais órgãos governamentais, até a divulgação e troca de
informações do processo de orçamento participativo.

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Um portal de governo é um site público e pode ser definido como uma forma de acesso à internet patroci-
nada por algum órgão público, em que são disponibilizados serviços, informações, canal de comunicação via
e-mail, busca na internet, links para diversos outros portais, informações e serviços etc.
Segundo Luiz Akutsu e José Pinho6: Um portal é uma página na internet a partir do qual todos os serviços
e informações da entidade podem ser acessados. É também um “cartão de visitas”, um “palanque eletrônico”,
que permite divulgar ideias 24 horas por dia, todos os dias da semana; é ainda um canal de comunicação entre
governos e cidadãos que possibilita a estes exercitar a cidadania e aperfeiçoar a democracia.
No processo de evolução das ações do Governo Eletrônico surgem os conceitos de e-governança, e-demo-
cracia e e-governo.
Segundo Lorigados, Lima, e Sanchez7: e-governança relaciona-se a uma visão mais abrangente, sendo
definida como a aplicação de meios eletrônicos e recursos da TI, na interação entre governo e cidadão e gover-
no e demais agentes, e com a aplicação desses meios nas questões internas do Governo, buscando simplificar
e melhorar os seus processos internos; e-democracia refere-se a toda e qualquer relação, através de recursos
da TI, entre o Governo e o cidadão; e e-governo é definido como uma forma de e-business no Governo, refe-
rindo-se a processos e estruturas necessários a disponibilizar serviços por meios eletrônicos, ao público, bem
como interagir através de meios eletrônicos com agentes que possuem relações com o Governo.

E-governança Utilização → Melhoria da eficiência e da eficácia


E-democracia Utilização → Aumento das práticas democráticas
E-governo Utilização → Prestação de serviços e informações

Sintetizando, as ações do Governo Eletrônico visam:


- Promover o accountability governamental.
- Oferecer serviços diversos diretamente pela internet;
- Melhorar a eficácia e os resultados da gestão pública;
- Aumentar a transparência das ações governamentais;
- Aumentar a eficiência administrativa, com redução simultânea de custos;
- Permitir maior participação do cidadão, com vistas ao fortalecimento da cidadania;
- Fornecer uma enorme e variada quantidade de informações de interesse da sociedade;
- Desburocratizar, facilitar e expandir as formas de comunicação com os cidadãos, a sociedade em geral,
órgãos públicos e governos, com vistas a melhorar a governança;
Destaque-se que não só o Governo Federal vem atuando fortemente, mas os governos Estaduais e Muni-
cipais também. Nos níveis Estadual e Municipal, avanços sociais têm sido alcançados através da utilização de
recursos da Tecnologia da Informação e Comunicação e de sistemas de informação.
Segundo Eduardo Diniz8 destacam-se: sistemas para o agendamento de consultas médicas em hospitais
e postos de saúde; sistemas automatizados de matrículas escolares, que acabaram com as filas na porta das
escolas públicas; lojas (praças) de atendimento integrado que, complementados pela entrega de serviços por
meio dos portais governamentais na internet, dispensam a necessidade da presença física do cidadão nos
órgãos públicos.

6 AKUTSU, L.; PINHO J. A. G.; Sociedade da informação, accountability e democracia delegativa: investi-
gação em portais de governo no Brasil. 2002.
7 LORIGADOS, W. B.; LIMA, F. T. de; e SANCHEZ, A.; Administração Pública, Planejamento e Gestão. São
Paulo:1999.
8 DINIZ, E. H. Uso do comércio eletrônico em órgãos do governo. Relatório 18/2000 NPP. Eaesp/FGV, maio
2000.

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Breve Histórico do Governo Eletrônico
No contexto do Plano Diretor de Reforma do Aparelho do Estado, em 1995, já foram abordadas questões
relacionadas ao Governo Eletrônico, tratava-se de Sistemas de Gestão Pública capazes de oferecer transpa-
rência às ações governamentais, disponibilizar informações aos gestores para a tomada de decisão, e facilitar
o acesso dos cidadãos a essas informações.
Em dezembro de 1999 foi instituído pelo Governo Federal o programa Sociedade da Informação, com o ob-
jetivo de promover a inclusão social de todos os brasileiros (integrando, fomentando e coordenando ações para
a utilização das tecnologias de informação e comunicação, em especial a internet) e melhorar a competitividade
das empresas brasileiras no cenário global. O programa orientou tanto ações na área pública quanto na área
privada, cujas ações e responsabilidades deveriam ser compartilhadas pelo Governo e pela iniciativa privada.
Atenção!!! O programa Sociedade da Informação direcionou ações tanto para a área pública quanto para
a área privada.
Eduardo Diniz9 ressalta como fator marcante para a estruturação das ações de TI no Governo Federal as
ações desencadeadas por força do “bug do milênio”, geridas pela Casa Civil, mas coordenadas e operacionali-
zadas com sucesso pela SLTI (Secretaria de Logística e Tecnologia da Informação).
No ano de 2000, o Governo brasileiro lançou as bases para a criação de uma “sociedade digital” ao criar um
Grupo de Trabalho Interministerial, com a finalidade de examinar e propor políticas, diretrizes e normas relacio-
nadas com as novas formas eletrônicas de interação.
O Grupo de Trabalho - GTTI, concentrou os esforços em três linhas de ação dentre as previstas no programa
Sociedade da Informação:
- Universalização de serviços;
- Governo ao alcance de todos; e
- Infraestrutura avançada.
Ainda nesse ano, criou-se o Comitê Executivo de Governo Eletrônico (Cege), presidido pelo ministro-chefe
da Casa Civil da Presidência da República, com o objetivo de formular políticas, estabelecer diretrizes, coorde-
nar e articular as ações de implantação do Governo Eletrônico, voltado para a prestação de serviços e informa-
ções ao cidadão.
A criação desse comitê pode ser considerada um dos grandes marcos do compromisso do Governo em prol
da evolução da prestação de serviços e informações ao cidadão.


Fatos Marcantes para Grupo de Trabalho - GTTI
Criação
implantação do GE Comitê Gestor Cege

Ao final do ano de 2001, já existiam mais de 1.300 serviços disponíveis pela internet no portal da Rede
Governo, bem como mais de 11 mil tipos de informação disponíveis. Em 2002, o número de serviços havia
crescido para aproximadamente 1.700, com cerca de 22 mil links de acesso direto a serviços e informações de
outros websites governamentais.10
Em setembro de 2002 publicou-se um relatório com as ações já realizadas, e com desafios e pretensões
futuras. Em 2003, a Secretaria Executiva do comitê passa para o Ministério do Planejamento, Orçamento e
Gestão, a cargo da Secretaria de Logística e Tecnologia da Informação, o que garantiu o apoio técnico-admi-
nistrativo necessário ao funcionamento do Comitê.
Ao final de 2003, mediante decreto, criaram-se oito Comitês Técnicos de Governo Eletrônico, a saber:
1. Implementação do Software Livre;

9 DINIZ, E. H. Uso do comércio eletrônico em órgãos do governo. Relatório 18/2000 NPP. Eaesp/FGV, maio
2000
10 DINIZ, E. H. Uso do comércio eletrônico em órgãos do governo. Relatório 18/2000 NPP. Eaesp/FGV,
maio 2000

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2. Inclusão Digital;
3. Integração de Sistemas;
4. Sistemas Legados e Licenças de Software;
5. Gestão de Sítios e Serviços Online;
6. Infraestrutura de Rede;
7. Governo para Governo – G2G; e
8. Gestão de Conhecimentos e Informação Estratégica.
Instituiu-se também o Sistema Brasileiro de Televisão Digital (SBTVD), com o objetivo de democratizar a
informação através da inclusão social, respeitando a diversidade cultural do país e a língua pátria.
Esses Comitês Técnicos, juntamente com o Comitê Executivo, são os responsáveis pelo desenvolvimento
das políticas e ações definidas nos princípios e diretrizes de GE estabelecidos para toda a Administração Pú-
blica Federal.
Em julho de 2004 é publicado decreto que cria o Departamento de Governo Eletrônico na SLTI. Em 2006
houve o decreto de implantação do Sistema Brasileiro de Televisão Digital Terrestre (SBTVD-T), contendo di-
retrizes para a transição do atual sistema de transmissão analógica para o sistema de transmissão digital, que
envolve a radiodifusão de sons e imagens e serviços de retransmissão.
No mês de dezembro de 2008 foi publicada a primeira versão da Estratégia Geral da Tecnologia de Infor-
mação (EGTI), que teve como objetivo estabelecer as bases para a transição da situação atual de gestão dos
ambientes de informática do Executivo Federal. Em março de 2009 foram criados 230 cargos de nível superior
de analista em Tecnologia da Informação, vinculados ao MPOG.
Por fim, é importante destacar que, em 2011, surgiu o primeiro programa de pós-graduação em Governo
Eletrônico, ofertado pela UniSerpro em parceria com a Esaf.
Não obstante os muitos pontos positivos, o Governo Eletrônico apresenta algumas dificuldades. Em audi-
toria realizada pelo TCU, iniciada em 2005 e concluída em 2006, o relatório final apontou dificuldade de coor-
denação do programa e falta de monitoramento das iniciativas eletrônicas da Administração Pública Federal.
De outro lado, surgem fortes questionamentos quanto aos muitos recursos investidos e às volumosas quan-
tias destinadas apenas aos contratos de manutenção de sistemas de informação como o Siafi, Sisbacen, Sis-
comex, Receita Federal, Previdência Social, entre outros, em face dos poucos resultados divulgados.

Transparência da administração pública. Accountability

Accountability
Por sua vez, a accountability trata da prestação de contas, mas não apenas isso. A accountability possui
três planos:
1. Prestação de contas: irá refletir na transparência do governo com a população. Exemplo: o Relatório
de Gestão Fiscal, instituído pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF);
2. Responsabilização dos agentes: os agentes devem responsabilizar-se pela correta utilização dos
recursos. Exemplo: a Lei de Improbidade Administrativa (LIA), que instituiu mecanismos para punir maus ges-
tores;
3. Responsividade dos agentes: diz respeito à capacidade de resposta do poder público às demandas
sociais. Um governo responsivo buscará satisfazer as necessidades da população e colocar em prática as po-
líticas escolhidas pelos cidadãos.
Podemos ainda classificar a accountability em dois tipos:
1. Horizontal: não há hierarquia, pois corresponde a uma mútua fiscalização e controle existente entre os
poderes. Exemplos: prefeitura recebe recursos do governo e a CGU faz uma auditoria; atuação dos Tribunais
de Contas, do Ministério Público;

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2. Vertical: trata do controle da população sobre o governo. É uma relação entre desiguais, pois o
povo pode fiscalizar e punir as más gestões, principalmente através do voto em eleições livres e justas. “É algo
que depende de mecanismos institucionais, sobretudo da existência de eleições competitivas periódicas, e que
é exercido pelo povo” (Miguel, 2005).

Controle social e cidadania

O CONTROLE SOCIAL11
O controle social pode ser entendido como a participação do cidadão na Gestão Pública, na fiscalização, no
monitoramento e no controle das ações da Administração Pública, ele trata-se de um importante mecanismo de
prevenção da corrupção e de fortalecimento da cidadania.
A preocupação em se estabelecer um controle social forte e atuante torna-se ainda maior, em razão da ex-
tensão territorial do país e da descentralização geográfica dos órgãos públicos integrantes dos diversos níveis
federativos (União, Estados, Distrito Federal e Municípios). No caso destes, há que considerar, ainda, o seu
grande número. Por isso, a fiscalização da aplicação dos recursos públicos precisa ser feita com o apoio da
sociedade.
O controle social é um complemento indispensável ao controle institucional realizado pelos órgãos que fis-
calizam os recursos públicos. Essa participação é importante porque contribui para a boa e correta aplicação
dos recursos públicos, fazendo com que as necessidades da sociedade sejam atendidas de forma eficiente.
No entanto, para que os cidadãos possam desempenhar de maneira eficaz o controle social, é necessário
que sejam mobilizados e recebam orientações sobre como podem ser fiscais dos gastos públicos.
O Controle Social no Brasil12
Para se entender a evolução do controle social no Brasil, faz-se necessário mencionar aspectos ocorridos
na história recente do País, especialmente no processo de redemocratização posterior ao fim do regime militar.
Nesse sentido, a década de 80 é um marco importante, pois se caracterizou por um movimento intenso de
luta pela ampliação dos mecanismos institucionais de diálogo entre o Estado e os cidadãos. A Constituição de
1988, elaborada sob forte influência da sociedade civil por meio de emendas populares, definiu a descentrali-
zação e a participação popular como marcos no processo de elaboração das políticas públicas, especialmente
nas áreas de políticas sociais e urbanas.
Assim, a Constituição de 1988, também chamada de “Constituição Cidadã” por ser o texto constitucional
mais democrático que o País já possuiu, consagrou um contexto favorável à participação dos cidadãos nos
processos de tomada das decisões políticas essenciais ao bem-estar da população.
Entre essas iniciativas podemos citar a instituição dos conselhos de políticas públicas. Nesses conselhos os
cidadãos não só participam do processo de tomada de decisões da Administração Pública, mas, também, do
processo de fiscalização e de controle dos gastos públicos, bem como da avaliação dos resultados alcançados
pela ação governamental.
Portanto, o controle social é tema atual, de interesse tanto do Estado quanto da sociedade. Mais do que isso,
o controle social tornou-se atitude concreta em muitas instâncias. Há uma diversidade de iniciativas aconte-
cendo, seja no interior das instituições civis, seja nos organismos públicos, que procuram mostrar ao cidadão a
necessidade de zelar pelo que é de interesse comum, pelo que é de todos.
Mecanismos de exercício do Controle Social
O controle social pode ocorrer tanto no planejamento como na execução das ações do governo.

11 Controladoria Geral da União. Controle Social: Orientações aos cidadãos para participação na gestão
pública e exercício do controle social. Brasília, 2012.
12 Controladoria Geral da União. Controle Social: Orientações aos cidadãos para participação na gestão
pública e exercício do controle social. Brasília, 2012.

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Controle Social do Planejamento Orçamentário
O povo brasileiro decidiu que o Estado deve planejar suas políticas públicas em conjunto com os segmentos
representativos da sociedade civil. Os instrumentos desse planejamento, definidos na Constituição Federal,
são:

O PPA apresenta os critérios de ação e decisão que devem orientar os gestores públicos (Diretrizes); estipu-
la os resultados que se busca alcançar na gestão (Objetivos), inclusive expressando-os em números (Metas) e
delineia o conjunto de ações a serem implementadas (Programas).
O PPA também indica os meios para se atingir os objetivos de um programa, podendo assumir a forma de
projetos, atividades ou operações especiais (Ações). Projetos são trabalhos específicos, com prazo e produto
final. Atividades são operações de um trabalho continuado, a fim de manter ações já desenvolvidas.
Operações especiais são ações que, em tese, não contribuem para a manutenção das ações do governo,
como o pagamento de servidores inativos.
A LDO dispõe sobre as metas e prioridades para a Administração Pública, os critérios para a elaboração da
LOA, as alterações da legislação tributária e as formas de financiamento do orçamento. Dispõe ainda sobre
política salarial e concursos públicos e estabelece os percentuais de recursos que serão descentralizados para
os Poderes e Administração Indireta, como fundações, autarquias e sociedades de economia mista. Elege, a
partir do PPA, os programas e metas físicas a serem executados, sempre no exercício seguinte ao de sua ela-
boração. A LOA se ocupa de definir as fontes de arrecadação, estimar as receitas e prever as despesas para o
ano seguinte ao de sua elaboração.
Na LDO, igualmente, pode e deve participar da decisão que elege os programas a serem executados no
exercício seguinte, pois somente assim será garantida uma governança democrática, que melhor atenda às
necessidades da comunidade.
A sociedade deve também participar da deliberação que aloca os recursos públicos para a execução do
programa de trabalho do governo de sua unidade federativa.
A sociedade deve participar não apenas da elaboração dos instrumentos de planejamento (PPA, LDO e
LOA), mas, inclusive, do processo de apreciação e votação nas casas legislativas.
Controle Social da execução das Despesas Públicas
Encerrada a fase de elaboração, apreciação, votação e aprovação das peças orçamentárias, inicia-se a fase
de execução. É o momento da realização dos fins públicos estabelecidos na Constituição. Por isso, a sociedade
deve se organizar para participar da gestão desses recursos, em conjunto com os agentes públicos.
Nosso ordenamento jurídico estabelece algumas regras para que as despesas não se realizem arbitraria-
mente. Essas regras estão contidas, principalmente, na Lei das Finanças Públicas, a Lei n.º4.320/1964, na Lei
das Licitações, a Lei n.º 8.666/1993 e na Lei de Responsabilidade Fiscal, a Lei Complementar n.º 101/2000.
A Lei n.º 8.666/1993 estabelece, por sua vez, que as despesas devem ser efetuadas, sem privilegiar um ou
outro fornecedor dos produtos, obras ou serviços. Isto é, o gestor público deve observar o princípio constitu-
cional da isonomia (igualdade de todos perante a lei). Por outro lado, deve sempre selecionar a proposta mais
vantajosa para a Administração, conjugando com razoabilidade os critérios de preço e técnica.
Assim, as obras, serviços, compras, alienações, concessões, permissões e locações da Administração Pú-
blica, quando contratadas com terceiros, devem ser, em regra, precedidos de licitação, que deve ser processa-
da e julgada em estrita conformidade com os princípios básicos da legalidade, da impessoalidade, da moralida-
de, da igualdade, da publicidade, da probidade administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do
julgamento objetivo e dos que lhes são correlatos.
Segundo a Lei n.º 4.320/1964, toda despesa efetuada na Administração Pública, de qualquer dos entes
federativos (União, estados, Distrito Federal e municípios) deve seguir três estágios: empenho, liquidação e
pagamento.

Apostila gerada especialmente para: ALANA CASTRO 152.202.627-42


8
O art. 58 desse estatuto informa que empenho é “o ato emanado de autoridade competente que cria para o
Estado obrigação de pagamento, pendente ou não de implemento de condição”.
Se o empenho é obrigação de pagamento, não é o pagamento propriamente dito. É preciso que a despesa
empenhada seja liquidada. Conforme o art. 68 da Lei n.º 4.320/1964, liquidação é a “verificação do direito ad-
quirido pelo credor, tendo por base os títulos e documentos comprobatórios do respectivo crédito”.
Somente após essa fase o pagamento deve ser efetuado, mas não por qualquer pessoa, apenas por des-
pacho de autoridade competente, em documentos processados pela contabilidade do órgão realizador da des-
pesa.
Por isso, após participar da elaboração das peças orçamentárias, a sociedade deve acompanhar de perto a
execução das despesas públicas, nas três fases descritas acima, para evitar desvio e desperdício dos recursos
públicos.
Formas de Exercício do Controle Social
O controle social pode ser exercido pelos conselhos de políticas públicas ou diretamente pelos cidadãos,
individualmente ou de forma organizada.
O Controle Social exercido pelos Conselhos
Conforme citado, os conselhos são instâncias de exercício da cidadania, que abrem espaço para a participa-
ção popular na gestão pública. Nesse sentido, os conselhos podem ser classificados conforme as funções que
exercem. Assim, os conselhos podem desempenhar, conforme o caso, funções de fiscalização, de mobilização,
de deliberação ou de consultoria.
A função fiscalizadora dos conselhos pressupõe o acompanhamento e o controle dos atos praticados pelos
governantes.
A função mobilizadora refere-se ao estímulo à participação popular na gestão pública e às contribuições para
a formulação e disseminação de estratégias de informação para a sociedade sobre as políticas públicas.
A função deliberativa, por sua vez, refere-se à prerrogativa dos conselhos de decidir sobre as estratégias
utilizadas nas políticas públicas de sua competência, enquanto a função consultiva relaciona-se à emissão de
opiniões e sugestões sobre assuntos que lhes são correlatos.
A legislação brasileira prevê a existência de inúmeros conselhos de políticas públicas, alguns com abrangên-
cia nacional e outros cuja atuação é restrita a estados e municípios.
O Direito à Informação e o Controle Social
A participação ativa do cidadão no controle social pressupõe a transparência das ações governamentais.
Esse portal reúne informações sobre o uso do dinheiro público pelo Governo Federal e os disponibiliza para
todo o cidadão brasileiro, privilegiando uma relação governo sociedade fundada na transparência e na respon-
sabilidade social. O governo deve propiciar ao cidadão a possibilidade de entender os mecanismos de gestão,
para que ele possa influenciar no processo de tomada de decisões. O acesso do cidadão à informação simples
e compreensível é o ponto de partida para uma maior transparência.
A transparência da gestão pública e das ações do governo depende, portanto:
• Da publicação de informações;
• De espaços para a participação popular na busca de soluções para problemas na gestão pública;
• Da construção de canais de comunicação e de diálogo entre a sociedade civil e o governante;
• Do funcionamento dos Conselhos, órgãos coletivos do poder público e da sociedade civil com o papel de
participar da elaboração, execução e fiscalização das políticas públicas;
• Da modernização dos processos administrativos, que, muitas vezes, dificultam a fiscalização e o controle
por parte da sociedade civil;
• Da simplificação da estrutura de apresentação do orçamento público, aumentando assim a transparência
do processo orçamentário.

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Para que o controle social possa ser efetivamente exercido, é preciso, portanto, que os cidadãos tenham
acesso às informações públicas. Essa transparência implica, no entanto, um trabalho simultâneo do governo
e da sociedade: o governo, levando a informação à sociedade; a sociedade, buscando essa informação cons-
ciente de que tudo o que é público é de cada um de nós.
NOÇÕES DE CIDADANIA
Conforme texto de Orson Camargo13, temos que, no decorrer da história da humanidade surgiram diversos
entendimentos de cidadania em diferentes momentos – Grécia e Roma da Idade Antiga e Europa da Idade
Média. Contudo, o conceito de cidadania como conhecemos hoje, insere-se no contexto do surgimento da Mo-
dernidade e da estruturação do Estado-Nação.
O termo cidadania tem origem etimológica no latim civitas, que significa “cidade”. A palavra cidadania foi
usada na Roma antiga para indicar a situação política de uma pessoa e os direitos que essa pessoa tinha ou
podia exercer. Estabelece um estatuto de pertencimento de um indivíduo a uma comunidade politicamente
articulada (um país) e que lhe atribui um conjunto de direitos e obrigações, sob vigência de uma constituição.
O termo cidadão refere-se ao habitante da “cidade”, o indivíduo no gozo dos direitos civis e políticos de um
determinado Estado.
Segundo Dalmo Dallari: “A cidadania expressa um conjunto de direitos que dá à pessoa a possibilidade de
participar ativamente da vida e do governo de seu povo. Quem não tem cidadania está marginalizado ou exclu-
ído da vida social e da tomada de decisões, ficando numa posição de inferioridade dentro do grupo social”.14
Ao contrário dos direitos humanos - que tendem à universalidade dos direitos do ser humano na sua dig-
nidade - a cidadania moderna, embora influenciada por aquelas concepções mais antigas, possui um caráter
próprio e possui duas categorias: formal e substantiva.
A Cidadania Formal é, conforme o direito internacional, indicativo de nacionalidade, de pertencimento a
um Estado-Nação, por exemplo, uma pessoa portadora da cidadania brasileira. Em segundo lugar, na ciência
política e sociologia o termo adquire sentido mais amplo, a Cidadania Substantiva é definida como a posse de
direitos civis, políticos e sociais. Essa última forma de cidadania é a que nos interessa.
A compreensão e ampliação da cidadania substantiva ocorrem a partir do estudo clássico de T.H. Marshall
- Cidadania e classe social, de 1950 - que descreve a extensão dos direitos civis, políticos e sociais para toda
a população de uma nação. Esses direitos tomaram corpo com o fim da 2ª Guerra Mundial, após 1945, com
aumento substancial dos direitos sociais - com a criação do Estado de Bem-Estar Social (Welfare State) - esta-
belecendo princípios mais coletivistas e igualitários.
Os movimentos sociais e a efetiva participação da população em geral foram fundamentais para que hou-
vesse uma ampliação significativa dos direitos políticos, sociais e civis alçando um nível geral suficiente de
bem-estar econômico, lazer, educação e político.
A cidadania esteve e está em permanente construção, ela é um referencial de conquista da humanidade,
através daqueles que sempre buscam mais direitos, maior liberdade, melhores garantias individuais e coletivas,
e não se conformando frente às dominações, seja do próprio Estado ou de outras instituições.
No Brasil ainda há muito que fazer em relação à questão da cidadania, apesar das extraordinárias con-
quistas dos direitos após o fim do regime militar (1964-1985). Mesmo assim, a cidadania está muito distante
de muitos brasileiros, pois a conquista dos direitos políticos, sociais e civis não consegue ocultar o drama de
milhões de pessoas em situação de miséria, altos índices de desemprego, da taxa significativa de analfabetos
e semianalfabetos, sem falar do drama nacional das vítimas da violência particular e oficial.
Conforme sustenta o historiador José Murilo de Carvalho, no Brasil a trajetória dos direitos seguiu lógica
inversa daquela descrita por T.H. Marshall. Primeiro “vieram os direitos sociais, implantados em período de
supressão dos direitos políticos e de redução dos direitos civis por um ditador que se tornou popular (Getúlio
Vargas). Depois vieram os direitos políticos... a expansão do direito do voto deu-se em outro período ditatorial,
em que os órgãos de repressão política foram transformados em peça decorativa do regime [militar]... A pirâmi-
de dos direitos [no Brasil] foi colocada de cabeça para baixo”.15
13 O QUE É CIDADANIA? Disponível em http://www.brasilescola.com/sociologia/cidadania-ou-estadania.
htm.
14 DALLARI, Direitos Humanos e Cidadania. São Paulo: Moderna, 1998. p.14
15 CARVALHO, José Murilo. Cidadania no Brasil: o longo caminho. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira,

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Nos países ocidentais, a cidadania moderna se constituiu por etapas. T. H. Marshall afirma que a cidadania
só é plena se dotada de todos os três tipos de direito:
1. Civil: direitos inerentes à liberdade individual, liberdade de expressão e de pensamento; direito de pro-
priedade e de conclusão de contratos; direito à justiça; que foi instituída no século 18;
2. Política: direito de participação no exercício do poder político, como eleito ou eleitor, no conjunto das
instituições de autoridade pública, constituída no século 19;
3. Social: conjunto de direitos relativos ao bem-estar econômico e social, desde a segurança até ao direito
de partilhar do nível de vida, segundo os padrões prevalecentes na sociedade, que são conquistas do século
20.
Ainda com base no que dispõe a doutrina, o conceito de cidadania comporta duas concepções, sendo estas
de cidadania em sentido estrito e em sentido amplo.
A cidadania em sentido estrito, de acordo com a terminologia tradicional, adotada pela legislação infra-
constitucional e pela quase unanimidade dos autores de direito constitucional, é o direito de participar da vida
política do País, da formação da vontade nacional, abrangendo os direitos de votar e ser votado. É uma quali-
dade própria do cidadão, que é justamente o nacional no gozo de direitos políticos.
Por sua vez, a cidadania em sentido amplo, quer significar a participação do cidadão em diversas ativi-
dades ligadas ao exercício de direitos individuais, fundamentando-se, então, no artigo 1º da Constituição da
República. Esta tem um alcance maior. Adotado este sentido mais abrangente, os nacionais identificam-se
como os cidadãos de um Estado.
Existem duas espécies de cidadania: ativa e passiva. A primeira é o direito de votar, enquanto a segunda,
o de ser votado.
A Constituição Federal (CF), chamada de “Constituição Cidadã”, por ser considerada a mais completa entre
as constituições brasileiras, com destaque para os vários aspectos que garantem o acesso à cidadania, traz já
em seu artigo 1º, inciso II, a cidadania como direito fundamental.
“Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do
Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:
I. A soberania;
II. A cidadania;
III. A dignidade da pessoa humana;
IV. Os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
V. O pluralismo político.
Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou direta-
mente, nos termos desta Constituição.”
A preocupação com os direitos do cidadão é claramente uma resposta ao período histórico diretamente
anterior ao da promulgação da constituição.

2001. pp. 219-29.

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Excelência nos serviços públicos

— Prêmios da qualidade públicos


A partir da década de 80, governos de diversos países começaram a implementar um conjunto de ideias que
ficou conhecido como a „nova administração pública – NPM, do inglês, New Public Management. O objetivo
principal dessa doutrina é o de modernizar a administração pública de forma a propiciar mais benefícios ao
cidadão16.
As principais diretrizes da NPM são: administração visível e profissional, utilização de medidas e padrões de
desempenho, maior ênfase no controle de resultados, desagregação de unidades para melhor administrar, au-
mento da competição no setor público (principalmente, em licitações e parcerias), foco na utilização dos estilos
de gestão da iniciativa privada, e maior disciplina e economia no uso dos recursos públicos.
Desde então, o serviço público caminha, cada vez mais, no sentido de modernizar suas práticas de gestão.
Para execução dessa tarefa, a gestão da qualidade é uma importante aliada, pois traz conceitos que auxiliam
na consecução de objetivos com uma melhor utilização de recursos. Na aplicação da gestão da qualidade em
serviços públicos, é importante que se alinhe esses conceitos com as políticas a serem implementadas e com as
expectativas dos cidadãos.
Dessa maneira, é preciso melhorar internamente, sem perder, porém, o foco externo. Portanto, além de boas
políticas, é necessário que as organizações adotem boas práticas de gestão, alinhadas à estratégia traçada, com
a possibilidade de medição de desempenho.
Aplicar a gestão da qualidade a serviços é um desafio, tanto para o setor privado quanto para o público. Em
uma pesquisa realizada, onde usuários atribuíram notas a alguns serviços públicos e privados oferecidos no
Estado da Geórgia (EUA), apesar do estereótipo consagrado de que os serviços públicos possuem um nível de
desempenho abaixo do nível privado, esses recebem notas semelhantes às atribuídas à iniciativa privada em
processos de prestação de serviços.
Além disso, as notas atribuídas pelas pessoas que não utilizaram o serviço público (baseadas apenas na sua
percepção) foram menores do que as notas das pessoas que os haviam utilizado recentemente. A melhoria na
qualidade dos serviços públicos beneficia, além do cidadão, o funcionário público.
Estudos demonstraram, por meio de uma pesquisa realizada com 274 gestores públicos, que a motivação
dos funcionários está diretamente relacionada com o ambiente da organização. Uma organização pública que
consegue manter um alto nível de motivação e uma boa imagem perante a sociedade facilita o recrutamento de
novos funcionários e aumenta o comprometimento com o serviço público.
Os agentes públicos tendem a ter um perfil pessoal e profissional diferente daquelas que optam pela inicia-
tiva privada. Gestores públicos tendem a ser menos sensíveis a incentivos financeiros do que os seus pares
privados.
Para que ocorra a motivação dos agentes públicos, é necessário que eles sintam que prestam um serviço
que agrega valor à sociedade, e não apenas servem à burocracia. Dessa forma, é importante um trabalho de
comunicação que permita a esses agentes visualizar os benefícios que trazem para a sociedade.
Nesse processo, a gestão da qualidade é válida, pois aumenta a eficiência da prestação de serviços, me-
lhora a comunicação organizacional e focaliza resultados. Qualidade já é um requisito básico para a existência
das empresas da iniciativa privada.
Em alguns mercados, uma qualidade superior significa, ainda, um diferencial competitivo. A disseminação
dessa filosofia nas empresas ocorreu, em grande parte, devido à criação dos prêmios da qualidade.
Neste momento, para que os governos sirvam à população com qualidade, os prêmios da qualidade públicos
estão sendo utilizados enquanto estratégia gerencial. Um prêmio da qualidade público pode ser definido como
um instrumento que incentiva inovação e desempenho no setor público, por meio da identificação de organiza-
ções públicas com excelência em serviços.

16 https://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/97354/000919637.pdf?sequence=1

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Dessa forma, introduz competição em setores que não possuem concorrência e incentivam o aprendizado
organizacional, pois as companhias que se destacam mostram suas virtudes para outras organizações, parti-
cipantes ou não da premiação. Boa parte das premiações da qualidade premiam tanto organizações privadas
quanto as públicas.
O que motiva a criação de prêmios exclusivamente públicos é o fato de as restrições desse ambiente serem
diferentes das do ambiente privado. Fundamentalmente, o setor público pertence a uma comunidade, enquanto
o setor privado pertence a um empresário ou grupo de acionistas.
Além disso, os serviços públicos são custeados, majoritariamente, com recursos de impostos, enquanto
que os serviços privados são sustentados pelos valores pagos pelos clientes. Assim, as organizações públicas
são guiadas, principalmente, por forças políticas ao invés de forças econômicas, gerando diferentes fontes de
autoridade, que podem ser conflitantes.
Tais características influenciam no modo de administração. Na administração privada, os empresários ou
sócios procuram controlar o negócio diretamente, e os administradores possuem benefícios financeiros diretos
de um bom resultado da companhia, seja através de ações ou de programas de incentivo. Na administração
pública, geralmente, os administradores não obtêm benefícios financeiros de um bom resultado alcançado na
instituição.
Outro entrave é a burocracia, que tende a ser maior no setor público, devido à necessidade de controle sobre
o patrimônio público. Muitas vezes, essa característica pode levantar barreiras à busca de inovações, ou, ainda,
uma preocupação excessiva com regras e processos ao invés de resultados.
Por fim, o horizonte de planejamento, geralmente é curto, dada a instabilidade decorrente do fato de as
forças políticas mudarem periodicamente. Em relação à medição da qualidade em serviços públicos, definem-
-se dez dimensões principais: acesso ao serviço (p.ex., localização, tempo de espera, disponibilidade, dentre
outros), nível de comunicação (associado à linguagem simplificada, mas que mantenha o rigor à legislação),
sistema administrativo inteligível (por meio de processos simplificados com informação suficiente e de boa qua-
lidade), respostas flexíveis e rápidas (realização de adaptação quando as necessidades dos cidadãos mudam),
receptividade aos serviços (privilegiando o envolvimento dos cidadãos na definição dos serviços), competên-
cia do pessoal que presta o serviço (habilidade técnica do servidor), polidez e gentileza do pessoal (que é um
elemento-chave na qualidade de um serviço), credibilidade (no setor público, requer tratamento igualitário e
profissionalismo.
Possui relação direta com a imagem da organização), confiabilidade e responsabilidade (consistência e
precisão na prestação do serviço), e segurança e qualidade dos aspectos tangíveis (instalações adequadas,
acesso a pessoas deficientes, por exemplo, e que passem uma imagem de serviço de qualidade, mobiliário,
por exemplo).
Quanto à medição de desempenho, no setor privado ela ocorre de forma mais simples, visto que pode-se
utilizar resultados financeiros como forma de comparação, enquanto que, no setor público, há que se consi-
derar resultados para os diferentes interessados (usuários do serviço, sociedade, dentre outros). Os prêmios
públicos, em sua maioria, são compostos por modelos gerenciais, conhecidos como modelos de excelência em
gestão.
Esses modelos são focados numa gama de atividades gerenciais, comportamentos e processos que influen-
ciam a qualidade dos produtos e serviços entregues pelas organizações e contêm critérios a serem atendidos
pelo setor. Eles estão baseados nos princípios, conceitos e linguagem próprios da natureza pública das orga-
nizações.
— Critérios de Excelência em Gestão Pública
Critérios de Excelência definem o que uma organização deve apresentar para que seu modelo de gestão seja
considerado compatível com o modelo de determinada premiação. Os critérios constituem-se de requisitos, e a
forma de atingi-los é determinada pela própria organização.
Os critérios de grande parte dos prêmios existentes atualmente baseiam-se nos critérios de três premiações:
o japonês, Prêmio Deming; o europeu, EQA (do inglês, European Quality Award); e o norte-americano, Malcolm
Baldrige National Quality Award (MBNQA).

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Cada premiação elenca os seus critérios de acordo com o enfoque desejado, por exemplo, o Prêmio Deming
é mais voltado para a implementação de ferramentas de controle estatístico da qualidade, enquanto que o EQA
possui maior foco no impacto na sociedade e na gestão de pessoas da organização.
O objetivo do Prêmio Nacional da Gestão Pública - PQGF é o de elevar o padrão dos serviços públicos
prestados e aumentar a competitividade do país. O prêmio está inserido no Programa Nacional de Gestão
Pública e Desburocratização (GESPÚBLICA), criado em 2005, a partir da união do Programa de Qualidade no
Serviço Público com o Programa Nacional de Desburocratização.
O modelo de excelência utilizado pelo PQGF é o Modelo de Excelência em Gestão Pública - MEGP, cujos
critérios são voltados para os clientes externos e internos da organização, inspirados nos critérios do Prêmio
Nacional da Qualidade - PNQ, que são utilizados para organizações privadas.
Esses critérios estão em constante atualização, de forma a estarem alinhados com o que há de mais atual
em excelência em gestão e com as mudanças que ocorrem na administração pública.
O MEGP está alicerçado sobre os cinco princípios constitucionais da Administração Pública (legalidade,
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência) e sobre treze fundamentos que expressam o estado da
arte da gestão pública contemporânea: pensamento sistêmico, aprendizado organizacional, cultura da inova-
ção, liderança e constância de propósitos, orientação por processos e informações, visão de futuro, geração
de valor, comprometimento com as pessoas, foco no cidadão e na sociedade, desenvolvimento de parcerias,
responsabilidade social, controle social, e gestão participativa.
Além disso, o MEGP está dividido em oito partes, que constituem os critérios, os quais estão integrados em
quatro blocos, como mostra a figura abaixo.
Em cada caixa encontra-se o número, o nome e a pontuação máxima possível de cada critério. Os critérios
de 1 até 7 formam a dimensão “Processos Gerenciais” do modelo, enquanto que o critério 8 compõe a dimen-
são “Resultados Organizacionais”.
Relação entre as partes que compõem o MEGP

https://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/97354/000919637.pdf?sequence=1
O modelo segue a lógica do PDCA, que vem do inglês, Plan (Planejar), Do (Executar), Check (Verificar) e
Act (Agir).

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O primeiro bloco (Liderança, Estratégias e Planos, Cidadãos e Sociedade) corresponde à fase de “planeja-
mento” do modelo, onde a Alta Administração traça estratégias que atendam às necessidades dos cidadãos. O
segundo bloco (Pessoas e Processos) engloba a parte de “execução” do ciclo, transformação das estratégias
em resultados.
No terceiro bloco (Resultados) é onde ocorre a etapa de “controle” do atendimento das necessidades dos
usuários, da gestão de pessoas, da execução orçamentária, dentre outros. O último bloco representa a etapa
de “ação”, pois é a parte onde a organização analisa dados internos e externos e toma atitudes no sentido de
corrigir ou melhorar suas práticas de gestão.
Para efeito de avaliação das organizações, as oito partes são transformadas em Critérios de Excelência.
Esses são desdobrados em itens, que, por sua vez, se desdobram em requisitos.
O GESPÚBLICA trabalha com três instrumentos de auto avaliação da gestão, de acordo com o estágio de
desenvolvimento na busca pela excelência da organização: o instrumento de 250 pontos, o de 500 pontos e
o de 1000 pontos. Os instrumentos de 250 e 500 pontos são utilizados por organizações que estão iniciando
essa busca pela excelência, enquanto que o modelo de 1000 pontos é utilizado por instituições que desejam
concorrer ao PQGF.
A auto avaliação consiste na avaliação do grau de aderência das práticas de gestão da organização em rela-
ção ao referencial de excelência proposto. As deficiências identificadas na organização dão origem a um Plano
de Melhoria da Gestão (PMG), com ações para a melhoria do seu desempenho.
A auto avaliação e o PMG são submetidos ao GESPÚBLICA para validação externa e posterior emissão do
certificado do nível de gestão, o qual possui validade de um ano e seis meses. O sistema de pontuação deter-
mina o estágio de maturidade da gestão da organização nas dimensões “Processos Gerenciais” e “Resultados
Organizacionais”.
Os processos gerenciais são avaliados em quatro fatores de pontuação: enfoque (que analisa se as práticas
de gestão são adequadas e proativas), aplicação (que avalia a disseminação e continuidade das práticas na
organização), aprendizado (que verifica se houve refinamento das práticas) e integração (que examina se exis-
te coerência com as estratégias, se as práticas estão inter-relacionadas com as outras e se existe cooperação
entre as partes interessadas).
Os resultados organizacionais são avaliados em relação aos seguintes fatores de pontuação: relevância
(que verifica a importância dos resultados para o alcance dos objetivos estratégicos), tendência (que analisa o
comportamento ao longo do tempo) e nível atual (que examina o atendimento ao requerido pelas partes interes-
sadas e a comparação com o nível dos resultados de outras organizações). De acordo com a pontuação global
obtida, a organização é enquadrada em um dos nove estágios de maturidade de gestão do modelo.
A organização deve, antes de proceder à sua auto avaliação, elaborar o seu perfil, onde consta uma apre-
sentação da organização, com aspectos relevantes sobre seus processos, área de atuação, desafios, o rela-
cionamento com as partes interessadas e um histórico da busca pela excelência. Esse perfil proporciona uma
visão sistêmica da organização, tornando explícitos conhecimentos implícitos e, por consequência, facilitando
a auto avaliação.
O MEGP é um modelo genérico para todos os tipos de organizações públicas, mas possui versões adapta-
das às particularidades de alguns setores, como o de saneamento. Ele também serve de referencial para outros
prêmios estaduais e municipais de excelência em gestão pública.

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Gestão por resultados na produção de serviços públicos.

A prática da administração voltada para os resultados tem como requisito uma gestão organizacional articu-
lada acerca de vários elementos que podem ser identificados em quatro principais dimensões17:
a) quadro estratégico responsável pela formulação da estratégia referente à meta da organização e os meios
necessários para alcançá-la;
b) delegação, habilitação e responsabilização;
c) concentração em resultados pela eliminação de controles inúteis;
d) implementação de um sistema de reporting e de comunicação.
A implementação de um quadro estratégico na administração pública requer o abandono da visão legalista.
No setor público, costuma-se cumprir metas orçamentárias preocupando-se sempre com o equilíbrio de recei-
tas e despesas. O enfoque nos resultados deve ser traduzido pela formulação de estratégias gerenciais que
permitam ao órgão público identificar a meta a ser atingida, bem como o caminho apropriado para o alcance da
meta traçada.
O quadro de gestão por resultados exige novos valores que possam catalisar o processo de obtenção de
resultados. A delegação implica a transferência de mais responsabilidades aos gestores, enquanto a habilitação
consiste em disponibilizar-lhes os meios necessários que possam facilitar o processo decisório, como a infor-
mação, a formação e a autoridade exigida.
É necessário que se estabeleçam alguns mecanismos de responsabilização para a habilitação do gestor
público, apontando os seguintes:
(a) objetivos esclarecidos para a conscientização de todos;
(b) definição de indicadores de rendimento para avaliar os resultados;
(c) implementação de sistemas de informações viáveis;
(d) elaboração de relatórios tempestivos de resultados.
Na busca da administração por resultados, deve-se abandonar o excesso de burocracia, eliminando-se
controles desnecessários que representam limitações ou barreiras para a obtenção de resultados oriundos de
decisões centralizadas. Assim, o processo de evidenciação e comunicação exigem o fornecimento e detalha-
mento de uma informação completa e útil.
Na base da administração por resultados, está o accountability (prestação de contas) que representa uma
etapa crucial na implementação deste modelo de gestão no processo gerencial da administração pública. A
adoção do modelo da administração por resultados requer uma mudança mais cultural do que estrutural.
Compromisso, responsabilidade e envolvimento constituem fatores que devem determinar o comportamento
do agente público frente à máquina administrativa pública, no sentido da busca por resultados concretos. A
conscientização sobre esses valores facilita o processo contínuo da perseguição de resultados no setor público.
Portanto, deduz-se que a dimensão comportamental é parte integrante da gestão por resultados e mostra-
-se como elemento essencial para o seu êxito. O estágio atual da sociedade moderna exige da administração
pública um foco nos resultados.
Assim, é preciso que ela responda às expectativas modernas, o que obriga a passagem pela gestão por
resultados. Com isso, passa-se a exigir dos gestores públicos não somente a prestarem contas, com o principal
objetivo de tornar públicos os relatórios descritivos de fatos gerenciais acontecidos, mas, sobretudo, a eviden-
ciarem um “income of accountability”.
Um modelo de administração centralizado nos resultados permite às organizações centrar constantemente
sua atenção no alcance de resultado. Para tanto devem mensurar seu desempenho de forma regular e objetiva.
Nesse modelo, destaca-se a necessidade de o gestor público apreender novos mecanismos e de adaptá-los,
para melhorar a sua eficácia administrativa.
17 http://www.anpad.org.br/admin/pdf/ENAPG360.pdf

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A nova abordagem da gestão pública requer que os cidadãos sejam colocados no centro das preocupações
da administração, buscando meios de integrá-los aos debates e fazer com que participem nas decisões. Com
essa medida, os administradores públicos podem gerir os recursos colocados à sua disposição de maneira
econômica e eficaz.
— A administração por resultados: novo paradigma da administração pública
No estágio atual da gestão pública, o principal debate acerca da nova administração pública diz respeito à
administração por resultados. Ela representa fortemente um dos elementos-chave da New Public Management
(Nova Gestão Pública).
Esta busca por resultados se evidencia nas reformas ou modernizações de muitas administrações no mun-
do. Em quase todos os projetos de modernização ou de reforma de uma administração pública, é sempre con-
ferida uma ênfase maior na gestão por resultados.
A avaliação dos resultados das políticas, dos programas e dos serviços constitui um elemento essencial da
administração pública. Essa avaliação ajuda a identificar o que funciona e o que não funciona, bem como a
evidenciar outros meios estratégicos de melhorar as políticas, os programas e as iniciativas.
Uma política de administração baseada em resultados favorece a geração de conhecimentos objetivos e
detalhados, no sentido de auxiliar os gestores a tomar decisões mais eficientes sobre suas políticas e seus
programas de governo.
A administração por resultados tem um papel importante neste cenário de reformas recentes do setor público
no mundo. Esse modelo disponibiliza informações relevantes voltadas para a eficácia, a eficiência e a perfor-
mance das políticas vinculadas ao setor público. Além disso, contribui para a otimização da gestão pública.
O direcionamento da administração pública na busca de resultados permite aos gestores responder às preocu-
pações dos contribuintes quanto à utilização dos recursos públicos. Enfim, uma administração pública voltada para
os resultados é essencial para um governo que prioriza os cidadãos e busca assegurar o bem-estar social.
As organizações dos setores público e privado que mensuram e avaliam os resultados de suas atividades
consideram que esta informação as leva a repensar seu papel e contribui para melhorar seu rendimento. Elas
podem, em consequência, recompensar os sucessos, manter as experiências anteriores e gerar a confiança
da sociedade. Sua aptidão para mensurar e avaliar os resultados é indispensável à execução de programas, à
prestação de serviços e à aplicação de políticas de qualidade.
No passado, e ainda com resquícios no presente, os governos enfatizavam o que gastavam, o que faziam
e o que produziam. Não se pode negar que é importante ter informações exatas nessas áreas. Entretanto, isto
não é suficiente para concretizar a orientação centralizada em resultados imposta por este modelo de adminis-
tração.
Uma administração baseada em resultados permite aos órgãos públicos oferecer um melhor serviço aos
cidadãos, identificando os pontos fortes e os pontos de estrangulamento dos programas. Com isso, é possível
detectar aqueles que não dão bons resultados.
Um programa de administração moderna impede os gestores de irem além do que fazem (atividades) e do
que produzem (output), orientando-os a centrar sua atenção nos resultados reais, isto é, nas consequências e
nos efeitos dos seus programas.
Os requisitos para a avaliação da performance da administração baseada em resultados têm se acentuado
muito nos últimos anos, tornando complexa a avaliação da performance das atividades em todos os níveis de
todo o governo. Pesquisas sobre a avaliação da performance administrativa, no setor público, vêm apontando
problemas na concepção e gestão desses sistemas, indicando sua eficácia como principal fator no tocante a
accountability dos governos.
Para que se possa implantar uma administração focalizada em resultados, impõe-se redesenhar o modo de ges-
tão dos sistemas de administração pública. Os gestores públicos precisam definir claramente os resultados que se
pretende obter, implementar o programa ou serviço, mensurar e avaliar o rendimento e, caso seja necessário, fazer
ajustamentos para aumentar a sua eficiência e a sua eficácia.

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A administração dirigida à geração de resultados assegura um melhoramento contínuo da performance, faci-
lita o alcance de serviços de excelência e favorece o desenvolvimento da liderança e a responsabilização pelos
indivíduos e pela coletividade. A adoção de critérios para a obtenção de resultados, por parte da gestão pública
gerencial, envolve questões relevantes de mensuração.
A literatura voltada à mensuração de resultados da gestão pública tem defendido a utilização de indicadores
físicos ou qualitativos para indicar os benefícios que constituem os objetivos e metas das políticas avaliadas.
Conclui que somente os custos são expressos em termos monetários, fazendo-se necessária a comparação
desses custos aos benefícios quantitativos ou qualitativos para fins de avaliação.
Os resultados no setor público assumem um significado especial. Por isso, devem existir unidades organi-
zadas do setor público, para propiciar o alcance do resultado desejado de uma determinada política. Mas suas
ações se concentram totalmente nos produtos/serviços das políticas, ao invés dos resultados que devem ser
atingidos. A gestão por resultados exige uma visão mais ampla do que aquela preocupada apenas em equacio-
nar recursos com produtos/serviços.
Qualquer organização, seja pública ou privada, precisa desenvolver uma atenção equilibrada para o que
está fazendo, devendo priorizar sua relação com as necessidades dos consumidores.
Um outro aspecto que não se pode silenciar diz respeito a grande quantidade de leis que regem a admi-
nistração pública brasileira que muitas das vezes trazem interpretações contraditórias, dificultado assim sua
eficácia nos três entes federativos, levando assim os gestores a usarem, muita das vezes, técnicas informais
no modo de gerir os recursos públicos.

Comunicação na gestão pública

— A Comunicação organizacional do século XXI no setor público


No campo das organizações públicas, o interesse em entender e dissipar as práticas ligadas às redes de
computadores surgiu mais tardiamente e de forma irregular, porém está cada vez mais notória a importância
dessa modalidade de gestão na condução da administração estratégica desses órgãos e entidades. A incorpo-
ração de processos de inovação na gestão pública costuma ser lenta e pouco expressiva devido aos regimes
de governo que se instauram por vários anos18.
Mesmo assim, os gestores públicos foram gradativamente compreendendo a função dessas ferramentas
digitais de comunicação na organização do século XXI e, dessa forma, estimulando que esse tipo de técnica
conquiste mais áreas dentro do ambiente organizacional. Esse entendimento é uma das exigências implícitas
da Nova Administração Pública (NAP), cada vez mais direcionada para as demandas dos cidadãos e que re-
força a busca de resultados.
A necessidade de inovação no setor público superou assim a morosidade da renovação e a falta de interes-
se político nos avanços tecnológicos. Por isso, nos dias atuais, as organizações públicas estão ampliando a
participação na rede de internet, não só por meio de um website corporativo ou de um portal institucional, mas
também utilizando ferramentas mais modernas e complexas a exemplo dos sites de redes sociais.
Nesse caso, podem-se destacar o Instagram e o Facebook, como ferramentas populares nesse segmento
de organização, mas não se pode desprezar também o uso de blogs, do Twitter, do Youtube, do Linkedin, do
Pinterest, entre outros. A utilização de mídias sociais pelos organismos públicos pode ser traduzida como uma
maneira de se ampliar as ferramentas de comunicação, representando para o Estado uma plataforma onde
ocorre a interação com a sociedade com a finalidade de se divulgar informações públicas e também para o
controle social dos atos da Administração Pública.
Em outras palavras, esses canais digitais favorecem a democratização da comunicação, dando aos indi-
víduos acesso a um maior campo de informações. O uso das ferramentas digitais pelas organizações possui
papel administrativo essencial: a função informacional.

18 https://ebap.online/ebap/index.php/ebap/viebap/paper/viewFile/587/173

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Essa atribuição é um dos pilares da gestão estratégica contemporânea. Estabelecer a informação/comu-
nicação entre a organização e seus públicos interno (funcionários) e externo (clientes/usuários, sociedade,
imprensa) coloca a organização em posição de destaque, seja ela pública ou privada.
Sendo assim, o fortalecimento da comunicação organizacional alcança particularmente uma característica
interna da organização, aquela responsável pela comunicabilidade. Em outras palavras, a atividade comunica-
cional da organização, quando bem planejada, executada e monitorada, pode ser considerada como um dos
pontos fortes na matriz SWOT, uma das ferramentas mais utilizadas na gestão das organizações, principalmen-
te as privadas, o que, em tese, auxilia na construção dos resultados estratégicos.
Esse reforço na gestão interna da organização é que deve garantir uma vantagem competitiva. No entanto,
quando se refere às organizações públicas, precisa-se ter a devida noção de que elas têm o dever de prestar
as informações pertinentes à sociedade, como forma, inclusive, de prestação de contas da gestão.
Nesse caso, trata-se do cumprimento de ditames normativos específicos, aos quais os gestores e as institui-
ções estão submetidos por força de lei, a exemplo da Lei da Transparência, Lei Complementar 131/2009, e da
Lei de Acesso à Informação (LAI), Lei nº 12.527/2011. Um dos grandes objetivos pretendidos com a publicação
da LAI foi que a sociedade tenha noção do que ocorre no interior da Gestão Pública e consiga assim um maior
controle sobre as ações de Estado.
Ou seja, a comunicação é uma forma de accountability necessária aos entes públicos de maneira geral.
Então, numa análise a respeito dos aspectos da gestão pública, não se pode desconsiderar a especificidade da
natureza das organizações públicas, pois estas devem observar certos requisitos dispostos em determinadas
normas, diferentemente da margem de “liberdade” das entidades privadas.
Esse aspecto pode ser considerado um ponto limitador para o avanço mais vigoroso do setor público no
tocante ao uso da nova comunicação organizacional contemporânea.
— O papel do gestor na condução da nova comunicação organizacional
Os gestores públicos precisam levar em consideração a gama de características da nova comunicação
organizacional do século XXI para que possam preparar seus órgãos e entidades, além de qualificar seus
servidores a fim de que exerçam a atividade comunicacional de forma profícua, diante dessa nova realidade
organizacional. Uma vez introduzidos os novos formatos e modelos digitais de comunicação, estes substituirão
ou, adaptarão, algumas práticas e técnicas tradicionais de comunicação.
Para isso, faz-se de extrema necessidade o preparo adequado da organização (orgânico, pessoas, equipa-
mentos, cultura organizacional) para essa nova fase, caso contrário poder-se-á converter num desafio. Nesse
espectro, a formação profissional dos agentes de comunicação torna-se uma variável determinante na qualifica-
ção das estratégias de comunicação e, por conseguinte, em sua devida execução no ambiente organizacional.
Uma equipe mal preparada (ou completamente despreparada) para as novas tecnologias e sem o devido
conhecimento desse cenário virtual não deve corresponder satisfatoriamente ao processo de comunicação
esperado pela organização pública. Assim tonifica-se a relevância dos trabalhos desenvolvidos por instituições
responsáveis pelo preparo de técnicos e dirigentes, a exemplo da Escola Nacional de Administração Pública
(Enap) e do Instituto Superior de Estudos Brasileiros (Iseb).
Como em qualquer organização, a atualização e o aperfeiçoamento dos processos internos de gestão, es-
pecialmente aqueles ligados à área da comunicação, podem ser abrangentes ou diminutos em razão de uma
série de fatores no ambiente organizacional. Isso quer dizer que a falta de uma estrutura material, a exemplo
de computadores, acesso à internet, representa um empecilho para o desenvolvimento de um modelo digital
de comunicação.
Esse quadro pode ser ainda mais complexo em tempos de travessia de dificuldade financeira pelas entida-
des públicas, como a vivencia atualmente. Outra questão é a cultura organizacional, compreendida como um
conjunto de normas, valores e crenças contido no ambiente organizacional que resulta num sistema de ideias
e significados partilhados, formas expressivas e manifestações da consciência humana.
Ela também precisa ser moldada para o prisma digital. Uma das dificuldades enfrentadas nos órgãos e enti-
dades públicas, por exemplo, é a presença de servidores públicos que, mesmo tendo participado de cursos de
informática e de ferramentas digitais, se recusam a utilizá-las no dia a dia da organização, por diversos motivos,
inclusive, por estarem habituados a executar as operações de outra maneira.

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A tarefa de influenciar e motivar esses servidores a mudar as práticas diárias demanda muita habilidade do
gestor. A gestão tem que ocupar-se com os seres humanos envolvidos na instituição, incentivando suas forças
e tornando irrelevantes suas fraquezas.
Dessa forma, a alta gestão organizacional assume o papel de controlar e direcionar sua equipe para o de-
senvolvimento de práticas inovadoras, estimulando seu fortalecimento. Diante das atuais mudanças no macro
ambiente, política, social, ambiental, e a busca constante por inovação, ressalta-se que o gestor público rece-
beu o desafio de acompanhar a evolução e reorganizar o processo de administração, dirigindo as mudanças, a
inserção da participação da sociedade e o estabelecimento de estratégias mais complexas e contínuas.
Portanto, cabe ao gestor público o papel de catalisador de ações inovadoras e de fomentador de iniciativas
transformadores no âmbito de sua organização, objetivando implementar estratégias em busca de melhorias
continuas e permanentes. É de sua responsabilidade associar as práticas organizacionais, nesse caso, as re-
lacionadas à comunicação, às tecnologias de ponta disponíveis no mercado, sempre com o objetivo maior de
conquistar os propósitos estratégicos da organização de maneira profícua.
Diante dessa macro conjuntura, podem-se formular algumas medidas a serem guardadas no campo da
gestão pública no intuito de se assimilar as modificações paradigmáticas recentes, especialmente relacionadas
ao segmento comunicacional:
(1) institucionalizar o uso de sites de redes sociais nas práticas comunicacionais interna e externa;
(2) fomentar a criação de aplicativos institucionais de comunicação e gestão;
(3) formar grupos institucionais para comunicação via mensageiro instantâneo;
(4) readequar os atuais atos de comunicação organizacional para os moldes digitais;
(5) elaborar um guia/manual específico sobre a comunicação organizacional digital no ambiente institucional.
Ressalta-se, por fim, que a comunicação organizacional contemporânea ou digital traz vantagens à insti-
tuição, a exemplo da diminuição de custos vinculados aos sistemas de produção e veiculação, além de ter o
potencial de alcançar um público mais amplo, porém, se não for adequadamente administrada, com métodos
que permitam a pronta resposta, a comunicação participativa e interativa, e a construção de uma comunicação
flexível, essa modalidade de comunicação poderá se tornar inepta, ineficiente, sem representatividade e sem
as esperadas contribuições à gestão pública.
— Governança na Administração Pública por meio de redes
A rede interorganizacional é um tipo de rede social, com caráter técnico e operacional. Entre suas carac-
terísticas, destaca-se pouca hierarquia e grande interatividade entre seus atores. A essência de uma rede é o
fenômeno da coopetição, ou seja, cooperação e competição entre empresas. Os elementos fundamentais da
rede são os atores e as relações que são estabelecidas entre eles19.
O governo em rede pode ser entendido como um sistema interligado, uma rede complexa de relações tem-
porárias destinadas à solução dos problemas que a todo instante surgem; uma rede ligada por canais informais
de comunicação, cujo lema seria conectar, comunicar e colaborar. Rede é uma estrutura de organização capaz
de reunir pessoas e instituições em torno de objetivos comuns.
Sua base da formação é o compartilhamento da informação. O conjunto de redes do governo matricial envol-
ve alinhamento horizontal e vertical. No alinhamento horizontal, as redes podem conter ligações simples, quan-
do programas intrasetoriais são implementados por uma única organização, ou podem ser ligações complexas,
em que os programas multisetoriais são implementados por múltiplas organizações, incluindo entidades não
governamentais e entes de outras esferas do governo.
Uma rede não tem centro, e sim nós de diferentes dimensões e com relações internodais diferenciadas.
Cada nó é necessário para a existência da rede.
A tecnologia da informação e comunicação é que podem proporcionar a articulação cotidiana de uma rede
de instituições complexas, pois, de outra forma, a interatividade dos participantes estaria prejudicada. O fun-
cionamento em rede, assegurando descentralização e coordenação na mesma organização complexa, é um
privilégio da era da informação.

19 http://www.anpad.org.br/diversos/down_zips/63/2012_EOR1733.pdf

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Quando se discute redes, destaca-se também a criação e compartilhamento do conhecimento entre as orga-
nizações que se relacionam, seja esse relacionamento próximo ou distante, por meio de vínculos fracos, mas
de grande alcance.
Uma análise mais aprofundada acerca da gestão de redes é necessária para se verificar como as redes
podem ser utilizadas para desenvolver políticas que busquem solucionar os problemas mais complexos. As
organizações entendem que a cooperação é a melhor maneira de atingir objetivos comuns.
Os vários laços fracos mantidos por um indivíduo são mais importantes que os laços fortes na manutenção
das redes sociais, uma vez que possibilitam a interação com vários outros grupos mais dispersos. Sem estes
laços fracos, os grupos seriam como ilhas isoladas e não uma rede.
Existe uma ordem na organização das redes, ou seja, elas não são simplesmente randômicas. O desenvol-
vimento da confiança entre os membros de uma rede é um pressuposto para um estado de cooperação.
A estrutura de uma rede de atores é composta por fios e nós, sendo os fios as expectativas, objetivos e
demandas acerca da atuação dos atores e os nós seriam os próprios atores e sua atuação conjunta. Também
expõem que a função de uma rede é reunir atores com interesses diferenciados, ou até conflitantes, para traba-
lharem em conjunto, buscando agir de acordo com interesses do grupo, e não particulares.
Os membros da rede devem negociar os interesses, ajustando-se uns aos outros. Mas o que leva as insti-
tuições a se organizarem em rede, tendo em vista essa limitação dos interesses particulares? A resposta a esta
questão é que as redes protegem os atores, ou seja, isso quer dizer que elas possibilitam aos atores a resolu-
ção de problemas que representariam uma carga excessiva para um ator isolado, único.
Em outras palavras: quem trabalha sozinho sucumbe. As redes evitam a queda; possibilitam a solução dos
problemas, acima de tudo, pela ação conjunta. Sua estabilidade resulta, assim, da pressão por cooperação e
do bom êxito da cooperação.
A governança pública não pode ser imposta: é um processo de troca que oscila entre o topo e a base em
toda a organização. Portanto, a nova cultura de governança deve estar impregnada em todas as organizações
participantes da estrutura de governança. Desse modo, os parceiros, liderando uma coalizão em rede ou uma
aliança, irão construir efetivamente as bases para o desenvolvimento de uma confiança mútua.
Os estudos preliminares sobre redes de Políticas Públicas, por volta dos anos 60 do século XX, focavam na
importância das relações de cooperação entre organizações, na forma como elas trabalhavam e no impacto
dessas relações na estrutura e comportamento organizacional. Recentemente, o foco de estudo foi ampliado,
buscando verificar a efetividade das atividades da rede, considerando as várias interações entre os atores.
Acerca dessa questão da efetividade da atuação das redes, aponta-se que pairam dúvidas não somente
sobre as bases de cooperação entre esses atores, mas também sobre seus resultados. Ressalta-se também a
importância de se avaliar e controlar o desempenho das alianças de cooperação.

Governabilidade e governança. Intermediação de interesses (clientelismo, corporati-


vismo e neocorporativismo)

Governança
Na iniciativa privada a governança corporativa representa o modo como as organizações são administradas
e controladas, e como interagem com as partes interessadas. Inclui políticas, regulamentos/instruções, proces-
sos, estratégia e cultura, e orienta-se pelos princípios da transparência, equidade, responsabilidade por resulta-
dos, cumprimento das normas e accountability. De acordo com o Instituto Brasileiro de Governança Corporativa
o conselho de administração é o guardião do sistema de governança.
Governança pública, no entanto, é compreendida como a capacidade de governar, capacidade de decidir e
implementar políticas públicas que atendam às necessidades da população. Segundo Bresser-Pereira (1998),
“governança é a capacidade financeira e administrativa, em sentido amplo, de um governo implementar políti-
cas”.

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Governança relaciona-se com a competência técnica, que abrange as capacidades gerencial, financeira e
técnica propriamente dita, e tem nos agentes públicos, em sentido amplo, e nos servidores públicos, em sentido
estrito, a sua fonte de origem. “Existe governança em um Estado quando seu governo tem as condições finan-
ceiras e administrativas para transformar em realidade as decisões que toma.”
O Caderno Mare no 01 menciona que a governança será alcançada quando o Estado se tornar mais forte,
embora menor: mais forte financeiramente, superando a crise fiscal que o abalou nos anos 1980; mais forte
estruturalmente, com uma clara delimitação de sua área de atuação e uma precisa distinção entre seu núcleo
estratégico, em que as decisões são tomadas, e suas unidades descentralizadas; mais forte estrategicamente,
dotado de elites políticas capazes de tomar as decisões políticas e econômicas necessárias; e administrativa-
mente forte, contando com uma alta burocracia tecnicamente capaz e motivada.
A governança envolve o modo/forma pelo qual o Governo se organiza para prestar serviços à sociedade;
o modo/forma de gestão dos recursos públicos; o modo/forma como divulga suas informações; o modo/forma
como se relaciona com a sociedade civil; e o modo/forma como constrói os arranjos/acordos institucionais ne-
cessários à implementação das políticas públicas.
A governança é instrumental, é o braço operacional da governabilidade, “pode ser entendida como a outra
face de um mesmo processo, ou seja, como os aspectos adjetivos/instrumentais da governabilidade” (Vinícius
Araujo, 2002). Por ser um instrumento da governabilidade para a realização dos fins do Estado, a governança
pressupõe condições mínimas de governabilidade, ou seja, em situações de crise grave ou de ruptura institucio-
nal, que afetem a governabilidade, a governança restará comprometida, haja vista o seu caráter instrumental.
“Sem governabilidade é impossível governança” (Caderno Mare nº 01).
Atenção: Uma boa governança fortalece a legitimidade do Governo e aumenta sua governabilidade, mesmo
sendo instrumental, para a ESAF o conceito de governança possui um caráter mais amplo que o conceito de
governabilidade.
A governança federal apresentou significativa evolução mediante investimentos em capacitação e treina-
mento dos servidores públicos, mediante a incorporação de técnicas utilizadas pelo setor privado, e mediante
a utilização intensiva de sistemas informatizados como ferramenta de gestão estratégica, tática e operacional.
Um novo termo surgiu nesse contexto: é a nova governança pública – que inclui a participação do mercado
e da sociedade civil nas decisões –, o que dificulta ainda mais a distinção dos termos governança versus go-
vernabilidade. A nova governança seria uma espécie de “ponte” entre os interesses do mercado e da sociedade
civil e a governabilidade. “A governança, de fato, ultrapassa os aspectos operacionais das políticas, incluindo
mecanismos de agregação de interesses, de decisões políticas, de redes informacionais e de definições estra-
tégicas” (Jardim, apud Wagner Araujo e Marco Gomes, 2006). Palavras como alianças, acordos, parcerias e
cooperação (entre governo, mercado e sociedade) surgem fortes nesse novo conceito.
Atenção: Alianças, acordos, parcerias e cooperação também fazem parte da governabilidade. Diferencie-os
desta maneira: se forem utilizados para legitimar os governos, para obtenção de apoio político, se referem à go-
vernabilidade; se forem utilizados num sentido mais operacional, de decisões e ações relacionadas a melhores
formas de prestar/controlar os serviços públicos, então referem-se à governança.
Governabilidade
A governabilidade refere-se ao poder político em si, que deve ser legítimo e contar com o apoio da popula-
ção e de seus representantes. No dizer de Bresser-Pereira (1998), significa capacidade política de governar,
“governabilidade é uma capacidade política de governar derivada da relação de legitimidade do Estado e do
seu governo com a sociedade”. Nesse mesmo sentido, o Caderno Mare n° 01 esclarece que um governo tem
governabilidade “na medida em que seus dirigentes contem com os necessários apoios políticos para gover-
nar”, e que a capacidade política de governar ou governabilidade decorre do relacionamento “do Estado e do
seu governo com a sociedade”.
Para Vinicius Araújo (2002), a governabilidade “refere-se às próprias condições substantivas/materiais de
exercício do poder e legitimidade do Estado e do seu governo, derivadas de sua postura diante da sociedade
civil e do mercado”. Portanto, legitimidade está relacionada com governabilidade, visto que se os governos não
forem legitimados não haverá condições necessárias para governar.

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Mas governabilidade significa também que o governo deve tomar decisões amparadas num processo que
inclua a participação dos diversos setores da sociedade, dos poderes constituídos, das instituições públicas e
privadas e segmentos representativos da sociedade, para garantir que as escolhas efetivamente atendam aos
anseios da sociedade, e contem com seu apoio na implementação dos programas/projetos e na fiscalização
dos serviços públicos.
Os governos legítimos, segundo Lamartine Braga et al. (2008), têm Constituição e leis duradouras em es-
pírito e ações; tratam os cidadãos imparcialmente, respeitam os indivíduos e a comunidade; tomam decisões
transparentes; usam poder coercivo; protegem os interesses coletivos de ganhos privados; usam políticas
atuais que satisfazem as necessidades dos cidadãos envolvidos; cuidam dos interesses coletivos; constroem e
mantêm a confiança nas instituições públicas.
A fonte ou origem da governabilidade são os cidadãos e a cidadania organizada, os partidos políticos, as
associações e demais agrupamentos representativos da sociedade. Vinicius Araujo (2002) descreve essa fonte
de legitimidade como “o apoio obtido pelo Estado às suas políticas” e como a capacidade dos governos de “ar-
ticular alianças e coalizões/pactos entre os diferentes grupos sociopolíticos para viabilizar o projeto de Estado
e sociedade a ser implementado”.
Fica claro, portanto, que o desafio da governabilidade consiste em conciliar os muitos interesses desses
atores (na maioria divergentes) e reuni-los num objetivo comum a ser perseguido por todos (ou vários objetivos
comuns). Assim, a capacidade de articular-se em alianças políticas e pactos sociais constitui-se em fator crítico
para a viabilização dos objetivos do Estado. Essa tentativa de articulação que a governabilidade procura é uma
forma de intermediação de interesses; entre eles inclui-se o clientelismo e o corporativismo. Nos dois casos o
que se procura é conciliar interesses, reduzir atritos e aumentar a governabilidade.
Dica: O clientelismo e o corporativismo são meios utilizados pelos governos para obtenção de apoio, com
vistas a aumentar sua legitimidade e fortalecer a governabilidade.
Clientelismo
Segundo o dicionário Aurélio (2003), clientelismo é um tipo de relação política em que uma pessoa (o patrão)
dá proteção à outra (o cliente) em troca de apoio (eleitoral), estabelecendo-se um laço de submissão pessoal
que não depende de relações de parentesco e não tem conotação jurídica. Para José Murilo Carvalho (1997)
é “um tipo de relação entre atores políticos que envolve concessão de benefícios públicos, na forma de empre-
gos, benefícios fiscais, isenções, em troca de apoio político, sobretudo na forma de voto”.
O clientelismo consiste numa ação entre desiguais (assimétrica) em que um é o patrão e os demais são
clientes. Foi muito utilizado pelo coronelismo e em determinados períodos era a única forma de as pessoas
terem acesso a bens e serviços – haja vista que o Estado não os fornecia. Mas não só o coronelismo se valia
desta prática, como também políticos e governos. Segundo Surama Pinto (1997), “neste tipo de relação políti-
cos e/ou o Governo trocam com setores pobres da população votos por empregos e serviços sem a mediação
de terceiros”. Essa prática vai enfraquecendo na medida em que o Estado disponibiliza serviços sociais de
caráter universal a toda a população.
Dica: Não confunda clientelismo, que pressupõe duas pessoas, em que se trocam benefícios por apoio polí-
tico, com fisiologismo, que se caracteriza pela ação de grupos, que buscam vantagens pessoais em detrimento
do interesse público.
Corporativismo
Diferentemente do clientelismo, o corporativismo é uma prática de organização social com base em entida-
des representativas de interesses das categorias profissionais. É uma ação sindical, política, em que prevalece
a defesa dos interesses ou privilégios de um setor organizado da sociedade (Dicionário Aurélio, 2003). Essas
entidades contam com o apoio do Estado e detêm o monopólio da representação (um sindicato para cada ca-
tegoria).
Segundo Philippe Schmitter (1979), no corporativismo, a representação de interesses é ordenada com um
número limitado de categorias únicas, obrigatórias, não competitivas, organizadas hierarquicamente e dife-
renciadas funcionalmente, reconhecidas ou autorizadas (se não criadas) pelo Estado, que lhes concede deli-
beradamente o monopólio da representação no interior de suas respectivas categorias em troca do controle,
seleção de lideranças e subsídios.

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O corporativismo é utilizado para remoção ou neutralização de conflitos: econômicos, relacionados à concor-
rência de mercado; sociais, relacionados à luta de classes; e políticos, relacionados aos conflitos partidários. O
corporativismo é típico de governos autoritários (como o fascismo). No Brasil, foi fortemente utilizado no Gover-
no Vargas e caracterizou-se pela exclusão da grande maioria dos trabalhadores.
A doutrina menciona dois tipos de corporativismo.
Corporativismo Estatal: no qual o Estado era quem escolhia os interlocutores e lhes concedia a represen-
tação monopolista de interesses (somente para quem aceitasse as regras impostas pelo Estado). O número
dessas entidades era limitado e, regra geral, eram criadas pelo próprio Estado: assim o Estado acabava por
controlar a classe trabalhadora por intermédio dessas entidades. Para Nelson Oliveira (2001), eram “instru-
mentos de controle da força de trabalho... criação de um sindicalismo oficial, sem nenhuma possibilidade de
liberdade e vigiado por uma aparelhada e violenta repressão”. Esse era o modelo utilizado por Vargas.
Neocorporativismo (u Corporativismo Societal): nesse caso a representação ocorre entre a sociedade
civil e o Estado. Existe um grande número de associações/entidades representativas que passam a decidir com
o Estado a questão das políticas públicas. Regra geral, elas também detêm o monopólio da representação; no
entanto, o Estado não cria essas entidades, mas concede-lhes o reconhecimento institucional e lhes delega al-
gumas funções (públicas ou semipúblicas – Claus Offe,1989). No neocorporativismo são as entidades privadas
que conquistam o direito de participar do processo decisório. O neocorporativismo originou-se na Europa – no
período pós-Segunda Guerra – comofruto do capitalismo e da democracia, e como forma de solução de confli-
tos interclasses, num momento de fraca representatividade dos partidos políticos. Para Phillip Schmitter (1989),
“o neocorporatismo representa um arranjo institucional ligando interesses organizados associativamente com
as estruturas decisionais do Estado”. Foi uma forma encontrada para integrar a classe trabalhadora organiza-
da ao Estado e ao capitalismo – construindo pactos/acordos tripartites – com vistas a acelerar o crescimento
econômico.
Para Wilma Keller (1995), o neocorporativismo expressa “uma articulação entre Estado, sindicatos e empre-
sariado, em que a força e a autonomia dos sindicatos constitui uma condição para a consolidação de sistemas
tripartites de formulação de políticas”. Um exemplo atual são as câmaras setoriais, das quais participam traba-
lhadores, empresários e representantes do Estado. Maria Labra (1999) considera o neocorporativismo como
uma forma “ideal de formulação de políticas, traduz ações concertadas, cooperativas, que envolvem tanto es-
colhas entre cursos alternativos, quanto a representação e intermediação deinteresses”.
Marino Regini (1986) destaca que “num sistema neocorporativo, a organização representativa dos interes-
ses particulares é livre para aceitar ou não suas relações com o Estado, contribuindo, portanto, para defini-las,
enquanto no corporativismo clássico é o próprio Estado que impõe e define estas relações”.
Atenção: São diferenças marcantes entre o corporativismo e o neocorporativismo: no primeiro caso, o Esta-
do cria as entidades e impõe às regras do jogo; e no segundo, o Estado não cria, e as associações e entidades
representativas são livres para aceitarem (ou não) a representação de interesses.
A teoria do italiano Norberto Bobbio (1991) descreve a governabilidade e a não governabilidade como fe-
nômenos incompletos, “processos em curso”. A não governabilidade é uma espécie de crise que engloba a
governabilidade e a governança ao mesmo tempo.
Relaciona-se, de um lado, com a crise econômica do mercado, que resulta numa crise fiscal do Estado, e, de
outro, com a crise do não atendimento ao excesso das demandas advindas da sociedade. Bobbio denomina a
não governabilidade como “a soma de uma crise de input (entradas, insumos) e de uma crise de output (saídas,
produtos)”. Na crise de saídas a governança administrativa não consegue atender às demandas, o que acaba
por gerar a crise de entradas, no que se refere ao apoio político e da sociedade ao governo, que diminui/enfra-
quece a autoridade política e afeta a legitimidade.
Dica: Não governabilidade é diferente de ingovernabilidade: ingover­nabilidade ocorre quando falta ao
Governo o apoio necessário, a legitimidade (falta de apoio político dos parlamentares e falta de apoio popular);
não governabilidade é a soma de duas crises simultâneas: a crise de governabilidade aliada a uma crise de
governança.
A governabilidade tem na governança seu meio de atuação. Assim, uma boa governança auxilia no processo
de legitimação dos governos e aumenta sua governabilidade.

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- A governabilidade acima abordada refere-se à cúpula dos governos: Nacional e, eventualmente, Estadual
e Municipal.
- A governabilidade em nível de Órgão/Entidade pública é decorrente do poder de governar e da legitimidade
democrática do Estado/Nação. Ela apoia-se na imagem institucional favorável junto à sociedade e na confiança
depositada pelos cidadãos e outras partes interessadas na sua atuação.
A governabilidade de um Órgão/Entidade pública está relacionada com a capacidade de assegurar con-
dições sistêmicas e institucionais para que a organização cumpra a sua missão. Envolve a intermediação de
interesses em nível local e o relacionamento com as partes interessadas – com a capacidade da alta adminis-
tração exercer sua autoridade política de forma a garantir o alcance dos objetivos institucionais e o atendimento
do interesse público. Neste nível também a dificuldade está em conciliar os muitos interesses dos usuários dos
serviços públicos com o interesse público geral e das demais partes interessadas – reunindo-os em objetivos
comuns a serem perseguidos por todos.

Mudanças institucionais: conselhos, organizações sociais, organização da socieda-


de civil de interesse público (OSCIP), agência reguladora, agência executiva

A mudança que ocorre quando as normas, regras e procedimentos que regulam como as pessoas e as
organizações se comportam são conhecidas como mudanças institucionais. Desde o nível local até o global,
essas mudanças podem ocorrer de forma gradual ou abrupta e podem ocorrer em qualquer parte da sociedade.
As instituições são essenciais porque fornecem à sociedade estrutura e ordem. Elas definem as expecta-
tivas e os direitos dos indivíduos, e ajudam a garantir a coesão social. Pode ser necessário fazer mudanças
institucionais para adaptar a sociedade às novas circunstâncias ou para resolver problemas que já existem. A
seguir estão alguns dos vários fatores que podem levar a mudanças institucionais:
Reformas políticas: alterações nas leis, regulamentos e estruturas de governos e sistemas políticos para
melhorar a eficiência, a representatividade e a responsabilidade do governo.
Reformas econômicas: mudanças nas políticas econômicas e regulamentações para promover o cresci-
mento econômico, a estabilidade e a competitividade de um país.
Mudanças organizacionais: alterações na estrutura e nos processos de uma organização, seja ela pública
ou privada, para melhorar sua eficácia, eficiência e capacidade de atingir seus objetivos.
Reformas jurídicas: alterações nas leis e sistemas judiciais para garantir o acesso à justiça, proteger os
direitos individuais e coletivos e melhorar a aplicação da lei.
Mudanças culturais: mudanças nas normas sociais, valores e crenças de uma sociedade, que podem ocor-
rer ao longo do tempo e afetar a forma como as instituições funcionam.
As mudanças institucionais podem ser impulsionadas por fatores internos, como modernização, problemas
sistêmicos ou adaptação a novas circunstâncias, bem como fatores externos, como pressões econômicas, mu-
danças tecnológicas, movimentos sociais e acordos internacionais. Essas mudanças desempenham um papel
crucial na evolução e no desenvolvimento de uma sociedade, afetando a governança, a economia, a justiça e
a cultura. A forma como essas mudanças são planejadas, implementadas e monitoradas pode impactar signifi-
cativamente o futuro de uma sociedade.
Ainda neste tema, temos:
— Conselhos
Dentro do contexto das mudanças institucionais, um “Conselho” é uma estrutura organizacional que desem-
penha um papel importante em fornecer orientação, tomada de decisões, supervisão ou aconselhamento em
uma variedade de áreas, sejam elas governamentais, empresariais ou da sociedade civil. Os conselhos são
frequentemente compostos por membros especializados ou representantes de partes interessadas relevantes
e têm o propósito de influenciar as políticas, direcionar estratégias ou supervisionar ações.
Aqui estão alguns tipos comuns de conselhos dentro de diferentes contextos:

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Conselhos de Administração de Empresas: são órgãos de governança em empresas, responsáveis por to-
mar decisões estratégicas, supervisionar a administração executiva e garantir que os interesses dos acionistas
sejam atendidos.
Conselhos de Política Pública: são grupos de especialistas, funcionários públicos ou partes interessadas
que aconselham o governo em questões de política pública, fornecendo insights e recomendações para a to-
mada de decisões.
Conselhos de Educação: normalmente, encontrados em sistemas educacionais, esses conselhos podem
incluir pais, professores e outros interessados, a fim de aconselhar sobre políticas educacionais, currículos e
questões relacionadas à educação.
Conselhos Comunitários: são formados por membros de uma comunidade específica e podem atuar em
questões que afetam essa comunidade, como habitação, segurança, serviços de saúde, etc.
Conselhos de Organizações da Sociedade Civil: muitas organizações não governamentais (ONGs) têm
conselhos de administração que supervisionam as atividades da organização e auxiliam na definição de metas
e prioridades.
Conselhos de Ética: São encarregados de examinar e aconselhar sobre questões éticas em diversas áreas,
como pesquisa médica, negócios e jornalismo.
— Organizações Sociais
Organizações Sociais (OS) são parcerias entre o governo e organizações da sociedade civil que desempe-
nham funções nas áreas social, saúde, educação e cultura. Introduzido no Brasil na década de 1990 como parte
de uma estratégia de reforma da administração pública para melhorar a eficiência e a qualidade dos serviços
públicos. A principal característica da OS é a delegação de responsabilidades governamentais a entidades
privadas sem fins lucrativos ou organismos públicos não estatais, permitindo-lhes trabalhar de forma mais au-
tônoma, flexível e ágil na gestão do serviço público, visando resultados efetivos.
As OSs são movidas pelo desejo de maior eficiência e qualidade na prestação de serviços públicos e pela
redução da burocracia governamental. No entanto, esse modelo também tem gerado debates e desafios, como
a preocupação com a transparência, a contabilidade e a fiscalização de suas atividades devido à sua maior au-
tonomia em relação ao governo. A criação e o funcionamento das OSs podem variar de acordo com a legislação
de cada país ou região, como o Brasil, onde são reguladas por leis específicas e sua relação com o governo é
estabelecida por meio de contratos de gestão.
Algumas das áreas em que as Organizações Sociais podem operar incluem:
Saúde: hospitais, clínicas e serviços de saúde podem ser gerenciados por OSs, com o objetivo de melhorar
o atendimento médico e a gestão dessas instituições.
Educação: escolas, universidades e centros de formação podem ser administrados por OSs, buscando a
melhoria da qualidade do ensino.
Cultura: Museus, teatros e outras instituições culturais podem ser gerenciados por OSs para promover o
acesso à cultura e à arte.
Assistência Social: serviços de assistência social, abrigos e programas de apoio podem ser administrados
por OSs para atender às necessidades das comunidades.
— Organização Da Sociedade Civil De Interesse Público (Oscip)
As Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIPs) são entidades sem fins lucrativos que
desempenham um papel importante na sociedade ao promoverem ações e projetos de interesse público. No
Brasil, as OSCIPs são regulamentadas pela Lei nº 9.790/1999 e têm como objetivo atuar em áreas como assis-
tência social, cultura, educação, meio ambiente, saúde, esportes e defesa de direitos, entre outras.
Aqui estão algumas características e informações importantes sobre as OSCIPs:
Natureza Jurídica: as OSCIPs são pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, que têm como
finalidade principal a promoção do bem comum e o desenvolvimento de atividades de cunho social.

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Requisitos para Qualificação: para obter o status de OSCIP, uma organização deve atender a uma série de
requisitos, incluindo a elaboração de estatutos que respeitem as diretrizes da lei, a transparência na prestação
de contas, e a comprovação de que suas atividades e recursos são direcionados principalmente para o interes-
se público.
Vantagens da Qualificação: as OSCIPs que obtêm a qualificação podem acessar benefícios, como a isen-
ção de alguns impostos e a possibilidade de celebrar convênios e parcerias com o governo em níveis federal,
estadual e municipal para a realização de projetos e ações de interesse público.
Atuação Diversificada: as OSCIPs podem atuar em diversas áreas, desde assistência social, educação e
saúde até a preservação do meio ambiente e a promoção da cultura e do esporte. Isso permite uma ampla
gama de iniciativas voltadas para o benefício da sociedade.
Transparência e Prestação de Contas: as OSCIPs devem manter um alto nível de transparência em relação
à gestão de recursos e atividades. Elas são obrigadas a prestar contas de forma regular e a adotar boas práti-
cas de governança.
Responsabilidade Social: as OSCIPs desempenham um papel fundamental na complementação das ações
do Estado, muitas vezes prestando serviços e desenvolvendo programas que podem não ser totalmente cober-
tos pelo governo.
Atividades Diversificadas: as OSCIPs podem trabalhar em uma variedade de áreas, como assistência so-
cial, educação e saúde, preservação ambiental e fomento da cultura e do esporte. Isso permite uma variedade
de projetos que visam o bem da sociedade.
Transparência e Prestação de Contas: as OSCIPs devem manter muitos detalhes abertos sobre a gestão
de seus recursos e atividades. Elas devem adotar boas práticas de governança e prestar contas regularmente.
Responsabilidade Social: as OSCIPs desempenham um papel importante na complementação das ações
do estado, muitas vezes prestando serviços e desenvolvendo programas que podem não ser totalmente finan-
ciados pelo governo.
Fiscalização e Acompanhamento: as OSCIPs estão sujeitas a um controle e fiscalização rigorosos por parte
dos órgãos competentes, a fim de garantir que cumpram seus compromissos e atividades em prol do interesse
público.
É importante observar que as OSCIPs, por sua natureza, são diferentes das Organizações Sociais (OS),
que são mencionadas em minha resposta anterior e estão mais diretamente relacionadas à gestão de serviços
públicos em parceria com o governo.
No Brasil e em outros países, as OSCIPs desempenham um papel vital na promoção do bem-estar social,
na defesa de direitos e na contribuição para a melhoria das condições de vida das comunidades.
— Agência Reguladora
Agências Reguladoras são entidades independentes e autônomas, geralmente criadas pelo governo, para
regular e supervisionar setores específicos da economia e da sociedade. Seu principal objetivo é garantir que
as atividades e serviços nesses setores sejam prestados de forma eficiente, segura, equitativa e em conformi-
dade com a legislação e regulamentos aplicáveis. Essas agências desempenham um papel fundamental na
promoção do interesse público, protegendo os consumidores, promovendo a concorrência e assegurando a
qualidade dos serviços.
Aqui estão algumas características e funções típicas das Agências Reguladoras:
Independência: agências Reguladoras são projetadas para serem independentes do governo e, muitas ve-
zes, têm mandatos fixos para seus membros, a fim de evitar influências políticas indevidas.
Regulação de Setores Específicos: elas atuam em setores estratégicos da economia, como energia, teleco-
municações, transporte, saúde, saneamento, educação, entre outros. Cada agência está focada em um setor
específico.
Estabelecimento de Regras e Normas: as agências têm a autoridade para criar regulamentos, regras e
normas que orientam as atividades no setor regulado. Essas regras visam promover a eficiência e a qualidade
dos serviços.

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Concessões e Licenças: muitas vezes concedem licenças e autorizações para empresas que desejam ope-
rar no setor regulado. Elas também podem definir as condições para essas concessões.
Monitoramento e Fiscalização: monitoram as empresas e entidades que atuam no setor, garantindo que
cumpram as regras estabelecidas e assegurando que os interesses dos consumidores sejam protegidos.
Resolução de Conflitos: elas frequentemente atuam como mediadoras em disputas entre empresas do setor
regulado e entre empresas e consumidores.
Estímulo à Concorrência: promovem a concorrência saudável no setor, criando condições para que novas
empresas entrem no mercado e evitando práticas anticompetitivas.
Proteção dos Consumidores: uma das principais responsabilidades das agências é proteger os interesses
e direitos dos consumidores, garantindo que os serviços prestados sejam seguros, acessíveis e de qualidade.
Transparência e Prestação de Contas: as agências devem ser transparentes em suas decisões e ações,
além de prestar contas de sua atuação perante o público e o governo.
No Brasil, existem várias Agências Reguladoras, como a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel),
a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) e a
Agência Nacional de Águas (ANA), entre outras. Cada uma dessas agências é responsável por regulamentar e
supervisionar um setor específico de acordo com a legislação vigente.
Em resumo, as Agências Reguladoras desempenham um papel crucial na governança e na gestão de seto-
res importantes da economia e da sociedade, garantindo que o interesse público seja atendido, os consumido-
res sejam protegidos e as atividades econômicas ocorram de forma eficiente e equitativa.
— Agência Executiva
Agências Executivas são entidades governamentais que têm um grau significativo de autonomia adminis-
trativa e financeira, operando com maior flexibilidade do que as agências ou ministérios tradicionais. Elas são
comuns em alguns sistemas de administração pública e visam melhorar a eficiência na prestação de serviços
públicos, reduzir a burocracia e aumentar a capacidade de gestão.
Aqui estão algumas características e funções típicas das Agências Executivas:
Autonomia: as Agências Executivas têm um grau de autonomia para tomar decisões administrativas e fi-
nanceiras. Elas podem gerenciar seus próprios recursos e pessoal, o que lhes permite agir de forma mais ágil.
Objetivos Específicos: geralmente, essas agências têm missões específicas, como a execução de progra-
mas governamentais, prestação de serviços públicos ou a regulação de áreas específicas.
Contratos de Gestão: muitas Agências Executivas operam sob contratos de gestão com o governo. Esses
contratos estabelecem metas, indicadores de desempenho e compromissos que a agência deve cumprir.
Eficiência e Redução de Custos: a criação de Agências Executivas é frequentemente vista como uma forma
de melhorar a eficiência e a qualidade dos serviços públicos, ao mesmo tempo que reduz a burocracia e os
custos administrativos.
Responsabilidade por Resultados: são frequentemente avaliadas com base em seu desempenho na conse-
cução de objetivos e na prestação de serviços de qualidade.
Maior Flexibilidade de Recursos: elas têm maior flexibilidade para gerenciar orçamentos, contratar pessoal
e tomar decisões operacionais, o que as torna menos dependentes de procedimentos burocráticos convencio-
nais.
Transparência e Prestação de Contas: as agências executivas, assim como outros órgãos do governo, são
normalmente obrigadas a serem transparentes e prestarem contas perante a sociedade e o governo.
A Lei no 9.649/1998 criou o modelo de agências executivas no Brasil. Isso lhes deu mais autonomia e flexibi-
lidade para administrar suas atividades. A Agência Executiva de Gestão de Fundos e Transferências (AGFT) e a
Agência Executiva de Administração das Atividades de Inspeção do Trabalho (AGIT) são exemplos de agências
que foram inicialmente criadas para supervisionar programas governamentais.

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Em suma, as Agências Executivas são uma forma de organização governamental que visa melhorar a efi-
ciência e a qualidade dos serviços públicos, ao mesmo tempo em que reduz a burocracia e aumenta a flexibi-
lidade na gestão de recursos e pessoal. Elas são comuns em sistemas de administração pública que buscam
modernizar a entrega de serviços e alcançar resultados eficazes.

As políticas públicas no Estado brasileiro contemporâneo.Descentralização e demo-


cracia. Participação, atores sociais e controle social. Gestão local, cidadania e equidade
social

As políticas públicas no Estado brasileiro contemporâneo referem-se às ações, programas e decisões do go-
verno para abordar questões e desafios específicos que afetam a sociedade. Elas são formuladas e implemen-
tadas pelo Estado com o objetivo de promover o bem-estar social, melhorar a qualidade de vida da população
e atender às necessidades públicas. As políticas públicas abrangem uma ampla variedade de áreas, incluindo
educação, saúde, segurança, meio ambiente, habitação, desenvolvimento econômico, cultura e muitas outras.
No Brasil, as políticas públicas desempenham um papel fundamental na busca por uma sociedade mais
justa e equitativa. Algumas áreas de destaque incluem:
– Políticas de Saúde: o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece serviços de saúde gratuitos e universais
para a população brasileira.
-Políticas de Educação: o Brasil possui um sistema de ensino público e várias iniciativas para melhorar a
qualidade da educação, como o Programa Bolsa Família e o Fundo de Financiamento Estudantil (FIES).
- Políticas de Assistência Social: programas como o Bolsa Família e o Benefício de Prestação Continuada
(BPC) visam fornecer assistência financeira às famílias em situação de pobreza.
-Políticas de Meio Ambiente: o Brasil mantém políticas para a preservação da Amazônia e a promoção do
desenvolvimento sustentável.
-Políticas de Segurança Pública: políticas para lidar com a segurança e a redução da criminalidade nas
cidades.
-Políticas de Desenvolvimento Econômico: incluem medidas para estimular o crescimento econômico, atrair
investimentos e criar empregos.
O desenvolvimento, a implementação e o impacto das políticas públicas no Brasil estão sujeitos a debates
políticos, mudanças de governo e avaliações constantes. A eficácia das políticas públicas é um tema importante
na discussão sobre o progresso e o desenvolvimento do país, e essas políticas desempenham um papel essen-
cial na vida cotidiana dos cidadãos brasileiros.
Ainda neste tema, temos:
— Descentralização e Democracia
A descentralização e a democracia são conceitos interligados que desempenham um papel crucial na go-
vernança e na organização de um Estado. Ambos estão relacionados ao compartilhamento de poder, tomada
de decisões e à promoção da participação cidadã. Aqui está como esses dois conceitos se relacionam:
Descentralização
É o processo pelo qual o poder e a autoridade são transferidos do nível central de um governo para níveis
subnacionais, como estados, províncias, municípios ou regiões. Isso implica na delegação de autoridade, recur-
sos e responsabilidades para entidades locais ou regionais. A descentralização pode ser tanto política quanto
administrativa.
– Descentralização Política: envolve a transferência de poder de tomada de decisões para níveis subnacio-
nais, permitindo que as autoridades locais tenham mais autonomia nas políticas e programas que afetam sua
jurisdição.
– Descentralização Administrativa: envolve a transferência de responsabilidades de implementação e pres-
tação de serviços públicos para níveis locais ou regionais. Isso inclui, por exemplo, a administração de educa-
ção, saúde, segurança e infraestrutura a níveis mais próximos dos cidadãos.

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Democracia
A democracia é um sistema de governo no qual o poder é exercido pelo povo, geralmente por meio de elei-
ções e representação política. A democracia pressupõe a participação dos cidadãos na tomada de decisões
políticas, o respeito pelos direitos individuais e a igualdade perante a lei.
Princípios Democráticos: a democracia envolve princípios como o sufrágio universal (o direito de voto para
todos os cidadãos), a liberdade de expressão, a separação de poderes e a garantia de direitos fundamentais.
A relação entre a descentralização e a democracia é importante, pois a descentralização muitas vezes pro-
move a participação cidadã, a prestação de serviços mais adaptados às necessidades locais e a responsabili-
dade das autoridades locais perante os cidadãos. Isso fortalece os princípios democráticos ao permitir que os
cidadãos tenham um papel mais ativo na governança.
No entanto, é importante observar que a descentralização também pode trazer desafios. Por exemplo,
pode haver disparidades na capacidade administrativa entre diferentes níveis de governo, o que pode levar a
desigualdades na prestação de serviços. Além disso, a falta de prestação de contas e transparência em níveis
subnacionais pode minar os princípios democráticos.
Em resumo, a descentralização e a democracia são conceitos interligados que, quando implementados de
forma eficaz, podem fortalecer a governança, promover a participação cidadã e garantir que o governo seja
mais sensível às necessidades e preferências da população.
— Participação, Atores Sociais e Controle Social
A participação, os atores sociais e o controle social são conceitos interligados que desempenham um papel
fundamental na democracia e na governança. Eles se referem à forma como os cidadãos e outros membros da
sociedade civil podem influenciar, monitorar e participar ativamente das decisões governamentais e na gestão
pública. Aqui está uma explicação mais detalhada de cada um desses conceitos:
Participação: refere-se ao envolvimento ativo dos cidadãos e grupos da sociedade civil no processo de to-
mada de decisões políticas e na vida pública. Isso pode incluir a participação em eleições, votações, consultas
públicas, audiências, protestos, petições e engajamento em organizações da sociedade civil. A participação é
essencial para a democracia, pois permite que os cidadãos expressem suas opiniões, influenciem políticas e
leis, e responsabilizem seus governantes.
Atores Sociais: são os indivíduos, grupos, organizações e entidades que desempenham papéis na socieda-
de civil e que podem atuar como agentes de mudança ou influência. Isso inclui organizações não governamen-
tais (ONGs), sindicatos, associações de bairro, movimentos sociais, grupos de interesse, instituições religiosas
e outras entidades que representam os interesses e preocupações da sociedade. Os atores sociais desempe-
nham um papel importante na defesa de direitos, na promoção de políticas específicas e no engajamento cívico.
Controle Social: é o processo pelo qual a sociedade civil e os cidadãos monitoram, avaliam e fiscalizam as
ações e decisões do governo e de outras instituições. Isso inclui a supervisão da gestão pública, a auditoria
de políticas, a denúncia de irregularidades e a responsabilização das autoridades públicas por suas ações. O
controle social desempenha um papel crucial na prevenção da corrupção, na garantia da transparência e na
garantia de que as políticas públicas atendam aos interesses da sociedade.
A relação entre esses conceitos é a seguinte: a participação ativa dos atores sociais, como cidadãos e orga-
nizações da sociedade civil, é uma das maneiras pelas quais o controle social é exercido. Quando os cidadãos
e grupos se envolvem ativamente na vida pública, eles podem influenciar e monitorar o governo, garantindo que
as políticas e ações governamentais sejam democráticas, responsáveis e sensíveis às necessidades da socie-
dade. Isso, por sua vez, fortalece a governança democrática e a prestação de serviços públicos de qualidade.
— Gestão Local, Cidadania e Equidade Social
A gestão local, cidadania e equidade social estão interligadas e desempenham papéis fundamentais no
desenvolvimento de comunidades e sociedades mais justas e democráticas. Vou explicar cada um desses con-
ceitos e como eles se relacionam:

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Gestão Local
Refere-se à administração e à governança de áreas geográficas menores, como municípios, cidades, dis-
tritos e comunidades. Ela envolve a tomada de decisões, a alocação de recursos e a prestação de serviços
públicos em nível local. A gestão local é importante porque permite que as autoridades locais entendam e
abordem as necessidades específicas de suas comunidades, garantindo a eficiência na entrega de serviços e
a participação cidadã.
A gestão local abrange várias áreas, incluindo planejamento urbano, gestão de infraestrutura, educação,
saúde, segurança, meio ambiente, crescimento econômico e cultura. Ela é essencial para a promoção do
bem-estar local e para a implementação de políticas que atendam às necessidades específicas de cada região.
A cidadania
É o estado e os direitos de uma pessoa como membro de uma comunidade, cidade, estado ou nação. Ela
inclui direitos e responsabilidades como o direito de votar, a liberdade de expressão, o acesso à justiça, a igual-
dade perante a lei e a participação na vida política e pública. Em uma democracia, a cidadania é fundamental
porque envolve a participação ativa dos cidadãos no governo e na tomada de decisões.
Além disso, a cidadania é associada ao senso de pertencimento a uma comunidade e à responsabilidade
de contribuir para o bem comum. A promoção da cidadania inclui garantir que os cidadãos tenham acesso a
educação, informação e recursos para exercer seus direitos e deveres.
Equidade Social
Refere-se à busca de justiça e igualdade na distribuição de recursos, oportunidades e benefícios na so-
ciedade. Ela pressupõe que todas as pessoas, independentemente de sua origem, gênero, raça, orientação
sexual, classe social ou outras características, devem ter a chance de alcançar seu pleno potencial e desfrutar
de uma qualidade de vida decente.
Ela implica a redução das desigualdades econômicas e sociais, a eliminação da discriminação e o acesso
igualitário a serviços, como saúde, educação, moradia e emprego. Ela é uma parte essencial da justiça social
e da construção de uma sociedade mais inclusiva e coesa.
Esses conceitos estão interligados na medida em que uma boa gestão local pode promover a cidadania ati-
va e a equidade social. Quando as autoridades locais são responsivas às necessidades de suas comunidades,
promovem a participação dos cidadãos na tomada de decisões e garantem que os recursos sejam distribuídos
de maneira justa, isso contribui para o fortalecimento da cidadania e a redução das desigualdades sociais. Uma
gestão local eficaz é, portanto, fundamental para promover uma cidadania ativa e a equidade social em nível
comunitário e municipal.

Planejamento e avaliação nas políticas públicas: conceitos básicos de planejamento.


Aspectos administrativos, técnicos, econômicos e financeiros. Formulação de progra-
mas e projetos. Avaliação de programas e projetos. Tipos de avaliação. Análise custo-
-benefício e análise custo-efetividade

O planejamento e a avaliação são componentes essenciais das políticas públicas no Estado brasileiro
contemporâneo. Eles ajudam a garantir que as ações do governo sejam eficazes, eficientes, transparentes e
atendam às necessidades da população.
Planejamento nas Políticas Públicas
É o processo pelo qual as autoridades governamentais, em colaboração com a sociedade civil e outros
stakeholders, definem metas, objetivos, estratégias e ações para abordar questões específicas e alcançar re-
sultados desejados.
Avaliação das Políticas Públicas
É o processo de analisar e avaliar criticamente as políticas públicas para determinar se elas estão sendo
eficazes e alcançando os resultados esperados. A avaliação é feita para garantir que as políticas sejam ajusta-
das e aprimoradas de acordo com as necessidades.

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Em suma, o planejamento e a avaliação são mecanismos essenciais para garantir que as políticas públicas
sejam baseadas em evidências, adaptáveis às necessidades da sociedade e responsáveis perante os cida-
dãos. Eles contribuem para a transparência, prestação de contas e melhoria constante das ações governamen-
tais, promovendo o bem-estar e a qualidade de vida da população.
— Conceitos Básicos de Planejamento
Planejamento é um processo organizado que envolve a definição de metas, objetivos, estratégias e ações
para atingir os resultados escolhidos, essencial em áreas como gestão, negócios, educação e políticas públi-
cas.
Metas e Objetivos
Metas: são resultados amplos e gerais que uma organização ou indivíduo deseja alcançar. Elas represen-
tam os resultados finais desejados e são frequentemente expressas de forma qualitativa.
Objetivos: são declarações mais específicas e mensuráveis que descrevem os passos necessários para
atingir as metas. Eles costumam ser definidos em termos de prazos e quantificação.
O planejamento é uma ferramenta essencial para direcionar a ação, garantir que metas e objetivos sejam
alcançados com sucesso e auxiliar na tomada de decisões inteligentes. É usado em vários níveis, incluindo o
planejamento estratégico de organizações e o planejamento de ações e políticas públicas do governo. É neces-
sário ter uma boa compreensão desses conceitos fundamentais de planejamento para ter sucesso em vários
aspectos da vida.
— Aspectos Administrativos, Técnicos, Econômicos e Financeiros
Aspectos administrativos, técnicos, econômicos e financeiros são elementos críticos a serem considerados
em qualquer planejamento, seja no contexto de organizações, projetos, políticas públicas ou negócios. Eles
desempenham papéis distintos e interconectados na tomada de decisões e na implementação de ações. Aqui
está uma explicação sobre cada um desses aspectos:
Aspectos Administrativos
Definição: os aspectos administrativos dizem respeito à gestão e à organização de recursos humanos e
materiais para alcançar os objetivos estabelecidos.
Considerações: isso inclui a definição de estruturas organizacionais, funções e responsabilidades, proces-
sos de tomada de decisões, comunicação interna, políticas e procedimentos. Os aspectos administrativos vi-
sam garantir que a organização funcione de maneira eficaz e eficiente.
Exemplo: a definição de papéis e responsabilidades dentro de uma equipe de projeto, a implementação de
procedimentos de gestão de recursos humanos ou a criação de fluxos de trabalho para otimizar processos são
exemplos de considerações administrativas.
Aspectos Técnicos
Definição: os aspectos técnicos envolvem o conhecimento, as habilidades e as tecnologias necessárias
para realizar tarefas específicas.
Considerações: isso inclui a escolha e a aplicação das melhores práticas, métodos, tecnologias e ferramen-
tas para atingir objetivos técnicos. Os aspectos técnicos têm um foco particular na eficácia e na qualidade da
execução de tarefas.
Exemplo: Em um projeto de engenharia, os aspectos técnicos envolvem a seleção dos materiais corretos, a
aplicação das técnicas apropriadas de construção e o uso de tecnologias modernas para garantir a qualidade
do projeto.
Aspectos Econômicos
Definição: Os aspectos econômicos estão relacionados às implicações financeiras das ações planejadas e
à alocação de recursos limitados para atingir objetivos.
Considerações: Isso inclui a análise de custos, benefícios, riscos financeiros e retorno do investimento. Os
aspectos econômicos visam garantir que as ações sejam viáveis economicamente e que proporcionem benefí-
cios econômicos líquidos positivos.

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Exemplo: Uma organização pode realizar uma análise de custo-benefício para determinar se um projeto
específico é economicamente viável e se os benefícios esperados superam os custos.
Aspectos Financeiros
Definição: os aspectos financeiros estão relacionados à gestão e ao controle dos recursos financeiros ne-
cessários para implementar as ações planejadas.
Considerações: isso inclui a captação de recursos, o orçamento, a gestão do fluxo de caixa, o controle de
despesas e a garantia de que os recursos financeiros estejam disponíveis no momento certo. Os aspectos fi-
nanceiros visam garantir a sustentabilidade financeira das atividades planejadas.
Exemplo: um projeto de construção pode exigir um orçamento claro que detalhe todas as despesas, desde
materiais e mão de obra até custos indiretos, para garantir que haja fundos disponíveis ao longo do projeto.
— Formulação de Programas e Projetos
A formulação de programas e projetos é uma etapa fundamental no processo de planejamento e implemen-
tação de iniciativas em diversas áreas, como governo, negócios, organizações sem fins lucrativos e desenvolvi-
mento comunitário. Ela envolve a criação de planos detalhados e estratégias para alcançar metas específicas.
Aqui está uma explicação sobre a formulação de programas e projetos:
Programas
Definição de Programas: um programa é um conjunto de projetos e ações inter-relacionados que visam
alcançar objetivos gerais e estratégicos em uma determinada área.
Os programas geralmente abrangem uma ampla variedade de atividades, políticas e projetos que estão
alinhados para atingir um objetivo comum.
Os programas podem ser implementados em níveis governamentais, como programas de educação, saúde
ou assistência social, ou em organizações que desejam coordenar várias iniciativas relacionadas.
Elementos chave na Formulação de Programas: identificação de metas e objetivos gerais do programa.
Desenvolvimento de uma estrutura lógica que relaciona os projetos e ações dentro do programa.
Alocação de recursos, incluindo orçamento e pessoal.
Estabelecimento de métricas de desempenho para avaliar o progresso em direção aos objetivos.
Coordenação e gestão de projetos dentro do programa.
Projetos
Definição de Projetos: um projeto é uma iniciativa específica e delimitada que tem um objetivo definido, re-
cursos alocados e um cronograma determinado para sua implementação.
Elementos chave: os projetos são partes específicas de um programa ou podem existir separadamente,
trabalhando para objetivos específicos. Declaração de escopo do projeto, que especifica os objetivos e limites
do projeto estabelecendo as metas e objetivos do projeto. Detalhado plano de trabalho que inclui as tarefas, o
cronograma, o orçamento e os recursos necessários. Análise de riscos e planos de mitigação Estratégias para
monitorar e avaliar o progresso e o impacto.
Relação entre Programas e Projetos
Os programas frequentemente consistem em vários projetos que são coordenados para alcançar objetivos
mais amplos. Cada projeto dentro de um programa contribui para a realização dos objetivos gerais do progra-
ma.
Os programas fornecem uma estrutura mais abrangente para o gerenciamento de projetos relacionados,
garantindo que eles estejam alinhados com as metas estratégicas.
Em resumo, a formulação de programas e projetos é um processo que envolve a definição de objetivos,
recursos, estratégias e planos detalhados para alcançar resultados desejados. Essa abordagem estruturada
é comum em diversos setores e fornece uma base sólida para a implementação bem-sucedida de iniciativas
complexas.

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— Avaliação De Programas e Projetos
Uma prática fundamental em gestão, políticas públicas, negócios e desenvolvimento social é a avaliação de
programas e projetos. Ela envolve avaliar iniciativas de forma crítica e sistemática para determinar sua eficácia,
eficiência, impacto e relevância. A avaliação garante o uso eficaz dos recursos, ajuda na tomada de decisões e
melhora o desempenho. Estes são os principais elementos da avaliação de projetos e programas:
A meta da avaliação é:
Medir o Desempenho: examine o desempenho de projetos e programas com base em metas, objetivos e
indicadores de desempenho. A avaliação ajuda a tomar decisões inteligentes e mudar estratégias.
Tomada de Decisão: fornecer evidências aos tomadores de decisão, sejam governos, organizações sem
fins lucrativos ou empresas, para decidir se um projeto ou programa deve ser mantido, alterado ou encerrado.
Responsabilização: Fomentar a responsabilidade e a transparência, garantindo o uso eficiente e econômico
dos recursos públicos e privados.
Tipos de Avaliação
A avaliação de impacto: compara os resultados com os de um grupo de controle que não participou do es-
forço.
Avaliação de Processo: examina como o programa ou projeto está sendo executado, incluindo se o plane-
jamento foi seguido e como as atividades foram realizadas.
Avaliação de Resultados: verifique se os resultados intermediários e finais foram alcançados de acordo com
os objetivos.
Avaliação de Eficiência: essa avaliação verifica a relação custo-benefício das atividades e se os recursos
foram usados de forma eficaz para obter os resultados desejados.
Métodos de Avaliação
Coleta de Dados: isso envolve obter informações pertinentes por meio de entrevistas, pesquisas e análise
de documentos, entre outras fontes.
Análise Estatística: é necessária em muitas avaliações para comparar resultados e encontrar relações de
causa e efeito.
Avaliação Qualitativa: para obter informações contextuais, a avaliação qualitativa pode incluir entrevistas,
estudos de caso e análises de narrativas.
Benchmarking: a comparação com padrões e melhores práticas é comum para avaliar o desempenho.
Divulgação dos Resultados
Os resultados da avaliação devem ser comunicados de forma compreensível e fácil de entender para os
tomadores de decisão, partes interessadas e público em geral.
Os resultados, sugestões e lições aprendidas são discutidos nos relatórios de avaliação.
Para garantir que as conclusões da avaliação sejam usadas na tomada de decisões, os resultados devem
ser comunicados de forma eficaz.
Ciclo de Avaliação
A avaliação faz parte do ciclo de aprendizado e gestão e não é um evento único. Novos exames podem ser
necessários para avaliar o progresso porque as conclusões da avaliação são usadas na tomada de decisões e
no desenvolvimento de novas estratégias.
A avaliação é uma ferramenta poderosa para garantir que os programas e projetos atinjam seus objetivos,
sejam eficientes e contribuam para o bem-estar da sociedade. Ele é essencial para uma gestão eficaz e res-
ponsabilidade no uso de recursos públicos e privados.

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TIPOS DE AVALIAÇÃO EM POLÍTICAS PÚBLICAS20
Avaliação Executiva
A avaliação executiva21 é um tipo de avaliação ex post, ou seja, de intervenções já em andamento. Ela deve
ser desenhada de forma a prover um retrato dos programas ou projetos avaliados, aplicando uma abordagem
sintética e que demanda pouco tempo e dispêndio de recursos
As avaliações executivas, a depender do seu desenho, permitem uma avaliação do desempenho de um
programa em várias áreas, como design, planejamento estratégico, operação e resultados, que são conside-
rados juntos como parte integrante do sucesso de um programa. Dessa forma, a Avaliação Executiva analisa
a efetividade geral do projeto, e permitem identificar o grau de maturidade em que ele se encontra, fornecendo
um diagnóstico da capacidade institucional, organizacional e de gestão dos projetos.
Nas experiências existentes, as avaliações executivas normalmente são implementadas por ministérios de
finanças, de planejamento e outras agências no nível executivo com mandatos entre os ministérios. Nessas
situações, o objetivo das avaliações é fornecer informações uteis para as decisões orçamentárias e de plane-
jamento.
Cada ente governamental, desenvolve ferramentas específicas de avaliação executiva, adaptadas ao con-
texto de cada um, e com a possibilidade de serem reproduzidas na análise de diferentes programas e políticas.
Tais avaliações são aplicadas por um período prolongado, diferente de outras metodologias de avaliação, que
muitas vezes são projetadas especificamente para um programa e têm um tempo de vida definido. Em algumas
situações as avaliações executivas são incorporadas à algum sistema de monitoramento e avaliação de políti-
cas e programas públicos, sendo realizadas de forma permanente, se adequando ao ciclo de planejamento e
orçamento dos governos.
Uma característica fundamental da avaliação executiva, e que lhe garante maior agilidade no processo
avaliativo, é sua dependência de informações secundárias, como avaliações preexistentes e relatórios de mo-
nitoramento. A coleta de dados primários nesse tipo de avaliação é limitada a entrevistas com os principais
interessados, como gerentes de programas e outros atores envolvidos na execução das ações avaliadas.
Avaliação de diagnóstico
Um diagnóstico de políticas públicas consiste em fazer uma avaliação da situação vivida por um certo grupo
de indivíduos morando numa determinada área ou região. Geralmente, o diagnóstico foca num tópico específi-
co. O objetivo do diagnóstico é apoiar futuras tomadas de decisão de políticas públicas.
Desenho
A avaliação pode ser abrangente, e abarcar todo o processo de formulação e implementação de política pú-
blica, analisando concepção, consistência teórica e desenho da política, sistemas de gestão e monitoramento,
implementação, além dos efeitos e resultados do programa, uma vez que todas essas etapas influenciam no
resultado de uma política pública. Sob essa perspectiva, planejamento, implementação e avaliação de resulta-
dos são atividades que se comunicam e interagem.
De acordo com o conteúdo, ou elemento da política analisado há a avaliação conceitual ou do desenho,
voltada para a análise da consistência teórica e do desenho lógico do programa.
É UMA abordagem que enfoca os elementos formadores das políticas públicas e pergunta sobre sua consis-
tência e coerência interna bem como sobre seu impacto na atividade política e na sociedade.
De implementação e Governança
As avaliações de políticas públicas devem ser executadas em caráter permanente e integradas ao ciclo de
políticas públicas, que envolve também o planejamento, a execução e o controle orçamentário e financeiro. Só
com a efetiva utilização dos resultados das avaliações na adoção de medidas de melhoria na execução das
políticas públicas e no processo orçamentário e financeiro, que os princípios de eficiência, efetividade e eficácia
serão aplicados.

20 Prof.a Dra. Maria das Graças Rua. POLÍTICAS PÚBLICAS. Instituto de Gestão, Economia e Políticas
Públicas.
21 https://www.ipece.ce.gov.br/wp-content/uploads/sites/45/2021/07/NOTA_TECNICA_CAPP_01.pdf

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Destacam-se as seguintes diretrizes da governança pública relacionadas ao processo de monitoramento e
avaliação de políticas públicas:
i) Monitorar o desempenho e avaliar a concepção, a implementação e os resultados das políticas e das
ações prioritárias para assegurar que as diretrizes estratégicas sejam observadas;
ii) Avaliar as propostas de criação, expansão ou aperfeiçoamento de políticas públicas e de concessão de
incentivos fiscais e aferir, sempre que possível, seus custos e benefícios; e
iii) Manter processo decisório orientado pelas evidências, pela conformidade legal, pela qualidade regulató-
ria, pela desburocratização e pelo apoio à participação da sociedade.
Avaliação de Escala ou Avaliação em Larga Escala
Termo usado para se referir aos problemas ligados a aumentar o alcance de um projeto ou a abordagem do
programa.
Procedimentos aplicados em avaliações que têm objetivos e procedimentos diferenciados das avaliações
de pequenos grupos. Servem para um grande conjunto de processos avaliativos, com diferentes formas, ins-
trumentos, indicadores, etc .
Objetivos: a certificação, o credenciamento, o diagnóstico e a rendição de contas. Geralmente são orga-
nizadas a partir de um sistema de avaliação baseado em instrumentos padronizados, aplicados e um grande
número de informantes, geralmente diferenciados quanto aos seus papéis sociais e institucionais.
Sua lógica é comparativa e longitudinal. Geralmente são feitas por amostragem (com subestratos) com
amostras extensas.
Permitem uma reflexão sobre realidades complexas – e poderiam ser usados para definição de políticas
públicas.
Avaliação de Custo-Benefício (ACB)
Consiste em comparar os custos e os benefícios de uma política, programa ou projeto, a partir de atribuição
de valor segundo uma medida comum, geralmente uma unidade monetária, a fim de verificar se os benefícios
são maiores que os custos.
Se a política ainda não tiver sido formulada e existirem propostas alternativas, a ACB permitirá hierarquizá-
-las racionalmente, proporcionando ao gestor um critério de tomada de decisão: a eficiência. Se forem ações
já em andamento, a ACB permitirá ao gestor estimar se os custos incorridos estão conduzindo aos resultados
pretendidos, permitindo gerir racionalmente a implementação.
Variante - Avaliação de Custo-Efetividade (ACE)
na qual somente os custos são estimados em unidades monetárias. A ACE possui a mesma lógica da ACB,
mas diferencia-se por comparar os custos (em moeda) com objetivos não expressáveis em unidades de moeda,
mas apenas em unidades naturais. Ou seja: os benefícios são expressos de alguma outra forma quantitativa.
Nessa modalidade, que não se pode comparar alternativas que produzem resultados diferentes, mas apenas
as que levam a resultados da mesma natureza. Exemplo: ”entre duas alternativas de investimento em seguran-
ça pública, a primeira consistindo em armas e equipamentos policiais custando 30 (milhões de reais) e levando
a uma redução de 15% do índice de mortes violentas; e a segunda consistindo em re-qualificação profissional,
custando 50 (milhões de reais) e levando a uma redução de 40% do índice de mortes violentas, qual será mais
vantajosa?
Avaliação de Efetividade
A Efetividade é a correspondência entre os resultados da implementação de um programa e o alcance dos
seus objetivos, tendo como referência os efeitos e impactos na sociedade. A efetividade diz respeito ao alcance
dos resultados pretendidos, a médio e longo prazo.
Avaliação ex-post: vai além do cumprimento de objetivos gerais ou específicos, expressos como metas de
curto prazo.

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Avaliação de Efetividade: examina a relação entre os resultados de uma intervenção ou programa, em
termos de efeitos sobre a população-alvo, e os objetivos finalísticos da intervenção. Requer o estabelecimento
da cadeia de causalidade entre mudanças na população-alvo e a implementação de uma política ou programa.

Governança Ambiental, Social e Corporativa (ESG):conceitos e aplicação no setor


público

O termo ESG22 tem sido usado para se referir a práticas empresariais e de investimento que se preocupam
com critérios de sustentabilidade – e não apenas com o lucro. A sigla vem do inglês “Environmental, Social and
Governance“, que em português pode ser traduzido como ambiental, social e governança. A adoção do ESG
representa uma verdadeira mudança de paradigma nas relações entre as empresas e seus investidores, já que
práticas tradicionalmente associadas à sustentabilidade passaram a ser consideradas como parte da estratégia
financeira das empresas.
O ESG é usado como uma espécie de métrica para nortear boas práticas de negócios. Alguns aspectos
observados quando se fala em ESG são os impactos ambientais e sociais da cadeia de negócios, as emissões
de carbono, a gestão dos resíduos e rejeitos oriundos de determinada atividade, questões trabalhistas e de
inclusão dos trabalhadores e a metodologia de contabilidade, dentre outras. Tudo isso ganha força dentro de
um contexto em que grandes empresas têm suas ações listadas em bolsas de valores e há cobrança por parte
de acionistas e fundos de investimentos por práticas que garantam a sobrevivência de uma empresa a longo
prazo.
A metodologia do ESG23 evoluiu para uma forma de investimento que alcança fatores de sustentabilidade
como maneiras de selecionar empresas que possuem modelos de negócios diferenciados. Ou seja, tem um
olhar abrangente sobre a forma de gestão, cultura organizacional e os riscos de uma empresa. Porque é um fa-
tor que vem modificando o tipo de avaliação dos investimentos por parte dos gestores de ativos e investidores.
Hoje em dia, os investidores pressionam para obter informações sobre o desempenho do ESG, já que estes
dados influenciam na tomada de decisão.
Por outro lado, as companhias que já fazem esse tipo de trabalho saem na frente, pois já se adequaram a
este nova realidade e consequentemente tornam-se mais mais atrativas perante ao mercado, além de desper-
tarem o interesse de profissionais que desejam atuar em empresas que tenham um propósito relacionado a
este tipo de governança.
Cada um desses critérios24: Governança Ambiental, Social e Corporativa têm um significado mais profundo,
com diretrizes próprias que dependem do contexto e particularidade do setor em análise, mas de forma geral
costumam ser avaliados os seguintes aspectos
Ambiental - O critério ambiental inclui exigências nesse campo, como:
A gestão de resíduos;
A política de desmatamento (caso aplicável);
O uso de fontes de energia renováveis pela empresa;
O posicionamento da empresa em relação à questões de mudanças climáticas;
Os processos dedicados a reduzir ou eliminar a poluição do ar ou da água decorrentes de suas operações;
A logística reversa de produtos;
A política de negociação com fornecedores (se negocia com empresas participantes do Fair Trade, ou que
usam insumos orgânicos ou mesmo que possuem certificações ambientais);
Além disso, o critério ambiental pode também se estender ao controle exercido pela empresa em terras que
possui, se há ações para melhorar e preservar a biodiversidade, por exemplo.

22 ecycle.com.br/esg/
23 https://sgssustentabilidade.com.br/esg-governanca-ambiental-social-e-corporativa/
24 https://www.totvs.com/blog/business-perfomance/esg/

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Social -
Quando falamos dos critérios sociais do ESG, abrimos um leque muito grande de questões a serem consi-
deradas.
Para os investidores, por exemplo, é essencial entender como a empresa preza pelo bem-estar dos funcio-
nários.
Entre os pontos analisados pelos investidores e pelos gestores de fundos de investimentos, incluem-se:
Qual a taxa de turnover?
Há algum tipo de plano de previdência para os funcionários?
Qual o nível de envolvimento dos funcionários com a gestão da empresa?
Quais os benefícios e vantagens oferecidos aos funcionários, além do salário?
A empresa assume uma posição pública ou política sobre questões de direitos humanos?
O salário do funcionário é justo — em relação aos praticados dentro da empresa e também em relação ao
mercado?
Existe e, caso sim, como é estruturado o programa de treinamento, qualificação e desenvolvimento dos
colaboradores?
Como é a gestão do relacionamento com o cliente e quais ferramentas e processos a empresa disponibiliza
para medir a sua satisfação?
Existe uma política corporativa clara que incentive a diversidade, a inclusão e que busque prevenir o assédio
sexual?
Existe uma declaração de missão da organização? Se sim, ela representa realmente a atuação da empresa
e, de forma explícita, busca ser benéfica para a sociedade?
Obs: No eixo Social encontra-se também a relação com fornecedores. Avaliá-los do ponto de vista dos cri-
térios em ESG em relação a trabalho infantil, trabalho escravo, atuação em áreas desmatadas ou queimadas,
promovendo transparência na relação.
Governança
Em ESG, o aspecto governança foca em como uma empresa é administrada pelos gestores e diretores.
Nesse caso, o ESG busca entender se a gestão executiva e o conselho administrativo atendem aos interes-
ses das várias partes interessadas da empresa — funcionários, acionistas e clientes?
Além disso, há outras questões avaliadas, como:
Transparência financeira e contábil
Relatórios financeiros completos e honestos
Remuneração dos acionistas
Independência, equidade e diversidade nos conselhos
Integridade e práticas anticorrupção
Gestão de riscos;
Além disso, busca-se entender se essa remuneração está atrelada aos aspectos ESG e vinculada ao valor
de longo prazo, a viabilidade e a lucratividade da empresa.
Investimentos ESG
O investimento ESG é uma forma de impulsionar os setores mais sustentáveis e ser um indutor de boas prá-
ticas de gestão corporativa, dando oportunidade e reconhecimento para empresas que apresentem bons níveis
de responsabilidade social, ambiental e de governança.
Assim, é possível promover o crescimento de organizações ativamente preocupadas em melhorar o mundo,
o mercado e a vida de seus colaboradores.

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A análise realizada por parte dos fundos de investimento e pelos seus investidores em seus portfólios não
possui um framework padronizado.
Na verdade, cada fundo tem a liberdade de realizar essa leitura, de acordo com seus próprios parâmetros.
Assim, é possível dar pesos diferentes — dependendo do tipo de fundo e do setor de negócio que está sendo
avaliado.
ESG no setor público
Os temas sustentabilidade ambiental, responsabilidade social e consciência nas tomadas de decisões go-
vernamentais são assuntos que cercam os debates há algum tempo. As questões ambientais permanecem
sendo uma pauta da qual não esquecemos, principalmente nós, brasileiros, que acompanhamos um recorde
de queimadas e desmatamento na região da Amazônia.
O assunto é bem mais macro do que imaginamos, porque a questão sustentável tem seu lado ambiental,
com pautas importantes sobre a preservação do meio ambiente, mas também aborda a preservação de em-
presas, marcas e empregos, que dependem de uma boa postura para que os cidadãos/consumidores acre-
ditem nessas empresas e tenham uma boa imagem mundo afora. Só assim, com pensamentos alinhados às
urgências mundiais, que atraímos investidores, que por sua vez, estão interessados em implementar diretorias
específicas para cuidar da questão ambiental, social e de governança
O alinhamento do setor público com as premissas do ESG25 se confundem muito com as próprias obrigações
do Estado e, no caso específico do Brasil, com os princípios fundamentais da República, listados no título inicial
da Constituição Federal de 88. A nível global, os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, uma coleção de
17 metas acordadas em 2015 pelos países que formam a Cúpula de Desenvolvimento Sustentável da ONU,
ofereceram ao mundo uma agenda para promover um alinhamento de esforços nesse sentido.
Todo clamor em torno do tema e de sua aplicação no setor privado tem nutrido iniciativas que viabilizem a
mensuração dos temas relacionados ao ESG também no setor público, permitindo uma melhor visualização
na qualidade do tratamento dado ao assunto por cada um dos entes federativos e permitindo que o controle
social e, consequentemente, a pressão social, principal motor do serviço público, façam com que a governança
ambiental e sustentável se tornem agendas fortes e motivem a criação de políticas públicas para seu aprimo-
ramento.
Foi nesse sentido que caminhou a parceria entre o Centro de Liderança Pública (CLP) e a SEALL, que resul-
tará no Ranking de Competitividade dos Estados baseado em medidas de ESG. A iniciativa abrangerá mais de
30 fontes de dados públicos, que serão avaliadas com base nos principais critérios internacionais para o setor,
trazendo as organizações públicas para uma arena de debates técnicos sobre o assunto e permitindo que o
Estado ocupe seu papel de protagonista nessas discussões.
A agenda ESG26, sigla usada para se referir às melhores práticas ambientais, sociais e de governança, tem
ganhado relevância nas discussões do setor privado, principalmente na pauta de investimentos. Nesse sentido,
transformou-se em critério decisório para os players do mercado. A emergência climática, combinada com a
pandemia, acelerou preocupações com esses critérios, que gradualmente passam a balizar a tomada de de-
cisão sobre onde investir. Consequentemente, multiplicam-se as empresas que têm assumido compromissos
com a descarbonização, com a diversidade do seu quadro de funcionários e com melhores práticas internas.
Por um lado, temos a grande movimentação do setor privado. Por outro, o governo, sobretudo no Brasil, tem
estado ausente das discussões. É preciso mudar isso.
Na reunião do Fórum Econômico Mundial de 2021 ficou claro que entramos na era do capitalismo de stakehol-
ders. Os investidores agora se preocupam com todas as partes interessadas afetadas por seus negócios. Já
não basta que as empresas gerem riqueza apenas para si próprias, é necessário que agreguem valor para
seus funcionários, para a comunidade em que estão inseridas e para o mundo. Como resultado, investimentos
levando em conta esses critérios ESG tornam suas marcas mais valiosas, ao mesmo tempo que beneficiam a
sociedade e o planeta.
Contudo ESG não é um assunto da iniciativa privada. O setor público, por sua própria natureza, trabalha
todos os dias com temas ESG por meio de suas ações. O que se espera dos governos é a criação das condi-
ções e regulações necessárias para incentivar investimentos e a adoção de boas práticas pelas empresas. Não
25 https://www.clp.org.br/esg-o-que-e-e-como-pode-ser-utilizada-no-setor-publico/
26 https://www.investe.sp.gov.br/noticia/esg-no-governo-e-na-gestao-publica/

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só: os governos logo serão cobrados a incorporar os princípios ESG na forma de gerir o Estado. Em 2015 a
ONU estabeleceu a Agenda 2030, com um conjunto de 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS),
que se desdobram em mais de uma centena de metas para que um país seja considerado sustentável, justo
e próspero. Num exemplo de ação, a União Europeia vem de ditar o ritmo global sobre descarbonização. Em
pouco tempo veremos outro grande passo, com a adesão maciça dos países a um dos grandes programas da
COP-26, o Race to Zero.

Ciclo orçamentário.Transferências voluntárias e legislação sobre o tema

O Ciclo Orçamentário é uma sequência de fases ou etapas que deve ser cumprida como parte do processo
orçamentário, que corresponde à elaboração, apreciação legislativa, execução e acompanhamento, controle e
avaliação, quando, então, se inicia o ciclo seguinte. Corresponde ao período de tempo em que se processam
as atividades típicas do orçamento público, desde sua concepção até a avaliação final.
O Sistema Orçamentário Brasileiro é composto de três elementos básicos, conforme disposto na Constitui-
ção Federal de 1988 em seu Art.165:
Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão:
I- Plano Plurianual – PPA
II- Lei de Diretrizes Orçamentárias – LDO
III- Lei Orçamentária Anual – LOA
O PPA, com vigência de quatro anos, tem como função estabelecer as diretrizes, objetivos e metas de médio
prazo da administração pública. Cabe à LDO, anualmente, enunciar as políticas públicas e respectivas priorida-
des para o exercício seguinte. Já a LOA tem como principais objetivos estimar a receita e fixar a programação
das despesas para o exercício financeiro. Assim, a LDO ao identificar no PPA as ações que receberão priorida-
de no exercício seguinte torna-se o elo entre o PPA, que funciona como um plano de médio-prazo do governo,
e a LOA, que é o instrumento que viabiliza a execução do plano de trabalho do exercício a que se refere.27
Plano Plurianual - PPA28
O PPA é uma das três leis em sentido formal (lei ordinária) que compõem o sistema orçamentário brasilei-
ro. Estabelece de forma regionalizada as diretrizes, objetivos e metas da administração pública federal para
as despesas de capital e outras delas decorrentes e para as relativas aos programas de duração continuada.
Vigora por quatro anos, sendo elaborado no primeiro ano do mandato presidencial, abrangendo até o primeiro
ano do mandato seguinte.
É uma Lei de Iniciativa do Poder Executivo, em que estão quantificados, especificados e qualificados os
custos de cada projeto de duração plurianual ou continuada e funciona como um instrumento de planejamento
estratégico das ações do Governo.
O Plano Plurianual (PPA) é um instrumento previsto no art. 165 da Constituição Federal, destinado a organi-
zar e viabilizar a ação pública, com vistas a cumprir os fundamentos e os objetivos da República
Os planos e programas nacionais, regionais e setoriais previstos na Constituição serão elaborados em con-
sonância com o PPA. Nenhum investimento cuja execução ultrapasse um exercício financeiro poderá ser ini-
ciado sem prévia inclusão no PPA, ou sem lei que autorize a inclusão, sob pena de crime de responsabilidade.
O projeto do plano plurianual, para vigência até o final do primeiro exercício financeiro do mandato presiden-
cial subsequente, será encaminhado até quatro meses antes do encerramento do primeiro exercício financeiro
e devolvido para sanção até o encerramento da sessão legislativa.

27 http://www2.camara.leg.br/orcamento-da-uniao/cidadao/entenda/cursopo/planejamento.html
28 http://www.planejamento.gov.br/servicos/faq/planejamento-governamental/plano-plurianual-ppa/o-que-
-eacute-o-ppa

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Por meio dele, é declarado o conjunto das políticas públicas do governo para um período de quatro anos e
os caminhos trilhados para viabilizar as metas previstas. É o instrumento de planejamento que estabelece, de
forma regionalizada, as diretrizes, objetivos e metas da Administração Pública Federal para as despesas de ca-
pital - e outras delas decorrentes - e para as relativas aos programas de duração continuada. O PPA declara as
escolhas pactuadas com a sociedade e contribui para viabilizar os objetivos fundamentais da República. Além
disso, organiza a ação de governo na busca de um melhor desempenho da Administração Pública.
O PPA apresenta uma parte dos recursos financeiros orçamentários (esferas “Fiscal e Seguridade Social”
e “Investimentos das Estatais”) arrecadados pelo Governo, mas também faz uso de recursos que não estão
no orçamento, valores que podem ser originários de agências oficiais de crédito (exemplos: Banco do Brasil,
Caixa Econômica Federal, Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social - BNDES, etc.), de fundos
administrados pelo Governo (ex: FAT - Fundo de Amparo ao Trabalhador), de incentivos ou renúncias fiscais, de
parcerias com o setor privado, entre outras possibilidades. Diferentemente da Lei Orçamentária Anual (LOA), o
PPA não apresenta os Programas classificados como Operação Especial. Atualmente, a peça orçamentária de
cada exercício anual permite visualizar o tipo de recurso que está financiando determinada ação orçamentária.
A gestão do PPA ocorre, principalmente, com base no monitoramento dos Programas, Objetivos, Metas e
Iniciativas, dedicando especial atenção aos meios mais eficazes para possibilitar a execução necessária ao de-
senvolvimento do País. É importante destacar que o conceito de gestão associado ao Plano Plurianual - PPA -
dialoga com a criação de condições objetivas que favoreçam a execução, de forma que o conceito de resultado
está associado à abertura de canais que ampliem a escala de entregas do Estado.
O PPA confere um tratamento especial à transversalidade e à multissetorialidade, institutos que permitem
identificar públicos ou políticas específicas em determinados setores de atuação do governo. É o caso, por
exemplo, da declaração e identificação da política para as mulheres (público) no interior da política de desen-
volvimento agrário (setor). Por meio das agendas transversais do PPA, por exemplo, é possível combinar dife-
rentes Objetivos, Metas e Iniciativas, criando condições para uma abordagem mais adequada da relação entre
os programas, além de permitir a análise e o acompanhamento de políticas públicas integradas.
Dessa forma, a atual estrutura do PPA ampliou as possibilidades das políticas para as mulheres, raça, crian-
ça e adolescente, idoso, LGBT, quilombola, povos e comunidades tradicionais, juventude e pessoa com defi-
ciência. O Plano apresenta a visão de futuro para o país, macro desafios e valores que guiam o comportamento
para o conjunto da Administração Pública Federal. Por meio dele, o governo declara e organiza sua atuação, a
fim de elaborar e executar políticas públicas necessárias. O Plano permite, também, que a sociedade tenha um
maior controle sobre as ações concluídas pelo governo.
Estrutura Programática
Toda ação do Governo está estruturada em programas orientados para a realização dos objetivos estratégi-
cos definidos para o período do PPA, ou seja, quatro anos.
A Lei do PPA foi elaborada como um instrumento mais estratégico, no qual seja possível ver com clareza
as principais diretrizes de governo e a relação destas com os Objetivos a serem alcançados nos Programas
Temáticos.
Com base nessas diretrizes, o PPA contempla os Programas Temáticos e os de Programas de Gestão, Ma-
nutenção e Serviços ao Estado:
I- Programa Temático: aquele que expressa e orienta a ação governamental para a entrega de bens e ser-
viços à sociedade.
II- Programa de Gestão, Manutenção e Serviços ao Estado: aquele que expressa e orienta as ações desti-
nadas ao apoio, à gestão e à manutenção da atuação governamental.
Na base de dados do SIOP (Sistema Integrado de Planejamento e Orçamento), o campo que identifica o
programa contém quatro dígitos.

1º 2º 3º 4º
A integração das ações orçamentárias com o PPA é retratada na figura a seguir:

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A partir da Portaria n 42, de 14 de abril de 1999, os programas deixaram de ter o caráter de classificador e
cada nível de governo passou a ter a sua estrutura própria, adequada à solução dos seus problemas, originária
do processo de planejamento desenvolvido durante a formulação do Plano Plurianual – PPA.
Há convergência entre as estruturas do plano plurianual e do orçamento anual a partir do programa, “módu-
lo” comum integrador do PPA com o Orçamento. Em termos de estruturação, o plano termina no programa e o
orçamento começa nele, o que confere a esses documentos uma integração desde a origem, sem a necessi-
dade, portanto, de buscar-se uma compatibilização entre módulos diversificados. O programa age como único
módulo integrador, e os projetos e as atividades como instrumentos de realização dos programas.
Cada programa contém, no mínimo, objetivo - indicador que quantifica a situação que o programa tem por
fim modificar e os produtos (bens e serviços) necessários para atingi-lo. Os produtos dos programas dão origem
aos projetos e atividades. A cada projeto ou atividade só pode estar associado um produto, que, quantificado
por sua unidade de medida, dá origem à meta.
Os programas são compostos por atividades, projetos e uma nova categoria de programação denominada
operações especiais. Estas podem fazer parte dos programas quando entendido que, efetivamente, contribuem
para a consecução de seus objetivos; tais operações, quando associadas a programas finalísticos apresentam,
na maioria dos casos, produtos associados. Daí a necessidade de caracterização desses produtos. Quando
não, as operações especiais não se vincularão a programas.
A estruturação de programas e respectivos produtos, consubstanciados em projetos e em atividades, é
sempre revisada anualmente e seu resultado disponibilizado para que os órgãos setoriais e as unidades orça-
mentárias apresentem as suas propostas orçamentárias.
O programa é o instrumento de organização da atuação governamental. Articula um conjunto de ações que
concorrem para um objetivo comum preestabelecido, mensurado por indicadores estabelecidos no plano pluria-
nual, visando à solução de um problema ou o atendimento de uma necessidade ou demanda da sociedade.
Toda a ação finalística do Governo Federal deverá ser estruturada em programas, orientados para consecu-
ção dos objetivos estratégicos definidos, para o período, no PPA. A ação finalística é a que proporciona bem ou
serviço para atendimento direto às demandas da sociedade.
Tipos de Programas
Programas Finalísticos: são programas que resultam em bens e serviços ofertados diretamente à sociedade.
Seus atributos básicos são: denominação, objetivo, público-alvo, indicador(es), fórmulas de cálculo do índice,
órgão(s), unidades orçamentárias e unidade responsável pelo programa.
O indicador quantifica a situação que o programa tenha por fim modificar, de modo a explicitar o impacto das
ações sobre o público-alvo.

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Programas de Gestão de Políticas Públicas: assumirão denominação específica de acordo com a missão
institucional de cada órgão. Portanto, haverá apenas um programa dessa natureza por órgão. Exemplo: “Ges-
tão da Política de Saúde”.
Seus atributos básicos são: denominação, objetivo, órgão(s), unidades orçamentárias e unidade responsá-
vel pelo programa.
Na Presidência da República e nos Ministérios que constituam órgãos centrais de sistemas (Orçamento e
Gestão, Fazenda), poderá haver mais de um programa desse tipo.
Os Programas de Gestão de Políticas Públicas abrangem as ações de gestão de Governo e serão compos-
tos de atividades de planejamento, orçamento, controle interno, sistemas de informação e diagnóstico de supor-
te à formulação, coordenação, supervisão, avaliação e divulgação de políticas públicas. As atividades deverão
assumir as peculiaridades de cada órgão gestor setorial.
Programas de Serviços ao Estado: são os que resultam em bens e serviços ofertados diretamente ao Esta-
do, por instituições criadas para esse fim específico. Seus atributos básicos são: denominação, objetivo, indica-
dor(es), órgão(s), unidades orçamentárias e unidade responsável pelo programa.
Programa de Apoio Administrativo: corresponde ao conjunto de despesas de natureza tipicamente adminis-
trativa e outras que, embora colaborem para a consecução dos objetivos dos programas finalísticos e de gestão
de políticas públicas, não são passíveis de apropriação a esses programas. Seus objetivos são, portanto, os
de prover os órgãos da União dos meios administrativos para a implementação e gestão de seus programas
finalísticos.
A versão vigente foi sancionada em 27/12/2020 através da lei nº 13.971 de 27/12/2020 que institui o Plano
Plurianual da União para o período de 2020 a 2023 cujo o conteúdo pode ser acessado na integra no Portal do
Ministério da Economia.
Abaixo a Lei
LEI Nº 13.971, DE 27 DE DEZEMBRO DE 201929
Institui o Plano Plurianual da União para o período de 2020 a 2023.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte
Lei:
CAPÍTULO I
DO PLANEJAMENTO GOVERNAMENTAL E DO PLANO PLURIANUAL DA UNIÃO
Art. 1º Esta Lei institui o Plano Plurianual da União para o período de 2020 a 2023 (PPA 2020-2023), em
cumprimento ao disposto no § 1º do art. 165 da Constituição.
Art. 2º Para fins do disposto nesta Lei, considera-se:
I - objetivo - declaração de resultado a ser alcançado que expressa, em seu conteúdo, o que deve ser feito
para a transformação de determinada realidade;
II - meta - declaração de resultado a ser alcançado, de natureza quantitativa ou qualitativa, que contribui para
o alcance do objetivo;
III - indicador - instrumento gerencial que permite a mensuração de desempenho de programa em relação à
meta declarada;
IV - regionalização - conjunto de informações, no âmbito das metas do PPA 2020-2023, com vistas a compa-
tibilizar os recursos públicos disponíveis com o atendimento de necessidades da sociedade no território nacio-
nal e a possibilitar a avaliação regional da execução do gasto público;
V - política pública - conjunto de iniciativas governamentais organizadas em função de necessidades socioe-
conômicas, que contém instrumentos, finalidades e fontes de financiamento;
VI - programa - conjunto de políticas públicas financiadas por ações orçamentárias e não orçamentárias;

29 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2019/lei/L13971.htm. Acessado em 17.01.2022

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VII - planejamento governamental - sistemática de orientação de escolha de políticas públicas e de definição
de prioridades, a partir de estudos prospectivos e diagnósticos, com o propósito de diminuir as desigualdades,
melhorar a alocação de recursos e aprimorar o ambiente econômico e social;
VIII - Plano Plurianual da União (PPA) - instrumento de planejamento governamental de médio prazo, que
define diretrizes, objetivos e metas, com propósito de viabilizar a implementação dos programas;
IX - planos nacionais, setoriais e regionais - instrumentos de comunicação à sociedade das ações gover-
namentais, observados a estratégia nacional de desenvolvimento econômico e social, o PPA 2020-2023 e as
diretrizes das políticas nacionais;
X - política nacional - conjunto de diretrizes, princípios e instrumentos destinados a orientar a atuação de
agentes públicos no atendimento às demandas da sociedade, cuja operacionalização será detalhada em pla-
nos nacionais, setoriais e regionais, com escopo e prazo definidos;
XI - diretriz - declaração ou conjunto de declarações que orientam os programas abrangidos no PPA 2020-
2023, com fundamento nas demandas da população;
XII - programa finalístico - conjunto de ações orçamentárias e não orçamentárias, suficientes para enfrentar
problema da sociedade, conforme objetivo e meta;
XIII - unidade responsável - órgão ou entidade da administração pública federal direta ou indireta, responsá-
vel pela gestão de programa finalístico;
XIV - valor global do programa - estimativa dos recursos orçamentários e não orçamentários, segregados
nas esferas fiscal, da seguridade social e de investimento das empresas estatais, com as respectivas catego-
rias econômicas e indicação das fontes de financiamento;
XV - programa de gestão - conjunto de ações orçamentárias e não orçamentárias, que não são passíveis de
associação aos programas finalísticos, relacionadas à gestão da atuação governamental ou à manutenção da
capacidade produtiva das empresas estatais.
XVI - subsídios - benefícios de natureza financeira, tributária e creditícia de que trata o § 6º do art. 165 da
Constituição;
XVII - gastos diretos - recursos utilizados na consecução de políticas públicas, executadas de forma direta
ou descentralizada, que não se caracterizam como subsídios, nos termos do disposto no inciso XVI;
XVIII - governança - conjunto de mecanismos de liderança, estratégia e controle utilizados para avaliar, di-
recionar e monitorar a gestão pública, com vistas à consecução de políticas públicas e à prestação de serviços
de interesse da sociedade;
XIX - investimento plurianual prioritário - investimento selecionado que impacta programa finalístico em mais
de um exercício financeiro; e
XX - investimento plurianual de empresa estatal não dependente - investimento que se enquadra nas hi-
póteses previstas no PPA 2020-2023 e abrange empresa em que a União, direta ou indiretamente, detenha
a maioria do capital social com direito a voto, cujas programações não constem do Orçamento Fiscal ou da
Seguridade Social.
Art. 3º São diretrizes do PPA 2020-2023:
I - o aprimoramento da governança, da modernização do Estado e da gestão pública federal, com eficiência
administrativa, transparência da ação estatal, digitalização de serviços governamentais e promoção da produ-
tividade da estrutura administrativa do Estado;
II - a busca contínua pelo aprimoramento da qualidade do gasto público, por meio da adoção de indicadores
e metas que possibilitem a mensuração da eficácia das políticas públicas;
III - a articulação e a coordenação com os entes federativos, com vistas à redução das desigualdades regio-
nais, combinados:
a) processos de relacionamento formal, por meio da celebração de contratos ou convênios, que envolvam a
transferência de recursos e responsabilidades; e
b) mecanismos de monitoramento e avaliação;

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IV - a eficiência da ação do setor público, com a valorização da ciência e tecnologia e redução da ingerência
do Estado na economia;
V - a garantia do equilíbrio das contas públicas, com vistas a reinserir o Brasil entre os países com grau de
investimento;
VI - a intensificação do combate à corrupção, à violência e ao crime organizado;
VII – (VETADO);
VIII - a promoção e defesa dos direitos humanos, com foco no amparo à família;
IX - o combate à fome, à miséria e às desigualdades sociais;
X - a dedicação prioritária à qualidade da educação básica, especialmente a educação infantil, e à prepara-
ção para o mercado de trabalho;
XI - a ampliação da cobertura e da resolutividade da atenção primária à saúde, com prioridade na prevenção,
e o fortalecimento da integração entre os serviços de saúde;
XII - a ênfase na geração de oportunidades e de estímulos à inserção no mercado de trabalho, com especial
atenção ao primeiro emprego;
XIII - a promoção da melhoria da qualidade ambiental, da conservação e do uso sustentável de recursos
naturais, considerados os custos e os benefícios ambientais;
XIV - o fomento à pesquisa científica e tecnológica, com foco no atendimento à saúde, inclusive para preven-
ção e tratamento de doenças raras;
XV - a ampliação do investimento privado em infraestrutura, orientado pela associação entre planejamento
de longo prazo e redução da insegurança jurídica;
XVI - a ampliação e a orientação do investimento público, com ênfase no provimento de infraestrutura e na
sua manutenção;
XVII - o desenvolvimento das capacidades e das condições necessárias à promoção da soberania e dos
interesses nacionais, consideradas as vertentes de defesa nacional, as relações exteriores e a segurança ins-
titucional;
XVIII - a ênfase no desenvolvimento urbano sustentável, com a utilização do conceito de cidades inteligentes
e o fomento aos negócios de impacto social e ambiental;
XIX - a simplificação e a progressividade do sistema tributário, a melhoria do ambiente de negócios, o estí-
mulo à concorrência e a maior abertura da economia nacional ao comércio exterior, priorizando o apoio às micro
e pequenas empresas e promovendo a proteção da indústria nacional em grau equivalente àquele praticado
pelos países mais industrializados; e
XX - o estímulo ao empreendedorismo, por meio da facilitação ao crédito para o setor produtivo, da conces-
são de incentivos e benefícios fiscais e da redução de entraves burocráticos.
CAPÍTULO II
DA ESTRUTURA E DA ORGANIZAÇÃO DO PLANO PLURIANUAL DA UNIÃO
Art. 4º O PPA 2020-2023 reflete políticas públicas, orienta a atuação governamental e define diretrizes, ob-
jetivos, metas e programas.
§ 1º Não integram o PPA 2020-2023 os programas destinados exclusivamente a operações especiais.
§ 2º A cada programa finalístico será associada uma unidade responsável, um objetivo e uma meta.
Art. 5º Integram o PPA 2020-2023:
I - Anexo I - Programas Finalísticos;
II - Anexo II - Programas de Gestão;
III - Anexo III - Investimentos Plurianuais Prioritários; e
IV - Anexo IV - Investimentos Plurianuais das Empresas Estatais Não Dependentes.

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CAPÍTULO III
DA INTEGRAÇÃO COM OS ORÇAMENTOS DA UNIÃO
Art. 6º Os programas do PPA 2020-2023 estarão expressos nas leis orçamentárias anuais e nas leis de cré-
ditos adicionais.
§ 1º As ações orçamentárias serão discriminadas exclusivamente nas leis orçamentárias anuais e nos cré-
ditos adicionais.
§ 2º Cada ação orçamentária estará vinculada a apenas um programa, exceto as ações padronizadas.
§ 3º As vinculações entre ações orçamentárias e programas constarão das leis orçamentárias anuais.
§ 4º As ações não orçamentárias serão vinculadas aos programas e serão disponibilizadas na internet, in-
cluídos os respectivos valores, na forma a ser definida pelo Poder Executivo federal.
Art. 7º O valor global dos programas não constitui limite à programação ou à execução das despesas ex-
pressas nas leis orçamentárias anuais ou nos créditos adicionais, respeitados os limites individualizados para
despesas primárias impostos pela Emenda Constitucional nº 95, de 15 de dezembro de 2016 (Novo Regime
Fiscal).
Art. 8º Entende-se por projeto de investimento de grande vulto aquele cujo valor seja superior a:
I - R$ 100.000.000,00 (cem milhões de reais), se financiado com recursos do orçamento de investimentos
das estatais independentes, sob responsabilidade de empresa de capital aberto ou sua subsidiária; ou
II - R$ 50.000.000,00 (cinquenta milhões de reais), se financiado com recursos dos orçamentos fiscal ou da
seguridade social, ou com recursos do orçamento de investimentos de empresa estatal que não se enquadre
no disposto no inciso anterior.
§ 1º Os projetos de investimentos de grande vulto somente poderão ser executados à conta de crédito orça-
mentário específico.
§ 2º A partir de 2021, os novos projetos de investimentos de grande vulto somente poderão ser iniciados
se constarem do registro centralizado a que alude o § 15 do art. 165 da Constituição Federal, mediante prévio
atesto da viabilidade técnica e socioeconômica, nos termos do que dispuser regulamento do Poder Executivo.
Art. 9º Compõem o Anexo III os investimentos plurianuais prioritários, definidos entre as ações do tipo proje-
to, dos programas finalísticos integrantes dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social, exceto os investimen-
tos relacionados exclusivamente às transferências da União aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios,
observadas as seguintes diretrizes:
I - execução financeira acumulada superior a vinte por cento de seu custo total estimado na data-base de 30
de junho de 2019; ou
II - conclusão até 2023.
§ 1º A Seção II do Anexo III dispõe os investimentos plurianuais prioritários que estão condicionados ao es-
paço fiscal nos exercícios financeiros de referência, em atendimento aos ditames da Emenda Constitucional nº
95, de 15 de dezembro de 2016, e à apresentação de emendas impositivas individuais ou de bancada estadual,
disciplinadas aos §§ 9º e seguintes do art. 166 da Constituição Federal.
§ 2º As transferências da União para a realização de investimentos plurianuais considerarão os planos na-
cionais e setoriais, a regionalização, o estágio de execução, as restrições e a capacidade de implementação do
ente federativo destinatário dos recursos.
Art. 10. Os orçamentos anuais serão compatibilizados com o PPA 2020-2023 e as respectivas leis de diretri-
zes orçamentárias e serão orientados pelas diretrizes de que trata o art. 3º.
Parágrafo único. O conjunto de ações governamentais voltadas ao atendimento da primeira infância possui
caráter prioritário para o orçamento de 2020, nos termos do art. 3º da Lei nº 13.898, de 11 de novembro de
2019, e possui antecedência na programação e na execução orçamentária e financeira durante o período de
vigência do Plano Plurianual, conforme agenda transversal e multissetorial a ser regulamentada pelo Poder
Executivo.

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CAPÍTULO IV
DA GOVERNANÇA DO PLANO PLURIANUAL DA UNIÃO
SEÇÃO I
ASPECTOS GERAIS
Art. 11. A governança do PPA 2020-2023 visa a alcançar os objetivos e as metas estabelecidos, sobretudo
para a garantia de acesso às políticas públicas e de sua fruição pela sociedade e busca o aperfeiçoamento dos:
I - mecanismos de implementação e integração de políticas públicas;
II - critérios de regionalização de políticas públicas; e
III - mecanismos de monitoramento, avaliação e revisão do PPA 2020-2023.
Art. 12. A gestão do PPA 2020-2023 observará os princípios de publicidade, eficiência, impessoalidade, eco-
nomicidade e efetividade e compreenderá a implementação, o monitoramento, a avaliação e a revisão do PPA
2020-2023.
SEÇÃO II
DO MONITORAMENTO E DA AVALIAÇÃO
Art. 13. O monitoramento do PPA 2020-2023 abrangerá seus programas e as ações orçamentárias e não
orçamentárias a eles vinculadas, conforme regulamento.
Parágrafo único. Sem prejuízo do disposto no caput¸ o Poder Executivo publicará em portal eletrônico dados
estruturados e informações sobre a implementação e o acompanhamento do PPA 2020-2023
Art. 14. A avaliação do PPA 2020-2023 consiste em processo sistemático, integrado e institucionalizado de
análise das políticas públicas, com objetivo de aprimorar os programas e a qualidade do gasto público.
Art. 15. O Poder Executivo encaminhará anualmente ao Congresso Nacional Relatório Anual de Monitora-
mento do PPA 2020-2023 com o resultado do processo de monitoramento, que conterá:
I - o comportamento das variáveis macroeconômicas que embasaram a elaboração do Plano Plurianual,
explicitando as eventuais discrepâncias verificadas entre os valores previstos e os realizados;
II - a situação, por programa finalístico, dos objetivos, das metas e dos indicadores; e
III - demonstrativo da execução orçamentária e financeira dos investimentos plurianuais.
Art. 16. A Avaliação prevista no art. 14 desta Lei será realizada no âmbito do Conselho de Monitoramento e
Avaliação de Políticas Públicas (CMAP) e contemplará avaliações de políticas públicas financiadas por gastos
diretos e subsídios da União, selecionadas anualmente a partir dos programas dispostos no Anexo I desta Lei.
§ 1º A escolha das políticas que constarão da lista anual de avaliações ocorrerá segundo critérios de mate-
rialidade, criticidade e relevância.
§ 2º O Poder Executivo dará publicidade, por meio de sítio eletrônico, sobre os montantes de recursos dos
programas classificados em gasto direto ou em subsídio.
§ 3º O Poder Executivo encaminhará anualmente ao Congresso Nacional relatório contendo os resultados e
as recomendações das avaliações.
Art. 17. Em até trinta dias após o encaminhamento dos relatórios previstos no caput do art. 15 e no § 3º do
art. 16, representante do órgão central do Sistema de Planejamento e de Orçamento Federal, disciplinado pela
Lei nº 10.180, de 6 de fevereiro de 2001, apresentará os resultados e as recomendações dos referidos rela-
tórios, em audiência pública a ser realizada na comissão referida no § 1º do art. 166 da Constituição Federal.
Art. 18. O Poder Executivo federal promoverá o desenvolvimento e a manutenção de mecanismos de trans-
parência nas etapas do ciclo de gestão do PPA 2020-2023, por meio de sistemas de informações periodicamen-
te atualizados, definidos em regulamento.

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§ 1º Com vistas ao acompanhamento e à fiscalização a que se referem o art. 70 e o inciso II do § 1º do art.
166 da Constituição, serão assegurados aos membros e aos órgãos competentes dos Poderes da União, inclu-
sive ao Tribunal de Contas da União, ao Ministério Público Federal e à Controladoria-Geral da União, o acesso
irrestrito, para consulta, aos sistemas de informações referidos no caput e o recebimento de seus dados em
meio digital.
§ 2º Poderão ser habilitados para consulta os cidadãos e as entidades sem fins lucrativos credenciados
segundo requisitos estabelecidos pelos órgãos gestores dos sistemas de informações de que trata este artigo.
Art. 19. O Poder Executivo federal regulamentará os prazos, os critérios e as orientações técnicas comple-
mentares ao monitoramento e à avaliação do PPA 2020-2023.
CAPÍTULO V
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 20. Para fins do disposto no § 1º do art. 167 da Constituição, o investimento que ultrapassar um exercício
financeiro, durante o período de 2020 a 2023, será incluído no valor global dos programas.
Parágrafo único. As leis orçamentárias e as leis de créditos adicionais detalharão, em seus anexos, os inves-
timentos de que trata o caput, para o ano de sua vigência.
Art. 21. Fica o Poder Executivo federal autorizado a promover alterações no PPA 2020-2023, em ato próprio,
para:
I - conciliar com o PPA 2020-2023 as alterações promovidas pelas leis orçamentárias anuais e pelas leis de
crédito adicional e poderá, para tanto:
a) alterar o valor global do programa;
b) adequar vinculações entre ações orçamentárias e programas;
c) revisar ou atualizar as metas; e
d) revisar ou atualizar os investimentos plurianuais constantes dos Anexos III, Seção I, e IV, em até 25%
(vinte e cinco por cento) do valor total previsto para cada um dos dois conjuntos de investimentos discriminados
nesta alínea;
II - alterar metas; e
III - incluir, excluir ou alterar:
a) a unidade responsável por programa;
b) o valor global do programa, em razão de alteração de fontes de financiamento com recursos não orça-
mentários; e
c) o valor dos gastos diretos ou dos subsídios de que trata o § 2º do art. 16.
Parágrafo único. Modificações realizadas nos termos do disposto no caput serão informadas à Comissão
Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização do Congresso Nacional e publicadas em sítio eletrônico
oficial.
Art. 22. Os órgãos e as entidades da administração pública federal direta, autárquica e fundacional promo-
verão o alinhamento contínuo entre os instrumentos de planejamento sob sua responsabilidade, com vistas ao
fortalecimento da governança pública.
§ 1º Para as políticas públicas constantes dos programas de atendimento em educação e de amparo às mu-
lheres, são instrumentos de referência, respectivamente, o Plano Nacional de Educação e o Plano Nacional de
Políticas para as Mulheres.
§ 2º Os órgãos e as entidades de que trata o caput elaborarão ou atualizarão seu planejamento estratégico
institucional de forma alinhada ao PPA 2020-2023 e aos planos nacionais, setoriais e regionais, no prazo de:
I - quatro meses, contados da data de publicação desta Lei, para Ministérios e demais órgãos da administra-
ção direta e para autarquias organizadas na forma de agências reguladoras, ressalvado o disposto no inciso III;

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II - oito meses, contados da data de publicação desta Lei, para as entidades autárquicas não referidas nos
incisos I e III e para as fundações;
III - doze meses, contados da data de publicação desta Lei, para as instituições federais de ensino.
Art. 23. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Alterações do anexo - Vide Lei 14.235, de 2021
Brasília, 27 de dezembro de 2019; 198º da Independência e 131º da República.
JAIR MESSIAS BOLSONARO
Ainda em em relação ao prazo legal, a Constituição Federal de 88 em seu art. 165, § 9.º, assim dispõe:
Cabe à lei complementar:
I - Dispor sobre o exercício financeiro, a vigência, os prazos, a elaboração e a organização do plano pluria-
nual, da lei de diretrizes orçamentárias e da lei orçamentária anual.

Ciclo de planejamento governamental.

As autoridades governamentais usam um sistema organizado conhecido como ciclo de planejamento go-
vernamental para criar, implementar e acompanhar políticas e programas públicos ao longo do tempo. É um
método contínuo que envolve várias fases, permitindo que o governo determine objetivos, aloque recursos,
realize ações e avalie os resultados. Normalmente, o ciclo de planejamento do governo é composto por quatro
fases principais:
Formulação
Atualmente, o governo identifica problemas, oportunidades e desafios para serem abordados por meio de
políticas públicas. As consultas com as partes interessadas, incluindo a sociedade civil, bem como a coleta e
análise de dados estão incluídas nessa categoria. Os seguintes componentes são definidos durante o processo
de formulação:
Metas e Objetivos: os objetivos globais do governo.
Estratégias: estratégias comuns para alcançar os objetivos.
Recursos: distribuição de recursos materiais, monetários e humanos
Legislação: se for necessário, a formulação pode resultar na criação de leis ou regulamentos.
Aplicação
As políticas e programas são implementados após sua formulação. Isso inclui a realização de tarefas espe-
cíficas especificadas durante a fase de formulação, a distribuição de recursos, a definição de responsabilidades
e o acompanhamento contínuo para garantir a execução eficaz.
Avaliação
A avaliação ocorre durante e após a implementação. Ela visa verificar se os programas e políticas estão
atendendo aos seus objetivos e se estão funcionando de acordo com as expectativas. As categorias de avalia-
ção mais significativas incluem:
Avaliação de Processo: avalia a implementação para garantir que as atividades sejam executadas de acor-
do com o planejado.
Avaliação de Resultados: avalia se os resultados esperados foram alcançados.
Avaliação de Impacto: avalia o impacto direto das políticas e programas na população e na sociedade.
Os resultados da avaliação permitem que o governo altere suas políticas e programas para melhorar o de-
sempenho.

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Revisão e Aprendizado
Após a avaliação, o governo realiza uma revisão do ciclo de planejamento. Isso inclui a análise das lições
aprendidas, a modificação das estratégias e objetivos, a distribuição de recursos e a criação de novas metas
para o próximo ciclo de planejamento. O ciclo recomeça com a revisão dos programas e políticas.
O processo de planejamento do governo é contínuo e adaptável. O governo revisa e atualiza suas políticas
e programas à medida que novas informações surgem, prioridades mudam e as necessidades da sociedade
mudam. Isso garante que o governo seja flexível e capaz de atender às demandas da população ao longo do
tempo. Como os resultados são, o ciclo de planejamento que promove a prestação de contas e a transparência,
pois os resultados são avaliados e comunicados ao público e às partes interessadas.

plano Plurianual (PPA)2024-2027: modelo de planejamento,mega objetivos, dimen-


sões, programa e ação

O Plano Plurianual (PPA) é um instrumento de planejamento de médio prazo para estabelecer objetivos,
metas e orientações para um período de quatro anos. É uma ferramenta crucial nos governos federal, estadual
e municipal, sendo desenvolvida anualmente para cada mandato, tipicamente começando no segundo ano de
um mandato presidencial, legislativo ou municipal e terminando no primeiro ano do próximo mandato.
Portanto, o PPA 2024-2027 se refere ao planejamento que abrangerá o período de 2024 a 2027.
— Modelo De Planejamento
Embora o PPA siga diretrizes gerais de planejamento estratégico, ele possui características específicas que
o diferenciam de outros modelos de planejamento. Aqui estão alguns aspectos chave do modelo de planeja-
mento do PPA 2024-2027:
Plurianual: o PPA cobre quatro anos, como o próprio nome sugere, permitindo ao governo planejar ações
de médio prazo.
Orientação Estratégica: o PPA identifica áreas prioritárias, objetivos e diretrizes gerais para estabelecer a
visão estratégica do governo para o período.
Programas e Ações: o PPA descreve os programas e ações que o governo pretende implementar para atin-
gir os objetivos definidos. Cada programa contém metas e ações específicas para cada setor de atividade do
governo.
Alocação de Recursos: o PPA inclui uma previsão de recursos para cada programa e ação, mostrando como
os recursos públicos serão distribuídos ao longo do tempo.
Participação e Controle Social: a participação da sociedade civil e dos órgãos de controle é necessária no
processo de elaboração do PPA. Isso aumenta a transparência e a responsabilidade do governo.
Portanto, o modelo de planejamento do PPA 2024-2027 é especificamente adaptado para o contexto do go-
verno federal brasileiro e se concentra em diretrizes e ações de médio prazo, com ênfase na responsabilidade,
transparência e avaliação contínua do desempenho.
— Mega Objetivos
Os Mega Objetivos no Plano Plurianual (PPA) são orientações estratégicas de alto nível que representam
os principais desafios e metas que o governo federal brasileiro pretende alcançar dentro de um determinado
período de planejamento. Eles são uma parte fundamental do PPA e servem como uma referência para orientar
as políticas e ações do governo ao longo de um ciclo de quatro anos. Formulados com base nas prioridades
governamentais e nas necessidades do país, eles são amplos, abrangendo áreas chave do governo e refletindo
os compromissos de campanha do governo eleito.

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Este mega objetivo pode representar a determinação do governo de reduzir a pobreza e melhorar as con-
dições de vida dos indivíduos vulneráveis. Também pode representar um compromisso com a preservação do
ambiente, o uso sustentável dos recursos naturais e o crescimento económico consciente. Pode igualmente
representar o objetivo de melhorar a educação, aumentar o acesso à educação de alta qualidade e assegurar
que a força de trabalho seja dotada de competências.
O compromisso com o acesso universal a cuidados de saúde de qualidade e a melhoria dos indicadores
de saúde da população se reflete no desenvolvimento de infraestruturas, incluindo estradas, ferrovias, portos e
aeroportos, o que melhora a conectividade e a logística no país.
A inclusão de Mega Objetivos no PPA ajuda a orientar as políticas públicas, programas e projetos desen-
volvidos e implementados durante o período de planejamento. Cada Mega Objetivo é dividido em programas
específicos e ações para alcançar os objetivos estabelecidos. Esta estrutura hierárquica permite que o governo
planeje de forma eficiente, atribuindo recursos e responsabilidades de acordo com as prioridades estratégicas.
Estes são os objetivos mais elevados que o governo federal brasileiro pretende alcançar ao longo de quatro
anos, orientando o planejamento e a implementação de políticas públicas em áreas-chave.
— Dimensões
O Plano Plurianual Brasileiro (PPA) usa dimensões para representar diferentes áreas governamentais e
setores de política pública. Estas dimensões ajudam a organizar o planeamento estratégico e a alocação de
recursos ao longo do período de quatro anos abrangido pelo PPA. Eles são usados para agrupar programas
e ações governamentais em categorias temáticas, tornando mais fácil identificar e acompanhar as atividades.
Embora as dimensões possam variar de um ciclo de planejamento para outro, elas geralmente incluem áreas
com trabalho extensivo do governo.
O desenvolvimento social engloba políticas e programas relacionados à educação, saúde, assistência so-
cial, cultura, desporto e outros sectores que afetam o bem-estar e a qualidade de vida da população.
As infraestruturas incluem programas e ações relacionadas com transportes, energia, habitação, sanea-
mento básico, desenvolvimento urbano e desenvolvimento económico, incluindo políticas de crescimento eco-
nómico, criação de emprego, desenvolvimento industrial, agricultura e comércio externo.
O desenvolvimento do crescimento económico, a geração de emprego, o desenvolvimento industrial, a
agricultura e o comércio externo abrangem políticas e programas voltados para o crescimento econômico, a
conservação do ambiente, a proteção dos recursos naturais e a promoção da sustentabilidade.
A segurança pública e a defesa abrangem ações relacionadas à segurança, justiça, defesa nacional e segu-
rança pública, enquanto a inovação e a tecnologia abrangem programas relacionados à investigação, ciência
e tecnologia.
Gestão e Governança aborda programas eficazes e qualidade da gestão pública, promovendo transparên-
cia, responsabilidade e integridade.
Outras dimensões específicas podem ser criadas para refletir áreas adicionais, como cultura, esportes e
turismo.
O PPA é dividido em programas e ações específicos, cada um visando alcançar objetivos comuns dentro
de uma dimensão específica. Estes programas são ações coordenadas, enquanto as ações são atividades
específicas. As dimensões do PPA ajudam a estruturar o documento e facilitar a comunicação das prioridades
governamentais, permitindo que as partes interessadas entendam as áreas de foco e os objetivos estratégicos.
Isto é essencial para o planejamento, a implementação e o acompanhamento das políticas públicas ao longo
do ciclo de planeamento do PPA.
— Programa e Ação
Os componentes principais do Plano Plurianual (PPA) do Brasil são programas e ações, que descrevem as
atividades governamentais e as políticas públicas a serem implementadas durante o período do plano. Uma
descrição mais detalhada dos programas e ações incluídos no PPA pode ser encontradas como:

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Programa
Um programa em Administração de Obras Públicas (PPA) é um conjunto estruturado de ações destinadas a
atingir objetivos específicos em uma área específica do governo. Exemplos de programas incluem o Programa
de Educação de Qualidade, Saúde para Todos e Programa de Desenvolvimento de Infraestruturas. Os pro-
gramas são tipicamente bem estruturados, envolvendo ações conexas destinadas a atingir objetivos de médio
prazo e tendo recursos financeiros alocados para a sua execução. Cada programa é gerido por uma entidade
responsável, responsável pela coordenação e supervisão da execução das ações incluídas.
Ação
Uma ação num programa é uma atividade específica, concreta e mensurável que faz parte do programa.
Exemplos de ações incluem a construção de 100 escolas, a distribuição de medicamentos a 1 milhão de
pacientes e a reforma de 500 quilômetros de estradas. Estas ações visam atingir objetivos de curto a médio
prazo e são apoiadas por recursos financeiros, datas de execução e indicadores de desempenho. Cada ação
é atribuída a uma entidade responsável para a execução e o acompanhamento dos progressos, que envolve a
utilização eficiente dos recursos alocados e a garantia de que os resultados são alcançados.
Em suma, os programas representam a direção geral do governo em áreas chave, enquanto as ações são
atividades concretas e mensuráveis que contribuem para a realização dos objetivos estabelecidos. A combina-
ção de programas e ações fornece uma estrutura lógica para planejar, implementar e anunciar políticas públicas
ao longo do ciclo de quatro anos do PPA, permitindo ao governo alocar eficientemente recursos, definir respon-
sabilidades e monitorar o progresso em direção aos objetivos estabelecidos.

Lei de Diretrizes Orçamentárias. Lei Orçamentária Anual

LEI DE DIRETRIZES ORÇAMENTÁRIAS.


A LDO estabelece as metas e prioridades da administração pública federal, bem como as diretrizes da
política fiscal e respectivas metas em consonância com a trajetória sustentável da dívida pública, orienta a ela-
boração da lei orçamentária anual, dispõe sobre os critérios e a forma de limitação de empenho, entre outras
funções.
O projeto de LDO deve ser enviado pelo Executivo Federal ao Congresso Nacional até o dia 15 de abril de
cada ano, devendo ser devolvido para sanção até o dia 17 de julho do mesmo ano.
LEI ORÇAMENTÁRIA ANUAL.
A LOA é o orçamento propriamente dito, uma lei que estima as receitas e fixa as despesas públicas para o
período de um exercício financeiro. A LOA contém todos os gastos do Governo Federal e seu projeto deve ser
enviado ao Congresso Nacional até o dia 31 de agosto de cada ano.
No Congresso, deputados e senadores discutem na CMO a proposta enviada pelo Executivo, fazem os
ajustes que julgam necessários por meio de emendas e votam o relatório do projeto na forma de um parecer.
Esse parecer é levado ao plenário do Congresso para aprovação final e envio à sanção do Presidente da Re-
pública.
LEI Nº 14.535, DE 17 DE JANEIRO DE 2023
Estima a receita e fixa a despesa da União para o exercício financeiro de 2023.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte
Lei:

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CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
Art. 1º Esta Lei estima a receita da União para o exercício financeiro de 2023 no montante de R$
5.345.440.863.304,00 (cinco trilhões trezentos e quarenta e cinco bilhões quatrocentos e quarenta milhões
oitocentos e sessenta e três mil trezentos e quatro reais) e fixa a despesa em igual valor, compreendidos, ob-
servado o disposto no § 5º do art. 165 da Constituição:
I – o Orçamento Fiscal referente aos Poderes da União, aos seus fundos e aos órgãos e às entidades da ad-
ministração pública federal direta e indireta, incluídas as fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público;
II – o Orçamento da Seguridade Social, abrangidos todos os órgãos e entidades a ela vinculados e da admi-
nistração pública federal direta e indireta e os fundos e as fundações instituídos e mantidos pelo Poder Público;
e
III – o Orçamento de Investimento das empresas em que a União, direta ou indiretamente, detenha a maioria
do capital social com direito a voto.
CAPÍTULO II
DOS ORÇAMENTOS FISCAL E DA SEGURIDADE SOCIAL
SEÇÃO I
DA ESTIMATIVA DA RECEITA
Art. 2º A receita total estimada nos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social é de R$ 5.201.902.145.481,00
(cinco trilhões duzentos e um bilhões novecentos e dois milhões cento e quarenta e cinco mil quatrocentos e
oitenta e um reais), incluída aquela proveniente da emissão de títulos destinada ao refinanciamento da dívida
pública federal, interna e externa, em observância ao disposto no § 2º do art. 5º da Lei Complementar nº 101,
de 4 de maio de 2000 - Lei de Responsabilidade Fiscal, na forma detalhada nos Anexos a que se referem os
incisos I e IX do caput do art. 9º desta Lei e assim distribuída:
I – Orçamento Fiscal - R$ 2.039.069.631.663,00 (dois trilhões trinta e nove bilhões sessenta e nove milhões
seiscentos e trinta e um mil seiscentos e sessenta e três reais), excluída a receita de que trata o inciso III;
II – Orçamento da Seguridade Social - R$ 1.152.568.257.238,00 (um trilhão cento e cinquenta e dois bilhões
quinhentos e sessenta e oito milhões duzentos e cinquenta e sete mil duzentos e trinta e oito reais); e
III – Refinanciamento da Dívida Pública Federal - R$ 2.010.264.256.580,00 (dois trilhões dez bilhões du-
zentos e sessenta e quatro milhões duzentos e cinquenta e seis mil quinhentos e oitenta reais), constantes do
Orçamento Fiscal.
Parágrafo único. O valor a que se refere o inciso I do caput inclui, com fundamento no disposto no art. 23
da Lei nº 14.436, de 9 de agosto de 2022 - Lei de Diretrizes Orçamentárias para 2023, R$ 69.030.664.801,00
(sessenta e nove bilhões trinta milhões seiscentos e sessenta e quatro mil oitocentos e um reais) referentes a
operações de crédito cuja realização depende da aprovação de projeto de lei de crédito suplementar por maio-
ria absoluta do Congresso Nacional, observado o disposto no inciso III do caput do art. 167 da Constituição,
ressalvado o disposto no § 3º do art. 3º e no inciso II do § 1º do art. 8º desta Lei.
SEÇÃO II
DA FIXAÇÃO DA DESPESA
Art. 3º A despesa total fixada nos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social é de R$ 5.201.902.145.481,00
(cinco trilhões duzentos e um bilhões novecentos e dois milhões cento e quarenta e cinco mil quatrocentos e
oitenta e um reais), incluída aquela relativa ao Refinanciamento da Dívida Pública Federal, interna e externa,
em observância ao disposto no § 2º do art. 5º da Lei Complementar nº 101, de 2000 - Lei de Responsabilidade
Fiscal, na forma detalhada entre os órgãos orçamentários no Anexo II a esta Lei e assim distribuída:
I – Orçamento Fiscal - R$ 1.640.011.002.370,00 (um trilhão seiscentos e quarenta bilhões onze milhões dois
mil trezentos e setenta reais), excluída a despesa de que trata o inciso III;
II – Orçamento da Seguridade Social - R$ 1.551.626.886.531,00 (um trilhão quinhentos e cinquenta e um
bilhões seiscentos e vinte e seis milhões oitocentos e oitenta e seis mil quinhentos e trinta e um reais); e

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III – Refinanciamento da Dívida Pública Federal - R$ 2.010.264.256.580,00 (dois trilhões dez bilhões du-
zentos e sessenta e quatro milhões duzentos e cinquenta e seis mil quinhentos e oitenta reais), constantes do
Orçamento Fiscal.
§ 1º Do montante fixado no inciso II do caput, a parcela de R$ 399.058.629.293,00 (trezentos e noventa e
nove bilhões cinquenta e oito milhões seiscentos e vinte e nove mil duzentos e noventa e três reais) será cus-
teada com recursos do Orçamento Fiscal.
§ 2º O valor a que se refere o inciso II do caput inclui R$ 69.030.664.801,00 (sessenta e nove bilhões trinta
milhões seiscentos e sessenta e quatro mil oitocentos e um reais) referentes a despesas específicas que, com
fundamento no disposto no art. 23 da Lei nº 14.436, de 2022 - Lei de Diretrizes Orçamentárias para 2023, de-
vem ser financiadas por operações de crédito cuja realização depende da aprovação de projeto de lei de crédito
suplementar por maioria absoluta do Congresso Nacional, observado o disposto no inciso III do caput do art.
167 da Constituição, ressalvado o disposto no § 3º.
§ 3º As dotações de que trata o § 2º somente poderão ser executadas após a substituição da fonte de recur-
sos condicionada de operações de crédito:
I – por outras fontes, na forma do disposto no § 3º do art. 23 da Lei nº 14.436, de 2022 - Lei de Diretrizes
Orçamentárias para 2023;
II – pela fonte de operação de crédito definitiva, caso o cumprimento do disposto no inciso III do caput do
art. 167 da Constituição seja suspenso na forma prevista na Constituição, observado o disposto na alínea “a”
do inciso III do § 1º do art. 50 da Lei nº 14.436, de 2022 - Lei de Diretrizes Orçamentárias para 2023; e
III – pela fonte de operação de crédito definitiva, por meio da aprovação de projeto de lei de crédito suple-
mentar por maioria absoluta do Congresso Nacional, observado o disposto no inciso III do caput do art. 167 da
Constituição.
SEÇÃO III
DA AUTORIZAÇÃO PARA A ABERTURA DE CRÉDITOS SUPLEMENTARES
Art. 4º Fica autorizada a abertura de créditos suplementares para o aumento de dotações dos subtítulos
integrantes desta Lei e suas alterações, desde que sejam compatíveis com a meta de resultado primário esta-
belecida na Lei nº 14.436, de 2022 - Lei de Diretrizes Orçamentárias para 2023, e com os limites de despesas
primárias de que tratam os art. 107, art. 110 e art. 111 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias,
observem o disposto no parágrafo único do art. 8º da Lei Complementar nº 101, de 2000 - Lei de Responsabi-
lidade Fiscal, não cancelem dotações, inclusive aquelas classificadas com “RP 2”, incluídas ou acrescidas por
emendas, ressalvado o disposto nos § 7º a § 10, e atendam às seguintes condições:
I – suplementação de dotações classificadas com “RP 0” destinadas:
a) à contribuição da União, de suas autarquias e de suas fundações para o custeio do regime de previdência
dos servidores públicos federais, por meio da utilização de recursos provenientes de:

1. anulação de dotações consignadas a essas despesas;

2. anulação de dotações classificadas com “RP 1” e “RP 2” até o limite de vinte por cento;

3. reserva de contingência, inclusive à conta de receitas próprias e vinculadas, observado o disposto no §


3º do art. 13 da Lei nº 14.436, de 2022 - Lei de Diretrizes Orçamentárias para 2023;

4. superavit financeiro apurado no balanço patrimonial do exercício de 2022, observado o disposto no inciso
I do § 1º e no § 2º do art. 43 da Lei nº 4.320, de 17 de março de 1964; e

5. excesso de arrecadação, observado o disposto no inciso II do § 1º e no § 3º do art. 43 da Lei nº 4.320,


de 1964;

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b) ao serviço da dívida pública federal, por meio da utilização de recursos provenientes de:

1. superavit financeiro apurado no balanço patrimonial do exercício de 2022;

2. anulação de dotações consignadas ao GND 2 ou GND 6;

3. reserva de contingência, inclusive à conta de receitas próprias e vinculadas, observado o disposto no §


3º do art. 13 da Lei nº 14.436, de 2022 - Lei de Diretrizes Orçamentárias para 2023;

4. excesso de arrecadação de participações e dividendos pagos por entidades integrantes da administração


pública federal indireta;

5. excesso de arrecadação proveniente da transferência do resultado positivo do Banco Central do Brasil; e

6. operações de crédito realizadas por meio da emissão de títulos de responsabilidade do Tesouro Nacional;
c) às transferências aos fundos constitucionais de financiamento do Norte, do Nordeste e do Centro-Oeste,
observado o disposto na Lei nº 7.827, de 27 de setembro de 1989, com recursos provenientes de:

1. anulação de dotações que lhes tenham sido consignadas;

2. reserva de contingência, à conta de receitas que tenham vinculação constitucional ou legal, observado o
disposto no § 3º do art. 13 da Lei nº 14.436, de 2022 - Lei de Diretrizes Orçamentárias para 2023;

3. excesso de arrecadação ou superavit financeiro de recursos relativos a fontes que tenham vinculação
constitucional ou legal; e

4. anulação de dotações classificadas com “RP 0”, “RP 1” e “RP 2” até o limite de vinte por cento;
d) à ação “0605 - Ressarcimento ao Gestor do Fundo Nacional de Desestatização (Lei nº 9.491, de 1997)”,
por meio da utilização de recursos provenientes de:

1. anulação de dotações, limitada a vinte por cento do valor do subtítulo objeto da anulação;

2. reserva de contingência, inclusive à conta de receitas próprias e vinculadas, observado o disposto no §


3º do art. 13 da Lei nº 14.436, de 2022 - Lei de Diretrizes Orçamentárias para 2023;

3. superavit financeiro apurado no balanço patrimonial do exercício de 2022, observado o disposto no inciso
I do § 1º e no § 2º do art. 43 da Lei nº 4.320, de 1964; e

4. excesso de arrecadação, observado o disposto no inciso II do § 1º e no § 3º do art. 43 da Lei nº 4.320,


de 1964;
e) a cada subtítulo, exceto nas hipóteses em que possa ser suplementado com fundamento no disposto
nas demais alíneas deste inciso, até o limite de vinte por cento do valor do subtítulo, por meio da utilização de
recursos provenientes de:

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1. anulação de dotações, limitada a vinte por cento do valor do subtítulo objeto da anulação;

2. reserva de contingência, inclusive à conta de receitas próprias e vinculadas, observado o disposto no §


3º do art. 13 da Lei nº 14.436, de 2022 - Lei de Diretrizes Orçamentárias para 2023;

3. superavit financeiro apurado no balanço patrimonial do exercício de 2022, observado o disposto no inciso
I do § 1º e no § 2º do art. 43 da Lei nº 4.320, de 1964; e

4. excesso de arrecadação, observado o disposto no inciso II do § 1º e no § 3º do art. 43 da Lei nº 4.320,


de 1964; e
f) à reserva de contingência, por meio da utilização de recursos provenientes da anulação de dotações
sujeitas aos limites estabelecidos no art. 107 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, quando for
demonstrada, no relatório de avaliação de receitas e despesas primárias, elaborado em cumprimento ao dis-
posto no art. 9º da Lei Complementar nº 101, de 2000 - Lei de Responsabilidade Fiscal, e na Lei nº 14.436, de
2022 - Lei de Diretrizes Orçamentárias para 2023, a necessidade de redução do total de despesas sujeitas aos
referidos limites;
II – suplementação de dotações classificadas com “RP 1”, por meio da utilização de recursos provenientes
de:
a) anulação de dotações;
b) reserva de contingência, inclusive à conta de receitas próprias e vinculadas, observado o disposto no §
3º do art. 13 da Lei nº 14.436, de 2022 - Lei de Diretrizes Orçamentárias para 2023;
c) superavit financeiro apurado no balanço patrimonial do exercício de 2022, observado o disposto no inciso
I do § 1º e no § 2º do art. 43 da Lei nº 4.320, de 1964; e
d) excesso de arrecadação, observado o disposto no inciso II do § 1º e no § 3º do art. 43 da Lei nº 4.320,
de 1964;
III – suplementação de dotações classificadas com “RP 2” destinadas:
a) às contribuições, anuidades e integralizações de cotas constantes dos programas “0910 - Operações
Especiais: Gestão da Participação em Organismos e Entidades Nacionais e Internacionais” e “0913 - Opera-
ções Especiais - Participação do Brasil em Organismos Financeiros Internacionais”, por meio da utilização de
recursos provenientes de:

1. anulação de dotações consignadas a subtítulos de ações dos referidos programas;

2. anulação de dotações consignadas a grupos de natureza de despesa “3 - Outras Despesas Correntes”,


“4 - Investimentos” e “5 - Inversões Financeiras” de subtítulos de ações de outros programas, não referidos na
alínea “a”;

3. reserva de contingência, inclusive à conta de receitas próprias e vinculadas, observado o disposto no §


3º do art. 13 da Lei nº 14.436, de 2022 - Lei de Diretrizes Orçamentárias para 2023; e

4. superavit financeiro apurado no balanço patrimonial do exercício de 2022, observado o disposto no inciso
I do § 1º e no § 2º do art. 43 da Lei nº 4.320, de 1964;
b) às despesas abrangidas pela subfunção “Defesa Civil”, no âmbito do Ministério do Desenvolvimento Re-
gional, por meio da utilização de recursos provenientes de anulação de:

1. dotações compreendidas nessa subfunção; e

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2. outras dotações, limitada a trinta por cento do valor do subtítulo objeto da anulação;
c) às unidades orçamentárias integrantes do Ministério da Educação, nos grupos de natureza de despesa
“3 - Outras Despesas Correntes”, “4 - Investimentos” e “5 - Inversões Financeiras”, até cinquenta por cento do
valor total das dotações consignadas a esses grupos, no âmbito de cada unidade orçamentária, por meio da
utilização de recursos provenientes da anulação dessas despesas, até cinquenta por cento do valor total das
dotações consignadas aos referidos grupos de natureza de despesa, hipótese em que o remanejamento ocor-
rerá no âmbito da mesma unidade orçamentária;
d) ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPq, ao Fundo Nacional de De-
senvolvimento Científico e Tecnológico - FNDCT, às instituições científicas, tecnológicas e de inovação, assim
definidas no inciso V do caput do art. 2º da Lei nº 10.973, de 2 de dezembro de 2004, e às instituições de pes-
quisa integrantes da administração direta do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações, nos grupos de na-
tureza de despesa “3 - Outras Despesas Correntes”, “4 - Investimentos” e “5 - Inversões Financeiras”, até trinta
por cento do valor total das dotações consignadas a esses grupos, no âmbito de cada unidade orçamentária,
por meio da utilização de recursos provenientes da anulação dessas despesas, até trinta por cento do valor total
das dotações consignadas aos referidos grupos de natureza de despesa, hipótese em que o remanejamento
ocorrerá no âmbito da mesma unidade orçamentária;
e) às despesas decorrentes de variação cambial, por meio da utilização de recursos provenientes de:

1. anulação de dotações, limitada a trinta por cento do valor do subtítulo objeto da anulação; e

2. reserva de contingência, inclusive à conta de receitas próprias e vinculadas, observado o disposto no §


3º do art. 13 da Lei nº 14.436, de 2022 - Lei de Diretrizes Orçamentárias para 2023;
f) às despesas com operações de garantia da lei e da ordem, acolhimento humanitário e interiorização de
migrantes em situação de vulnerabilidade e fortalecimento do controle de fronteiras, no âmbito do Ministério da
Defesa, por meio da utilização de recursos provenientes de:

1. anulação de dotações classificadas com “RP 2”;

2. reserva de contingência, inclusive à conta de receitas próprias e vinculadas, observado o disposto no §


3º do art. 13 da Lei nº 14.436, de 2022 - Lei de Diretrizes Orçamentárias para 2023; e

3. superavit financeiro apurado no balanço patrimonial do exercício de 2022, observado o disposto no inciso
I do § 1º e no § 2º do art. 43 da Lei nº 4.320, de 1964;
g) às ações e aos serviços públicos de saúde identificados com “IU 6”, por meio de anulação de dotações
destinadas a essas despesas;
h) à ação “218Y - Despesas Judiciais da União, de suas Autarquias e Fundações Públicas”, no âmbito da
Advocacia-Geral da União, por meio da utilização de recursos provenientes de anulação de dotações, limitada
a vinte por cento do valor do subtítulo objeto da anulação;
i) a cada subtítulo, exceto nas hipóteses em que possa ser suplementado com fundamento no disposto
nas demais alíneas deste inciso, até o limite de vinte por cento do valor do subtítulo, por meio da utilização de
recursos provenientes de:

1. anulação de dotações, limitada a vinte por cento do valor do subtítulo objeto da anulação;

2. reserva de contingência, inclusive à conta de receitas próprias e vinculadas, observado o disposto no §


3º do art. 13 da Lei nº 14.436, de 2022 - Lei de Diretrizes Orçamentárias para 2023;

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3. superavit financeiro apurado no balanço patrimonial do exercício de 2022, observado o disposto no inciso
I do § 1º e no § 2º do art. 43 da Lei nº 4.320, de 1964; e

4. excesso de arrecadação, observado o disposto no inciso II do § 1º e no § 3º do art. 43 da Lei nº 4.320,


de 1964;
j) à ação “099F - Concessão de Subvenção Econômica ao Prêmio do Seguro Rural (Lei nº 10.823, de 2003)”
e à ação “2130 - Formação de Estoques Públicos - AGF”, por meio da utilização de recursos provenientes de:

1. anulação de dotações consignadas a subtítulos das referidas ações;

2. anulação de dotações até o limite de vinte por cento do subtítulo objeto de cancelamento;

3. superavit financeiro apurado no balanço patrimonial do exercício de 2022, observado o disposto no inciso
I do § 1º e no § 2º do art. 43 da Lei nº 4.320, de 1964;

4. reserva de contingência, inclusive à conta de receitas próprias e vinculadas, observado o disposto no §


3º do art. 13 da Lei nº 14.436, de 2022 - Lei de Diretrizes Orçamentárias para 2023; e

5. excesso de arrecadação, observado o disposto no inciso II do § 1º e no § 3º do art. 43 da Lei nº 4.320,


de 1964;
k) aos subtítulos constantes desta Lei, no âmbito do Poder Executivo Federal, desde que realizada após a
divulgação do relatório de avaliação de receitas e despesas primárias referente ao quinto bimestre de 2023,
mediante anulação de dotações classificadas com “RP 1” ou “RP 2”;
l) à recomposição de dotações classificadas com “RP 2” nos subtítulos integrantes desta Lei, até o limite dos
valores consignados em cada subtítulo no Projeto de Lei Orçamentária de 2023, consideradas as modificações
propostas nos termos do disposto no § 5º do art. 166 da Constituição, por meio da anulação de dotações;
m) às ações “00M4 - Remuneração a Agentes Financeiros”, “20U7 - Censos Demográfico, Agropecuário e
Geográfico” e “216H - Ajuda de Custo para Moradia ou Auxílio-Moradia a Agentes Públicos”, por meio da utili-
zação de recursos provenientes de:

1. anulação de dotações;

2. reserva de contingência, inclusive à conta de receitas próprias e vinculadas, observado o disposto no §


3º do art. 13 da Lei nº 14.436, de 2022 - Lei de Diretrizes Orçamentárias para 2023;

3. superavit financeiro apurado no balanço patrimonial do exercício de 2022, observado o disposto no inciso
I do § 1º e no § 2º do art. 43 da Lei nº 4.320, de 1964; e

4. excesso de arrecadação, observado o disposto no inciso II do § 1º e no § 3º do art. 43 da Lei nº 4.320,


de 1964;
n) ao funcionamento, reestruturação e modernização das Instituições Federais de Ensino Superior e das
Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica, por meio da utilização de re-
cursos provenientes do cancelamento de dotações da unidade orçamentária “26.101 - Ministério da Educação
- Administração Direta”, nas ações “15R3 - Apoio à Consolidação, Reestruturação e Modernização das Institui-
ções Federais de Ensino Superior”, “15R4 - Apoio à Expansão, Reestruturação e Modernização das Instituições
da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica”, “20RG - Reestruturação e Modernização

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das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica”, “20RK - Funcionamento
de Instituições Federais de Ensino Superior”, “20RL - Funcionamento das Instituições da Rede Federal de Edu-
cação Profissional, Científica e Tecnológica” e “8282 - Reestruturação e Modernização das Instituições Federais
de Ensino Superior;
o) às despesas do órgão “26000 - Ministério da Educação” mediante o cancelamento de dotações da ação
“0509 - Apoio ao Desenvolvimento da Educação Básica”;
IV – suplementação de dotações classificadas com identificador de resultado primário “RP 2” destinadas aos
grupos de natureza de despesa “4 - Investimentos” e “5 - Inversões Financeiras”, por meio da anulação de até
vinte e cinco por cento do valor total das dotações consignadas a essas despesas;
V – suplementação para a recomposição das dotações dos subtítulos integrantes desta Lei, até o limite dos
valores que constam do Projeto de Lei Orçamentária de 2023 em cada subtítulo, consideradas as modificações
propostas nos termos do disposto no § 5º do art. 166 da Constituição, por meio da anulação de dotações; e
VI – suplementação de dotações referente às despesas de que tratam os § 11 e § 21 do art. 100 da Consti-
tuição, por meio da utilização de recursos provenientes de:
a) anulação de dotações;
b) reserva de contingência, inclusive à conta de receitas próprias e vinculadas, observado o disposto no §
3º do art. 13 da Lei nº 14.436, de 2022 - Lei de Diretrizes Orçamentárias para 2023;
c) superavit financeiro apurado no balanço patrimonial do exercício de 2022, observado o disposto no inciso
I do § 1º e no § 2º do art. 43 da Lei nº 4.320, de 1964; e
d) excesso de arrecadação, observado o disposto no inciso II do § 1º e no § 3º do art. 43 da Lei nº 4.320,
de 1964.
§ 1º A abertura de crédito suplementar referente à despesa primária será compatível com:
I – a meta de resultado primário estabelecida no art. 2º da Lei nº 14.436, de 2022 - Lei de Diretrizes Orça-
mentárias para 2023, quando:
a) não aumentar o montante das dotações de despesas primárias consideradas na apuração da referida
meta; ou
b) na hipótese de aumento do referido montante, o acréscimo:

1. estiver fundamentado no relatório de avaliação de receitas e despesas primárias, elaborado em cumpri-


mento ao disposto no art. 9º da Lei Complementar nº 101, de 2000 - Lei de Responsabilidade Fiscal, e na Lei
nº 14.436, de 2022 - Lei de Diretrizes Orçamentárias para 2023; ou

2. estiver relacionado à transferência aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios de recursos que
tenham vinculação constitucional ou legal; e
II – os limites individualizados aplicáveis às despesas primárias, de que tratam os incisos I a V do caput do
art. 107 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, em observância ao disposto no § 5º do referido
artigo e no inciso II do art. 51 da Lei nº 14.436, de 2022 - Lei de Diretrizes Orçamentárias para 2023, quando:
a) não aumentar o montante das dotações de despesas primárias sujeitas aos referidos limites; ou
b) na hipótese de aumento do referido montante, as dotações resultantes da alteração observarem os limi-
tes de que tratam os incisos I a V do caput do art. 107 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, con-
forme demonstrado no relatório de avaliação de receitas e despesas primárias, elaborado em cumprimento ao
disposto no art. 9º da Lei Complementar nº 101, de 2000 - Lei de Responsabilidade Fiscal, e na Lei nº 14.436,
de 2022 - Lei de Diretrizes Orçamentárias para 2023.
§ 2º O ato de abertura de crédito suplementar conterá, sempre que necessário, anexo específico com can-
celamentos compensatórios de dotações destinadas a despesas primárias, como forma de garantir a compati-
bilidade com a meta de resultado primário e com os limites individualizados, conforme previsto no § 1º.

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§ 3º Os limites de que tratam as alíneas “e” do inciso I e “i” do inciso III do caput poderão ser ampliados
em até dez pontos percentuais quando o remanejamento ocorrer entre categorias de programação do mesmo
programa no âmbito de cada órgão orçamentário.
§ 4º Para fins do disposto no § 3º, as unidades orçamentárias dos órgãos “71.000 - Encargos Financeiros
da União”, “73.000 - Transferências a Estados, Distrito Federal e Municípios”, “74.000 - Operações Oficiais de
Crédito” e “75.000 - Dívida Pública Federal” poderão ser consideradas como pertencentes aos órgãos que su-
pervisionam os recursos nelas alocados.
§ 5º A autorização de que trata este artigo fica condicionada à publicação, até o dia 23 de dezembro de
2023, dos atos de abertura dos créditos suplementares, exceto nas hipóteses previstas nas alíneas “a”, “b” e
“f” do inciso I, no inciso II e nas alíneas “b” e “f” do inciso III do caput, cuja publicação poderá ocorrer até 31 de
dezembro de 2023.
§ 6º Na abertura dos créditos e em atendimento às condições de suplementação de que trata este artigo,
poderão ser incluídos grupos de natureza de despesa, identificadores de resultado primário e identificadores de
uso, desde que compatíveis com a finalidade da ação orçamentária correspondente, sem prejuízo do disposto
no § 12.
§ 7º Fica autorizada a abertura de créditos suplementares:
I – que envolvam o cancelamento de despesas referentes a emendas de bancada estadual, classificadas
com “RP 2” ou “RP 7”, desde que, cumulativamente:
a) haja impedimento técnico ou legal que impossibilite a execução da despesa, em conformidade com o
disposto no § 2º do art. 72 da Lei nº 14.436, de 2022 - Lei de Diretrizes Orçamentárias para 2023, atestado pelo
órgão setorial do Sistema de Planejamento e de Orçamento Federal;
b) haja solicitação ou concordância do autor da emenda;
c) os recursos sejam destinados à suplementação de dotações correspondentes a:

1. outras emendas do autor; ou

2. programações constantes desta Lei, hipótese em que os recursos de cada emenda do autor integralmen-
te anulada deverão suplementar único subtítulo; e
d) não ocorra redução do montante das dotações destinadas nesta Lei e em seus créditos adicionais, por
autor, a ações e serviços públicos de saúde; e
II – que envolvam o cancelamento de despesas classificadas com “RP 6” e “RP 8”, desde que, cumulativa-
mente:
a) haja solicitação ou concordância do autor da emenda;
b) os recursos sejam destinados à suplementação de dotações correspondentes a outras emendas do autor
ou programações constantes desta Lei, sem a exigência de que haja anulação integral da emenda do autor;
c) não ocorra redução do montante das dotações destinadas nesta Lei e em seus créditos adicionais, por
autor, a ações e serviços públicos de saúde.
§ 8º Após os remanejamentos efetuados de acordo com o disposto no § 7º, a execução orçamentária man-
terá a identificação das emendas e dos autores, exceto nas hipóteses de remanejamento de “RP 8” e “RP 9” em
que a solicitação ou concordância do autor preveja outro identificador de resultado primário na programação de
destino, quando não se aplicarão as exigências previstas na alínea “b” do inciso II do § 7º.
§ 9º Nos termos do disposto no § 6º deste artigo, nos subtítulos que contenham somente despesas classifi-
cadas na forma prevista na alínea “c” do inciso II do § 4º do art. 7º da Lei nº 14.436, de 2022 - Lei de Diretrizes
Orçamentárias para 2023, poderão ser incluídas e suplementadas dotações com “RP 2”, observadas as condi-
ções e os limites estabelecidos neste artigo para a suplementação de dotações classificadas com “RP 2”.

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§ 10. A necessidade de suplementação e a possibilidade de anulação de dotações classificadas com “RP 1”
deverão ser previamente demonstradas no relatório de avaliação de receitas e despesas primárias, elaborado
em cumprimento ao disposto no art. 9º da Lei Complementar nº 101, de 2000 - Lei de Responsabilidade Fiscal,
e na Lei nº 14.436, de 2022 - Lei de Diretrizes Orçamentárias para 2023, considerados os ajustes promovidos
de acordo com o disposto na alínea “c” do inciso III do § 1º do art. 50 da Lei nº 14.436, de 2022 - Lei de Diretrizes
Orçamentárias para 2023, na forma prevista no Quadro 10A integrante desta Lei, ressalvadas as hipóteses em
que o crédito suplementar, desde que observada a compatibilidade prevista nos § 1º e § 2º:
I – não alterar valor em relação aos detalhamentos constantes do Quadro 10A;
II – estiver relacionado à transferência aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios de recursos que
tenham vinculação constitucional ou legal;
III – for necessário ao atendimento de despesas do programa “0901 - Operações Especiais: Cumprimento
de Sentenças Judiciais”;
IV – estiver relacionado às despesas de que tratam os § 11 e § 21 do art. 100 da Constituição; ou
V – for aberto após a divulgação do relatório de avaliação de receitas e despesas primárias referente ao
quinto bimestre de 2023.
§ 11. Os limites percentuais de suplementação e de anulação de dotações constantes deste artigo:
I – terão como referência os valores e as classificações inicialmente fixados nesta Lei e considerarão, inclu-
sive para fins de anulação de dotações, os valores:
a) de que trata o art. 23 da Lei nº 14.436, de 2022 - Lei de Diretrizes Orçamentárias para 2023;
b) transpostos, remanejados ou transferidos com fundamento na autorização prevista no art. 60 da Lei nº
14.436, de 2022 - Lei de Diretrizes Orçamentárias para 2023; e
c) cujas classificações forem alteradas com fundamento no disposto nas alíneas “c”, “e” e “f” do inciso III do
§ 1º do art. 50 da Lei nº 14.436, de 2022 - Lei de Diretrizes Orçamentárias para 2023; e
II – poderão ser utilizados cumulativamente.
§ 12. A vedação ao cancelamento de programações incluídas ou acrescidas por emendas referida no caput
deste artigo não se aplica àquelas apresentadas nos termos do § 1º do art. 5º da Emenda Constitucional nº
126, de 2022.
CAPÍTULO III
DO ORÇAMENTO DE INVESTIMENTO
SEÇÃO I
DAS FONTES DE FINANCIAMENTO
Art. 5º As fontes de recursos para financiamento das despesas do Orçamento de Investimento somam o
valor de R$ 143.538.717.823,00 (cento e quarenta e três bilhões quinhentos e trinta e oito milhões setecentos
e dezessete mil oitocentos e vinte e três reais), conforme especificadas no Anexo III.
SEÇÃO II
DA FIXAÇÃO DA DESPESA
Art. 6º A despesa do Orçamento de Investimento é fixada em R$ 143.538.717.823,00 (cento e quarenta e
três bilhões quinhentos e trinta e oito milhões setecentos e dezessete mil oitocentos e vinte e três reais), cuja
distribuição por órgão orçamentário consta do Anexo IV.
SEÇÃO III
DA AUTORIZAÇÃO PARA A ABERTURA DE CRÉDITOS SUPLEMENTARES
Art. 7º Fica o Poder Executivo federal autorizado a abrir créditos suplementares, desde que compatíveis
com a meta de resultado primário estabelecida no art. 3º da Lei nº 14.436, de 2022 - Lei de Diretrizes Orçamen-
tárias para 2023, observado o disposto nos § 1º e § 2º do referido artigo, destinados a:

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I – suplementação de subtítulo, até o limite de trinta por cento do valor constante desta Lei, por meio da
utilização de recursos provenientes de geração própria, anulação de dotações da mesma empresa ou aporte
da empresa controladora;
II – suplementação de despesas relativas a ações em execução no exercício de 2023, por meio da utili-
zação, em favor da empresa correspondente e da programação respectiva, de saldo de recursos do Tesouro
Nacional repassados em exercícios anteriores ou inscritos em restos a pagar no âmbito dos Orçamentos Fiscal
e da Seguridade Social; e
III – suplementação ou ajuste de despesas que tenham correspondência com dotações consignadas em
créditos suplementares ou especiais abertos no âmbito dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social.
§ 1º O limite de que trata o inciso I do caput não se aplica:
I – quando a suplementação correr à conta de anulação de dotações de subtítulos integrantes da mesma
ação no âmbito da mesma empresa; e
II – para suplementar dotações da Eletrobras Termonuclear S.A. - Eletronuclear destinadas à manutenção
do Sistema de Geração de Energia Termonuclear de Angra I e II, e à implantação da Usina Termonuclear de
Angra III.
§ 2º Na hipótese de empresas não consideradas na meta de resultado primário nos termos do disposto no
§ 1º do art. 3º da Lei nº 14.436, de 2022 - Lei de Diretrizes Orçamentárias para 2023, a suplementação de que
trata o inciso I do caput também poderá ser realizada por meio da utilização de fontes de financiamento relati-
vas a recursos para aumento do patrimônio líquido, operações de crédito de longo prazo e outros recursos de
longo prazo.
§ 3º A autorização de que trata este artigo fica condicionada à publicação, até 15 de dezembro de 2023, do
ato de abertura do crédito suplementar.
CAPÍTULO IV
DA AUTORIZAÇÃO PARA CONTRATAÇÃO DE OPERAÇÕES DE CRÉDITO E EMISSÃO DE TÍTU-
LOS DA DÍVIDA PÚBLICA
Art. 8º Com fundamento no disposto no § 8º do art. 165 e no inciso III do caput do art. 167 da Constituição
e no inciso I do § 1º do art. 32 da Lei Complementar nº 101, de 2000 - Lei de Responsabilidade Fiscal, sem
prejuízo do disposto no inciso V do caput do art. 52 da Constituição, ficam autorizadas a contratação e a rea-
lização das operações de crédito junto a organismos multilaterais a que se refere o art. 107 da Lei nº 14.436,
de 2022 - Lei de Diretrizes Orçamentárias para 2023, e das previstas nesta Lei, exceto aquelas condicionadas
à aprovação do Congresso Nacional na forma prevista no art. 23 da Lei nº 14.436, de 2022 - Lei de Diretrizes
Orçamentárias para 2023, classificadas com a fonte de recursos “9444”, incluída a emissão de:
I – títulos de responsabilidade do Tesouro Nacional; e
II – até 2.281.753 (dois milhões duzentos e oitenta e um mil setecentos e cinquenta e três) títulos da dívida
agrária para atender ao programa de reforma agrária no exercício de 2023, observado o disposto no § 4º do art.
184 da Constituição, vedada a emissão com prazos decorridos ou inferiores a dois anos.
§ 1º O montante das operações de crédito por emissão de títulos de responsabilidade do Tesouro Nacional
classificado nesta Lei com a fonte de recursos “9444”, deduzido o montante das alterações de que trata o inciso
I do § 3º do art. 3º, será autorizado:
I – por meio da aprovação de projeto de lei de crédito suplementar por maioria absoluta do Congresso Na-
cional, de acordo com o disposto no inciso III do caput do art. 167 da Constituição; ou
II – em conformidade com o disposto no inciso II do § 3º do art. 3º, caso o cumprimento do disposto no inciso
III do caput do art. 167 da Constituição seja suspenso, na forma prevista na Constituição.
§ 2º A exposição de motivos que acompanhar o projeto de lei a que se refere o inciso I do § 1º conterá o
montante das alterações de que trata o inciso I do § 3º do art. 3º e o Poder Executivo federal atualizará essa
informação sempre que ocorrer alteração do montante inicial, a fim de que o Congresso Nacional possa ajustar
o projeto de lei à real necessidade de suplementação e realização de operações de crédito.

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§ 3º Observado o disposto no parágrafo único do art. 8º da Lei Complementar nº 101, de 2000 - Lei de Res-
ponsabilidade Fiscal, os recursos provenientes das operações de crédito a que se refere este artigo poderão
ser remanejados para aplicação em despesas constantes desta Lei e de créditos adicionais.
CAPÍTULO V
DISPOSIÇÕES FINAIS
Art. 9º (VETADO).
Art. 10. Integram esta Lei os seguintes Anexos, incluídos aqueles mencionados nos art. 2º, art. 3º, art. 5º e
art. 6º:
I – receita estimada nos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social, por categoria econômica, discriminada
segundo a origem dos recursos;
II – distribuição da despesa fixada nos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social por órgão orçamentário;
III – discriminação das fontes de financiamento do Orçamento de Investimento;
IV – distribuição da despesa fixada no Orçamento de Investimento por órgão orçamentário;
V – autorizações específicas de que tratam o inciso II do § 1º do art. 169 da Constituição e o inciso IV do
caput do art. 116 da Lei nº 14.436, de 2022 - Lei de Diretrizes Orçamentárias para 2023, relativas a despesas
com pessoal e encargos sociais;
VI – relação dos subtítulos relativos a obras e serviços com indícios de irregularidades graves;
VII – quadros orçamentários consolidados;
VIII – discriminação das receitas dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social;
IX – discriminação da legislação da receita e da despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social;
X – programa de trabalho das unidades orçamentárias e detalhamento dos créditos orçamentários dos Or-
çamentos Fiscal e da Seguridade Social; e
XI – programa de trabalho das unidades orçamentárias e detalhamento dos créditos orçamentários do Or-
çamento de Investimento.
Art. 11. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Brasília, 17 de janeiro de 2023; 202º da Independência e 135º da República.

Processo de formulação e desenvolvimento de políticas:construção de agendas,


formulação de políticas, implementação de políticas

O processo de formulação das Políticas Públicas, também chamado de ciclo das Políticas Públicas, apre-
senta diversas fases, que você aprende no infográfico a seguir:

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O QUE É O CICLO DAS POLÍTICAS PÚBLICAS?
As políticas públicas são uma resposta do Estado às necessidades do coletivo que, por meio do desenvol-
vimento de ações e programas, objetivam o bem-comum e a diminuição da desigualdade social. Esses progra-
mas e ações precisam ser estruturados de maneira funcional e sequencial para tornar possível a produção e
organização do projeto. Esclarecido isso, o ciclo das políticas públicas nada mais é que um processo que leva
em conta:
• A participação de todos os atores públicos e privados na elaboração das políticas públicas, ou seja, gover-
nantes, políticos, trabalhadores e empresas;
• O poder que esses atores possuem e o que podem fazer com ele;
• O momento atual do país no aspecto social (problemas, limitações e oportunidades);
• Organização de ideias e ações.
Ela é tida como um recurso heurístico, sabe o que é isso? Um processo que busca desvendar e compre-
ender algo ou uma situação. No caso das políticas públicas, é um modelo para compreender em que pé se
encontra o país e o que pode ser feito por ele.
Primeira fase: a formação da agenda
Para começar a elaboração de uma política, é preciso decidir o que é prioritário para o poder público. A fase
da agenda caracteriza-se pelo planejamento, que consiste em perceber os problemas existentes que merecem
maior atenção. Essa percepção precisa ser consistente com o cenário real em que a população se encontra.
São analisados nessa fase: a existência de dados que mostram a condição de determinada situação, a emer-
gência e os recursos disponíveis.
O reconhecimento dos problemas que precisam ser solucionados de imediato ganham espaço na agenda
governamental. Entretanto, nem tudo que está na agenda será solucionado imediatamente. Saiba que o plane-
jamento é flexível e que a viabilização de projetos depende de alguns fatores. São esses:
• Avaliação do custo-benefício
• Estudo do cenário local e suas necessidades
• Recursos disponíveis
• A urgência que o problema pode tomar por uma provável mobilização social
• Necessidade política
Segunda fase: a formulação da política
É a fase de apresentação de soluções ou alternativas. É o momento em que deve ser definido o objetivo
da política, quais serão os programas desenvolvidos e as linhas de ação. Após esse processo, se avaliam as
causas e são avaliadas prováveis alternativas para minimizar ou eliminar o problema em questão.

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Portanto, a segunda etapa é caracterizada pelo detalhamento das alternativas já definidas na agenda.
Organizam-se as ideias, alocam-se os recursos e recorre-se à opinião de especialistas para estabelecer os
objetivos e resultados que querem alcançar com as estratégias que são criadas. Nesse ponto, os atores criam
suas próprias propostas e planos e as defendem individualmente.
Terceira fase: processo de tomada de decisão
Com as todas as alternativas avaliadas, na terceira fase se define qual será o curso de ação adotado. São
definidos os recursos e o prazo temporal da ação da política.
Quarta fase: implementação da política
É o momento em que o planejamento e a escolha são transformados em atos. É quando se parte para a
prática. O planejamento ligado à organização é transformado em ação. São direcionados recursos financeiros,
tecnológicos, materiais e humanos para executar a política.
Quinta fase: avaliação
É um elemento crucial para as políticas públicas. A avaliação deve ser realizada em todos os ciclos, contri-
buindo para o sucesso da ação. Também é uma fonte de aprendizado para a produção de melhores resultados.
Nela se controla e supervisiona a realização da política, o que possibilita a correção de possíveis falhas para
maior efetivação. Inclui-se também a análise do desempenho e dos resultados do projeto. Dependendo do nível
de sucesso da política, o poder público delibera se é necessário reiniciar o ciclo das políticas públicas com as
alterações cabíveis, ou se simplesmente o projeto é mantido e continua a ser executado.
A boa política pública deve cumprir as seguintes funções:
– promover e melhorar a cooperação entre os atores;
– constituir-se num programa implementável
Fonte: https://www.politize.com.br/ciclo-politicas-publicas/

Exercícios

1. O que caracteriza os processos participativos de gestão pública e qual é o seu principal objetivo?
(A) São processos de tomada de decisões exclusivamente realizados por funcionários públicos para garantir
eficiência na gestão.
(B) São processos que envolvem apenas o setor privado na elaboração de políticas públicas.
(C) São métodos que promovem a participação ativa dos cidadãos e de organizações da sociedade civil na
tomada de decisões governamentais, visando tornar a gestão pública mais transparente, inclusiva e res-
ponsável.
(D) São reuniões de alto escalão entre líderes governamentais, excluindo a participação da sociedade civil.

2. Qual é um exemplo concreto de um processo participativo de gestão pública?


(A) Uma reunião secreta de políticos para discutir orçamento público.
(B) A implementação de políticas governamentais sem consulta à população.
(C) O Orçamento Participativo, no qual os cidadãos podem propor e votar em projetos orçamentários em
nível municipal.
(D) A terceirização completa de serviços públicos sem consulta prévia.

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3. Qual é o benefício principal dos processos participativos de gestão pública?
(A) Aumento da centralização de poder nas mãos dos políticos.
(B) Redução da participação da sociedade civil na política.
(C) Promoção da transparência, inclusão e responsabilidade na tomada de decisões governamentais.
(D) Diminuição da necessidade de recursos financeiros para a administração pública.

4. (Prefeitura de Niterói/RJ - Analista de Políticas Públicas e Gestão Governamental - FGV/2018) A


Administração Pública vem adotando numerosas ações que usam a tecnologia da informação para estimular a
interação entre governo e população, dando origem ao conceito de e-govern (governo eletrônico). Nesse con-
texto, as atividades listadas a seguir são consideradas finalidades do e-govern, à exceção de uma. Assinale-a.
(A) Minimizar a burocracia pública.
(B) Incentivar a participação do cidadão.
(C) Eliminar custos e reduzir a ineficiência administrava.
(D) Promover a prestação de contas da Administração Pública.
(E) Garantir a confidencialidade das ações governamentais.

5. (BAHIAGÁS - Analista de Processos Organizacionais - FCC) Accountability é


(A) a relação de legitimidade e autoridade do Estado e do seu governo com a sociedade.
(B) o reconhecimento que tem uma ordem política, dependente das crenças e das opiniões subjetivas, e
seus princípios são justificações do direito de mandar.
(C) o conjunto de mecanismos e procedimentos que levam os decisores governamentais a prestarem con-
tas dos resultados de suas ações, garantindo-se maior transparência e a exposição das políticas públicas.
(D) a capacidade do governo de representar os interesses de suas próprias instituições.
(E) a aquisição e centralização de poder do setor público na administração das agências, por meio dos prin-
cípios de governança corporativa do setor privado.

6. (MPE/AM - Agente Técnico - FCC) Governança, na Administração pública, é um


(A) conjunto de condições necessárias ao exercício do poder, compreendendo a forma de governo, as rela-
ções entre os poderes e o sistema partidário.
(B) modelo horizontal de relação entre atores públicos e privados no processo de elaboração de políticas
públicas.
(C) pressuposto cujo detentor do poder público tem o dever de prestar contas, para sua consequente res-
ponsabilização.
(D) processo administrativo tipificado em planejamento, programação, orçamentação, execução, controle e
avaliação das políticas públicas, por uma entidade pública ou privada.
(E) conjunto de ações do governo que irão produzir efeitos específicos.

7. (UNIRIO - Administrador - UNIRIO) “A governabilidade refere-se ao poder político em si, que deve ser
legítimo e contar com o apoio da população e de seus representantes.”
Nesse sentido, governabilidade significa:
(A) governar de acordo com as leis.
(B) direito de agir em nome do Estado.

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(C) governar com amplo apoio popular.
(D) capacidade política de governar.
(E) legitimidade democrática.

8. Qual é a principal finalidade das mudanças institucionais?


(A) Aumentar o poder do governo sobre as organizações da sociedade civil.
(B) Reduzir a transparência na tomada de decisões governamentais.
(C) Promover a eficiência, a responsabilidade e a adaptabilidade das estruturas e processos que governam
uma sociedade.
(D) Limitar a participação dos cidadãos na formulação de políticas.

9. Qual é o papel das Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIPs) na promoção do
bem-estar social?
(A) Elas são agências reguladoras que monitoram a conformidade das organizações com as leis de interes-
se público.
(B) Elas prestam serviços públicos diretamente aos cidadãos, como saúde e educação.
(C) Elas promovem a eficiência e a qualidade dos serviços públicos e da sociedade, atuando em áreas como
assistência social, cultura, educação e saúde.
(D) Elas são instituições governamentais responsáveis por regulamentar as organizações da sociedade
civil.

10. Quais são algumas funções típicas das Agências Reguladoras?


(A) Executar programas de governo, fornecendo serviços públicos diretamente à população.
(B) Estabelecer metas de eficiência para organizações do setor privado.
(C) Criar regulamentos e normas para orientar as atividades em setores específicos da economia e da so-
ciedade.
(D) Atuar como mediadoras em conflitos internos do governo.

11. Qual é o principal objetivo das políticas públicas no Estado brasileiro contemporâneo?
(A) Manter o poder do governo central sobre todas as decisões políticas.
(B) Promover o bem-estar social, melhorar a qualidade de vida da população e abordar desafios específicos
que afetam a sociedade.
(C) Reduzir a participação cidadã nas tomadas de decisão governamentais.
(D) Controlar as ações dos atores sociais na sociedade.

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12. Como a descentralização da gestão pública em níveis locais está relacionada à promoção da cidadania?
(A) A descentralização enfraquece a cidadania, tornando a gestão pública menos acessível aos cidadãos.
(B) A descentralização permite que as autoridades locais atendam melhor às necessidades específicas das
comunidades, promovendo a participação cidadã e o exercício da cidadania ativa.
(C) A descentralização cria disparidades entre regiões e prejudica a equidade social, minando a cidadania.
(D) A descentralização centraliza o poder de tomada de decisões nas mãos do governo central, enfraque-
cendo a cidadania local.

13. Qual é o papel do controle social na promoção da equidade social?


(A) O controle social não está relacionado à equidade social, pois se concentra apenas na fiscalização do
governo.
(B) O controle social visa monitorar e avaliar as ações do governo e de instituições para garantir que as
políticas públicas sejam justas e equitativas.
(C) O controle social promove desigualdades sociais, uma vez que permite que grupos privilegiados influen-
ciem as políticas públicas em seu benefício.
(D) O controle social é uma forma de centralização de poder que prejudica a equidade social.

14. Qual é o papel do planejamento nas políticas públicas?


(A) O planejamento não desempenha um papel significativo nas políticas públicas.
(B) O planejamento ajuda a estabelecer metas, estratégias e ações para alcançar resultados desejados.
(C) O planejamento é exclusivamente responsável por implementar as políticas sem considerar os objetivos.
(D) O planejamento concentra-se apenas em questões técnicas, sem considerar a eficácia das políticas.

15. O que a avaliação de programas e projetos busca determinar?


(A) A avaliação busca apenas medir o custo de implementação de um programa.
(B) A avaliação visa determinar se os programas atingiram seus objetivos e se foram eficazes.
(C) A avaliação concentra-se exclusivamente em processos de implementação.
(D) A avaliação mede o sucesso de um programa com base na intuição dos avaliadores.

16. Qual é a importância do ciclo de avaliação no contexto das políticas públicas?


(A) O ciclo de avaliação é um processo único que não requer revisões ou ajustes.
(B) O ciclo de avaliação é importante apenas para medir o custo-benefício de projetos.
(C) O ciclo de avaliação permite a revisão contínua, ajustes e aprendizado com base em resultados ante-
riores.
(D) O ciclo de avaliação se concentra exclusivamente na coleta de dados.

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17. Qual é o principal objetivo da fase de avaliação no ciclo de planejamento governamental?
(A) Definir metas e objetivos para políticas públicas.
(B) Implementar ações específicas de acordo com o planejado.
(C) Avaliar se as políticas e programas estão alcançando seus objetivos e realizar ajustes conforme neces-
sário.
(D) Coletar informações na fase de formulação.

18. O que é definido na fase de formulação do ciclo de planejamento governamental?


(A) Alocação de recursos e responsabilidades.
(B) Metas de curto prazo para a implementação de ações.
(C) Avaliação de resultados após a implementação.
(D) Estratégias para a revisão do ciclo de planejamento.

19. Qual é o propósito da fase de revisão e aprendizado no ciclo de planejamento governamental?


(A) Determinar se as políticas e programas estão funcionando conforme o planejado.
(B) Realocar recursos para áreas com desempenho insatisfatório.
(C) Analisar as lições aprendidas, fazer ajustes nas estratégias e definir novas metas para o ciclo de plane-
jamento seguinte.
(D) Revisar o orçamento governamental.

20. Qual é a finalidade principal do Plano Plurianual (PPA) 2024-2027 no contexto do governo federal bra-
sileiro?
(A) Definir os resultados eleitorais de um ciclo de quatro anos.
(B) Estabelecer objetivos e diretrizes estratégicas para o governo ao longo de um período de quatro anos.
(C) Alocação imediata de recursos orçamentários para projetos de infraestrutura.
(D) Avaliação de resultados de políticas públicas.

Apostila gerada especialmente para: ALANA CASTRO 152.202.627-42


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Gabarito

1 C
2 C
3 C
4 E
5 C
6 B
7 D
8 C
9 C
10 C
11 B
12 B
13 B
14 B
15 B
16 C
17 C
18 A
19 C
20 B

Apostila gerada especialmente para: ALANA CASTRO 152.202.627-42


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