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Ana Maria Silva Rodrigues

Luciana Silva Rodrigues

Guia Prático de
ENFERMAGEM

Orientado Para Estágio de Auxiliares, Técnicos e


Acadêmicos de Enfermagem

1ª Edição
EPUB
2004

Guia Prático de Enfermagem - 1


Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução ou
duplicação fotomecânica de todo o volume ou parte dele sem a
permissão expressa dos autores e do editor.

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EPUB

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Diretor de Arte: Mauro Rafael Torres


Auxiliar de Diagramação: Mariangela N. B. de Paula
Revisão: Claudia Santos Gouvêa

DADOS INTERNACIONAIS PARA


CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO (CIP)

R611g Rodrigues, Ana Maria Silva.


Guia prático de enfermagem: orientado para
estágio de auxiliares, técnicos e acadêmicos de enferma-
gem / Ana Maria Silva Rodrigues, Luciana Silva Rodrigues. –
Rio de Janeiro: EPUB, 2003.
80p.; 11,5 x 17,5cm

Inclui bibliografia.

ISBN: 85-87098-45-4

1.Enfermagem – Manuais, guiais, etc. I. Rodrigues,


Luciana Silva. II. Título.

CDD – 670.73

Guia Prático de Enfermagem - 2


AS AUTORAS

Ana Maria Silva Rodrigues


Enfermeira formada pela Universidade Bandeirante de São Paulo.
Especialista em Enfermagem em Reabilitação pela Escola de
Enfermagem da Universidade de São Paulo.
Docente responsável pelo acompanhamento teórico-prático dos
alunos de cursos profissionalizantes de
Auxiliares Técnicos de Enfermagem.

Luciana Silva Rodrigues


Formada pela Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo.
Atualmente exerce sua profissão como enfermeira da Unidade Neonatal
do Hospital Universitário da Universidade de São Paulo e
da Unidade de UTI Neonatal do Hospital Municipal Prof. Mário Degni.
Docente responsável pelo acompanhamento teórico dos
alunos de cursos profissionalizantes de Auxiliares Técnicos de
Enfermagem das Escolas São Bernardo e Villa Lobos.

Guia Prático de Enfermagem - 3


Guia Prático de Enfermagem - 4
ENFERMAGEM

“É a ciência e a arte de assistir o ser humano


(indivíduo, família, comunidade) no atendimento de suas ne-
cessidades básicas; de torna-lo independente desta assistência,
quando possível, pelo ensino do autocuidado, de recuperar,
manter e promover sua saúde em colaboração com os outros
profissionais.”

Wanda de Aguiar Horta

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Guia Prático de Enfermagem - 6
PREFÁCIO

É com grande satisfação que entregamos este Guia Prático, a


você, estudante de enfermagem. Durante nossa vida acadêmica,
o material que mais utilizávamos nos estágios era uma caderneta
de espiral com alguns lembretes que julgávamos importantes e,
mesmo assim, não eram suficientes. Na verdade, tínhamos
vontade de carregar um livro que suprisse nossas necessidades,
mas pelo fato de serem extensos e volumosos, era um pouco
complicado. A partir daí, começamos a pensar: por que não
construir um livro que tenha um pouco de tudo e que ainda
caiba no bolso do nosso avental? Adivinhem... Deus nos
iluminou e nos deu essa grande vitória...: a construção e
publicação do nosso amigo inseparável, este que está em suas
mãos. Este Guia Prático Orientado Para Estágio foi criado com
embasamento científico, experiências profissional e pessoal, com
o objetivo de proporcionar a você, aluno de enfermagem, um
meio seguro, fácil e rápido de consulta ao assunto desejado,
numa linguagem prática, objetiva e de fácil entendimento e,
além disso, num ambiente hospitalar. Parabéns a você que
acabou de adquirir nosso “mascotinho”! Esperamos que seja de
grande valia durante seus estudos e sua vida profissional.

As autoras

Guia Prático de Enfermagem - 7


Guia Prático de Enfermagem - 8
SUMÁRIO
1 – Dicas para um bom desempenho nos estágios .................................. 13
2 – Etapas do Processo de Enfermagem ................................................... 15
- Histórico de enfermagem
- Entrevista
- Exame físico passo a passo
- Diagnóstico de enfermagem
- Plano de cuidados
- Implementação
- Avaliação
3 – Passos básicos a serem seguidos antes e após a realização de
qualquer procedimento técnico ............................................................. 19
4 – Controles ................................................................................................. 21
- Temperatura
- Respiração
- Pulso
- Pressão arterial
- Dicas e observações importantes
5 – Peso e altura .......................................................................................... 23
6 – Higienização do paciente ..................................................................... 25
- Higiene oral
- Materiais
- Procedimento
- Paciente com prótese
- Paciente com pouca limitação
- Paciente com muita limitação
- Banho no leito
- Materiais
- Procedimento
7 – Curativo ................................................................................................... 29
- Materiais
- Procedimento
- Observações importantes
- Avaliação da lesão
- Como descrever o tipo de secreção?
- Retirada de pontas
- Materiais
- Procedimento
8 – Medidas de Conforto ............................................................................ 33
- Mudança de decúbito
- Massagem de conforto
9 – Restrição mecânica ................................................................................ 35
- Materiais
- Procedimento
- Observações importantes

Guia Prático de Enfermagem - 9


10 – Sondagem nasogástrica .................................................................. 37
- Finalidade
- Materiais
- Procedimento
- Observações importantes
11 – Sondagem nasoenteral .................................................................... 39
- Finalidade
- Materiais
- Procedimento
- Observações importantes
12 – Cateter nasal ..................................................................................... 41
- Materiais
- Procedimento
13 – Cânula nasal (óculos) ...................................................................... 43
- Materiais
- Procedimento
14 – Nebulização ....................................................................................... 45
- Materiais
- Procedimento
15 – Inalação ............................................................................................. 47
- Finalidade
- Materiais
- Procedimento
- Observações importantes
17 – Sondagem vesical ............................................................................ 51
- Finalidade
- Materiais
- Procedimento
- Retirada da sonda
- Materiais
- Procedimento
18 – Irrigação contínua ............................................................................ 55
- Finalidade
- Materiais
- Procedimento
19 – Noções de farmacologia ................................................................. 57
- Dicas importantes em farmacologia
- Fórmulas de gotejamento de soro
- Regra dos cinco certos
- Principais vias de administração de medicamentos
- Intramuscular
- Deltóide
- Glútea
- Ventroglútea

Guia Prático de Enfermagem - 10


- Ântero-lateral da coxa
- Materiais
- Procedimento
- Tabela sugestiva para escolha do calibre de agulhas
- Intradérmica
- Materiais
- Procedimento
- Subcutânea
- Materiais
- Procedimento
- Endovenosa
- Materiais
- Procedimento
- Venóclise
- Materiais
- Procedimento
- Exemplo de rótulo e escala de soro
- Observações importantes
- Riscos da terapêutica endovenosa
- Via oral
- Via Tópica
20 – Cuidados de enfermagem com o corpo pós-morte ................... 71
- Materiais
- Procedimento
21 – Termos Técnicos ............................................................................. 73
22 – Posições anatômicas ....................................................................... 77
23 – Referências bibliográficas ............................................................... 80

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Guia Prático de Enfermagem - 12
1-DICAS PARA UM BOM
DESEMPENHO NOS
ESTÁGIOS
Procure ser pontual e assíduo.
Em caso de faltas, comunique ao professor com antecedência
ou, em casos de emergências, peça a um colega que o faça.
Procure estar uniformizado conforme determinação da es-
cola.
Evite utilizar roupas transparentes, curtas, demasiadamen-
te decotadas que possam vir a denegrir nossa imagem pro-
fissional.
Utilize maquiagem, esmaltes, batons e brincos discretos, ca-
belos sempre presos; por questão de higiene, evite o uso de
anéis e pulseiras no período em que estiver prestando assis-
tência.
Comunique-se com baixo tom de voz.
Respeite o paciente e sua família em seus estados social,
físico e psíquico.
Seja ouvinte, atencioso e prestativo às queixas do paciente e
de sua família.
Evite comentários sobre o paciente, a família e a equipe den-
tro e fora do ambiente hospitalar.
Respeite a equipe multiprofissional.
Enriqueça cada dia sua bagagem teórica.
Em caso de dúvida, não se acanhe em esclarecê-la junto ao
professor; não leve dúvidas para casa!
Evite realizar procedimentos técnicos sem o consentimento
de seu professor.

Guia Prático de Enfermagem - 13


Se cometer algum erro que venha ou não ao prejudicar o
paciente, comunique imediatamente ao seu professor.

Faça-se conhecedor e respeite os princípios éticos e legais do


exercício profissional da enfermagem.

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2 – ETAPAS DO
PROCESSO DE ENFERMAGEM

Histórico de enfermagem
Composto por entrevista e exame físico, é realizado no ato da
admissão a fim de levantar dados que possibilitem o conhecimen-
to do estado geral do paciente. As informações devem ser coletadas
de forma que sejam garantidas informações corretas, completas e organizadas.

Entrevista
Utilize o instrumento fornecido pelo professor. Abaixo, se-
guem-se algumas dicas que podem ser válidas durante sua em-
trevista com o paciente:
- antes de iniciar a entrevista, apresente-se e relate o objetivo
de tal atividade;
- tente inspirar segurança e confiança;
- mantenha boa postura;
- saiba ouvir o paciente e deixa-lo se expressar;
- faça perguntas com linguagem objetiva, clara e de fácil en-
tendimento;
- utilize um tom de voz compatível com a acuidade auditiva
do paciente;
- procure não utilizar termos técnicos específicos durante as orientações
ministradas.

Qualquer dúvida.... peça ajuda ao professor!

Guia Prático de Enfermagem - 15


Exame físico passo a passo
O exame físico é feito através de uma análise física detalhada,
a fim de identificar possíveis problemas de enfermagem. É feito
no sentido cefalopodálico, ou seja, da cabeça aos pés.

O exame físico é dividido em quatro fases.

1. Observação: observar o estado geral do paciente: físico e psíquico.

2. Ausculta: é feita utilizando-se o estetoscópio, a fim de verificar a presença de


sons, normais ou anormais, produzidos pelos pulmões [murmúrios vesiculares
(MV)] e intestino [ruídos hidroaéreos (RHA)];

3. Palpação: manualmente, através de leves compressões em determinadas áreas,


como, por exemplo, o abdômen, pode-se identificar a possível existência de
massas palpáveis anormais.

4. Percussão: através de leves toques/batidas na base das unhas das mãos que estão
sobre o local a ser percutido, podemos perceber sons com diferentes vibrações que
nos ajudam a identificar possíveis anormalidades.

O roteiro abaixo poderá ajuda-lo durante a realização do exame físico.

1. Sinais vitais – caracterizado pela verificação e análise de alguns parâmetros


como: temperatura (T), pulso (P), respiração (R), pressão arterial (PA).

2. Peso e altura – estado nutricional, relação peso/altura, ganhos e perdas.

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3. Nível de consciência – consciente, inconsciente, orientado, desorientado.

 Cabelos e couro cabeludo – quebradiços, ressecados, seborreia, sujidades, piolhos,


4. Cabeça

 ouvido – sujidades, acuidade auditiva, dor, lesões, deformidades;


lêndeas, alopecia, lesões;

 olhos – secreção, edema, avaliação pupilar, ptose palpebral;


 nariz – secreção, sujidade, deformidade, obstrução;
 boca – língua saburrosa, sangramento gengival, dificuldade de mastigação e

 pescoço – nódulos, gânglios.


deglutição, condições de dentição, hálito e fala;


5. Membros superiores
Tórax – simetria, expansibilidade, dor, deformidades;
 mamas – flácidas, túrgidas, deformidades, nódulos, dor;
 mamilos – planos, fissuras, secreções;
 rede venosa – visível, palpável, processo inflamatório, esclerose;
 unhas – curtas, compridas, sujidade, quebradiças;
 abdômen – globoso, flácido, tenso, distendido, escavado.

 Genitália e região perianal – edema, deformidade, sujidade, secreção, hemorroida,


6. Membros inferiores

 regiões sacra e glútea – hiperemia, ulcerações, musculatura;


prolapso;

 marcha – deambula com ou sem auxílio, senta, não senta.

 Pálida, cianótica, hiperemiada, corada, íntegra, lesões, prurido, deformidades,


7. Pele

ressecamento, fissuras, manchas, equimoses, hematomas, turgor, sensibilidade.

 Vesicais, intestinais, vômitos, regurgitações.


8. Eliminações

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 Traumatismos, malformações.
9. Outras anormalidades encontradas

Diagnóstico de enfermagem

O diagnóstico é determinado após análise e avaliação dos dados coletados no histórico


de enfermagem. Desta forma, é imprescindível uma boa coleta de infomações
enfocando as preocupações mais importantes.

Plano de cuidados

Estabelecido o diagnóstico, deve-se fazer um plano de cuidados que prescreva


intervenções para a obtenção dos resultados esperados.

Implementação

Colocar o plano de cuidados em ação.

Avaliação

Avaliação do plano de cuidados e progresso do paciente. A esta fase reservam-se


possíveis modificações nas prescrições dos cuidados.

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3 – PASSOS BÁSICOS A
SEREM SEGUIDOS ANTES E
APÓS A REALIZAÇÃO DE
QUALQUER PROCEDIMENTO
TÉCNICO
Lavar as mãos.
Reunir os materiais em uma bandeja.
Dirigir-se até o leito do paciente.
Escolher o local adequado para a colocação da bandeja.
Explicar o procedimento ao paciente.
Na presença de acompanhantes, verificar com o paciente
se deseja que os mesmos presenciem o procedimento, ou se
prefere que se retirem por alguns instantes.
Realizar o procedimento com cuidado, respeitando o estado
físico e psíquico do paciente.
Ao término do procedimento, colocar o paciente em posição
confortável.
Deixar a unidade em ordem.
Fazer as anotações de enfermagem.
Checar as prescrições médica e de enfermagem, se necessário.

Guia Prático de Enfermagem - 19


Guia Prático de Enfermagem - 20
4 – CONTROLES
Os controles englobam a verificação dos sinais vitais (SSVV). São feitos diariamente
nos períodos da manhã, tarde e noite, em horários e impressos específicos, conforme
estabelecido na unidade.
Abaixo, alguns valores que podem ajuda-lo na interpretação dos valores obtidos
durante a verificação dos SSVV.

 Hipotermia: T<36°C
Temperatura (T)

 Normotermia: T entre 36 e 36,8°C


 Febrícula: T entre 36,9 e 37,4°C
 Estado febril: T entre 37,5 e 38°C
 Febre: T entre 38 e 39°C
 Pirexia: T entre 39 e 40°C

Fazer assepsia do termômetro, com álcool a 70% ou sabão


antisséptico e água corrente, antes e após sua utilização em cada
paciente.

 16 a 22rpm*
Respiração (R)

Verificada através de observação direta do número de ciclos respiratórios (uma


expiração + uma inspiração = um ciclo respiratório).

 60 a 80bpm*
Pulso (P)

Pode ser verificado através de leve compressão dos dedos indicador e médio sobre a
artéria radial, que está localizada na face lateral externa do punho, na mesma direção
do polegar. Com a outra mão segura-se o relógio para acompanhar a frequência das
pulsações.

Guia Prático de Enfermagem - 21


 Sistólica: de 90 a 140mmHg*
Pressão arterial (PA)

 Diastólica: de 60 a 90mmHg*

A PA é verificada com auxílio do esfignomanômetro e do estetoscópio. A medida do


manguito deve corresponder a dois terços do braço, devendo ser colocado
aproximadamente dois dedos acima da fossa cubital. Insuflar o manguito com a válvula
fechada, abrir a válvula lentamente, observando no manômetro os valores da PA
sistólica (som mais forte) e da PA diastólica (som mais fraco).

*Valores considerados dentro dos padrões de normalidade para adultos, porém podem
sofrer variações de acordo com o tipo de literatura consultada.

Dicas e observações importantes.


Não deixe o paciente perceber que está contando as respirações; para isso, após o
término da contagem do pulso, permaneça com os dedos no pulso olhando para o
tórax.
Pode facilitar se você utilizar o estetoscópio para a contagem da frequência
respiratória.
Tanto a frequência respiratória (FR) como a frequência cardíaca (FC) devem ser
contadas por um minuto.
O termômetro deve permanecer na axila por aproximadamente cinco minutos.
Procure colocar o manguito diretamente sobre o braço descoberto.
O ideal é que não seja verificada a PA mais do que três vezes seguidas no mesmo
braço, pois pode haver alteração dos valores.
Não verifique a PA no braço que possuir acesso venoso, cateterismo cardíaco*,
edema, grandes lesões ou outras contra-indicações.

*No membro em que for realizado o cateterismo cardíaco, a pulsação fica diminuída,
dificultando a ausculta.

Guia Prático de Enfermagem - 22


5 – PESO E ALTURA

São verificados na admissão e diariamente (em jejum), conforme necessidade ou


rotina da unidade.

Como verificar o peso e a altura?

1. Encaminhar o paciente até a balança.


2. Forrar a base com papel-toalha.
3. Tarar a balança.
4. Solicitar ao paciente que suba e fique de frente para você.
5. Verificar o peso.
6. Solicitar ao paciente que fique ereto/alinhado, com os olhos voltados para o
horizonte.
7. Verificar a altura.
8. Anotar os valores em impressos próprios.

Guia Prático de Enfermagem - 23


Guia Prático de Enfermagem - 24
6 – HIGIENIZAÇÃO DO
PACIENTE
Higiene oral

Materiais


Escova de dentes ou espátula envolvida em gaze;

copo descartável;

toalha de rosto;

cuba rim;


lubrificante labial (óleo de amêndoas ou vaselina);

anti-séptico bucal (cepacol®, Benzitrat®, Flogoral ®) ou creme dental;
luvas de procedimento.

Paciente com prótese




Solicitar que retire a prótese ou fazer por ele utilizando a gaze;

colocá-la numa cuba rim;

escovar a gengiva, o palato e a língua, se o paciente não puder fazê-lo;

escovar a prótese em água corrente fria ou morna;
oferece-la para que o paciente coloque-a ainda molhada.

Procedimento
Paciente com pouca limitação

 Elevar a cabeça do paciente (Fowler) e lateralizá-la;


 colocar creme dental ou anti-séptico na escova ou espátula e oferecer para o
paciente;

Guia Prático de Enfermagem - 25


 proteger o tórax com toalha de rosto;
 oferecer o copo com água para enxaguar a boca;
 colocar a cuba rim sob o queijo do paciente para que deixe escorrer o líquido da
boca.
Paciente com muita limitação


Em posição de Fowler e com a cabeça lateralizada;

proteger o tórax com toalha de rosto;

colocar a cuba rim sob a bochecha;

solicitar para que abra a boca ou abri-la com auxílio de espátula;
utilizar a escova com movimentos da raiz em direção à extremidade dos dentes.
Fazer cerca de seis movimentos em cada superfície dental, com pressão constante
 repetir estes movimentos nas superfícies vestibular e lingual, tracionando a língua
da escova;

 oferecer copo com água para enxugar a boca;


com espátula s/n não protegida com gaze;

 utilizar canudo s/n.

Banho no leito

Materiais
 Colcha, cobertor, um lençol de cima, um lençol móvel, um impermeável, um lençol
 luvas de procedimento;
de baixo, uma fronha;
 duas luvas de banho ou compressas;
 uma toalha de rosto;
 uma toalha de banho;
 uma camisola ou pijama;
 duas bacias de banho ou balde;
 jarro de água quente;
 um sabonete anti-séptico;
 comadre e/ou papagaio;
 biombo;
 hamper;

Guia Prático de Enfermagem - 26


 materiais para higiene oral;
 bolas de algodão ou gaze para higiene ocular.

Procedimento


Colocar biombo ao redor do leito;


fechar janelas e portas;

desocupar a mesa de cabeceira;

calçar as luvas de procedimento;

oferecer comadre ou papagaio antes de iniciar o banho;
desprender a roupa de cama, retirar a colcha, o cobertor, o travesseiro, a camisola

e/ou pijama, deixando o paciente protegido com lençol;


abaixar a cabeceira da cama, caso seja possível;

colocar o travesseiro sobre o ombro;

colocar a bacia sob a cabeça;

lavar os cabelos;
fazer higiene oral e ocular (lavar os olhos do paciente com água limpa, do ângulo

interno ao externo, com algodão ou gaze);


fazer higienização do rosto somente com água limpa e secá-lo;
colocar a toalha de banho sob um dos braços do paciente e lavá-lo no sentido do

punho para as axilas em movimentos longos;


enxaguar e secar com a toalha de banho;

repetir a operação com o outro braço;
colocar a toalha de banho sobre o tórax do paciente, cobrindo-o até a região

púbica;
com uma das mãos suspender a toalha e com a outra lavar o tórax e o abdômen,

enxaguar, secar e cobri-lo com o lençol;
lavar as pernas fazendo movimentos passivos nas articulações, massagear as
proeminências ósseas e a panturrilha, flexionar o joelho do paciente e lavar os

pés, secando bem entre os dedos;
colocar o paciente em decúbito lateral com as costas voltadas para você,

protegendo-a com toalha, lavar e secar;

fazer massagem de conforto;
colocar o paciente em posição dorsal;

Guia Prático de Enfermagem - 27


 colocar a comadre sob o paciente;
 oferecer a luva de banho para que o paciente faça sua higiene íntima (se tiver
 trocar a roupa de cama;
limitações, fazer a higiene para o paciente);

 vestir a camisola e/ou pijama;


 recolocar o travesseiro e deixa-lo em posição confortável;
 lavar os materiais que foram utilizados durante o procedimento;
 retirar as luvas de procedimento;
 lavar as mãos;
 deixar a unidade em ordem e fazer as anotações.

Guia Prático de Enfermagem - 28


7 – CURATIVO

Materiais
Bandeja ou carrinho com:

 Pacote para curativo: uma pinça anatômica, uma pinça dente-de-rato, uma pinça
 pacote de gaze estéril;
kocher ou Kelly, tesoura estéril;
 micropore ou esparadrapo;
 almotolia com éter ou benzina;
 almotolia com soluções anti-sépticas (PVPI, clorexidine, ou qualquer outra solução
que seja de uso rotineiro na unidade em que está estagiando) ou soro fisiológico
 saco para lixo ou cuba rim forrada com papel-toalha, para depositar o lixo e
(SF) a 0,9%;

 atadura de crepe ou gaze;


matérias contaminados;
 seringa, algodão e espátula s/n;
 luvas de procedimento estéreis.

Procedimento


Fixar o saco para o lixo em lugar conveniente;

abrir o pacote estéril com técnica asséptica e dispor as pinças;

colocar a gaze em quantidade suficiente dentro do campo;
remover o curativo com a pinça dente-de-rato, kelly ou luva de procedimento e
 limpar com SF e/ou fazer a anti-sepsia com anti-séptico de escolha;
uma gaze embebida em benzina ou SF (se houver aderência);

 cobrir com gaze estéril e fixar com micropore ou esparadrapo.

Guia Prático de Enfermagem - 29


Hoje existem diversos tipos de curativos no mercado; para cada tipo de lesão pode
haver a indicação de um tipo específico de curativo. Verifique com seu professor de
estágio!
Observações importantes
 Quando a ferida encontra-se com tecido de granulação (sensível), é contra-
indicada a utilização de gaze para limpeza. Neste caso recomenda-se irrigar a
 Se o pacote de curativo apresentar quatro pinças, desprezam-se as duas utilizadas
ferida com SF.

 Se apresentar três pinças, despreza-se a dente-de-rato na cuba rim ou retira-se o


para remover o curativo.

 Se a ferida estiver infectada, a limpeza da lesão deve ser feita DE FORA PARA
curativo com a luva de procedimento.
DENTRO, e, se estiver limpa, DE DENTRO PARA FORA (técnica do mais limpo
 A limpeza da lesão deve ser feita com movimentos amplos e sem repetição.
para o mais contaminado).

 O curativo também pode ser feito somente com luvas estéreis; nesse caso;
considere uma mão contaminada para manipular os frascos de soluções e outra
estéril para manipular a ferida.

Avaliação da lesão
Durante a realização do curativo é importante observar atentamente as características
da lesão/ferida e da região ao redor. A seguir, algumas dicas que podem ser úteis na
avaliação de uma ferida:

 antes de trocar o curativo, observe as condições externas para verificar se há


 observe o leito da ferida e a região ao redor, verificando se há tecido de
secreções aparentes em gaze;

 é importante que você descreva todos os pontos observados; estes registros podem
granulação, pus, hiperemia, edema ou algo diferente que lhe chame atenção;
auxiliar a equipe médica e de enfermagem no acompanhamento da evolução da
cicatrização

Guia Prático de Enfermagem - 30


da ferida, facilitando possíveis alterações nas condutas terapêuticas.

Como descrever o tipo de secreção?


 Secreção purulenta: tem aspecto leitoso/cremoso; pode ser verde, amarela ou
 Secreção sanguinolenta: tem aspecto transparente, porém de coloração amarelo-
amarelo-esverdeado.

 Secreção piossanguinolenta: pus + sangue.


escuro/amarronzado;

 Secreção serosa: tem aspecto transparente, porém de coloração amarelo-


 Secreção serossanguinolenta: tem aspecto transparente, porém de coloração
escuro/amarronzado;
avermelhada, com raios de sangue.

Retirada de pontos

Materiais


Uma pinça Kocher, uma pinça kelly, uma pinça dente-de-rato e uma anatômica;

gaze estéril;

anti-séptico de escolha;


tesoura de Iris ou lâmina de bisturi ou gilete esterilizada;

luvas de procedimento;
cuba rim forrada com papel-toalha para depositar os materiais contaminados.

Procedimento
 Fazer a limpeza da incisão cirúrgica, obedecendo à técnica do curativo;
 com a pinça anatômica, segurar a extremidade do fio e, com uma tesoura/lâmina,
 colocar uma gaze próxima à incisão, para depositar os pontos retirados;
cortar a parte inferior do nó;

 após o procedimento, fazer a limpeza local com técnica asséptica;


 fazer as anotações.

Guia Prático de Enfermagem - 31


Guia Prático de Enfermagem - 32
8- MEDIDAS DE
CONFORTO

Mudança de decúbito
A mudança de decúbito é feita com a finalidade de se prevenir a úlcera de pressão. O
paciente pode ser colocado em decúbito lateral direito (DLD), decúbito lateral
esquerdo (DLE), decúbito ventral (DV), decúbito dorsal (DD). Em todas estas posições
é necessária a utilização de coxins, travesseiros, cobertores ou lençóis para proteger os
locais onde há proeminências ósseas, como, por exemplo, cotovelo, calcanhar, região
sacra.

Massagem de conforto
A massagem de conforto é feita com a finalidade de estimular a circulação sanguínea,
relaxar a musculatura e principalmente favorecer o bem-estar do paciente que esta
acamado, impossibilitado de deambular. Este procedimento deve ser feito
preferencialmente após o banho, utilizando-se creme hidratante ou óleo de amêndoas.

Guia Prático de Enfermagem - 33


Guia Prático de Enfermagem - 34
9 – RESTRIÇÃO
MECÂNICA
O paciente deve ser restrito somente em caso de intensa agitação, em que nos
impossibilite de realizar nossas tarefas com segurança.

Materiais


Atadura de crepe;

algodão, gaze, compressa cirúrgica;

lençóis;


tala;

fita adesiva;
braçadeiras de contenção.
Procedimento
 Proceder à restrição dos segmentos corporais na seguinte ordem: ombros, pulsos e
 ombros: lençol em diagonal pelas costas, axilas e ombros, cruzando na região
tornozelos, quadril e joelho;

 tornozelos e pulsos: proteger com algodão ortopédico e com atadura de crepe,


cervical;

 quadril: colocar um lençol dobrado sobre o quadril e outro sobre a região lombar,
fazer movimento circular e amarrar;
torcer as pontas e amarrar.

Observações


Não utilizar ataduras de crepe (faixas) menores que 10cm;


evitar garroteamento dos membros;

afrouxar a restrição em caso de edema, lesão, cianose ou palidez;
retirar a restrição uma vez por plantão, proceder à limpeza e à massagem de
conforto no local.

Guia Prático de Enfermagem - 35


Guia Prático de Enfermagem - 36
10 – SONDAGEM
NASOGÁSTRICA
É a passagem de uma sonda que segue do nariz até o estômago. Pode ter as
finalidades de drenagem, quando aberta, e de alimentação, quando fechada.

Materiais


Sonda gástrica Levine;

seringa de 20ml;

copo com água;


gaze;

benjoim;

toalha de rosto;

xilocaína;

fita adesiva;


estetoscópio;

biombo;

luvas de procedimento;
saco para lixo.

Procedimento

 Elevar a cabeceira da cama (posição Fowler – 45°) com a cabeça lateralizada e

 proteger o tórax com a toalha de rosto;


inclinada para frente, ou decúbito dorsal horizontal com cabeça lateralizada;

 limpar o nariz e a testa com gaze e benjoim para retirar a oleosidade da pele;
 medir a sonda da ponta do nariz ao lóbulo da orelha, até a base do apêndice
xifoide, marcar com adesivo;

Guia Prático de Enfermagem - 37


 calçar luvas;
 lubrificar a sonda com xilocaína;
 introduzir a sonda, em uma das narinas, até a marca do adesivo, pedindo ao
 observar sinais de cianose, dispneia e tosse durante a introdução da sonda;
paciente que degluta;
 realizar os três testes que se seguem;
 fixar a sonda.

Para verificar se a sonda está no local, devem-se fazer três


testes
1. Injetar 20ml de ar na sonda e auscultar com o estetoscópio na base do apêndice
xifoide, para ouvir ruídos hidroaéreos.
2. Ver refluxo de suco gástrico aspirando com a seringa de 20ml.
3. Colocar a ponta da sonda no copo com água; se houver borbulhamento, é sinal
de que está alocada na via respiratória, devendo ser retirada e repassada.

Observações
 Toda vez que a sonda for aberta para algum procedimento, dobrá-la para evitar
 fixar a sonda sem tracionar a narina;
entrada de ar;
 orientar para que o paciente expire pela boca durante o procedimento;
 se o medicamento a ser administrado for comprimido, ele deve ser macerado e
 testar a sonda sempre antes da administração de dietas ou medicamentos;
diluído em água;
 lavar a sonda com água filtrada após qualquer administração (dieta ou
 antes de oferecer qualquer líquido ou dieta ao paciente, observar se há indicação
medicamento);
médica para jejum ou restrição hídrica.

Guia Prático de Enfermagem - 38


11 – SONDAGEM
NASOENTERAL
É realizada com a finalidade de levar o alimento diretamente para a porção inicial do
intestino quando o estômago está incapacitado de digerir os alimentos.

Material

 O mesmo da sonda nasogástrica, substituindo-se a sonda por sonda Dubbhoff,


com fio-guia (mandril).

Procedimento
O mesmo da sonda nasogástrica, observando-se algumas diferenças:

 acrescentar 10cm ao medir a sonda;


 injetar gotas de Luftal ou vaselina que acompanha a sonda no local de inserção do
 retirar o fio-guia após a passagem correta da sonda;
mandril, a fim de facilitar sua retirada;

 aguardar a migração da sonda para o duodeno antes de administrar a alimentação


 NÃO ASPIRAR A SONDA SE A MESMA ESTIVER EM POSIÇÃO ENTERAL.
(até 24 horas) e confirmar pelo RX;

Observações

 Após a passagem da sonda, não esquecer de realizar os três testes.


 colocar o paciente em decúbito lateral D para que a passagem da sonda até o
duodeno seja facilitada pela peristalse gástrica.

Guia Prático de Enfermagem - 39


Guia Prático de Enfermagem - 40
12 – CATETER NASAL

Materiais


Cateter nasal com numeração adequada para a idade do paciente;


Frasco umidificador estéril;

Extensão de borracha;

Fluxômetro calibrado para rede de oxigênio;

Esparadrapo;

Gaze com lubrificante;
Água destilada esterilizada.
Procedimento
 Instalar o fluxômetro na rede de O2 e testá-lo;
 colocar a água destilada esterilizada no copo do umidificador, fechar e conectá-lo
 conectar a extensão plástica ao umidificador;
ao fluxômetro;

 identifica-lo com etiqueta (data e horário);


 medir o cateter da ponta do nariz ao lóbulo da orelha e marcar com adesivo;
 lubrificar o cateter e introduzi-lo em uma das narinas, até aproximadamente 2cm
 fixar o cateter;
antes da marca do adesivo;
 conectar o cateter à extensão;
 abrir e regular o fluxômetro conforme prescrição;
 trocar o cateter diariamente, alternando as narinas;
 trocar o umidificador e a extensão a cada 24 horas ou conforme rotina da
instituição.

Guia Prático de Enfermagem - 41


Guia Prático de Enfermagem - 42
13 – CÂNULA NASAL
(ÓCULOS)
Materiais


Cânula nasal estéril;

umidificador estéril;

extensão de borracha;

fluxômetro calibrado para rede de oxigênio;
água destilada esterilizada.
Procedimento


Instalar o fluxômetro e testá-lo;


colocar água no copo do umidificador, fechá-lo e conectá-lo ao fluxômetro;


conectar a extensão ao umidificador;


identificar o umidificador com etiqueta (data, horário e volume de água);


instalar a cânula nasal do paciente e ajustá-la, sem tracionar as narinas;


conectar a cânula à extensão, abrir e regular o fluxômetro, conforme prescrição;
trocar a cânula nasal e umidificar a extensão plástica a cada 24h ou conforme
rotina da instituição.

Guia Prático de Enfermagem - 43


Guia Prático de Enfermagem - 44
14 – NEBULIZAÇÃO

Materiais


Fluxômetro;


máscara simples ou venturi de tamanho adequado, esterilizada;


frasco nebulizador;


extensão plástica esterilizada (traquéia);
etiqueta e folha de anotações de enfermagem.
Procedimento


Instalar o fluxômetro e testá-lo;


colocar a água no copo do nebulizador, fechar e conectar ao fluxômetro;


identificar com etiqueta contendo data e horário de instalação;
repor a água do nebulizador sempre que necessário. Trocar o conjunto no
intervalo de tempo determinado pela instituição.

Guia Prático de Enfermagem - 45


Guia Prático de Enfermagem - 46
15 – INALAÇÃO

Tem por finalidade fluidificar as secreções das vias aéreas para facilitar seu
desprendimento e expectoração.

Materiais


Fluxômetro;

micronebulizador, com máscara e extensão;

SF a 0,9% esterilizado;


medicamento;

etiqueta;

gaze;
folha de anotações.

Procedimento


Instalar o fluxômetro na rede de O2 ou ar comprimido e testá-lo;

abrir a embalagem do micronebulizador e reserva-lo;

identificar o inalador com etiqueta (data e horário de instalação);
colocar o SF no copinho, acrescentar o medicamento, fechar e conectar ao
 conectar a máscara ao micronebulizador;
fluxômetro;

 regular o fluxo do gás (produzir névoa 51/min);


 aproximar a máscara do rosto do paciente e ajustá-la, entre o nariz e a boca,
solicitando que ele respire com os lábios entreabertos;

Guia Prático de Enfermagem - 47


Guia Prático de Enfermagem - 48
16 – ASPIRAÇÃO
Sua principal finalidade é retirar as secreções das vias aéreas superiores e inferiores
com auxílio de uma sonda de aspiração.

Materiais


Sonda de aspiração de calibre adequado;


luva estéril;

fluxômetro ligado à rede de vácuo;

frasco estéril para montagem do circuito de aspiração;
frasco de água destilada (500ml) ou de SF a 0,9% para limpeza do circuito

após a utilização;


gaze estéril;


máscara para proteção individual;

seringa de 10ml s/n;

agulha 40 x 12 s/n;

ampola de SF s/n;
saco de lixo.

Procedimento


Instalar o fluxômetro na rede de vácuo, juntamente com o circuito de aspiração;

testar o aspirador;

elevar a cabeça do paciente e lateralizá-la;


abrir a extremidade da sonda e adaptar ao aspirador;

manter o restante da sonda na embalagem;

colocar a máscara e a luva (considerar estéril uma das mãos e a outra, não);
introduzir a sonda com a válvula aberta, na fase inspiratória;

Guia Prático de Enfermagem - 49




Proceder à aspiração ocluindo a válvula com o polegar;

aspirar e retirar a sonda com a mão estéril;


desprezar em caso de obstrução e trocar as luvas;

s/n fluidificar a secreção, instalando 2ml de SF;

aspirar o nariz e depois a boca;

lavar todo o circuito com SF ou AD e desprezar a sonda;

trocar todo o circuito a cada plantão ou quando o frasco estiver cheio de secreção;
anotar data e hora, quantidade, características da secreção, reações do paciente
 aspirar durante 15 e dar intervalos de 30s.
durante o procedimento;

Observação
Só há necessidade de este procedimento ser estéril durante a aspiração de
cânula endotraqueal ou traqueostomia. Existem diversos tipos de sonda de
aspiração no mercado, peça ao seu professor que lhe apresente alguns deles.

Guia Prático de Enfermagem - 50


17 – SONDAGEM
VESICAL
É a passagem de uma sonda, da uretra até a bexiga, com o objetivo de drenar a urina.
É um procedimento completamente estéril e tem como finalidade:



esvaziamento da bexiga;

controle rígido do volume urinário;

preparo para cirurgias;


drenar urina de pacientes com incontinência urinária;
auxiliar no diagnóstico de patologias do sistema urinário.

Materiais
 Pacote de cateterismo vesical:
- campo estéril;
- cúpula;
- seis bolas de algodão ou gaze;
- pinça Pean;
 sonda uretral de alívio ou de demora (ver materiais para sondagem vesical
- cuba rim;

 PVPI tópico ou anti-séptico de escolha;


de demora a seguir);
 xilocaína gel lacrada;
 luva estéril;
 recipiente para coleta de urina (cálice graduado);
saco para lixo;
 recipiente estéril para coleta de amostra de urina s/n;
 biombo.

Guia Prático de Enfermagem - 51


Acrescentar os materiais abaixo para sondagem vesical de demora (SDV):

 gaze estéril;
 seringa de 20ml ou 10ml;
 agulha
 ampola de água destilada ou SF a 0,9% 1,0ml;
 xilocaína gel lacrada;
 coletor de urina estéril (sistema fechado);
 micropore;
 comadre;
 sonda foley com numeração adequada ao paciente;
- homem: uma seringa a mais (xilocaína/água);
Procedimento
 posicionar o paciente (mulher: ginecológica; homem: pernas estendidas e
 colocar biombo;
afastadas lateralmente);
 lavar as mãos;
 abrir o coletor e fixa-lo na cama, colocar a ponta na conexão sobre o campo, o
 abrir o pacote de sondagem (cateterismo vesical) sobre o leito, no sentido
fixando-a com adesivo;
diagonal, colocando uma das pontas sob a região glútea (se paciente agitado, abrir
 colocar PVPI na cúpula sobre as bolas de algodão;
em mesa auxiliar);

 abrir a sonda e o resto do material sobre o campo (gaze, agulha, seringa);


 colocar xilocaína na gaze;
 abrir a ampola de água;
 calçar as luvas;
 aspirar 10ml de água destilada sem tocar na ampola;
 testar o cuff da sonda;
 HOMEM: preparar seringa com 10ml de xilocaína;
 conectar a sonda ao coletor;
 fazer a assepsia*;
 introduzir a sonda até 3cm após o refluxo de urina;
 insuflar o cuff com o volume de água indicado;
 tracionar lentamente até oferecer resistência;
 tirar as luvas;
 fixar a sonda na coxa.

Guia Prático de Enfermagem - 52


*MULHER: duas bolas de algodão entre a vulva e os grandes lábios, duas bolas de
algodão entre os pequenos lábios, uma bola de algodão do meato urinário até o ânus
e uma bola de algodão no meato urinário.

*HOMEM: duas bolas entre a região inguinal e o saco escrotal (D e E), duas bolas no
sentido do prepúcio ao saco escrotal, dividido em porções D e E, em uma bola de
algodão na glande em movimento circular único, uma bola no meato urinário. Elevar o
pênis perpendicularmente ao corpo do paciente, injetar 10ml de xilocaína no meato e
introduzir a sonda.

*Dependendo da bibliografia consultada, pode haver diferenças quanto às técnicas de


assepsia e sondagem.

Observação

Sonda vesical de alívio – não possui cuff;


Existem dois tipos de SVD:

- Foley de duas vias (uma para insulflar e outra para drenar);


- Foley de três vias (igual à anterior + uma para infundir solução) – geralmente
utilizada para irrigação contínua.

RETIRADA DA SONDA

Materiais

 Saco de lixo;
 luva de procedimento;
 seringa.

Procedimento

 Verificar a bolsa coletora (volume, cor, aspecto da urina);


 calçar luvas de procedimento;

Guia Prático de Enfermagem - 53


 Aspirar o soro fisiológico ou a água destilada do cuff (o mesmo volume que foi
 Retirar a sonda;
colocado);

 Desprezá-la no lixo.

Guia Prático de Enfermagem - 54


18 – IRRIGAÇÃO
CONTÍNUA
Tem por finalidade lavar a bexiga em caso de obstrução por coágulo, sangramento
uretral, pós-cirúrgico de prostatectomia e outros.

Materiais


Sonda Foley de três vias;


SF para irrigação;

equipo de soro;

luvas de procedimento;

impresso para balanço;

coletor;
suporte de soro.

Procedimento


Preparar a solução;

pendurá-la no suporte;

conectar a sonda ao equipo da solução;

substituir a solução sempre que necessário;

controlar o gotejamento e observar a permeabilidade;


calçar as luvas;

 vol. Infundido – vol. Drenado = vol. Total


medir volume drenado;

 observar características;
 anotar balanço em impresso próprio.

Guia Prático de Enfermagem - 55


Guia Prático de Enfermagem - 56
19 – NOÇÕES DE
FARMACOLOGIA
Dicas importantes em farmacologia

Antes de medicar o paciente, procure conhecer a droga que será oferecida: finalidade,
efeitos colaterais e via de administração.
Procure seguir atentamente os cinco certos da administração de medicamentos.
Lavar as mãos sempre antes e após o preparo das medicações.
Para a administração de drogas IM e SC, alternar locais de aplicação.
Durante a infusão de droga EV, estar atento às condições gerais do paciente.
Em caso de dúvidas com relação à dosagem da droga prescrita, procure seu professor
ou equipe médica para imediato esclarecimento.
Durante o preparo e a administração dos medicamentos, procure não conversar e não
se distrair.
Não esqueça de chegar o horário da medicação que você administrou.
Caso não seja possível a administração da medicação no horário prescrito, comunique
à equipe, bote o horário e justifique o motivo na anotação de enfermagem.
Mantenha a sala de preparo de medicação sempre em ordem.

Guia Prático de Enfermagem - 57


Lembre-se!


20 gotas = 1ml

3 microgotas = 1 gota

% = g/100ml

1g = 1.000mg
100UI = 1ml

Fórmulas
- Gotejamento de soro

- Heparina
 0,1ml de heparina + 9,9ml de água destilada = 10ml de solução de heparina;
 Injetar de 0,5 a 3ml, dependendo do tamanho do cateter;
 Conservar em geladeira durante tempo determinado pela unidade em que se está
estagiando.
- Penicilina
Ao diluir a penicilina, injetar 8ml de diluente para aspirar 10ml de solução final, pois
o frasco-ampola já contém 2ml de pó.
Alguns hospitais já recebem por escrito a forma de diluição e preparo dos
medicamentos.

Guia Prático de Enfermagem - 58


Regras dos cinco certos

 Conferir nome completo, quarto e leito.


1 - Paciente certo:

2 – Medicamento certo (conferir na prescrição):


 Conferir atentamente, na prescrição médica, o nome do medicamento.

3 – Dose certa:
 Conferir a dosagem à ser administrada e, em caso de dúvidas, esclarecer com seu
professor de estágio ou equipe médica/enfermagem.

4 – Via de administração certa:


 Verificar a via de administração correta correspondente à medicação.

5 – Horário certo
 Verificar o horário correto, procurando evitar atrasos ou adiantamentos na
administração.

Obs.: os cinco certos devem ser verificados, escritos numa etiqueta e colocados sobre
a medicação. Veja o exemplo abaixo:

Principais vias de administração de medicamentos




Intramuscular (IM)

Subcutânea (SC)

Intradérmica (ID)


Endovenosa (EV)

Via oral (VO)
Tópica

Guia Prático de Enfermagem - 59


- Intramuscular


A injeção IM é feita através da introdução da medicação dentro do músculo;

o volume máximo a ser administrado é de 5ml;

tem efeito relativamente rápido;

podem-se administrar substâncias aquosas ou oleosas;
a escolha da graduação da seringa é feita de acordo com o volume a ser
administrado; a da agulha, de acordo com a idade, a tela subcutânea e a
 locais de aplicação: distante de vasos e nervos, musculatura desenvolvida,
solubilidade da droga;
preferência do paciente.

Região deltóide

 Traçar um retângulo na região lateral do braço, de três a quatro dedos abaixo do


 o braço deve estar fletido sobre o abdome ou paralelo ao corpo;
final do ombro;

 volume de até 3ml.


Região glútea

 Fazer a punção no local como indicado na figura abaixo:

 puncionar no quadrante superior externo;


 o paciente pode ficar em decúbito lateral ou posição de Sim’s;
 se preferir em pé, solicitar que faça contração dos músculos glúteos através da
 volume máximo de 5ml.
rotação dos pés para dentro, mantendo os braços ao longo do corpo;

Guia Prático de Enfermagem - 60


Região ventroglútea (Hochester)

 Colocar a mão E no quadril D, apoia o dedo indicador na espinha ilíaca ântero-


superior D, abrir o dedo médio ao longo da crista ilíaca espalmando a mão sobre
a base do grande trocanter do fêmur e formar com o dedo indicador um triângulo.
Se a aplicação for feita do lado esquerdo do paciente, colocar o dedo médio na
espinha ilíaca ântero-superior e afastar o indicador para formar o triângulo. A
aplicação pode ser feita em ambos os locais.

Região do face ântero-lateral da coxa

 Retângulo delimitado no terço mediolateral da coxa;


 agulha curta;
 angulação oblíqua de 45° em direção podálica.

Guia Prático de Enfermagem - 61


Materiais



Bandeja;

algodão embebido em álcool a 70%;

medicação preparada e identificada;
prescrição médica.

Procedimento



Lavar as mãos;

preparar os materiais em bandeja;

escolher tamanho adequado de seringa e agulha (verifique na tabela a seguir);


explicar o procedimento ao paciente;

escolher o local de aplicação;

fazer assepsia com algodão embebido em álcool a 70%;

introduzir a agulha;

aspirar para verificar retorno de sangue;


injetar a medicação (a velocidade de infusão dependerá do tipo de droga);

retirar a agulha num movimento rápido;

comprimir com algodão;
massagear (atenção: existem medicações que contra-indicam a massagem local
após sua aplicação!)

Tabela sugestiva para escolha do calibre adequado de agulhas


Faixa etária Espessura Solução aquosa Solução oleosa
subcutânea
ADULTO Magro 25x7 25x8
Normal 30x7 30x8
Obeso 40x7 40x8

CRIANÇA Magra 20x6 20x7


Normal 25x7 25x8
Obesa 30x7 30x8
Fonte: Enfermagem, Cálculo e Administração de Medicamentos.

Guia Prático de Enfermagem - 62


Injeção intradérmica


Solução introduzida na derme;

via utilizada para testes de sensibilidade e vacinas;

volume máximo de 0,5ml;

seringa e agulha de insulina (13x4,5);
locais de aplicação: pouca pigmentação, poucos pelos, pouca vascularização e fácil
acesso.
Materiais
 Bandeja;
 algodão SECO;
 solução a ser injetada;
Procedimento


Lavar as mãos;

preparar os materiais em bandeja;

identificar a solução a ser administrada;
orientar o paciente com relação ao procedimento, solicitando que lave o local de

aplicação com água e sabão;
limpar o local com algodão seco, pois a anti-sepsia com álcool a 70% pode

acarretar teste falso positivo;


distender a pele do local;

introduzir a agulha paralela à pele ou a 15° com bisel para cima;

injetar lentamente a solução (tem que fazer pápula);

não pode massagear;
solicitar que o paciente não manipule o local da aplicação.

Injeção subctânea

 Solução introduzida na tela subcutânea (tecido adiposo);


 via utilizada para administração de medicamentos que necessitam ser absorvidos

 volume máximo de 1ml;


lentamente (ex: heparina, insulina);

 tamanho da agulha: 13x4,5 (90°) ou 20x6 (30°)

Guia Prático de Enfermagem - 63


Materiais


Bandeja;

algodão embebido em álcool a 70%;

solução a ser administrada;
prescrição médica.

Procedimento


Lavar as mãos;


reunir os materiais;

orientar o paciente;

selecionar o local para aplicação;
locais de aplicação: toda a tela subcutânea, preferencialmente parede abdominal,
face interior da coxa e do braço, dorso superior; menos indicado é o anterior do

antebraço, porque existe grande chance de ser pegar um vaso;


fazer assepsia com algodão embebido em álcool a 70%;


pinçar o local de aplicação com o polegar e o indicador;

introduzir a agulha;

soltar a pele;

aspirar para verificar se houve punção acidental de vaso;
injetar lentamente a solução e não massagear, pois este procedimento estimula a
absorção da droga.

Injeção endovenosa
 Punção venosa é a introdução de uma agulha diretamente na veia, em geral nas
 via de ação imediata utilizada para administração de grandes volumes e drogas
veias superficiais dos membros superiores para colher sangue ou injetar soluções;

 local de aplicação: o mais indicado é o membro superior (braço e mão).


irritantes ao músculo;

Materiais
 Bandeja;
 algodão embebido em álcool a 70%;

Guia Prático de Enfermagem - 64




escalpe;

garrote;


micropore;

luvas de procedimento;
solução a ser administrada.

Procedimento


Lavar as mãos;

preparar os materiais em bandeja;

orientar o paciente quanto ao procedimento;
escolher o membro e o local, utilizando manobras como: compressas, membro

para baixo, abrir e fechar a mão;

garrotear;

calçar as luvas de procedimento;

fazer assepsia com álcool a 70%;

estender a pele cerca de 3 a 4cm antes do local da punção;
puncionar no sentido distal para proximal com a agulha inicialmente a 45° e

depois paralelo à pele; o bisel deve ficar para cima;
ao retornar sangue deve-se soltar o garrote, administrar o medicamento

lentamente, retirar a agulha;
solicitar que o paciente permaneça com o braço estendido, comprimindo o local,

até o estancamento total do sangue;

colocar um pequeno pedaço de micropore no local para evitar a saída de sangue;

desprezar os materiais em locais próprios;

manter a unidade em ordem;

checar o horário na prescrição médica;
fazer anotações que julgar importantes.

Venóclise
Método utilizado para infundir grandes volumes de líquido diretamente da veia, com o
objetivo de:

 Manter e repor reservas orgânicas de água, eletrólitos e nutrientes;


 Restaurar o equilíbrio ácido-básico;

Guia Prático de Enfermagem - 65




restabelecer o volume sanguíneo;

manter vias permanentes para administração de medicamentos;


administrar medicamentos continuamente;
local de aplicação: de fácil acesso, evitando articulações.
Materiais


Soro;

equipo;

algodão embebido com álcool a 70%;

garrote;

escalpe ou outros dispositivos (ex.: Gelco®, Íntima®);


seringa e agulha;

micropore ou esparadrapo;
luvas de procedimento;

Procedimento
 Preparar o soro;
 fechar o clampe do equipo, instalar o soro, abrir e encher o equipo e fechar o
 preparar o rótulo com os cinco certos, descrição dos componentes do soro e
clampe;

 fazer tricotomia s/n;


assinar*;

 garrotear o membro e fazer anti-sepsia;


 colocar as luvas;
 retrair a veia 3cm antes do local da punção;
 puncionar a veia com o dispositivo escolhido;
 retirar o garrote após retorno de sangue;
 conectar o equipo na extremidade do dispositivo, abrir o clampe;
 fixar o escalpe;
 fazer teste de refluxo e controlar o gotejamento;
 fazer escala de soro**;
 checar na prescrição médica;
 deixar a unidade em ordem.

Guia Prático de Enfermagem - 66


Exemplos

Guia Prático de Enfermagem - 67


Observações importantes
 Após a instalação do soro, observe atentamente o local de infusão para verificar se
há formação de seroma (é a infiltração de soro no tecido subcutâneo – indicativo
 fique atento às queixas do paciente;
de que houve perda do acesso venoso);

 se houver queixas de dor, hiperemia, prurido, formigamento ou edema, retire e


 procure fazer uma fixação eficaz para que o risco de perda do acesso seja menor.
puncione novo acesso venoso;

Riscos da terapêutica endovenosa


Hematoma: extravasamento de sangue nos tecidos próximos à punção devido ao
rompimento da veia.

Flebite: inflamação da parede do vaso com a formação de trombos.

Esclerose: endurecimento da parede do vaso por infeções repetidas no mesmo local.

Choque pirogênico: causado por substâncias produzidas por bactérias no diluente, ou


seja, soro contaminado.

Embolia: causada por introdução de ar, coágulos sanguíneos ou medicamento oleoso


na corrente sanguínea.

Via oral
Esta via de administração é própria para a utilização de comprimidos, xaropes,
elixires, cápsulas. É importante lembrar que todos os passos de identificação devem
ser seguidos, como já referido acima. Os comprimidos devem ser colocados em
recipientes adequados, sem que haja contato manual com os mesmos durante a
manipulação, e oferecidos ao paciente. Caso

Guia Prático de Enfermagem - 68


Ele esteja incapacitado de deglutir, o comprimido pode ser macerado de forma
adequada e diluído em água.

Via tópica
Nesta incluem-se pomadas, colírios, fármacos oftálmicos e alguns anestésicos. Além
dos cuidados gerais antes e após a administração de medicamentos, como já referido
anteriormente, devemos ter a cautela de adequada manipulação destes durante a sua
aplicação para que não haja contaminação do frasco de um paciente para outro.

Guia Prático de Enfermagem - 69


Guia Prático de Enfermagem - 70
20 – CUIDADOS DE
ENFERMAGEM COM O
CORPO PÓS-MORTE
A morte é caracterizada por:


esfriamento do corpo;

manchas generalizadas de coloração arroxeada;

relaxamento dos esfíncteres;
rigidez cadavérica.

O óbito é constatado pelo médico, e logo após deve-se iniciar o preparo do corpo
com as finalidades de:

 manter o corpo limpo e identificado;


 evitar odores e saída de excreções e sangue;
 dispor o corpo em posição adequada antes da rigidez cadavérica.

Materiais


Pinça pean;

algodão;

atadura de crepe;

éter ou benzina para a retirada de esparadrapo;
três lençóis (um para forrar a maca, um para envolver o paciente e um para
 maca;
cobri-lo);
 biombo;
 duas etiquetas de identificação preenchidas e identificadas pelo enfermeiro.

Guia Prático de Enfermagem - 71


Procedimento


Cercar o leito com biombo;

retirar sondas, drenos e cateteres;

proceder à limpeza do corpo;

fazer o tamponamento dos orifícios com algodão e auxílio da pinça Pean;


fixar o queixo, pés e mãos com atadura e crepe;

envolver o corpo no lençol;
colocar uma etiqueta de identificação sobre o tórax e uma sobre o lençol que o

envolve;

transferir o corpo para a maca já forrada e cobri-lo;

encaminhar o corpo para o necrotério;
fazer as anotações de enfermagem, descrevendo todos os procedimentos realizados

com o paciente desde início até o término do preparo do corpo;

entregar os pertences do paciente aos seus familiares;
solicitar limpeza terminal do leito.

Guia Prático de Enfermagem - 72


21 – TERMOS
TÉCNICOS
Sistema urinário
Micção – ato de urinar.
Poliúria – urina em grande quantidade.
Oligúria – volume urinário diminuído (100 – 400ml diários/24h).
Disúria – dor ou dificuldade para urinar, sensação de queimação durante a micção.
Polaciúria – frequência aumentada da necessidade de urinar.
Hematúria – presença de sangue na urina.
Piúria – urina com pus.
Glicosúria – presença de glicose na urina.
Incontinência urinária – incapacidade de controlar voluntariamente a diurese.
Retenção urinária – retenção de urina na bexiga (bexigona).
Nictúria – aumento da frequência urinária noturna.

Sistema digestório
Anorexia – falta de apetite.
Ascite – acúmulo de líquido seroso na cavidade abdominal.
Borborigmo – ruído produzido pelo movimento de gás no canal alimentar.
Constipação – dificuldade ou impossibilidade de evacuar.
Diarreia – eliminação frequente de fezes líquidas.
Disfagia – dificuldade de deglutir.
Dispepsia – dificuldade na digestão dos alimentos.
Eructação – arroto.
Sialorréia – aumento de secreção salivar.
Hematêmese – vômito com sangue.
Melena – fezes com sangue.
Fecaloma – fezes endurecidas.
Língua saburrosa – esbranquiçada com pontos brancos.

Guia Prático de Enfermagem - 73


Sistema cardiocirculatório
Normocardia – frequência cardíaca normal.
Bradicardia – frequência cardíaca diminuída.
Taquicardia – frequência cardíaca aumentada.
Anoxia – falta de oxigênio nos tecidos.

Sistema nervoso
Convulsão – contrações involuntárias e súbitas da musculatura esquelética.
Paralisia – perda da função motora.
Parestesia – diminuição da sensibilidade.
Paraplegia – paralisia dos quatro membros.
Hemiplegia – paralisia do lado direito ou esquerdo do corpo.
Insônia – dificuldade para dormir.
Coma – profundo estado de sonolência, com perda da sensibilidade e de movimentos
voluntários.

Sistema respiratório
Eupnéia – respiração normal.
Taquipnéia – frequência respiratória aumentada.
Bradipnéia – frequência respiratória diminuída.
Apnéia – parada dos movimentos respiratórios.
Hemoptise – expectoração com sangue.
Tosse produtiva – tosse com secreção.

Sistema tegumentar
Temperatura
Normotermia – temperatura normal.
Hipertermia – aumento da temperatura corpórea.
Hipotermia – diminuição da temperatura corpórea.
Febrícula – febre de curta duração e de pequena intensidade.
- coloração
Guia Prático de Enfermagem - 74
Eritema – vermelhidão na pele provocada por congestão de capilares.
Cianose – coloração azulada de pele e mucosas.
Rubor – eritema rubro característico de processo inflamatório.
Icterícia – coloração amarelada da pele caracterizada pela deposição de bilirrubina.
Enantema – eritema em mucosa.
Exantema – eritema generalizado agudo.
Equimose – infiltração de sangue no tecido subcutâneo, acarretando manchas
avermelhadas que transformam-se gradativamente em verdes e amarelas.
Hematoma – aumento de uma área vascular devido ao acúmulo de sangue resultante
de trauma.

- Estrutura
Petéquias – manchas de pequeno tamanho resultantes de hemorragia capilar.
Vesícula – bolha com conteúdo seroso e aspecto brilhante.
Pústula – pequena elevação circular contendo pus.
Mácula – mancha avermelhada na pele, sem elevação ou espessamento.
Pápula – pequena mancha, com elevação e sem líquido no seu interior.
Quelóide – excesso de tecido conjuntivo na cicatriz.

- perdas teciduais
Fissura – rachadura, fenda, úlcera.
Fístula – canal anormal que se forma em local que antes não existia.
Crosta – camada endurecida devido a acúmulo de secreção.
Úlcera de pressão – lesão do tecido devido a pressão constante sobre o osso e
diminuição do fluxo sanguíneo local.
Necrose – morte do tecido devido a oxigenação inadequada.

Guia Prático de Enfermagem - 75


Olhos
Ptose – órgão ou parte do corpo que se torna caído, pendente ou afundado.
Blefarite – inflamação da borda cutaneomucosa da pálpebra.
Exoftalmia – protusão do globo ocular associada principalmente a hipertireoidismo.
Enoftalmia – retração do globo ocular comum nas doenças em fase final.
Conjuntivite – processo inflamatório da conjuntiva ocular caracterizado por congestão
vascular.
Midríase – diâmetro pupilar maior que 4mm.
Miose – diâmetro pupilar menor que 2mm.

Estado hídrico
Edema – retenção de líquido nos tecidos.
Anasarca – edema generalizado.
Sudorese – aumento da transpiração.
Ascite – acúmulo de líquido na cavidade peritoneal.

Estado nutricional
Obesidade – aumento excessivo de peso.
Eutrofia – bom estado nutricional.
Desnutrição – organismo debilitado devido a ingestão insuficiente de calorias e
proteínas.

Dor
Algia – dor
Cefaleia – dor de cabeça.
Gastralgia – dor de estômago.
Otalgia – dor de ouvido.
Artralgia – dor nas articulações.

Guia Prático de Enfermagem - 76


22 – POSIÇÕES
ANATÔMICAS
As figuras que compõem este guia (Figs. 1 a 11) foram retiradas da obra
Enfermagem: Cálculo e Administração de Medicamentos.

Guia Prático de Enfermagem - 77


Guia Prático de Enfermagem - 78
Legenda
1. Superciliares 29. Axilar
2. Frontal 30. Escapular
3. Temporal 31. Deltóidea
4. Mastóidea 32. Anterior do braço
5. Nasal 33. Posterior do braço
6. Labial 34. Flexura do braço
7. Mentoniana 35. Fossa cubital
8. Palpebral 36. Interior do antebraço
9. Masseteriana 37. Posterior do antebraço
10. Geniana 38. Anterior do punho
11. Supra-hióidea 39. Posterior do punho
12. Infra-hióidea 40. Palmar
13. Carotídea 41. Dorsal da mão
14. Supraclavicular 42. Palmar dos dedos
15. Da nuca 43. Porsal dos dedos
16. Esternal 44. Glútea
17. Dorsal 45. Inguinocrural
18. Costal 46. Anterior da coxa
19. Marmária 47. Posterior da coxa
20. Lombar 48. Rotuliana poplítea
21. Costoilíca 49. Ântero-externa da perna
22. Suprapública 50. Póstero-interna da perna
23. Umbilical 51. Anterior do artelho
24. Abdominal 52. Posterior do artelho
25. Púbica 53. Dorsal do pé
26. Sacrococcígea 54. Plantar
27. Peniana 55. Dorsal dos dedos dos pés
28. Escrotal 56. Plantar dos dedos dos pés

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23 – REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
GIOVANI, A. M. M. Enfermagem: cálculo e administração de medicamentos.
São Paulo: Editora Legnar, 1999.
HORTA, W. A. Processo de enfermagem. 14ª impressão. São Paulo: Editora
da Universidade de São Paulo, 2000.
KAWAMOTO, E. E.; FORTES, J. I. Fundamentos de enfermagem.
2. ed. São Paulo: Editora EPU, 1997.
KOCH, R. M. et al. Técnicas básicas de enfermagem. 17. Ed.
Curitiba: Editora Século XXI, 2000.
LeFREVE, R. A. Aplicação do processo de enfermagem: um guia passo a
passo. 4. Ed. Porto Alegre: Ed. Artmed, 2000.
MANUILA, L.; MANUILA, A.; NICOULIN, M. Dicionário Médico
Andrei. São Paulo: Editora Andrei, 1997.
MOORE, K. L. Anatomia orientada para clínica. 3 ed. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 1994.
POSSO, M. B. S. Semiologia e semiotécnica de enfermagem. São Paulo:
Editora Atheneu, 1999.
SMELTZER, S. C.; BARE, B. G. Tratado de enfermagem médico-cirúrgica.
8. Ed. Vol. 1. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1998.
VEIGA, D. A.; CROSSETI, M. G. O. Manual de técnicas de enfermagem. 4.
Ed. Porto Alegre: Editora Sagra-DC Luzzatto, 1993.

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