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Antecedentes ou evolução histórica

Em virtude das nuances históricas, e isso é do nosso conhecimento, não


podemos, ao iniciar o estudo deste capítulo, deixar de fazer uma breve referência
à Constituição Económica portuguesa de 1933 que pela primeira vez consagrou
um principio explícito de hetero-regulação do mercado, visto que todos os textos
constitucionais anteriores (Constituição de 1822, carta constitucional de 1838 e
constituição de 1911) obedeciam, genericamente, às características das
constituições liberais em matéria económica.

Não podíamos deixar de o fazer, porque Angola foi colónia de Portugal e todas
as criações e alterações constitucionais aí realizadas, vinculavam, certamente, as
suas colónias incluindo neste caso Angola. Configuramos esse facto como sendo
o primeiro antecedente histórico da constituição Económica de Angola, nas suas
sucessíveis alterações.

Ora, o modelo corporativo contido na constituição de 1933 caracterizava-se pelo


reconhecimento da necessidade de intervenção dos poderes públicos, com
carácter subsidiário e correctivo, pela afirmação de um princípio proteccionista
da economia nacional, pela consagração de um modelo de representação orgânica
dos interesses, entre os quais os económicos e pela acentuada limitação dos
direitos dos trabalhadores.

O anti-liberalismo e o carácter autoritário e anti-democratico da constituição de


1933 prolongavam-se, nomeadamente em matéria de direitos dos trabalhadores,
nas disposições do Estatuto do Trabalho Nacional de 1933 e sobre a liberdade de
empresa no regime do condicionamento industrial. A tentativa de modernização
dos quadros jurídicos da economia, ensaiada, a partir de 1968, e timidamente,
acolhida na revisão constitucional de 1971, não foi o suficiente para implementar
um modelo diferente de ordem económica, modelo esse que, além do mais, como
veio a verificar –se, dependia de condições politicas que não foram então
minimamente conseguidas.

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