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A seguir: Imunidade inata...


Imunidade adquirida
Por Peter J. Delves, PhD, University College London, London, UK
Última revisão/alteração completa set 2021| Última modificação do conteúdo set 2021
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Linfócitos
Células dendríticas
Anticorpos
Estratégias de ataque
Uma das linhas de defesa do corpo (sistema imunológico) envolve glóbulos brancos
(leucócitos) que se deslocam através da corrente sanguínea e penetram nos tecidos
para detectar e atacar micro-organismos e outros invasores. (Consulte também
Considerações gerais sobre o sistema imunológico.)

Esta defesa consiste de duas partes:

Imunidade inata
Imunidade adquirida
A imunidade adquirida (adaptativa ou específica) não se encontra presente desde o
nascimento. É adquirida. O processo de aprendizagem começa quando o sistema
imunológico de uma pessoa encontra invasores estranhos e reconhece substâncias não
próprias (antígenos). Então, os componentes da imunidade adquirida aprendem a
melhor maneira de atacar cada antígeno e começam a desenvolver uma memória para
aquele antígeno. A imunidade adquirida é também denominada específica porque
planeja um ataque a um antígeno específico previamente encontrado. Suas
características são as capacidades de aprender, adaptar e lembrar.

A imunidade adquirida leva tempo para se desenvolver após a primeira exposição a


um novo antígeno. Entretanto, posteriormente, o antígeno é lembrado e a resposta
subsequente àquele antígeno é mais rápida e eficaz comparada à resposta que ocorreu
após a primeira exposição.

Os glóbulos brancos responsáveis pela imunidade adquirida são

Linfócitos (células T e células B)


Outros participantes na imunidade adquirida são

Células dendríticas
Citocinas
O sistema de complemento (que intensifica a eficácia dos anticorpos)
Linfócitos
Os linfócitos permitem ao organismo lembrar os antígenos e distinguir o que próprio
do que não é próprio do corpo e é prejudicial (inclusive vírus e bactérias). Os
linfócitos circulam através da corrente sanguínea e do sistema linfático, passando para
os tecidos quando a sua presença é necessária.

O sistema imunológico pode lembrar de cada antígeno deparado, pois após um


encontro, alguns linfócitos desenvolvem-se em células de memória. Estas células
vivem por um bom tempo, durante anos ou mesmo décadas. Quando as células de
memória se deparam com um antígeno pela segunda vez, o reconhecimento é
imediato e a resposta é rápida, enérgica e específica contra este antígeno específico.
Esta resposta imunológica específica constitui a razão pela qual os indivíduos não
contraem a varicela ou o sarampo mais de uma vez e o motivo pelo qual a vacinação
pode evitar determinadas doenças.

Os linfócitos podem ser células T ou células B. As células B e as células T trabalham


juntas para destruir os invasores.

Células T
As células T se desenvolvem a partir de células-tronco na medula óssea que se
deslocaram para um órgão no tórax chamado timo. Lá, elas aprendem a distinguir
antígenos próprios de não próprios para não atacar os tecidos próprios do corpo.
Normalmente, somente as células T que aprendem a ignorar os antígenos próprios do
organismo (antígenos próprios) amadurecem e deixam o timo.

As células T podem potencialmente reconhecer um número praticamente ilimitado de


antígenos distintos.

Célula T (linfócitos)
Célula T (linfócitos)

As células T maduras são armazenadas nos órgãos linfoides secundários (linfonodos,


baço, amígdalas, apêndice e placas de Peyer no intestino delgado). Estas células
circulam na corrente sanguínea e no sistema linfático. Após elas se depararem com
uma célula infectada ou anormal, elas são ativadas e buscam estas células em
particular.

Em geral, para serem ativadas, as células T precisam da ajuda de outra célula


imunológica, que quebra os antígenos em fragmentos (chamado processamento do
antígeno) e, então, apresenta o antígeno da célula infectada ou anormal para a célula
T. Em seguida, a célula T se multiplica e se especializa em diferentes tipos de células
T. Esses tipos incluem

Células T killer (citotóxicas) aderem aos antígenos em células infectadas ou anormais


(cancerígenas, por exemplo). As células T killer matam estas células fazendo furos em
suas membranas e injetando enzimas nas células.
Células T auxiliares ajudam outras células imunológicas. Algumas células T auxiliares
ajudam as células B a produzirem anticorpos contra antígenos estranhos. Outras
ajudam a ativar as células T killer para matar células infectadas ou anormais, ou ainda
ajudam a ativar os macrófagos, permitindo que eles ingiram células infectadas ou
anormais de forma mais eficaz.
Células T supressoras (reguladoras) produzem substâncias que ajudam a encerrar a
resposta imunológica ou por vezes, evitam que ocorram certas respostas prejudiciais.
Inicialmente, quando as células T se deparam com um antígeno, a maioria
desempenha sua função, mas algumas se desenvolvem em células de memória, que
lembram do antígeno e lhe respondem de forma mais vigorosa em um segundo
encontro.

As células T, por vezes, por motivos não totalmente compreendidos, não distinguem o
que é próprio do que não é próprio do corpo. Essa disfunção pode resultar em uma
doença autoimune, em que o organismo ataca seus próprios tecidos.

Células B
As células B são formadas na medula óssea. As células B possuem locais específicos
na sua superfície (receptores), aos quais os antígenos podem aderir. As células B
podem aprender a reconhecer um número praticamente ilimitado de antígenos
distintos.

A principal finalidade das células B é produzir anticorpos, que marcam um antígeno


para atacar ou neutralizar diretamente. As células B também podem apresentar o
antígeno a células T, que são então ativadas.

Células B (linfócitos)
Células B (linfócitos)

A resposta aos antígenos por parte das células B tem duas fases:

Resposta imunológica primária: Primeiramente, quando as células B se deparam com


um antígeno, o antígeno adere ao receptor, estimulando as células B. Algumas células
B se transformam em células de memória, lembrando aquele antígeno específico, e
outras se transformam em plasmócitos. As células T auxiliares ajudam as células B
neste processo. Os plasmócitos produzem anticorpos que são específicos para os
antígenos que estimulam a sua produção. Após o primeiro encontro com um antígeno,
a produção de anticorpos específicos demora alguns dias. Por isso, a resposta
imunológica primária é lenta.
Resposta imunológica secundária: Depois disto, no entanto, sempre que as células B
se depararem com o antígeno novamente, as células B de memória rapidamente
reconhecem um antígeno, se multiplicam, se transformam em plasmócitos e produzem
anticorpos. Esta resposta é rápida e eficaz.
Células dendríticas
As células dendríticas residem na pele, nos linfonodos e nos tecidos de todo o
organismo. A maioria das células dendríticas são células apresentadoras de antígenos.
Ou seja, elas ingerem, processam e apresentam antígenos, permitindo que as células T
helper reconheçam o antígeno. As células dendríticas apresentam fragmentos de
antígenos às células T nos linfonodos.
Outro tipo de célula dendrítica, a célula dendrítica folicular, está presente em
linfonodos e apresenta antígenos brutos (intactos), que foram ligados com um
anticorpo (complexo antígeno-anticorpo) às células B. As células dendríticas
foliculares ajudam as células B a responder a um antígeno.

Após as células T e B serem apresentadas com o antígeno, elas são ativadas.

Anticorpos
Quando a célula B se depara com um antígeno, ela é estimulada a amadurecer
tornando-se um plasmócitos ou célula B de memória. Os plasmócitos liberam
anticorpos (também denominados de imunoglobulinas, ou Ig). Existem cinco classes
de anticorpos – IgM, IgG, IgA, IgE e IgD.

Os anticorpos protegem o organismo das seguintes maneiras:

Ajudam as células a ingerirem os antígenos (as células que ingerem os antígenos têm
o nome de fagócitos)
Inativam as substâncias tóxicas produzidas por bactérias
Atacam diretamente as bactérias e os vírus
Previnem que bactérias e vírus se fixem e invadam células
Ativam o sistema de complemento, que possui muitas funções imunológicas
Auxiliam certas células, como as células natural killer, a matar as células infectadas
ou as células cancerígenas
Os anticorpos são essenciais para combater determinadas infecções bacterianas ou
fúngicas. Também ajudam a lutar contra os vírus.

Os anticorpos aderem ao antígeno, que foram formados para reconhecer, formando


um complexo imunológico (complexo anticorpo-antígeno). O anticorpo e o antígeno
encaixam bem juntos, como peças de um quebra-cabeça. Por vezes um anticorpo pode
aderir a outros antígenos se os antígenos forem muito parecidos com o antígeno para o
qual o anticorpo foi formado para reconhecer e aderir.

Estrutura básica em Y dos anticorpos


Uma molécula de anticorpos tem, basicamente, a forma de um Y. A molécula é
composta por duas partes:

Parte variável: Uma parte varia entre um anticorpo e outro, dependendo do antígeno
ao qual o anticorpo se liga. O antígeno adere à parte variável.
Parte constante: Esta parte constitui uma das cinco estruturas, que determina a classe
do anticorpo - IgM, IgG, IgA, IgE ou IgD. Esta parte é a mesma dentro de cada classe.
Estrutura básica em Y dos anticorpos
Cada molécula de anticorpo tem duas partes:

Parte variável: Esta parte varia. É especializada em aderir a um antígeno específico.


Parte constante: Esta parte é uma dentre cinco estruturas, que determina a classe do
anticorpo - IgM, IgG, IgA, IgE ou IgD. Esta parte é a mesma dentro de cada classe e
determina a função do anticorpo.
Um anticorpo pode alterar sua parte constante e passar para uma classe diferente, mas
sua parte variável não muda. Assim, ele sempre consegue reconhecer o antígeno
específico para o qual foi formado para se fixar.

IgM
Este tipo de anticorpo é produzido quando encontra um determinado antígeno (como
o antígeno de um micro-organismo infeccioso) pela primeira vez. A resposta
desencadeada na ocasião do primeiro encontro com um antígeno é denominada
resposta imunológica primária. A IgM então adere ao antígeno, ativando o sistema de
complemento, e desta forma os micro-organismos são mais fáceis de serem ingeridos.

Normalmente, a IgM encontra-se presente na corrente sanguínea, mas não nos tecidos.

IgG
A IgG, o tipo mais frequente de anticorpo, é produzida quando um antígeno específico
é novamente encontrado. Uma maior quantidade de anticorpo é produzida nesta
resposta (denominada resposta imunológica secundária) do que na resposta
imunológica primária. A resposta imunológica secundária é também mais rápida e os
anticorpos produzidos, especialmente IgG, são mais eficazes.

A IgG protege contra as bactérias, os vírus, os fungos e as substâncias tóxicas.

A IgG encontra-se presente na corrente sanguínea e nos tecidos. É a única classe de


anticorpo que passa da mãe para o feto, através da placenta. A IgG da mãe protege o
feto e o recém-nascido até que o sistema imunológico do bebê possa produzir os seus
próprios anticorpos.

A IgG também é a classe mais comum de anticorpos usada em tratamentos. Por


exemplo, as imunoglobulinas (anticorpos obtidos do sangue de pessoas com um
sistema imunológico normal) consistem principalmente de IgG. As imunoglobulinas
são usadas para tratar algumas imunodeficiências e doenças autoimunes.

IgA
Estes anticorpos ajudam a defender o organismo da invasão de micro-organismos
através das superfícies do corpo, que se encontram revestidas por uma membrana
mucosa, como o nariz, os olhos, os pulmões e o trato digestivo.

A IgA está presente nos seguintes:

Corrente sanguínea
Secreções produzidas por membranas mucosas (como lágrimas e saliva)
O colostro (líquido produzido pelas mamas nos primeiros dias após o parto, antes da
produção do leite)
IgE
Estes anticorpos desencadeiam reações alérgicas imediatas. A IgE se liga aos basófilos
(um tipo de glóbulo branco) na corrente sanguínea e aos mastócitos nos tecidos.
Quando os basófilos ou os mastócitos ligados à IgE se deparam com alérgenos
(antígenos que provocam reações alérgicas), liberam substâncias (como a histamina)
que causam inflamação e lesionam os tecidos circundantes. Desse modo, a IgE é o
único tipo de anticorpo que, com frequência, parece ser mais prejudicial do que
benéfico. No entanto, a IgE pode revelar-se útil na defesa contra determinadas
infecções parasitárias, comuns em alguns países em desenvolvimento.
Estão presentes pequenas quantidades de IgE na corrente sanguínea e na mucosa do
sistema digestivo. Essas quantidades são maiores em indivíduos com asma, febre do
feno, outros distúrbios alérgicos ou infecções parasitárias.

IgD
A IgD está presente principalmente na superfície das células B imaturas. Ela ajuda
estas células a amadurecerem.

Pequenas quantidades destes anticorpos estão presentes na corrente sanguínea. Sua


função na corrente sanguínea, se é que existe alguma, não é bem compreendida.

Estratégias de ataque
Os diferentes tipos de micro-organismos invasores que existem são atacados e
destruídos de formas diferentes.

Alguns micro-organismos são diretamente reconhecidos, ingeridos e destruídos pelas


células que ingerem estes invasores (os fagócitos), como os neutrófilos e os
macrófagos.

Contudo, os fagócitos não são capazes de reconhecer diretamente determinadas


bactérias, pois estas se encontram rodeadas por uma cápsula. Nesses casos, as células
B devem ajudar os fagócitos no processo de reconhecimento. As células B produzem
anticorpos contra os antígenos contidos na cápsula das bactérias. Os anticorpos
aderem à cápsula. O fagócito pode então reconhecer a bactéria.

Alguns micro-organismos não podem ser totalmente eliminados. Para se defender


desses micro-organismos, o sistema imunológico constrói uma parede à sua volta. A
parede é formada quando os fagócitos, sobretudo os macrófagos, aderem uns aos
outros. A parede ao redor dos micro-organismos recebe o nome de granuloma.
Algumas bactérias aprisionadas desse modo conseguem sobreviver no organismo
indefinidamente. Quando o sistema imunológico fica debilitado (até mesmo 50 ou 60
anos depois), as paredes do granuloma podem desmoronar e as bactérias podem
começar a se multiplicar, produzindo sintomas.

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