CONVOCAÇÃO

Caros moradores do bairro, sou José, morador da Rua dos Alfaiates e membro
da associação de moradores. Venho convocá-los para uma reunião urgente, pois
precisamos discutir um assunto de extrema importância para nossa
comunidade.

Recentemente, fomos informados sobre a abertura do Clube de Tiros nos

arredores da área de lazer do bairro. É fundamental destacar os perigos
envolvidos na abertura de um clube de tiro em nosso entorno, assim, venho
alertá-los das possíveis consequências que o estabelecimento poderá trazer.
Dados do Exército Brasileiro destacam que, entre janeiro de 2019 e maio de
2022, surgiram quase um clube de tiro por dia, com um crescimento em 474%
no número de pessoas que possuem o Certificado de Registro, documento que
dá direito ao cidadão de exercer atividades como Caçador, Atirador e
Colecionador, os denominados CACs.

É crucial destacar os perigos envolvidos na abertura de um clube de tiro em

nosso bairro. Estudos demonstram claramente a correlação entre o fácil acesso
às armas de fogo e o aumento da violência, suicídios e homicídios. A presença
desse estabelecimento em nossa vizinhança coloca em risco a segurança de
todos os moradores, especialmente nossas famílias e crianças. Precisamos agir
para evitar tragédias como a perda de minha amiga da escola.

Além disso, questiono a eficácia da política de segurança pública que permite a

organizações criminosas adquirirem armas legalmente, conforme os Decretos
Federais 9.846/2019 e 10.627/2021. É necessário repensar essa abordagem e
buscar alternativas mais eficazes no combate à criminalidade, que segundo o
Instituto de Segurança Pública, se dá com novas formas de atuação das polícias.

Espero ter transmitido a seriedade da situação que enfrentamos e despertado

em vocês a mesma preocupação que tenho sentido. É crucial que compareçam
à reunião da associação, pois juntos podemos tomar medidas para proteger
nossa comunidade. No próximo sábado, às 14:00 na Rua dos Estudantes,719.
Conto com a presença de cada um de vocês!
CARTA-DENÚNCIA

João Pessoa, 11 de outubro de 2013.

Ministério Público do Trabalho

Prezados/as Senhores/as,

Venho por meio desta carta denunciar uma situação de extrema gravidade que
presenciei na residência de um colega de classe, a qual configura exploração de
uma empregada doméstica em condições análogas à escravidão.

A referida empregada, cuja identidade ainda não obtive, trabalhava

incessantemente, realizando tarefas domésticas durante o dia e a noite, sem
qualquer descanso adequado. Ela era obrigada a executar todas as atividades
da casa, desde limpeza e cozinha até o cuidado com as crianças, sem receber
salário ou quaisquer benefícios trabalhistas. Sua jornada de trabalho era
exaustiva, sendo privada até mesmo do direito a um local adequado para
dormir, tendo que se contentar com um colchonete no chão do escritório.

Essa situação é apenas um reflexo do que muitos trabalhadores domésticos

enfrentam diariamente em nosso país. Os relatos dessa empregada ecoam os
dados alarmantes divulgados pelo Ministério do Trabalho e Emprego, que
registrou um aumento significativo nos casos de trabalhadores resgatados em
condições análogas à escravidão nos últimos anos. A fiscalização aumentou, é
verdade, mas isso só evidencia a gravidade e a extensão do problema em nossa
sociedade.

Diante dessas circunstâncias, insto o Ministério Público do Trabalho a investigar

rigorosamente esta denúncia e tomar as medidas cabíveis para garantir a
proteção e a justiça para essa empregada e tantos outros que possam estar em
situações semelhantes.

Espero que esta denúncia seja recebida com a devida atenção e que medidas
efetivas sejam tomadas para acabar com essa prática abominável que viola os
direitos humanos e que os responsáveis por essa exploração sejam
responsabilizados conforme determina a legislação trabalhista brasileira.