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O futuro em um novo retrocesso

Ana Luísa P. S. Leal (INI2B – 05)


A política desempenha um papel importante na formação do sistema
educacional de um país. A educação é um direito fundamental de todo cidadão,
e é responsabilidade do governo garantir que todos tenham acesso a uma
educação de qualidade. Assim, a privatização da educação pode ter um
impacto significativo na formação da sociedade de um país. Uma das maneiras
de privatizar o conhecimento é implementando uma reforma na Base Nacional
Comum Curricular, a BNCC. Essa é a proposta do Novo Ensino Médio, uma
mudança que permita que o estudante “escolha” a área que deseja
desempenhar.
O Ensino Médio tem um papel essencial no desenvolvimento pessoal do
adolescente, é o período onde as habilidades socias e o pensamento crítico
são aprimorados. Promover uma modificação no sistema, em que o indivíduo
supostamente escolhe o que prefere estudar é de certo modo incoerente, um
jovem ainda não tem certeza de que área gostaria de seguir carreira e o intuito
do Ensino Médio não é formar alunos especializados em uma área apenas, e
sim formar um aluno com conhecimento suficiente para futuramente se tornar
um bom profissional.
A nova BNCC não trouxe melhorias para a grade curricular, apenas deteriorou
o estado em que se encontrava o ensino brasileiro. Houve um aumento de
carga horária, com o intuito de fazer o estudante passar mais tempo no
ambiente escolar, e olhando por fora, essa seria uma boa maneira de incluir
novas metodologias no ensino. No entanto, apesar da carga horária
aumentada, as novas disciplinas que estão sendo ministradas não são
significativas para o desenvolvimento de um adolescente. Acrescentar
disciplinas como “Projeto de vida”, “Brigadeiro Caseiro” e “RPG” é um descaso
não só com os alunos mas também com os professores. Muitos conteúdos
importantes tiveram redução da sua carga horária, para que essas disciplinas
coubessem na jornada docente.
O Novo Ensino Médio foi propagandeado como algo que daria autonomia aos
estudantes e flexibilizaria a grade curricular. Apesar disso, os alunos não
tiveram realmente uma opção, a grade curricular foi enxugada e desvalorizada
e os professores têm que se desdobrar para dar aulas sobre matérias que não
tem nem material. Todas essas mudanças provocadas pela reforma da BNCC
acarretarão resultados, tanto negativos quanto positivos e isso não afetará
somente os jovens, a sociedade também será impactada por essa política de
ensino que foi adotada. Pode não ser hoje, nem amanhã, mas como dito em
Alice No País das Maravilhas “Todos nós somos resultado de nossas opções,
ao longo da vida”.

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