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FABER DOS ANJOS DO ROSÁRIO

CONSTRUÇÃO DE REDES DE CONHECIMENTO PARA POTENCIALIZAR


INICIATIVAS SOCIOAMBIENTAIS: UM ESTUDO DE COLABORAÇÃO ENTRE
ORGANIZAÇÕES E COMUNIDADES

GESTO SOCIAL PARA O DESENVOLVIMENTO SOCIOAMBIENTAL: FILOSOFIA E


INSTRUMENTOS

CONTEXTUALIZAÇÃO DO PROBLEMA E JUSTIFICATIVA

A região amazônica, incluindo Belém do Pará, enfrenta desafios complexos que


transcendem as fronteiras geográficas, influenciando não apenas a ecologia única, mas
também a vida das comunidades locais. O desmatamento, a perda da biodiversidade, a
desigualdade social e os impactos socioeconômicos resultantes de práticas insustentáveis
ressaltam a urgência de uma abordagem integrada e colaborativa para preservar e promover o
desenvolvimento sustentável na região.

Belém do Pará, como parte integrante desse ecossistema, assume um papel crucial
nesse contexto. Os desafios socioambientais específicos da região demandam ações
coordenadas entre organizações e comunidades locais para enfrentar a complexidade das
questões em jogo. A falta de colaboração efetiva pode levar a iniciativas fragmentadas,
incapazes de abordar adequadamente os problemas emergentes.

Nesse cenário, a pesquisa proposta sobre a "Construção de Redes de Conhecimento


para Potencializar Iniciativas Socioambientais em Belém do Pará" surge como uma resposta
necessária. Ela busca contribuir para o desenvolvimento sustentável local, reconhecendo a
gestão do conhecimento como uma ferramenta essencial para otimizar recursos, promover
aprendizado contínuo e impulsionar a inovação.

A relevância da pesquisa reside na sua aplicação específica às necessidades e


características locais de Belém do Pará. Ao alinhar-se com compromissos internacionais para
a preservação da Amazônia, a pesquisa não apenas responde aos desafios imediatos, mas
também contribui para um esforço mais amplo de conservação ambiental.
Diante das mudanças climáticas e dos desafios socioambientais emergentes, a pesquisa
propõe-se a explorar como a construção de redes de conhecimento pode ser uma estratégia
eficaz para fortalecer a resiliência e promover a sustentabilidade na região. A complexidade
dos problemas exige uma abordagem holística, e a pesquisa visa ser uma peça fundamental
nesse quebra-cabeça, oferecendo soluções adaptadas e eficazes para Belém do Pará e, por
extensão, para a Amazônia como um todo.

A região amazônica, com sua riqueza natural e diversidade cultural, enfrenta desafios
que vão além das questões ambientais, abrangendo diretamente a qualidade de vida das
comunidades locais. Dados estatísticos da literatura acadêmica corroboram a complexidade da
situação em Belém do Pará e região, fornecendo um panorama realista e alarmante.

Pesquisas indicam que a Amazônia brasileira experimentou um aumento preocupante


nas taxas de desmatamento nos últimos anos, contribuindo significativamente para a perda de
biodiversidade. Segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), Belém
do Pará não está imune a essa realidade, e a degradação ambiental compromete ecossistemas
vitais.

Especificamente em Belém do Pará, evidências estatísticas apontam para disparidades


socioeconômicas que refletem um cenário de desigualdade. Índices de pobreza e desigualdade
social na região destacam a necessidade de intervenções específicas e sustentáveis para
abordar não apenas as questões ambientais, mas também as preocupações relacionadas à
justiça social e ao bem-estar das comunidades locais.

A literatura acadêmica ressalta que a região amazônica, incluindo Belém do Pará, está
experimentando os impactos da crise climática global. Aumento de eventos climáticos
extremos, como secas e inundações, ameaçam a segurança alimentar e a estabilidade
socioeconômica. A situação é agravada pelos incêndios florestais, cujas incidências vêm
aumentando, como apontado por relatórios de organizações ambientais.

A afirmação da Cúpula da Amazônia, expressa na Declaração de Belém, reforça a


importância de princípios fundamentais, incluindo respeito à democracia, dignidade dos
povos, Estado de Direito, direitos humanos e desenvolvimento sustentável. Esses princípios,
ao serem confrontados com a realidade estatística da região, enfatizam a necessidade urgente
de uma pesquisa que aborde holisticamente os desafios socioambientais em Belém do Pará.
A pesquisa proposta, centrada na construção de redes de conhecimento, busca não
apenas abordar os problemas identificados, mas também promover soluções adaptadas à
realidade local. Ao fundamentar-se em dados e estatísticas, ela se posiciona como uma
resposta necessária à complexidade dos desafios enfrentados, alinhando-se aos princípios da
Cúpula da Amazônia e contribuindo para o desenvolvimento sustentável da região.

A proposta de pesquisa encontra sua fundamentação na linha de pesquisa de Gestão


Social para o Desenvolvimento Socioambiental: Filosofia e Instrumentos. Esta linha aborda a
complexa interação entre as dimensões sociais, ambientais e econômicas, sendo crucial para
orientar a pesquisa na compreensão e solução dos desafios específicos enfrentados por Belém
do Pará.

Ao considerar a realidade estatística que evidencia o aumento do desmatamento, a


perda da biodiversidade, as desigualdades sociais e os impactos da crise climática na região,
identificamos um problema central que requer uma abordagem integrada e colaborativa. O
desafio reside na necessidade de desenvolver estratégias eficazes que não apenas enfrentem os
problemas isoladamente, mas que também promovam o desenvolvimento socioambiental
sustentável de forma holística.

A pesquisa propõe-se a solucionar este problema ao investigar como a construção de


redes de conhecimento pode se tornar um catalisador para a potencialização de iniciativas
socioambientais em Belém do Pará. A gestão social se revela como um instrumento essencial
para integrar os conhecimentos das comunidades locais, organizações e pesquisadores,
fomentando a coletividade na busca por soluções inovadoras e contextualmente relevantes.

A relevância desta pesquisa transcende as fronteiras acadêmicas, refletindo-se


diretamente na sociedade. O desenvolvimento de estratégias eficazes de gestão do
conhecimento pode fortalecer a resiliência das comunidades, preservar a riqueza ambiental da
região e promover o bem-estar social. Ao alinhar-se aos princípios da Cúpula da Amazônia, a
pesquisa visa contribuir para a construção de uma base sólida para o desenvolvimento
sustentável, respeitando a dignidade dos povos, promovendo a justiça social e garantindo a
autodeterminação das comunidades locais.

A importância dessa pesquisa reside na sua capacidade de transcender as barreiras


teóricas, transformando conhecimento em ação efetiva. Por meio da construção de redes de
conhecimento, ela aspira a ser uma ponte entre o saber científico, as tradições locais e as
necessidades emergentes da sociedade. Dessa forma, o estudo não é apenas uma contribuição
acadêmica, mas uma ferramenta tangível para promover o desenvolvimento sustentável e
construir um futuro mais resiliente e equitativo para Belém do Pará.

OBJETIVO GERAL:

Investigar como a construção de redes de conhecimento pode potencializar iniciativas


socioambientais em Belém do Pará, visando desenvolver estratégias eficazes de gestão social
para enfrentar os desafios do desmatamento, perda de biodiversidade, desigualdades sociais e
impactos da crise climática na região.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS:

. Analisar o atual cenário socioambiental de Belém do Pará, identificando os principais


desafios e oportunidades, por meio de levantamento de dados estatísticos, revisão de literatura
e consulta a fontes especializadas.

. Investigar as práticas e experiências de gestão do conhecimento em iniciativas


socioambientais, tanto locais quanto em contextos semelhantes, com o intuito de identificar
modelos bem-sucedidos e lições aprendidas que possam ser aplicadas de maneira adaptada
para fortalecer a resiliência da região.

REFERENCIAL TEÓRICO

DEFINIÇÕES E ABORDAGENS TEÓRICAS SOBRE GESTÃO DE CONHECIMENTO.

A Gestão do Conhecimento é um campo multifacetado que tem como premissa central


a compreensão do conhecimento como um recurso fundamental para as organizações.
Diversos entendimentos sobre esse conceito convergem para a ideia de que o conhecimento,
quando bem gerenciado, torna-se um catalisador essencial para a eficácia e o sucesso
organizacional. Lima (2010) destaca essa perspectiva, ressaltando que, apesar das nuances nos
diferentes entendimentos, a essência é compartilhada: o conhecimento é uma peça-chave que
demanda uma gestão estratégica.

No cerne dessa abordagem está a "teoria da criação do conhecimento organizacional",


um arcabouço conceitual que busca compreender como as organizações podem gerar e
aprimorar conhecimento de maneira contínua. Essa teoria propõe uma abordagem em espiral,
onde o conhecimento é criado e aprimorado por meio do compartilhamento de informações
entre os membros da organização. Nesse contexto, a espiral representa um ciclo dinâmico de
interação e aprendizado, onde as diversas formas de compartilhamento de informações
alimentam a evolução do conhecimento organizacional.

A espiral de criação do conhecimento organiza-se em torno da interconexão de


diferentes modalidades de compartilhamento de informações. Seja por meio de diálogos,
trocas formais ou informais, registros documentados ou mesmo experiências práticas, cada
forma de compartilhamento contribui para a espiral, gerando um ambiente propício para o
desenvolvimento do conhecimento. Essa abordagem reconhece a natureza dinâmica e coletiva
do conhecimento, enfatizando a importância do engajamento e da interação contínua entre os
membros da organização.

O ambiente propício criado por essa espiral não apenas favorece a disseminação do
conhecimento existente, mas também estimula a inovação e a criação de novos saberes. A
troca constante de informações e a integração de diferentes perspectivas geram um ciclo
virtuoso de aprendizado organizacional, contribuindo para a adaptação da organização às
mudanças externas e para a construção de uma base sólida de conhecimento.

Em síntese, as definições e abordagens teóricas sobre Gestão do Conhecimento, como


apresentadas por Lima (2010), ressaltam a importância do conhecimento como um ativo
estratégico e destacam a necessidade de práticas eficazes de compartilhamento para fomentar
o desenvolvimento contínuo do conhecimento organizacional. Essa compreensão fundamenta
a base teórica para a investigação sobre a construção de redes de conhecimento em Belém do
Pará, onde a gestão eficaz do conhecimento pode desempenhar um papel crucial na
potencialização de iniciativas socioambientais.

A teoria da criação do conhecimento organizacional, conforme delineada por Lima


(2010), proporciona uma perspectiva instigante sobre como as organizações podem
efetivamente gerenciar e ampliar seu capital intelectual. O cerne dessa teoria repousa na
concepção de que o conhecimento é uma entidade dinâmica, fluida, e que seu
desenvolvimento é intrinsecamente vinculado ao compartilhamento entre os membros de uma
organização.
A metáfora da espiral, habilmente empregada por Lima, visualiza o processo contínuo
de criação do conhecimento. Essa espiral não é uma mera representação gráfica; é um
conceito que encapsula a interconexão de diversas formas de compartilhamento de
informações. Diálogos, registros formais, experiências práticas e outros meios se entrelaçam,
criando um ciclo ascendente de aprendizado organizacional. Cada interação, cada troca de
saberes, contribui para a ascensão dessa espiral, gerando um ambiente fértil para o
desenvolvimento do conhecimento.

O compartilhamento de informações, ao adotar múltiplas formas, transcende a mera


transmissão de dados. Ele promove uma interação dinâmica e recíproca entre os membros da
organização. Os diálogos, por exemplo, instigam a reflexão e o questionamento, estimulando
a busca por novas perspectivas e abordagens. Os registros formais oferecem uma base sólida
para a documentação e preservação do conhecimento adquirido, enquanto as experiências
práticas oferecem um terreno tangível para aplicação e testes.

Essa espiral de conhecimento cria um ambiente propício para o desenvolvimento de


atividades que não apenas perpetuam o conhecimento existente, mas também fomentam a
inovação. A troca constante de informações e experiências proporciona um terreno fértil para
a geração de ideias, soluções e estratégias inovadoras. A espiral, ao se expandir, não apenas
acumula conhecimento, mas também propicia um terreno onde a criatividade e a adaptação
florescem.

No contexto da pesquisa sobre a construção de redes de conhecimento para


potencializar iniciativas socioambientais em Belém do Pará, a compreensão dessa teoria se
torna essencial. O desenvolvimento do conhecimento organizacional, facilitado por essa
espiral, oferece não apenas uma abordagem eficaz para a gestão do conhecimento, mas
também uma estrutura dinâmica para a adaptação contínua e inovação nas iniciativas
socioambientais. Portanto, ao incorporar essa teoria, a pesquisa busca não apenas entender,
mas também aplicar e adaptar os princípios dessa espiral para o contexto específico da região,
criando um ambiente propício para o florescimento do conhecimento e a potencialização de
ações sustentáveis.

TEORIAS E CONCEITOS RELACIONADOS AO DESENVOLVIMENTO


SUSTENTÁVEL
Um olhar retrospectivo sobre a Questão Ambiental no Brasil, conforme apresentado
por Henkes (2014), revela uma trajetória rica em iniciativas que visam a proteção ambiental,
remontando ao período do Brasil Império. A história ambiental brasileira tece suas raízes em
ações precursoras, onde naturalistas notáveis, como Spix e Martius, destacaram-se como
pioneiros preocupados com a preservação dos recursos naturais.

Os primeiros documentos de cunho ambiental escritos por esses naturalistas


evidenciam uma atenção particular à qualidade e quantidade dos recursos hídricos, à proteção
das florestas como meio de conservação dos mananciais e ao saneamento das cidades. Esses
naturalistas, ao explorarem a vastidão da biodiversidade brasileira, perceberam a intrínseca
conexão entre o meio ambiente e o bem-estar humano. Suas observações e escritos semearam
as bases para um entendimento mais profundo da necessidade de preservação e gestão
sustentável dos recursos naturais.

A trajetória histórica da Questão Ambiental no Brasil, portanto, reflete a consciência


precoce sobre a importância de práticas que promovem a sustentabilidade ambiental. Desde os
tempos do Brasil Império, a proteção de recursos hídricos e florestais estava no cerne dessas
ações precursoras. A preocupação com o saneamento das cidades, mesmo em eras passadas,
aponta para uma compreensão antiga da interdependência entre o ambiente natural e a
qualidade de vida urbana.

A evolução dessas práticas e preocupações ao longo do tempo delineia a complexidade


crescente da Questão Ambiental no Brasil. Do Brasil Império até os dias atuais, o
desenvolvimento sustentável emergiu como uma lente essencial para a abordagem dessas
questões. O conceito de desenvolvimento sustentável implica na busca de equilíbrio entre o
progresso econômico, a preservação ambiental e a equidade social, garantindo que as
gerações presentes e futuras possam usufruir de um ambiente saudável e de recursos naturais
abundantes.

Ao incorporar teorias e conceitos relacionados ao desenvolvimento sustentável, a


pesquisa sobre a construção de redes de conhecimento em Belém do Pará deve considerar
essa evolução histórica. A compreensão do passado oferece insights valiosos para a
implementação de estratégias eficazes e contextualmente relevantes que impulsionem
iniciativas socioambientais na região. Assim, ao explorar as raízes históricas e os
fundamentos do desenvolvimento sustentável no contexto brasileiro, a pesquisa busca
construir pontes entre a herança histórica e as demandas contemporâneas, orientando-se para
um futuro sustentável e equitativo.

A inserção do Estudo de Impacto Ambiental (EIA) na legislação brasileira, conforme


destacado na citação, revela um capítulo intrigante na história da gestão ambiental no país. A
origem desse instrumento, durante o regime ditatorial, confere uma dimensão particular a sua
introdução, ocorrendo de maneira discreta, como se seus proponentes preferissem ocultá-lo de
grupos de pressão e mesmo dos próprios militares.

O contexto em que o Estudo de Impacto Ambiental emergiu reflete a dinâmica política


da época, marcada por um regime autoritário. A implementação do EIA, embora com uma
configuração diferente da atual, sugere uma resposta a desafios ambientais emergentes,
possivelmente associados ao rápido crescimento industrial e desenvolvimento econômico
acelerado.

A introdução do EIA, apesar de ocorrer em meio a um regime de governo restritivo,


destaca a percepção de que a avaliação dos impactos ambientais era uma necessidade
premente. No entanto, a escolha de fazê-lo de maneira discreta, quase às escondidas, revela as
complexidades políticas e sociais da época, onde a transparência e a participação pública eram
limitadas.

A presença do EIA na legislação brasileira marca um ponto de virada nas abordagens


ambientais, indicando uma consciência crescente sobre a importância de considerar os
impactos ambientais das atividades humanas. Ao longo do tempo, essa ferramenta evoluiu,
incorporando padrões mais robustos e maior participação da sociedade civil.

No âmbito do desenvolvimento sustentável, a introdução do EIA na legislação reflete


a busca por um equilíbrio entre o progresso econômico e a preservação ambiental, mesmo em
períodos historicamente desafiadores. Compreender o contexto de sua implementação permite
à pesquisa sobre a construção de redes de conhecimento em Belém do Pará considerar não
apenas as bases históricas, mas também a evolução contínua das práticas de gestão ambiental.
A pesquisa, ao abordar essa perspectiva histórica, busca integrar lições aprendidas do passado
para informar estratégias mais eficazes e inclusivas no presente, contribuindo para o
desenvolvimento sustentável na região.
De acordo com Orssatto (2011) ressalta a evolução da legislação ambiental brasileira,
em particular no que diz respeito à avaliação de impactos ambientais (AIA) no processo de
licenciamento. O artigo 18, ao vincular a avaliação de impactos ambientais aos sistemas de
licenciamento, confere ao Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) a competência
para estabelecer os critérios básicos pelos quais serão exigidos os estudos de impacto
ambiental.

Essa vinculação entre avaliação de impactos ambientais e licenciamento reflete a


compreensão de que o desenvolvimento sustentável requer não apenas o controle, mas a
antecipação e a mitigação dos impactos ambientais associados a atividades humanas. Ao
situar a AIA como parte integrante do processo de licenciamento, a legislação reconhece a
importância de considerar os efeitos ambientais desde o início de projetos e empreendimentos.

O papel atribuído ao CONAMA na definição dos critérios básicos evidencia a


necessidade de uma abordagem padronizada e consistente na avaliação de impactos
ambientais em nível nacional. Essa padronização visa garantir a equidade e efetividade do
processo, assegurando que as análises de impacto ambiental sejam conduzidas de maneira
adequada e abrangente.

A substituição do decreto regulamentar original pelo Decreto nº 99.274, de 6 de junho


de 1990, aponta para uma evolução contínua das políticas ambientais. Esse processo de
revisão e atualização reflete a adaptabilidade das leis ambientais às mudanças nas práticas
industriais, na compreensão científica e nas demandas da sociedade.

No contexto do desenvolvimento sustentável, a vinculação entre avaliação de impactos


ambientais e licenciamento representa uma tentativa de harmonizar o desenvolvimento
econômico com a conservação ambiental. Essa abordagem busca garantir que o crescimento e
a expansão não ocorram à custa de danos irreparáveis ao meio ambiente, promovendo a
sustentabilidade a longo prazo.

Ao incorporar teorias e conceitos relacionados a essa evolução legislativa no contexto


da pesquisa sobre a construção de redes de conhecimento em Belém do Pará, a investigação
se beneficia ao considerar não apenas as teorias mais recentes, mas também a trajetória
histórica que moldou as práticas de avaliação de impactos ambientais. Esse entendimento
aprofundado é fundamental para informar estratégias contemporâneas e eficazes que possam
impulsionar iniciativas socioambientais na região.
IMPORTÂNCIA DA COLABORAÇÃO ENTRE ORGANIZAÇÕES, COMUNIDADES E
PESQUISADORES NA CONSTRUÇÃO DESSAS REDES

A visão de Leite & Ribeiro (2014) sobre a Gestão do Conhecimento (GC) se alinha
harmoniosamente com as premissas anteriores, delineando a GC como um meio estratégico
para maximizar a eficácia e o retorno dos ativos de conhecimento relacionados à organização.
A compreensão de que a GC busca a renovação permanente evidencia a natureza dinâmica e
evolutiva do conhecimento nas organizações, uma ideia consonante com a espiral de criação
do conhecimento organizacional discutida anteriormente por Lima (2010).

A importância atribuída à GC para o desempenho organizacional destaca a sua


relevância na otimização das operações e no alcance de resultados satisfatórios. Essa
perspectiva reforça a ideia de Barbosa (2008) sobre a capacidade da GC em atuar como um
facilitador para o desenvolvimento organizacional, sugerindo que, ao gerenciar efetivamente o
conhecimento, as organizações podem criar condições propícias para o sucesso contínuo.

A conexão entre a GC e as práticas de gestão envolvendo as pessoas, conforme


destacado por Leite & Ribeiro, remonta à compreensão de que são as pessoas que detêm o
conhecimento. Essa afirmação alinha-se às ideias de diversos autores que enfatizam a
importância do capital humano na GC, ressaltando que o compartilhamento e a colaboração
entre os membros da organização são catalisadores essenciais para o sucesso da GC (Barbosa,
2008; Lima, 2010).

Ao ressaltar a necessidade de estímulo e incentivo à GC por parte dos líderes, Leite &
Ribeiro reforçam a abordagem de Barbosa (2008) sobre a importância do papel da liderança
na promoção de uma cultura que valorize e promova ativamente o compartilhamento de
conhecimento.

No contexto do desenvolvimento sustentável, essa perspectiva da GC assume um


papel crucial. A renovação permanente do conhecimento, quando aplicada a iniciativas
socioambientais, pode potencializar a capacidade de adaptação e inovação necessárias para
enfrentar os desafios ambientais em constante evolução. A GC, quando encorajada e integrada
aos processos organizacionais, pode contribuir significativamente para o desenvolvimento
sustentável ao fortalecer as práticas de gestão ambiental, promover a inovação em soluções
sustentáveis e aumentar a eficácia das iniciativas socioambientais. Portanto, a GC não apenas
impulsiona o desempenho organizacional, mas também se revela como um instrumento
valioso na busca por um desenvolvimento mais equitativo e sustentável.

O PAPEL DAS COMUNIDADES LOCAIS NA DEFESA DO MEIO AMBIENTE E NA


PROMOÇÃO DE PRÁTICAS SUSTENTÁVEIS

A compreensão de Antônio (2011) sobre a interdependência entre empresas e o


ambiente externo ressoa com as abordagens anteriores de gestão de conhecimento e
desenvolvimento sustentável. A influência crescente do ambiente externo destaca a
necessidade de uma abordagem holística, onde a satisfação do cliente é reconhecida como um
componente vital do planejamento estratégico, que, por sua vez, deve ser permeado por uma
estrutura e proposta sustentáveis.

Essa perspectiva dialoga com as discussões sobre a Gestão do Conhecimento (GC). A


incorporação da causa ambiental ao planejamento estratégico requer uma abordagem que
transcenda as fronteiras departamentais e promova a colaboração entre diferentes áreas da
organização. Nesse contexto, a GC emerge como uma ferramenta essencial para garantir que
o conhecimento sobre práticas sustentáveis seja disseminado e aplicado eficazmente em toda
a estrutura organizacional (Leite & Ribeiro, 2014).

A integração das atividades relacionadas ao meio ambiente ao planejamento


estratégico e à estrutura organizacional destaca a necessidade de uma abordagem sistêmica.
Essa integração alinha-se às ideias de Lima (2010) sobre a espiral de criação do conhecimento
organizacional, onde diferentes formas de compartilhamento de informações se entrelaçam
para criar um ciclo dinâmico de aprendizado organizacional.

No contexto das comunidades locais, a integração profissional e a sintonia dos


interesses da organização com a comunidade ganham destaque. A participação ativa das
comunidades locais torna-se crucial na promoção de práticas sustentáveis. A interação e o
envolvimento dessas comunidades no processo decisório e na implementação de iniciativas
ambientais são fundamentais para garantir a eficácia e a aceitação das práticas sustentáveis.

A perspectiva de envolvimento comunitário alinha-se à compreensão de que as


comunidades são detentoras de conhecimento local valioso. A promoção da sustentabilidade
requer não apenas a internalização de práticas ambientais nas estratégias empresariais, mas
também a coleta e integração do conhecimento local das comunidades, respeitando e
valorizando sua expertise sobre o ambiente em que vivem.
Portanto, o papel das comunidades locais na defesa do meio ambiente e na promoção
de práticas sustentáveis é intrinsecamente ligado à abordagem estratégica das organizações. A
colaboração e a integração eficaz entre empresas e comunidades locais emergem como um
componente essencial para alcançar uma sustentabilidade genuína, onde os interesses
organizacionais e comunitários se alinham para promover práticas que beneficiem tanto o
meio ambiente quanto as partes envolvidas.

MATERIAIS E MÉTODOS

Inicialmente, a pesquisa, aqui, é compreendida como uma atividade investigativa de


um ou mais espaços, estritamente delimitados conforme a temática escolhida, sob o ponto de
vista que será utilizado para a análise de determinado fenômeno. Esta investigação, assim
como toda pesquisa, parte de uma problemática e questões acerca da realidade social do lócus
escolhido. Sendo assim,

Entendemos por pesquisa a atividade básica da ciência na sua indagação e


construção da realidade. É a pesquisa que alimenta a atividade de ensino e a atualiza
frente à realidade do mundo. Portanto, embora seja uma prática teórica, a pesquisa
vincula pensamento e ação. Ou seja, nada pode ser intelectualmente um problema,
se não tiver sido, em primeiro lugar, um problema da vida prática. As questões da
investigação estão, portanto, relacionadas a interesses e circunstâncias socialmente
condicionadas. São frutos de determinada inserção na vida real, nela encontrando
suas razões e seus objetivos. (MINAYO, 2016, p. 16, grifo do autor).

Para que todas as informações e conhecimentos aqui produzidos, mediante o processo


de investigação, possam ser considerados realmente científicos, serão aplicadas e
identificadas, operações metodológicas, técnicas e conceituais que possibilitam a melhor
coleta, verificação e análise dos dados obtidos. Desse modo, se determina inicialmente o tipo
de pesquisa mais adequado para a realização dos objetivos propostos.
Esta pesquisa seguirá o ponto da análise da realidade social, de relações e
representações de um conjunto de fenômenos humanos que serão apresentados e descritos de
forma a identificar os aspectos responsáveis pelo desenvolvimento do problema. Para a
realização dessa investigação, será necessário envolver, predominantemente, aspectos
qualitativos de pesquisa. Para Triviños (1987, p. 129),

A pesquisa qualitativa de tipo histórico-estrutural, dialética, parte também da


descrição que intenta captar não só a aparência do fenômeno, como também sua
essência. Busca, porém, as causas da existência dele, procurando explicar sua
origem, suas relações, suas mudanças e se esforça por intuir as consequências que
terão para a vida humana.

Observa-se que, nesse tipo de pesquisa, a compreensão dos fatos se dá de maneira


crítica e livre de aleatoriedade de ações, condições determinadas no processo de inquirição.
Permite que os indivíduos sejam compreendidos a partir dos pontos pré-estabelecidos na
problemática, bem como mediante os fenômenos que cercam o lócus da pesquisa e o
dinamismo com seus sujeitos. Nessa linha, será tido que a pesquisa qualitativa

considera que há uma relação dinâmica entre o mundo real e o sujeito, isto é, um
vínculo indissociável entre o mundo objetivo e a subjetividade do sujeito que não
pode ser traduzido em números. A interpretação dos fenômenos e a atribuição de
significados são básicas no processo de pesquisa qualitativa. Esta não requer o uso
de métodos e técnicas estatísticas. O ambiente natural é a fonte direta para coleta de
dados e o pesquisador é o instrumento-chave (PRODANOV; FREITAS, 2013, p.
70).

Com base nas contextualizações expostas e na caracterização da presente pesquisa como uma
análise qualitativa, que visa preservar as análises das realidades sociais e das relações humanas, a
seguir estão expostos os procedimentos metodológicos que foram e estão sendo realizados no processo
de investigação.
REFERÊNCIAS

HENKES, Jairo Afonso Gestão ambiental e desenvolvimento sustentável : livro didático /


Jairo Afonso Henkes ; design instrucional Eliete de Oliveira Costa. – Palhoça : UnisulVirtual,
2014

LEITE, Vitória Meneses, RIBEIRO, Rhubens Ewald Moura. Gestão do conhecimento e


sustentabilidade: Aplicações e práticas em uma pequena empresa. Unicamo. 2013.

LIMA, Pedro Calixto Alves de Políticas públicas de gestão do conhecimento como estratégia
de integração com a sociedade. Belo Horizonte. 2010.

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