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Índice Geral
Volume 5 – PAA
Volume 6 – PEA
Volume 7 – PPGRCD
Capítulos
1. INTRODUÇÃO .......................................................................................................................................1
4. O PROJETO............................................................................................................................................4
Tabelas
Figuras
Figura 4.2 - Áreas sensíveis atravessadas pelo projeto e localizadas na sua envolvente .............................. 6
Anexos
Peças Desenhadas
O presente documento corresponde ao Resumo Não Técnico, do Estudo de Impacte Ambiental da Subestação
de Ponte de Lima (400/150 kV) (SPTL).
A realização deste empreendimento é da responsabilidade de REN – Rede Eléctrica Nacional, S.A. que, para
efeitos do presente EIA, assume o papel de “Proponente”.
O Projeto de construção civil da subestação é da responsabilidade da Tecnoplano – Engenharia e Gestão,
enquanto o Projeto elétrico é da responsabilidade da REN, S.A., que adjudicou à Future Proman, S.A. o Estudo
de Impacte Ambiental (EIA) da subestação.
Este projeto decorre do Estudo Prévio do Eixo da RNT entre “Vila do Conde”, “Vila Fria B” e a Rede Elétrica de
Espanha, a 400 kV, foi alvo de um Estudo de Impacte Ambiental (EIA), realizado pela ATKINS Portugal, entre
dezembro de 2010 e maio de 2013. A versão final do EIA produzido contemplou a delimitação e avaliação de
diversos troços e localizações, alguns alternativos entre si, para a implantação da linha elétrica e das
subestações, tendo sido proposta uma solução de corredor e localizações preferenciais para o
desenvolvimento da linha.
Este EIA foi enviado a 1 de agosto de 2013 pela DGEG, na qualidade de entidade licenciadora, à Agência
Portuguesa do Ambiente (APA), para efeitos de procedimento de Avaliação de Impacte Ambiental (AIA), nos
termos do Decreto-Lei n.º 69/2000, de 3 de maio, com as alterações introduzidas pelo Decreto-Lei n.º
197/2005, de 8 de novembro.
A 22 de janeiro de 2015 foi emitida uma DIA favorável (AIA n.º 2687) à implantação da linha no corredor
formado pelos troços T4, T5, T9, T10A, T11, T12B, T13, T15 e T16 e à implantação da subestação de “Vila Fria
B” (atualmente designada como Ponte de Lima - SPTL) no interior da localização A avaliada no EIA, mas
condicionada a um conjunto de disposições a assegurar em fase de RECAPE, nomeadamente:
• ao desenvolvimento do projeto de execução em cumprimento das condicionantes listadas na DIA e à
sua demonstração em sede de RECAPE;
• à apresentação de informação adicional, designada por “Elementos a apresentar em sede de RECAPE”
• à concretização no RECAPE de outras condições para licenciamento ou autorização do projeto,
nomeadamente, das medidas de minimização e planos de monitorização descritos na DIA.
Na sequência da emissão da DIA, foram desenvolvidos os projetos de execução da linha elétrica no interior do
corredor aprovado e da subestação no interior da localização A, no estrito cumprimento das condicionantes e
demais medidas estabelecidas na DIA, tendo sido elaborados os respetivos RECAPE, condicionados a um
conjunto de medidas e estudos complementares.
Em junho de 2016, no âmbito do RECAPE da SPTL, iniciaram-se os trabalhos arqueológicos preparatórios no
local de implantação da SPTL, em harmonia com o preconizado na DIA, em particular com as medidas de
minimização 18 e 19, que determinavam a execução de sondagens arqueológicas manuais na ocorrência 103
- Sítio das Boucinhas/Regueira. Foram assim efetuadas sondagens no local, as quais permitiram concluir que
este apresenta caraterísticas de um povoado, passível de se enquadrar cronologicamente na Idade do Bronze,
podendo a dispersão ocupacional do sítio arqueológico não se limitar à zona de implantação da subestação.
Entretanto, face ao período de tempo decorrido desde a emissão da DIA, a 22 de janeiro de 2015, foi requerida,
em janeiro de 2019, de acordo com o regime jurídico à data em vigor, designadamente o Decreto-lei n.º 151-
B/2013, de 31 de outubro (que revogou o Decreto-lei n.º 69/2000, de 3 de maio), a prorrogação da respetiva
decisão, que tinha uma validade de 4 anos.
3. DESENVOLVIMENTO DO EIA
O presente EIA, foi desenvolvido em 2 fases metodológicas, atendendo a que o processo de Avaliação de
Impacte Ambiental (AIA) do projeto em análise decorre em fase de Projeto de Execução, a saber:
• Fase 1 – Definição da área de estudo do EIA e consulta às entidades;
• Fase 2 – Desenvolvimento do Estudo de Impacte Ambiental (EIA).
Conforme acima indicado, na Fase 1, foi definida a área de estudo, correspondendo à área de implantação de
projeto. Esta área é considerada adequada para a caracterização da maior parte dos descritores,
independentemente da sua extensão. Para análise de alguns descritores específicos a área de estudo é ajustada
considerando metodologia própria para a análise, como para o descritor Paisagem e Ecologia.
Após a definição da área de estudo (AE), destacam-se as seguintes tarefas:
• Recolha de informação bibliográfica e cartográfica
• Consulta de Entidades
Com estas tarefas, procedeu-se à identificação e recolha de informação relevante no interior da área de estudo,
tendo sido dada particular atenção à análise das condicionantes biofísicas e urbanísticas constantes das Cartas
de Condicionantes dos PDM, bem como das propostas de ordenamento dos mesmos planos que, pela sua
natureza, se traduzem em compromissos a nível dos usos do solo suscetíveis de afetar a concretização do
projeto.
A Fase 2 – Desenvolvimento do Estudo de Impacte Ambiental, desenvolveu-se ao nível do projeto de
execução, focando-se na descrição e na análise da localização da subestação, pela:
• Caracterização da situação de referência ou descrição do ambiente afetado, na qual se procede ao
levantamento e caracterização das condições ambientais e socioculturais existentes à data da realização
deste estudo, e perspetivas da sua evolução;
• Identificação e avaliação de impactes, suscetíveis de serem provocados pela implantação da
infraestrutura em estudo, visando analisar as influências do projeto naquelas condições;
• Definição de um conjunto de medidas de minimização e recomendações, visando potenciar os impactes
positivos e minimizar os impactes negativos e indicar as diretrizes a seguir no acompanhamento
ambiental obra a realizar durante a fase de construção;
4. O PROJETO
Localização
De acordo com as divisões territoriais de Portugal, a área de estudo implanta-se geograficamente na NUT II
da região Norte e, segundo a divisão do território em NUT III, na sub-região do Alto Minho.
No que se refere ao atravessamento de áreas sensíveis, conforme se pode verificar na figura seguinte, o projeto
em estudo não atravessa nenhuma área sensível. No que concerne às áreas sensíveis correspondentes a
património classificado, assinalam-se, na envolvente as seguintes situações:
Dada a fase em que se encontra o desenvolvimento do Projeto (projeto de execução), a localização em estudo
para a implantação da SPTL encontra-se perfeitamente definida, assim como as dimensões da plataforma,
infraestruturas a edificar na plataforma, localização da estrada de acesso, bem como os traçados de entrada e
saída das linhas elétricas.
O projeto de execução avaliado define as estruturas e infraestruturas que constituem a subestação
propriamente dita. Neste, são apresentados os elementos mais significativos que possibilitam ter uma ideia da
amplitude da construção e respetivo impacte em termos da área a ocupar.
A obra é constituída por uma única fase, designada por Instalação Inicial constituída essencialmente pela
construção da plataforma e estrada de acesso à subestação onde se inclui em termos gerais, as seguintes
ações:
• Desmatação e corte de espécies arbóreas localizadas na área de intervenção – plataforma da
subestação e plataforma da estrada de acesso, incluindo os respetivos taludes;
• Decapagem dos terrenos, com aproveitamento dos solos para posterior recobrimento de taludes;
• Instalação de estaleiros e parque de material para os trabalhos de construção civil necessários à
construção da plataforma;
• Terraplanagem e construção da plataforma e do respetivo acesso, incluindo vedação e drenagem
pluvial;
• Construção das redes de serviço aos edifícios técnicos - abastecimento de água, drenagem, esgotos
pluviais e esgotos domésticos;
• Construção da infraestrutura para a futura instalação da Rede de Fibra Ótica;
• Abertura e tapamento de valas para execução da rede de terras;
O terreno de implantação situa-se no concelho de Ponte de Lima, numa zona florestal com cotas entre 180m
e 206m, numa zona relativamente acidentada, situando-se em meia encosta e apresentando um horizonte
geológico constituído essencialmente por xistos e corneanas do Silúrico (Sa) rodeados por granitos, que os
metamorfizaram.
De acordo com o estudo geológico e geotécnico, os trabalhos de prospeção demonstraram a ocorrência de
maciço xistento, decomposto até mais de 10,0m de profundidade, sob um horizonte de solos de recobrimento
com espessura até 2,5m. Nos três perfis realizados obtiveram-se resultados coerentes, com valores de
resistividade do terreno entre 1000 e 8000 Ohm.m até 10m de profundidade. Estes valores são concordantes
com o tipo de litologia presente, xistos metamórficos e granitos.
De acordo com os resultados obtidos da realização de perfis de refração sísmica permitem concluir que as
escavações a realizar serão com meios mecânicos convencionais.
Foram ainda realizados poços de reconhecimento, distribuídos pela área de implantação, para determinar a
espessura de terra vegetal, avaliar as condições de fundação dos aterros e recolher amostras.
As terras provenientes das escavações têm uma aptidão diversa para reutilizar na construção dos aterros,
exigindo uma adequada gestão na sua aplicação, tendo-se obtido materiais dos subgrupos A-1-b e A-4
(classificação AASHTO). Dado estar-se na presença de materiais evolutivos, tal como obtido no poço P2 (A-2-
4), não se recomenda a adoção destes materiais ao nível do coroamento da plataforma ou ao nível do leito
dos pavimentos.
Pelo exposto na tabela anterior, verifica-se que se prevê escavar, aproximadamente, um total de 234.449 m3
de terras (excluindo a decapagem). O volume de escavação será utilizado, nos trabalhos de aterro e de
regularização de taludes, desde que as suas características assim o permitam. De qualquer forma, verifica-se
ainda um excedente de terras a transportar para destino autorizado.
O volume da decapagem inicial será armazenado temporariamente em condições que permitam a sua
reutilização total no projeto da integração paisagística, bem como no recobrimento de taludes e na modelação
do terreno envolvente.
A estrada de acesso à plataforma da subestação, construída a partir da rua dos Moinhos, terá uma extensão
total de 275 m.
A rede de drenagem de águas pluviais destina-se a drenar as águas provenientes da plataforma da subestação,
da via de acesso, do terreno envolvente e das caleiras.
De acordo com a Memória Descritiva do projeto, não existe qualquer rede de infraestruturas de águas pluviais
na zona, mas existem dois pontos de escoamento preferencial. As águas geradas na plataforma da SE e no
acesso serão encaminhadas para estes pontos de escoamento preferencial.
4.2.3.1 Edificações
Os edifícios técnicos a construir - Edifício de Comando, Casas de Painel, Casa dos Serviços Auxiliares, tipo 2 e
Casa das Bombas - serão em estrutura de laje, pilar e viga e cobertura em betão, com paredes em alvenaria.
A cobertura dos edifícios é termicamente isolada, bem como as paredes exteriores, que são duplas, em
alvenaria dupla de tijolo, com caixa-de-ar. Ressalta-se que o isolamento térmico contribui para uma melhor
eficiência do funcionamento do sistema de ar condicionado.
Quanto aos acabamentos exteriores, a cobertura é feita com painéis de chapa de aço do tipo “ERFI” com
lacagem em “Poliéster” na cor branco RAL 9001 (para ambiente não corrosivo). A platibanda e o soco do
edifício (viga de fundação à vista) são em betão e terão um acabamento com uma tinta impermeabilizante
semi-espessa com elevada resistência às intempéries e excelente elasticidade e as paredes exteriores serão
revestidas a mosaico cerâmico do tipo “Nova Arquitetura” e cor “Verde Mar”.
Em termos de utilização, os edifícios denominados Casa de Painel, Casa de Serviços Auxiliares e Casa das
Bombas destinam-se exclusivamente à instalação de equipamentos.
Os edifícios apresentam-se com planta retangular e volumetria simples, com um único piso térreo e com as
seguintes tipologias:
Acesso à Subestação
A implantação da via de acesso à subestação terá uma extensão de 275m e desenvolve-se desde a plataforma
da SPTL até ao Caminho Municipal.
O traçado do Acesso à subestação está condicionado pela presença na sua proximidade de três mamoas, que
terão de ser protegidas no decorrer dos trabalhos. Para garantir este ajuste o acesso em planta é caracterizado
por 3 alinhamentos retos intercalados com curvas de raio de 45m.
Encontra-se ainda prevista uma sobrelargura à entrada da plataforma, de modo a facilitar a circulação,
especialmente dos veículos de maior comprimento.
Arruamentos interiores
A subestação de Ponte de Lima (SPTL), de código 44, encontra-se inscrita no Plano de Investimento da Rede
Nacional de Transporte (PDIRT), onde corresponde ao projeto PR0709.
A instalação da SPTL será desenvolvida em uma única fase, designada por Instalação Inicial, que compreende:
• 400 kV:
o 3 Painéis de Linha RNT (Vila Nova de Famalicão, Pedralva e painel para a linha de interligação
com a Rede Eléctrica de Espanha (REE)). A instalação inicial será assim formada por um Posto
de Corte a 400kV de ligação da RNT às linhas de 400 kV associadas ao novo eixo Minho-norte;
o 1 Painel de Transformadores de Tensão e Seccionador de Terra (TT/ST);
o Os painéis de 150kV e as unidades de transformação não serão construídos nesta obra.
Na Configuração Inicial da Subestação serão construídos os seguintes Edifícios Técnicos:
• 400 kV:
o 8 Painéis de Linha;
o 3 Painéis Autotransformador 400/150 kV - 450 MVA;
o 1 Painel de Interbarras, de Transformadores de Tensão e Seccionador de Terra (IB/TT/ST);
Na Configuração final, prevê-se o funcionamento dos Edifícios Técnicos a seguir indicados:
No nível de tensão de 400kV, as ligações de alta tensão distribuem-se por três planos, um inferior à cota 7
constituído pelas ligações tendidas entre a aparelhagem AT, um plano médio à cota 12,05 constituído pelos
barramentos rígidos apoiados e um plano superior à cota de 23 m constituído pelas ligações tendidas entre
pórticos de amarração interiores.
Todos os disjuntores previstos são de corte em meio de hexafluoreto de enxofre (SF6), sendo acionados por
molas.
A subestação está dimensionada para a instalação máxima de tês autotransformadores trifásicos 400/150 kV
com potência que pode ascender aos 450 MVA. Na presente obra correspondente à fase inicial não serão
instalados autotransformadores. Estes, serão montados em futuras ampliações de uma forma faseada e
dependente da necessidade de reforço da rede de 150 kV na região.
O Projeto de Integração Paisagística (PIP) foi delineado visando a minimização do impacto visual da subestação
de Ponte de Lima através do enquadramento estético das instalações na paisagem envolvente, considerando
a natureza ecológica do local, a recuperação dos sistemas naturais afetados pela implantação desta
infraestrutura elétrica e a sustentabilidade temporal da evolução do projeto.
A marcação da propriedade da REN é realizada de duas formas – com marcos de limite de propriedade e por
uma vedação de arame e postes de madeira. Nos vértices da extrema de limite de propriedade da REN colocar-
se-ão marcos, em betão com as letras REN, em baixo relevo.
A vedação da propriedade será com rede em arame galvanizado, apoiada em postes em madeira tratada, no
perímetro da área de expropriação para a instalação da subestação de Ponte de Lima e nas laterais da via de
acesso à subestação, de forma a não permitir o acesso de pessoas estranhas à propriedade da REN.
No decurso da empreitada de construção da SPTL serão utilizados dois estaleiros. Numa fase inicial da obra,
durante os trabalhos de movimentação de terras e até à construção da plataforma da subestação e sua
vedação, o estaleiro ficará implantado em local externo, na envolvente da plataforma em terreno da REN, SA.
Este estaleiro, para além de prever instalações destinadas ao seu pessoal, deverá prever também, instalações
para o normal decorrer de uma empreitada.
Deverão ficar definidos em planta, para além das instalações referidas, os locais para:
O armazenamento de combustíveis, óleos e outros lubrificantes deverá ser efetuado em área coberta e sobre
meios de contenção, sendo que as operações de abastecimento de combustível e manutenção de
equipamento deverão recorrer à utilização de bacias de retenção.
Os efluentes domésticos gerados no estaleiro serão encaminhados para elementos amovíveis e estanques dos
quais serão recolhidos por empresa especializada que se responsabilizará pela sua condução a estação de
tratamento adequada.
O abastecimento de água será feito por camiões-cisterna sendo a distribuição realizada através de depósito
de capacidade adequada ao número de trabalhadores.
O fornecimento de combustível às diversas máquinas previstas para a execução da obra será efetuado através
de um veículo com depósito homologado para transporte de combustível.
A área de Estaleiro será vedada, de acesso restrito por portão, devidamente sinalizada nos termos
regulamentares.
Com a desmontagem do estaleiro, as respetivas áreas serão repostas nas condições originais.
No que respeita aos resíduos, serão seguidos os princípios de triagem na origem, armazenamento adequado,
transporte e destino final licenciados, optando-se se possível pela sua valorização.
Será elaborado um Plano de Segurança e Saúde (PSS), identificando os riscos inerentes à especificidade dos
trabalhos a executar, quer de construção civil, quer de montagem elétrica e mecânica. Este documento
específico, complementar ao Projeto, será elaborado de acordo com a legislação aplicável, nomeadamente o
Decreto-Lei n.º 273/03, de 29 de outubro, e reunirá a informação relevante em matéria de segurança e saúde
que se mostre adequada à minimização do risco de ocorrência de acidentes, identificando, nas diversas
atividades, os riscos inerentes à sua execução e propondo soluções que eliminem esse risco e, na
impossibilidade de o eliminarem, o minimizem.
A construção da subestação envolve as atividades usuais em projetos deste tipo, não se esperando a
necessidade de operações ou condições especiais na sua construção encontram-se assim previstas as
seguintes ações:
Com a publicação do Decreto-Lei n.º 46/2008, de 12 de março, com as alterações introduzidas pelo Decreto-
Lei n.º 73/2011, de 17 de junho, e da Portaria n.º 417/2008, de 11 de junho, sobre a gestão dos resíduos de
construção e de demolição, a REN, SA adaptou os seus planos de gestão de resíduos, para dar cabal
cumprimento a esta legislação. Em sede de projeto de execução elaborou-se também um Plano de Prevenção
e Gestão de Resíduos de Construção e Demolição (PPGRCD), elaborado no âmbito do projeto da subestação.
Face às características da subestação, não haverá pessoal em permanência diária nas instalações. A deslocação
de trabalhadores à instalação será previsivelmente pontual, para a realização de trabalhos de reparação,
conservação e eventual operação.
No que se refere à operação da subestação, haverá um Sistema de Comando e Controlo (SCC) que será objeto
de projeto específico, devendo estar de acordo com os princípios que têm vindo a ser adotados pela REN para
a Rede de Transporte.
• Limpeza de isoladores;
• Verificações de circuitos;
• Verificação de SF6 nos disjuntores;
• Conservação do comando de seccionadores;
• Verificação do eletrólito e ensaios nas baterias.
Importa referir que, como regra geral, as subestações não são desativadas, sendo antes objeto de
remodelações, que consistem na substituição de equipamentos obsoletos ou insuficientes e visando a melhoria
do funcionamento da instalação. Os equipamentos substituídos são em geral instalados noutras instalações
similares, desde que ainda possuam valia técnica.
Os equipamentos obsoletos são eliminados como resíduos e a sua gestão obedece aos seguintes princípios:
• Triagem na origem.
• Armazenamento adequado.
• Transporte licenciado.
• Operação preferencial: valorização.
Calendarização
A calendarização prevista para o projeto em estudo considera que o início da construção ocorra em no primeiro
trimestre de 2021, com a respetiva entrada em serviço em 2022.
A linha Pedralva – Ponte de Lima (já construída) e a linha Ponte de Lima Vila Nova de Famalicão (em construção)
são projetos associados ao Projeto em estudo e os seus traçados serão ajustados por forma a garantir a
compatibilização com a futura subestação de Ponte de Lima. Na figura seguinte apresenta-se a evolução entre
a situação atual e a futura.
As intervenções necessárias a esta compatibilização e a avaliação dos impactes destas atividades, estão
descritas no Capítulo relativo aos Impactes Cumulativos.
A linha Ponte de Lima – Fronteira espanhola é também um projeto associado, mas será objeto de EIA e AIA
autónoma, em consonância com os estudos que estão a ser efetuados pela rede Elétrica de Espanha.
A subestação de Ponte de Lima (SPTL), a 400/150kV, está integrada na construção do novo eixo da Rede
Eléctrica Nacional (REN), a 400kV, na região do Minho, com uma nova interligação a Espanha que permitirá
aumentar a capacidade técnica de trocas de energia entre a REN e a sua congénere REE.
A decisão de concretização do eixo a 400 kV entre a fronteira com Espanha no Minho e a zona do Porto
resultou das análises técnicas de fiabilidade e segurança efetuadas sobre o funcionamento do SEN, tendo em
atenção, em observação dos objetivos nacionais de política energética, a necessidade de:
i. possibilitar a integração de nova geração, em particular de montantes consideráveis de energia de
origem renovável,
ii. dar condições para o funcionamento dos mercados (no âmbito do MIBEL)
iii. assegurar uma adequada alimentação aos consumos.
De facto, nesta região teve lugar, em 2015 e 2016 respetivamente, a colocação em serviço dos reforços de
potência de Salamonde II e de Frades II, na bacia do Cávado, representando um montante aproximado de
nova potência perto de 1 000 MW. A este valor juntar-se-á no curto prazo um adicional de cerca de 1150 MW,
associado aos aproveitamentos hidroelétricos de Gouvães, Daivões e Alto Tâmega, localizados na bacia do
Tâmega e cuja integração com a RESP terá também uma ligação elétrica com a estrutura da RNT existente no
Minho.
Paralelamente aos objetivos de integração de renovável referidos, destacam-se também as metas de
capacidade de interligação fixadas no âmbito em MIBEL e acordadas em Cimeira Ibérica entre os governos
português e espanhol, que apontam para um valor mínimo de capacidade interligação de 3 000 MW em ambos
os sentidos (de Portugal para Espanha e vice-versa), valor este que ficará assegurado após o estabelecimento
da prevista nova interligação entre o Minho e a Galiza, ligando as novas subestações de Ponte de Lima, em
Portugal, com a de Fontefría, em Espanha, de acordo com os estudos conjuntos realizados de forma
coordenada pelos operadores das redes de transporte de Portugal e de Espanha.
Este reforço da capacidade de interligação entre Portugal e Espanha é igualmente importante para o
cumprimento das metas de 10% em 2020 e de 15% em 2030 para o rácio da capacidade de interligação vs a
potência de produção instalada, definidas em sede de Resoluções do Conselho da Europa de Março de 2002
e Outubro de 2014, respetivamente, e traduzida nos objetivos do PNEC 2021-2030.
Por outro lado, este eixo a 400 kV a implementar entre a fronteira com Espanha no Alto Minho e a atual
subestação de Vila Nova de Famalicão, passando, co\mo assinalado, pela nova subestação de Ponte de Lima
e a partir da qual se articulará com a atual subestação de Pedralva através de uma linha da RNT já existente,
melhorará significativamente a fiabilidade e segurança de alimentação à subestação de Vila Nova de Famalicão,
esta servindo consumos localizados nos concelhos de Vila Nova de Famalicão, Póvoa do Varzim e Vila do
Conde.
De salientar também neste contexto, que a abertura da nova subestação de Ponte de Lima cria igualmente
condições para o reforço e melhoria das condições de alimentação aos consumos no Minho que são
presentemente servidos pelas subestações da RNT de Vila Fria e de Oleiros.
De facto, com a prevista instalação de autotransformação 400/150 kV na subestação de Ponte de Lima evita-
se a necessidade futura de construção de novas linhas de 150 kV a partir de Pedralva para apoio a Oleiros/Vila
Fria, linhas essas que seriam de apreciável extensão, com dificuldade de obtenção de traçado viável sob o
ponto de vista socioambiental e com custos de implementação mais elevados.
Caracterização Geral
Do ponto de vista, das Unidades Litológicas, a área de estudo localiza-se sobre Formações Sedimentares e
Metamórficas, compostas essencialmente por xistos e grauvaques. No que respeita ao tipo de solos a
subestação desenvolve-se, na totalidade em cambissolos. Os cambissolos são solos relativamente espessos,
com um horizonte rico em matéria orgânica, possuindo uma textura média a fina, na maioria dos quais a rocha-
mãe foi derivada de depósitos aluvionares, coluviais e eólicos. Surgem em zonas de altitude e de declive
moderado e são solos com aptidão agrícola, adequados a culturas perenes como o castanheiro.
Quanto à classificação das classes de capacidade de uso do solo, na área de estudo ocorrem solos de
capacidade de uso A e F, no entanto realça-se que na área de implantação da subestação e seu acesso, apenas
ocorrem solos de capacidade de uso tipo F, correspondente a um uso com limitações muito severas do solo e
de baixa aptidão agrícola.
A classe de ocupação do solo dominante corresponde a espaços florestais, com espécies de eucalipto e
pinheiro bravo, que predominam na área de estudo e em particular onde se insere a plataforma da subestação
e respetivo acesso.
Em termos socioeconómicos a tendência demográfica das freguesias enquadradas noo projeto é para a perda
de população e para o envelhecimento. No que respeita à estrutura económica verifica-se que de uma forma
geral, Ponte de Lima apresenta a mesma tendência nacional e regional em que os setores secundário e terciário
são os mais representativos. Tem-se registado uma melhoria na taxa de desemprego, a nível nacional e
regional, acompanhando a retoma económica do país. No concelho de Ponte de Lima, a problemática do
desemprego segue aproximadamente a tendência regional, verificando-se uma oscilação ao longo do ano de
2019, com o valor mínimo a ser atingido no mês de novembro de 2019.
Quanto aos campos eletromagnéticos, os valores limites de exposição do público, para os campos elétrico e
magnético à frequência de 50 Hz são, respetivamente, 5 kV/m (RMS) e 100μT (RMS)1. É de salientar que, com
base em medições já efetuadas em outras instalações da REN, já em exploração e com o layout equivalente ao
da subestação em estudo, prevêem-se à cota de 1,8m, na vizinhança dos equipamentos e ligações AT, valores
máximos para o campo elétrico e para o campo eletromagnético, muito aquém das recomendações do
mencionado ICNIRP e CENECLEC, que apontam para valores máximos de 30kV/m e 500µT, como valores limite
a estabelecer para trabalhadores expostos durante algumas horas diárias (exposição ocupacional). Dado que
o público em geral não terá acesso ao interior das instalações (a subestação é vedada), os únicos campos
eletromagnéticos a que o mesmo estará exposto serão os originados pelas linhas que amarram nos pórticos
da subestação.
No entanto, com base em análises comparativas com cálculos teóricos e medições efetuadas em linhas
similares de todo o mundo, pode concluir-se que os valores dos campos sob qualquer linha da REN de
qualquer nível de tensão, se encontram abaixo dos limites referidos.
Relativamente ao ambiente sonoro os resultados obtidos das medições efetuadas e a apreciação qualitativa
das condições observadas na envolvente da subestação, permitem concluir que atualmente o ambiente sonoro
nos locais com ocupação humana mais próximos da subestação não se encontra perturbado. No âmbito do
Estudo de Condicionamento Acústico desenvolvido para a localização da subestação, tendo em conta os
recetores sensíveis identificados, foram selecionados pontos de medição sonora com o objetivo de fazer a
caracterização do ambiente sonoro característico dos locais.
Os resultados obtidos (descritos no capítulo do ambiente sonoro) permitem concluir que os níveis sonoros
obtidos, implementando medidas de condicionamento, para a Configuração Final, que consistem na instalação
de uma Reactância Shunt (RS1) com condicionamento, verifica-se o cumprimento do Critério de
Incomodidade, para todos os recetores analisados, para a Configuração Final com Condicionamento com e
sem ventilação forçada.
Relativamente aos sistemas ecológicos foi efetuada uma caracterização, através de trabalho de campo,
consulta de especialistas e de pesquisa bibliográfica, tendo sido inventariadas 21 espécies RELAPE (Raras,
É de referir que se encontram elencadas para a área de estudo um total de 37 espécies exóticas, cerca de 11%
das espécies elencadas para a área, sendo que a presença de três destas espécies foi confirmada em campo:
austrália (Acacia melanoxylon), cedro-do Buçaco (Cupressus lusitanica) e eucalipto (Eucalyptus globulus).
De entre as espécies exóticas elencadas para a área de estudo contam-se 13 espécies com carácter invasor
(Plantas invasoras em Portugal, 2019), sendo que apenas a presença de uma destas espécies foi confirmada na
área de estudo, a austrália.
Salienta-se que não foram identificados quaisquer habitats incluídos no Anexo B-I do Decreto-Lei n.º 140/99,
de 24 de abril, alterado pelo Decreto-Lei nº 49/2005, de 24 de fevereiro, na área de estudo.
No que se refere à fauna foram inventariadas um total de 111 espécies de vertebrados terrestres: oito anfíbios,
cinco répteis, 86 aves e 12 mamíferos. De entre as espécies elencadas contam-se oito espécies ameaçadas
(apenas 7% das espécies elencadas): um anfíbio, seis aves e dois mamíferos.
No que diz respeito à avifauna, inventariaram-se 86 espécies de aves, pertencentes a 44 famílias. A maioria das
espécies elencadas são residentes e migradoras reprodutoras. Durante o trabalho de campo foi possível
confirmar a presença de 12 espécies de aves. De entre as espécies elencadas, destacam-se seis espécies que
apresentam estatuto de conservação desfavorável: o açor (Accipiter gentilis), o garçote (Ixobrychus minutus), o
noitibó-cinzento (Caprimulgus europaeus), o bútio-vespeiro (Pernis apivorus), a ógea (Falco subbuteo) e o
falcão-peregrino (Falco peregrinus) todas classificadas como “Vulneráveis” de acordo com o Livro Vermelho
dos Vertebrados de Portugal (Cabral, et al., 2006). Existem ainda duas espécies classificadas como “Quase
ameaçadas”, o corvo (Corvus corax) e o rouxinol-dos-caniços (Acrocephalus scirpaceus). É de referir que a
presença de nenhuma das espécies ameaçadas elencadas foi confirmada em campo. Não existem na
envolvente da área de estudo áreas críticas ou muito críticas para as aves (ICNB, 2010).
A área de estudo está abrangida por diversos instrumentos de ordenamento do território, nomeadamente:
• Plano Director Municipal (PDM) de Ponte de Lima;
• Plano Regional de Ordenamento do Território do Norte (PROT-Norte);
• Planos Sectoriais:
o Plano de Gestão da Região Hidrográfica do Minho e Lima (RH1);
o Plano Nacional da Água;
o Plano Rodoviário Nacional;
o Plano Regional de Ordenamento Florestal Entre Douro e Minho;
o Plano de Gestão de Riscos de Inundações da Região Hidrográfica do Minho e Lima (RH1).
De acordo com o PDM, a área de implantação do projeto, se encontra em Espaço não urbano, nas categorias:
“Área predominantemente florestal de produção livre” e “Área arqueológica”.
Em termos paisagísticos, a região onde se insere o projeto localiza-se no grupo de paisagem denominado por
Entre Douro e Minho, particularmente na unidade paisagística Entre Lima e Cávado.
O clima da região apresenta sobretudo caraterísticas de um clima temperado com estação seca no Verão. O
Verão é quente e seco, e o Inverno é instável e húmido, caracteristicamente com climas mesotérmicos com
chuvas no Inverno e estações de Verão e Inverno bem definidas.
No que respeita à qualidade do ar verifica-se que a área do projeto se implanta em território em que as
principais fontes de poluição atmosférica têm origem no setor dos transportes, particularmente o rodoviário,
pelo que é expectável que os principais poluentes atmosféricos existentes no local do projeto sejam, assim, os
característicos das emissões automóveis, nomeadamente: monóxido de carbono (CO), dióxido de azoto (NO 2)
e partículas em suspensão com diâmetro inferior a 10 µm (PM10).
Relativamente à qualidade das águas superficiais, não foi possível uma análise detalhada com recurso a análise
de dados de estações de monitorização da qualidade da água uma vez que são inexistentes na área de estudo.
Recorreu-se então, à consulta do visualizador do Sistema Nacional de Informação de Ambiente, e onde se
mostra que a linha de água identificada como ribeira do Nevoínho, está classificada, no âmbito do Estado
Global da Massa de Água como “Bom e Superior”, do ponto de vista ecológico natural está classificada como
“Bom”.
Por outro lado, a evolução do ordenamento do território da área de estudo será maioritariamente
independente da existência do projeto e ditada apenas pelo grau de implementação das políticas locais e
regionais preconizadas. Em matéria de ocupação do solo, e considerando as tendências demográficas e
socioeconómicas atuais da área de estudo, não se prevê igualmente qualquer evolução digna de nota.
Impactes
O EIA destina-se a identificar e avaliar os principais impactes no ambiente que possam resultar da construção
e exploração sa subestação de Ponte de Lima. A análise de impactes específicos associados à implementação
do projeto, foi realizada para a fase de construção, à qual se associam impactes de natureza mais temporária,
para a fase de exploração, responsável por impactes mais permanentes e expressivos, e para a fase de
desativação.
Esta análise foi feita para os vários aspetos de caráter biofísico e socioeconómicos e a classificação dos
impactes resultou numa graduação em três níveis: significativo, moderadamente significativo e não
significativo.
Como em qualquer empreendimento, a fase de construção da subestação em análise terá efeitos negativos no
ambiente ao nível da área a ocupar diretamente pela plataforma e acesso, implicando, ainda, uma ocupação
temporária do terreno para os estaleiros e outras áreas de suporte, incluindo as áreas de trabalho na
envolvente. Deste modo, poderão ocorrer afetações de valores naturais, paisagísticos e da população residente
na proximidade da obra.
As atividades construtivas inerentes a este tipo de projetos, passíveis de induzir impactes negativos, estão
relacionadas com as desmatações e decapagem do solo, terraplenagens, execução das fundações das
estruturas metálicas e equipamentos, instalação dos estaleiros, colocação de cabos e acessórios e ainda, a
construção dos edifícios. Estas atividades poderão ser responsáveis por uma degradação pontual da qualidade
do ar (devido, essencialmente, à emissão de poeiras), aumento dos níveis de ruído, afetação de habitats,
vegetação e fauna, interferências com sítios de interesse patrimonial e intrusão visual e afetação da qualidade
de vida da população que reside mais próximo da obra.
A construção da subestação originará, ainda, a produção de resíduos diversos, incluindo os resíduos gerados
no estaleiro, os resíduos vegetais resultantes das operações da desmatação e os resíduos de betão resultantes
da execução das fundações e edifícios. Desde que seja assegurado o cumprimento das especificações técnicas
da REN em vigor relativas a gestão e destino final de resíduos produzidos em obra, não se prevê que a sua
existência possa causar efeitos negativos no ambiente.
Os aspetos a reter para cada descritor durante a fase de construção descrevem-se seguidamente:
Os impactes sobre a geologia estão relacionados com a destruição e/ou afetação das camadas superficiais das
formações geológicas devido à escavação necessária para a plataforma da subestação e respetivo acesso,
podendo, ainda, ocorrer uma compactação dos solos e das formações superficiais pela circulação de
maquinaria pesada na envolvente do projeto. Assim, considera-se que embora os impactes esperados sejam
negativos, permanentes, diretos, de magnitude reduzida e pouco significativos. No que se refere à ocorrência
de recursos geológicos, o projeto em estudo, bem como grande parte do concelho de Ponte de Lima, está
Os impactes nos solos resultam da necessidade de ocupar uma área, para a plataforma da subestação e
respetivo acesso, bem como alguma área envolvente para o estaleiro (no interior de propriedade REN). Esta
ocupação será temporária nesta última, sendo irreversível na zona onde será instalada a plataforma e o acesso.
Do ponto de vista dos impactes nos solos, verifica-se que a totalidade dos apoios em estudo afetará
cambissolos, que são solos relativamente espessos, com um horizonte rico em matéria orgânica, pelo que se
trata de um impacte negativo e pouco significativo.
Os impactes no uso do solo resultam igualmente da necessidade de ocupar a área envolvente e a área da
plataforma e respetivo acesso. Esta ocupação será temporária no que se refere à área do estaleiro, sendo
permanente para a plataforma e acesso.
No que respeita à capacidade de uso do solo verifica-se que a área da subestação e acesso estão classificadas
como classe F, que apresenta características semelhantes às classes D e E, ou seja, que são solos que não são
suscetíveis de utilização agrícola. Quanto à ocupação florestal, os impactes relacionam-se com a necessidade
de proceder ao abate e/ou decote de vegetação para a implantação da subestação e acesso, que se situa em
floresta de pinheiro bravo e florestas de eucalipto. Os impactes sobre a ocupação florestal são considerados
negativos, diretos, de elevada magnitude e moderadamente significativos.
Na fase de construção ocorrem impactes positivos ao nível do ambiente social como seja a potencial geração
de emprego na obra e decorrentes da presença de trabalhadores, introduzindo potencialmente alguma
dinâmica económica (restauração e alojamento), embora estes impactes apresentem um caráter temporário e
uma incidência muito local, considerando-se de magnitude reduzida e não significativos. Acrescem-se os
impactes negativos, igualmente aplicáveis em matéria de saúde humana, que resultam da perturbação /
afetação temporária da qualidade de vida da população residente nas imediações das obras, sendo os impactes
considerados localizados e temporários, mas de médio significado, face à existência de pequenos aglomerados
na proximidade da subestação.
Os principais efeitos negativos sobre a ecologia, em especial sobre a flora, biótopos e habitats, estão
relacionados com a construção da subestação e respetivo acesso e outras estruturas temporárias de apoio à
construção. O impacte é negativo, direto e certo. A magnitude do impacte é média, salientando-se, que as
espécies potencialmente afetadas são maioritariamente de baixo valor ecológico. Este é um impacte definitivo,
de âmbito local e, pelas características acima descritas, pouco significativo.
Relativamente à fauna, o impacte caracteriza-se como sendo negativo, indireto e provável. A magnitude do
impacte é média, tendo em conta a área da obra. Considera-se que as espécies potencialmente afetadas por
este impacte são maioritariamente de baixo valor ecológico, embora possam utilizar a área de estudo e a sua
envolvente; da alteração e perturbação do comportamento de espécies faunísticas existentes na área e ao
aumento do risco de atropelamento de espécies de menor mobilidade (anfíbios e répteis), devido ao aumento
da atividade humana durante a fase de construção.
Ao nível das condicionantes, servidões e restrições de utilidade pública, dada a área e o desenvolvimento do
projeto, é inevitável que a implantação física das infraestruturas em estudo venha a afetar áreas condicionadas.
A afetação destas áreas pela implantação da subestação em estudo constituir-se-á, assim, como um impacte
negativo, que se inicia na fase de construção e que se mantém durante a fase de exploração. Será expectável
que, independentemente das medidas e recomendações consideradas neste EIA, que o projeto gere os
seguintes impactes negativos, potencialmente significativos: localização em solos classificados como Reserva
Ecológica Nacional (REN).
Relativamente aos impactes no ambiente sonoro as atividades construtivas afetam a generalidade dos
recetores identificados que distam menos de 100 m, sendo que no caso da construção da subestação distam
todos a uma distância superior, prevendo-se, neste caso, a ocorrência de impactes negativos, localizados,
certos, temporários, de média magnitude, e de baixo significado, atendendo à emissão de níveis sonoros
superiores ao característico destes locais.
Os efeitos do projeto sobre a paisagem durante a construção estão relacionados com a “desorganização" da
mesma nos locais mais próximos aos trabalhos de construção. Tal irá produzir o aparecimento de zonas de
descontinuidade visual e funcional entre o espaço que, anteriormente, se apresentava fundamentalmente
homogéneo. Os impactes visuais terão previsivelmente maior significado nas zonas com maior proximidade e
acessibilidade visual à área de intervenção, bem como maior número de observadores potenciais,
considerando-se negativos, diretos, temporários, reversíveis, diretos, de baixa magnitude e pouco
significativos, dada a reduzida dimensão do projeto e das duas componentes mais visíveis.
De uma forma global os impactes sobre os elementos patrimoniais identificados em trabalho de campo serão
diretos, e tendo em conta a sua natureza, estes configuram-se como relevantes. Considerando a necessidade
de trabalhos adicionais em fase prévia à obra, temos os seguintes: ocorrência 1 impactes não determinados
nesta fase; Sítio 2, estão previstos impactes negativos, mas provavelmente indiretos, mas ainda assim
relevantes pelo facto de no subsolo poderem existir vestígios arqueológicos relacionados com o processo
construtivo dos tumulus; O monumento 3, que se encontra em situação análoga ao sítio 1; O monumento 4,
prevendo-se a ocorrência de impactes negativos, possivelmente indiretos, ainda assim relevantes e de
significância mediana a elevada; Ocorrência 5, prefiguram-se impactes diretos e negativos, ainda que pouco
relevantes tendo em conta a natureza e valor patrimonial deste elemento etnográfico, sendo neste caso
facilmente minimizáveis; O sítio 8, considerando o facto de existirem fortes indícios que a dispersão dos
vestígios se prolonga para lá da área escavada prefigura impactes diretos, negativo, bastante relevantes e
irreversíveis.
Relativamente aos recursos hídricos superficiais, os impactes da subestação em estudo prendem-se com a
afetação de cursos de água pela circulação de máquinas e veículos de acesso à obra, na proximidade imediata
das linhas de água secundárias. Tendo em conta o facto de a construção da plataforma da subestação obrigar
ao desvio de uma linha, este impacte será permanante para a fase de exploração. No que diz respeito aos
Os impactes na ocupação do solo durante a fase de exploração prendem-se com as restrições a usos do solo
futuros (dentro da propriedade da subestação) e com a manutenção da ocupação irreversível do solo. Sobre
estas áreas os impactes decorrem ainda da necessidade de corte e/ou decote pontual de árvores da faixa de
proteção à subestação. Deste modo, o projeto será responsável por impactes negativos mas de significado
médio e bastante inferiores aos verificados na fase de construção.
Relativamente ao ambiente social, assinalam-se impactes positivos associados à maior eficácia e qualidade nos
serviços de fornecimento de energia. Mas a presença e funcionamento da subestação, poderá ser igualmente
responsável por alguns impactes negativos,« e outros efeitos não quantificáveis, associados à perceção dos
riscos e inconvenientes da presença das infraestruturas. Tais efeitos são muito dificilmente quantificáveis não
devendo, no entanto, deixar de ser tomados em consideração como "reais" para quem os vive. Na fase de
exploração do projeto surgem impactes positivos relacionados com a provável melhoria das acessibilidades
dos terrenos situados nas imediações da subestação, para além do reforço das condições de escoamento de
energia, já referidas. Salienta-se que o projeto cumpre todas as disposições legais em vigor relativamente a
temas relativos à saúde pública (campos eletromagnéticos, ruído e afastamento a habitações).
No que diz respeito a questões ligadas à saúde humana, verifica-se que o projeto dá cumprimento ao disposto
na legislação ambiental em vigor, em matéria de emissão de ruído e produção de campos eletromagnéticos,
não sendo responsável por qualquer outro efeito/impacte a este nível.
Ao nível da ecologia a existência e funcionamento da subestação potencia impactes negativos sobre a avifauna
em geral. A magnitude deste impacte é baixa (dada a reduzida extensão das estruturas de ligação) e as espécies
potencialmente afetadas maioritariamente de baixo valor ecológico, com exceção do açor, ógea e noitibó-
cinzento. Na área de estudo, contudo, não se atravessam áreas sensíveis para a avifauna, nem ocorrem
atravessamentos de corredores ecológicos.
No tocante ao ambiente sonoro, a análise dos resultados das estimativas sonoras efetuadas permite concluir
que não se prevê a ocorrência de impactes negativos no ambiente sonoro com recursos às medidas de
minimização propostas.
Durante a exploração da subestação, não se prevê qualquer interferência com o normal escoamento das linhas
de água uma vez que os impactes se iniciam na fase de construção e assumem um caráter permanente na fase
de exploração, não ocorrendo quaisquer impactes nos recursos hídricos e qualidade da água.
Não se espera que, durante a concessão da Rede Nacional de Transporte à REN, S.A., ocorra a desativação
efetiva da subestação em análise no presente estudo. De uma forma geral os impactes negativos inerentes à
fase de desativação serão semelhantes aos que ocorrem para a fase de construção, contudo, resultam impactes
potencialmente positivos ao nível da ocupação do solo, condicionantes, ordenamento do território,
componente social e paisagem, no caso da remoção total das infraestruturas e libertação do espaço ocupado.
Impactes Cumulativos
Consideraram-se os principais projetos na envolvente que serão passíveis de gerar impactes cumulativos,
conforme anteriormente descrito no EIA, designadamente:
No entanto, uma vez que se trata duas infraestruturas de natureza semelhante, sendo que uma das Linhas
Elétricas já é existente e a outra é a construir, de um modo geral, não se antevêem alterações de muito elevado
significado ou com elementos diferenciadores ou extraordinários que as distingam, quer visual e
paisagisticamente, quer no âmbito dos restantes descritores.
Medidas de Minimização
No âmbito do EIA foram apresentadas medidas de minimização consideradas adequadas para evitar e/ou
reduzir os impactes negativos e para potenciar os impactes positivos associados ao projeto em estudo.
• Sinalizar os exemplares adultos de espécies arbóreas autóctones e zonas de bosque misto junto às
áreas a intervencionar de forma a evitar a sua afetação. Esta sinalização deverá ser mantida durante
o período em que a obra decorre;
• Cumprir as disposições do Regulamento Geral do Ruído, requerer a emissão de uma licença especial
de ruído, para a realização de atividades ruidosas fora do período diurno e garantir a presença em
obra unicamente de equipamentos que apresentem homologação acústica;
• Garantir o acompanhamento arqueológico de todas operações que impliquem revolvimento do solo
ou remoção de terras, como sejam decapagens do solo até à rocha, escavações; este
acompanhamento deverá ser executado de forma contínua, estando o número de arqueólogos
dependente do número de frentes de trabalho simultâneas e da distância entre elas, de forma a
garantir um acompanhamento arqueológico adequado, devendo garantir-se o cumprimento das
medidas de minimização definidas;
• Sinalizar, conservar e fazer o registo documental das ocorrências que vierem a ser potencialmente
afetadas em fase de obra.
Monitorização
De acordo com a avaliação efetuada e no âmbito dos descritores em análise não se prevê a implementação
de Planos de Monitorização.
N
224000
224000
223000
223000
ESTE DESENHO É PROPRIEDADE DA FUTURE PROMAN. NÃO PODE SER UTILIZADO, REPRODUZIDO NO TODO OU EM PARTE OU COM UNICADO A TERCEIROS SEM A SUA EX PRESSA AUTORIZAÇÃO.
-39000 -38000
Simbologia
Área de Estudo (Buffer 500m)
Subestação de Ponte de Lima
Plataforma REV DATA RESP DESCRIÇÃO
REVISÃO
Caminho de acesso
Talude CLIENTE
Ba se Cartográfica: Carta Militar de Por tugal - 1/25000 (Folha 41), IGEOE
PROJETO
ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL
DA SUBESTAÇÃO DE PONTE LIMA
Sistema de Coordenadas: ETRS 1989 Portugal TM 06
DESIGNAÇÃO
IMPLANTAÇÃO DO PROJETO
Andreia Rocha ESCALAS DESENHO Nº FOLHA REVISÃO
2
RESP.