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ESPAÇO DO PROFESSOR

O QUE FAZ O MAESTRO?

MÚSICA
guia de ícones

assistir, apresentar (vídeo)

observar, ver (imagens)

ouvir, colocar (música) para tocar

pesquisar, aprofundar, procurar

analisar, questionar, elaborar hipóteses, comentar (questionando)

discutir, conversar

demonstrar, experimentar, cantar, praticar (exercícios de música)

dica
título
O que Faz o Maestro?

apresentação
Compreender os gestos de um maestro e praticá-los é uma maneira lúdica
de desenvolver os elementos musicais.

objetivos
••Compreender os gestos de um maestro e sua função frente a um grupo musical;
••Treinar a percepcão musical;
••Treinar a coordenação motora;
••Aprender os elementos musicais relacionados à dinâmica, à intenção
e ao ­andamento;
••Estimular a criatividade.

áreas do segmento
conhecimento
Ensino Fundamental I e II,
Música. Ensino Médio e EJA.

duração recursos necessários


De 1 a 3 aulas. ••Aparelho de som;
••Recurso audiovisual.
desenvolvimento

1º MOMENTO

O maestro ou regente é responsável por manter os músicos tocando juntos


com o mesmo ritmo e a mesma interpretação. Esse grupo de músicos pode ser
um coral (grupo de vozes), uma banda, um pequeno grupo de instrumentos ou
uma orquestra sinfônica. No site da Enciclopédia Itaú Cultural, peça para que
os alunos procurem alguns nomes de maestros e façam a leitura do verbete,
anotando o que acham mais interessante.

Sugestões de maestros brasileiros: José Maurício Nunes Garcia, Heitor


­Villa-Lobos, Radamés Gnattali, Camargo Guarnieri, Rogério Duprat, Julio
Medaglia, Aylton Escobar e John Neschling.

2º MOMENTO

A função do maestro
Apresente vídeos curtos, mostrando a atuação de alguns maestros. Em seguida,
pergunte à classe o que sabem e o que pesquisaram nos verbetes da Enciclo-
pédia Itaú Cultural a respeito do que faz um maestro. Depois dos comentários,
explique que manter a sintonia do grupo é a principal atividade do maestro.
Ele faz isso passando o máximo de informações de maneira clara para os
músicos. Essas informações são transmitidas por meio de todo o seu gestual,
principalmente braços, mãos e rosto. Questione os alunos sobre os gestos e a
“varinha” utilizada por ele. Indague sobre quais devem ser os conhecimentos
de quem exerce esse tipo de trabalho.

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Maestros de orquestra costumam usar um instrumento chamado batuta na mão
direita. A batuta é aquela “varinha”, que funciona como uma extensão das
mãos, facilitando a visualização das informações. Cada músico, seja ele cantor
ou instrumentista, precisa saber executar sua parte no conjunto. Já o maestro
precisa conhecer todas as partes da música que irá reger e saber as característi-
cas de todos instrumentos e vozes para poder coordenar o grupo. É necessário
um conhecimento musical enorme, um excelente ouvido e muita coordenação
motora. Cada maestro desenvolve sua maneira de reger, sua assinatura. Vamos
conhecer a seguir algumas funções, básicas e gerais, desta profissão.

Muita gente tocando ao mesmo tempo pode gerar confusão. O elemento que
une os músicos é o ritmo. O maestro conecta os músicos e fala, sem palavras, o
que precisa ser feito. Para isso, utiliza as mãos, os braços e o rosto, sendo o olhar
muito importante. O maestro é responsável por dar o pulso (ritmo contínuo,
como a batida do coração) e o andamento da música para que todos toquem
juntos. Ele pode fazer isso com as duas mãos ou com apenas uma delas. Essa
função é constante e se mantém durante toda a música. Com a mão que está
livre, o maestro dá as entradas para os grupos de instrumentos ou vozes, as
intensidades (forte, piano), as mudanças de andamentos e os cortes. Com a
cabeça, o maestro pode dar as entradas, passar o sentimento e a dramaticidade
musical, além de auxiliar os cantores, dublando o texto.

Ao final da conversa, sistematize com a turma a função do maestro.

3º MOMENTO

Prática
Vamos experimentar a regência, praticando um exercício de entradas e cortes.

O professor demonstra como executar uma regência musical e, na sequência,


pede que um aluno experimente reger. O restante da classe será a orquestra e
irá obedecer ao regente. O começo e o final da música são muito importantes.
Todos precisam estar atentos ao maestro para começar e terminar juntos.

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Erga os braços enquanto inspira e sinaliza a entrada. Mantenha as mãos paradas
e abertas por alguns segundos e depois corte, fechando as mãos. Enquanto
estiver com as mãos abertas, os alunos podem entrar produzindo qualquer
som. Quando fechar as mãos, eles interrompem os sons na hora certa.

A preparação é importante. Certifique-se de que todos estão prestando aten-


ção e espere que façam silêncio. Essa atividade ajuda a treinar a atenção e a
concentração da classe e pode ser feita em todos os inícios de aula.

Variações:

a. Esse exercício pode ser experimentado apenas com gestos de cabeça ou


só com o olhar;

b. A classe pode ser dividida em grupos e as entradas e saídas podem variar


de acordo com a vontade do maestro;

c. Os sons podem ser escolhidos por cada aluno ou determinados anteriormen-


te. Pode ser feito com uma música que todos conheçam. Um grupo bate pal-
mas, outro faz um zunido ou uma sirene, outro estala os dedos. Quanto mais
criatividade de sons, mais interessante a atividade. Pode, inclusive, ser feita
com instrumentos musicais ou objetos que façam sons interessantes.

4º MOMENTO

Marcando os tempos
Veja nas imagens seguintes os gestos feitos pelo maestro. Decore e pratique-os
muitas vezes antes de passá-los para os alunos.

Os gestos começam sempre na altura dos olhos e terminam na altura do umbigo.

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Os Movimentos da Regência

olho

2 olho
2
2
umbigo
1umbigo 1
Imagem 1. 1 1
Regência em 2 tempos
(mão direita)

olho

2
3 3 4
2 4

umbigo
1 2 1 2
2 23
Imagem 2. 1 1 1 1
Regência em 3 tempos
(mão direita)

3 4

2 2 3
1Imagem 3. 1
Regência em 4 tempos
(mão direita)

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3
3
2 3
3 2
2 1 1 2
1 1

4 4
4 4
3 3
3 1 2 2 1 Imagem 4.

3 Regência com as duas mãos

1 2 2 1
em 3 tempos (acima)
em 4 tempos (abaixo)

10 ESPAÇO DO PROFESSOR
MÚSICAS EM 2 TEMPOS (ver imagem 1)

O primeiro tempo começa na altura dos olhos, desce até o umbigo e volta
para cima. No ponto mais baixo contamos 1 e, na volta do gesto, contamos 2.
Faça-o várias vezes contando em voz alta, 1, 2, 1, 2, depois, experimente tirar
a contagem. Ele pode ser feito cantando uma música.

Uma sugestão: “Marcha Soldado”.

Marcha Soldado
1 2 1 2
cabeça de papel
1 2 1

MÚSICAS EM 3 TEMPOS (ver imagem 2)

Aqui, o tempo 1 permanece para baixo até a altura do umbigo. O 2 é para fora
(lado direito se for com a mão direita, lado esquerdo se for com a mão esquer-
da) e o tempo 3 é para cima. Músicas em 3 tempos são gostosas de praticar.

Coloque uma valsa (sugestão: “Valsa das flores”, do balé O Quebra-Nozes,


de Tchaikovsky) e pratique com a classe. O primeiro tempo em uma valsa é
sempre o mais forte. Essa atividade pode ser feita também em movimento,
como o passo da valsa.

MÚSICA EM 4 TEMPOS (ver imagem 3)

Movimento 1 para baixo, 2 para fora, 3 para dentro e 4 para cima. Pratique
cantando! Sugestão: “Hino Nacional Brasileiro”.

Ouviram do Ipiranga as margens plácidas


1 2 3 4 1 2 3

Existem regências para os tempos 5, 6 e 7, que não faremos aqui. Geralmente


são gestos agrupados. Exemplo: um tempo de 7 pode ser em gesto um 4 + 3.

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5º MOMENTO

Praticando a dinâmica
Outra função do maestro é conduzir a dinâmica e o andamento da música.
Dinâmica são as variações de volume. Pode-se executar uma música bem alto,
o que é chamado de forte ou fortíssimo, ou baixinho, chamado de piano ou
pianíssimo. Essas mudanças podem aparecer de repente ou gradativamente.
Chamamos de crescendo quando vamos do piano para o forte e decrescendo
quando vamos do forte para o piano. Quanto maior e mais enfático o gesto,
mais forte é o som; quanto menor o gesto, menor o volume. Experimente com
os alunos.

Exercício: cante uma música conhecida de todos e peça que o aluno-maestro


experimente mudar seu gesto, para que a classe responda aumentando ou
diminuindo o volume.

O andamento da música também é dado pelo maestro que rege os tempos e


suas variações. Uma música pode acelerar ou diminuir de velocidade.

Exercício: cante uma música conhecida de todos e peça que o aluno-regente


acelere lentamente a música ou a desacelere.

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reflexão final

E
sta aula é completa, pois mistura teoria e prática. Pode ser ministrada por
professores de todas as áreas e em vários níveis de aprofundamento. O
professor pode passar um vídeo e falar sobre a função do regente. Pode
fazer os exercícios e trabalhar as tarefas de maestro. Todas as etapas podem
ser cumpridas ou realizadas separadamente. Fazer uma aula só com a biografia
de um regente, seguida de um vídeo ou áudio também é interessante, porém,
não deixe de incentivar seus alunos a irem às salas de concerto.

Nesta atividade o professor pode avaliar a capacidade cognitiva do aluno,


a coordenação motora e a capacidade auditiva, treinando a criatividade e a
percepção musical da turma.

sugestões complementares

A
vida do maestro é um constante exercício de coordenação motora.
Estes gestos precisam ser praticados para se tornarem fluentes, como
qualquer atividade física. Não desista na primeira dificuldade, nem exija
perfeição dos alunos. Uma vivência e a compreensão da atividade de maestro
já são muito interessantes. A prática serve para a assimilação e a interiorização
da teoria e torna a aula divertida.

Quem não tem familiaridade com a música ou não se sente seguro, pode fazer
apenas o primeiro exercício de entradas e cortes, e mencionar o gestual dos
tempos. O exercício de marcar os tempos pode ser feito de várias maneiras.
Seguem exemplos:

a. Faça com os dois braços juntos. Além de ser prática comum dos regentes, o
treino de coordenação é bem interessante! Tempo quaternário com os dois
braços (ver imagem 4): no tempo 1, os dois braços descem até o umbigo;
no tempo 2, os dois braços vão para dentro, as mãos quase se tocam e
podem até se cruzar levemente; no tempo 3, a mão direita vai para direita

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e a esquerda, para a esquerda em movimento oposto, com as duas para
fora; e no tempo 4, as duas mãos sobem;

b. Marque o tempo com a mão direita e, com a esquerda, realize as entradas


e os cortes.

Exercícios complementares:

Nas aulas de regência, são praticados diversos exercícios de coordenação.


Esses exercícios podem ser interessantes e divertidos. Seguem alguns:

a. Uma mão faz um movimento de sobe e desce enquanto a outra mão faz
um círculo no espaço;

b. Cada mão faz um círculo no espaço em sentidos diferentes;

c. Uma mão rege em 2 tempos, enquanto a outra faz um círculo que depois
é invertido;

d. Uma mão rege em 3 tempos, enquanto a outra faz um círculo que depois
é invertido.

Você também pode criar exercícios similares.

Essa aula fica mais interessante se o professor puder mostrar um vídeo de um


regente atuando, como Gustavo Dudamel (Venezuela), Kurt Masur (Alema-
nha), Seiji Ozawa (Japão), Arturo Toscanini (Itália), Igor Stravinsky (Rússia),
entre outros.

referências

AYLTON Escobar. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras.


São Paulo: Itaú Cultural, 2018. Disponível em: <http://enciclopedia.itaucultural.
org.br/pessoa17838/aylton-escobar>. Acesso em: jan. 2018. Verbete da Enci-
clopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7.

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CAMARGO Guarnieri. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Bra-
sileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2018. Disponível em: <http://enciclopedia.
itaucultural.org.br/pessoa18846/camargo-guarnieri>. Acesso em: jan. 2018.
Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7.

ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural. Disponível em: http://enciclopedia.itaucultural.


org.br/. Acesso em: jan. 2018.

GUSTAVO Dudamel. Site oficial. Disponível em: http://www.gustavodudamel.


com. Acesso em: jan. 2018.

HEITOR Villa-Lobos. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasi-


leiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2018. Disponível em: <http://enciclopedia.itau-
cultural.org.br/pessoa11902/heitor-villa-lobos>. Acesso em: jan. 2018. Verbete
da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7.

JOHN Neschling. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras.


São Paulo: Itaú Cultural, 2018. Disponível em: <http://enciclopedia.itaucultu-
ral.org.br/pessoa400722/john-neschling>. Acesso em: jan. 2018. Verbete da
Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7.

JOSÉ Maurício Nunes Garcia. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura
Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2018. Disponível em: <http://enciclopedia.
itaucultural.org.br/pessoa483660/jose-mauricio-nunes-garcia>. jan. 2018.
Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7.

JULIO Medaglia. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras.


São Paulo: Itaú Cultural, 2018. Disponível em: <http://enciclopedia.itaucultu-
ral.org.br/pessoa104487/julio-medaglia>. Acesso em: jan. 2018. Verbete da
Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7.

RADAMÉS Gnattali. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Bra-


sileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2018. Disponível em: <http://enciclopedia.
itaucultural.org.br/pessoa12208/radames-gnattali>. Acesso em: jan. 2018.
Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7.

ROGÉRIO Duprat. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras.


São Paulo: Itaú Cultural, 2018. Disponível em: <http://enciclopedia.itaucultural.
org.br/pessoa26049/rogerio-duprat>. Acesso em: jan. 2018. Verbete da Enci-
clopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7.

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