Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Osdonosdaterra WEB Otimizado
Osdonosdaterra WEB Otimizado
genas, mas não de uma história de séculos atrás. Os borativa com os indígenas. Glicéria é mais que uma
Tupinambá deste livro não apresentam rituais antro- ativista indígena: ela tem sido, ao longo dos anos,
pofágicos e outros costumes tidos como exóticos. uma importante interlocutora e mediadora intercul-
Não, esta HQ narra histórias que se montaram sobre tural do seu povo. Vitor é formado em Artes Plásticas
relações de poder existentes hoje no Brasil. Aqui, os e em Ciências Sociais, dotado como poucos da dupla
indígenas não falam no passado, mas no presente; os qualidade impreterível neste tipo de tarefa. É autor
Tupinambá destas histórias estão conosco, agora, no de Xondaro (2016), uma HQ de bastante sucesso, cuja
sul da Bahia, resistindo na utopia de um futuro. leitura das modalidades de resistência dos Guarani
As narrativas que lemos aqui em palavras e ima- de São Paulo trouxe uma nova perspectiva para a
gens são, portanto, sobre os Tupinambá atuais. Elas visibilidade da comunidade.
começam resgatando um símbolo do século XX, a Assim, utilizando-se de várias técnicas e fontes,
destruição ambiental. Embora se trate, tristemente, as histórias que lemos aqui foram esmiuçadas e lapi-
de uma versão contemporânea do período da con- dadas junto aos Tupinambá. Se elas trazem o sangue
quista, essas imagens são histórias (re)contadas por- dos indígenas, também trazem o seu espírito. Preser-
que vividas na pele por seus narradores. vando o jeito de falar dos Tupinambá, as narrativas se
Se o tema geral da HQ parece ser a mobilização sustentam não apenas nas suas belas imagens, mas
política dos indígenas, não deixa de ser fundamental também nos seus sons e conceitos. Um glossário
a costura das narrativas com outros elementos apa- interessantíssimo foi adicionado ao final, tudo para
rentemente antagônicos. Aqui se verá, mais uma vez, facilitar ao leitor vadiar por tantas histórias, por um
a força que tem a cultura religiosa dos Tupinambá na Brasil ainda se conhecendo.
construção da sua luta, expressa nas descrições de
ações heroicas e modalidades coletivas de engaja-
mento social. Articulando uma gramática do embate
político através de categorias religiosas e experiên-
cias extáticas, a dimensão da luta tupinambá apare-
ce com toda a sua profundidade.
Os autores têm todas as credenciais para contar Marcos Alexandre dos S. Albuquerque é
as histórias que lemos aqui. Reconhecida pela exce- professor adjunto da Universidade do Estado do Rio
lência do seu trabalho de longo prazo com os Tupi- de Janeiro (Uerj), onde é coordenador do Núcleo
nambá, Daniela sabe muito bem o vínculo sentimen- de Antropologia da Arte (NAdA) e vice-coordenador
tal que essas histórias manifestam. Além de autora do Grupo de Pesquisa Imagens, Narrativas e Práticas
de trabalhos acadêmicos exemplares, ela também é Culturais (Inarra).
Baseado em uma pesquisa antropológica de fôlego,
Os donos da terra aborda episódios históricos e recentes
da luta dos Tupinambá da Serra do Padeiro, no sul
da Bahia, pela recuperação dos territórios ancestrais
dos quais foram expulsos pelo avanço da colonização —
que continua até hoje. Entre mobilizações e retomadas,
operações da Polícia Federal e ações paramilitares,
prisões de lideranças e a violência passada e presente dos
poderes locais, esta HQ revela aspectos da memória,
da visão de mundo e da cultura de um povo que, guiado pela
sabedoria dos antepassados e dos encantados, e unido
por fortes laços comunitários, resiste ao esbulho territorial
e à batalha simbólica que nega sua origem indígena e seus
direitos constitucionais. As sete narrativas deste livro abrem
uma janela pela qual é possível começar a conhecer
uma gente que não abaixa a cabeça e, todos os dias,
constrói possibilidades de um mundo mais justo.
EDITORAELEFANTE.COM.BR
ISBN 978-65-87235-20-2
Este projeto foi realizado com apoio da
Secretaria Municipal de Cultura
ELEFANTE
OS DONOS DA TERRA
roteiro
conselho editorial
Daniela Fernandes Alarcon
Bianca Oliveira
João Peres
Tadeu Breda
arte
edição
Tadeu Breda
Vitor Flynn Paciornik
preparação
Natalia Ribas Guerrero
pesquisa
revisão
João Peres
Daniela Fernandes Alarcon
capa
Glicéria Jesus da Silva
Denise Matsumoto
projeto gráfico
Bianca Oliveira
O território
Bahia
N éu
A briga do areal 7
Marcellino 43 CUTG
PIC
SR CP
Gavião-verdadeiro 67 NR SÃOEO OVÇA
Bre CUTG
Quando me entendi por gente 79 STA
SUIR GVÁ
Sãooé
Sobre este livro 147 dVór Vari
MÃO
Glossário 151
CUR
Referências 160
Agradecimentos 163
LOD
MAÇO
Sobre os autores 167 U
A briga do areal
14 15
16
19
Tupinambá
pisou no chão,
Eu vi a
terra tremer.
Cantando sozinha da
boca da noite até o
outro dia de manhã.
Tupinambá
pisou no chão,
O encantado grita
Eu vi a aqui, eles ouvem lá.
terra tremer.
Vá buscar, que
eu quero ver.
Ô, cadê os
meus parentes?
Vá buscar, que
eu quero ver.
21
Eu tinha catorze
anos, quando
vim morar aqui.
Nesse tempo,
era fazenda
de seu Lino.
As louvações, os fechamentos
de trabalho… Tudo, foi ele.
Nós recebemos
denúncia de que vocês Aqui não
tão mantendo dois tem ninguém
caçambeiros presos preso, não.
no areal.
Se vocês quiserem
olhar, nós vamos
lá em cima
agora mesmo.
OLHA A
COCADAAAA!
Ôxi! Se meus filhos e meus
OLHA O BOLO
netos nunca saíram pra
DE PUBAAAA!
canto nenhum, tudo criado
aqui, eles queriam que a TUDO
gente fosse pra onde? FRESQUINHO!
Quando as coisas
finalmente tavam
melhorando, quando a
terra voltou pra nossa
mão, veio esse areal,
pra esbagaçar tudo.
36
Os parentes que
têm devoção vêm
desse meio todo
pra participar.
Prenderam Babau
mais Teite…
Deixaram o parente sem a perna,
com o tiro que o policial deu nele…
Tudo pra defender esse dito areal.
Ajuê dão
dão virou.
E ajuê dão
dão virá.
40
MA
VA U
VISA
RA
ÍNO E
FAC NÇA
DO LIVE
L Ê NCIA C A RO
RUC
U TA
"A T A: A QUE
ÓLIC OS
DIAB INAR ."
GÉ D IA E R M RIAS
TR A EX T AGE
PA RA S ELV
PE, S
URU SUA
AS
CUR TR A 50)
M CON 4 7]: 6
MAV
A [19
CLA , 2 006
OS
AMP
VA C "AQUI
(SIL ENTRE
NÓS N
TEMPO ÃO PE
OS AD RDER A
EPTOS M
ILHÉU D A DESO
S ER A R DEM. […
UM PE ]
QUEN
COMU O VIV
NISTAS EIRO
. […] O D E
S FAZ
TIAM D ENDE
E PER IROS
TO O JÁ SE
BAFO N-
(O INT DAS A
RANSIG MEAÇA
ENTE. S."
"[…] MARCELLIN ITABUN
O NÃO É CABO A. 14 D
CLO DE OLIVE EZ. 19
NÇA E SIM 35)
MESTIÇO COM
FORTE DOSE
DE SANGUE
NEGRO. […] CO
MO
SEMPRE FOI
MALANDRO […]
ENTENDEU DE
TORNAR–SE
BUGRE […]."
(AUTO DE PE
RGUNTAS FE
ITAS A JOSÉ
DE
LEMOS NETT
O [FAZENDEIR
O] E A OLEG
ÁRIO DE ANDR
ADE
E SILVA [ESCR
IVÃO DE POLÍC
IA DE OLIVENÇ
A]. 1936.)
46 47
Conhece, mais do
que eu, a vida
de Marcellino…
Compadre Antônio
Pai, o que é isso Fulgêncio tava dizendo Quando ele desceu da
naquela serra? que é o Caboclo serra pra ir embora
Marcellino. pra Olivença, ele passou
lá em casa, na porta.
Os fazendeiros
começaram
a perseguir
Eu conheci Marcellino.
Anastásio Pinto,
João, Teresinha…
A mãe dela
morreu, ficou
ela mais
os irmãos.
Arrancaram as
unhas e pregaram
a orelha dele
na parede.
Se a gente voltar e
você tiver aqui ainda,
a gente te mata!
54 55
Aqui, ó,
Minha mãe e tio Estelina, mãe
Pedro caíram no de Felis.
relho, pra dar
conta de Marcellino.
Eles rodaram
esse mundo todo.
56 57
Ô, lelê, meu
pombo roxo…
Gavião quer
lhe comer.
Até que
prenderam
Marcellino.
Compro pólvora e
compro chumbo…
Gavião tem
que morrer.
58 59
Marcellino
foi preso
várias vezes. O próprio Marcellino e os vizinhos
tiveram as roças tomadas por
Eles queriam eliminá- um fazendeiro. Eram umas dez
lo, porque ele famílias, que viviam no Cururupe,
organizou os parentes toda vida, tirando piaçaba.
pra resistirem à
entrada dos brancos
em Olivença.
E esse homem
botou todo
mundo pra fora.
No começo da década
de 1920, Doutor Almeida Eles queriam facilitar o
e outras pessoas de acesso dos coronéis de Ilhéus
influência se juntaram a Olivença. Porque, no nosso Marcellino resistiu. Aí
Quando foi em 1936, prenderam
pra construir uma território, tinha terra boa, prenderam, soltaram,
ele e os companheiros dele.
ponte no rio Cururupe. matas, águas medicinais… prenderam de novo.
Que nem
fazem comigo.
Tem uma carta deles no Eles queriam Ele foi levado pro Rio de Janeiro pra ser
jornal, dizendo: se a gente se apoderar investigado, acusado de ser comunista.
fizer essa ponte, “cessará de tudo.
tudo quanto há de menos Em 1937, ele sumiu.
conveniente em Olivença”.
O que era “menos
conveniente”? Os índios!
60
Ele se entregou na Vivo, ele não tá mais. Depois que sumiram com
Ca jazeira, onde tinha Não sei se ele Marcellino, os índios
Quem sabe a polícia
aquele delegado… Esqueci morreu, se mataram foram escorraçados.
não prendeu, não
o nome dele… ele… Nunca mais ele
deportou ele?
Lembrei! andou pra cá. Muitos parentes não
Era Cyrillo Almeida.
diziam que eram índios,
Ele se entregou
porque tinham medo.
e, daí pra cá,
ninguém teve mais
notícia. Naquelas doenças
de vir pro sul, um
bocado de gente veio
cá tirar posse.
Tinha também o
Sete Estrelas,
o Bode Preto…
O paludismo… Era
A terra
uma febre braba, o
adoeceu.
povo vivia tremendo.
Até os peixes, dentro
da água, tremiam. Mas os velhos sempre
falavam, eles tinham
as profecias deles.
A pessoa tava
enterrando um e
já caía no túmulo.
Ou, então,
chegava em casa
e já tava doente.
Acabou,
caboclo!
Eu passei cinco
Pode dizer, anos na mata
caboclo. do Santaninha…
Debaixo de uma
pedra fria…
Comendo
peixe sem sal… E sem farinha.
Gavião-verdadeiro
69
Na Serra das
Ninguém podia
Trempes, onde pai
arremedar passarinho.
nasceu e se criou…
Quem quisesse, que
fosse arremedar…
Deus
me defenda!
Rumbora,
menino!
Quando pensa
que não…
Assobiou um
gavião-verdadeiro.
FIIIU! MENINO!
Isabel?
Não terminou
ainda, Isabel?
76
A madrinha falou
que vai me trazer E pra mim? Pra você?
um presente
da Lapa. Não vai
trazer nada!
Quem não
vai sentar é Você não sabe
você, moleque! de nada e
fica metendo
o nariz onde
não é chamado!
Rumbora
ver se tem
jaca dura?
Bora!
84 85
Tá com
jeito que Ainda ninguém sabia de
vai chover… nada. Mas tudo começou
a mudar depois que deu
aquele vento.
86
A lembrança mais
antiga que eu tenho é
da Bandeira do Divino. Lia, sempre que podia, se picava pra
casa do Véio Alfredo, pra escutar
as histórias que ele contava.
Foi quando
eu me
entendi
por gente.
MAINHAAAAA!
Você sabia que menino Depois, um pico-de-jaca Até morrer, muitos tempos depois, pai lutou
pagão não pode mordeu pai. Quase aleijou. com essa perna. Quando dava lua cheia, o
desencantar ouro? veneno ficava vivo e mexia no corpo todo.
Cosme e Damião, a
sua casa cheira…
90 91
O patrão mandou
chamar seus meninos
Tô com um aperto pra irem lá fazer
no peito… um favor.
Vocês podem ir
embora. E voltem Ô, menina, o patrão
amanhã cedo. disse que, quando ele
for na rua, te traz
um sabonete.
Cheira a cravo e rosa,
cheira a flor de laranjeira.
Olha, é o pé
de manga de
tia Neildes!
E o caboclo sempre,
sempre dizia…
A geração
velha se acabou,
ficaram as novas.
Parentagem
Daqui, a gente não nunca termina…
pode sair. Pode andar
o mundo todo, mas tem
que voltar.
Vó, o carro
com tia Rosa
e os meninos
chegou!
98 99
101
E os dois parentes
que chegaram de
pouco, também.
Antonieta e menino…
Eu não sabia quando, nem
como, mas eu tinha certeza Como é?
que um dia eu ia voltar Valter.
pra onde mãe enterrou
meu umbigo!
Rodei essas
fazendas tudo.
Não quis nem esperar Mãe pensava que eu tava Meus irmãos já tavam
pra receber os tempos da morta. Muitas vezes, tudo voltando pra cá –
firma. Do jeito que deu na acendia vela e rezava pra não tem os pintos, que
cabeça, a gente veio. mim, pensando que eu vão atrás da galinha?
tava morta.
Amanhã você
O sangue puxa. E os
passe em casa,
encantados empurram…
viu, filha?
Eu vou, sim,
Foi no tempo das primeiras minha madrinha.
retomadas, que o sonho começou.
Meu São
Sebastião, Olha pra Um dia, eu tive certeza:
no pé do seus filhos se eu não voltasse pra Os lugares em
seu cruzeiro… e protege o aldeia, eu endoidava. Onde antes só tinha uns toros
que você andou,
mundo inteiro. desse tamanho derrubados
você não vai
no chão, encapoeirou de novo.
conhecer mais.
Tá tudo voltando…
Tchau, Valtinho!
Apareça lá em casa
também, viu?
1 08
No romper da madrugada.
Tudo que vê, calado é mió
113
Tudo que
Mas é como a tem nome,
Véia Maria diz… tem dono.
114 115
Arre!
Ninguém me contou: eu vi. Aquieta!
Nem um
tatu-peba,
pra fazer um
escaldado.
Preciso
encontrar
com ela
de novo.
Bom dia.
Fui no mato,
tirar meu cipó…
Porque o cemitério
é aqui mesmo.
A benção, Deus te
Véia Maria. abençoe, meu
filho.
Vou pegar
os meninos
na ponte.
Aí, a gente
encontra
vocês na Curva
da Viúva.
Mas vocês
esperem passar
meia-noite, viu?
Que meia-noite
os mortos tão
andando.
1 28 129
Tô pressentindo que
Tem que É mesmo, tia. os encantados vão
fazer um toré virar a noite vadiando
arrochado. nesse terreiro.
1 30 13 1
Os encantados baixam
de todos os domínios
pra nos aconselhar.
Nanda!
Sou Sultão da
Mata, sou pajé de
toda a aldeia.
PRENDERAM BABAU!
Toda vez que ia ter um ataque da polícia, a Véia PRENDERAM BABAU!
Maria acordava com um pressentimento ruim.
Parece que tá
derramando fel Eu acendi uma vela,
dentro de mim. Lá detrás do toco.
A farinheira do rio de
Vou buscar
Una foi praticamente a
café pra
mãe das casas de farinha.
gente.
Mas,
rapaz…
Ô, mataram, ensanguentado,
O nosso pobre parente.
Vamo,
neguinho de
vó!
Só viviam pisando nas
costas da gente. Mas nós
nos levantamos.
São Paulo: Instituto Socioambiental, 2017, pp. 713-7. gimento étnico entre os Tupinambá de Olivença, Ilhéus, BA .
ALARCON, Daniela Fernandes. O retorno da terra: as retoma- Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em
das na aldeia tupinambá da Serra do Padeiro, sul da Bahia. Antropologia) — Faculdade de Filosofia e Ciências
São Paulo: Elefante, 2019. Humanas, Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2003.
ALARCON, Daniela Fernandes. O retorno dos parentes: mobili- COUTO, Patrícia Navarro de Almeida. Morada dos encantados:
zação e recuperação territorial entre os Tupinambá da identidade e religiosidade entre os Tupinambá da Serra do
Serra do Padeiro, sul da Bahia. Tese (Doutorado em Padeiro, Buerarema, BA . Dissertação (Mestrado em
Antropologia Social) — Museu Nacional, Universidade Antropologia) — Faculdade de Filosofia e Ciências
Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2020. Humanas, Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2008.
AREAL . Brasil, 2016, 4’34. Documentário. Direção: Atiati FERRAZ , Lucas. “Índios afirmam que foram torturados pela PF
Tupinambá e Daniela Alarcon. Pesquisa e roteiro: Atiati na Bahia”, em Folha de S.Paulo, 19 jun. 2009.
Tupinambá e Daniela Alarcon. Montagem: Fernanda LINS , Marcelo da Silva. Os vermelhos nas terras do cacau: a
Ligabue. Direção de fotografia: Atiati Tupinambá e Daniela presença comunista no sul da Bahia (1935-1936).
Alarcon. Imagens adicionais: Aléxis Góis. Som direto: Atiati Dissertação (Mestrado em História Social) — Faculdade de
Tupinambá e Daniela Alarcon. Produzido por Associação Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Federal da
dos Índios Tupinambá da Serra do Padeiro. Disponível em: Bahia, Salvador, 2007.
https://vimeo.com/170808117. PEIXOTO, Afrânio. Trovas brasileiras (Populares: popularizadas).
CARNEIRO, Edison. “Era uma vez o Caboclo Marcellino”, em Rio de Janeiro; São Paulo; Porto Alegre: W. M. Jackson, 1944.
O Estado da Bahia, 6 nov. 1936. SILVA CAMPOS , João da. Crônica da Capitania de São Jorge
COSTA , Erlon Fábio de Jesus. Festar em Olivença: a Puxada do dos Ilhéus. Ilhéus: Editus, 2006.
mastro de São Sebastião, uma questão de identidade e SOUB, José Nazal Pacheco. Minha Ilhéus: fotografias do sécu-
semiótica. Trabalho de Conclusão de Curso (Especialização lo XX e um pouco de nossa história. Ilhéus; Itabuna: Via
em Psicologia Social) — Departamento de Filosofia e Litterarum, 2013.
Ciências Humanas, Universidade Estadual de Santa Cruz, TUPINAMBÁ – O Retorno da Terra. Brasil, 2015, 24’57.
Vitor Flynn Paciornik é quadrinista e ilustrador, formado em Glicéria Jesus da Silva, uma das lideranças da aldeia Serra do
Artes Plásticas e em Ciências Sociais pela Universidade de Padeiro (Terra Indígena Tupinambá de Olivença), é professora
São Paulo (USP). Em outubro de 2016, publicou pela Elefante, no Colégio Estadual Indígena Tupinambá Serra do Padeiro
em parceria com a Fundação Rosa Luxemburgo, o livro Xondaro, (CEITSP) e cursa Licenciatura Intercultural Indígena junto ao
HQ sobre a luta dos Guarani Mbya pela demarcação de suas Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia
terras dentro dos limites da maior cidade da América do Sul. (IFBA). Com Cristiane Julião, do povo Pankararu, dirigiu o
Publicou no começo de 2020 a HQ Aquarela, adaptação de documentário Voz das Mulheres Indígenas (2015), premiado
conto de José Roberto Torero, em parceria com André pelo público do Festival Cine Kurumin em 2017. Por sua atuação
Bernardino, com quem trabalha em um novo livro, Depois na luta pela terra, em 2010, foi encarcerada, junto a seu bebê de
que os sinos dobram, coletânea de contos fantásticos em colo, o que suscitou veementes críticas de entidades do Brasil
quadrinhos — ambas as obras foram contempladas pelo e do exterior. Em 2019, pronunciou-se na 40ª Sessão
Programa de Ação Cultural de São Paulo (ProAC). do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas,
Mantém, desde 2013, o blogue autoral Quadrinhos b, em Genebra, denunciando as violações de direitos contra
dedicado a histórias curtas. povos indígenas pelo Estado brasileiro.
[cc] Editora Elefante, 2020
ISBN 978-65-87235-20-2
EDITORA ELEFANTE
editoraelefante.com.br
editoraelefante@gmail.com
Este projeto foi realizado com apoio da fb.com/editoraelefante
Secretaria Municipal de Cultura @editoraelefante
fontes Gargle & Adelle Sans Pro
papel cartão 250g/m 2 e couché fosco 90g/m 2
impressão BMF Gráfica
tiragem 1.000 exemplares