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Aula 16 - Prof Felipe

Canella
PETROBRAS (Técnico - Ênfase 7 -
Mecânica) Conhecimentos Específicos
(Pós-Edital)

Autor:
Felipe Canella, Juliano de
Pelegrin, Edimar Natali Monteiro

18 de Janeiro de 2024

08669842750 - Jan Keleson Remidio Martins


Felipe Canella, Juliano de Pelegrin, Edimar Natali Monteiro
Aula 16 - Prof Felipe Canella

Sumário

ENSAIOS MECÂNICOS: DESTRUTIVOS E NÃO-DESTRUTIVOS ........................................................................... 4

Ensaios mecânicos destrutivos .......................................................................................................................... 4

Ensaios de dureza ........................................................................................................................................... 4

Ensaio de dureza Brinell.............................................................................................................................. 6

Ensaio de dureza Vickers .......................................................................................................................... 10

Ensaio de dureza Meyer ........................................................................................................................... 12

Ensaio de dureza Rockwell ........................................................................................................................ 14

Ensaios de microdureza ............................................................................................................................. 19

Ensaio Shore – dureza por choque ........................................................................................................... 23

A influência da temperatura na dureza ....................................................................................................... 25

Ensaios de temperabilidade: Jominy e Grossmann ....................................................................................... 26

Jominy ....................................................................................................................................................... 26

Grossmann................................................................................................................................................. 26

Ensaio de tração ........................................................................................................................................... 27

Encruamento .............................................................................................................................................. 35

Corpos de prova – ensaio de tração ........................................................................................................ 37

Ensaio de compressão ................................................................................................................................... 38

Comparação entre os ensaios de tração e de compressão ...................................................................... 40

Ensaio de impacto ......................................................................................................................................... 41

Funcionamento do ensaio .......................................................................................................................... 43

Charpy e Izod ........................................................................................................................................... 44

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Influência da temperatura e a transição dúctil-frágil ............................................................................... 45

Ensaio de fadiga........................................................................................................................................... 48

Ensaio produzido - curva tensão-número de ciclos (curva de Wöhler) ..................................................... 53

Corpos de prova do ensaio de fadiga ..................................................................................................... 55

Ensaio de dobramento .................................................................................................................................. 58

Ensaio de flexão – resistência à ruptura transversal ................................................................................ 62

Ensaio de torção ........................................................................................................................................... 64

Ensaio de fluência ......................................................................................................................................... 68

Influência da temperatura na fluência ...................................................................................................... 71

Ensaio de ruptura por fluência .................................................................................................................. 72

Ensaio de relaxação ................................................................................................................................. 72

Considerações finais ......................................................................................................................................... 75

Questões com comentários ................................................................................................................................ 76

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APRESENTAÇÃO DA AULA
Estrategista, nesta terceira parte da nossa aula de Ciência dos Materiais, veremos os grandes tópicos
sobre Ensaios Mecânicos.

Nessa seara, entrarei nos ensaios mecânicos tantos destrutivos. Tivemos um introdução sobre o
assunto na nossa primeira aula quando falamos de algumas propriedades mecânicas como dureza,
resistência à tração e compressão, tenacidade, resiliência e ductilidade.

Todavia, nessa aula, veremos mais ensaios e maiores detalhes sobre os destrutivos: tração e
compressão, cisalhamento, dureza, fadiga, fluência e impacto.

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sobre questões comentadas e dicas pertinentes:

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ENSAIOS MECÂNICOS: DESTRUTIVOS E NÃO-DESTRUTIVOS

Coruja, conforme vimos em aula passada (parte 1), abordei os principais ensaios mecânicos, naquela
ocasião, de natureza destrutiva, pois são os que costumam ser alvo das diversas bancas de concurso.

Nesse momento, vou retomar os ensaios que vimos com maiores detalhes e, também, passaremos a
estudar outros ensaios menos explorados, mas que fazem parte do seu edital. Nessa seara, teremos mais
alguns tipos tanto de natureza destrutiva, quanto de natureza não destrutiva. “Simbora”!

Ensaios mecânicos destrutivos

Estrategista, os ensaios de natureza destrutiva são aqueles que irão, necessariamente, danificar o
corpo de prova submetido ao ensaio, a fim de avaliar a respectiva propriedade mecânica em análise. Por
conta disso, teremos diferentes tipos de ensaios dessa natureza.

Assim, Coruja, dentro do grupo de ensaios mecânicos destrutivos, podemos citar os principais
ensaios: de dureza, de tração, de compressão, de cisalhamento, de fluência, de fadiga e de impacto. Assim:

Ensaios destrutivos

Dureza Tração Compressão Cisalhamento Fluência Fadiga Impacto

A partir de agora, veremos cada tipo de ensaio com suas características, começando pelos ensaios de
dureza! Retornarei com os aspectos já vistos na aula passada (bom para revisarmos) e incluirei maiores
detalhes sobre escalas e outros tipos que podem vir a aparecer. Avante!

Ensaios de dureza

Conforme vimos, Coruja, o intuito dos ensaios de dureza é, basicamente, medir o quanto um material
permite a penetração de uma ferramenta (denominada penetrador) para uma determinada carga. O
principal objetivo é encontra a profundidade atingida por esse penetrador.

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Essa definição de dureza é amplamente defendida no âmbito de estudo da mecânica. Todavia, para
uma possível questão que possa relacionar com outras definições, saiba que dureza, conforme menciona a
literatura específica1, pode ser definida, também, a luz das áreas de:

• Metalurgia: um metalurgista diria que é a resistência à deformação plástica (permanente);


• Projetos: um projetista diria que é uma base de medida para se conhecer a resistência, o
tratamento térmico ou mecânico do metal e sua resistência ao desgaste;
• Técnicas: um técnico em usinagem diria que é a medida de resistência ao corte do metal;
• Mineralogia: um mineralogista diria que é a resistência ao risco de um material em outro;

Portanto, não temos uma definição universal. Todavia, para sua prova, sugiro que leve o conceito da
resistência à penetração de um material em outro. Antes de entrarmos nos ensaios propriamente ditos que
são relevantes, existe uma escala que já vi aparecer em prova (apesar de ser raramente cobrada) - a escala
Mohs de dureza.

Essa escala está dentro da seara da mineralogia, Coruja, e estuda o quanto um tipo de mineral é capaz
de riscar outro tipo. Nela, temos 10 minerais elencados em uma tabela na ordem crescente de possibilidade
de ser riscado pelo seguinte. Assim, temos nessa escala a seguinte relação:

1. Talco (é riscado por todos os seguintes)


2. Gipsita
3. Calcita
4. Fluorita
5. Apatita;
6. Ortoclásio;
7. Quartzo;
8. Topázio;
9. Safira;
10. Diamante.

(LEGALLE/Mecânica)
A escala Mohs é um parâmetro utilizado para classificar os materiais nos ensaios de:

1
Adaptado SOUZA, S. A.; Ensaios Mecânicos de Materiais Metálicos: fundamentos teóricos e práticos. Editora: Edgard Blücher Ltda, 5a edição. São Paulo, 1982.

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a) Tração.
b) Compressão.
c) Torção.
d) Dureza.
Comentário:
Conforme vimos, Estrategista, a escala MOHS, que foi desenvolvida em 1812, é composta por 10 minerais,
elencados em ordem crescente de dureza. A escala MOHS leva em consideração a resistência que um
determinado mineral tem em relação ao risco (retirada de material da superfície).
A exemplo do diamante (com nível 10 na escala MOHS), temos que ele risca todos os demais MINERAIS.
A fim de determinar a dureza pela escala Mohs, verifica-se se o material a ser estudado é capaz de riscar ou
ser riscado com demais minerais, começando na menor dureza. Se for possível riscá-lo, entende-se que ele
tem dureza inferior. Por exemplo, se o material puder ser riscado pela safira e não pelo diamante, a grosso
modo, significa que sua dureza está entre 9 e 10.
Gabarito: D.

Estrategista, veremos os principais ensaios de dureza. Assim, estudaremos os principais tipos. Vimos
na aula passada as generalidades dos ensaios Brinell, Vickers e Rockwell (os mais cobrados). Nessa aula, além
de elencar maiores detalhes sobre eles, veremos os demais tipos (Knoop, Meyer e Shore). Dessa forma,
temos os seguintes ensaios para medir a dureza no âmbito de estudo da Mecânica:

Ensaios de dureza

Brinell Rockwell Vickers Knoop Meyer Shore

Ensaio de dureza Brinell

Esse ensaio foi um dos primeiros a serem desenvolvidos no comecinho do século XX por J. A. Brinell
(que batizou o método com seu nome). Basicamente, uma esfera de aço duro (mais que do material) e
diâmetro "D" conhecido, adentra, lentamente, o material do corpo de prova por conta de uma carga "P"
aplicada. Dessa forma, uma área será impressa no material no formato esférico e de diâmetro "d". Veja a
figura abaixo para ficar mais claro.

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Dessa forma, o ensaio de dureza Brinell é representado pela seguinte relação matemática e o número
H obtido é a dureza do material na escala (em alguns livros é denominado HB, de Hardness Brinell). (Ah, e
não vai confundir com o "h" da figura, hein? Esse só demonstra o quanto a esfera adentra o material, na
vertical. O que realmente importa são as variáveis que já comentei). ;).

𝟐𝑷
𝑯= ;
𝝅. 𝑫(𝑫 − √𝑫𝟐 − 𝒅𝟐 )

Sendo:

P = expresso em newtons (N) ou kilograma-força (kgf);

D e d = expressos em mm;

H = expresso em N/mm2 ou kgf/mm2.

Além dessa fórmula e sua relação com o ensaio, Coruja, algumas particularidades são interessantes
de você saber. Por exemplo, o ensaio padronizado que foi proposto por Brinell tem como carga o valor de
3000 kgf em uma esfera de diâmetro “D” de 10 mm de aço temperado (importante ter esses números em
mente).

Todavia, Estrategista, concorda comigo que para diferentes tipos de metais, esses valores
padronizados devem ser diferentes? Oras, se temos metais muito moles ou metais muito duros, as cargas
“Ps” de aplicação, bem como o diâmetro da esfera “D” e seu material de fabricação devem ser diferentes, se
não teríamos resultados insatisfatórios.

2
Adaptado de Chiaverini, V. Tecnologia Mecânica: processos de fabricação e tratamento. Editora: Makron Books do Brasil Ltda, 2ª edição, vol: I, II, III. São Paulo, 1986.

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Por exemplo, em metais muito moles, a carga pode ser diminuída, a fim de se evitar impressões muito
profundas e muito grandes. Além disso, em peças muito pequenas, o diâmetro “D” da esfera deve ser menor,
se não a impressão pode até passar das bordas da peça.

Além disso, em metais muito duros, o material da esfera pode sofrer distorções e comprometer o
resultado do ensaio. Por isso, é comum a substituição da esfera da aço temperado por uma de carboneto de
tungstênio quando os valores de dureza nessa escala (Brinell) serão maiores que 500 kgf/mm 2 (HB 500).

Atenção, Coruja: para dureza até 500 kgf/mm2 na escala Brinell (HB 500) o penetrador é
uma esfera de aço temperado. Acima desse valor, a esfera é de carboneto de tungstênio.

O tempo de ensaio, Estrategista, é diferente a depender da norma, mas normalmente se utiliza o


tempo de 30 segundos para a maioria dos metais.

Além desses detalhes, você deve ter percebido que as unidades (N/mm2 ou kgf/mm2) quando se
menciona a dureza do material nessa escala (por exemplo, HB 500) não são colocadas. Essa característica da
escala Brinell ocorre por conta da geometria do penetrador (esfera), ocorrendo certa diluição da carga na
superfície de contato entre a esfera e a peça. Assim, não é considerado o valor médio de pressão por toda
a impressão (e deveria ser). Dessa forma, a força que é aplicada sobre o material possui valores diferentes
em cada região de contato da esfera.

A localização, Coruja, também é um aspecto importante para sua prova, pois o penetrador nesse
ensaio deve ser aplicado a uma distância correspondente a duas vezes e meia o diâmetro de impressão “d”
(2,5xd) da borda do corpo.

Além disso, a espessura da peça deve ter cerca de 10 vezes o diâmetro de impressão “d” (de acordo
com a doutrina) e de 17 vezes a profundidade da calota (“h” da figura anterior, de acordo com as normas
brasileiras). Além disso, quando feita mais de uma medição, a distância entre as impressões deve ser de, no
mínimo, 5 vezes o diâmetro de impressão “d”.

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Distância de impressão: no mínimo, 2,5 x “d” das bordas da peça;

Espessura da peça: no mínimo, 10 x “d” ou 17 vezes a profundidade da calota “h”;

Distância entre impressões: no mínimo, 5 x “d”;

Estrategista, antes de vermos as limitações do ensaio Brinell (acredito ser um tema quente para sua
prova), vejamos os tamanhos de esferas para diferentes materiais, bem como sua relação com a carga. Isso
deriva do fato de que estudos mostram que se usar cargas e esferas diferentes, também é possível chegar
ao mesmo valor de dureza, respeitando algumas condições como o fator de carga e o diâmetro da impressão
“d” na faixa de 0,25 a 0,5 do diâmetro da esfera “D”. Essa relação obtida permite obter mesmo número de
dureza, variando o diâmetro da esfera:

𝑷
;
𝑫𝟐

Nesse sentido, para sua prova, saiba que temos a seguinte relação3 para cada tipo de material
padronizada (acho pertinente você ter essa noção para uma questão específica sobre esse ensaio):

𝑷
Dureza Materiais
𝑫𝟐
30 De 90 a 415 HB Aços, ferros fundidos e ligas ferrosas muito duras
10 De 30 a 140 HB Ligas de cobre e ligas duras de alumínio
5 De 15 a 70 HB Cobre, alumínio, ligas moles de alumínio e ligas antifricção
2,5 ou 1 Até 30 HB Ligas de chumbo, estanho e metais patentes

Saiba também, Coruja, que as possibilidades de valores para de diâmetros da esferas são: 1, 2, 5 e 10
mm, normalmente. Show?

Estrategista, sobre os desvantagens desse ensaio, quero que você memorize algumas informações
que tem “cheiro” de prova, pois são categóricas de acordo com a literatura específica4:

• O ensaio de dureza Brinell não deve ser utilizado para peças que sofreram tratamento superficial,
como cementação, nitretação, carbonitretação, entre outros;
• O ensaio Brinell não é indicado para superfícies não planas, pois gera erro de leitura do diâmetro
de impressão “d”.

3
Adaptado SOUZA, S. A.; Ensaios Mecânicos de Materiais Metálicos: fundamentos teóricos e práticos. Editora: Edgard Blücher Ltda, 5a edição. São Paulo, 1982.
4
Adaptado SOUZA, S. A.; Ensaios Mecânicos de Materiais Metálicos: fundamentos teóricos e práticos. Editora: Edgard Blücher Ltda, 5a edição. São Paulo, 1982.

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• O ensaio Brinell pode acarretar na perda da peça de ensaio, pela impressão grande que pode ser
formada, caracterizando um caso de ensaio de natureza destrutiva;

Como vantagens, pode-se citar pela doutrina:

• Pela área de contato ser maior que outros ensaios de dureza, a impressão de dureza na escala
Brinell é a única utilizada e aceita para metais com uma estrutura não-uniforme internamente
(por exemplo, ferros fundidos cinzentos);
• O custo para executar o ensaio Brinell é também muito baixo por conta dos aparelhos utilizados,
sendo amplamente utilizado na indústria e laboratórios;

Estrategista, para sua prova é mais do que suficiente. Maiores detalhes, perderíamos o objetivo para
concursos. Veremos, agora, os detalhes do ensaio de dureza Vickers.

Ensaio de dureza Vickers

Coruja, de acordo com a literatura específica, esse ensaio nasceu em 1925 por estudos de Smith e
Sandland. A denominação “Vickers” vem herdada da companhia Vickers-Armstrong Ltda, pois ela ficou
famosa pela fabricação de máquinas para operar com esse tipo de ensaio de dureza.

Nesse ensaio de dureza, Coruja, a escala é contínua para as medidas de dureza e uma característica
a ser memorizada é que ele é amplamente usado desde materiais muito "moles" (dúcteis) até materiais
muito duros.

Outra característica importante é quanto ao seu penetrador e o formato - também é de diamante,


porém seu formato é piramidal, formando uma pirâmide de base quadrada, com um ângulo de 136o entre
as faces opostas.

Além disso, memorize uma informação pertinente que a distingue dos demais ensaios: a dureza
Vickers (Hardness Vickers – HV) é contínua dada para cada carga, pois depende da fórmula dimensional
(veremos a seguir) em unidades de N ou kgf por mm2.

Quanto aos valores das cargas, Estrategista, quero sua atenção máxima, pois temos uma divergência
de valores iniciais na doutrina. De acordo com Chiaverini5, elas começam em 10 kgf e vão até 120 kgf.
Normalmente, as bancas adotam sua linha de pesquisa. Todavia, para outros autores também consagrados,
como Souza6, as cargas começam em 1 kgf e vão até 120 kgf.

5
CHIAVERINI, V. Tecnologia Mecânica: processos de fabricação e tratamento. Editora: Makron Books do Brasil Ltda, 2ª edição, vol: I. São Paulo, 1986
6
SOUZA, S. A.; Ensaios Mecânicos de Materiais Metálicos: fundamentos teóricos e práticos. Editora: Edgard Blücher Ltda, 5 a edição. São Paulo, 1982.

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Como temos dois valores que podem surgir na sua prova, memorize que tanto 1 kgf como
10 kgf iniciais no intervalo de cargas podem ser considerados corretos! Como não
sabemos qual autor a questão irá utilizar, tenha atenção quanto a esse ponto, ok? ;).

Nesse ensaio, Estrategista, também teremos uma relação matemática, como no ensaio de dureza
Brinell. Como a impressão formada na peça é um losango regular por conta da pirâmide de base quadrada
do penetrado, pela média L das suas diagonais, é encontrado o valor da dureza:

Veja a relação abaixo:

𝟏𝟑𝟔
𝟐𝑷. 𝒔𝒆𝒏 𝟐
𝑯𝒗 =
𝑳𝟐

Logo:

𝟏, 𝟖𝟓𝟒𝟒. 𝑷
𝑯𝒗 =
𝑳𝟐

No qual:

P = carga aplicada em kgf ou N;

L = medida da diagonal da pirâmide impressa no material da peça em mm;

O método de aplicação desse ensaio, Coruja, consiste na inspeção da impressão feita no material por
conta da microscopia aplicada (existe um microscópio acoplado à máquina com precisão de cerca de 1
mícron). Além disso, a carga fica, normalmente, por 18 segundos antes dessa inspeção.

Antes de passarmos para o próximo ensaio, vejamos as principais vantagens e desvantagens7 do


ensaio de dureza Vickers:

7
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Escala contínua

Impressões extremamente pequenas (não inutiliza a peça)

Deformação nula no penetrador (por ser de diamante)


Vantagens do
ensaio Vickers
Possui apenas uma escala de dureza (enseja menos confusão)

Aplicação para todo valor de dureza

Por ser aplicado para qualquer espessura (por isso, também é


utilizado em ensaio de microdureza)

Mais demorado

Desvantagens
do ensaio Exige preparação do material para melhor nitidez da impressão
Vickers

Pode ter erros quando as impressões possuem lados não retos

Coruja, a última desvantagem mencionada quando as lados da impressão não são retos, está
relacionada ao material da peça. Em metais recozidos, por conta do afundamento do metal envolta das faces
do penetrador, surge uma impressão de “L” maior que a real.
Não obstante, caso o metal seja encruado, surge uma “aderência” em torno das faces do penetrador,
resultando em uma valor de “L” menor que o real, gerando um dureza maior (incorreta com a realidade).

Ensaio de dureza Meyer

Estrategista, antes de vermos o ensaio de dureza Rockwell (e concluirmos com os três principais para
sua prova – Rockwell, Brinell e Vickers), temos que comentar brevemente sobre o ensaio Meyer.

Meyer percebeu em estudos sobre o ensaio Brinell que conforme a esfera de aço temperado ou de
carboneto de tungstênio adentrasse o material, as pressões, por conta da geometria esférica do penetrador,
são diferentes em diferentes pontos de contato dele com o material.

Com o intuito de tornar essa relação com a pressão mais precisa e exibir um resultado mais
satisfatório e verossímil com a realidade, Meyer propôs outra fórmula para se calcular a dureza do material
que considera a área da projeção da calota formada no material em sua superfície.

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Assim, a fórmula para o cálculo da dureza fica até mais simples, já que a área será uma projeção da
calota e consequentemente sua fórmula de área de círculo. Veja:

𝑸
𝒑=
𝝅. 𝒓𝟐

No qual:

p = pressão média entre a superfície do penetrador esférico em kgf ou N/mm2;

r = raio da projeção da calota em mm;

Considerando o diâmetro dessa projeção que mencionei, temos a seguinte expressão que pode vir
aparecer na sua prova:

𝟒𝑸
𝑯𝑴 =
𝝅. 𝒅𝟐

No qual:

HM = é a dureza Meyer (Hardness Meyer) em kgf ou N/mm2;

Por conta dessa lógica desse método, Coruja, o número de dureza obtido, de acordo com a doutrina,
será muito melhor em termos de aproximação com o real que o Brinell. Esse fato se deve a anulação que
ocorre entre as formas laterais exercidas na calota esférica, gerando uma pressão uniforme. Assim, o valor
obtido pela fórmula acima para essa pressão torna-se exatamente aquilo que fora aplicado.

Coruja, antes de irmos para os demais ensaios mais cobrados, saiba que a medida de dureza pode ser
impactada a depender do material (se ele está encruado ou recozido). Esse tipo de fenômeno ocorre, pois,
a dureza deforma o material plasticamente (claro, somente assim que se mede seu valor). Por conta dessa
deformação, a região sofre encruamento e isso pode impactar nas medidas.

Por exemplo, no ensaio Brinell, seu valor de dureza tende a diminuir se o metal é encruado, enquanto
no ensaio Meyer ela se mantém constante. Já para metais recozidos, ambas sofrem um acréscimo, por conta
do encruamento que passa a existir de maneira mais acentuada (já que no recozido, o metal não estava
encruado antes), apesar de Brinell ter, depois de um tempo, uma queda de dureza.

Coruja, sem preocupação quanto a esses aspectos. Existem todo um estudo sobre as interpretações
físicas da dureza Meyer quanto ao encruamento formado, mas de pouquíssima relevância para sua prova já
que esse tipo de ensaio não é o mais usado para ensaios comuns. Tranquilidade!

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Ensaio de dureza Rockwell

É o mais comum e usado largamente na engenharia por conta da facilidade do procedimento e baixa
probabilidade de erros surgirem, além da vantagem de o penetrador causar baixa dimensão na impressão
não estragando (normalmente) o material da peça a ser medida.

Uma característica importante que o distingue do Brinell é que a ponta do penetrador pode ser de
diamante, além do penetrador de esfera. Isso é uma vantagem, pois em materiais bem duros como os aços
temperados (falamos dele quando entramos nos tratamentos térmicos) é possível executar a medida sem
oscilações e/ou danos consideráveis no penetrador, já que diamante é um dos materiais mais duros da
natureza.

Estrategista, o penetrador do tipo esférico possuirá uma esfera de aço temperado. Já o


penetrador com ponta de diamante, terá formato cônico (com conicidade de 120o). ;)

Outra característica a ser memorizada é que no ensaio de dureza Rockwell, a dureza não é expressa
por uma equação matemática e, sim, por um número em escala própria que demonstra a proporção de
profundidade atingida, tornando o processo rápido e com ausência de erros humanos de cálculo.

Saiba, também, Coruja, que o ensaio consiste em duas aplicações de forças que correspondem a duas
etapas: a pré-carga (ou carga menor) e a carga final. Um dos objetivos da pré-carga é justamente suavizar
algum efeito de irregularidades superficiais na peça.

Estrategista, tem “cheiro” de prova o examinador cobrar qual o valor da pré-carga!


Anote: a pré-carga comum para as suas escalas é sempre de 10 kgf. Já a pré-carga para as
escalas de dureza superficial (veremos a seguir) é de 3 kgf!

Além desses detalhes, temos 3 faixas principais de dureza que recebem denominações diferentes e
procedimentos também diferentes dentro do Ensaio Rockwell.

É como se fosse assim, Coruja: para cada material, do menos duro ao mais duro, precisa mudar o
penetrador e a carga a ser empregada. Cada faixa é chamada de escala. São elas:

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• Escala "A" (Rockwell A): é usada para materiais de dureza alta. Usa-se ponta de diamante no
penetrador na forma de um cone (conicidade de 120o). A carga é de cerca de 60 kgf;

• Escala "B" (Rockwell B): é usada para materiais de dureza média. Usa-se penetrador de esfera de
aço de cerca de 1/16 de polegada de diâmetro (cerca 1,587 mm). A carga é de cerca de 100 kgf.

• Escala "C" (Rockwell C): é usada para materiais muito duros. Usa-se penetrador de diamante
como na "A" e uma carga maior (cerca de 150 kgf).

Por conta das cargas, das dimensões e dos tipos de penetradores serem constantes, é possível "jogar"
em uma tabela e encontrar a dureza do material dentro de cada escala nesse tipo de ensaio.

Esses valores são dados com o número da dureza e a letra da escala. Por exemplo: 60 Rockwell C, ou
60 C, se estivermos falando dentro do contexto de ensaios Rockwell. Dessa forma, quando representado seu
resultado, teríamos: 60 HRC (Hardness Rockwell C).

Um segundo "tipo" de ensaio Rockwell utilizado é a Rockwell Superficial, com 2 escalas: N e T. Nada
mais é que o mesmo princípio de método, porém para peças muito finas e de baixa espessura.

• Escala "N" (Rockwell N): usa-se penetrador de diamante e cargas de 15, 30 ou 45 kgf;

• Escala "T" (Rockwell T): usa-se penetrador de esfera de aço e cargas de 15, 30 e 40 kgf.

Estrategista, um nome também encontrado na literatura para o penetrador de diamante


é penetrador Brale! Grave isso para que nenhum examinador(a) espertinho(a) venha com
alguma pegadinha! :)

Coruja, as principais escalas dentro do ensaio de dureza Rockwell são essas que vimos. Todavia,
existem mais escalas conforme nos mostra o quadro a seguir8. Todavia, não se preocupe com as demais, pois
o custo benefício em memorizar todos os detalhes dessas outras escalas é mínimo. Marquei as principais
para sua prova:

8
Adaptado SOUZA, S. A.; Ensaios Mecânicos de Materiais Metálicos: fundamentos teóricos e práticos. Editora: Edgard Blücher Ltda, 5a edição. São Paulo, 1982.

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Símbolo Carga
Cor da
da Penetrador maior Aplicações
escala
escala (kgf)
Carbonetos cementados, aço fino e
A Diamante 60 Preta aços endurecidos de baixa camada de
endurecimento.
Ligas de cobre, aços moles, ligas de
B Esfera (1,59 mm de diâmetro) 100 Vermelha
alumínio, ferro maleável.
Aço, fofo duro, fofo maleável perlítico,
C Diamante 150 Preta titânio, aço endurecido (demais
materiais mais duros que “B”).
Aplicações de aços com camada de
D Diamante 100 Preta endurecimento média entre “B” e “C”
e fofo maleável perlítico.
Fofo, ligas de alumínio e magnésio,
E Esfera (3,17 mm de diâmetro) 100 Vermelha
metais para mancais.
Ligas de cobre recozidas, chapas finas
F Esfera (1,59 mm de diâmetro) 60 Vermelha
de metais moles.
Fofo maleável, liga cobre-níquel-zinco,
G Esfera (1,59 mm de diâmetro) 150 Vermelha
cupro-níqueis.
H Esfera (3,17 mm de diâmetro) 150 Vermelha Alumínio, zinco e chumbo.
K Esfera (3,17 mm de diâmetro) 150 Vermelha
L Esfera (6,35 mm de diâmetro) 60 Vermelha
M Esfera (6,35 mm de diâmetro) 100 Vermelha Metais para mancais e outros metais
P Esfera (6,35 mm de diâmetro) 150 Vermelha muito moles ou finos. Usar a menor
R Esfera (12,7 mm de diâmetro) 60 Vermelha esfera e a maior carga possíveis.
S Esfera (12,7 mm de diâmetro) 100 Vermelha
V Esfera (12,7 mm de diâmetro) 150 Vermelha

Coruja, você deve ter notado a palavra “fofo”, certo? Nada mais é que um “apelidinho”
para ferro fundido, viu? Tranquilidade! :).

Coruja, além dessas escalas para medir a dureza, temos também mais escalas para as medições de
durezas superficiais além da N e T. Aqui, novamente, vale o mesmo raciocínio: as relevantes são a N e T. Veja
a o quadro a seguir:

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Símbolo
Carga
da Penetrador Aplicações
maior (kgf)
escala
N Diamante Metais semelhantes usados nas escalas C, A e
T Esfera (1,59 mm de diâmetro) D.
W Esfera (3,17 mm de diâmetro) 15 / 30 / 45
X Esfera (6,35 mm de diâmetro) Metais muito moles.
Y Esfera (12,7 mm de diâmetro)

Estrategista, como disse, não se preocupe com todos os detalhes das duas tabelas. Tenha atenção
para as escalas que marquei em vermelho, pois elas são reconhecidas na literatura dominante como as mais
importantes (A, B, C, F, N e T), sendo as demais usadas para casos especiais. Assim, associe, sempre:

Escalas Rockwell mais usadas A, B, C, F, N e T

Escalas Rockwell menos usadas (só


Todas as demais
para casos especiais)

Além disso, perceba, analisando a tabela, a relação do diâmetro do penetrado de esfera com os tipos
de aplicações em materiais – conforme o material é mais mole, o diâmetro da esfera aumenta. Essa é uma
dica interessante, de maneia geral, para sua prova, “tchierto”?

Outro ponto, Coruja, é o procedimento para materiais desconhecidos. Normalmente, com o intuito
de não estragar o penetrador, emprega-se, para esses materiais cujos valores de dureza não se conhecem,
as escalas mais altas. Dessa forma, é mais prudente tentar primeiro a Rockwell C (HRC) e, depois, as outras,
caso o resultado fique fora do intervalo dessa escala.

Para fecharmos o nosso estudo dos pontos principais do ensaio Rockwell, vejamos suas vantagens e
desvantagens. De acordo com a doutrina9, a principal vantagens é a eliminação do tempo para a medição
de dimensões causadas, já que o resultado é lido diretamente na máquina de ensaio. Isso implica em outas
vantagens, como:

9
Adaptado SOUZA, S. A.; Ensaios Mecânicos de Materiais Metálicos: fundamentos teóricos e práticos. Editora: Edgard Blücher Ltda, 5a edição. São Paulo, 1982.

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Vantagens Medição mais rápida


do ensaio
Rockwell Livre de erros pessoais

Outra vantagens que devemos saber é que por utilizar penetradores diferentes em suas escalas –
muito deles de geometria muito pequena – a peça acaba não sendo prejudicada como em outros ensaios,
além de possibilitar fazer várias medições em mesma regiões.

Coruja, por todas essas vantagens que citei, o ensaio Rockwell é o ensaio de dureza mais
utilizado em linhas de produção, verificação de tratamentos térmicos e superficiais e em
laboratórios.

Um das desvantagens do ensaio Rockwell é quanto ao uso de diferentes escalas, pré-cargas, cargas
e escalas, dando ensejo a erros de análise. Demanda tempo para pré-avaliação da dureza do material antes
de escolher determinada escala.

Para fechar o assunto, conforme vimos no ensaio Brinell, temos que a espessura mínima para o
ensaio de dureza Rockwell comum é cerca de 10 x a profundidade da impressão. Somado a isso, o
espaçamento entre impressões deve ser de, pelo menos, 3 x o diâmetro da impressão. Show? Outro ponto
que acredito ser um potencial para aparecer na sua prova é quanto ao cálculo para a profundidade mínima
do penetrador. Teremos duas fórmulas:

• Para penetrador de diamante:


o Escalas Rockwell comum (A, B, C, etc): profundidade= 0,002 x (100 – HR);
o Escalas Rockwell superficiais (N, T, etc): profundidade = 0,001 x (100 – HR);
• Para penetrador esférico:
o Escalas Rockwell comum (A, B, C, etc): profundidade= 0,002 x (130 – HR);
o Escalas Rockwell superficiais (N, T, etc): profundidade = 0,001 x (100 – HR);

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Pega um "bizu" que tem “cheiro” de prova, Estrategista:

Penetrador de Diamante = Ensaios Vickers e Rockwell;

Relações matemáticas = Ensaios Vickers, Brinell e Meyer;

(CEBRASPE/Mecânica)
Ensaios destrutivos e não-destrutivos são extremamente importantes para a compreensão do
comportamento mecânico e da condição dos materiais utilizados em engenharia. Acerca desse assunto,
julgue o seguinte item.
A escala de dureza Rockwell C é aplicada a materiais muito duros, enquanto a escala Rockwell B é destinada
a materiais semiduros e macios.
==2afc69==

( ) Certo. ( ) Errado.

Comentário:
A escala de dureza Rockwell é largamente utilizada na engenharia por conta da sua facilidade de
procedimento e baixa probabilidade de erros. Dentre os tipos de escala Rockwell, conforme vimos:
Rockwell “A”: usada para materiais de dureza alta. Usa-se ponta de diamante no penetrador na forma de
um cone. Carga de cerca de 60 kgf;
Rockwell “B”: é usada para materiais de dureza média. Usa-se penetrado de esfera de aço de cerca de 1/16
de polegada de diâmetro (cerca 0,25 mm). A carga é de cerca de 100 kgf;
Rockwell “C”: é usada para materiais muito duros. Usa-se penetrado de diamante como na "A" e uma carga
maior (cerca de 150 kgf);
Portanto, a alternativa está correta.
Gabarito: correta.

Ensaios de microdureza

Coruja, os ensaios de microdureza surgem da grande necessidade principal de se medir a dureza


superficial de peças cujas espessuras são muito pequenas.

De acordo com a literatura especializada10, além da espessura, outra relevância desses ensaios está
na medida de áreas muito pequenas e na determinação da dureza de microconstituintes de ligas e cristais

10
Adaptado de CHIAVERINI, V. Tecnologia Mecânica: processos de fabricação e tratamento. Editora: Makron Books do Brasil Ltda, 2ª edição, vol: I. São Paulo, 1986.

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simples. Além disso, podemos citar que esses ensaios são relevantes para: determinação de dureza de
materiais frágeis11, também.

Outros dois pontos gerais que você precisa saber é que as cargas iniciais são sempre menores do que
1 kgf e vão até 10 kgf, bem como os penetradores são sempre de diamante.

Veremos os dois tipos de ensaios para medir microdureza: Vickers e Knoop. Por isso, atenção aos
detalhes:

Peças com espessura muito finas

Peças com áreas muito pequenas

Ensaios de Medição de dureza de microconstituintes, cristais simples e


microdureza materiais frágeis

Carga inicial menor que 1 kgf, indo até 10 kgf

Dois ensaios: Vickers e Knoop

Estrategista, quanto ao ensaio de microdureza Vickers, saiba que ele será aplicado conforme vimos
quando estudamos suas características. Aqui, é bom você saber que Vickers também pode ser utilizado para
medir microdureza. Veremos os detalhes do ensaio Knoop!

Microdureza Knoop

Estrategista, o primeiro grande ponto característico desse ensaio (quero que você memorize, pois
pode ser alvo de cobrança) é quanto ao seu penetrador – ele consiste em um formato de pirâmide alongada.

Conforme aponta a doutrina, a relação entre o comprimento, largura e profundidade, valem,


respectivamente: 30:4:1. Além disso, a relação entre a diagonal maior e a menor da impressão é de 7:1.

Veja a figura a seguir12 para você visualizar o “jeitão” da impressão formada:

11
Adaptado SOUZA, S. A.; Ensaios Mecânicos de Materiais Metálicos: fundamentos teóricos e práticos. Editora: Edgard Blücher Ltda, 5a edição. São Paulo, 1982.
12
Adaptado SOUZA, S. A.; Ensaios Mecânicos de Materiais Metálicos: fundamentos teóricos e práticos. Editora: Edgard Blücher Ltda, 5a edição. São Paulo, 1982.

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Dessa forma, temos que para a profundidade P = 1, teremos, aproximadamente, um largura W = 4 e


um comprimento Lm = 30.

A expressão para calcular a microdureza Knoop (Hardness Knoop – HK) é dado por:

𝑸 𝑸 𝑸 𝟏𝟒, 𝟐𝟐𝟗. 𝑸
𝑯𝑲 = = 𝟐 = 𝟐 = ;
𝑨𝒑 𝑳𝒎 . 𝑪 𝑳𝒎 . 𝟎, 𝟎𝟕𝟎𝟐𝟖 𝑳𝒎 𝟐

No qual:

Ap = é a área projetada da impressão em mm2;

Q = a carga aplicada em gramas-força (gf);

Lm = consiste na diagonal maior da impressão dada em mícrons

C = consiste em uma constante relacionado ao penetrador que relaciona a área com a parcela Lm2;

Coruja, perceba que a mircrodureza Knoop é dada em gramas-força (gf/mm2). Claro,


muito por conta do objetivo do ensaio com cargas menores que os demais que vimos.
Todavia, ela pode ser fornecida em kilograma-força (kgf/mm2) – o que é comum. Basta
multiplicar o valor por 1000, “perfétchio”? rs

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Estrategista, outro ponto importante é que o ensaio de microdureza Knoop é mais empregado que a
o de microdureza Vickers em materiais extremamente frágeis (vidro e cerâmicas em geral, por exemplo).
Isso se dá por conta da profundidade da microdureza Knoop que é a metade da profundida atingida na
Vickers com a mesma carga. Além disso, ela sofre menos com a recuperação elástica do material! Show?
Lindo!

Normalmente, Estrategista, a carga é aplicada durante 18 segundos, além da calibração das máquinas
terem de estar em dia com certa frequência já que estamos lidando com pequenas impressões sujeitas a
qualquer desnível de regulagem.

Para fecharmos, vejamos alguns cuidados redobrados que temos que ter antes de aplicar os ensaios
de microdureza (serão maiores, é claro, que a dureza padrão, por conta da impressão menor e mais precisa).

Nesse ponto de preparação do corpo de prova, eu quero que você memorize o tipo de processo que
deve ser feito antes do ensaio de microdureza - metalográfico! Assim, a peça é preparada
metalograficamente por um processo de polimento eletrolítico. Esse processo evita que a peça sofra
encruamento, além de melhorar a nitidez da impressão para medida de suas diagonais.

A última característica para vermos o próximo ensaio e fecharmos essa parte da nossa aula é em
relação a cargas muito menores que 300 gf, Coruja. Pode ocorrer um “aumento” fictício de microdureza,
pela recuperação elástica do material (mais acentuada em cargas menores), alterando e diminuindo a
impressão causada por conta da diminuição da medida das diagonais. Logo, diagonais menores, implica em
uma microdureza maior. Essa fenômeno ocorre, normalmente, entre cargas de 200 gf a 20 gf13.

Outros dois ensaios que quero que você apenas saiba que existem é o Ludwik e o
Monotron. O ensaio de Ludwik é um ensaio que tem penetradores prismáticos que
embasou o surgimento dos ensaios Vickers e Knoop. A única coisa a saber é que ele
existe e que apesar das impressões mais simétricas é de difícil medição pela maior
aderência e amassamento do material conforme se aumenta a carga. Outro pouco falado
é o ensaio de dureza Monotron que tem como particularidade o uso de uma esfera de
diamante como penetrador, sendo o único a utilizar esse tipo de penetrador!

13
Adaptado SOUZA, S. A.; Ensaios Mecânicos de Materiais Metálicos: fundamentos teóricos e práticos. Editora: Edgard Blücher Ltda, 5a edição. São Paulo, 1982.

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Ensaio Shore – dureza por choque

Coruja, o último ensaio de natureza destrutiva para medir dureza que veremos hoje é o ensaio Shore.
Como aponta a literatura específica, esse ensaio consiste na medição da altura do ressalto (rebote de um
peso específico) depois que esse peso cai livremente e bate na superfície lisa e plana do corpo de prova.

Pois é, Estrategista! É exatamente isso que você está imaginando: o penetrador (já falarei de suas
características) cai em queda livre, “quica” e essa altura que nem quando uma bola de tênis quica no chão e
volta, é o resultado desse ensaio de dureza.

Dessa forma, a altura desse rebote mede justamente a energia cinética que foi perdida (absorvida)
pelo corpo de prova! Assim, com uma relação de marcações por um tubo de vidro (graduado de 0 a 140
marcações) a dureza é obtida.

Outro nome que pode aparecer na sua prova para o ensaio de dureza Shore é ensaio
escleroscópico!

O penetrador que executa esse ensaio consiste em um martelo de aço no formato de uma barra,
possuindo na sua extremidade uma ponta arredondada formada por diamante. Outra característica
relevante é que esse ensaio possui uma impressão pequena e é muito utilizado para medir durezas de peças
já acabadas (produtos finais) e usinadas. Esse fato se deve à máquina que é leve e portátil, sendo adaptável
para qualquer lugar e sendo aplicável em peças muito grandes como cilindros de laminação14. Como
vantagens do ensaio de dureza Shore temos o seguinte, Coruja:

Escala é contínua (cobre a maioria de variação de dureza dos metais)

Vantagens do Pode ser empregado para medir peças grandes e acabadas


ensaio de
dureza Shore Máquina leve e portátil

Muito empregado em aços endurecidos, sem danificá-los.

14
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Já como desvantagens, podemos mencionar:

Não pode ser efetuado em peças muito finas, já que o apoio da


Desvantagens peça pode absorver energia e alterar a altura
do ensaio de
dureza Shore Superfícies tem que ser lisas. Caso contrário implica em erros de
leitura.

(Marinha/Mecânica)
Como se denomina o ensaio de dureza por penetração que é baseado na profundidade de penetração de
uma ponta, subtraída da recuperação elástica devido a retirada de uma carga maior e da profundidade
causada pela aplicação de uma carga menor, e que elimina o tempo necessário para a medição de qualquer
dimensão da impressão causada, pois o resultado é lido direta e automaticamente na máquina de ensaio?
a) Brinell.
b) Rockwell.
c) Vickers.
d) Meyer.
e) Ludwik.
Comentário:
Questão “tranquila”, Coruja! Perceba que o comando deixa claro que temos uma ponta de penetrador, logo
não pode ser o Brinell. Além disso, diz que o resultado é lido diretamente na máquina de ensaio, sem
fórmula. Dessa forma, temos que o Rockwell é o ensaio descrito, já que Vickers e Brinell tem a dureza por
meio de aplicação de fórmulas (letras “a” e “c”, erradas). O ensaio Meyer é parecido com o Brinell, mas
considera a projeção da calota formada no material pela esfera (penetrador). Não tem relação com descrição
enunciado. O ensaio de Ludwik é um ensaio que tem penetradores prismáticos que embasou o surgimento
dos ensaios Vickers e Knoop. A única coisa a saber é que ele existe e que apear das impressões mais
simétricas é de difícil medição pela maior aderência e amassamento do material conforme se aumenta a
carga. É um ensaio que não é alvo de cobrança e é bom você saber que existe.
Gabarito: "b".

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A influência da temperatura na dureza

Coruja, a temperatura também vai impactar na propriedade da dureza. Nesse ponto, o que interessa
para nós é que para se analisar o quanto a variação de temperatura impacta na variação de dureza, temos
que ter as seguintes características suprimidas:

• Temperatura uniforme do recipiente (para que o corpo de prova tenha a mesma temperatura ao
longo do seu corpo);
• Atmosfera controlada em ensaios a quente para evitar oxidação (em geral, usa-se vácuo ou
atmosfera inerte);
• Penetrador também deve ser aquecido e, especificamente, no Brinell a esfera tem que ser
cementada (passar pelo tratamento de cementação) para não amolecer devido à temperatura
alta;

Além disso, é bom conhecermos a famosa equação de Westbrook (renomado autor dessa área)
citada na doutrina15:

𝑯 = 𝑨. 𝒆−𝑩.𝑻

Na qual, temos que a dureza “H” em determinada escala varia conforme a temperatura da liga
analisada também varia. As constantes “A” e “B” são valores que tem relação com o metal ou liga metálica
específicos. A constante A tem relação com a energia térmica e a B com a velocidade de mudança de
conteúdo de calor durante a variação de temperatura.

Por conta da expressão em função logarítmica, o gráfico característico é uma reta com ponto de
inflexão quando T equivale à metade da temperatura de fusão do metal ou liga, aproximadamente.

Para finalizar, Estrategista, apesar de praticamente a dureza diminui com o aumento da


temperatura, saiba que nem sempre isso vai ocorrer. Depende muito da microestrutura e o arranho da célula
unitária do material. Por exemplo, metais CCC temos que a dureza sempre vai diminuir. Todavia, em metais
CFC e HC, a diminuição é menor, sendo alguns casos específicos, como os aços inoxidáveis austeníticos que
tem sua dureza mais elevada a quente.

15
Adaptado SOUZA, S. A.; Ensaios Mecânicos de Materiais Metálicos: fundamentos teóricos e práticos. Editora: Edgard Blücher Ltda, 5a edição. São Paulo, 1982.

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Ensaios de temperabilidade: Jominy e Grossmann

Coruja, apesar de quase nunca ser cobrado esses dois ensaios, é bom vermos as principais
características de cada um (principalmente no que tange aos procedimentos de cada um). Sua prova
costuma abordar só esses pontos.

Você se lembra da propriedade denominada temperabilidade? Apesar de ser relacionada com a


dureza ela não é a mesma coisa. Temperabilidade pode ser entendida como a capacidade (habilidade) de
uma liga em atingir (formar) a microestrutura martensítica em profundidades específicas do material. Ou
seja, a temperabilidade pode ser entendida como uma medida de cunho qualitativo da taxa na qual a dureza
decresce em função da profundidade do material (conforme o teor da microestrutura martensítica diminui).

É claro, Estrategista, que temos ensaios para medir a temperabilidade de cada material. Eles são: o
ensaio Jominy e Grossman (principais).

Jominy

Nesse ensaio, basicamente, a dureza até certa profundidade do material ensaiado no corpo de prova.
Nesse ensaio, com exceção da composição da liga, outros fatores, como tamanho, forma e o tratamento
térmico de tempera são mantidos constantes. O corpo de prova tem formato cilíndrico de 25,4 mm de
diâmetro e 100 mm de comprimento. Então, esse corpo de prova é austenitizado e, depois que sai do forno
a uma temperatura específica, tem sua extremidade inferior temperada por um jato de água (com
temperaturas e vazão também específicas).

Depois disso, com a peça toda resfriada à temperatura ambiente, vários chanfros planos são
produzidos com 0,4 mm de profundidade, nos quais as medidas na escala Rockwell são feitas ao longo do
comprimento do corpo de prova em medidas específicas nos primeiros 50 mm dele.

Como é de se esperar, a medida que vão afastando da extremidade, a medida de dureza começa a
diminuir.

Grossmann

No ensaio Grossmann (também chamado de método de Grossmann, pela literatura), temos


diferentes barras de aço com várias medidas de diâmetros. Elas são temperadas, Coruja, ou seja,
austenitizadas e, depois, resfriadas com alta velocidade de resfriamento para a transformação da austenita
em martensita.

Depois, temos que as seções transversais de cada barra medida quanto a dureza (na escala Rockwell
C) até o seu centro. Assim, chega-se a um diâmetro crítico que será aquele valor no qual se tem 50% de
martensita formada no centro da seção e esse diâmetro pode ser obtido graficamente. Claro que em barras
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mais finas, a dureza será mais uniforme, por conta de a distância da superfície até seu centro ser menor
(como o resfriamento começa na superfície, claro que ela terá uma dureza maior em relação ao centro).
Assim, para distâncias menores, a dureza será mais uniforme, com baixa queda de dureza até o centro.

A curva característica de dureza x diâmetro da barra fica no formato de um “U”, por conta dessa
diferença de dureza devido ao taxa de resfriamento da superfície até o centro da barra. Veja um exemplo de
uma curva de dureza para o aço SAE 1090 de um série de barras cilíndricas resfriadas a água da literatura
específica:

16

Ensaio de tração

Estrategista, basicamente, conforme já vimos na aula passada sobre os conceitos de deformação e


tensão, o ensaio de tração consiste na medição do grau de deformação para determinada tensão imposta.

Nesse sentido, boa parte dos conceitos já foram vistos anteriormente e, repeti-los aqui, seria somente
perda de tempos (seu tempo). Por isso, abordarei os aspectos mais específicos e detalhados sobre o ensaio
de tração (alguns pontos teremos que retomar do que já foi visto, mas de maneira “cirúrgica”, rs).

Assim, teremos uma abordagem conceitual das diferentes propriedades que podem ser obtidas
nesse ensaio, pois são comumente exploradas em provas de concurso.

16
Adaptado de CHIAVERINI, V. Aços e Ferros Fundidos. 7a edição. São Paulo, 2005.

27

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Primeiramente, temos que saber que tensão é definida, pela doutrina17, como a resistência interna
de um corpo quando submetido a uma força externa sobre ele por unidade de área.

Somado a esse cenário, surge o conceito de deformação que, por sua vez, é justamente a variação
da dimensão desse corpo, dada uma unidade de medida estabelecida conforme a tensão é exercida.
(Nenhuma novidade, certo, Coruja?).

Lembre-se da aula passada que vimos a característica do gráfico tensão-deformação obtido em um


ensaio de tração convencional. Em um primeiro momento, temos uma curva linear que representa o campo
elástico do material (deformação não permanente) regida pela Lei de Hooke. Essa lei define como tensão o
produto do Módulo de Young (Módulo de Elasticidade) e a deformação. (Tranquilidade! Tudo isso, vimos lá
na aula passada).

Dessa forma, dentro do campo elástico, os átomos desse material dada uma configuração do seu
retículo cristalino baseada no arranjo da célula unitária (CCC, CFC, etc) são deslocados e voltam a sua
configuração assim que a tensão é eliminada. Além disso, um ponto importante é saber que o regime elástico
tem relação com as forças de ligação entre os átomos constituintes do material e essas forças que
determinando o seu Módulo de Elasticidade.

Nessa seara, normalmente, mesmos materiais, apesar de sofrer tratamentos térmicos ou processos
que influenciem nos limites de resistência do material (como ao escoamento e o limite máximo no campo
plástico, por exemplo), a inclinação da reta (curva linear do regime elástico) acaba, na prática, sofrendo uma
alteração muita baixa. Ou seja, o módulo de elasticidade quase não se altera, sendo considerado uma das
propriedades mais constantes do material e não sendo sensível a modificações estruturais.

Além disso, surge o conceito de rigidez do material que é dada pela relação entre a força e a
deformação que um material sofre dentro do regime elástico (regime cuja deformação não é permanente).
Dessa forma, a rigidez expressada pelo Módulo de Elasticidade (também chamado de Módulo de Young)
que é numericamente igual a tangente do ângulo de inclinação da curva linear na fase elástica do material.

Se liga, Coruja! Quanto maior for o Módulo de Elasticidade, menor será a deformação
elástica e mais rígido será o material! ;)

17
Adaptado SOUZA, S. A.; Ensaios Mecânicos de Materiais Metálicos: fundamentos teóricos e práticos. Editora: Edgard Blücher Ltda, 5a edição. São Paulo, 1982.

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Assim, também podemos encontrar o Módulo de Elasticidade, bastando aplicar a fórmula da Lei de
Hooke nos limites de resistência ao regime elástico pela deformação obtida:

σ= ε .E

No qual:

σ = tensão aplicada no material, em N ou kgf por mm2;

ϵ = Deformação específica (adimensional);

E = módulo de elasticidade ou módulo de Young (rigidez do material), em N/mm 2 ou MPa;

Continuando a tração pela tensão imposta, alguns limites passam a fazer sentido para nosso estudo.
O limite de escoamento passa a caracterizar a deformação do material normalmente de 0,2% em diversos
materiais, podendo ter outros valores (como 0,5% para o cobre e suas ligas, por exemplo).

(Cesgranrio/Mecânica)
A rigidez de um componente é a razão entre a força e a
a) deformação.
b) área.
c) temperatura.
d) pressão.
e) vazão.
Comentário:
Conforme vimos, Coruja, a rigidez de um material é dada pela relação entre a força e a deformação que um
material sofre dentro do regime elástico (regime cuja deformação não é permanente). Dessa forma, a
rigidez expressada pelo Módulo de Elasticidade (também chamado de Módulo de Young) que é
numericamente igual a tangente do ângulo de inclinação da curva linear na fase elástica do material.
Assim, temos que o quanto o material se deforma para dados valores de tensão, regida pela
proporcionalidade entre força e deslocamento de deformação pela Lei de Hooke. Assim, temos que para o
regime elástico, a relação entre tensão e deformação do material é expressa pela fórmula:
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σ= ε .E;
No qual:
σ = tensão aplicada no material, em N ou kgf;
ϵ = Deformação específica (adimensional);
E = módulo de elasticidade ou módulo de Young (rigidez do material), em N/mm2 ou Mpa;
Gabarito: "a".

Seguindo nosso raciocínio, a entrada na fase plástica do material (deformação permanente), temos
que ele não volta ao seu formato original quando cessada a tensão aplicada. Dessa forma, teremos mais dois
limites conforme se aumenta a tensão aplicada nessa fase chamada de ruptura: teremos o limite de
resistência (ponto da curva que corresponde a maior tensão que o corpo de prova resiste) e o limite de
ruptura (ponto da curva no qual o corpo de prova se rompe).

Durante todo esse processo, temos a estricção (ou empescoçamento) do corpo de prova, que nada
mais é que a diminuição da sua seção transversal em certa região.

Lembra-se do gráfico tensão x deformação, Coruja? Vamos revê-lo da aula passada:

18

Conforme vimos na aula anterior, temos aqui até o ponto "A" que indiquei na curva Tensão (σ) x
Deformação da área da secção (m2), a deformação que ocorre é elástica. Até esse ponto, se eliminarmos a
tensão, o material volta a seu estado original.

18
Adaptado de Callister, W.D. Jr; Rethwish, D.G. Materials Science and Engineering: An Introduction. Editora: LTC, 8ª edição, Rio de Janeiro, 2012.

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Por outro lado, até o ponto "M", temos o limite de resistência a tração. Depois desse ponto, o
material não suportará mais os esforços e irá se romper, ocorrendo a fratura. Perceba pela curva descrita
que no ensaio de tração, conforme vamos tracionando (puxando) o corpo de prova até o ponto "M", a tensão
necessária aumenta. Apesar desse perfil, depois desse ponto, ela começa a diminuir, até ocorrer a fratura
no ponto "F".

Assim, teremos as seguintes medidas obtidas pelo ensaio de tração, Coruja (também vimos essas
fórmulas na aula passada), uma para a medição do alongamento do corpo de prova e outra para a medição
da estricção em dada região dele:

(𝐶𝑓 − 𝐶𝑜)
%𝐴𝐿 = 𝑥 100
𝐶𝑜
Onde:

• %AL = porcentagem de alongamento;


• Cf = comprimento final;
• Co = comprimento inicial;

Para a redução da área da seção transversal da peça:

(𝐴𝑜 − 𝐴𝑓)
%𝑅𝐴 = 𝑥 100
𝐴𝑜
Onde:

• %RA = porcentagem de redução da área transversal;


• Ao = área inicial da seção transversal;
• Af = área final da seção transversal;

Estrategista, normalmente as bancas não costumam adentrar nas especificidades dos ensaios de
tração real, nem na determinação entre o limite elástico e o limite de proporcionalidade na passagem do
regime elástico para o plástico.

Todavia, acho interessante que você tenha em mente alguns aspectos que ocorrem nessa transição
e outros limites que surgem. Nessa seara, é importante você ter em mente que quando o escoamento
começa a surgir (e o material começa a se deformar plasticamente, de forma permanente) temos uma
transição heterogênea – a curva expressada não será necessariamente uniforme.

Nesse sentido, surgem dois novos limites que iremos incluir em nosso gráfico tensão x deformação
a seguir: o limite de escoamento superior e o limite de escoamento inferior.
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No superior, temos a tensão máxima antes de uma queda de tensão até o inferior que, de fato,
implica no começo do regime plástico do material. As variações de tensões e deformações desses limites
dependem de diversos fatores, desde a geometria da peça e trabalhos (conformação, por exemplo)
anteriores, a velocidade de deformação (principal fator).

Normalmente, Coruja, estabelecer a observação do escoamento de maneira nítida, na prática, é


muito trabalhoso, sendo o limite de escoamento também chamado de limite de proporcionalidade que
delimitam o limite elástico do material. Por isso, a doutrina estabelece um limite “n”, que seria um valor
determinado por convenção e internacionalmente aceito (seria aquele valor que mencionei em porcentagem
de deformação de 0,2% para os metais em geral e de 0,5% para o cobre e suas ligas devido a maior
plasticidade).

Sobre esse ponto, Estrategista, não precisa se preocupar em saber esses limites de deformação que
vão determinar a deformação a tensão limite de escoamento – basta saber que para os metais em geral ele
vale 0,2% ou 0,002.

Dessa forma, Coruja, colocando esses maiores detalhes em nosso gráfico tensão x deformação para
o ensaio de tração, temos as seguintes informações (esse gráfico, quero que você tatuado em sua mente!):

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Coruja, atenção! Para a grande maioria das bancas você pode considerar o gráfico acima
para os limites elásticos, escoamento e de proporcionalidade como no mesmo ponto
praticamente de fronteira dos regimes. Todavia, para algumas bancas, como de concursos
da Marinha, o limite elástico é considerado mais abaixo na curva tensão x deformação,
limitando o regime elástico, como no gráfico abaixo! Veja a seguir.

19
Adaptado de GARCIA, A.; SANTOS, C.A.; SPIN, J.A. Ensaios dos Materiais.Editora: LTC, 2ª edição. Rio de Janeiro, 2012 e SOUZA, S. A.; Ensaios Mecânicos de Materiais Metálicos: fundamentos teóricos e práticos.
Editora: Edgard Blücher Ltda, 5a edição. São Paulo, 1982.

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Coruja, outra forma de calcularmos a resiliência do regime elástico do material (além da área, já que
pode não aparecer o gráfico do material na questão) é pela fórmula que vai relacionar a tensão do material
no limite elástico (de proporcionalidade ou de escoamento) com o Módulo de Elasticidade (ou Módulo de
Young). Na realidade, ela é derivada da integral da região (área do gráfico) do regime elástico:

𝝈𝒚 𝟐
𝑼𝒓 =
𝟐. 𝑬

Antes de vermos alguns detalhes sobre os corpos de prova (apesar de não terem sido alvo da sua
banca, tem “cheiro” de prova cair na sua prova), vamos entender alguns aspectos sobre o encruamento do
material no regime plástico.

20
Adaptado de GARCIA, A.; SANTOS, C.A.; SPIN, J.A. Ensaios dos Materiais.Editora: LTC, 2ª edição. Rio de Janeiro, 2012 e SOUZA, S. A.; Ensaios Mecânicos de Materiais Metálicos: fundamentos teóricos e práticos.
Editora: Edgard Blücher Ltda, 5a edição. São Paulo, 1982.

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(Cesgranrio/Mecânica)
Considere as três importantes propriedades mecânicas de um metal:
1 - medida do grau de deformação plástica que foi suportada até o momento da fratura;
2 - capacidade de absorver energia sem sofrer deformação plástica;
3 - medida da habilidade em absorver energia até sua fratura.
Estas propriedades estão relacionadas, respectivamente, com:
a) resiliência, ductilidade e tenacidade.
b) resiliência, tenacidade e ductilidade.
c) tenacidade, ductilidade e resiliência.
d) ductilidade, tenacidade e resiliência.
e) ductilidade, resiliência e tenacidade.
Comentário:
Lembre-se sempre, Coruja:
Ductilidade: medida do grau de deformação plástica (regime plástico de deformação permanente) que o
material tem até sua ruptura;
Resiliência: capacidade de absorver (e devolver) energia dentro do regime elástico (deformação não
permanente);
Tenacidade: capacidade (também pode ser entendida como habilidade) do material em absorver energia
até sua fratura/ruptura, envolvendo tanto o campo do regime elástico quanto plástico de deformação.
Gabarito: "e".

Encruamento

Coruja, o que você precisa saber nesse ponto é que conforme o regime plástico é atingido e, a
deformação permanente se manifesta, ocorre um endurecimento pela deformação a frio (encruamento do
metal).

O encruamento surge, Estrategista, justamente pela interação que vai existir entre as discordâncias
dos grãos que constituem a microestrutura do material. Ele também é chamado de trabalho a frio e tem
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como consequência a elevação da dureza do material deformado plasticamente (quando feito em


temperaturas bem abaixo da temperatura de recristalização desse material).

Essa dureza é proveniente das tensões internas geradas no material pela deformação plástica que
aumenta as discordâncias em sua microestrutura, e ela justamente existe pela dificuldade de ocorrer o
escorregamento dos planos cristalográficos.

Nesse sentido, se o corpo de prova ensaiado, assim que entra no regime plástico, a tensão for cessada
e, novamente, foi retomada em um segundo ensaio, o escoamento atingido no primeiro não existirá mais,
revelando um endurecimento pelo encruamento gerado no primeiro ensaio. Assim, a tensão limite de
escoamento (também chamada de limite elástico e de proporcionalidade, para ensaios de rotina), será
maior.

Dessa forma, podemos entender que “haverá menos material” a ser encruado (pensando de maneira
simplista, é claro), fazendo com a zona plástica somente se manifeste com uma tensão maior.

Esse cenário é visto no ensaio real de tração (diferentemente do convencional). No ensaio


convencional, sem considerar a estricção de área, a tensão de ruptura, por exemplo, será menor que a de
resistência (que é a tensão máxima). Todavia na realidade, temos a estricção da área do corpo de prova
submetido a tração o que torna a área real da seção desse corpo de prova menor. Assim, o cálculo de tensão
é afetado e a curva tensão-deformação verdadeira não “cairá” depois da Tensão de Resistência,
evidenciando uma tensão de ruptura maior. Veja a figura a seguir para entender a comparação da curva real
x curva convencional (ou de engenharia). Na real, temos que a curva segue até R’ e não R:

21

Estrategista, vamos falar um pouco sobre os corpos de prova utilizados. Avante!

21
Adaptado de Mascia, N.T. Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Departamento de Estruturas. 2006.
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Corpos de prova – ensaio de tração

Coruja, você sabe o que é um corpo de prova? Moleza! É isso mesmo você já sabe, mas se embaralha
para explicar, rs! Não tem segredo: são corpos padronizados em normas técnicas a fim de representar o
comportamento do produto/peça final acabada.

Assim, um corpo de prova terá sua parte útil, cabeça e raio de concordância. A parte útil é
justamente a região na qual as medidas do ensaio serão feitas de cada propriedade mecânica. A cabeça é
justamente a região que será fixada na máquina que executará o ensaio (podendo ser rosqueadas ou não).
Veja a figura a seguir que ilustra um exemplo de corpo de prova padronizado pela ABNT:

22

Além disso, alguns pontos que a literatura específica23 evidencia sobre os principais motivos para a
utilização dos corpos de prova acredito serem relevantes para sua prova:

• Facilidade de adaptação da máquina e de execução do ensaio;


• Permite que a ruptura seja possível sempre para a capacidade de gerar esforços pela máquina;
• Permite a execução da análise e do cálculo das propriedades mecânicas de maneira mais fácil;
• Permite a comparação entre os corpos ensaiados no que tange ao alongamento e a estricção;
• Não contém irregularidades por ser padronizado (diferente de um “pedação” qualquer de
material);

Uma dúvida que você pode vir a ter é para peças muito pequenas! Tranquilo, Coruja! Nesse caso, há
a possibilidade de existirem corpos de prova em tamanhos reduzidos.

Sem adentrar nos detalhes geométricos dos diferentes corpos de prova (o custo benefício é pífio para
sua prova), quero que você guarde mais duas informações. A primeira é quanto à exceção de formato dos

22
Adaptado SOUZA, S. A.; Ensaios Mecânicos de Materiais Metálicos: fundamentos teóricos e práticos. Editora: Edgard Blücher Ltda, 5a edição. São Paulo, 1982.
23
Adaptado SOUZA, S. A.; Ensaios Mecânicos de Materiais Metálicos: fundamentos teóricos e práticos. Editora: Edgard Blücher Ltda, 5a edição. São Paulo, 1982.

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corpos de prova de ferro fundidos cinzentos. Para esse material, a única propriedade importante é limite de
resistência no ensaio de tração e a parte útil dele é reduzida em relação ao comprimento da cabeça, na lavra
da doutrina.

Além disso, um ponto importante a se saber é quando o material do produto final é composto por
materiais diferentes, como cabos. Para eles, não é necessário usinar um corpo de prova, mas os conceitos
de limites de escoamento, resistência e alongamento e estricção são abandonados e utilizados as
especificações de cada produto.

Nessa seara, materiais soldados podem ter corpos de prova com a solda no meio, porém somente o
limite de ruptura é comumente analisado, pois esse corpo de prova é formado por materiais heterogêneos
(solda e o material não soldado). Por conta disso, Coruja, esse cenário gera dúvida quanto ao limite de
escoamento, ao alongamento e ao local de ruptura. Todavia, memorize que caso a solda seja mais resistente
que o metal de base (material restante do corpo de prova), usa-se os limites de tensão do metal de base
(claro, ele será o menos resistente).

Coruja, sobre os detalhes dos ensaios de tração, acredito ser suficiente. Veremos agora o ensaio de
compressão.

Ensaio de compressão

Estrategista, a compressão, de acordo com a aplicação de carga, pode-se dizer que é o esforço oposto
ao da tração (ao invés de “puxar” o corpo de prova, iremos “amassá-lo”). Nesse tipo de ensaio, o
comportamento elástico do material pode ser comparável ao mesmo comportamento elástico quando o
mesmo material é sujeito ao ensaio de tração. Inclusive, como aponta a doutrina, esse comportamento é
facilmente verificado em materiais dúcteis (como aço de baixo carbono).

Todavia, o problema começa quando se atinge a fase plástica (regime de deformação permanente).
Aqui a situação é diferente, pois na compressão a área da seção transversal aumenta (e não diminui, como
na tração). Isso implica em uma geometria final tendendo a formar um disco, sem atingir a ruptura
facilmente.

Em materiais frágeis, essa ruptura é mais facilmente atingível. Isso ocorre, Coruja, porque para esses
materiais, devido à falta de deformação lateral (por não serem dúcteis), conforme a carga de compressão
aumenta, surge uma tensão de cisalhamento.

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Essa tensão será responsável pela ruptura do material (normalmente, em um plano inclinado de 45o
da seção transversal do corpo de prova). Veja a figura24 a seguir. Nela, temos na letra “a”, a situação antes
do esforço de compressão e na letra “b” para um material frágil e na letra “c” para um material dúctil.

Coruja, memorize, porque tem “cheiro” de prova: em materiais dúcteis não é possível
determinar características mecânicas no regime plástico. Todavia, no regime elástico,
características mecânicas como módulo de elasticidade, limite de escoamento, limite de
proporcionalidade e resiliência, são possíveis de serem determinadas, assim como é no
ensaio de tração! ;).

Coruja, a deformação característica da placa na letra “c” da figura cima (nas laterais, aumenta sua
área da seção transversal) é comumente chamada de embarrilhamento e aparece, normalmente, materiais
mais dúcteis (óbvio). Esse fenômeno surge pela força de atrito elevada entre as placas das máquinas, que
não permite o escoamento nessas regiões de contato. Porém, conforme se afasta dessas regiões, o material
escoa na direção radial e forma essa “barriga” (associe que nunca mais você esqueça, Coruja) na região
central (veja, de novo, a figura da letra “c”).

Além disso, é importante você saber que uma das principais preocupações desse ensaio é quanto a
flambagem do corpo de prova. Por conta disso, para se evitar esse encurvamento devido ao efeito da flexão,

24
Adaptado de GARCIA, A.; SANTOS, C.A.; SPIN, J.A. Ensaios dos Materiais. Editora: LTC, 2ª edição. Rio de Janeiro, 2012.

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a razão entre o comprimento Lo e o diâmetro do cilindro do corpo de prova Do pode chegar a valores de 3 a
8 (claro, a depender da ductilidade do material), a fim de se evitar a flambagem. Todavia, para materiais
frágeis, como cita a literatura específica, pode-se ter uma razão cujos valores sejam entre 2 e 3. Outro
aspecto inerente a esse fenômeno é a falta de paralelismo das placas móveis que também podem ocasionar
em flambagem, Coruja.

E aqui mora o perigo, pois se tivermos uma relação L/D > 8, podemos evitar o embarrilhamento, mas
aumentamos a chance de termos flambagem. Por isso, outras soluções também são usadas para evitar o
embarrilhamento, tais como: lubrificação (diminuição do atrito) entre as interfaces das placas e o corpo de
prova e colocação de placas nessa interface, a fim de diminuir, também, o atrito.

Estrategista, normalmente, as provas cobram de maneira qualitativa (como vimos) os detalhes sobre
o ensaio de compressão (quando cobram). Todavia um ponto importante é a relação entre o ensaio de tração
e compressão.

Comparação entre os ensaios de tração e de compressão

Aqui, Coruja, como aponta a doutrina25, os materiais frágeis (são eles que são largamente utilizados
para esse ensaio, por conta dos fenômenos que vimos) podem possuir trincas microscópicas (pela natureza
do material). Nessa seara, podemos citar o concreto e o ferro fundido. Por conta dessas trincas, são pouco
resistentes a tração.

Por outro lado, costumam ser altamente resistentes à compressão (muito por conta do tipo de
aplicação de carga), chegando a ordem de 8 a 10 vezes mais resistente do que em tração. A figura abaixo
provém da literatura específica26 e demonstra o exemplo das curvas de tensão x deformação para os dois
materiais frágeis diferentes citados (letra “a”, ferro fundido e letra “b”, concreto):

25
Adaptado de GARCIA, A.; SANTOS, C.A.; SPIN, J.A. Ensaios dos Materiais. Editora: LTC, 2ª edição. Rio de Janeiro, 2012.
26
Adaptado de GARCIA, A.; SANTOS, C.A.; SPIN, J.A. Ensaios dos Materiais. Editora: LTC, 2ª edição. Rio de Janeiro, 2012.

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Além desses aspectos, é fácil notar que conforme o ensaio de compressão ocorre, devido ao aumento
da área da seção transversal do corpo de prova (como já mencionei), temos uma redução da tensão (já que
tensão é justamente a força pela área do material). Assim, o ensaio real, Coruja, costuma apresentar uma
curva real, abaixo da curva nominal de tensão (para materiais dúcteis, é claro), pois se calcula a tensão pela
área instantânea do corpo de prova (que está aumentando). Diferente desse cenário, é a tensão de
engenharia ou convencional que não considera a mudança na área instantânea.

Ensaio de impacto

Coruja, o ensaio de impacto, outro tipo de ensaio de natureza destrutiva, tem como objetivo, de
acordo com a literatura específica27, medir a quantidade de energia absorvida (tenacidade) por uma amostra
de material (corpo de prova) quando submetido a um esforço de choque (dinâmico) conhecido. Dessa forma,
também faz parte da definição do objetivo desse ensaio a análise e estudo da fratura frágil e a transição
dúctil/frágil dessa fratura em metais.

Outra denominação comum que pode aparecer na sua prova, Estrategista, para o ensaio
de impacto é ensaio de choque! ;)

Esse ensaio depende de alguns fatores o seu resultado. Como o impacto é necessário, temos a ação
de um golpe (força brusca e repentina) sobre o corpo de prova por um martelo (pêndulo) e o quanto esse
pêndulo retorna está relacionado ao quanto de energia foi absorvida.

A grande contribuição do ensaio é justamente entender o comportamento do material em dadas


condições a fim de embasar projetos reais de engenharia. Por exemplo, certas partes de máquinas, como
em motores e transmissões de automóveis, as peças necessitam ter certo grau de tenacidade em relação
aos esforços de impacto/choque por conta do serviço que estão submetidos.

Além disso, o ensaio é importante, pois em certos metais e ligas que possuem comportamento dúctil
de fratura em ensaios estáticos (ensaio de tração, por exemplo) passam a ter comportamento frágil de
fratura a depender da temperatura (primeiro fator que influencia na fratura e no ensaio).

27
CHIAVERINI, V. Tecnologia Mecânica: processos de fabricação e tratamento. Editora: Makron Books do Brasil Ltda, 2ª edição, vol: I, II, III. São Paulo, 1986 e. 7a e SOUZA, S. A.; Ensaios Mecânicos de Materiais Metálicos:
fundamentos teóricos e práticos. Editora: Edgard Blücher Ltda, 5a edição. São Paulo, 1982 e GARCIA, A.; SANTOS, C.A.; SPIN, J.A. Ensaios dos Materiais. Editora: LTC, 2ª edição. Rio de Janeiro, 2012.

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Outro fator que pode impactar no comportamento do material e sua tenacidade (quantidade de
energia absorvida até a fratura) é a velocidade de aplicação da carga. Assim, aços que parecem ter o mesmo
grau de tenacidade para cargas estáticas (tração) e dinâmicas (impacto/choque) em amostras sem entalhe
(já falaremos dele e seu efeito), na realidade a energia necessária para gerar a fratura no impacto chega a
ser de 25% maior do que nos ensaios de tração. Todavia, essa tenacidade no ensaio de impacto não é
necessariamente maior do que aquela obtida no carregamento estático. Como afirma a doutrina 28, em aços
cromo-níquel, por exemplo, a tenacidade por impacto é até inferior à tenacidade por tração (estática).Essa
influência da velocidade de aplicação da carga gera a chamada sensibilidade à velocidade de alguns
materiais.

Outro fator é justamente a presença do entalhe nos corpos de prova que irão ilustrar o
comportamento do material quando há prováveis trincas internas e externas. Esse entalhe nos corpos de
prova (veremos os seus tipos nos ensaios Charpy e Izod, a seguir) promove a concentração de tensões
triaxiais localizadas e que podem ser muito elevadas absorvendo maior parte de energia do impacto/choque
em uma pequena região, gerando uma fratura de caráter frágil.

Nesse sentido, Coruja, memorize os três principais fatores que influenciam no tipo de fratura (frágil
ou dúctil): temperatura, velocidade de aplicação e presença de trincas (como ilustram os entalhes nos
corpos de prova). Dessa forma, guarde para usa prova que um cenário com trinca no material, baixas
temperaturas e velocidades altas de deformação por alta velocidade de aplicação de carga geram a fratura
do tipo frágil nos metais e ligas metálicas.

Assim, Estrategista, a depender desses fatores, podemos ter materiais dúcteis, tendo fratura frágeis.
Além disso, mesmo em ensaios de impacto, existe a possibilidade de termos fratura dúctil (em temperaturas
elevadas do material, por exemplo, que veremos a seguir).

Coruja, uma nomenclatura considerada inapropriada na lavra de parte da literatura


específica para o ensaio de impacto é ensaio de resiliência! Atenção! Tem “cheiro” de
prova o(a) examinador(a) querer te confundir e trocar a palavra por “apropriada”! ;)

Estrategista, veremos, agora, as principais técnicas de ensaio de impacto!

28
CHIAVERINI, V. Tecnologia Mecânica: processos de fabricação e tratamento. Editora: Makron Books do Brasil Ltda, 2ª edição, vol: I, II, III. São Paulo, 1986

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Funcionamento do ensaio

Conforme mencionei, Coruja, basicamente teremos um martelo pendular que irá golpear o corpo de
prova (Charpy ou Izod, veremos a seguir) e pela medição de altura atingida final, verificar a energia absorvida.
Veja a figura29 a seguir que ilustra esse movimento.

Perceba, Coruja, pela figura, que o pêndulo é elevado a uma certa posição e adquire uma energia
potencial conhecida pela altura Hq atingida. Quando ele despenca, essa energia se transforma em energia
cinética também conhecida quando atinge o corpo de prova que absorve parte dessa energia. A posição
final, temos uma energia potencial conhecida pela altura Hr (necessariamente, menor que a inicial).
Justamente essa diferença de energia entre a final e a inicial é a quantidade absorvida pelo material do corpo
de prova, representada em “Joules”. Dessa forma, a altura final é inversamente proporcional à energia
absorvida para deformar e romper o corpo de prova.

29
Adaptado de GARCIA, A.; SANTOS, C.A.; SPIN, J.A. Ensaios dos Materiais. Editora: LTC, 2ª edição. Rio de Janeiro, 2012.

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Acima, temos a escala que mostra a posição do pêndulo e que está calibrada para indicar os valores
das energias potenciais. Nesse sentido, memorize que quanto maior a quantidade de energia absorvida,
maior a resistência ao impacto/choque (maior tenacidade) do material do corpo de prova.

Charpy e Izod

Coruja, as principais técnicas (também chamadas de ensaios) são as técnicas de Charpy e Izod. Nesses
dois ensaios, o impacto/choque é aplicado sob flexão pelo golpe gerado de um peso do martelo (pêndulo)
que comentei anteriormente

Conforme mencionei, no que diz respeito aos corpos de prova, temos dois tipos de ensaios com detalhes
diferentes que são comumente explorados em prova:

• Ensaio Charpy: nesse tipo de ensaio (ou técnica), o corpo de prova recebe o golpe do martelo
pendular na face oposta ao entalhe. Além disso, de acordo com a doutrina30, temos 3 tipos de
entalhes no meio desses corpos de prova: tipo A, B e C (todos com secção quadrada de 10 mm e
comprimento de 55 mm). No tipo A, ele tem forma de um “V”. No tipo B, na forma de “buraco de
fechadura” e no C, na forma de um “U” invertido. Por fim, saiba que no Charpy, o corpo de prova
fica apoiado livremente para receber o golpe. Veja a figura31 a seguir:

• Ensaio Izod: nesse tipo de ensaio (ou técnica), a diferença é que o entalhe é sempre na forma de um
“V”. Porém, apesar da secção também ser quadrada com 10 mm de lado, o seu comprimento é maior:
75 mm. Além disso, Coruja, saiba que o entalhe fica a 28 mm de uma das extremidades (e não no
meio, como no Charpy). Por fim, memorize: no Izod, o golpe é desferido no mesmo lado do entalhe
e corpo de prova fica engastado com o entalhe na altura do engaste. Veja a figura:

30
SOUZA, S. A.; Ensaios Mecânicos de Materiais Metálicos: fundamentos teóricos e práticos. Editora: Edgard Blücher Ltda, 5 a edição. São Paulo, 1982.
31
Adaptado de CHIAVERINI, V. Tecnologia Mecânica: processos de fabricação e tratamento. Editora: Makron Books do Brasil Ltda, 2ª edição, vol: I, II, III. São Paulo, 1986.

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Estrategista, de maneira resumida, é bom você ter o seguinte esquema memorizado para sua prova!
Com esse esquema comparativo, você será capaz de resolver quase todas as questões sobre eles:

Ensaio Charpy Ensaio Izod

Golpe na face oposta ao entalhe Golpe na mesma face ao entalhe

Três tipos de entalhes: "U", "V" e


Um tipo de entalhe: "V"
"Buraco de fechado"

Corpo de prova fica engastado no nível


Corpo de prova fica apoiado livremente
do entalhe

Influência da temperatura e a transição dúctil-frágil

Estrategista, de maneira geral, a temperatura tem uma influência significativa na resistência ao


impacto/choque dos metais. Dessa forma, percebe-se que o corpo de prova a uma temperatura maior
consegue absorver mais energia, ao passo que, o mesmo corpo de prova a uma temperatura menor
consegue absorver menos energia. Essa é ideia geral que você tem que ter em mente. Veja a figura a seguir
ilustrando a curva característica dos ensaios de impacto sobre absorção energética em relação a
temperatura.

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32

Pela curva acima descrita, percebe-se que temos um intervalo de temperatura que delimita a região
de transição dúctil-frágil do tipo de fratura do corpo de prova, Coruja! Assim, conforme aumenta-se a
temperatura até certo valor (cerca de 6000C, pois acima começa a ter efeito o fenômeno da fluência) temos
uma maior absorção de energia para dado material metálico ou liga metálica do corpo de prova.

Nesse sentido, Estrategista, define-se como temperatura de transição aquela na qual ocorre a
mudança no caráter de ruptura (fratura) do material, passando de frágil a dúctil ou vice-versa. Essa
temperatura é de difícil mensuração, pois temos um intervalo de temperaturas na qual a mudança não é
radical. Em relação a essa faixa de transição de temperaturas, temos diferentes curvas em relação ao teor
de carbono liga. Veja a figura33 a seguir que ilustra diferentes curvas em relação ao teor de carbono dos
aços.

32
Adaptado de GARCIA, A.; SANTOS, C.A.; SPIN, J.A. Ensaios dos Materiais. Editora: LTC, 2ª edição. Rio de Janeiro, 2012.
33
Adaptado de GARCIA, A.; SANTOS, C.A.; SPIN, J.A. Ensaios dos Materiais. Editora: LTC, 2ª edição. Rio de Janeiro, 2012.

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Assim, teores menores de carbono, percebe-se que a transição dúctil-frágil é estreita, englobando
uma faixa menor de temperaturas e maior energia de impacto absorvida na fratura dúctil. Nesse sentido,
percebe-se pela curva que conforme se aumenta o teor de carbono, tem-se uma menor energia de impacto
máxima que pode ser absorvida.

Além da temperatura e o teor de carbono no caso dos aços, o tamanho do grão também exerce
influência direta no comportamento do material durante o ensaio de impacto. Sabe-se que quanto maior for
o tamanho do grão, menor será a energia de impacto necessário.

Agora, atenção, Coruja! Os metais como cobre, alumínio, níquel e o aço inoxidável austenítico
recebem o nome de criogênicos, pois, por conta da sua microestrutura ter como célula unitária o arranjo
CFC (Cúbica de Face Centrada), nos ensaios de impacto eles não são influenciados pela temperatura. Dessa
forma, não apresentam temperatura de transição dúctil-frágil. Por isso, são amplamente empregados em
serviços de baixa temperatura.

(Cesgranrio/Mecânica)
A temperatura de transição dúctil-frágil pode ser obtida experimentalmente através de vários ensaios
mecânicos, como, por exemplo, o ensaio Charpy. O ensaio Charpy e a temperatura de transição obtida, no
entanto, apresentam limitações bastante importantes para um emprego mais generalizado.
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Dentre essas limitações, destaca-se a seguinte:


a) A energia absorvida para causar a fratura não depende da temperatura.
b) A energia absorvida na condição frágil é maior do que na condição dúctil.
c) A energia absorvida depende das dimensões do corpo de prova.
d) A energia absorvida independe das dimensões do corpo de prova.
e) A temperatura de transição independe das dimensões do corpo de prova.
Comentário:
Conforme vimos, Coruja, o ensaio de impacto Charpy tem como objetivo avaliar o comportamento do
material do corpo de prova na transição dúctil/frágil de sua fratura. Nesse sentido, o gráfico de resultado é
obtido pela diferença de altura inicial e final (antes e depois do impacto) do martelo/pêndulo que descreve
o movimento pendular, transformando a energia potencial em cinética e o quanto de absorção energética
ocorre depois do impacto, variando a altura atingida no retorno do martelo.
O corpo de prova possui um entalhe em forma de “v”, sendo que o martelo pendular atinge o lado oposto
ao entalhe.
Além disso, vimos que alguns fatores influenciam (podendo causar limitações aos resultados do ensaio),
como: a temperatura (quanto maior, mais dúctil e quanto menor, mais frágil pela menor absorção
energética) e dimensões do corpo de prova (contração que o material sofre no lado do impacto).
Portanto, a alternativa correta é a letra “c”.
Gabarito: "c".

Ensaio de fadiga

Coruja, de maneira objetiva, podemos definir, de acordo com a literatura específica34, que o ensaio
de fadiga visa obter a resistência à fadiga, o limite de resistência à fadiga e a vida em fadiga, pela aplicação
de uma carga cíclica (repetitiva) em um corpo de prova de acordo com o tipo de ensaio a ser realizado.

Percebe-se, Coruja, que para um dado material, se uma carga, mesmo que inferior a carga máxima
que ele aguentaria em um tensão estática (como vimos no ensaio de tração) se for aplicada de maneira
cíclica (dinâmica) esse material pode atingir a ruptura. Essa ruptura é chamada de ruptura por fadiga.

“Tá, professor, e qual o motivo de estudar isso?” Então, Estrategista, na prática, os serviços nos quais
as peças estão submetidas (desde componentes a peças grandes como asas de avião, por exemplo) há

34
Adaptado de GARCIA, A.; SANTOS, C.A.; SPIN, J.A. Ensaios dos Materiais. Editora: LTC, 2ª edição. Rio de Janeiro, 2012.

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esforços dinâmicos de maneira cíclica. Por isso, entender qual o limite de resistência do material nessas
condições torna-se de suma importância para a engenharia.

E essa relação de esforços repetitivos (cíclicos) tem total relação, principalmente com possíveis
falhas (superficiais ou internas) do material da peça (denominadas de “origem de tensões”) e os formatos
dos grãos da microestrutura de uma liga metálica, já que os cristais possuem diversas orientações. Dessa
forma, alguns cristais pode atingir, sob tensão, o regime plástico de deformação antes de outros por conta
de diferentes orientações dos planos cristalográficos facilitando seu escorregamento. Esse cenário é bem
agravado quando submetido a tensões cíclicas.

Por conta desse tipo de situação, Coruja, eu quero que você memorize para sua prova que a falha
por fadiga, conforme aponta a doutrina35, é traiçoeira e ocorre sem qualquer aviso prévio. Dessa forma, é
um tipo de fratura frágil, sem deformação perceptível.

Normalmente, a falha por fadiga se dá em 3 etapas distintas: início da trinca (1) que ocorre em um
ponto de concentração de tensão na superfície (como uma trinca, por exemplo); sua propagação (2) em cada
ciclo de tensão e falha final (3). Quase sempre as trincas ligadas a falhas por fadiga se iniciam (nucleiam) em
superfície com algum ponto de concentração de tensão.

Depois de iniciada, a região da superfície que sofreu a fratura é tipicamente caracterizada por dois
tipos de marcas: as marcas de praia (também chamadas de marcas de conchas) ou estrias. Elas mostram a
posição da extremidade da trinca em certo momento e se relevam como nervuras concêntricas (como
ondinhas em uma areai de praia) se afastando do local de início da trinca em uma padrão circular ou
semicircular de frequências.

Apesar de parecerem iguais, elas são diferentes e é bom você saber as diferenças para sua prova. Por
isso, atenção para o esquema:

Marcas de praia (conchas) Estrias

São microscópicas - observáveis por


São macroscópicas - observáveis a olho nu
microscópico eletrônico

Cada uma representa a distância de avanço de


Encontradas em componentes que sofreram
uma frente de trinca durante um único ciclo
paradas durante a propagação da trinca e
de aplicação de carga e sua largura entre
em apenas 1 marca de praia (concha) pode
avanço aumenta se aumenta a faixa de
haver milhares de estrias
tensões

35
CHIAVERINI, V. Tecnologia Mecânica: processos de fabricação e tratamento. Editora: Makron Books do Brasil Ltda, 2ª edição, vol: I, II, III. São Paulo, 1986.

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36

Perceba, Coruja, que as marcas de praia lembram muito a configuração de areia de praia, enquanto
as estrias parece como ondas que se propagam. A imagem das marcas de praia é de fotografia e a imagem
das estrias é de microscópico eletrônico.

“Professor, ok. Compreendo. Mas, qualquer tipo de carga pode gerar esse tipo de falha?” Então,
Estrategista, na realidade existem alguns fatores que precisam estar presentes para esse tipo de falha
acontecer. Dentre eles, a carga precisa estar dentro de um valor elevado (mas inferior à resistência estática,
como o limite de resistência à tração do ensaio de tração); essa carga ter uma variação (flutuação) grande e
ter um número de ciclos elevado de aplicação dessa tensão. Assim, memorize37:

Carga dentro de um limite máximo suficientemente alto

Fatores que influenciam na


Variação (flutuação) grande;
fratura por fadiga

Número de ciclos de tensões aplicadas alto;

Além disso, Coruja, acho pertinente você conhecer para sua prova três tipos de tensões aplicadas
que podem gerar a fratura por fadiga. O primeiro é o denominado pela doutrina de ciclo de tensões
reversíveis, também denominado de ciclo ideal ou ciclo de tensão senoidal.

Perceba pela figura, Coruja, que nele temos tensões máximas (σmáx) e mínimas (σmín) de sinais opostos
e magnitudes iguais, nas quais as positivas são as tensões de tração e as negativas são as tensões de
compressão.

36 Adaptado Callister, W.D. Jr; Rethwish, D.G. Materials Science and Engineering: An Introduction. Editora: LTC, 8ª edição, Rio de Janeiro, 2012.
37
Adaptado de CHIAVERINI, V. Tecnologia Mecânica: processos de fabricação e tratamento. Editora: Makron Books do Brasil Ltda, 2ª edição, vol: I, II, III. São Paulo, 1986.

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38

O segundo tipo, Estrategista, é o caso no qual a tensão se repete em torno de uma tensão média (σM)
dos valores máximos e mínimos de oscilação que são diferentes. Esse segundo tipo pode ocorrer dentro do
campo de tensões positivas (tração) ou negativas (compressão) ou entre ambos.

39

Podemos achar a tensão média (σM) pela seguinte expressão:

38
Adaptado de GARCIA, A.; SANTOS, C.A.; SPIN, J.A. Ensaios dos Materiais. Editora: LTC, 2ª edição. Rio de Janeiro, 2012.
39
Adaptado de GARCIA, A.; SANTOS, C.A.; SPIN, J.A. Ensaios dos Materiais. Editora: LTC, 2ª edição. Rio de Janeiro, 2012.

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𝛔𝒎á𝒙 −𝛔𝒎í𝒏
σM = ;
𝟐

Além disso, podemos encontrar o intervalo ou faixa de tensões (σr) correspondente a diferença entre
as tensão máxima e mínima, a amplitude de oscilação (σa) ou tensão alternada ou variável correspondente
à metade de faixa de variação de tensões e a razão de variação das tensões (R) correspondente a divisão
entre a tensão mínima e máxima:

σr = 𝛔𝒎á𝒙 − 𝛔𝒎í𝒏 ;

𝛔𝒓
σa = ;
𝟐

𝛔𝒎í𝒏
R= ;
𝛔𝒎á𝒙

No terceiro tipo, exemplificado o ciclo de tensão ocorrer de maneira aleatória. Esses são
considerados ciclos complexos, Coruja, mais encontrados na realidade de peças em serviço.

Estrategista, como aponta parte da doutrina, o primeiro tipo (ideal) são as tensões que
podem ocorrer em um eixo em rotação, cuja velocidade seja constante e sem

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sobrecarga. Já em uma situação real (como do terceiro tipo), associe ao exemplo das asas
de um avião sobrecarregadas por correntes de vento ou molas de suspensão de
automóveis em estradas não pavimentadas. Pegou o “bizu”?

Ensaio produzido - curva tensão-número de ciclos (curva de Wöhler)

Coruja, até agora eu falei sobre o fenômeno da fadiga e apresentei curvas de situações características
de aplicação de tensões. Todavia, não mostrei como o ensaio de fadiga é realmente feito. É o que veremos
agora.

Na prática, pelo ensaio de fadiga, como falei antes, conseguimos como resultado o limite de fadiga
(tensão abaixo da qual uma carga pode ser aplicada repetidamente e por um tempo indefinido sem ocorrer
a fratura) e a resistência à fadiga (limite de tensão na qual o material falha após um certo número de ciclos
específico – também chamado de limite de durabilidade).

Para chegarmos a esses valores, temos o tradicional ensaio de fadiga pelo sistema criado por Wöhler.
Esse sistema constituiu em uma transferência de tensão por dobramento ou flexão rotativa e que vai gerar
a nossa curva tensão-número de ciclos (σ – N) ou (S-N), onde “S” vem do inglês, stress (tensão).

O ensaio de fadiga pelo sistema de Wöhler é o cobrado em concursos e dará ensejo a criação da curva
que mencionei (comumente chamada de curva de Wöhler). Na realidade, o sistema de Wöhler de
dobramento ou flexão rotativa pode ser feito de duas formas: com apenas uma de suas extremidades do
corpo de prova fixa e outra em balanço (figura “a”) ou com as duas extremidades em balanço (figura “b”)

40

40
Adaptado de CHIAVERINI, V. Tecnologia Mecânica: processos de fabricação e tratamento. Editora: Makron Books do Brasil Ltda, 2ª edição, vol: I, II, III. São Paulo, 1986

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Basicamente, Coruja, o motor irá girar o corpo de prova e, por conta do peso associado aos mancais
de esferas, temos as fibras superiores do corpo de prova estão em constante compressão e ao mesmo tempo
em que as inferiores estão em tração. Dessa forma, a cada revolução temos um ciclo completo de tensões
reversíveis em todas as fibras do corpo de prova.

Dessa forma, Coruja, o ensaio é bastante simples, sendo colocado os diferentes corpos de prova
(veremos a seguir) submetidos a uma tensão máxima inicial (correspondente a 3/4 da tensão resistência à
tração do material) por uma carga aplicada. Normalmente, a rotação gerada pelo motor varia de 500 a
10.000 rpm.

Assim, as tensões vão sendo diminuídas a partir dessa carga inicial por cargas menores e, assim, até
ele atingir a ruptura ou até atingir um número específico de ciclos de aplicação de carga. Nesse sentido,
durante o ensaio, Coruja, percebe-se que conforme se diminui a carga e a tensão, o número N de ciclos
aumenta consideravelmente (oras, claro, né? A tensão vai ficando cada vez menor), até chegar a uma tensão
na qual o material não se rompe (não atinge a ruptura/fratura) – essa é a tensão limite de fadiga. Veja a
figura41 a seguir que ilustra a curva tensão – número de ciclos (curva de Wöhler) genérica:

Estrategista, é claro que para cada tipo de material, teremos diferentes curvas. Conforme aponta a
doutrina42, sabe-se que ligas metálicas que atingem o patamar (como no da figura) como os aços, o limite de
fadiga corresponde à tensão correspondente. Logo, tensões menores que o limite de fadiga, temos que o
material não atinge a fratura/ruptura mesmo com um número extremamente levado de ciclos
(praticamente, vida infinita de ciclos). Todavia, nem todas as ligas atingem esse patamar, como as ligas não-
ferrosas certas ligas de alumínio.

41
Adaptado de CHIAVERINI, V. Tecnologia Mecânica: processos de fabricação e tratamento. Editora: Makron Books do Brasil Ltda, 2ª edição, vol: I, II, III. São Paulo, 1986.
42
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Coruja, conforme aponta a literatura específica, para caso de a liga ter patamar de limites
de fadiga, convenciona-se que o número de ciclos seja na casa dos 10 milhões (106). Já
para as ligas que não apresentam patamar, de 50 milhões a 500 milhões. ;)

Corpos de prova do ensaio de fadiga

Coruja, ao total teremos 4 tipos de corpos de prova que podem aparecer na sua prova, apesar de
serem inúmeros, existindo de vários tipos. Normalmente, conforme aponta a doutrina, evita-se que certos
fatores geradores de concentração de tensões (como entalhes, rasgos de chaveta, roscas, orifícios, etc)
façam parte dos corpos de prova.

Entretanto, apesar de em certos casos, entalhes são colocados com o propósito de se verificar o quão
sensível certo material é à concentração de tensão gerada. Esse cenário é válido, Coruja, pois, como
sabemos, em certas peças de máquinas, tais fatores que geram concentrações de tensões não podem ser
evitados.

Pois bem, conforme aponta a literatura específica43, os 4 tipos estão elencados na figura a seguir. Em
“a”, temos o R.R. Moore para ensaio de flexão rotativa de apoio; em “b”, o Schenck para ensaio de flexão
rotativa; em “c”, o Schenck para flexão plana e em “d”, o Schenck de torção.

Estrategista, por fim, para fecharmos esse tipo de ensaio de natureza destrutiva, quero que você
memorize alguns outros fatores que influenciam na resistência à fadiga comumente citados pela doutrina.
Não entraremos no detalhe de cada fator, pois acredito ser muito pouco provável serem cobrados, sendo
extremamente baixo seu custo-benefício. Todavia, saiba os 8 fatores do esquema abaixo:

43
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Composição da liga e condições de fabricação

Frequência da tensão cíclica

Temperatura

Dimensões
Fatores que influenciam na
resistência à fadiga dos
metais
Forma

Condições superficiais

Tratamentos superficiais

Meio ambiente (corrosão)

(CEBRASPE/Petrobrás/2023)
Com relação a ensaios mecânicos destrutivos e não destrutivos em materiais, julgue os itens subsequentes.
Ensaios de fadiga são recomendados para materiais submetidos a esforços com tensões mecânicas cíclicas,
o que pode ocasionar a falha do material mesmo em tensões abaixo da tensão de escoamento.
( ) Certo ( ) Errado.
Comentário:
Prefeito! Questão correta, Coruja! Conforme vimos, o ensaio de fadiga tem como vantagem gerar a
resistência à fadiga do material e seu limite, bem como entender a vida útil dele em fadiga para
determinadas cargas cíclicas (que se repetem ao longo de um tempo). Dessa forma, a obtenção da curva de
Wöhler de tensão pelo número de ciclos em escala logarítmica. Nesse sentido, mesmo a carga sendo inferior
a tensões de escoamento do material, pode gerar a falha dado um número de ciclos elevado.

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Gabarito: correto.
(Cesgranrio/Mecânica/2018)
Considere o enunciado e as Figuras a seguir para responder à questão.
A Figura 1 mostra o diagrama S-N referente ao ensaio de fadiga para um corpo de prova de material dúctil.

Figura 1
Esse ensaio é realizado impondo-se uma velocidade de rotação ω ao corpo de prova apoiado em A₁ e A₂, e
sujeito às cargas F, conforme mostrado na Figura 2.

Figura 2

O gráfico da Figura 1 indica que na região


a) 1, a vida será infinita se a tensão atuante estiver no intervalo entre Sf e S’n.
b) 1, a vida será finita desde que a tensão atuante seja inferior a S’n.
c) 2, a vida será finita sempre que a tensão atuante for inferior a S’n.
d) 2, a vida será infinita para uma tensão atuante igual ou inferior a S’n.
e) 2, a vida será infinita desde que a tensão atuante seja inferior a Sf.
Comentário:
57

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Coruja, conforme vimos, o ensaio de fadiga tem como objetivo evidenciar o comportamento do material do
corpo de prova ensaiado que é submetido a tensões que ocorrem com certe repetição, de maneira alternada.
Ao final do ensaio, é desenvolvida a famosa curva σ-N (S-N do exercício), também chamada de curva de
Wöhler.
Analisando o gráfico, percebe-se que na região 2, tem-se uma tensão nominal inferior ao limite de resistência
à fadiga imposta pelo gráfico (S’n). Por conta disso, a falha não irá ocorrer seja qual for o número de ciclos
que esse corpo de prova estará submetido, caracterizando o cenário de vida infinita que estudamos quando
vimos esse tipo de ensaio na aula. Portanto, o gabarito da questão é a letra “d”.
Gabarito: "d".

Ensaio de dobramento

Estrategista, no ensaio de dobramento temos como o principal objetivo a verificação da ductilidade


do material do corpo de prova. A primeira característica que você precisa saber é que esse ensaio é feito em
mais de uma etapa. Dessa forma, de acordo com a doutrina44, temos 3 etapas denominadas: dobramento
preliminar; estágios intermediários e estágio final. Assim:

Dobramento preliminar

3 etapas do ensaio de
Estágios intermediários
dobramento

Estágio final

Estrategista, veja a figura45 a seguir ilustra cada etapa. Em “a”, temos o dobramento preliminar; em
“b”, os dois estágios intermediários e em “c”, o estágio de dobramento final e definitivo.

44
Adaptado de CHIAVERINI, V. Tecnologia Mecânica: processos de fabricação e tratamento. Editora: Makron Books do Brasil Ltda, 2ª edição, vol: I, II, III. São Paulo, 1986.
45
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Coruja, saiba que o ensaio de dobramento é comumente classificado pela literatura


específica como um ensaio qualitativo, pois ele traz uma indicação qualitativa sobre a
propriedade da ductilidade do material, sem valor numérico no ensaio de dobramento
comum46 (característica para se ter em mente, mesmo que algumas variações podem vir
a trazer valores numéricos). ! ;)

Coruja, uma variação do ensaio de dobramento é executada pelo método MB-5 da ABNT e citado
pela doutrina específica. Nesse tipo de método, é especificado um ângulo de dobramento alfa (α), como
sendo o ângulo de que gira o eixo da parte ainda retilínea, em relação à posição inicial. Veja na figura47 a
seguir esse ângulo.

Outro detalhe importante para sua prova é saber que existem 3 variações do ensaio de dobramento,
Coruja: o dobramento livre, semiguiado e guiado. Assim, de acordo com a literatura específica48, temos:

• Dobramento livre: é aquele dobramento que vimos acima, no qual ele é obtido pela força nas
extremidades do corpo de prova, sem aplicação de força nas extremidades do corpo de prova. Ou
seja, não há um formato a ser seguido, como em um dobramento guiado;
• Dobramento semiguiado: nesse, há o engaste do corpo de prova em uma extremidade e o
dobramento é feito na outra extremidade;
• Dobramento guiado: tranquilidade! Nesse, o dobramento segue o formato de uma forma da matriz
na qual o corpo de prova é guiado.

46
SOUZA, S. A.; Ensaios Mecânicos de Materiais Metálicos: fundamentos teóricos e práticos. Editora: Edgard Blücher Ltda, 5 a edição. São Paulo, 1982.
47
Adaptado de CHIAVERINI, V. Tecnologia Mecânica: processos de fabricação e tratamento. Editora: Makron Books do Brasil Ltda, 2ª edição, vol: I, II, III. São Paulo, 1986.

48
SOUZA, S. A.; Ensaios Mecânicos de Materiais Metálicos: fundamentos teóricos e práticos. Editora: Edgard Blücher Ltda, 5 a edição. São Paulo, 1982.

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Veja a figura49 a seguir que ilustra cada variante de dobramento (letra “a”, livre; letra “b”, semiguiado
e letra “c”, guiado).

Além dessas informações, Coruja, temos os ensaios de dobramentos feitos em corpos de prova
soldados (quando eles possuem juntas soldadas). Nesse cenário, a doutrina50 menciona que as fissuras ou
fendas na zona tracionada do corpo de prova também são avaliadas, tendo o alongamento das fibras
comparado ao comprimento inicial (L0) em dada unidade de medida, igual à largura da solda. Veja a figura51
a seguir para ilustrar um procedimento de dobramento em solda.

Além disso, memorize que as fissuras ou fendas que apareçam na arestas de corpos de prova soldados
não são consideradas, a não ser que sejam provenientes de inclusões de escórias (defeito) ou defeitos
internos durante a soldagem.

Normalmente, esses ensaios são feitos com o intuito tanto de qualificar o processo de
soldagem e a solda, quanto para qualificar o soldador. Nesse seara, memorize:

49
Adaptado de www.cimm.com.br.
50
SOUZA, S. A.; Ensaios Mecânicos de Materiais Metálicos: fundamentos teóricos e práticos. Editora: Edgard Blücher Ltda, 5 a edição. São Paulo, 1982.
51
SOUZA, S. A.; Ensaios Mecânicos de Materiais Metálicos: fundamentos teóricos e práticos. Editora: Edgard Blücher Ltda, 5 a edição. São Paulo, 1982.

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1-) Avaliação da qualidade da solda, utiliza o dobramento livre;

2-) Avaliação do soldador e processos de soldagem: dobramento guiado;

Para fechar esse tópicos e vermos o ensaio de dobramento para materiais frágeis e duros, saiba,
Coruja, que existem 5 tipos de dobramentos guiado para a qualificação de soldadores e processos de solda.
De acordo com a literatura específica52, são eles:

• Dobramento lateral transversal: no qual a solda é perpendicular ao eixo longitudinal do


corpo de prova que é dobrado para que uma das superfícies laterais seja a superfície convexa
dele (letra “a” da figura a seguir):

• Dobramento lateral de face: no qual a solda é perpendicular ao eixo longitudinal do corpo


de prova que é dobrado para que a face da solda (lado de maior largura da solda) seja
tracionada (letra “b” da figura a seguir);

• Dobramento transversal de raiz: idêntico ao anterior, mas a tração é na raiz da solda (letra
“c” da figura a seguir);

• Dobramento longitudinal de face: nesse tipo, é quando a solda é paralela ao eixo longitudinal
do corpo de prova (ao contrário do lateral de face), tendo a face da solda tracionada. Veja na
letra “d” da figura;

• Dobramento longitudinal de raiz: mesma lógica que o anterior, mas a tração é na raiz da solda
paralela ao eixo longitudinal do corpo. Veja na letra “d” da figura.

52
SOUZA, S. A.; Ensaios Mecânicos de Materiais Metálicos: fundamentos teóricos e práticos. Editora: Edgard Blücher Ltda, 5 a edição. São Paulo, 1982.

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53

Ensaio de flexão – resistência à ruptura transversal

Coruja, quanto temos materiais duros e frágeis e, por conta disso, com baixíssima ductilidade, a
relevância de um ensaio de dobramento é baixa (já que o material se rompe, atingindo ruptura/fratura com
baixa deflexão). Nessa seara, o ensaio de flexão ganha protagonismo.

Dessa forma, para esse tipo de material (como ligas metálicas de ferro fundido, aços-ferramenta e
metal-duro produzidos pela metalurgia do pó – carbonetos sinterizados como tungstênio, titânio e tântalo
aglomerados com cobalto, por exemplo) avaliar a propriedade de resistência à ruptura transversal é mais
significativo.

Além disso, também é comum medir a tenacidade e a rigidez do material. Claro que a ductilidade
também pode ser medida, mas por conta do cenário que mencionei de baixa deformação, as demais são
mais relevantes.

Estrategista, a fim de se medir a resistência à ruptura transversal desses materiais, é comum o


emprego de corpos de prova com secção circular ou retangular. Eles são firmados entre dois pontos de
apoios e situados a uma distância “L” entre si, como cita doutrina54. Veja na figura, Coruja.

53
SOUZA, S. A.; Ensaios Mecânicos de Materiais Metálicos: fundamentos teóricos e práticos. Editora: Edgard Blücher Ltda, 5a edição. São Paulo, 1982.
54
CHIAVERINI, V. Tecnologia Mecânica: processos de fabricação e tratamento. Editora: Makron Books do Brasil Ltda, 2ª edição, vol: I, II, III. São Paulo, 1986.

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Assim, a carga de flexão (P) é aplicada no centro desse corpo de prova na metade da distância “L”,
com o objetivo de se determinar o módulo de ruptura (que seria a resistência à ruptura transversal). Sem
adentar o campo da disciplina de Resistência dos Materiais, temos a seguinte expressão para seu cálculo:

𝑴. 𝒄
𝑴𝒓 = ;
𝑱

Na qual,

• Mr = módulo de ruptura, em (kgf/mm2);


• M = momento de inércia de acordo com a carga “P” e a distância (L/2) de aplicação;
• c = distância do eixo neutro da barra até à fibra extrema onde a ruptura ocorreu (mm);
• J = momento de inércia da secção do corpo de prova em relação ao seu eixo (mm2);

Como, no meio do corpo de prova, temos:

𝑷. 𝑳
𝑴= ;
𝟒

E para cada tipo de seção, um momento de inércia:

no circular:

𝝅. 𝒅𝟒
𝑱= ;
𝟔𝟒

no retangular:

𝒃. 𝒉𝟑
𝑱= ;
𝟏𝟐

Temos as seguintes expressões que podem vir a ser exigidas na sua prova (acho muito difícil no
âmbito da cobrança de ensaio, mas memorize-as):

63

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Módulo de ruptura circular:

𝟐, 𝟓𝟓. 𝑷. 𝑳
𝑴𝒓𝒄 = ;
𝒅𝟑

Módulo de ruptura retangular:

𝟑. 𝑷. 𝑳
𝑴𝒓𝒓 = ;
𝟐. 𝒃. 𝒉𝟐

Além da propriedade de resistência à ruptura transversal, Coruja, pelo ensaio de flexão, podemos
ter a propriedade de rigidez (módulo de elasticidade) sendo avaliada. Dessa forma, temos a seguinte
expressão:

Na qual,

• E = rigidez na flexão (módulo de elasticidade), em (kgf/mm2);


• M = momento de inércia de acordo com a carga “P” e a distância (L/2) de aplicação, em (kgf.mm);
• L = distância entre os apoios, em (mm);
• J = momento de inércia da secção do corpo de prova em relação ao seu eixo, em mm2;
• 𝝓 = deflexão angular, em radianos

Ensaio de torção

Estrategista, assim como no ensaio de tração, temos no ensaio de torção um gráfico tensão x
deformação, no qual podem ser analisadas as mesmas propriedades, com os devidos ajustes de fórmulas
específicas. O ensaio de torção é amplamente utilizado para peças como eixos, hastes e brocas, por conta
da solicitação de torção em serviço (oras, estão quase sempre sofrendo momento de torção – torque – seja
no início do movimento, seja durante).

Basicamente, Coruja, o ensaio é conduzido de tal forma que o corpo de prova é engastado (preso)
em uma extremidade da máquina de torção, ao passo que na outra extremidade uma cabeça giratória
executa o momento de torção (Mt). Dessa forma, a energia do Mt se propaga pelo corpo de prova indo até
a base engastada que está ligada ao um pêndulo. Esse pêndulo é que irá marcar o desvio proporcional ao
momento de torção marcado em uma escala da máquina.

Outra medida possível é, também, da deformação do corpo de prova pelo ângulo de torção que
corresponde ao deslocamento angular de um ponto do corpo de prova na região da cabeça giratória em
relação a um ponto na cabeça engastada (presa) em uma dada linha no eixo longitudinal do corpo de prova.
Essa medição de ângulo é feita por um aparelho denominado troptômetro.

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Esse dito de cisalhamento medido é o denominado direto, por parte da doutrina55, Coruja, e pode ser
feito tanto em corpos de prova de secção retangular, quanto cilíndrica (este é mais comum). Os corpos de
prova cilíndricos podem ser cheio (maciço) ou ocos (como tubos). Cada corpo de cada tipo desses terão
fórmulas diferentes para o cálculo das suas propriedades mecânicas. Por falar nelas, saiba que pelo ensaio
de torção é possível obter a resistência ao cisalhamento do material bem como as seguintes propriedades
mecânicas56:

Momento de torção

Deformação na torção

Módulo de elasticidade transversal

Propriedades mecânicas Limite de proporcionalidade e limite de escoamento


obtidas pelo ensaio de torção

Resiliência

Zona plástica e módulo de ruptura

Ductilidade e tenacidade

Estrategista, quando é aplicado o momento de torção (Mt) no corpo de prova, saiba que as tensão
de cisalhamento gerada tem valor zero no centro do corpo de prova. Além disso, essa tensão vai
aumentando, linearmente, conforme se aumenta o raio, atingindo o seu máximo na superfície cilíndrica do
corpo de prova. Conforme aponta a literatura específica, essa condição é válida para corpos sem tensões
residuais e dentro do regime elástico de deformação, “tchierto”? Veja a figura57 a seguir para você entender
melhor o processo.

55
CHIAVERINI, V. Tecnologia Mecânica: processos de fabricação e tratamento. Editora: Makron Books do Brasil Ltda, 2ª edição, vol: I, II, III. São Paulo, 1986.
56
SOUZA, S. A.; Ensaios Mecânicos de Materiais Metálicos: fundamentos teóricos e práticos. Editora: Edgard Blücher Ltda, 5 a edição. São Paulo, 1982.
57
SOUZA, S. A.; Ensaios Mecânicos de Materiais Metálicos: fundamentos teóricos e práticos. Editora: Edgard Blücher Ltda, 5 a edição. São Paulo, 1982.

65

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Conforme temos na figura acima, Coruja, o nosso τ corresponde a nossa tensão de cisalhamento e o
nosso R o nosso raio correspondente do corpo de prova cilíndrico. Conforme se aumenta o raio (r) até o raio
máximo (R) temos o aumento dessa tensão, Coruja.

Além dessas informações, é útil você conhecer as fórmulas (tanto para secções circulares maciças
quanto para as tubulares) no âmbito desse ensaio. Sem adentar o desenvolvimento das integrais para o
momento polar de inércia (Jp), pois é campo de estudo da Resistência dos Materiais e seus
dimensionamentos que não nos interessa aqui, temos as seguintes expressões nas suas fórmulas deduzidas
(acho muito pouco provável elas aparecerem na sua prova, Coruja, inclusive, mas é bom você conhecer e ter
como fonte de estudo):

• Expressão geral do momento de torção (Mt):

𝝉. 𝑱𝒑
𝑴𝒕 = ;
𝒓

• Momento polar de inércia (Jp) – com o diâmetro do corpo de prova circular (D):

𝝅. 𝑫𝟒
𝑱𝒑 = ;
𝟑𝟐

• Tensão de cisalhamento máxima:

𝟏𝟔. 𝑴𝒕
𝝉𝒎á𝒙 = ;
𝝅. 𝑫𝟑

• Para corpos de prova tubulares – com diâmetro externo (D1) e interno (D2) do tubo:

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𝟏𝟔. 𝑴𝒕. 𝑫𝟏
𝝉𝒎á𝒙 = ;
𝝅. (𝑫𝟏𝟒 − 𝑫𝟐𝟒 )

Coruja, além dessas fórmulas, é interessante sabermos a fórmula da deformação da torção (γ),
expressada pelo nossos ângulos 𝝋 e θ da figura que vimos na figura.

𝒓. 𝜽
𝜸 = 𝒕𝒈 (𝝋) = ;
𝑳

O módulo de elasticidade transversal (G), também chamado de módulo de rigidez, pode ser
calculado pela relação entre a tensão cisalhamento e pela deformação:

𝝉
𝑮= ;
𝜸

Além dessas informações, Coruja, como no ensaio de tração, o limite de proporcionalidade e o limite
de escoamento também podem ser calculados no ensaio de torção.

O limite de proporcionalidade é a tensão de cisalhamento máxima ainda na zona elástica que


mantém a proporcionalidade entre a tensão gerada e a deformação.

Basicamente, com a linearidade da curva de momento de torção e ângulo de torção, temos a o limite
de proporcionalidade (τp) expressada pela fórmula:

𝑴𝒕𝒑. 𝑹
𝝉𝒑 = (𝒔𝒆𝒄çã𝒐 𝒄𝒊𝒓𝒄𝒖𝒍𝒂𝒓 𝒎𝒂𝒄𝒊ç𝒂);
𝑱𝒑

𝑴𝒕𝒑
𝝉𝒑 = (𝒔𝒆𝒄çã𝒐 𝒕𝒖𝒃𝒖𝒍𝒂𝒓);
𝟐. 𝝅. 𝒓𝟐 . 𝒆

Onde “e” corresponde à espessura do tubo.

Por meio da mesma lógica, Estrategista, para o limite de escoamento também será utilizada a mesma
fórmula com um momento de torção específico por conta da dificuldade em se determinar esse momento
pelo gráfico - vimos no ensaio de tração que o limite de escoamento é de difícil mensuração a depender do
material (muito difícil a prova adentrar nesse conhecimento específico dentro do ensaio de torção, Coruja!
Tranquilidade!)

Para o cálculo da resiliência (Ur), Estrategista, teremos também duas expressões para secções
circulares maciças e tubulares que relaciona a tensão limite de proporcionalidade ou a de escoamento pela
aproximação de valores ao quadrado e o módulo de elasticidade transversal ou módulo de rigidez:

𝝉𝟐
𝑼𝒓 = (𝒔𝒆𝒄çã𝒐 𝒄𝒊𝒓𝒄𝒖𝒍𝒂𝒓 𝒎𝒂𝒄𝒊ç𝒂);
𝟒. 𝑮
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𝝉𝟐
𝑼𝒓 = (𝒔𝒆𝒄çã𝒐 𝒕𝒖𝒃𝒖𝒍𝒂𝒓)
𝟐. 𝑮

Estrategista, quanto às propriedades inerentes ao regime plástico, a doutrina cita a dificuldade que
a distribuição de tensões geram pela deformação que ocorre (permanente) dessa zona de estudo. Assim,
alguns conceitos, como o de módulo de ruptura, continua a usar a expressão que vimos acima para o limite
de proporcionalidade, sendo calculado com o momento de torção correspondente ao limite de resistência
máxima à torção na fibra externa do corpo de prova.

No caso da ductilidade, ela será a deformação máxima por cisalhamento adquirida até o momento
da ruptura por torção do material, dada pelo ângulo de torção nesse momento máximo.

Em relação a tenacidade (U), assim como vimos no ensaio de tração (que tem relação com área do
gráfico), teremos seu módulo expresso em termos de momento de torção para cada medida de raio por
unidade de volume (“S” é nossa área da secção circular e “L” nosso comprimento do corpo de prova):

𝑴𝒕𝒓. 𝜽𝒓
𝑼= (𝒔𝒆𝒄çã𝒐 𝒄𝒊𝒓𝒄𝒖𝒍𝒂𝒓 𝒎𝒂𝒄𝒊ç𝒂);
𝑺. 𝑳

𝑴𝒕𝒓. 𝜽𝒓
𝑼= (𝒔𝒆𝒄çã𝒐 𝒄𝒊𝒓𝒄𝒖𝒍𝒂𝒓 𝒎𝒂𝒄𝒊ç𝒂)
𝟐. 𝝅. 𝒓. 𝒆. 𝑳

Estrategista, chega! Fomos ainda muito além nesse ensaio, pois ele é muito pouco cobrado no âmbito
da nossa disciplina! “Bora” adiante!

Ensaio de fluência

Estrategista, quando falamos do ensaio de fluência, precisamos ter emente que seu principal
objetivo é especificar qual é a vida útil de um dado material da peça ensaiada no seguinte cenário: máxima
utilização em serviço sob dada tensão (constante) e em altas temperaturas, em função do tempo.

Esse ensaio é importante, Coruja, porque em várias operações, as peças podem ser submetidas, por
longos períodos de tempo, a tensões mecânicas estáticas e em elevadas temperaturas.

Todo esse cenário, na prática da engenharia, é o alicerce perfeito que mudanças no comportamento
sejam geradas por conta da difusão dos átomos, dos movimentos de discordâncias (fator predominante),
escorregamentos de planos cristalográficos e recristalização do material (a depender do material e da
temperatura). Por conta desse cenário, a fluência representa um dos modos de falha mais comum dos
materiais.

Nesse sentido, os metais e ligas metálicas por conta da grande variação em suas propriedades
mecânicas devido a elevada temperatura e tempo, são os principais materiais de estudo. Para os metais e
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ligas, as temperaturas começam a influenciar no fenômeno da fluência quando acima de valores de cerca de
40% de sua temperatura de fusão (T ≥ 0,4.Tf) para a grande maioria dos metais e ligas. Todavia, para metais
e ligas de baixa temperatura de fusão, considera-se T ≥ 0,2 a 0,3.Tf.

Coruja, a fluência é definida como a deformação plástica (ou seja, permanente) que
ocorre em um material sob uma tensão constante em função do tempo! Veja que não
existem temperatura na sua definição. Todavia, no ensaio, é importante sua
consideração, já que em ligas metálicas, a influência da temperatura é enorme nas
propriedades desses materiais! ;)

Assim, Estrategista, no decorrer do ensaio, temos a construção de uma curva característica que
relaciona a deformação pelo tempo de aplicação de uma carga inicial ao corpo de prova (normalmente, de
mesma geometria que os utilizados nos ensaios de tração, conforme aponta a doutrina58).

Essa carga se mantém constante durante todo o ensaio a uma determinada temperatura (também
constante).

Além disso, saiba que esse é um ensaio complicado de se fazer, Coruja, pois ele é demorado! O tempo
varia bastante conforme o objetivo da análise, podendo ir desde 1 mês a 1 ano. Normalmente, o tempo
comum utilizado é cerca de 1000 horas (ou 42 dias), conforme aponta a literatura específica59. Veja as
curvas60 características:

58
GARCIA, A.; SANTOS, C.A.; SPIN, J.A. Ensaios dos Materiais. Editora: LTC, 2ª edição. Rio de Janeiro, 2012.
59
SOUZA, S. A.; Ensaios Mecânicos de Materiais Metálicos: fundamentos teóricos e práticos. Editora: Edgard Blücher Ltda, 5 a edição. São Paulo, 1982.
60
Adaptado de GARCIA, A.; SANTOS, C.A.; SPIN, J.A. Ensaios dos Materiais. Editora: LTC, 2ª edição. Rio de Janeiro, 2012.

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Aqui, Estrategista, é importante você identificar e saber as principais características de cada estágio
(I, II e III) que evidencia na curva de fluência típica desse ensaio. Assim, temos:

• Estágio I: também chamado de estágio primário ou transitório, temos como principal


característica a queda da velocidade de fluência (calculada pela diferencial da deformação pelo
𝒅𝝐
tempo: 𝜺̇ = ) em razão do tempo. Nesse estágio, também ocorre encruamento do material, por
𝒅𝒕
isso também é denominado, comumente, de região de encruamento e, por conta dele, a
velocidade de fluência decai. Isso ocorre porque o aumento das discordâncias geradas nos
contornos do grãos dificultam o escorregamento dos planos cristalográficos devido ao
encruamento do material;

• Estágio II: também denominado de estágio secundário ou estacionário, tem como característica
principal a estagnação da velocidade (praticamente não alterada conforme o tempo) e, também,
o menor valor que ela atinge (velocidade mínima). Assim, a taxa de fluência é constante e
mínima, revelando um aspecto quase linear da curva. Essa característica se deve ao equilíbrio
entre o encruamento do material e a sua recuperação devido a temperatura do ensaio.

• Estágio III: também chamado de estágio terciário ou de ruptura, devido ao aumento da taxa de
fluência (perceba o ângulo da curva nessa região). Esse estágio é atingido em ensaios cujas tensão
e temperatura são muito elevadas e, assim, pode-se gerar a fratura da liga. Em metais e ligas
metálicas frágeis, a forma de sua curva é diferente (sendo mais inclinada pela ruptura atingida
mais rapidamente);

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Influência da temperatura na fluência

Oras, conforme aumenta-se a temperatura, temos maior o tamanho de grãos na microestrutura do


cristalino do material e menor quantidade deles existirão (recuperação pela recristalização do material, e
rearranjo dos grãos no cristalino – normal, Coruja, o processo de recristalização que conhecemos).

Assim, o deslizamento entre eles será maior (pois, teremos menores áreas de contorno entre eles),
ocorrendo maior deformação para dada tensão e temperatura, pois os movimentos das discordâncias já
existentes pelo encruamento (lembre-se que o encruamento tem um efeito contrário, pois gera tensão por
conta de novas discordâncias formadas nos rearranjos dos átomos nas células unitárias dos planos
cristalográficos) é facilitado pela temperatura. Logo, temos um momento no estágio II que quando se atinge
o equilíbrio que mencionei entre a recuperação pela temperatura e o encruamento, temos a diminuição da
taxa de fluência.

Todavia, Coruja, se essa temperatura no decorrer do ensaio for muito elevada, temos um aumento
na velocidade de fluência, pois o escorregamento torna-se mais fácil (oras, a mobilidade dos átomos por
difusão e, consequentemente, das novas discordâncias formadas aumenta gerando novas deformações).
Então, qual seria o efeito gerado na curva de fluência que vimos? Mais rapidamente o estágio III é atingido,
pois a velocidade de fluência aumentou significativamente a taxa de fluência, saindo do regime estacionário
do estágio II. Pegou o “bizu”, Coruja?

Apesar desses aspectos, não podemos esquecer que, pelo viés do mecanismo de difusão atômico
que também fazer parte da deformação dos materiais, um grão menor facilita processos difusionais, pois o
átomo do elemento que está sofrendo o processo de difusão tem um espaço menor para percorrer (já que
o grão é menor). Por isso, a determinadas temperaturas, nas quais ainda não ocorreu o crescimento de grão,
grãos menores, facilitam a taxa de fluência para dada tensão imposta, pois existe o mecanismo da difusão.
Assim, quando a fluência é analisada em elação à difusão, a resistência à fluência passa a ser maior com
grãos maiores (e não menores). Esse é um ponto complicado em concurso, pois a bancas não costumam
deixar claro se estão considerando somente esse mecanismo com o efeito do aumento da temperatura, pois,
a depender da temperatura e aumento do grão, menores áreas de contorno são atingidas o que intensificaria
no aumento da taxa de fluência.

Todavia, leve para sua prova (pois é o que já apareceu em prova) é que, na fluência, por conta do
efeito da temperatura na facilidade de processos difusionais, o tamanho do grão menor facilita a fluência,
aumentando sua taxa. Consequentemente, um tamanho maior de grão (e isso vai depender da temperatura
e tempo do ensaio), temos um maior resistência à fluência, pois o mecanismo de difusão de elementos é
impactado, tendo que o elemento “percorrer” maiores espaços para gerar o transporte de massa.

Lembre-se que essa lógico serve para a fluência, por conta da temperatura elevada e na consideração
do mecanismo de difusão. Em temperaturas ambientes, em outras solicitações de cargas e tensões impostas

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no material, um granulação mais fina e menor gera maiores áreas de contorno e que impactam restringindo
os escorregamentos dos átomos na tensão aplicada.

Ensaio de ruptura por fluência

Nesse subtipo de ensaio de fluência, Coruja, o objetivo é justamente se atingir a ruptura, isso porque
para peças com vida útil curta é necessário descobrir o valor exato desse tempo. Para esse ensaio, conforme
aponta a doutrina, as cargas são maiores e, assim, as velocidade de fluência são elevadas, implicando em
maiores taxa de fluência e deformação.

Por conta disso, o tempo de ensaio de ruptura por fluência é menor, ficando em torno de 1000 horas,
com uma deformação de cerca de 50% no corpo de prova.

Normalmente, Coruja, como cita a doutrina61, esse subtipo de ensaio de fluência é relevante para
peças cuja vida útil é curta (como a lâmina de uma turbina de motor de avião), já que o importante, nessa
situação, é averiguar se a peça irá falhar ou não no tempo de vida estipulado.

Ensaio de relaxação

Já nesse subtipo, Estrategista, o objetivo é medir o quanto a carga (tensão) foi reduzida durante o
tempo quando a deformação é mantida constante em certa temperatura. Ou seja, imagine que, durante o
ensaio, mantém-se a deformação constante (o quanto o corpo de prova sofre de estricção, por exemplo) ao
passo que a carga aplicada é a mesma, em uma dada temperatura.

“Ué, professor. Não entendi? Como isso pode ser feito?” Oras, Corujinha Alada de Elite, justamente
a deformação se mantém constante, porque durante o ensaio, a carga vai sendo reduzida. Logo, vamos
aplicando menos carga (menos tensão) a fim de manter a deformação constante. Somente para fazermos
uma analogia, depois de certa deformação lá no ensaio de tração, vimos que a tensão diminui, certo? Oras,
claro, chega um certo ponto que a resistência do material fica máxima e, a partir dela, ele “não aguenta” e
exige-se menor tensão para chegar a ruptura, já que a área de seção transversal do corpo de prova diminuiu
(o “empescoçamento”, ou estricção característicos).

Aqui, o sentido é o mesmo. Assim, para manter-se constante a deformação, temos que a deformação
elástica durante o ensaio diminui, ao passo que a plástica cresce de maneira proporcional.

Esse ensaio torna-se relevante para entender os efeitos da relaxação dos materiais nos esforços
sofridos em serviço. A relaxação é definida, Coruja, como sendo uma queda gradual na tensão que foi
produzida pela deformação (claro, aqui se percebe o encruamento gerado pela deformação e a recuperação

61
Chiaverini, V. Tecnologia Mecânica: processos de fabricação e tratamento. Editora: Makron Books do Brasil Ltda, 2ª edição, vol: I, II, III. São Paulo, 1986.

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pela temperatura). Quando se cessa a tensão, o material tem uma leve recuperação, tanto elástica, quanto
plástica.

Justamente, por conta desse fenômeno, é que se torna relevante entender quando um parafuso, por
exemplo, se torna perigosamente frouxo em um dado tempo e em certa temperatura, ou a frequência que
ele deve ser apertado, novamente. Tudo isso - por conta da relaxação – se uma certa carga é reduzida,
influencia na seu tamanho e geometria em serviço. Pegou o “bizu”? Veja o gráfico62 a seguir que ilustra a
essa recuperação do material.

(AOCP/Mecânica)
Avaliando a figura a seguir, assinale a alternativa correta.

62
Adaptado de Chiaverini, V. Tecnologia Mecânica: processos de fabricação e tratamento. Editora: Makron Books do Brasil Ltda, 2ª edição, vol: I, II, III. São Paulo, 1986.

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a) A fluência primária é caracterizada por uma taxa de fluência continuamente decrescente, sugerindo que
a deformação se torna mais difícil à medida que o material é deformado.
b) Para a fluência em regime estacionário, a taxa de fluência é crescente.
c) O período de fluência constante é o período mais curto.
d) A fluência primária é caracterizada por uma taxa de fluência continuamente crescente.
e) A ruptura ocorre devido à taxa de fluência da fase secundária ser crescente.
Comentário:
Oras, Coruja, conforme vimos, a fluência no estágio I é decrescente! De fato, reflete uma deformação que
vai se tornando mais difícil, pois a taxa vai diminuindo e entrando no estágio estacionário. Por isso, o gabarito
é a letra “a” e a letra “d” está errada. A “b” está errada, pois não é crescente no estágio II e ele é o período
no qual ela tende a ser constante, sendo o mais longo (letra “c”, também está errada).
Além disso, a letra “e” está errada, pois a ruptura ocorre no estágio III e não no estágio II.
Gabarito: “a”.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Estrategista, a nossa aula chegou ao fim. Vamos fazer algumas questões, agora, a fim de fixarmos o
conteúdo da aula de hoje! Bora lá! Foco no sucesso e na aprovação, hein!? Lembre-se, dica de mestre:
resolva as questões comentadas amanhã! Foco na sua revisão de 24 horas. :)

Trouxe exercícios das últimas provas para diversos cargos, além da banca do seu concurso
(CEBRASPE)! Com isso, seu preparo será de acordo com o que já fora explorado por bancas renomadas, como
Instituto AOCP e IBFC, Cesgranrio, Marinha, etc! Assim, você arrebentará na sua prova!

Aproveito para deixar, novamente, minhas redes sociais! Possuo uma conta no Instagram® na qual
compartilho questões comentadas sobre diferentes assuntos e temas sobre Mecânica de tempos em
tempos.

Além disso, possuo um canal no Telegram®! Por meio desse canal, eu compartilho outros tipos de
informações pertinentes para você como dicas de estudos, esquemas e mapas mentais de matérias e
oportunidades de concurso em Mecânica.

Depois, dê uma olhada! ;)

prof.canelas; t.me/profcanelas

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QUESTÕES COM COMENTÁRIOS

CEBRASPE

1. (CEBRASPE/Petrobrás – Técnico em Manutenção - Mecânica – 2023)

Com relação a ensaios mecânicos destrutivos e não destrutivos em materiais, julgue os itens
subsequentes.

O ensaio de tração uniaxial é muito utilizado para a obtenção de diversas propriedades mecânicas em
aços, possibilitando a determinação do limite de resistência a fluência do material.

( ) Certo ( ) Errado.

Comentário:

Opa! Questão começa certa nos descrevendo o ensaio de tração uniaxial! Todavia, apesar de diferentes
propriedades que podem ser encontradas e medidas sobre o aço, por exemplo, em um ensaio de tração
(resiliência, tenacidade, ductilidade e limites de tensões diversos), a fluência do material depende de
outras condições, tais como temperatura e tempo. Por conta disso, temos o ensaio de fluência (ensaio
diferente) para medir esse tipo de deformação no material.

Gabarito: errado.

2. (CEBRASPE/Petrobrás – Engenheiro de Equipamentos - Mecânica – 2022)

Em relação às propriedades dos materiais, julgue os itens subsequentes.

Durante um ensaio de tração, observa-se o ponto de escoamento quando a deformação começa a


aumentar rapidamente sem um aumento correspondente na tensão; esse ponto é mais facilmente
observado em materiais frágeis.

( ) Certo ( ) Errado.

Comentário:
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Questão tranquila, Estrategista! De fato, de maneira geral, sem adentrar os pontos específicos dos limites
de escoamento superior, inferior e elasticidade, a deformação começa a aumentar de maneira muito mais
significativa, sem correspondente aumento de tensão. Por isso, a curva característica que vimos no ensaio
de tração (seja convencional, seja real). Dessa forma, conforme se passa o limite elástico (deformação
não permanente), com linearidade na curva, temos esse cenário descrito na primeira parte da questão.

Todavia, a segunda parte está errada. Esse ponto é mais facilmente observado em materiais dúcteis e
não frágeis. Em materiais com elevada fragilidade, como alguns materiais cerâmicos, por exemplo, assim
que ele entra no campo plástico de deformação, com o limite de escoamento atingido, ele se rompe,
entrando em fratura. Assim, é mais difícil observar o ponto de escoamento, em relação aos materiais
dúcteis.

Gabarito: errado.

3. (CEBRASPE/FUB – Técnico Industrial - Mecânica – 2018)

Os ensaios de materiais são realizados em laboratórios com o objetivo de caracterizar os diversos


materiais. A respeito de resistências e de ensaios de materiais, julgue o item que segue.

Uma forma de avaliar a ductilidade de um material é a medição da estricção, imediatamente antes da


ruptura do material.

( ) Certo ( ) Errado.

Comentário:

Opa! Questão bem tranquila e direto ao ponto, certo? Coruja, como vimos no estudo do ensaio de tração,
uma das maneiras de calcularmos a ductilidade de um material é, também, por meio da medida da
estricção da área da seção transversal do corpo de prova. Dessa forma, obtemos o quanto o material teve
de redução até atingir sua ruptura no limite de ruptura. Lembre-se que também podemos calcular a
ductilidade medindo o quanto o material teve de alongamento. Assim, temos as duas fórmulas que vimos:

(𝐶𝑓 − 𝐶𝑜)
%𝐴𝐿 = 𝑥 100
𝐶𝑜
Onde:

• %AL = porcentagem de alongamento;


• Cf = comprimento final;
• Co = comprimento inicial;

Para a redução da área da seção transversal da peça:


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(𝐴𝑜 − 𝐴𝑓)
%𝑅𝐴 = 𝑥 100
𝐴𝑜
Onde:

• %RA = porcentagem de redução da área transversal;


• Ao = área inicial da seção transversal;
• Af = área final da seção transversal;

Por isso, questão correta! Você pode ter tido algum dúvida em relação ao fato da assertiva mencionar
“imediatamente antes da ruptura” e não deixar claro que seria “depois” da ruptura. Mas, justamente esse
“imediatamente” quer deixar claro que foi, praticamente, no momento da ruptura.

Gabarito: correto.

4. (CEBRASPE/FUB – Técnico Industrial - Mecânica – 2018)

Os ensaios de materiais são realizados em laboratórios com o objetivo de caracterizar os diversos


materiais. A respeito de resistências e de ensaios de materiais, julgue o item que se segue.

Uma deformação permanente é denominada deformação plástica quando for provocada por tensões que
ultrapassem o limite de elasticidade.

( ) Certo ( ) Errado.

Comentário:

Nossa. Essa foi para ofender você, hein, Coruja? Meu pai, que “moleza”, tchierto? É claro que está correta!
Oras, conforme vimos desde do começo do nosso curso, o campo de deformação plástica (no qual a
deformação é permanente) é atingido posteriormente ao limite de escoamento do material. O limite de
elasticidade, na realidade, é ainda anterior, um pouco mais abaixo e ainda dentro do regime elástico do
material. Atenção, nesse ponto, para a ressalva que vimos em aula, pois tem banca que pode considerar
que o limite elástico é igual ao de proporcionalidade e de escoamento (normalmente, a maioria delas),
mas outras consideram que são diferentes.

Gabarito: correto.

5. (CEBRASPE/FUB – Técnico Industrial - Mecânica – 2018)

Os ensaios de materiais são realizados em laboratórios com o objetivo de caracterizar os diversos


materiais. A respeito de resistências e de ensaios de materiais, julgue o item que se segue.

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No ensaio de tração em aço, para determinação do diagrama tensão versus deformação, as dimensões
do corpo de prova devem ser padronizadas.

( ) Certo ( ) Errado.

Comentário:

Oras, mais uma questão muito fácil. Conforme vimos, é claro que os corpos de prova tem que ser
padronizados. Se não, imagine a falta de critério de comparação e de resultados para cada estudo, Coruja?
Seria um caos. Os corpos de prova, para dar confiabilidade científica, tem que ser padronizados em
normas (ABNT, por exemplo) e que sejam aceitos dentro de determinado estudo.

Gabarito: correto.

6. (CEBRASPE/FUB – Técnico Industrial - Mecânica – 2018)

Acerca dos ensaios mecânicos padronizados para materiais metálicos, julgue os próximos itens.

Para medição da dureza de materiais metálicos, o método Rockwell é mais vantajoso que o método
Brinell, porque naquele as marcas de impressão deixadas no material ensaiado são grandes, facilitando e
garantindo a precisão do cálculo da dureza.

( ) Certo ( ) Errado.

Comentário:

Opa! Questão interessante que nos cobra um detalhe sobre os tipos de ensaios de dureza! Lembre-se
que nesses ensaios temos diferentes técnicas, métodos de medição e diferentes impressões que são
causadas no corpo de prova ou na peça final. Nessa seara, temos o ensaio de dureza Rockwell. Uma das
características vantajosas desse ensaio é a baixa/pequena impressão que ele causa na peça! Por isso, a
assertiva está errada ao afirmar que as impressões são grandes! Vamos relembrar algumas vantagens
desse ensaio:

Medição mais rápida


Vantagens
do ensaio Pequenas impressões no material
Rockwell
Livre de erros pessoais

Gabarito: errado.

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7. (CEBRASPE/FUB – Técnico Industrial - Mecânica – 2018)

Acerca dos ensaios mecânicos padronizados para materiais metálicos, julgue os próximos itens.

Considerando-se que o diagrama a seguir tenha sido obtido em um ensaio de tração de uma liga metálica,
é correto afirmar que a tração identificada por S corresponde ao limite elástico, ou limite de
proporcionalidade, do material.

( ) Certo ( ) Errado.

Comentário:

Opa! Maravilhosa essa questão e sugiro você guardar com carinho! Por quê? Porque ela deixa claro qual
o entendimento da CEBRASPE/CEBRASPE (pelo menos, no momento de sua elaboração) a respeito dos
Limites de Elasticidade, Proporcionalidade e de Escoamento! Veja que a questão está errada, pois a
tensão S do gráfico indica o Limite de Escoamento do material! Lembre-se que vimos na aula sobre
algumas bancas aceitarem que são iguais (você verá em outras questões no decorrer dessa aula), ao passo
que outras (como a Marinha) considera diferente. Isso porque na prática, visualizar o limite elástico é
muito difícil, Coruja e, por isso, muito autores renomados estabelecem um limite “n”, que seria um valor
determinado por convenção e internacionalmente, correspondente a 0,2% para metais em geral e 0,5%
para cobre e suas ligas (materiais mais dúcteis). Veja que no gráfico, a banca coloca 2% e esse valor está
errado! Pode ter sido um erro de escrita na elaboração da questão, uma pegadinha para confundir o
aluno ou deixar claro para você que justamente por ser 2%, ela não está falando do Limite de Elasticidade,
sacou?

Além disso, vimos que depois do Limite de Elasticidade (ou Elástico) do material, temos um momento de
pico no qual se atinge o Limite de Escoamento Superior ou de Proporcionalidade e, depois, o Limite de
Escoamento Inferior onde está estamos dentro do regime plástico do material. Como a
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CEBRASPE/CEBRASPE considera a questão errada, veja que no seu entendimento, não se pode admitir
que o Limite Elástico é igual ao Limite de Proporcionalidade (Ou Escoamento Superior). Para a banca, as
tensões são diferentes.

Gabarito: errado.

8. (CEBRASPE/INPI – Pesquisador em Propriedade Industrial – Física - 2014)

Com relação a mecânica dos solos e sistemas mecânicos, julgue o item seguinte.

Por meio de um ensaio típico de tração de um material, é possível obter o diagrama conhecido como
tensão-deformação. O diagrama tensão-deformação de um material dúctil obtido por meio desse ensaio
mostra pouca ou nenhuma deformação antes de falhar.

( ) Certo ( ) Errado.

Comentário:

Opa! Questão começa bem, mas peca no final! Vimos que para materiais dúcteis o seu alongamento será
grande! Dessa forma, está errado dizer que esses materiais sofrem pouca ou nenhuma deformação antes
de falhar (antes de atingir a ruptura no Limite de Ruptura do material).

Gabarito: errado.

9. (CEBRASPE/IEMA/ES – Agente Técnico - 2007)

Em um ensaio de tração, realizado no corpo de prova de aço mostrado na figura acima, foram observadas
as seguintes leituras:

comprimento inicial do corpo de prova: 180 mm;

comprimento final do corpo de prova: 198 mm;

área da secção reta inicial do corpo de prova: 78 mm2;

área da secção reta final do corpo de prova: 58,5 mm2;

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carga máxima: 31.200 N.

A partir desses resultados, é correto afirmar que o material ensaiado

sofreu estricção de 25%.

( ) Certo ( ) Errado.

Comentário:

Opa! Questão muito tranquila, Coruja! Ela fornece um monde de dados para perguntar somente o quanto,
em porcentagem, que o corpo de prova sofreu de estricção (ou empescoçamento), como vimos. Oras, se
a área da seção transversal foi de 78 mm2 para 58,5 mm2, pela nossa fórmula, tivemos uma redução de
25%, pois:

(𝐴𝑜 − 𝐴𝑓) (78 − 58,5)


%𝑅𝐴 = 𝑥 100 = 𝑥 100 = 25%
𝐴𝑜 78

Gabarito: correto.

10. (CEBRASPE/IEMA/ES – Agente Técnico - 2007)

Ensaios destrutivos e não-destrutivos são extremamente importantes para a compreensão do


comportamento mecânico e da condição dos materiais utilizados em engenharia. Acerca desse assunto,
julgue o seguinte item.

Na figura a seguir, a área A sob a curva tensão versus deformação, obtida em um ensaio de tração de um
metal dúctil, fornece uma medida da resiliência do material.

( ) Certo ( ) Errado.
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Comentário:

Mais uma questão tranquila! Conforme falamos inúmeras vezes, a área total abaixo da curva tensão x
deformação de um material corresponde a sua tenacidade! A resiliência do material está dentro do
campo elástico do material e, de maneira geral, seria a área abaixo da curva tensão x deformação indicada
somente até a tensão Sy desse gráfico proposto.

Gabarito: errado.

11. (CEBRASPE/BASA – Técnico Científico - Engenharia Metalúrgica - 2007)

Engenheiros metalúrgicos buscam correlacionar processos de fabricação às propriedades mecânicas dos


materiais produzidos, conforme previsto no projeto. Com base nos ensaios usados para determinar
propriedades mecânicas de ligas metálicas, julgue o item a seguir.

Os ensaios de dureza Rockwell são considerados de difícil interpretação em razão da necessidade de


habilidade do operador na medição do diâmetro da impressão deixada na peça ensaiada.

( ) Certo ( ) Errado.

Comentário:

Opa! Questão errada, Coruja! Vimos que uma das vantagens dos vários tipos de ensaios de dureza
Rockwell é o fato de termos a medida em tabelas prontas e não precisar de cálculos por fórmulas
matemáticas! Dessa forma, não são considerados de difícil interpretação!

Gabarito: errado.

12. (CEBRASPE/BASA – Técnico Científico - Engenharia Metalúrgica - 2007)

Engenheiros metalúrgicos buscam correlacionar processos de fabricação às propriedades mecânicas dos


materiais produzidos, conforme previsto no projeto. Com base nos ensaios usados para determinar
propriedades mecânicas de ligas metálicas, julgue o item a seguir.

A tenacidade à fratura, representada pela energia absorvida por um material à medida que este fratura,
é indicada, para materiais dúcteis, pela área sob a região elástica da curva tensão × deformação.

( ) Certo ( ) Errado.

Comentário:

Questão errada, Coruja! Como vimos em aula, a tenacidade à fratura não é medida como como sendo a
área sob a região elástica da curva tensão x deformação! A tenacidade à fratura rege a resistência de um
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material a propagação de uma trinca existente, sendo maior o seu valor, menor a chance da trinca se
propagar. Lembre-se dos ensaios de impacto? Os corpos de prova nesses ensaios possuem um entalhe
para simular uma trinca em uma situação real.

Gabarito: errada.

13. (CEBRASPE/BASA – Técnico Científico - Engenharia Metalúrgica - 2007)

Engenheiros metalúrgicos buscam correlacionar processos de fabricação às propriedades mecânicas dos


materiais produzidos, conforme previsto no projeto. Com base nos ensaios usados para determinar
propriedades mecânicas de ligas metálicas, julgue o item a seguir.

O limite de resistência à tração caracteriza o ponto sobre a curva tensão × deformação em que cessa a
proporcionalidade em linha reta entre a tensão e a deformação.

( ) Certo ( ) Errado.

Comentário:

Opa! Completamente errada! Lembre-se que o Limite de Resistência à Tração não é o Limite de
Proporcionalidade! Como vimos, no ensaio de tração convencional (ou de engenharia), esse limite é o
ponto do gráfico que mostra a maior tensão que o material atinge!

Gabarito: errado.

14. (CEBRASPE/CESAN – Mecânica - 2005)

Para a utilização dos materiais em aplicações de engenharia, é de grande importância a determinação,


por meio de ensaios, de parâmetros que fornecerão indicações do comportamento do material quando
submetido à ação de agentes externos como esforços, entre outros. Os ensaios são executados sob
condições padronizadas, em geral definidas por normas, de forma que seus resultados sejam significativos
para cada material e possam ser facilmente comparados. Com relação aos ensaios mecânicos aplicados a

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materiais de engenharia, julgue o item a seguir,considerando a figura acima, que representa a curva
tensão ×deformação obtida nos ensaios de tração dos metais A e B.

Considerando o resultado do ensaio mostrado na figura, é correto afirmar que o metal A é mais dúctil que
o metal B.

( ) Certo ( ) Errado.

Comentário:

Uma “blá, blá, blá” danado para tomar o seu tempo e, depois, fazer uma pergunta “bobinha” dessas!
Oras, Coruja, como vimos, a ductilidade é a medida do grau de deformação de um material até sua
ruptura, medida dentro do campo plástico. Oras, veja que o metal B tem uma deformação muito maior
que o metal A até atingir a ruptura. Dessa forma, o metal B é mais dúctil que o metal A. O metal A, na
realidade, é mais rígido que o metal B.

Gabarito: errado.

15. (CEBRASPE/CESAN – Mecânica - 2005)

Um técnico, ao realizar um ensaio de tração conforme norma ABNT NBR 6152, do aço 1020, utilizando
um corpo de prova (CP1), com diâmetro inicial médio de 10 mm, comprimento útil inicial de 50 mm, área
da secção transversal inicial de 78,54 mm2, e uma máquina universal de ensaio, obteve o seguinte
resultado.

Considerando a situação descrita, a tabela acima e, para fins de cálculo, 1 kgf = 10 N e 1 MPa = 10 kgf/cm2,
julgue o item subseqüente.

A força necessária para se atingir o limite de resistência foi de aproximadamente 42.987 N.

( ) Certo ( ) Errado.

Comentário:

Oras, mais uma questão conceitual e tranquila! Oras, sabemos que a tensão é justamente encontrada
pela razão da força aplicada e sua área. Dessa forma, temos:

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𝑭
𝝈= ;
𝑨

A questão nos cobra a força necessária para se atingir o limite de resistência no corpo de prova. Veja que
esse limite é de 420 MPa (N/mm2) a área da seção transversal inicial é A = 78,54 mm2. Perceba que as
unidades estão respeitadas para o S.I e, assim, encontramos a força F em N (newtons). Assim, temos:

𝑭
𝟒𝟐𝟎 = = 𝑭 = 𝟑𝟐. 𝟗𝟖𝟔, 𝟖 𝑵
𝟕𝟖, 𝟓𝟒

Gabarito: errado.

16. (CEBRASPE/CESAN – Mecânica - 2005)

Um técnico, ao realizar um ensaio de tração conforme norma ABNT NBR 6152, do aço 1020, utilizando
um corpo de prova (CP1), com diâmetro inicial médio de 10 mm, comprimento útil inicial de 50 mm, área
da secção transversal inicial de 78,54 mm2, e uma máquina universal de ensaio, obteve o seguinte
resultado.

Considerando a situação descrita, a tabela acima e, para fins de cálculo, 1 kgf = 10 N e 1 MPa = 10 kgf/cm2,
julgue o item subseqüente.

A força necessária para se atingir o limite de escoamento foi de aproximadamente 21.991 N.

( ) Certo ( ) Errado.

Comentário:

Novamente, mesma lógica da questão anterior. Todavia, agora, ela quer saber a força para o limite de
escoamento:

𝑭
𝝈= ;
𝑨

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A questão nos cobra a força necessária para se atingir o limite de resistência no corpo de prova. Veja que
esse limite é de 420 MPa (N/mm2) a área da seção transversal inicial é A = 78,54 mm2. Perceba que as
unidades estão respeitadas para o S.I e, assim, encontramos a força F em N (newtons). Assim, temos:

𝑭
𝟐𝟖𝟎 = = 𝑭 = 𝟐𝟏. 𝟗𝟗𝟏, 𝟐 𝑵
𝟕𝟖, 𝟓𝟒

Gabarito: correto.

17. (CEBRASPE/CESAN – Mecânica - 2005)

Um técnico, ao realizar um ensaio de tração conforme norma ABNT NBR 6152, do aço 1020, utilizando
um corpo de prova (CP1), com diâmetro inicial médio de 10 mm, comprimento útil inicial de 50 mm, área
da secção transversal inicial de 78,54 mm2, e uma máquina universal de ensaio, obteve o seguinte
resultado.

Considerando a situação descrita, a tabela acima e, para fins de cálculo, 1 kgf = 10 N e 1 MPa = 10 kgf/cm2,
julgue o item subseqüente.

A área da secção transversal final, após a realização do ensaio, foi de, aproximadamente, 28,27 cm 2.

( ) Certo ( ) Errado.

Comentário:

Agora, queremos saber qual a área da secção transversal final! Tranquilidade! Iremos usar a relação que
usa a % de estricção fornecida!

(𝐴𝑜 − 𝐴𝑓) (78,54 − 𝐴𝑓)


%𝑅𝐴 = 𝑥 100 = 64 = 𝑥 100 = 𝐴𝑓 = 28,27 𝑚𝑚2
𝐴𝑜 78,54

Veja que a questão foi sútil e colocou as unidades em cm2 o que não tem o menor sentido!

Gabarito: errado.

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18. (CEBRASPE/CESAN – Mecânica - 2005)

Um técnico, ao realizar um ensaio de tração conforme norma ABNT NBR 6152, do aço 1020, utilizando
um corpo de prova (CP1), com diâmetro inicial médio de 10 mm, comprimento útil inicial de 50 mm, área
da secção transversal inicial de 78,54 mm2, e uma máquina universal de ensaio, obteve o seguinte
resultado.

Considerando a situação descrita, a tabela acima e, para fins de cálculo, 1 kgf = 10 N e 1 MPa = 10 kgf/cm2,
julgue o item subseqüente.

O comprimento final útil do corpo de prova, após a realização do ensaio, foi de 62 mm.

( ) Certo ( ) Errado.

Comentário:

Agora, queremos saber qual o comprimento final! Moleza:

(𝐶𝑓 − 𝐶𝑜) (𝐶𝑓 − 50)


%𝐴𝐿 = 𝑥 100 = 24 = 𝑥 100 = 𝐶𝑓 = 62 𝑚𝑚;
𝐶𝑜 50
Veja que a questão foi sútil e colocou as unidades em cm2 o que não tem o menor sentido!

Gabarito: correto.
Marinha

19. (Marinha - Técnico de Praças da Armada - Mecânica - 2019)

Os ensaios mecânicos destinam-se à avaliação das propriedades mecânicas de um material ou de sua


condição de qualidade. Assinale a opção que apresenta apenas ensaios mecânicos destrutivos.

a) Resistência à tração e ensaio Charpy.


b) Resistência à tração e líquido penetrante.
c) Líquido penetrante e ultrassom.
d) Resistência à tração e partícula magnética.
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e) Partícula magnética e raios-X.


Comentário:
Questão “moleza”, hein, Coruja? Veja que a única alternativa correta é a letra “a” que elenca dois dos
principais ensaios de natureza destrutiva. Além disso, não esqueça que o ensaio Charpy é um tipo de
ensaio de Impacto que, por sua vez, é um ensaio de natureza destrutiva. Vamos relembrar os demais?
Anote o quadro que fiz na parte teórica:

Ensaios destrutivos

Dureza Tração Compressão Cisalhamento Fluência Fadiga Impacto

Gabarito: "a".

20. (Marinha - Técnico de Praças da Armada - Mecânica - 2020)

O ensaio de dureza no qual uma esfera de aço ou outra liga, de diâmetro D, é forçada, pela aplicação de
uma carga P, a penetrar no material, resultando numa impressão, em forma de calota esférica, de
diâmetro d, a qual serve para determina um número que corresponde ao valor da dureza, é conhecido
como Ensaio de Dureza:

a) Vickers.
b) Rockwell A.
c) Rockwell B.
d) Rockwell C.
e) Brinell.

Comentário:

Que isso, hein, Coruja? Muito tranquila, não? Oras, conforme vimos em aula, o Ensaio de Dureza Brinell
é aquela no qual temos uma esfera de aço temperado, com diâmetro D que formará pela pressão exercida
uma impressão com diâmetro d. Assim, temos, pela relação matemática o valor de dureza nessa escala.
As demais não compactuam com essa descrição (Vickers não é uma esfera o penetrador e Rockwell não
temos uma relação matemática para determinar um número, pois a consulta é feita em uma escala pré-
determinada). Apesar disso, acho bem complicado a questão colocar como opção a letra “c” com Rockwell
B, já que o penetrador é uma esfera de aço nesse tipo. Acho que o enunciado carece de mais informações,
mas o bom é que já temos um perfil da banca, logo, Marinha para Técnico deixou claro que na dúvida,
em uma descrição dessa tipo, é Brinell que ele quer.

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Gabarito: “e”.

21. (Marinha - Técnico de Praças da Armada - Mecânica - 2019)

O ensaio de impacto é largamente utilizado nas indústrias naval e bélica e, em particular, nas construções
que deverão suportar baixas temperaturas. Existem dois tipos de ensaio de impacto, sendo eles:

a) Brinell e Rockwell.
b) Vickers e Rockwell.
c) Dureza e Tração.
d) Izod e Vickers.
e) Charpy e Izod.

Comentário:

Novamente, uma questão bem fácil que nos cobra somente denominação de ensaio, sem maiores
detalhes. Lembre-se que os ensaios de impacto (ensaio de natureza destrutiva) cobrados são os de
ensaios Charpy e Izod! Vickers, Rockwell e Brinell são ensaios de dureza e tração não é um ensaio de
impacto.

Gabarito: “e”.

22. (Marinha - Técnico de Praças da Armada - Mecânica - 2018)

Analise o Diagrama Tensão x Deformação do Aço ABNT 1020 abaixo:

Com base no diagrama acima, assinale a opção que representa os pontos (C), (E), (F), (A), (D) e (B),
respectivamente.

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a) Limite inferior de escoamento, limite de ruptura do material, limite máximo de resistência, final do
escoamento e início de recuperação do material, limite superior de escoamento e limite de
proporcionalidade.
b) Limite de proporcionalidade, limite de ruptura do material, limite máximo de resistência, limite
inferior de escoamento, final de escoamento e início da recuperação do material e limite superior de
escoamento.
c) Limite inferior de escoamento, limite máximo de resistência, limite de ruptura do material, limite de
proporcionalidade, final de escoamento e início da recuperação do material e limite superior de
escoamento.
d) Limite superior de escoamento, limite de proporcionalidade, limite de ruptura do material, limite
inferior de escoamento, limite máximo de resistência e final de escoamento e início de recuperação
do material.
e) Limite de proporcionalidade, limite superior de escoamento, limite máximo de resistência, limite
inferior de escoamento, limite de ruptura do material e final de escoamento e início da recuperação
do material.
Comentário:
Coruja, lembre-se de quando vimos os detalhes do ensaio de natureza destrutiva denominado ensaio de
Tração? Comentei com você sobre alguns pontos específicos em relação à tensão e à deformação durante
o ensaio. Veja novamente nosso gráfico da parte teórica:

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De maneira resumida, de acordo com o comando do enunciado, temos, entre outras palavras: (C) – Limite
de escoamento inferior; (E) – Limite máximo de resistência; (F) – Limite de ruptura do material; (A) - limite
de proporcionalidade; (D) – não é bem um limite, mas no gráfico da questão indica o início de recuperação
do material posterior à queda de tensão; (B) – limite superior de escoamento;
Gabarito: "c".

23. (Marinha - Técnico de Praças da Armada - Mecânica - 2018)

Em relação aos esforços de compressão, é correto afirmar que uma peça estará submetida à compressão
quando uma carga:

a) normal, atua sobre a área transversal da peça na direção do eixo longitudinal com o sentido dirigido
para o exterior da peça.
b) atua perpendicularmente na área da seção longitudinal da peça na direção radial com o sentido para
o interior da peça.
c) atua perpendicularmente na área da seção longitudinal da peça na direção radial com o sentido para
o exterior da peça.

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d) normal, atua sobre a área transversal da peça na direção do eixo longitudinal com o sentido dirigido
para o interior da peça.
e) atua perpendicularmente no meio da peça.
Comentário:

Coruja, questão bem tranquila que exige somente que você saiba como é atuação dos esforços de tensão
que embasam o ensaio de compressão. Dessa forma, vimos que a força de compressão ela é uma força
normal que atua na direção do eixo longitudinal da peça sobre sua área transversal. É claro que o sentido
dessa força de compressão é para o interior da peça, caso contrário a peça estaria sendo tracionada.

Gabarito: "d".

24. (Marinha - Técnico de Praças da Armada - Mecânica - 2018)

Com relação aos ensaios de dureza, o método utilizado para peças usinadas acabadas é:

a) Brinell.
b) Rockwell.
c) Escleroscópia.
d) Vickers.
e) Knoop.
Comentário:

Questão interessante que cobra um detalhe sobre uma das vantagens do ensaio de natureza destrutiva
para medir dureza – o ensaio de dureza Rockwell. Lembre-se, Coruja, que uma das vantagens desse
ensaio é justamente ter um impressão muito pequena na peça, sendo amplamente utilizado na indústria
e em peças já acabadas, sem prejudicar e danificar essa peça final. Você pode ter tido uma dúvida sobre
a denominação “Escleroscópia”, mas saiba que nada mais é que outra denominação do ensaio de
microdureza Shore.

Gabarito: "b".

25. (Marinha - Técnico de Praças da Armada - Mecânica - 2018)

Assinale a figura abaixo:

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O diagrama tensão x deformação mostrado na figura acima foi obtido de um máquina de ensaio de tração
para um corpo de prova de aço e indica uma região em que a tensão não é proporcional à deformação.
Uma barra de aço com área de seção transversal de 1,5 cm2 deve ser solicitada axialmente por uma carga
de tração de 27 kN. Sendo assim, é correto afirmar que essa barra será:

a) Rompida, pois a tensão nela atuante será superior a 380 MPa.


b) Rompida, pois a tensão nela atuante será superior a 200 MPa e inferior a 380 MPa.
c) Deformada elasticamente, pois a tensão nela atuante será inferior a 200 MPa.
d) Deformada apenas elasticamente, pois a tensão nela atuante será superior a 200 MPa e inferior a 270
MPa.
e) Deformada plasticamente, pois a tensão nela atuante será superior a 200 MPa e inferior a 380 MPa.
Comentário:

Questão que cobra o conhecimento da relação entre a tensão e a deformação em um ensaio de tração.
Aqui devemos conhecer os pontos do gráfico e as regiões de regime elástico e plástico. Além disso,
calcular a tensão que a situação do enunciado coloca pela fórmula da pressão. Como sabemos, a pressão
(tensão gerada na peça) é expressa por (transformando as unidades de cm 2 para m2 e a força para N, já
que 1 Pascal = 1 N/m2):

𝐹 27000 𝑁
𝑃 = = = 180.000.000 Pa = 180 MPa;
𝐴 0,00015 𝑚2

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Assim, temos que essa tensão gerada na tração da peça é inferior ao limite de escoamento (ponto A, nesse
gráfico simplificado) e insuficiente para entrar na região de regime plástico do material, cuja deformação
é permanente. Logo, ela se deforma elasticamente, pois é inferior a 200 MPa. A peça não será rompida
(letras “a” e “b”, erradas) e a deformação não é plástica como vimos (letra “e”, errada). Além disso, a letra
“d” é absurda, pois o campo de tensão de 200 MPa a 270 MPa a deformação é plástica (permanente) e
não elástica.

Gabarito: "c".

26. (Marinha - Técnico de Praças da Armada - Mecânica - 2014)

No que diz respeito ao ensaio de impacto, é INCORRETO afirmar que:

a) o ensaio de impacto se caracteriza por submeter o corpo ensaiado a uma força brusca e repentina;
b) nos ensaios de impacto, utilizam-se duas classes de corpos de prova com entalhe: o Charpy e o Izod.
O corpo de prova Charpy é apoiado na máquina e o Izod é o engastado.
c) a existência de trincos no material, a baixa temperatura e a alta velocidade de carregamento
constituem os fatores básicos para que ocorra uma fratura do tipo frágil nos materiais metálicos
dúcteis.
d) a única diferença entre o ensaio Charpy e o Izod é que, no Charpy, o golpe é desferido no mesmo lado
do entalhe e, no Izod, é desferido na face oposto ao entalhe.
e) o ensaio de impacto consiste em medir a quantidade de energia absorvida por uma amostra do
material, quando submetida à ação de um esforço de choque de valor conhecido.
Comentário:

Questão tranquila, Coruja, que nos cobra somente o esquema comparativo entre os ensaios (também
chamados de técnicas) Charpy e Izod. Vamos relembrar?

Ensaio Charpy Ensaio Izod

Golpe na face oposta ao entalhe Golpe na mesma face ao entalhe

Três tipos de entalhes: "U", "V" e


Um tipo de entalhe: "V"
"Buraco de fechado"

Corpo de prova fica apoiado Corpo de prova fica engastado no nível


livremente do entalhe
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Dessa forma, a letra “d” é o nosso gabarito, pois além de errar ao dizer que só se tem uma diferença entre
os ensaios, a diferença citada está invertida: o golpe desferido no Charpy é do lado oposto e Izod é do
lado do entalhe. As demais alternativas estão perfeitas! Questão boa para o seu ciclo de revisão!

Gabarito: "d".

27. (Marinha - Técnico de Praças da Armada - Mecânica - 2014)

Observe o diagrama Tensão – Deformação de um material qualquer mostrado na figura abaixo:

Assinale a opção que identifica corretamente as regiões ou pontos indicados por letras nesta figura.

a) A – limite de proporcionalidade; B – limite elástico; C – encruamento; D – limite de resistência; E –


limite de ruptura;
b) A – limite elástico; B - escoamento; C – limite de resistência; D – limite de proporcionalidade; E – limite
de ruptura;
c) A – limite elástico; B – limite de proporcionalidade; C – escoamento; D – limite de resistência; E –
limite de ruptura;
d) A – limite elástico; B – escoamento; C – limite de proporcionalidade; D – limite de ruptura; E – limite
de resistência;
e) A – limite de proporcionalidade; B – limite elástico; C – escoamento; D – limite de resistência; E – limite
de ruptura.
Comentário:

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Questão interessante, inclusive do mesmo órgão que coloca uma abordagem mais rotineira entre o limite
elástico e o limite de proporcionalidade. Na realidade, Coruja, temos que a letra “A” o limite elástico, no
qual o material possui sua deformação não permanente. Na letra “B” temos a indicação do limite de
proporcionalidade, no qual parte da doutrina considera o mesmo que o limite elástico, mas para a
Marinha, temos que ela é diferente, dando início ao limite de escoamento do material no qual ele entra
no regime plástico e sua deformação passa a ser permanente. Em “C”, temos de fato uma região na qual
há a oscilação de tensão entre os limites de escoamento superior e inferior chamada na questão de
escoamento. Em “D”, temos o limite máximo de resistência à tração, no qual a tensão indicada é a
máxima suportado pelo material e a partir desse ponto o material passa a resistir menos e a tensão
começa a cair até o limite de ruptura (letra “E) no qual ele não suporta mais à deformação e se rompe,
atingindo a fatura.

Gabarito: "c".

28. (Marinha - Técnico de Praças da Armada - Mecânica - 2014)

Considere que, em um ensaio de tração, após a retirada da carga, o material ensaiado não rompeu e não
voltou a sua forma original. Isso ocorreu devido a qual propriedade mecânica?

a) Resistência mecânica.
b) Elasticidade.
c) Plasticidade.
d) Tenacidade.
e) Cisalhamento.
Comentário:

Questão bem “tranquila”, Coruja! Cansamos de falar e de revisar: falou em deformação permanente na
qual o material não volta a seu formato original, temos que a deformação é plástica (dentro do regime
plástico). Assim, a propriedade mecânica que a questão aborda é a plasticidade.

Gabarito: "c".

29. (Marinha - Técnico de Praças da Armada - Mecânica - 2013)

Um corpo de prova com comprimento de 20 mm foi submetido a um ensaio de tração. Após a ruptura,
foi verificado que o comprimento final do corpo de prova era de 22 mm. Determine o alongamento,
expresso em porcentagem, desse corpo de prova, e assinale a opção correta.

a) 1.
b) 1,1.
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c) 10.
d) 11.
e) 110.
Comentário:

Fácil, hein? Como diria meu pai: “questãozinha teta, hein, pequeno gafanhoto?” Rs. Pois bem, Coruja,
nem precisa da nossa forma do alongamento, mas aí está ela (só aplicar):

(𝐶𝑓 − 𝐶𝑜) (2 𝑚𝑚)


%𝐴𝐿 = 𝑥 100 = 𝑥 100 = 10%
𝐶𝑜 (20)

Onde:

• %AL = porcentagem de alongamento;


• Cf = comprimento final;
• Co = comprimento inicial;

Logo, como uma boa “regra de três”, temos que o alongamento foi de 10%.

Gabarito: "c".

30. (Marinha - Técnico de Praças da Armada - Mecânica - 2013)

Em relação às propriedades e aos ensaios de materiais, assinale a opção correta.

a) No ensaio de impacto Charpy, o golpe é desferido no mesmo lado do entalhe.


b) As fraturas produzidas por impactos são frágeis.
c) Os aços utilizados na fabricação de eixos de máquinas e bielas, nos quais é comum a aplicação de
esforços bruscos, devem ser tenazes.
d) A temperatura do aço não influencia no tipo de fratura que ele terá quando submetido a um impacto.
e) Uma aço dúctil nunca se romperá de maneira frágil.
Comentário:

Questão bem tranquila! Basta entendermos alguns aspectos simples do ensaio de impacto (Charpy e Izod)
bem como o conceito de tenacidade. Oras, tenacidade tem relação direta com a absorção de energia do
impacto envolvendo tanto o regime elástico e plástico de deformação. Quanto mais tenaz, maior
absorção. Assim, de fato o aço utilizado nos eixos de máquinas e bielas, por conta dos esforços bruscos,
devem ser tenazes.

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Gabarito: "c".

31. (Marinha - Técnico de Praças da Armada - Mecânica - 2013)

Observe a figura a seguir.

A figura acima é o diagrama tensão-deformação resultante do ensaio de tração de dois aços, A e B. Em


relação a esse ensaio, pode-se afirmar que:

a) o módulo de elasticidade do aço B é maior que o do aço A.


b) o aço A é mais dúctil que o aço B.
c) o aço A possui o módulo de resiliência maior que o do aço B.
d) a ruptura do aço B ocorreu antes que fosse atingida a zona plástica.
e) o módulo de elasticidade do aço A é maior que o do aço B.
Comentário:

Outra questão tranquila sobre o ensaio de tração (natureza destrutiva). Nessa questão temos que saber
o conceito de resiliência para “matarmos”. Se liga, Coruja: resiliência está relacionada com a absorção e
devolução energética dentro do regime elástico do material, sendo expressa no gráfico tensão x
deformação do ensaio de tração na região onde a curva é linear. Perceba pelo o gráfico esboçado (bem
simples, por sinal) que o aço A tem uma curva de regime elástico (linear) muito superior ao do aço B. Isso
implica que seu módulo de resiliência é maior. O módulo de elasticidade é igual de ambos os aços
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(lembre-se que ele equivale numericamente à tangente do ângulo formado pela curva linear e o eixo da
deformação), por isso letras “a” e “e”, erradas. O aço A não é mais dúctil que B, pois este tem maior
deformação no regime plástico (alongamento) que A tendo sua ruptura depois de atingido o limite de
resistência de ruptura (letra “b” e “d”, errada).

Gabarito: "c".

32. (Marinha - Técnico de Praças da Armada - Mecânica - 2012)

Em relação aos ensaios mecânicos de materiais, assinale a opção correta.

a) O valor da dureza no método Brinell é um número proporcional à profundidade de penetração.


b) O ensaio de dobramento permite verificar a ductilidade do material.
c) O ensaio de tração permite determinar a ductilidade do material, mas não consegue verificar a sua
estricção.
d) O valor da dureza no ensaio de dureza Rockwell é a relação entre a carga aplicada e a área da
impressão obtida.
e) O ensaio de choque não permite determinar a tenacidade do material.
Comentário:

Questão interessante que cobra vários pontos de cada ensaio. Vejamos cada alternativa.

Letra “a”: errada! Como vimos, a dureza Brinell é expressada por meio de uma fórmula específica que
está relacionada ao diâmetro da esfera e sua impressão no corpo de prova.

Letra “b”: alternativa errada! A ductilidade no ensaio de dobramento é avaliada, sim!

Letra “c”: errada! Vimos que a estricção (também chamado de empescoçamento) também pode ser
medida no corpo de prova conforme o material se deforma permanentemente dentro do regime plástico.

Letra “d”: errada! Na Rockwell, a dureza é medida diretamente em um número de escala própria que
demostra a proporção com a profundidade atingida. Além disso, a área de impressão é muito pequena,
sendo ruim para medir a dureza em relação a área da impressão.

Letra “e”: errada! Vimos que no ensaio de choque (impacto) é possível medir a tenacidade do material!

Gabarito: "b".

Cesgranrio

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33. (Cesgranrio/Petrobrás – Engenheiro de Equipamentos Júnior – 2018)

A Figura abaixo apresenta quatro curvas experimentais de energia absorvida em função da temperatura
de Ensaio Charpy para quatro aços distintos.

Um engenheiro precisa escolher dois aços para serem empregados na construção de estruturas que
podem sofrer impactos. A construção terá lugar numa região cuja menor temperatura ambiente
registrada nos últimos 100 anos foi 0°C, e cuja temperatura média é de 20°C.

Os aços que devem ser escolhidos pelo engenheiro, considerando somente o ensaio Charpy, são aços

a) A e B.
b) B e C.
c) A e C.
d) B e D.
e) C e D.
Comentário:
Questão “tranquilinha”, minha Coruja! Oras, sabemos que o ensaio Charpy tem como objetivo medir o
quanto de energia é absorvida pelo material no impacto do martelo (pêndulo) da energia já conhecida
(potencial e cinética). No gráfico, temos 4 tipos de aços e a condição de trabalho cujas temperaturas vão
de 0o a 20oC.

101

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Nesse sentido, Coruja, precisamos encontrar os aços que possuem uma maior capacidade de absorção
de energia (identificamos pelas curvas dos ensaios Charpy de cada um) correspondente à faixa de
temperatura descrita.
Pelas curvas de cada aço, percebe-se que as melhores opções de aços para o projeto são o “A” e o “C”,
pois são os que possuem, na faixa de temperatura requerida, os maiores valores de energia absorvida e
de maneira constante! Perceba que tanto o “B” quanto o “D”, em uma temperatura de 5 oC, por exemplo,
possuem uma baixa absorção, além de ter uma variação ao longo do intervalo de temperatura descrito,
(a depender do projeto, esse fator pode ser pejorativo).
Gabarito: "c".

34. (Cesgranrio/Petrobrás – Engenheiro de Equipamentos Júnior – 2018)

A Figura abaixo apresenta três curvas esquemáticas de fluência de um mesmo material policristalino.

A taxa de fluência do estágio secundário aumenta da curva I para a III como resultado das seguintes
alterações nas condições experimentais:

a) aumento do tamanho de grão médio e redução da tensão aplicada para uma mesma temperatura.
b) aumento do tamanho de grão médio e redução da temperatura do ensaio para uma mesma tensão
aplicada.
c) aumento simultâneo da tensão aplicada e da temperatura do ensaio para um mesmo tamanho de
grão.
d) redução simultânea da tensão aplicada e da temperatura do ensaio para um mesmo tamanho de grão.
e) redução da tensão aplicada para uma mesma temperatura e tamanho de grão.
Comentário:

102

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Conforme vimos em aula, Estrategista, o ensaio de fluência têm como principal objetivo especificar qual
é a vida útil de um dado material da peça ensaiada no seguinte cenário: máxima utilização em serviço sob
dada tensão (constante) e em altas temperaturas, em função do tempo.
A taxa de fluência do estágio secundário é justamente a região do gráfico cuja inclinação da curva de
fluência é mínima. Dessa forma, a variação da deformação no tempo também será mínima.
Além disso, para responder a questão, temos que verificar a mudança que ocorre da curva I para a curva
III. Percebe-se, pela inclinação do estágio secundário das curvas, que na curva III ocorreu um aumento
taxa de fluência. Esse aumento, conforme estudamos, pode ser devido a: tensão aplicada no material da
peça ensaiada, temperatura do ensaio e fatores internos do material como quantidade e tamanho de
grãos e discordâncias.
Sabemos que quanto maior o tamanho de grãos na microestrutura do cristalino do material, menor
quantidade deles existirão, e, assim, infere-se que o deslizamento entre eles será maior (menores áreas
de contorno e menores discordâncias entre eles), ocorrendo maior deformação para dada tensão e
temperatura, aumentando a taxa de fluência. Em uma condição de temperatura elevada desse ensaio, a
lógica se inverte pelo mecanismo difusional, o que não fica claro na questão. Todavia, a redução da tensão
impacta para diminuir a taxa de fluência. Já eliminamos as alternativas “a” e “b”.
Oras, da curva I para a curva III do mesmo material, pode ser devido a maior temperatura, maior tensão,
podendo ser mantido o tamanho de grão. Assim, eliminamos as alternativas “d” e “e”. Alternativa “c” é a
correta.
Gabarito: "c".

35. (Cesgranrio/Petrobrás – Engenheiro de Equipamentos Júnior – 2018)

O ensaio de dureza é um ensaio simples e rápido que permite determinar a capacidade de um material

a) sofrer uma deformação elástica causada pela penetração de uma ponta de prova.
b) sofrer uma deformação plástica causada pela penetração de uma ponta de prova.
c) absorver energia elástica causada por forças trativas.
d) absorver energia durante a propagação de uma trinca até a completa ruptura do material.
e) absorver energia durante o impacto em alta velocidade de um martelo.
Comentário:
Questão tranquila, Estrategista! Conforme estudamos, o ensaio de dureza, ensaio de natureza destrutiva
considerada pela doutrina majoritária, tem como procedimento atingir a deformação plástica pela
penetração localizada dos diferentes tipos de penetradores para tipo de ensaio (Brinell, Vickers, Rockwell,
etc) que farão a impressão na peça a ser medida2. Portanto, o gabarito da questão é alternativa “b”.
Gabarito: "b".

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36. (Cesgranrio/Petrobrás Distribuidora – Engenharia Mecânica – 2014)

O único ensaio de dureza utilizado e aceito para metais que tenham uma estrutura interna não uniforme
é o:

a) Vickers.
b) Brinell.
c) Rockwell.
d) Knoop.
e) Shore.
Comentário:
Questão direta e simples! Conforme vimos em aula, Coruja, o único ensaio de dureza aceito para metais
que possuem microestrutura interna não uniforme é o ensaio de dureza Brinell! E você sabe o porquê,
disso? Por conta da característica geométrica do seu penetrador (esfera de aço temperado ou de
carboneto de tungstênio) que faz uma impressão de área maior. Nesse sentido, por exemplo, é um ensaio
muito utilizado para materiais como os ferros fundidos cinzentos.
Gabarito: "b".

37. (Cesgranrio/Liquigás Distribuidora S.A. – Engenheiro Júnior - Mecânica – 2014)

A Figura abaixo mostra a curva tensão x deformação, resultante de um ensaio de tração realizado em um
corpo de prova de material dúctil.

Nesse gráfico, constata-se que a(o)

a) lei de Hooke é válida entre os pontos (0) e (2).

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b) maior tensão normal do regime elástico é a referente ao ponto (1).


c) maior tensão normal do regime elástico é a referente ao ponto (4).
d) ponto (1) é o ponto em que ocorre a ruptura.
e) ponto (3) é o ponto em que ocorre a ruptura.
Comentário:
De acordo com o que estudamos, Coruja, o ensaio de tração tem como objetivo medir a capacidade de
deformação do material (e seu comportamento) do corpo de prova, conforme aumenta-se a tensão
lentamente. Como resultado, obtém-se a curva característica do gráfico tensão-deformação, até seu
rompimento (limite de ruptura atingido), que é evidenciada no enunciado.
Além disso, sabemos que faz parte do ensaio, a passagem pelo regime elástico (região do gráfico na qual
a deformação não é permanente, retornando a sua forma original, caso os esforços que geram a tensão
sejam cessados), bem como a região plástica (deformação permanente, sem mais retorno a forma
original).
Nesse sentido, a região do gráfico cujo regime é elástico, possui a curva linear (obedece à lei de Hooke)
entre tensão e deformação, evidenciado o seu limite de tensão (maior tensão normal do regime elástico)
no ponto 1 do gráfico ilustrado.
Os demais pontos, temos: 2 – limite de escoamento, começo da deformação plástica, onde são
estabelecidos para cada tipo de material e forma como o ensaio é conduzido os limites de escoamento
superior e inferior; 3 – limite de resistência do material que mostra a máxima tensão que o material
consegue suportar, ponto no qual começa a resistência a tensão a cair; 4 – Limite de ruptura que
evidencia a tensão no ponto que o material do corpo de prova se rompe.
Gabarito: "b".

38. (Cesgranrio/Petrobrás – Engenheiro de Equipamentos Júnior - Mecânica – 2014)

O ensaio Charpy de três materiais, M, N e P, encontrou como resultado os valores de média e desvio
padrão 100 ±20𝐽, 80 ± 20𝐽, 𝑒 100 ± 25𝐽, respectivamente.

O(s) material(ais) cujo(s) resultado(s) apresenta(m) os valores com a menor dispersão, em termos
relativos ao seu valor médio, é(são)

a) somente o material M.
b) somente o material N.
c) somente o material P.
d) os materiais M e N.
e) os materiais M e P.

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Comentário:
Apesar da questão cobrar mais matemática do que ensaios de impacto, conforme vimos no ensaio de
impacto (como no Charpy descrito), temos a relação de temperatura de transição dúctil-frágil e
diferentes valores de energia de impacto/choque absorvidos. O desvio padrão (medida de dispersão em
torno de um valor médio que mostra a possível variação de medida) e a média de resultado para um dado
material, podem ser obtidos. Dividindo cada valor de cada material por seu valor médio, encontra-se a
porcentagem de dispersão. Encontrando o(s) menor(es) valores, chegamos ao gabarito. Assim:
20 20 25
• M: 100 = 20%; N: 80 = 25%; P: 100 = 25%;

Gabarito: "a".

39. (Cesgranrio/Petrobrás – Engenheiro de Equipamentos Júnior - Mecânica – 2014)

Materiais que atuam sob condições de trabalho a altas temperaturas devem possuir propriedades que
garantam, prioritariamente, resistência à

a) corrosão.
b) fadiga.
c) erosão.
d) fluência.
e) fragilização por hidrogênio.
Comentário:
Que “molezinha”, hein, Estrategista? Falou em resistência de trabalho/serviço em altas temperaturas,
estamos falando de qual propriedade investigada no ensaio de fluência que estudamos? A fluência! É um
ultraje e um desrespeito com você, Coruja que é, eu vir aqui comentar essa questão! Pode tacar esse pdf
na parede do seu quar... opa! Melhor, não! Um tablet custa caro! Rsrs.
Gabarito: "d".

40. (Cesgranrio/Petrobrás – Engenheiro de Equipamentos Júnior - Mecânica – 2014)

Ensaios de tração são relativamente simples de serem realizados e permitem uma avaliação
extremamente interessante das propriedades de um material. Os resultados de um ensaio de tração para
três materiais distintos estão apresentados na Tabela abaixo.

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O material que apresenta a maior capacidade de absorver energia elástica e o material que mais se
deforma para uma dada tensão aplicada são, respectivamente,

a) P; R.
b) P; Q.
c) Q; Q.
d) R; P.
e) R; Q.
Comentário:
Coruja, questãozinha tranquila que nos cobra o conhecimento sobre as propriedades de resiliência e
ductilidade. Bora dar uma revisada nos conceitos?
Resiliência é a capacidade do material de absorver (e devolver também) energia no campo do regime
elástico de deformação. Já a ductilidade é o grau de deformação de um material até ele se romper (ou
seja, envolver o campo de deformação plástico e os limites de resistência mecânica máximos e limites de
ruptura de um dado material).
Perfeito! Agora, vamos para a resolução da questão. Para sabermos qual material possui maior resiliência,
precisamos lembrar da nossa fórmula para calculá-la que vai relacionar a tensão do material como
módulo de elasticidade (ou módulo de Young):
𝝈𝒚 𝟐
𝑼𝒓 =
𝟐. 𝑬
Assim, calculando a resiliência em megapascal (MPa), pois basta utilizar os valores dos limites de
escoamento (limite esse que delimita a transição do regime elástico para o plástico do material) em Mpa
com o módulo de Young fornecido também em Mpa multiplicando por 1000. Assim, temos:
𝟓𝟒𝟎𝟐
𝑼𝒓 (𝑷) = = 𝟎, 𝟔𝟗 𝑴𝒑𝒂; 𝑼𝒓 (𝑸) = 𝟓, 𝟔𝟏 𝑴𝒑𝒂; 𝑼𝒓 (𝑹) = 𝟑, 𝟒𝟗 𝑴𝒑𝒂;
𝟐.𝟐𝟏𝟏𝟎𝟎𝟎

Perceba, Estrategista, o maior valor de resiliência é do material Q! Ou seja, já chegamos ao nosso


gabarito! Todavia, podemos fazer uma análise qualitativa da propriedade de ductilidade de cada material.
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Perceba que o limite de resistência mecânica do material Q também é o menor dentre os materiais
fornecidos! Portanto, é o que oferece menor resistência a deformação no campo plástico, atingindo
maior grau de ductilidade do material dada uma mesma tensão quando comparado com os outros
materiais! Pegou o “bizu”? Nosso gabarito é a letra “c”.
Gabarito: "c".

41. (Cesgranrio/Liquigás Distribuidora – Engenheiro Júnior - Mecânica – 2013)

O eixo vertical de um grande misturador de líquidos falhou, assim que foi posto em funcionamento, ainda
nos testes de recebimento. Esse eixo deveria ter sido feito de aço SAE 1045 temperado e revenido (30
HRC). O eixo não sofreu sobrecarga e estava corretamente instalado e com os mancais devidamente
lubrificados. Foi feito um ensaio de dureza no eixo falhado, onde se verificou uma dureza muito abaixo
da esperada. A microestrutura foi então analisada em um microscópio metalúrgico, à temperatura
ambiente, e mostrou microestrutura de ferrita e perlita.

A conclusão a que se chega, na análise, é a de que a

a) dureza baixa e a microestrutura de ferrita e perlita comprovam o sucesso do tratamento térmico.


b) dureza baixa é uma característica esperada em um tratamento de têmpera e revenido bem executado.
c) dureza baixa e a microestrutura de ferrita e perlita mostram que o eixo não passou por têmpera e
revenimento.
d) ferrita e perlita são microestruturas típicas de tratamento térmico.
e) microestrura deveria ser austenita, comprovando que o aço foi temperado e revenido.
Comentário:
Olha aí, Coruja! Questãozinha sobre tratamentos térmicos! O enunciado nos pede informações sobre o
tratamento térmico de têmpera e posterior revenido!
Conforme vimos em aula, o tratamento de têmpera visa atingir a microestrutura martensítica
(microestrutura de elevada dureza) por meio de um resfriamento brusco do campo austenítico do
material. Esse cenário ocorre, por quê? Por conta do carbono secundário que não são dissolvidos por
conta do rápido resfriamento (não teve tempo para tal) em um aço hipoeutetóide, por exemplo. Esse
carbono não se separa totalmente e fica lá entre os espaços da célula unitária CCC da ferrita. Essa situação
gera elevadas tensões internas que podem ser prejudiciais para o serviço desse aço e, apesar da dureza
atingida pela formação da microestrutura martensítica, é preciso fazer o revenido a fim de aliviar essas
tensões geradas.
Veja que é a situação do nosso aço da questão: temperado e revenido em tese. Isso, porque a dureza se
mostrou baixa! Ou seja, não ocorreu o tratamento de têmpera do material!

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Além disso, a depender da temperatura e do tempo do tratamento de revenido, teremos diferentes


microestruturas formadas (bainita, troostila – denominação em desuso, sorbíticas, etc). Assim, não
teremos, necessariamente de ferrita + perlita (lamelas entre ferrita e cementita – Fe3C). Alternativas “d”
e “e” erradas.
Dessa forma, temos que o gabarito é a letra “c”, pois a dureza baixa e a presença majoritária de ferrita e
perlita demonstra que o aço não passou pela têmpera e pelo revenido, mostrando o fracasso do
tratamento (“a” e “b” erradas).
Gabarito: "c".

42. (Cesgranrio/Petrobrás – Profissional Júnior - Mecânica – 2011)

Dois corpos de prova são submetidos a um ensaio de tração no regime elástico. Os resultados dos ensaios
são apresentados na figura. Considerando que os corpos de prova possuem a mesma geometria (A ₁ = A₂
e L ₁ = L₂), relativamente ao material 2, o material 1 possui

a) maior tensão de escoamento.


b) maior tensão de ruptura.
c) maior módulo de elasticidade.
d) menor tensão de escoamento.
e) menor módulo de elasticidade.
Comentário:
Estrategista, questãozinha tranquila que compara a relação de propriedades de dois materiais, mostrando
as curvas de cada um de um ensaio de tração.
Percebe-se que as duas curvas demonstram o comportamento no regime elástico do material no qual a
deformação é não permanente, como vimos. Além disso, a curva é linear, pois evidencia o
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comportamento proporcional entre a tensão e a deformação obtida, respeitando a lei de Hooke. Nesse
regime, temos o módulo de elasticidade (também chamado de módulo de Young) – “E” que corresponde
à tangente do ângulo de inclinação da curva: quanto mais inclinada, maior módulo de elasticidade.
Como o enunciado nos diz, temos que o corpo de prova do ensaio do material 1 e 2 possuem mesma
geometria. Dessa forma, podemos perceber pelas curas esboçadas e sua inclinação que o material 1 tem
maior módulo de elasticidade que o material 2. Gabarito letra “c”. Vejamos as demais:
Letra “a”: errada! Pelo gráfico e curvas mostradas, a tensão de escoamento (que delimita o campo elástico
para o campo plástico) são iguais para os pois materiais (admitindo que o final das curvas é o limite de
escoamento);
Letra “b”: errada! Não é possível saber a tensão de ruptura de cada material, pois não temos a curva do
ensaio para o regime plástico e deformação plástica até a ruptura;
Letra “d”: errada! Tensão de escoamento iguais, conforme a letra “a”;
Letra “e”: errada! Material 1 tem maior módulo de elasticidade como já explicado anteriormente.
Gabarito: "c".

43. (Cesgranrio/Innova S.A. – Engenheiro de Equipamentos Júnior – 2012)

A seleção de materiais sujeitos a falhas por fratura frágil deve priorizar as seguintes propriedades:

a) densidade e ductilidade.
b) limite de escoamento e dureza.
c) energia absorvida por impacto e temperatura de transição.
d) potencial eletroquímico e módulo de elasticidade.
e) resistência à fluência e limite de escoamento.
Comentário:

Estrategista, perceba que a questão nos pede qual são as propriedades que devemos priorizar (e não que
somente elas são necessárias para a seleção do material) a fim de escolhermos um material sujeito a
fratura frágil!

Oras, é claro que para nossa análise, devemos considerar a energia absorvida por impacto por meio de
ensaios de impacto (Charpy e Izod, por exemplo) e a temperatura de transição que caracteriza a fratura
do tipo frágil-dúctil. Vimos que por meio do ensaio de impacto, temos um comportamento (a depender
da liga metálica e sua composição) de fratura dúctil ou frágil, conforme se muda a temperatura do corpo
de prova.

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Conforme vimos, temos, para grande parte das ligas, uma faixa de temperatura de transição na qual a
fratura terá diferentes graus de absorção energética por impacto para a fratura. Dessa forma, a relação
entre temperatura de transição e energia absorvida compõe as duas principais propriedades para se
avaliar na seleção desses materiais dentre as demais expostas.

Gabarito: “c”.

44. (Cesgranrio/Petrobrás – Engenheiro de Equipamentos Júnior – Mecânica - 2010)

As curvas esquemáticas tensão vs deformação de engenharia, apresentadas na figura acima, são típicas
de resultado de ensaios de tração e compressão uniaxiais, realizados em um mesmo material metálico e
nas mesmas condições de velocidade e temperatura. Com base na análise dos gráficos e no
comportamento mecânico dos materiais, conclui-se que o(a)

a) material apresenta empescoçamento em compressão.


b) material apresenta maior ductilidade em tração.
c) curva (a) é a do ensaio de compressão.
d) curva (b) é a do ensaio de compressão.
e) região plástica dos dois ensaios é bem similar.
Comentário:
Conforme vimos, os ensaios de tração e compressão são amplamente empregados para medir diferentes
propriedades mecânicas dos materiais. O enunciado nos fornece duas curvas típicas em condições iguais
e nos diz que uma é de tração e outra de compressão.
No ensaio de tração, Coruja, vimos que o corpo de prova é tracionado até a sua ruptura. Nele temos a
passagem do regime elástico para o plástico onde começa a ocorrer o empescoçamento do material, bem
como temos o limite de resistência máximo à tração (pico da curva) e depois a queda da tensão até a

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ruptura no limite de ruptura do material (evidenciando o grau de ductilidade atingido). Claramente,


percebemos que a curva “b” é característica de um ensaio de tração. Eliminamos a letra “d”.
No ensaio de compressão, conforme vimos, no decorrer do ensaio, surge a tensão real que passa a ser
menor. Esse cenário ocorre, pois, como se sabe, a tensão corresponde a relação da força por área e no
ensaio de compressão, conforme o corpo de prova é comprimido, sua área aumenta e, assim, resulta em
menores tensões, para materiais dúcteis. Outro cenário, é o para materiais frágeis (caso da questão) que
aumenta a tensão. Tem sentido pensar no gráfico para um mesmo material de característica frágil. Dessa
forma, sua curva tem a característica da curva “a” – ascendente. Portanto, a letra “c” é a correta.
A letra “a” está errada, pois o “empescoçamento” é no ensaio de tração. A letra “b” está errada, pois pelas
curvas apresentadas, a ductilidade seria maior (área maior abaixo do gráfico) na compressão. A letra “e”
está errada, pois a região plástica é diferente (curvas no regime plásticos visivelmente diferentes).

Gabarito: "c".

45. (Cesgranrio/CIA Petroquímica de Pernambuco – Engenheiro de Equipamentos Pleno – 2010)

Uma das principais funções do ensaio Charpy é determinar se o material apresenta ou não uma transição
dúctil-frágil, que está relacionada à dependência da absorção de energia de impacto com variações na
temperatura de ensaio. Exemplos de curvas de transição dúctil-frágil apresentados na figura acima são
resultantes do ensaio de impacto, que podem representar corpos de prova

a) com entalhe (A) e sem entalhe (B).


b) com trincas de fadiga (A) e com entalhe (B).
c) submetidos a taxas de deformação maiores (A) e menores (B).
d) de um mesmo aço hipoeutetoide na condição de temperado (A) e temperado e revenido (B).
e) de aços hipoeutetoide (A) e hipereutetoide (B), ambos normalizados.

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Comentário:
Conforme vimos, no ensaio de impacto Charpy, temos o resultado do gráfico a curva que mostra a
transição dúctil-frágil relacionando a absorção energética (que tem a ver com ductilidade do material) e
a temperatura. Nessa seara, sabemos que conforme se aumenta a temperatura do corpo de prova, temos
uma maior absorção energética no ensaio (caracterizando a influência da temperatura no resultado da
curva) e, consequentemente maior ductilidade.
Perceba, Coruja, que se considerarmos um mesmo valor de ductilidade, e traçarmos uma reta entre as
duas curvas (reta vermelha), temos que a curva do material “B” “necessita” de uma temperatura maior
para tal valor. Na mesma linha de raciocínio, os materiais em uma mesma temperatura (reta azul)
possuem diferentes valores de ductilidade (percebe-se que o “A” teria maior ductilidade que “B” em
condições de corpo de prova iguais).

Letra “a”: apesar da condição de entalhe necessitar de outras informações como sua estrutura interna,
de acordo com a doutrina, a presença do entalhe favorece uma fratura de caráter frágil, diferentemente
da curva de “a” que, para dada temperatura, tem maior valor de ductilidade. Alternativa errada;
Letra “b”: conforme vimos, a literatura específica menciona que a presença de trincas está relacionada,
a depender da temperatura, com a propagação de uma fratura frágil. Definitivamente, para uma mesma
temperatura, a curva “a” tem maior valor de ductilidade e, assim, não se pode inferir o material “a” tem
trincas. Alternativa errada;
Letra “c”: sabemos que elevadas taxas de deformação é característica de uma fratura frágil. Pelo exposto
nas outras alternativas, vimos que o material “a” tem menor taxa de deformação, caracterizada pela sua
fratura dúctil em relação ao “b”, dada as mesmas condições de ensaio (como a mesma temperatura, por
exemplo). Alternativa errada;
Letra “d”: apesar de ser escopo da nossa primeira aula, é bom relembrar, certo? Vimo que o aço
temperado é, comumente, mais duro que o temperado e o revenido, por conta da diminuição de tensões
internas pelo tratamento de revenido posterior. Assim, a curva “a” não seria, quando comparada a “b”,
em mesmas condições de ensaios, de um aço temperado (pois teria fratura frágil se fosse e, como vimos,
ele é mais dúctil). Alternativa errada;
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Letra “e”: consiste na melhor resposta, quando analisamos o gráfico considerando o mesmo valor de
ductilidade. Ao fixar o mesmo valor para as duas curvas, percebemos que o material da curva “b”, precisa
de uma temperatura maior para o mesmo valor que “a”. Consequentemente, para aços hipereutetóides
(teor de carbono acima de 0,77%, aproximadamente), o tratamento de normalização (vimos na aula
passada) atinge temperatura acimas da zona crítica (Acm) e para hipoeutetóides (teor de carbono abaixo
de 0,77%, aproximadamente) temos temperaturas na normalização menores, pois são acima das linha A3
que fica posicionada abaixa da Acm no diagrama. De fato, considerando a afirmação dos aços
normalizados, temos que a alternativa “e” é o nosso gabarito.

63

Gabarito: "e".

46. (Cesgranrio/EPE – Projetista de Geração de Energia – 2007)

Observe a figura a seguir.

63
Adaptado de Callister, W.D. Jr; Rethwish, D.G. Materials Science and Engineering: An Introduction. Editora: LTC, 8ª edição, Rio de Janeiro, 2012.

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O ensaio do corpo de prova de um material desconhecido forneceu a curva tensão x deformação da figura.
O módulo de elasticidade desse material, em GPa, vale:

a) 100
b) 200
c) 300
d) 400
e) 500
Comentário:
Conforme vimos, Coruja, o módulo de elasticidade (também chamado de módulo de Young) é a relação
estabelecida entre a tensão e a deformação de um material dentro do campo do regime elástico
(deformação não permanente). Dessa forma, a relação é regida pela lei de Hooke, na qual:
𝝈 = 𝑬 𝒙 𝜺;
σ: tensão, em pascal (Pa) ou em N/m2;
E: módulo de elasticidade, em pascal (Pa) ou em N/m2;
𝜺: deformação elástica (adimensional, pois é em % de alongamento);
Observando o gráfico, temos a seguinte relação (atenção para as unidades, pois a variação da deformação
em porcentagem da final pela inicial foi dada em mícron e a tensão em mega pascal);
𝝈 = 𝑬 𝒙 𝜺 = 𝟒𝟎𝟎 𝑴𝒑𝒂 = (𝑬) 𝒙 (𝟐𝟎𝟎𝟎. 𝟏𝟎−𝟔 ) = 𝑬 = 𝟐𝟎𝟎. 𝟎𝟎𝟎 𝑴𝒑𝒂 = 𝟐𝟎𝟎 𝑮𝒑𝒂;

Gabarito: "b".

47. (Cesgranrio/Petrobrás – Engenheiro de Equipamentos Pleno – Mecânica - 2005)

As afirmações que se seguem dizem respeito à seleção de materiais metálicos em função de suas
características em fluência e das temperaturas de serviço:

I - Materiais com maiores módulos de elasticidade são comumente selecionadas para aplicações que
envolvam operações em temperaturas elevadas.

II - Fluência é uma deformação permanente que independe das propriedades metalúrgicas do material,
sendo dependente somente do tempo de aplicação do carregamento mecânico.

III - Fluência é uma deformação reversível que depende das propriedades metalúrgicas do material e da
temperatura de operação do equipamento.

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IV - Em materiais metálicos policristalinos, grãos maiores permitem maior escorregamento entre os


contornos de grão, o que resulta em maiores taxas de fluência.

É(São) correta(s) apenas a(s) afirmação(ões):

a) I
b) II
c) I -II
d) II- III
e) III - IV.
Comentário:
Estrategista, questão tranquila que nos traz alguns aspectos sobre o fenômeno da fluência dos materiais.
Conforme vimos quando estudamos o ensaio de fluência, a gente sabe que esse fenômeno se caracteriza
por ser uma deformação permanente quanto o material está submetido a tensões durante determinado
tempo e sob altas temperaturas (normalmente, em metais, cerca de 40% da temperatura de fusão dele
– 0,4.TF).
Além disso, vimos que a fluência tem relação com alguns fatores específicos do material. O primeiro deles
é o módulo de elasticidade (ou módulo de Young) que caracteriza o regime elástico do material, sendo
que quanto maior for esse módulo, maior será a resistência a fluência do material (deformação
permanente para dadas condições de tensão e temperatura).
Outros fatores estão relacionados às propriedades metalúrgicas do material. Oras, é claro que esses
fatores relacionados à microestrutura do material irão influenciar, desde ao arranjo das células unitárias
do retículo cristalino, às concentrações de elementos de liga, bem como o tamanho e quantidade dos
grãos. Assim, vejamos cada item:
I: de fato, esses materiais com maiores módulos serão os mais resistências ao fenômeno da fluência dada
a tensão, tempo e temperatura que estarão submetidos. Assertiva correta;
II: realmente, a fluência se manifesta como uma deformação permanente. Todavia, ela é dependente das
propriedades, conforme vimos. Assertiva errada;
III: a fluência é caracterizada pela deformação permanente (não reversível). Assertiva errada;
IV: conforme vimos na parte teórica, o fenômeno da fluência começam a se desenvolver tanto em vazios
entre grãos, discordâncias e contornos dos grãos. Quanto maior for o tamanho dos grãos, menor será a
taxa de fluência, pois teremos menor número de grãos e menor número de contornos (menor área de
contorno) e possíveis discordâncias para aumentar a taxa de fluência. Assertiva errada.
Gabarito: "a".

48. (Cesgranrio/Petrobrás – Engenheiro de Equipamentos Pleno – Mecânica - 2005)


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Uma seleção correta de materiais é de fundamental importância na integridade de componentes


mecânicos e estruturais. Algumas propriedades mecânicas importantes dos materiais metálicos podem
ser determinadas a partir de ensaios de tração, conforme apresentado na figura abaixo.

A análise da figura revela que as curvas A, B e C podem representar ensaios:

a) na mesma temperatura de corpos de prova de materiais diferentes.


b) na mesma temperatura de corpos de prova de materiais diferentes após tratamentos térmicos
idênticos.
c) na mesma temperatura de corpos de prova do mesmo material após tratamentos térmicos diferentes;
d) em temperaturas diferentes de materiais diferentes após tratamentos térmicos idênticos;
e) em temperaturas diferentes de corpos de prova de um material não encruável.
Comentário:
Questão capciosa que envolve tanto o conhecimento sobre os detalhes dos ensaios de tração quanto o
conhecimento sobre tratamento térmico. Vejamos cada alternativa:
Letra “a”: perceba, Coruja, que o coeficiente angular (inclinação da reta no regime elástico) possui a
mesmo grau para as três curvas. Dessa forma, podemos inferir que as curvas corresponde ao mesmo
material que podem ter sofrido tratamentos térmicos diferentes para terem limites de resistência ao
escoamento diferentes. Alternativa errada;
Letra “b”: conforme exposto na alternativa “a”, infere-se que os materiais são iguais e não diferentes e,
provavelmente, os tratamentos térmicos foram diferentes. Alternativa errada;
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Letra “c”: de fato, conforme vimos em aula, temos diferentes tratamentos térmicos para diferentes
objetivos. Por exemplo, a têmpera que possui resfriamento brusco de temperaturas acima das linhas
críticas a depender da composição do aço, gera a microestrutura martensítica de elevada dureza,
fragilidade e tensões internas, podendo ser representada pela curva “a”. Além disso, as curvas “b” e “c”
podem ser representadas por tratamentos como normalização e recozimento que aliviam as tensões
internas e proporcionam aumento na ductilidade do material, bem como ajuste no tamanho dos grãos.
Alternativa correta;
Letra “d”: conformei comentei, pode-se dizer que os materiais são iguais e não diferentes. Alternativa
errada;
Letra “e”: não se pode afirmar que as curvas dizem respeito a um material não encruável. Conforme
vimos em aula, depois do escoamento, o metal fica encruado e, um novo ensaio conduzido nesse material
revelará, por exemplo, uma curva de tensão x deformação no regime plástico diferente, já que “há menos
material” a ser encruado, tendo zona plástica aparecendo com maior tensão aplicada. Assim, o
encruamento tem o efeito na forma da curva do ensaio no regime plástico. Além disso, o aumento da
temperatura também impacta na curva fazendo com que a curva fique mais achatada (maior escoamento
no regime plástico) pela diminuição do encruamento. Por isso, ao meu ver, não podemos afirmar que as
curvas só dependem de temperaturas diferentes de um mesmo material não encruável, já que se ele é
não encruável, não há como diminuir seu encruamento e as curvas seriam muito próximas, com
escoamentos no regime plástico pequenos. Alternativa errada.
Gabarito: "c".
FGV

49. (FGV/IMBEL – Engenheiro Mecânico – 2021)

A figura apresenta, esquematicamente, um teste para medir a dureza de um material.

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Sobre esse ensaio, analise as afirmativas a seguir.

I. Esse teste, conhecido como teste de Brinell, é o único utilizado e aceito para ensaios em metais que não
tenham estrutura interna uniforme.

II. O teste fornece uma escala contínua de dureza, ou seja, medem-se todas as gamas de valores de dureza
em uma única escala.

III. Pode-se utilizar esse teste em materiais de qualquer espessura podendo-se medir durezas superficiais.

Está correto o que se afirma em:

a) I, somente.
b) II, somente.
c) III, somente.
d) I e II, somente.
e) II e III, somente.
Comentário:

Opa! Questão tranquila! Para “matar” a questão, basta analisarmos a figura fornecida! Conforme vimos
em aula, perceba que o único Ensaio de Dureza (ensaio esse de natureza destrutiva) é o Vickers – formato
do penetrador de diamante é piramidal, formando uma pirâmide de base quadrada, com um ângulo de
136o entre as faces opostas ! No ensaio de dureza Brinell o penetrador é uma esfera de aço temperado

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e no ensaio de dureza Rockwell A, por exemplo, o penetrador tem formato de um cone e sua conicidade
forma um ângulo de 120o.

Com essas informações, matamos as assertivas:

I – errada! Vimos que não se trata do ensaio de dureza Brinell e, sim, do ensaio Vickers! Todavia, de fato,
como estudamos em aula, o ensaio Brinell tem como vantagem a possibilidade de ser utilizado para medir
a dureza de metais com estrutura não uniforme (como ferros fundidos cinzentos, por exemplo). Isso
porque a impressão da área de contato é maior e permite maior precisão que os demais ensaios;

II – perfeita! Vimos que no ensaio de dureza Vickers, temos uma escala contínua, obtendo seu valor por
uma expressão matemática (assim como no ensaio Brinell):

𝟏, 𝟖𝟓𝟒𝟒. 𝑷
𝑯𝒗 =
𝑳𝟐

III – correta, também! Lembre-se que o ensaio de dureza Vickers pode ser utilizado, inclusive, para ensaios
de microdureza nos quais é medida a dureza superficial do material em peças cujas espessuras são muito
pequenas. Dessa forma, por conta da impressão muito pequena, o Vickers também pode ser utilizado
para esse tipo de medição, além do famoso ensaio Knoop.

Gabarito: "e".

50. (FGV/SEDUC-AM – Engenheiro Mecânico – 2014)

Na avaliação do comportamento de absorção de energia da ação dinâmica em materiais são utilizados,


entre outros, ensaios de impacto, ensaios de choque ou ensaios de avaliação por comportamento de
progressão de trinca. Nessa linha de raciocínio, observa-se que

I. os corpos de prova ISOD são preferidos em relação aos CHARPY para avaliação de comportamento em
baixa temperatura.

II. os metais criogênicos do tipo CFC não apresentam o problema da temperatura de transição.

III. no ensaio CTOD avaliam-se mais parâmetros que no CHARPY e menos que no ISOD.

Assinale:

a) se somente a afirmativa I estiver correta.


b) se somente a afirmativa II estiver correta.
c) se somente a afirmativa III estiver correta.
d) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.
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e) se todas as afirmativas estiverem corretas.


Comentário:

Questão que nos traz o conhecimento sobre os ensaios de impacto e os tipos de corpos de prova (Izod e
Charpy). Vejamos.

I: nada a ver. Viagem, Coruja! Não há esse tipo de preferência para se utilizar um ou outro. As diferenças
estão inerentes ao características dos corpos de prova, além do tipo de entalhe;

II: perfeita! Os metais como cobre, alumínio, níquel e o aço inoxidável austenítico recebem o nome de
criogênicos, pois, por conta da sua microestrutura ter como célula unitária o arranjo CFC (Cúbica de Face
Centrada), nos ensaios de impacto eles não são influenciados pela temperatura. Dessa forma, não
apresentam temperatura de transição dúctil-frágil. Por isso, são amplamente empregados em serviços de
baixa temperatura;

III: nada a ver. São conceitos diferentes. Apesar de nunca aparecer em prova, o CTOD (Crack Tip Opening
Displacement, do inglês) não é exatamente um ensaio e sim uma medida de distância entre duas
superfícies de um trinca (medida na sua ponta). Não se pode afirmar categoricamente que esse “método”
de medição avalie mais parâmetros do um e menos do que outro quando comparados com os ensaios de
impacto Charpy e Izod;

Gabarito: "b".

51. (FGV/SEDUC-AM – Engenheiro Mecânico – 2014)

Nos materiais metálicos ferrosos comuns de baixo carbono submetidos à tração, verifica-se que

I. o limite de proporcionalidade é igual ao de elasticidade convencional.

II. a tensão de ruptura real é menor que a de resistência.

III. o módulo de elasticidade de um aço é maior que a de uma liga de alumínio.

Assinale:

a) se somente a afirmativa I estiver correta.


b) se somente a afirmativa II estiver correta.
c) se somente a afirmativa III estiver correta.
d) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.
e) se todas as afirmativas estiverem corretas..

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Comentário:

Questão que nos cobra os conhecimentos sobre o ensaio de tração! Vamos ver.

I: errada! Na realidade, Coruja, por conta de uma leve estrição da área na região, temos uma tensão maior
na interface do limite de proporcionalidade. Assim, o gráfico real no ensaio de tração acaba tendo o limite
de proporcionalidade maior que o de elasticidade convencionalmente adotado (até 0,02 ou 0,2% para
maioria dos metais). Veja esses dois limites na curva tensão x deformação:

II: errada! No ensaio convencional, sem considerar a estricção de área, de fato, a tensão de ruptura será
menor que a de resistência (que é a tensão máxima). Todavia, a assertiva afirma esse cenário para a
tensão real. Aí ela erra, pois na realidade, temos a estricção da área do corpo de prova submetido a tração
o que torna a área real da seção desse corpo de prova menor. Assim, o cálculo de tensão é afetado e a
curva tensão-deformação verdadeira não “cairá” depois da Tensão de Resistência, evidenciando uma
tensão de ruptura maior. Veja a figura a seguir para entender a comparação da curva real x curva
convencional (ou de engenharia). Na real, temos que a curva segue até R’ e não R:

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III: certa! De fato, normalmente, o aço possui em um módulo de elasticidade (que denota a rigidez do
material) maior que ligas de alumínio. Logo a curva, normalmente, é mais inclinada no regime elástico
para os aços;
Gabarito: "c".
IBFC

52. (IBFC/ SEAP-PR - Promotor - Engenheiro Mecânico – 2016)

Responda a esta questão com base no tema: Mecânica dos Materiais. As descrições a seguir referem-se
ao tipo de ensaio conhecido pelo que se descreve na alternativa:

I . É um tipo de ensaio de impacto que está relacionado com o comportamento do material sujeito a
carregamento dinâmico (altas taxas de carregamento) e a um estado triaxial de tensões associado a um
entalhe em V.

II . Tem sido extensivamente usado nos ensaios mecânicos de produtos de aço.

III . As características essenciais para o ensaio de impacto são: um corpo de prova adequado, um suporte
no qual o corpo de prova é colocado, um martelo com energia cinética conhecida e um dispositivo de
medição da energia absorvida na quebra do corpo de prova.

Assinale a alternativa correta:

a) Ensaio de Charpy.
b) Ensaio de Pellegrini.
c) Ensaio de Rockwell.
d) Ensaio em Delta.

Comentário:

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Questão bem fácil, Coruja! Ela nos cobra as características do ensaio de impacto! Analisando as
assertivas, é fácil perceber que entalhe em “V”, usado em produtos de aço, e ainda com a descrição
da assertiva III inteira, não tem nem o que dizer! Basta ver entre as alternativas que a única correta é
a letra “a” - ensaio de Charpy! Vamos relembrar as características dos principais tipos de ensaios de
impacto (Charpy e Izod) para revisão. Esse esquema-resumo você precisa ter em mente para sua
prova:

Ensaio Charpy Ensaio Izod

Golpe na face oposta ao entalhe Golpe na mesma face ao entalhe

Três tipos de entalhes: "U", "V" e


Um tipo de entalhe: "V"
"Buraco de fechado"

Corpo de prova fica apoiado Corpo de prova fica engastado no nível


livremente do entalhe

Gabarito: “a”.

Instituto AOCP

53. (Instituto AOCP/UFPB – Mecânica – 2019)

Qual propriedade pode ser obtida através do ensaio de Charpy?

a) Resistência ao choque.
b) Fluência.
c) Tração.
d) Compressão.
e) Cisalhamento.

Comentário:

Pelo o amor do Pai, hein, Coruja? Fácil demais! Claro que, conforme vimos, o ensaio Charpy tem como
foco medir a resistência ao choque, já que é um tipo de ensaio de impacto!

Gabarito: “a”.

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54. (Instituto AOCP/UFPB – Engenharia Mecânica – 2018)

Em peças e conjuntos de máquinas e estruturas que estão sujeitos a variações das cargas aplicadas, ocorre
comumente o aparecimento de flutuações nas tensões. Essas tensões, ainda que inferiores à resistência
elástica do material, podem levar à sua ruptura se a aplicação dessas tensões ocorrer em elevado número
de vezes. Das alternativas a seguir, qual melhor representa a denominação do fenômeno descrito e seu
respectivo diagrama?

a) Flambagem e Diagrama S-N.


b) Flambagem e Diagrama de Árvore.
c) Fadiga e Diagrama S-N.
d) Fadiga e Diagrama σ - ϵ
e) Instabilidade e Diagrama σ - ϵ.

Comentário:

Outra muito fácil, Estrategista! Oras, pela descrição do enunciado, temos o fenômeno da fadiga! Vimos
que nesse ensaio temos a curva obtida no diagrama tensão e número de ciclos do esforço que será
aplicada na peça (no caso, o corpo de prova).

Gabarito: “c”.

55. (AOCP/EBSERH - Engenheiro Mecânico – 2014)

A dureza é uma propriedade do material de interesse não só dos engenheiros, mas de outras áreas, como
a mineralogia. Sobre a dureza, analise as alternativas e assinale a correta.

a) A dureza Rockwell corresponde à razão da carga aplicada pela área da impressão.


b) A dureza Brinell é um número proporcional à profundidade de penetração.
c) A escala Rockwell C é aplicada para materiais muito duros, utilizando-se uma carga de 60 kg.
d) Mantendo-se a relação de (P/D²) constante, os números de dureza são idênticos, mesmo variando-se
o diâmetro da esfera.
e) A dureza Brinell é um processo de fácil execução, isento de erros pessoais e é capaz de distinguir
diferenças de dureza.

Comentário:

Questão interessante que nos cobra diferentes ensaios de dureza! Excelente para treino entre as
particularidades e similaridades de cada um. Vejamos:
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Letra “a”: errada, Coruja! Conforme vimos, a dureza Rockwell é obtida diretamente por uma tabela de
escala própria, já padronizada que considera a proporção de profundidade atingida. A relação por fórmula
é utilizada em outros ensaios de dureza com o Brinell e o Vickers, por exemplo;

Letra “b”: errada! Essa é a descrição do ensaio Rockwell! Brinell utiliza uma relação matemática entre a
carga utilizada, o diâmetro da esfera de aço temperado e a profundidade atingida;

Letra “c”: errada, também, Coruja! Vimos que dentro do ensaio Rockwell temos diferentes escalas. De
fato, a Rockwell C é aplicada para metais muito duros. Todavia, o valor da carga está errado! A carga
nessa escala é cerca de 150 kgf. Lembre-se:

• Escala "A" (Rockwell A): é usada para materiais de dureza alta. Usa-se ponta de diamante no
penetrador na forma de um cone (conicidade de 120o). A carga é de cerca de 60 kgf;

• Escala "B" (Rockwell B): é usada para materiais de dureza média. Usa-se penetrado de esfera de
aço de cerca de 1/16 de polegada de diâmetro (cerca 0,25 mm). A carga é de cerca de 100 kgf.

• Escala "C" (Rockwell C): é usada para materiais muito duros. Usa-se penetrado de diamante
como na "A" e uma carga maior (cerca de 150 kgf).

Letra “d”: correta! Lembre-se que no ensaio Brinell, temos a possibilidade de chegar ao mesmo valor de
dureza utilizando cargas e esferas diferentes. Para isso, o diâmetro da impressão (“d”) deve ficar entre
0,25 e 0,5 do valor do diâmetro do penetrador (“D”), como 0,375 mm que é a média e valor ideal
considerado. Para isso, temos a relação de Fator de Carga, na qual varia-se a carga (P) por (D2). Esse fato
de carga é uma constante;

Letra “e”: errada! Rockwell é o ensaio que preza pela eliminação de erros humanos. A Brinell é baseada
em uma equação e cálculos que podem sofrer erros de natureza humana.

Gabarito: “d”.

Idecan

56. (Idecan/CBM - 2016)

A fratura simples é a separação de um corpo em duas ou mais partes em resposta à imposição de tensões
ou variações de temperatura. Para a engenharia de materiais, é possível distinguir uma fratura em frágil
ou dúctil. Acerca do processo de fratura, é correto afirmar que

a) a fratura frágil é caracterizada por uma extensa deformação plástica na região em que a trinca se
propaga, de maneira relativamente lenta. No caso de fratura dúctil, as trincas se propagam de modo
rápido e são acompanhadas de pouca deformação plástica.
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b) materiais frágeis apresentam pequenas trincas e defeitos de distintos tamanhos, geometrias e


orientações. Quando a tensão de tração na extremidade de um desses defeitos excede o valor da
tensão crítica, ocorre a formação de uma trinca que se propaga resultando na fratura.
c) a tenacidade à fratura é a propriedade que mede a resistência de um material à fratura frágil, quando
este possui uma trinca. A magnitude da tenacidade à fratura em deformação plana aumenta com o
aumento da taxa de deformação e com a diminuição da temperatura.
d) Charpy e Izod são técnicas de ensaio por impacto para determinar as características de fraturas dos
materiais. No ensaio Izod, o corpo de prova tem um entalhe central e é apoiado em ambas as
extremidades. No ensaio Charpy, o corpo é engastado em um lado e recebe o impacto na outra
extremidade.
Comentário:

Oras, tranquilidade, Coruja! Questão que nos cobra os conceitos dos tipos de fratura em ensaios de
impacto. Vejamos cada alternativa:

Letra “a”: errada, Coruja! Claramente, a questão inverteu os conceitos. Lembre-se que a fratura dúctil é
aquela que possui maior absorção energética com deformação plástica maior até a ruptura. A fratura
frágil é a fratura caracterizada pela propagação das trincas de modo rápido, assim que entram no campo
plástico de deformação;

Letra “b”: correta! Lembre-se que todos os materiais frágeis possuem pequenas trincas internas na sua
microestrutura. Esse ponto já é passivo na doutrina. Esses micro-trincas servem de pontos de
concentração de tensão que, quando submetidos a tensões (seja de tração, seja de impacto, por
exemplo), caso exceda o valor da tensão crítica que ele pode suportar, temos uma propagação da trinca
que origina uma fratura do material;

Letra “c”: errada! Na verdade, o começo da questão está correto! De fato, a tenacidade à fratura é a
propriedade que mede a resistência de um material à fratura frágil quando se tem uma trinca
concentradora de tensão. Todavia, a sua magnitude só pode diminuir com o aumento da taxa de
deformação (que está associado a como a velocidade da energia do esforço é aplicada) e a diminuição
da temperatura. A questão erra ao afirmar que ela aumenta;

Letra “d”: errada, também! Novamente, a questão inverte as informações dos dois tipos de corpos de
prova que caracterizam os ensaios Izod e Charpy. Vamos relembrar os detalhes de cada um?

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Ensaio Charpy Ensaio Izod

Golpe na face oposta ao entalhe Golpe na mesma face ao entalhe

Três tipos de entalhes: "U", "V" e


Um tipo de entalhe: "V"
"Buraco de fechado"

Corpo de prova fica engastado no nível


Corpo de prova fica apoiado livremente
do entalhe

Além disso, lembre-se que o entalhe fica no meio do corpo de prova na técnica Charpy, ao passo que na
Izod, ele fica a cerca de 28 mm da extremidade não engastada.

Gabarito: "d".

57. (Idecan/IFPB – Engenharia Mecânica - 2019)

Consiste em um método de classificação da dureza dos materiais onde é utilizada uma pirâmide de
diamante com ângulo de diedro de 136°, que é comprimida com uma força arbitrária contra a superfície
do material. O valor de dureza será a força dividida pela área impressa.

Assinale a qual método se refere o excerto acima.

a) Shore
b) Rockwell B
c) Rockwell C
d) Brinell
e) Vickers.
Comentário:

Essa questão foi anulada pela banca, porque o gabarito era a letra “b”. Todavia, para o ensaio de dureza
Rockwell B, o penetrador tem o formato de uma de esfera de aço de cerca de 1/16 de polegada de
diâmetro (cerca 0,25 mm), com carga de aproximadamente 100 kgf.

Ou seja, nada a ver com pirâmide de diamante com o ângulo de 136 o. Esse penetrador descrito no
enunciado é o utilizado no ensaio de dureza Vickers. Por isso, o gabarito é a letra “e”. Além disso, lembre-
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se que a medida de dureza em Rockwell é dada na leitura de uma tabela de valores baseados na impressão
do material e escalas próprias. Diferentemente do Vickers que possui fórmula matemática que relaciona
a pressão pela média das diagonais que foram impressas no material.

Ao meu ver, a questão não precisaria ter sido anulada e, sim, ter o gabarito alterado para a letra “e”. Teria
ajudado o(a) aluno(a) bem preparado, não é, mesmo? Rs.

Gabarito: "e".

58. (Idecan/Hospital das Clínicas UFPE – Engenharia Mecânica - 2014)

Ensaios mecânicos são importantes para a determinação das propriedades mecânicas dos metais, como
limite de escoamento, ductilidade e resiliência.

Pode-se definir, corretamente como tenacidade:

a) Medida do grau de deformação plástica.


b) Capacidade do material absorver energia elástica.
c) Capacidade do material absorver energia plástica.
d) Limite que separa o comportamento elástico do plástico.
e) Capacidade do material absorver energia até a sua fratura.
Comentário:

Nossa, que “mamãe” a Idecan foi agora, hein, Estrategista? Que isso! Eu diria até “vovó”. Rsrs. Estamos
cansados de falar em tenacidade e sabemos muito bem que ela é a propriedade que mede a capacidade
do material em absorver energia até a sua fratura, correspondente a Totalidade da área abaixo da curva
tensão x deformação de um ensaio de tração, por exemplo. Logo, a tenacidade envolve tanto o regime
elástico quanto o plástico de deformação.

Veja que na letra “a”, temos a descrição simplificada de ductilidade. Em “b”, temos a resiliência. Em “c”,
temos uma parte da energia absorvida que compõe a tenacidade, mas está errada, pois não é somente
no campo plástico de deformação permanente. Por fim, a letra “d” menciona o limite de
proporcionalidade ou limite de escoamento do material (para a maioria das bancas).

Gabarito: "e".

59. (Idecan/Hospital das Clínicas UFPE – Engenharia Mecânica - 2014)

Uma propriedade mecânica muito importante é a dureza, que consiste em uma medida da resistência de
um material a uma deformação plástica localizada. O ensaio de dureza basicamente em um penetrador

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de aço duro ou diamante é aplicado a uma carga entre 500 e 3000 Kg com uma escala para determinar o
resultado. Existem ensaios de microdureza que são conhecidos como

a) Rockell e Brinell.
b) Knoop e Vickers.
c) Rockell e Vickers.
d) Brinell e Vickers.
e) Brinell e Knoop..
Comentário:

Oras, “moleza”, hein, Coruja? A questão nos cobra o conhecimento sobre dois principais ensaios de
microdureza. Esses ensaios são úteis para medir a dureza em peças cujas espessuras são muito pequenas.
Lembre-se que logo de cara tem que vir na sua mente o ensaio Knoop! Esse ensaio é o principal ensaio
de microdureza, muito utilizado em materiais extremamente frágeis, cuja deformação tem que ser
pequena na impressão e medida de dureza. Além disso, vimos que o ensaio Vickers pode ser utilizado
para medir microdureza, também! Aqui vale você memorizar um ponto importante entre eles: o ensaio
de microdureza Knoop é mais empregado que a o de microdureza Vickers em materiais extremamente
frágeis (vidro e cerâmicas em geral, por exemplo). Isso se dá por conta da profundidade da microdureza
Knoop que é a metade da profundida atingida na Vickers com a mesma carga!

Gabarito: "b".

60. (Idecan/Hospital das Clínicas UFPE – Engenharia Mecânica - 2014)

A falha de uma máquina ou peça pode ser causada por diversas combinações como cargas excessivas e
ambientes agressivos, quando em serviço. Atualmente, existem estudos para determinar os modos de
falhas, que são os processos físicos que ocorrem ou que combinam seus efeitos para produzir uma falha.

O exemplo de modo de falha mais comum é o(a)

a) fluência.
b) ruptura dúctil.
c) dano por radiação.
d) resistência à fadiga.
e) corrosão por cavitação.
Comentário:

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Tranquilidade, Coruja! De fato, a fluência, definida como a deformação plástica (ou seja, permanente)
que ocorre em um material sob uma tensão constante em função do tempo, é um dos modos de falha
mais comum. Lembre-se que no ensaio de fluência, ainda é considerada a temperatura, já que, para a
maioria das ligas metálicas, ela tem significativa influência em seu comportamento quando sob tensão,
facilitando difusão dos átomos, movimentos de discordâncias e escorregamento dos planos
cristalográficos, por exemplo. Por conta disso, dentre as alternativas a melhor resposta é a letra “a”.

Gabarito: "a".

61. (Idecan/Hospital das Clínicas UFPE – Engenharia Mecânica - 2014)

Incertezas e variabilidades sempre existem nas predições de projeto. Os carregamentos, frequentemente,


são variáveis e imprecisamente conhecidos, as resistências são variáveis e, algumas vezes,
imprecisamente conhecidas para certos modos de falha ou estados de tensão; e, os modelos de cálculos
incorporam hipóteses que podem introduzir imprecisões no dimensionamento e demais incertezas que
podem resultar de variações na qualidade de fabricação, condições de operação, procedimentos de
inspeção e práticas de manutenção.

Para tentar evitar tais imprecisões e falhas deve-se utilizar o seguinte critério:

a) Dureza.
b) Limite da tração.
c) Fator de segurança.
d) Fator de estalibilidade.
e) Limite de escoamento.
Comentário:

Opa! Apesar de não ser uma questão de ensaios dos materiais propriamente dita, Coruja, temos uma
noção clara sobre como os projetos de engenharia tende a suprir imprecisões e falhas que podem ocorrer
quando em funcionamento na realidade. A questão aborda, de maneira superficial, o fator de segurança!
Esse fator é crucial para o desenvolvimento de tais projetos no sentido de garantir a segurança adequada
para que os usuários e terceiros não sofram consequências desastrosas que podem custar vidas, gerando
maiores valores de variáveis, a depender do projeto, em fatores críticos a fim de se evitar falhas e
problemas.

Gabarito: "c".

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