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Canella
PETROBRAS (Técnico - Ênfase 7 -
Mecânica) Conhecimentos Específicos
(Pós-Edital)
Autor:
Felipe Canella, Juliano de
Pelegrin, Edimar Natali Monteiro
25 de Janeiro de 2024
Sumário
Cristalização ............................................................................................................................................... 5
Fala, Estrategista! Tudo bem com você? É com um enorme prazer que estou aqui novamente com
você, contribuindo com sua preparação! Na aula de hoje, falaremos sobre alguns processos de fabricação.
Nesta aula, falaremos um pouco sobre fundição e seus respectivos processos que acabam ganhando
o nome dos tipos de moldes que são usados. Além disso, iniciaremos com os fenômenos que ocorrem na
etapa de solidificação (tema que junto ao tipos de moldes, caem com certa frequência, apesar de fundição
não ser o principal processo de fabricação alvo das bancas de concursos para a Mecânica).
Como de praxe, eu utilizarei figuras (sempre que possível) a fim de ilustrar os principais processos
de fabricação inerentes à fundição. Alguns processos ficam mais elucidativos e a aprendizagem se torna mais
eficaz quando se utiliza tais ilustrações.
Pois bem. Sem mais delongas. Vamos ao que interessa! Antes, não deixe de me seguir nas minhas
redes sociais para ter acesso a dicas e questões comentadas em vídeos sobre diferentes temas da
Engenharia Mecânica!
profcanelas t.me/profcanelas
Esse formato específico que mencionei do molde pode ser tanto em caráter definitivo (forma final
da peça a ser produzida) quanto não definitiva (consistindo em uma etapa intermediária, necessitando de
posterior conformação ou usinagem - outros processos). Nesse sentido, Coruja, teremos, basicamente, 3
grandes etapas nos processos de fundição (veremos adianta as particularidades de cada tipo):
Além disso, saiba que o termo lingote se refere a um material fundido que possui forma simples que
irá ser conformado posteriormente, por processos de conformação como a laminação e o forjamento, por
exemplo!
Estrategista, saiba que a Fundição faz parte uma classificação da doutrina2 denominada
de processos primários (junto com a laminação e o forjamento, por exemplo), por conta
da alteração da matéria-prima em geometria e formas básicas! Além disso, saiba que a
fundição pode ser empregada para diferentes materiais, como: ferrosos (ferro-fundido -
FoFo e aços); não ferrosos (alumínio, bronze e latão) e outros materiais (vidros, polímeros
e compósitos). ;)
1
Adaptado de GROOVER, M. P. Introdução aos Processos de Fabricação. Editora: LTC, Rio de Janeiro, 2014 e CHIAVERINI, V. Tecnologia Mecânica: processos de fabricação e tratamento. Editora: Makron Books do Brasil
Ltda, 2ª edição, vol: II. São Paulo, 1986
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Adaptado de Stoeterau, R.; Batalha, G.; Getschko, N.; Gomes, E. Processos de Fundição. PMR3203 – Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. São Paulo, 2020.
Antes de adentrarmos nos tipos de processos de fundição, vamos estudar alguns fenômenos que
ganham protagonismo durante a última etapa mostrei acima (solidificação). Esses fenômenos são
comumente explorados pelas bancas! Atenção, Coruja!
Coruja, de acordo com a literatura específica3, os fenômenos a seguir ocorrem na solidificação dentro
do molde e que eu quero que você memorize para sua prova! São eles:
Cristalização
Contração de volume
Fênomenos na etapa de solidificação
Segregação - impurezas
Desprendimento de gases
Veremos, agora, cada um desses fenômenos de maneira objetiva para sua prova! Avante!
Cristalização
A cristalização dos metais (sejam metais puros, sejam ligas metálicas com mais de um elemento),
consiste na formação dos primeiros arranjos das células unitárias. Elas serão os núcleos para o
desenvolvimento posterior dos grãos definitivos que irão compor o retículo cristalino dos metais (maiores
detalhes são estudados na aula de Ciência dos Materiais).
Todavia, aqui, o que precisamos compreender é que por conta da diferença de resfriamento nas
regiões do molde no processo de solidificação, teremos velocidades de crescimento de grão também
diferentes. Por conta desses aspectos influenciados pela limitação das paredes dos moldes teremos uma
microestrutura dendrítica formada.
Essa formação dendrítica dos grãos (que consiste em grãos finos e aleatoriamente orientados nas
camadas solidificadas) surgem pela o rápido resfriamento do metal que está em contato com as paredes dos
moldes. Essas paredes irão extrair o calor (energia) do metal fundido nessas regiões e, assim, os grãos
crescerão como agulhas com braços laterais (formando um aspecto de árvore com ramos).
A medida que esses grãos com esses formatos vão crescendo da parede do molde em direção ao
interior (centro) do metal ainda líquido durante a solidificação, eles vão se delimitando pelas paredes dos
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CHIAVERINI, V. Tecnologia Mecânica: processos de fabricação e tratamento. Editora: Makron Books do Brasil Ltda, 2ª edição, vol: II. São Paulo, 1986.
moldes e pelo encontro de outras dendritas vizinhas e, assim, começam a surgir os contornos desses grãos.
Além disso, perceba que esses grãos dendríticos crescerão rapidamente na direção perpendicular às paredes
do molde indo ao centro da massa de metal por conta dessas limitações descritas. A formação definitiva
desses grãos dendríticos são chamados de colunares e grosseiros.
"Tá, professor. Entendi esse processo de formação do fenômeno da cristalização, mas... Qual o
impacto desse fenômeno?"
Excelente pergunta, minha Coruja alada, rs. Um efeito indesejável apontado pela literatura específica
é justamente inerente às diagonais que acabam sendo formadas e que resultam em uma maior fragilidade
nos processos de conformação mecânica posterior (como na laminação, por exemplo). Nesse sentido,
surgem as discordâncias.
As discordâncias são defeitos que existem na constituição do cristalino dos materiais influenciando
nas deformações plásticas. Elas surgem por um desalinhamento entre os átomos que vão compor o arranjo
das células unitárias do retículo cristalino do material. Elas podem ser discordâncias de arestas, espirais ou
mistas (as duas juntas). Veja a figura4 a seguir mostra a característica dessa efeito do contorno gerado:
Uma possível solução para essa fragilidade é justamente arredondar os cantos dos
moldes! Dessa forma, os contornos diagonais são suavizados!
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Adaptado de CHIAVERINI, V. Tecnologia Mecânica: processos de fabricação e tratamento. Editora: Makron Books do Brasil Ltda, 2ª edição, vol: II. São Paulo, 1986.
Coruja, esse fenômeno da cristalização guarda relação direta com os estágio da nucleação e, como
vimos, o crescimento dos grãos. A nucleação ocorre pelo aglomerado de átomos que começa a ser formado
pelas colisões aleatórias dos átomos do estado líquido do metal.
No estado líquido, não há a formação ordenada do retículo cristalino pelo arranjo periódico da célula
unitária que será formada pelos átomos do metal ou liga metálica.
Como aponta a literatura específica5, Coruja, em ligas metálicas (por conta do teor de outro elemento
na liga) teremos um intervalo de temperatura para a solidificação e não uma temperatura específica. Dessa
forma, no diagrama de uma liga como o aço, por exemplo, a solidificação começa nas temperaturas da linha
liquidus para cada teor de carbono e termina na linha solidus de mesmo teor.
Por conta disso, o processo de formação das dendritas na cristalização ocorre da mesma forma com
o metal puro, porém teremos os dois estados (duas fases) presentes (líquida e sólida).
Dessa forma, começa a surgir uma zona denominada de zona pastosa constituída da mistura da fase
líquida presente nos "braços"/"ramos" do grão dendrítico com esses grãos que compõem a fase sólida. Veja
a figura esquematizada de um grão dendrítico em três estágios de crescimento para você entender o porquê
de ele ser chamado de "árvore com ramos":
5
GROOVER, M. P. Introdução aos Processos de Fabricação. Editora: LTC, Rio de Janeiro, 2014
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Adaptado de CHIAVERINI, V. Tecnologia Mecânica: processos de fabricação e tratamento. Editora: Makron Books do Brasil Ltda, 2ª edição, vol: II. São Paulo, 1986.
Além desses pontos, Estrategista, é interessante você conhecer a Regra de Chvorinov. Essa regra
consiste na relação entre o tamanho e forma do metal ou liga fundida e o tempo de solidificação, expressada
pela equação empírica:
𝑽 𝒏
𝑻𝒔 = 𝑪𝒎 𝒙 ( ) ;
𝑨
Na qual:
7
ARANGO, D.A.P.; MARTONARIO, M. A. EFEITO DA ADIÇÃO DE INOCULANTE NA MACROESTRUTURA DE LIGAS Al-Si OBTIDAS PORSOLIDIFICAÇÃO UNIDIRECIONAL. 66º Congresso da Associação Brasileira de Metalurgia,
2011.
Contração de volume
Esse fenômeno, Estrategista, está relacionado à contração que os metais ou ligas metálicas possuem
quando se solidificam. Conforme menciona a doutrina8, pode-se verificar 3 tipos de contrações:
Veja a tabela9 abaixo de alguns exemplos de ligas (relaxa que você não precisa decorar esses valores,
hein? rs):
Valores de contração linear típicos para diferentes metais fundidos por conta da contração térmica no
estado sólido
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Adaptado de CHIAVERINI, V. Tecnologia Mecânica: processos de fabricação e tratamento. Editora: Makron Books do Brasil Ltda, 2ª edição, vol: II. São Paulo, 1986.
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GROOVER, M. P. Introdução aos Processos de Fabricação. Editora: LTC, Rio de Janeiro, 2014.
Um ponto que é de suma importância para sua prova, Estrategista, é que esse fenômeno vai gerar a
uma heterogeneidade conhecida como vazio no material, seja ele um metal puro ou uma liga metálica.
Essa heterogeneidade surge justamente pela diferença de temperatura e solidificação das partes do
material (vimos que começa da periferia próxima às paredes do molde onde a taxa de extração de calor é
maior). Por conta dessa diferença, são geradas diferentes velocidades de resfriamento e solidificação e cada
parte solidificada terá massa específica maior que a fase líquida do metal ou liga. Nesse sentido, a
transformação de fase durante a solidificação gera redução de volume por unidade de massa do material.
Coruja, esse vazio que surge no material também recebe o nome de rechupe ou
rechupagem! ;)
Estrategista, a presença desses vazios internos na peça fundida pode gerar trincas e tensões internas
no material. Por conta disso, é interessante tentar eliminar a presença desses vazios/rechupes.
Uma das formas de se evitar que esse problema seja evidenciado é a utilização de uma peça
denominada de "cabeça quente" ou "massalote". Conforme aponta a literatura específica10, a presença
dessa peça de material refratário irá reter maior quantidade de calor (energia) em maior tempo que o
restante do material da peça e, assim, solidificará por último. Dessa forma, o vazio formado no processo pela
contração se concentrará nessa região. Ao término do processo, basta eliminar essa parte do "massalote" e
se tem um lingote sem esse tipo de defeito.
Por conta desse tipo de solidificação com a presença do "massalote" ou "cabeça quente" ser
direcionada em relação aos vazios, é comum o termo solidificação direcional11 ser empregado na descrição
desses processos de fundição controlados.
10
CHIAVERINI, V. Tecnologia Mecânica: processos de fabricação e tratamento. Editora: Makron Books do Brasil Ltda, 2ª edição, vol: II. São Paulo, 1986.
11
De acordo com GROOVER, M. P. Introdução aos Processos de Fabricação. Editora: LTC, Rio de Janeiro, 2014.
10
Segregação - impurezas
Coruja, as ligas metálicas possuem diferentes elementos químicos além dos principais que
constituirão a liga principal. Por exemplo, na liga Fe-C (ferro e carbono), nosso bom velho aço, os elementos
principais são o ferro e o carbono (óbvio). Todavia, na realidade, é um erro chamar de liga binária, pois ela
contém outros elementos que são considerados como impurezas da liga.
Como exemplo de impurezas, Estrategista, podemos citar o fósforo, o enxofre o silício entre outros.
A depender do teor de cada elementos, tem-se diferentes impactos nas propriedades mecânicas, térmicas,
elétrica e resistências mecânicas e corrosivas que são objetivo de estudo de outra aula. Todavia, o que eu
quero que você saiba, nesse momento, é que na fundição a depender do estado (líquido ou sólido) do
processo, essas impurezas irão se comportar de diferentes maneiras.
Nesse sentido, conforme a liga metálica fundida vai se solidificando, Coruja, impurezas como o
fósforo e o silício (que são menos solúveis no estado sólido da liga) vão se concentrando na parte da liga que
ainda está no estado líquido. Assim, quando toda a liga se solidifica há uma maior concentração de impurezas
em uma determinada região do lingote gerando a famigerada segregação.
O principal problema desse tipo de situação, Estrategista, é que conforme o teor (concentração) de
impurezas (elementos químicos) em uma dada região da peça solidificada aumenta, as propriedades
mecânicas da peça naquela região é sensivelmente alterada.
Coruja, atenção: se uma questão afirmar que o aço (liga Fe - C) é uma liga binária sem
entrar no mérito dos demais elementos, você pode assumir que está correta a questão!
Só aprofunde no julgamento da alternativa ou da assertiva se caso o examinador cobrar
esse tipo de detalhe, pois, como vimos, na realidade, existem outros elementos em
menores teores na liga! ;)
11
Desprendimento de gases
Esse tipo de fenômeno, Coruja, é responsável pelas famosas bolhas no metal solidificado. Sua origem
tem relação com o oxigênio que outrora na fase (estado) líquida da liga metálica estava dissolvido no ferro,
acaba se combinando com o carbono. Por conseguinte, ocorre a formação de moléculas de monóxido de
carbono (CO) ou dióxido de carbono (CO2).
De acordo com a doutrina12, conforme a viscosidade da massa líquida diminui com a queda da
temperatura do processo, a liberação dessas moléculas de gases se torna mais difícil e aí são geradas as
bolhas próximas às superfícies do material.
Um detalhe importante quanto a esse fenômeno e que pode vir a ser cobrado é quanto ao diferente
impacto da presença dessas bolhas em aços baixo e alto carbono. A literatura mencionada costuma
evidenciar que para lingotes de baixo carbono que serão forjados ou laminados elas não são prejudiciais.
Por outro lado, em ligas de alto carbono, as bolhas devem ser evitadas. Por isso, memorize:
"Tá, professor. Peguei o ”bizu", mas... Como eliminar essas malditas bolhas?" Excelente pergunta,
meu "xóvem padawan". Com o intuito de "eliminar" a formação de bolhas, normalmente são empregadas
substâncias desoxidantes a base de ferro-ligas como ferro-silício e ferro-manganês. Como o silício e o
manganês são elementos "preferidos" pelo oxigênio para formar óxidos (SiO2 e MnO, respectivamente), o
oxigênio deixa de reagir com o carbono.
Coruja, sobre os fenômenos é mais do que o suficiente para sua prova. Vamos, agora, ver os principais
tipos de processos de fundição. Atenção, pois as bancas costumam gostar desse tema. Avante!
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CHIAVERINI, V. Tecnologia Mecânica: processos de fabricação e tratamento. Editora: Makron Books do Brasil Ltda, 2ª edição, vol: II. São Paulo, 1986.
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Estrategista, conforme você deve ter percebido, na maioria dos processos de fabricação de peças
metálicas, a fundição consiste em um primeiro estágio, um processo inicial, permitindo que sejam produzidas
peças de praticamente qualquer forma e complexidade.
De acordo com a literatura específica13, todos os tipos de processos de fundição passam por certas
etapas iguais, tendo como diferença principal entre eles a moldagem (tipo e confecção do molde que terá o
negativo da peça a ser produzida). Essas etapas são as seguintes:
Desenho da peça
Projeto do modelo
Vazamento no molde
Limpeza e rebarbação
Controle de qualidade
Vejamos, de maneira sucinta, as primeiras duas etapas e o vazamento no molde, antes de entrarmos
nos detalhes de cada tipo de processo na etapa de moldagem, bem como nas etapas de processos de fusão,
limpeza e rebarbação e controle de qualidade. Conforme aponta a literatura específica14:
• Desenho da peça: nessa etapa, Estrategista, além do formato da peça a ser produzida, são
considerados os fenômenos que estudamos anteriormente, pois eles poderão afetar o forma
final produzida. Assim, temos que considerar a microestrutura dendrítica, as tensões de
resfriamento e a espessura das paredes. Para isso, a doutrina costuma citar algumas
recomendações como proporcionar secções da peça sem cantos vivos e mudanças bruscas
13
CHIAVERINI, V. Tecnologia Mecânica: processos de fabricação e tratamento. Editora: Makron Books do Brasil Ltda, 2ª edição, vol: II. São Paulo, 1986.
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CHIAVERINI, V. Tecnologia Mecânica: processos de fabricação e tratamento. Editora: Makron Books do Brasil Ltda, 2ª edição, vol: II. São Paulo, 1986.
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por conta das tensões geradas no crescimento do grãos dendríticos que vimos; considerar
espessuras mínimas, evitando-se paredes muito finas que não são preenchidas pelo metal
líquido; prever certa conicidade para melhor confecção do molde;
Além disso, saber qual o volume de produção é significante, sendo utilizado modelos em
alumínio em produção seriada (sendo feitos em placas divididas) ou modelos de peça única
quando são peças volumosas. Por fim, também inerente ao projeto do modelo é importante
saber a correta localização dos machos (partes que não recebem material nas suas cavidades
e que irão representar um vazio na peça produzida), bem como a correta colocação dos canais
de vazamento que irão conduzir o metal ou liga metálica no estado líquido dentro do modelo.
Coruja, veja a figura a seguir para visualizar o que seria um exemplo de modelo para uma peça futura
vazada e a marcação do macho no mesmo modelo, na qual não teremos metal fundido quando ocorrer o
vazamento no molde produzido:
15
Estrategista, agora veremos, na etapa de moldagem (ou confecção do molde) os tipos, de fato, de
processos de fundição, conforme mencionei antes.
15
Adaptado de CHIAVERINI, V. Tecnologia Mecânica: processos de fabricação e tratamento. Editora: Makron Books do Brasil Ltda, 2ª edição, vol: II. São Paulo, 1986.
14
Coruja, basicamente temos os tipos de processos de fundição quanto ao tipo de molde divididos em
duas categorias. De acordo com a doutrina16, temos os tipos que pertencem à categoria de moldes perecíveis
e à categoria de molde permanentes. Assim, temos:
Moldes perecíveis
2 categorias de processos
Moldes permanentes
Como você deve imaginar, Estrategista, os processos que utilizam moldes perecíveis são aqueles que
terão a destruição do molde ao término do processo, ao passo que os processos com moldes permanentes
(normalmente feitos em materiais metálicos) não são destruídos, sendo usados para fabricação de várias
peças.
Naturalmente, nos processos de moldes perecíveis, o tempo de fabricação será maior, já que para
cada peça, exige-se a fabricação do molde. Esse cenário é diferente para os processos com moldes
permanentes. Todavia, por conta do alto custo de produzir um molde de liga metálica resistente à elevadas
temperaturas, o molde permanente, devido ao seu valor elevado (alto custo) é muito utilizado para peças
de pequena dimensão.
16
GROOVER, M. P. Introdução aos Processos de Fabricação. Editora: LTC, Rio de Janeiro, 2014.
17
Adaptado de GROOVER, M. P. Introdução aos Processos de Fabricação. Editora: LTC, Rio de Janeiro, 2014 e CHIAVERINI, V. Tecnologia Mecânica: processos de fabricação e tratamento. Editora: Makron Books do
Brasil Ltda, 2ª edição, vol: II. São Paulo, 1986.
15
Processo CO2
Além desses processos de fundição, Coruja, veremos o processo de fundição contínua, depois dos
principais detalhes de cada um desses processos descritos no esquema acima. "Simbora"? Avante!
Na fundição com moldes de areia, Coruja, é um processo de fundição amplamente utilizado. Além
disso, eu quero que você memorize que esse processo pode ser utilizado para quase todas as ligas metálicas
indo desde as com menores ponto de fusão a ligas com maiores ponto de fusão. Nesse sentido, ligas de aços,
níquel e titânio podem ser fundida por esse tipo de processo.
Modelos em machos (tipo de modelo interno para regiões/cavidades nas quais o metal ou liga
fundida não deve penetrar para formar a peça dada sua geometria) são presos por chapelins - suportes para
manter os machos presos e produzidos em materiais com maior ponto de fusão que o metal ou liga fundidos.
Estrategista, além desses pontos, é interessante você memorizar algumas propriedades e características
básicas que o molde em areia deve possuir. Não é simplesmente "juntar" areia no formato e deixar a "magia"
acontecer. rs.
16
Dessa forma, o tipo de areia é específico. Normalmente, se utiliza as areias de fundição com sílica
(SO2), podendo ser misturada com outros minerais com o intuito de possuir boas propriedades refratárias,
sendo capaz de suportar as elevadas temperaturas sem se fundir.
Além disso, o tamanho do grão deve ser considerado, pois se forem muito finos dão melhor
acabamento superficial à peça fundida, mas não permitem o escape dos gases durante o processo (como
em grãos maiores).
Todavia, podemos elencar, de acordo com a literatura específica18, alguns indicadores (requisitos)
para um bom molde de areia:
Resistência mecânica: deve suportar a erosão causa pelo fundido, bem como
o peso do metal líquido, mantendo sua forma;
==2afc69==
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Adaptado de GROOVER, M. P. Introdução aos Processos de Fabricação. Editora: LTC, Rio de Janeiro, 2014 e CHIAVERINI, V. Tecnologia Mecânica: processos de fabricação e tratamento. Editora: Makron Books do
Brasil Ltda, 2ª edição, vol: II. São Paulo, 1986.
17
Além disso, com o intuito de formar o molde, esse material é "socado" (muitas vezes, manualmente)
em outro recipiente de material metálico, denominado de caixa de moldagem. Essa caixa nada mais é que
um contêiner constituído por duas partes: caixa superior e caixa inferior. Veja a figura abaixo, Coruja:
Caixa superior
ou de cima
Pinos Modelo
Placa do
modelo
Caixa inferior
Orelhas ou de baixo
19
Além da argila, Coruja, outros aglomerantes podem ser usados como os de resinas
fenólicas (orgânicas) e os de silicato e fosfato de sódio (inorgânicos).
Além desses detalhes que a corujinha nos trouxe, resumidamente, a doutrina nos mostra outros
componentes que costumam fazer parte da areia de fundição e que podem vir aparecer em uma questão
conceitual direta:
19
Adaptado de CHIAVERINI, V. Tecnologia Mecânica: processos de fabricação e tratamento. Editora: Makron Books do Brasil Ltda, 2ª edição, vol: II. São Paulo, 1986.
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Outros tipos de moldes de areia podem ser usados. Vejamos as características e detalhes de cada um,
bem como suas denominações que podem vir a surgir na sua prova:
• Moldes em areia "verde": também são moldes confeccionados em areia, argila e água,
todavia, a palavra "verde" está relacionada ao fato de o molde conter certo nível de umidade
maior no momento do vazamento. Essa umidade pode causar alguns defeitos no fundido a
depender do metal e da sua geometria. Todavia, memorize que esses moldes possuem bons
níveis de resistência mecânica, colapsibilidade, permeabilidade, reutilização e são mais
baratos;
• Moldes em areia seca: diferentemente dos moldes em areia "verde", o molde em areia seca
passa por um processo de estufa (ficando em fornos de grande porte em temperaturas em
torno de 150 a 300oC). Além disso, normalmente são confeccionados com aglomerantes
orgânicos, preferencialmente, em argila. Por conta de serem estufados, eles possuem algumas
vantagens em relação ao areia "verde": maiores resistências à pressão do fundido,
estabilidade dimensional, dureza e permeabilidade, além de melhor acabamento das peças
fundidas. Todavia, por conta do processo de estufa (secagem) ele tem a desvantagem de ser
um processo de moldagem mais caro e de baixa produtividade pelo tempo gasto no forno;
Outro ponto que tem "cheiro de prova", Coruja, é quanto aos tipos de moldagem manual e mecânica.
Sem mistério, Coruja: memorize que a manual pode ser feita por soquete manual ou pneumático. Por outro
lado, a mecânica pode ser feita com máquinas de compressão, de impacto, de compressão vibratória, de
sopragem e de projeção centrífuga. ;).
20
Demarchi. Processos de fabricação mecânica – fundição. Departamento de Engenharia Mecânica da Universidade Santa Cecília, 2022.
19
Estrategista, sobre esse tipo de processo de fundição de molde perecível, o que eu quero que você
saiba é que ele utiliza um molde de areia compactada ao redor de um modelo feito em espuma de
poliestireno. Esse polímero é vaporizado enquanto o metal ou liga metálica é vazado(a) no molde.
Assim, durante o processo, o modelo feito em poliestireno é recoberto com um tipo de composto
refratário e esse modelo feito em espuma (relativamente rígida, pois espuma dá a entender que não há
qualquer rigidez no modelo) é colocado dentro da caixa de moldagem. Junto com o modelo, é colocada areia
compactada que fica posicionada entre o modelo e as paredes da caixa. Conforme o metal ou liga metálica
no estado líquido desce pelo molde, temos a vaporização do poliestireno (por conta da alta temperatura do
fundido), permitindo que a cavidade resultante do molde na areia da caixa seja preenchida pelo metal. Pegou
o "bizu", Coruja?
Outras denominações para esse processo de fundição que podem aparecer na sua prova,
Coruja, são: Processo Espuma-Perdida; Processo Modelo-Perdido; Fundição com
Espuma Evaporável e Molde Cheio. ;)
A grande vantagem que eu quero que você memorize é que nesse processo o modelo não precisa
ser removido do molde, tornando o processo mais rápido, já que a confecção do molde é quase que
instantânea. Veja, em um processo convencional de areia "verde" (como vimos), a depender da geometria
da peça, temos que ter às vezes duas partes de moldes, tolerâncias e ângulos de saída, machos para cavidade
que não devem ser preenchidas e sistemas de canais e massalotes para o fenômeno da contração. Todas
essas etapas no processo com poliestireno expandido são eliminadas, pois já estão contidas no próprio
modelo.
20
Estrategista, nesse tipo de processo de fundição, o molde consiste em uma fina casca de cerca de 10
mm de espessura na qual a areia é aglomerada pela presença de uma resina termofixa.
De acordo com a literatura específica21, Coruja, esse processo possue como vantagens o melhor
acabamento final da superfície da peça fundida, por conta da superfície da cavidade (do inglês, shell) do
molde ser menos rugosa que a do molde de areia "verde" convencional. Além disso, a dimensão da peça
produzida é quase 100% atingida pelo processo com esses moldes, já que tolerâncias na faixa de ± 0,25 mm
são atingidas. Isso releva alta acuracidade entre molde e peças finais.
Outro aspecto importante desse tipo de processo de fundição, Estrategista, está relacionado com a
colapsibilidade do molde que também é suficiente, a fim de se evitar tensões internas e trincas nas peças
fundidas finais.
Processo de produção do molde não tem segredo, Coruja: o modelo é aquecido e posicionado sobre
a caixa que contém a areia misturada com a resina termofixa. Essa caixa, então, é invertida e a areia com a
resina adere ao modelo, ganhando a forma que será o molde (assim surge a casca - shell). Posteriormente, a
caixa de despejo é reinvertida e o molde (casca formada a partir do modelo) é aquecida no forno para
completar a cura da resina. Depois dessa etapa, essas cascas do molde formadas são colocadas na caixa de
moldagem e o vazamento do metal ou liga metálica líquidos é feito.
Parecido com o processo anterior, Coruja, o modelo no processo de fundição de precisão em casca e
cera perdida (nomes que designam ao mesmo processo) é consumível. Isso quer dizer que o molde é perdido
durante o processo (daí a denominação de cera perdida, já que o molde é feito em cera).
Outro aspecto interessante para sua prova é que o processo tem alta precisão (por isso, tem a
denominação). Além disso, conforme aponta a literatura específica22, esses processos podem ser chamados
de Investment Casting (do inglês), por conta da recobrimento total do material refratário (veremos a seguir)
sobre o modelo de cera.
De acordo com a doutrina23, Coruja, esse processo de alta precisão utiliza um molde que é obtido de
um modelo feito em cera. Esse modelo feito em cera é envolvido (recoberto) por um material refratário (um
tipo de pasta ou argamassa) que irá endurecer em temperatura ambiente ou com aquecimento controlado.
21
GROOVER, M. P. Introdução aos Processos de Fabricação. Editora: LTC, Rio de Janeiro, 2014.
22
GROOVER, M. P. Introdução aos Processos de Fabricação. Editora: LTC, Rio de Janeiro, 2014.
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CHIAVERINI, V. Tecnologia Mecânica: processos de fabricação e tratamento. Editora: Makron Books do Brasil Ltda, 2ª edição, vol: II. São Paulo, 1986.
21
Conforme o material refratário é aquecido, o modelo em cera (envolvido por essa pasta ou
argamassa) é derretido, pois a cera se liquefaz com o aquecimento. Assim, o modelo também é perdido
durante o processo (assim como no processo de poliestireno). Quando o modelo em cera se liquefaz, o molde
de material refratário é produzido. Na etapa seguinte do processo, o metal ou liga metálica no estado líquido
será vazado(a) no molde da pasta ou argamassa que tem sua forma de acordo com o modelo que outrora
ela envolveu. Perceba que nesse estágio do processo esse molde também será consumido e a peça final
fundida será produzida.
Se liga, Coruja: na etapa na qual o modelo em cera é recoberto pelo material refratário,
normalmente, por conta do modelo ser consumido (assim como o molde), é criada uma
arvore-modelo que consiste em um canal de alimentação com várias "peças modelo"
para que o processo se torne mais produtivo! Pegou o "bizu"?
Essa árvore-modelo que nossa corujinha alada nos trouxe, Estrategista, conforme falei e repeti, é
submersa em um material refratário e esse material pode ser uma lama de sílica com partículas muito finas
ou outro refratário (comumente na forma de pó) misturado com gesso.
24
Adaptado de GROOVER, M. P. Introdução aos Processos de Fabricação. Editora: LTC, Rio de Janeiro, 2014.
22
Como vantagens e desvantagens desse processo, Coruja, podemos citar as seguintes de acordo com
a literatura específica25:
➢ Vantagens:
• Grande possibilidade de produção em massa de peças de formas complexas que são difíceis ou
impossíveis em outros processos convencionais como os de molde de areia "verde";
• Possibilidade de reprodução de detalhes com maior precisão dimensional e superfícies mais
macias;
• Pode ser empregado em qualquer metal ou liga metálica;
• Peças fundidas finais praticamente acabadas - baixa necessidade de usinagem posterior (por isso,
a doutrina26 costuma chamar de processo net shape, do inglês);
• Permite o controle rigoroso do tamanho e contornos de grãos, além da solidificação direcional e
orientação granular com maior controle das propriedades mecânicas;
• Permite adotar a fusão sob atmosfera protetora ou sob vácuo, pode ser o processo mais indicado
para ligas que necessitam de tal proteção;
• Com certa frequência a cera pode ser recuperada para outros modelos de outros processos;
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CHIAVERINI, V. Tecnologia Mecânica: processos de fabricação e tratamento. Editora: Makron Books do Brasil Ltda, 2ª edição, vol: II. São Paulo, 1986 e GROOVER, M. P. Introdução aos Processos de Fabricação.
Editora: LTC, Rio de Janeiro, 2014.
26
GROOVER, M. P. Introdução aos Processos de Fabricação. Editora: LTC, Rio de Janeiro, 2014.
23
➢ Desvantagens:
• Alto custo, devido às várias etapas do processo;
• Dimensões e peso são, normalmente, limitados. Recomenda-se em torno de 5 kg de massa das
peças, apesar de serem possíveis peças até cerca de 30 kg com investimentos iniciais mais
elevados;
Além desses pontos, Coruja. Para usa prova, é bom você ter em mente alguns exemplos de peças
reais que podem ser obtidas, sendo produzidas em aço inoxidável, ligas de alumínio, ligas de cobre-berílio,
entre outras ligas a depender da peça e aplicação (sem preocupação em saber esses materiais). Veja o
esquema a seguir para você ter uma noção de alguns tipos de peças:
Estrategista, nesse tipo de processo de fundição com molde perecível, o molde será feito em gesso
(nossa famosa gipsita - CaSO4-2H2O). De acordo com a doutrina, nesse processo, Coruja, temos uma mistura
de gesso com água que irá envolver o modelo (normalmente em metal ou plástico) a fim de se confeccionar
o molde.
Aqui vale um ponto de atenção: nesse processo, os modelos em madeira (outrora usados nos
processos de fundição de moldes perecíveis em molde de areia), não são utilizados, pois o contato com a
água do gesso gera resultados insatisfatórios.
24
Uma vantagem evidente desse processo, Coruja, está relacionada à consistência fluida do gesso que,
por conta da presença de água, consegue capturar os detalhes e acabamento do modelo de maneira mais
eficiente.
Todavia, uma desvantagem do processo está relacionada a desidratação do molde na etapa de cura
do gesso. Primeiro, porque tem se esperar cerca de 20 minutos antes de extrair o modelo. Além disso, o
molde deve ser estufado a fim de retirar a umidade. Todavia, a retirada da umidade gera um dilema que
enseja a busca por um ponto de equilíbrio - por um lado, desidratar o gesso é necessário, já que evita defeitos
na peça final fundida, mas por outro, o molde pode ficar menos resistente.
Além dessa desvantagem clara desse processo, temos mais uma: o molde de gesso não é permeável
aos gases gerados pelo fundido durante a solidificação, limitando a saída desses gases, podendo gerar as
bolhas (aquelas que vimos anteriormente).
Se liga, Estrategista: memorize que o processo de molde perecível com molde em gesso
não podem ser expostos a altas temperaturas iguais ao moldes de areia! Por conta disso,
eles só podem ser utilizados para fundição de ligas de baixo ponto de fusão (alumínio,
magnésio e algumas ligas de cobre). ;)
27
Adaptado de GROOVER, M. P. Introdução aos Processos de Fabricação. Editora: LTC, Rio de Janeiro, 2014.
25
Coruja, a primeira grande informação que eu quero que você saiba é a seguinte: esse processo é um
método de alta precisão muito utilizado para aço-ferramenta, ligas de cobalto, titânio, aço inoxidável e
ligas não-ferrosas!
Outra questão que pode vir na prova é quanto aos dois principais processos dentro desse tipo de
fundição. Conforme aponta a doutrina28, temos:
Unicast
Shaw
• Unicast: o molde é submetido à ação de banho químico, por aspersão ou imersão. Seu aspecto é
de uma estrutura de aparência celular ou esponjosa (é isso que você precisa saber para sua
prova);
• Shaw: nesse processo, o molde é aquecido e o álcool da substância catalisadora que comentei
evapora, deixando um tipo de malha de fissuras bem finas nele. Essa malha torna a cerâmica do
molde impermeável ao fundido por ser muito fina, porém permite que os gases escapem durante
o vazamento.
Além disso, Estrategista, saiba que depois que esses moldes são estufados em temperaturas elevadas
(cerca de 980oC pelo tempo de 1 hora), os molde cerâmicos são capazes de fundir peças de até cerca de 900
kg!
Normalmente, as peças fundidas possuem pesos de 4,5 a 90 kg, mas saiba que se uma questão
perguntar qual o processo capaz de atingir esse valor máximo de peso da peça fundida, é o processo de
fundição em molde cerâmico!
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CHIAVERINI, V. Tecnologia Mecânica: processos de fabricação e tratamento. Editora: Makron Books do Brasil Ltda, 2ª edição, vol: II. São Paulo, 1986
26
Coruja, chegamos ao último processo dentro da categoria de processos com moldes perecíveis, antes
de entrarmos na categoria de moldes permanentes!
Pois bem. O processo CO2 não há muito mistério e as informações que você precisa levar para a prova
são poucas. Nele, são empregados moldes perecíveis em areia (molde convencional), normalmente
aglomerada com silicato de sódio entre 2,5 a 6,0%.
"Certo, Prof. Óbvio. E, qual novidade?" Coisa linda, Estrategista, excelente pergunta! Rs. O grande
diferencial desse processo de fundição com molde perecível está no contato com uma corrente de CO2 na
qual o molde é submetido depois de compactado. Esse contato com o CO2 promove uma reação entre esse
gás e o silicato de sódio, formando alguns compostos: sílica-gel, carbonato de sódio e água.
Estrategista, veremos agora os principais processos a luz da doutrina majoritária dentro da categoria
com moldes permanentes: por gravidade, sob pressão e por centrifugação.
Normalmente, os moldes permanentes são de material metálicos em todos esses tipos e uma
característica marcante que você logo de cara precisa guardar é que eles possuem alta taxa de extração de
calor do metal ou liga metálica no decorrer do processo.
Essa característica está relacionada com a condutividade térmica que é maior em materiais metálicos
quando comparados, por exemplo, com a composição a base de areia de fundição do molde de areia da
outra categoria que vimos.
Feita a introdução, "simbora" ver os três tipos que comentei! Avante, Coruja!
27
Estrategista, dentro da fundição com molde permanente por gravidade, um processo muito
importante é para a produção de lingotes. Essas peças fundidas possuem forma regular durante toda sua
extensão, podendo ter seção cilíndrica ou prismática.
Aqui, logo de cara, Coruja, você precisa saber que o molde permanente na produção de lingotes
serão chamados de lingoteiras. As lingoteiras podem ser horizontais ou verticais. De acordo com a
doutrina29, as do tipo horizontais são utilizadas para produção de lingotes de metais e ligas não-ferrosas, ao
passo que as verticais são usadas para produção de lingotes de aço. Assim, memorize:
Outro aspecto interessante, Coruja, é que o vazamento do metal ou liga no estado líquido podem
ocorrer de duas formas: tanto pela parte superior da lingoteira, quanto pela parte inferior (fundo) por meio
de canais de vazamento (pelo fundo, o enchimento é mais uniforme no interior da lingoteira). Sem "stress"
aqui, Estrategista! Basta esses dois aspectos para sua prova!
Outro ponto interessante é saber quais os principais materiais nos quais os moldes permanentes são
produzidos: aço ou ferro fundido. Em alguns casos, podem ser feitos em ligas de cobre (bronze, por
exemplo). Mas, se questionarem qual são os principais materiais, tem que estar "tatuado na mente" - aço
ou ferro fundido.
Além desses aspectos, Coruja, o processo de fundição com molde permanente e ação por gravidade
também podem ser empregados para produzir peças fundidas de diferentes formatos. Aqui vale o que vimos
anteriormente: os moldes podem ser bipartidos, ou com mais partes que se fecharam, podendo ter ou não
a presença de machos para cavidades internas que não terá material.
Nesse aspecto, o processo de fundição com molde permanente pode receber o nome de moldes
semipermanentes30, Coruja, pois se o macho interno for de difícil remoção, pode vir a ser produzido em areia
(molde perecível) para ser destruído quando se retirar a peça fundida. Outra denominação que pode
aparecer na sua prova é a de moldes permanentes mistos, quando é utilizado moldes em areia junto ao
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CHIAVERINI, V. Tecnologia Mecânica: processos de fabricação e tratamento. Editora: Makron Books do Brasil Ltda, 2ª edição, vol: II. São Paulo, 1986.
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GROOVER, M. P. Introdução aos Processos de Fabricação. Editora: LTC, Rio de Janeiro, 2014.
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molde metálico (nesse caso, chamado de "coquilha" e que será a região onde o metal solidificará mais
rapidamente). Por isso, memorize:
Nesse processo, podem ser feitas peças fundidas em ligas de alumínio, magnésio, cobre, zinco e ferro
fundido cinzento. E, aqui, é válido você saber que, conforme aponta a doutrina31, quando comparadas com
as peças produzidas em moldes de areia, elas possuem algumas vantagens:
Coruja, conforme você deve estar imaginando, nesse processo temos a injeção do metal ou liga
metálica sob pressão no interior do molde permanente. Conforme aponta a literatura específica32, a primeira
característica desse processo é que por conta da velocidade de vazamento (no caso, enchimento do molde)
ser maior há a possibilidade de produção de peças com formas muito complexas e com paredes mais finas
que os processos por gravidade.
De maneira geral, temos as seguinte vantagens da fundição sob pressão: formais mais complexas
que na fundição por gravidade; peças com paredes mais finas e tolerâncias mais estreitas; alta capacidade
de produção; utilização da mesma matriz para milhares de peças sem variações grandes; peças fundidas
sob pressão podem ser tratadas superficialmente; ligas de alumínio tem maiores resistências se fundidas
em areia.
Como desvantagens, quero que você memorize: dimensões e massas limitadas (entre 5kg e 25kg);
pode haver ar retido que não escapou gerando porosidades; equipamentos e acessórios de alto custo sendo
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CHIAVERINI, V. Tecnologia Mecânica: processos de fabricação e tratamento. Editora: Makron Books do Brasil Ltda, 2ª edição, vol: II. São Paulo, 1986.
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CHIAVERINI, V. Tecnologia Mecânica: processos de fabricação e tratamento. Editora: Makron Books do Brasil Ltda, 2ª edição, vol: II. São Paulo, 1986.
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inviável para pequenas quantidades de produção; normalmente o processo é utilizado para ligas com
temperaturas de fusão menores que às das ligas de cobre.
Como se pode imaginar, Estrategista, a matriz (molde permanente) será feita em duas partes que
serão fechadas hermeticamente assim que o fundido sob pressão é vazado (a pressão é mantida durante o
processo de solidificação). Assim, o metal ou liga metálica líquida é bombeada para o interior da cavidade
de um recipiente aquecido (forno). Em seguida, um pistão com duas aberturas (uma por onde entra o fundido
e outra por onde ele sai no canal da matriz) pressiona o fundido na matriz. Por conta dessa complexidade,
percebe-se que um projeto adequado da matriz é necessário para o correto processo de fundição sob
pressão. Veja a figura a seguir para ilustras algumas partes do processo.
30
Molde
Parte Parte
fixa móvel
Peça
Canal
Pinos
Pistão Bucha de
Extrafortes
injeção
Toco de
metal
Coluna
Além disso, é importante você saber que temos dois tipos de processo sob pressão em relação às
máquinas e seu mecanismos de injeção: câmara-quente e câmara-fria. Basicamente, Coruja, para sua prova,
você precisa saber que as do tipo de câmera-quente, possuem algumas peças do sistema de injeção imersas
no metal ou liga metálica líquida, pois o metal ou liga metálica dessas peças (cilindro e pistão) não é atacado
quimicamente pelo metal ou liga fundida. Normalmente, são usadas essa máquinas de câmara-quente para
33
Adaptado de CHIAVERINI, V. Tecnologia Mecânica: processos de fabricação e tratamento. Editora: Makron Books do Brasil Ltda, 2ª edição, vol: II. São Paulo, 1986.
31
metais fundidos como zinco, estanho, chumbo e magnésio. A figura34 a seguir ilustra uma máquina de
câmara quente (perceba no círculo em vermelho, as partes que ficam submersas no metal ou liga fundida):
Por outro lado, as do tipo câmera-fria, possuem essas mesmas peças (cilindro e pistão) dos sistema
de injeção suscetíveis ao ataque químico do material fundido. Por tanto, essas pelas não são inseridas no
metal ou liga fundida e o contato do pistão com o fundido a ser vazado ocorre somente no momento do
vazamento. Veja a figura35 a seguir a fim de ilustra a máquina com câmara-fria:
Coruja, além desses detalhes, é válido você saber que existem dois subprocessos (bem menos
cobrados) associados ao processo sob pressão: o forjamento de metal-líquido (também chamado de
34
Adaptado CHIAVERINI, V. Tecnologia Mecânica: processos de fabricação e tratamento. Editora: Makron Books do Brasil Ltda, 2ª edição, vol: II. São Paulo, 1986.
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Adaptado CHIAVERINI, V. Tecnologia Mecânica: processos de fabricação e tratamento. Editora: Makron Books do Brasil Ltda, 2ª edição, vol: II. São Paulo, 1986.
32
Squeeze Casting, do inglês) e o fundição com metal semissólido. De acordo com a literatura específica,
Coruja, vejamos os conceitos de cada um que está de bom tamanho para uma eventual cobrança:
• Forjamento de metal-líquido (Squeeze Casting): como você deve ter percebido, nada mais é
que a união entre uma operação de forjamento com uma de fundição. Basicamente, Coruja,
a única diferença é que o vazamento ocorre na matriz inferior antes do fechamento da matriz
superior que ocorrerá no começo da solidificação (aspecto de forjamento do processo);
• Fundição com metal semissólido: esse processo de fundição com molde permanente,
Estrategista, tem como característica principal ser executado com o fundido em temperaturas
entre a linha liquidus e solidus do diagrama Fe-C. Ou seja, a liga, durante o processo, está no
estado pastoso, sendo uma mistura do estado sólido e líquido.
Coruja, esse processo ocorre a partir do vazamento do metal líquido no interior de um molde
(normalmente, reutilizável) que irá rotacionar (molde rotativo) em torno do seu eixo, deslocando o metal
devido à ação da força centrífuga. Essa força é que dá vida à pressão que força a metal líquido a grudar nas
paredes do molde onde ele irá se solidificar.
Nesse sentido, Estrategista, a máquina terá um molde permanente de material metálico que estará
suportado por roletes (para que seja possível o movimento rotacional do molde). O molde permanente
pode ter um formato de cilindro (por isso, esse processo de fundição é muito empregado para a fabricação
de tubos, canos, buchas e anéis36).
Dessa forma, o cilindro será envolvido por uma camisa de água estacionária que tem relação com o
processo de solidificação e extração de calor. Além disso, no começo do processo, o metal ou liga metálica
fundida será vazada por meio de uma calha proveniente da panela de fundição, começando a aglomeração
do fundido na outra extremidade do molde (oposta à alimentação da calha). Junto com a alimentação, inicia-
se a rotação do molde e do movimento longitudinal de todo o sistema para que o fundido complete todo o
molde cilíndrico. Veja a figura37 a seguir para ilustrar um exemplo desse processo.
36
GROOVER, M. P. Introdução aos Processos de Fabricação. Editora: LTC, Rio de Janeiro, 2014.
37
Adaptado CHIAVERINI, V. Tecnologia Mecânica: processos de fabricação e tratamento. Editora: Makron Books do Brasil Ltda, 2ª edição, vol: II. São Paulo, 1986.
33
Machos
em areia
Roletes
Calha
Movimento longitudinal do
Fundido sofrendo ação sistema
da força centrífuga
Estrategista, outro ponto sobre esse processo antes de irmos ao último tipo é que ele pode ser
feito horizontalmente (muito utilizado na produção de tubos, como vimos) e verticalmente (muito
utilizado na produção de buchas e anéis).
Em nosso último processo que veremos, Estrategista, temos o processo de fundição contínua que
também pode ser introduzido na categoria de molde permanente. Nesse processo, as peças fundidas de
grande extensão (característica marcante do processo).
Dessa forma, como aponta a doutrina38, teremos peças muito longas com diferentes perfis em seções
de formas quadradas, retangulares, hexagonais, entre outros.
38
CHIAVERINI, V. Tecnologia Mecânica: processos de fabricação e tratamento. Editora: Makron Books do Brasil Ltda, 2ª edição, vol: II. São Paulo, 1986.
34
No decorrer do processo, a barra formada com perfil específico atinge a solidificação e é conduzida
por cilindros de laminador com velocidade parecida às velocidades de resfriamento e solidificação do metal
ou liga da peça fundida. Por fim, a peça é cortada por serras para as dimensões específicas.
Estrategista, nessa parte trouxe alguns defeitos apontados na literatura específica39 que podem surgir
durante os processos de fundição. Basicamente, temos dois grandes grupos de defeitos: o primeiro, são
aqueles que podem ocorrer em todo e qualquer tipo de processo, seja em moldes perecíveis, seja em moldes
permanentes; o segundo, são os defeitos que pode ocorrer somente em moldes perecíveis e, especialmente,
em moldes de areia. Assim, temos:
Falha de preenchimento
Delaminação
Gotas frias
Defeitos que podem surgir em
TODOS os processos
Cavidade de contração
Microporosidade
Ruptura a quente
• Falha de preenchimento: surge quando o fundido se solidifica antes da cavidade do molde ser
totalmente preenchida. Pode ter origem por alguns motivos, como baixa fluidez do metal ou
liga fundidos, temperatura de vazamento muito baixa, velocidade de vazamento muito lenta
e/ou seção transversal da cavidade muito fina;
• Delaminação: surge quando duas porções do fundido fluem juntas, mas ocorre a falta de fusão
das duas frentes (normalmente, opostas no decorrer do preenchimento do molde, devido a sua
geometria) devido a solidificação prematura. A delaminação pode ter origem pelos mesmos
motivos do defeito anterior;
39
GROOVER, M. P. Introdução aos Processos de Fabricação. Editora: LTC, Rio de Janeiro, 2014.
35
• Gotas frias: surgem do respingo durante o vazamento, gerando grânulos do material em estado
sólido aprisionados no fundido;
• Microporosidade: surge como uma rede de micro vazios por conta da microestrutura dendrítica,
ocorrendo no final da solidificação nos espaços entre os grãos dendríticos;
• Ruptura a quente: também denominada de trinca a quente, pode surgir devido à contração
final que ocorre ao término da solidificação ou no começo do resfriamento do fundido que
encontra restrição nas paredes da cavidade quando o molde é pouco deformável. Por isso que,
em moldes perecíveis, a capacidade de colapsibilidade adequada pode evitar tal defeito. Em
moldes permanentes, evita-se o defeito retirando rapidamente a peça do molde tão logo
ocorre o fim da solidificação;
Coruja, os defeitos que fazem parte do segundo grupo (relacionados somente ao processos que usam
molde perecíveis) são:
Bolhas
Microporosidade
Trinca no molde
• Bolhas: surgem pela presença gás causada pela liberação desse gás do molde durante o
vazamento. As principais causas, Coruja, estão relacionadas a: baixa permeabilidade, baixa
ventilação e elevada umidade na areia constituindo do molde;
36
• Erosão por lavagem: surge por conta da erosão do próprio molde de areia durante o vazamento
e que pode gerar irregularidades na peça fundida pelos contornos imprimidos no fundido pela
superfície do molde erodido;
• Crosta de erosão: surge também por conta da erosão do próprio molde de areia, mas aqui
pedaços do molde acabam se descamando e fazendo parte da peça gerando incrustações;
• Penetração: surge também pela presença de grãos de areia e pedaços do molde no fundido, mas
por conta da alta fluidez do metal ou liga metálica. Assim, o fundido penetra no molde ou no
macho e acaba retirando esses grão e gerando o defeito;
• Trinca no molde: surge quando o molde possui baixa resistência mecânica, gerando uma trinca
no processo que pode fazer com que o fundido adentre essa cavidade gerando um "apêndice" na
peça final.
37
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Estrategista, chegamos ao término de mais uma aula! Agora, é fazer os exercícios e seu ciclo de
revisão - principal pilar para ser aprovado em qualquer concurso! Lembre-se: “meta bala” nas questões no
dia seguinte! Assim, você fará o primeiro mapeamento e o primeiro ciclo de revisão – a de “24 horas”.
Essa aula não há muitas questões para treinarmos, infelizmente. Todavia, trouxe aquilo que mais
caiu e de forma atualizada para que seu preparo esteja em alto nível e pelas mais renomadas bancas do
Brasil!
Aproveito para deixar, novamente, minhas redes sociais! Possuo uma conta no Instagram® na qual
compartilho questões comentadas, dicas de estudos e esquemas sobre diferentes assuntos e temas de
Engenharia Mecânica, de tempos em tempos.
Além disso, possuo também um canal no Telegram®! Por meio desse canal, eu compartilho outros
tipos de informações pertinentes para você como questões do tipo CEBRASPE/CEBRASPE (certo ou errado)
inéditas sobre Engenharia Mecânica.
prof.canelas; t.me/profcanelas
38
QUESTÕES COMENTADAS
CEBRASPE
O processo de fundição em molde de areia verde é assim denominado porque, após o processo de
secagem, a cor verde predomina no molde.
( ) Certo ( ) Errado.
Comentário:
Opa! Pegadinha da banca, Coruja! Tem nada a ver a denominação do molde com a cor rs. O nome areia
verde tem relação com o fato do molde, nesse processo de fundição com molde de areia, contém certo
nível de umidade no momento do vazamento (associe a palavra "verde" com a "umidade" que você não
esquece mais). Vamos relembrar alguns tipos de molde de areia?
• Moldes em areia "verde": também são moldes confeccionados em areia, argila e água,
todavia, a palavra "verde" está relacionada ao fato de o molde conter certo nível de umidade
maior no momento do vazamento. Essa umidade pode causar alguns defeitos no fundido a
depender do metal e da sua geometria. Todavia, memorize que esses moldes possuem bons
níveis de resistência mecânica, colapsibilidade, permeabilidade, reutilização e são mais
baratos;
• Moldes em areia seca: diferentemente dos moldes em areia "verde", o molde em areia seca
passa por um processo de estufa (ficando em fornos de grande porte em temperaturas em
torno de 150 a 300oC). Além disso, normalmente são confeccionados com aglomerantes
orgânicos, preferencialmente, em argila. Por conta de serem estufados, eles possuem algumas
vantagens em relação ao areia "verde": maiores resistências à pressão do fundido,
estabilidade dimensional, dureza e permeabilidade, além de melhor acabamento das peças
39
fundidas. Todavia, por conta do processo de estufa (secagem) ele tem a desvantagem de ser
um processo de moldagem mais caro e de baixa produtividade pelo tempo gasto no forno;
Gabarito: errado.
( ) Certo ( ) Errado.
Comentário:
Isso aí! Como vimos, um dos fenômenos que ocorre durante a solidificação na fundição é a segregação
de impurezas (elementos pertencentes a liga metálica que ficam agrupados por conta da solubilização
diferente no estado sólido e líquido da liga). Vamos relembrar? Conforme a liga metálica fundida vai se
solidificando, Coruja, impurezas como o fósforo e o silício (que são menos solúveis no estado sólido da
liga) vão se concentrando na parte da liga que ainda está no estado líquido. Assim, quando toda a liga se
solidifica há uma maior concentração de impurezas em uma determinada região do lingote gerando a
famigerada segregação. Isso é um problema, como vimos, pois a região da peça final com essa elevação
de concentração de elementos químicos terá suas propriedades mecânicas modificadas.
Gabarito: correto.
40
Demarchi. Processos de fabricação mecânica – fundição. Departamento de Engenharia Mecânica da Universidade Santa Cecília, 2022.
40
A areia de moldagem deve apresentar boa resistência mecânica, permeabilidade adequada, plasticidade
(moldabilidade) e boa colapsibilidade.
( ) Certo ( ) Errado.
Comentário:
Essa é uma questão infeliz, que ao meu ver, deveria ser anulada. Oras, como vimos, existem certas
propriedades/requisitos (como os elencados pela questão) que devem fazer parte dos indicadores do
molde de areia. Ou seja, como vimos, a literatura específica deixa claro quais as propriedades. Vamos
relembrar:
Resistência mecânica: deve suportar a erosão causa pelo fundido, bem como
o peso do metal líquido, mantendo sua forma;
Indicadores
Estabilidade térmica: deve ter a superfície do molde resistente ao
(requisitos) dos
trincamento e empenamento após contato com o material fundido;
moldes de areia
Todavia, a questão foi considerada errada e ela é problemática porque tem um qualificador "porco", já
que o que é "boa" resistência e colapsibilidade. Ou seja, é muito subjetivo. A colapsibilidade, por exemplo,
ela tem que ser adequada (não "boa"), já que o molde tem que ter certa resistência pra aguentar o metal
líquido e, também, ter certa colapsibilidade pra evitar trincas na peça e o molde se desmoronar com certa
facilidade.
Outro ponto problemático é que ele diz "areia de moldagem" e não "molde de areia". Nas características
que parte da doutrina (Chiaverini) elenca para a areia estão: resistência suficiente para suportar o peso
e ações erosivas, ter permeabilidade para saída de gases, plasticidade, moldabilidade e refratariedade.
Veja que não há menção de colapsibilidade. Todavia, Groover elenca para o molde de areia. Dessa forma,
41
também pode ser uma pegadinha da banca. Ou seja, questão horrível, mas que serve para alertar você
sobre essa possibilidade quanto às características do molde de areia e sobre a areia.
Gabarito: errado.
Os processos de fundição são utilizados quando o seu emprego apresenta vantagens em relação aos
métodos tradicionais de conformação. As técnicas de fundição são preferencialmente usadas para peças
de grandes dimensões e geometrias extremamente complexas, materiais com baixa ductilidade e que
não permitem o uso das técnicas usuais de conformação. Elas também são usadas quando se objetiva
redução de custos. Considerando-se as metodologias usuais de fundição de ligas ferrosas, julgue o item
a seguir.
O processo de fundição denominado cera perdida é usado para peças em que se exijam elevada precisão
dimensional, reprodução de pequenos detalhes e excelente acabamento.
( ) Certo ( ) Errado.
Comentário:
Perfeita definição do processo de fundição de cera perdida que pertence ao grupo de processos de
precisão! Vimos que esse tipo de processo gera excelente acabamento, elevada precisão dimensional e
detalhes. Todavia, tem como desvantagens o alto custo de confecção do molde e a limitação de peso da
peça.
Gabarito: correto.
Os processos de fundição são utilizados quando o seu emprego apresenta vantagens em relação aos
métodos tradicionais de conformação. As técnicas de fundição são preferencialmente usadas para peças
de grandes dimensões e geometrias extremamente complexas, materiais com baixa ductilidade e que
não permitem o uso das técnicas usuais de conformação. Elas também são usadas quando se objetiva
redução de custos. Considerando-se as metodologias usuais de fundição de ligas ferrosas, julgue o item
a seguir.
Os machos, regularmente utilizados em fundição em areia, são fundamentais como partes dos moldes
para confecção das partes ocas dos fundidos.
( ) Certo ( ) Errado.
42
Comentário:
Perfeito! Vimos que os machos possuem exatamente essa função, Coruja: corresponde, na etapa de
confecção do molde, aos lugares nos quais o material fundido (metal ou liga metálica) não adentra,
representando as partes ocas no desenho da peça final produzida.
Gabarito: certo.
Selecon
Comentário:
Questão que nos cobra sobre as características dos moldes de Areia Verde, tipo de molde perecível a base
de areia. Lembre-se que a principal característica é o fato desse molde não sofrer o processo de estufa,
recebendo o nome de “verde”, por conta da umidade maior em relação ao molde de areia seca (e não
porque a cor do molde é verde – aspecto que é comum de cobrança pelas bancas). Além disso, uma
característica marcante de tipo de processo de fundição é o custo – os moldes de areia verde são mais
baratos, justamente porque um dos motivos é não precisar passar pela etapa de estufa a fim de tirar a
umidade do molde (como no molde de areia seca). As demais alternativas não possuem relação com
“vantagens” desse tipo de processo de fundição e molde.
Gabarito: "d".
O elemento que NÃO faz parte da composição da área verde do processo de fundição em moldes de
areia é:
a) a sílica
b) a argila
c) a água
43
d) o mercúrio.
Comentário:
Pelo amor, né? Conforme vimos, Estrategista, o único elemento que não faz parte da composição, não
somente dos moldes de areia verde, mas dos outros tipos que vimos, também, é o mercúrio.
Gabarito: "d".
Cesgranrio
Tubos de ferro fundido sem costura são produzidos em um processo que consiste em vazar
metal líquido no interior de um molde reutilizável, que é posto em rotação em torno de seu
eixo longitudinal, forçando o deslocamento do metal, devido a uma pressão resultante de uma
força que excede a da gravidade, de encontro às paredes internas do molde, onde se solidifica.
a) de precisão.
b) por centrifugação.
c) por gravidade.
d) por velocidade.
e) sob pressão.
Comentário:
Conforme vimos na parte teórica, Coruja, existem diferentes tipos de processos no campo da
fundição. Um deles é o denominado Fundição por Centrifugação. De acordo com a doutrina
majoritária, esse processo ocorre a partir do vazamento do metal líquido no interior de um molde
(normalmente, reutilizável) que irá rotacionar (molde rotativo) em torno do seu eixo, deslocando o
metal devido à ação da força centrífuga. Essa força é que dá vida à pressão que força a metal líquido
a grudar nas paredes do molde onde ele irá se solidificar.
Gabarito: “b”.
Cesgranrio
44
Entre os processos de fundição relacionados a seguir, aquele que acarreta a menor taxa de extração de
calor durante a solidificação é o de fundição
a) por centrifugação
b) sob pressão
c) em coquilha de grafite
d) em coquilha metálica
e) em areia.
Comentário:
Conforme vimos, Estrategista, temos diferentes tipos de processos de fundição: sob pressão, por
centrifugação, por gravidade, de precisão, quanto ao molde em molde permanente e perecíveis,
em areia, etc. Várias classificações.
Entre eles, vimos que o que acarreta menor taxa de extração de calor durante a solidificação é no
processo de fundição em areia, pois os moldes são constituídos (normalmente) com 90% de areia de
sílica (SO2) ou sílica misturada com vários minerais. Nesse sentido, é comum que a areia tenha
propriedades refratárias, suportando altas temperaturas, além de ter taxa de extração de calor
menor.
O processo de fundição sob pressão e por centrifugação utilizam moldes metálicos com alta taxa de
extração de calor, pois o metal possui alta condutividade térmica.
Os moldes de grafite (coquilha em grafite), normalmente, são metálicos com revestimento em grafite,
ou produzidos somente em grafite, e este material está relacionado a uma microestrutura mais
refinada no metal que solidifica próximo a superfície do molde. Não possui a menor taxa de extração
de calor.
Gabarito: “e”.
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a) Discordância
b) Dendrita
c) Massalote
d) Segregação
e) Vazio.
Comentário:
Conforme vimos em aula, Coruja, a literatura específica nos mostra que as impurezas geram defeitos
no processo de fabricação denominado fundição. Essas impurezas podem gerar certa
heterogeneidade no material e, por conta disso, impactar diretamente as propriedades mecânicas
dele. Vejamos cada alternativa e os defeitos elencados por elas:
Letra "a": as discordâncias são defeitos que existem na constituição do cristalino dos materiais,
influenciando nas deformações plásticas. Elas surgem por um desalinhamento entre os átomos que
vão compor o arranjo das células unitárias do retículo cristalino do material. Elas podem ser
discordâncias de arestas, espirais ou mistas (as duas juntas). Alternativa errada;
Letras "c" e "e": massalote não é um defeito e sim uma peça utilizada para concentrar e reter o calor
por um tempo mais longo (pois é de material refratário) sendo solidificado por último e concentrando
o vazio ou chupagem (esse sim, é o defeito) que surge pela contração quando os metais se
solidificam. O fenômeno da contração de volume surge pela diferença de velocidade de solidificação
do metal que começa na periferia para o centro que solidifica por último, gerando, os vazios pela
contração. Esses vazios podem ser internos e são responsáveis, muitas vezes, por trincas e tensões
residuais no material da peça fundida. Aí que surge o massalote (também chamado de "cabeça
quente", pela literatura específica). Por isso, letra "c" e "e", estão erradas;
Letra "d": de fato, segregação é o nome dado pelo defeito descrito no enunciado. De acordo com a
doutrina, o fenômeno da concentração de impurezas gera diferentes comportamentos no material,
pois certas impurezas (fósforo, enxofre, manganês, silício) possuem diferentes impactos no estado
líquido e sólido. Alguns desses elementos formam compósitos homogêneos no estado líquido do
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metal. Todavia, quando o metal começa a se solidificar, algumas impurezas (como o fósforo e o
enxofre) que são menos solúveis no estado sólido, conforme a solidificação acontece, esses
elementos vão migrando para a parte líquida (vimos que a solidificação começa na periferia da peça).
Essa região com maior concentração de impurezas que solidificou por último é chamada de
segregação. Alternativa correta.
Gabarito: “d”.
As propriedades mecânicas de componentes fundidos são influenciadas pelo tamanho dos seus grãos
cristalinos. No que se refere aos aços fundidos de baixa resistência mecânica, considere as afirmativas
abaixo.
a) I
b) III
c) I e II
d) I e IV
e) II e III.
Comentário:
Estrategista, essa é uma questão que envolve conhecimento diversos inerentes ao processo de
fundição. Nessa seara, vejamos cada assertiva:
I: pelo contrário, Coruja! Conforme vimos na parte teórica, o uso de inoculantes na etapa de
solidificação no molde (depois de derramado o metal líquido) é, justamente, tornar a microestrutura
uniforme por conta da inclusão de elementos que servem como núcleos de cristalização estáveis,
promovendo o estabelecimento de grãos equiaxiais e focando na eliminação de crescimento de grãos
colunares (não favorecendo o crescimento de grão descontrolado). Assertiva errada;
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II: por conta da inclusão de elementos que irão servir como núcleos estabilizadores na cristalização,
temos que o tipo de nucleação é heterogênea e não homogênea. Alternativa errada;
III: perfeita! De fato, como sabemos do estudo da Ciência dos Materiais e, mais especificamente, dos
ensaios de impacto (Charpy e Izod), temos que conforme se diminui o tamanho do grão, temos uma
redução na temperatura de transição dúctil-frágil, já que temos a temperatura de mudança em um
intervalo, de uma fratura dúctil para frágil. Pois, bem. Com a redução do tamanho do grãos, se
aumenta a área de contato dos contornos entre eles e temos menor possibilidade de movimento das
discordância, elevando sua dureza e resistência ao limite de escoamento e deixando o material mais
frágil. Dessa forma, há uma diminuição da temperatura de transição, pois ela vai depender tanto da
composição da liga, quanto da sua microestrutura, sendo maior pela absorção maior de energia e
menor, pela menor absorção de energia. Alternativa correta.
IV: pelo contrário, o maior tamanho de grão diminui o limite de resistência, pois a área dos contornos
entre os grãos fica menor e facilita o movimento das discordâncias entre os planos cristalográficos.
Justamente com a diminuição do tamanho do grãos, teremos maior área de contorno pelo maior
número de grãos e maior obstáculo para o movimento das discordâncias e, assim, aumentando o
limite de resistência ao escoamento do material. Assertiva errada;
Gabarito: “b”.
AOCP
Ao projetar-se uma peça que será obtida através do processo de fundição, devem ser levados em conta
os fenômenos que ocorrem na solidificação do metal líquido no interior do molde, de modo a atenuá-
los. Assinale a alternativa que apresente três princípios para o projeto de fabricação de peças fundidas.
Comentário:
Tranquilidade, Coruja! Vamos relembrar os principais fenômenos que vimos e que ocorrem no processo
de fundição (na etapa de solidificação, principalmente) dos metais e ligas metálicas:
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Cristalização
Contração de volume
Fênomenos na etapa de solidificação
Segregação - impurezas
Desprendimento de gases
Erradas as letras "a", "b" e "d", pois recozimento é um tratamento térmico. A letra "e" menciona tensões
de aquecimento (nada a ver com nada).
Gabarito: “c”.
FUNDEP
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Comentário:
Questão interessante sobre o processo de cera perdida (molde perecível, Coruja!). Vejamos:
Letra "a": errada. A letra "B" na figura em questão não representa a peça que será fundida, e sim,
representa o modelo desenvolvido em cera que foi injetado. Dessa forma, esses moldes serão
mergulhados para a formação da casca para formar a peça fundida posteriormente;
Letra "b": errada. A letra A representa a alimentação do molde de cera desenvolvido na etapa
de vazamento do metal líquido. A letra B, por sua vez, representa os modelos (ou moldes) feitos em
cera que geraram as cascas do formato das peças.
Letra "c": errada. Essa parte representada pela Letra C consiste no modelo (ou molde) que irá compor
os cachos formados para a formação da casca. A questão erra ao afirmar que é o sistema de enchimento
de metal líquido, pois esse é representado pela letra A.
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Letra "d": correta! O sistema de alimentação, também denominado de sistema de enchimento é por
onde o vazamento ocorre, fazendo com o metal líquido preencha e alimente todos os moldes que
representam os cachos da árvore de fundição.
Gabarito: “d".
IESES
Comentário:
Nossa, essa questão é tão "fraquinha" que até minha "vó" responderia, hein, Coruja? rs. As letras "a", "b",
"c" e "d" são absurdas! Vimo que o processo de fundição não se restringe a essa ou aquela liga metálica.
Além disso, existem processos de alta precisão (como o de cera perdida) que gera um produto final muito
bem acabado, precisando do mínimo de desbaste por usinagem posterior (errada a letra "c"). A letra "e"
é o gabarito, pois a depender da peça final e do processo, pode-se trabalhar com paredes com amplas
faixas de espessura.
Gabarito: “e”.
ACAFE
a) areia, resinas de cura térmica e pó de grafite colocado sobre o modelo ou montado na caixa de
moldar.
b) areia betuminosa, argila e água colocada sobre o modelo ou montado na caixa de moldar.
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c) areia betuminosa, areia de zinco e água colocada sobre o modelo ou montado na caixa de moldar.
d) carbonato de sílica, bentonita sódica e água colocada sobre o modelo ou montado na caixa de
moldar.
e) areia silicosa, argila e água colocada sobre o modelo ou montado na caixa de moldar.
Comentário:
Tranquilidade, Coruja! Vimos que nos moldes de areia (tipo de fundição que usa molde perecível), temos
sua confecção feita, normalmente, por 90% de areia (areia silicosa), 3% de água e 7% de argila. Essa
composição também se aplica ao subtipo chamado modelo de areia verde que tem alta umidade relativa
durante o vazamento.
Gabarito: “e”.
a) bolhas.
b) câmeras falsas.
c) vazio ou chupagem.
d) conversão.
e) retração.
Comentário:
Cristalização
Contração de volume
Fênomenos na etapa de solidificação
Segregação - impurezas
Desprendimento de gases
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Gabarito: “c”.
EAOEAR
a) Na fundição de precisão, o modelo é usado uma única vez, mas o molde pode ser reaproveitado.
b) A moldagem em areia seca ou em molde estufado pode ser empregada com peças de qualquer
dimensão ou peso, sempre que se exige um melhor acabamento.
c) O emprego de moldes permanentes metálicos oferece vantagens econômicas em relação aos
moldes de areia, quando usado para peças maiores, pela facilidade de fabricação.
d) A fundição sob pressão é o método ideal para peças pesadas, com mais de 100 kg, pois o fluxo de
material fundido tem maior velocidade e penetração do que nos outros processos.
Comentário:
Olha aí, Estrategista! Questão que nos cobra detalhes específicos sobre os processos de fundição!
Vejamos cada alternativa!
Letra "a": errada! Oras, no processo de fundição de precisão temos o processo de cera perdida que é um
tipo de processo de molde perecível! Nesse processo, tanto o modelo quanto o molde serão consumidos!
Lembre-se que conforme o material refratário é aquecido, o modelo em cera (envolvido pela pasta ou
argamassa) é derretido, pois a cera se liquefaz com o aquecimento. Assim, o modelo também é perdido
no processo. Quando o modelo em cera se liquefaz, o molde de material refratário é produzido. Na etapa
seguinte do processo, o metal ou liga metálica no estado líquido será vazado(a) no molde da pasta ou
argamassa que tem sua forma de acordo com o modelo que outrora ela envolveu. Perceba que nesse
estágio do processo, esse molde também será consumido e a peça final fundida será produzida;
Letra "b": esse foi o gabarito dado pela banca. Todavia, eu discordo. Não podemos dizer que todo é
qualquer peso e toda e qualquer dimensão podem ser admitidos nesse dois processos de fundição que
utilizam moldes perecíveis. De fato, no caso do molde de areia seca, a doutrina cita que ele é mais
resistentes à pressões de fundo e que permitem maior acabamento das peças. Mas, é um exagero a
generalização da alternativa;
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Letra "c": errada! Justamente o contrário, Coruja! Por conta do alto custo de produzir um molde de liga
metálica resistente à elevadas temperaturas, o seu valor é mais alto (alto custo) e, por isso, é muito
utilizado para peças de pequena dimensão. Além disso, aproveitas os moldes permanentes para a
fabricação de várias peças;
Letra "d": errada! Justamente uma limitação do processo de fundição por pressão é a dimensão das peças
que são limitadas e o seu peso inferior a uma massa de 5kg, raramente ultrapassando 25kg. 100 kg é um
absurdo!
Gabarito: "b".
Idecan
Fundição é o processo realizado para obtenção de peças com formas simples ou complexas por meio da
fusão da matéria-prima. A peça adquire sua forma definitiva quando o metal fundido (matéria-prima
liquefeita) é despejado no molde e, em seguida, resfriado, solidificando-se. Durante a solidificação do
material líquido, ocorrem os seguintes tipos de contrações, EXCETO:
Comentário:
Olha aí, Coruja! Questão bem tranquila que nos cobra os aspectos sobre as contrações que existem
durante o processo de fundição a partir do momento que temos o vazamento do metal ou liga metálica
líquidos no molde. Oras, lembre-se que temos 3 tipos de contrações:
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Perceba que na contração líquida temos a queda da temperatura ainda na fase líquida e quando há o
início da solidificação. A letra "a" está correta e a letra "b", errada. Na letra "b", ele descreve outro
fenômeno da fundição que é nucleação dos átomos que tem relação com o arranjo dos átomos quando
eles começando a se aglomerar pelas colisões aleatórias ainda na fase líquida (apesar da nucleação estar
relacionada com a contração líquida, não é definição de contração líquida).
Gabarito: "b".
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