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Qualidade

de sementes
florestais
Bárbara França Dantas
Pesquisadora
Embrapa Semiárido
Barbara.Dantas@embrapa.br
O que é?
física

Qualidade
sanitária de fisiológica
sementes

genética
Um pouquinho Vigor
de História...
Há 10 mil anos...
Sementes mudaram a vida do homem
Teofrasto (IV AC)
Primeiros trabalhos com sementes
Sachs (1860)
Temperaturas cardeais para germinação
Nobbe (1876)
Triebkraft = Força motriz
Hiltner e Ihssen (1911)
Primeiro teste de vigor
Décadas de 1920, 30 e 40
Diversos testes para avaliar a qualidade das sementes
1950 Congresso da ISTA
Teste de germinação
Germinação
Teste de germinação
VANTAGENS
-Informações sobre o potencial de uma amostra em condições ótimas
-Padronizado
-Repetibilidade em condições controladas

PROBLEMAS
-Falta de correlação com a emergência em campo
-Armazenamento

Fotos: Marcos Filho (1999); Acervo LASESA, AL Maia


Germinação
O teste de germinação tem baixa correlação com vigor

Fotos: Marcos Filho (1999); Acervo LASESA, AL Maia


Germinação
O teste de germinação tem baixa correlação com vigor

Fotos: Marcos Filho (1999); Acervo LASESA, AL Maia


Modificações de algumas características fisiológicas de
sementes durante o processo de maturação

Teor de água Maturidade fisiológica


Índice de maturação (g, %)

Tamanho

• Multiplicação celular
•Decresce lentamente no início Matéria seca
•Desenvolvimento
•Muito alto na maturidade fisiológica celular
•Decresce rapidamente
Vigor
Fotoassimilados (proteínas, açúcares, lipídeos...)
•Enchimento de sementes/grãos
•Máx= Maturidade fisiológica
Germinação

Zigoto Semente madura


Sequência de alterações na semente durante a
deterioração (Delouche & Baskin, 1973)
MATURIDADE FISIOLÓGICA
Degeneração das membranas
Redução das atividades respiratórias e biossintéticas
Germinação lenta
Redução do potencial de conservação
Menor taxa de crescimento
Menor uniformidade de desempenho
Maior sensibilidade às adversidades
Redução de emergência das plântulas em campo
Aberração morfológicas
Perda do poder germinativo
MORTE
Dantas, B.F. 2020
Vamos usar de
Sequência essa sequência
alterações para falar
na semente de cada
durante a
um dos testes de avaliação
deterioração (Delouche &da qualidade
Baskin, 1973) de
sementes?
MATURIDADE FISIOLÓGICA
Degeneração das membranas
Redução das atividades respiratórias e biossintéticas
Germinação lenta
Redução do potencial de conservação
Menor taxa de crescimento
Menor uniformidade de desempenho
Maior sensibilidade às adversidades
Redução de emergência das plântulas em campo
Aberração morfológicas
Perda do poder germinativo
MORTE
Dantas, B.F. 2020
Sequência invertida de alterações na semente
durante a deterioração (Delouche & Baskin, 1973)
MORTE
Perda do poder germinativo
Aberração morfológicas
Redução de emergência das plântulas em campo
Maior sensibilidade às adversidades
Menor uniformidade de desempenho
Menor taxa de crescimento
Redução do potencial de conservação
Germinação lenta
Redução das atividades respiratórias e biossintéticas
Degeneração das membranas
MATURIDADE FISIOLÓGICA
Dantas, B.F. 2020
Como avaliar a qualidade de sementes?

https://www.abrates.org.br/files/
regras_analise_de_sementes.pdf
Como avaliar a qualidade de sementes
florestais?

Instruções para Análise de


Sementes de Espécies Florestais
Sequência invertida de alterações na semente
durante a deterioração (Delouche & Baskin, 1973)
MORTE
Perda do poder germinativo
Aberração morfológicas
Redução de emergência das plântulas em campo
Maior sensibilidade às adversidades
Menor uniformidade de desempenho
Menor taxa de crescimento
Redução do potencial de conservação
Germinação lenta
Redução das atividades respiratórias e biossintéticas
Degeneração das membranas
MATURIDADE FISIOLÓGICA
Dantas, B.F. 2020
Teste de tetrazólio

H+
Tecido vivo

cloreto de 2, 3, 5 trifenil formazan


trifenil tetrazólio

Foto: Acervo LASESA


Teste de tetrazólio
Condições para avaliação da viabilidade e vigor de sementes de espécies
florestais da Caatinga pelo teste de tetrazólio.

Dantas et al., 2015


Teste de tetrazólio- viáveis 11/06/2021

Piptadenia stipulacea Benth. Ducke


35 °C

0.075%/ 2h 0.075%/ 4h 0.075%/ 6h

40 °C

0.075%/ 2h 0.075%/ 4h 0.075%/ 6h


Pereira et al., 2020
Teste de tetrazólio- não viáveis 11/06/2021

Piptadenia stipulacea Benth. Ducke


35 °C

0.075%/ 2h 0.075%/ 4h 0.075%/ 6h

40 °C

0.075%/ 2h 0.075%/ 4h 0.075%/ 6h


Pereira et al., 2020
Teste de tetrazólio

Viáveis e
vigorosas

Viáveis e pouco
vigorosas

Viáveis e
nãovigorosas

Barros et al. Uso do teste de tetrazólio para avaliação da qualidade fisiológica de sementes de abobrinha. Rev. bras.
sementes [online]. 2005, vol.27, n.2, pp. 165-171.
Sequência invertida de alterações na semente
durante a deterioração (Delouche & Baskin, 1973)
MORTE
Perda do poder germinativo
Aberração morfológicas
Redução de emergência das plântulas em campo
Maior sensibilidade às adversidades
Menor uniformidade de desempenho
Menor taxa de crescimento
Redução do potencial de conservação
Germinação lenta
Redução das atividades respiratórias e biossintéticas
Degeneração das membranas
MATURIDADE FISIOLÓGICA
Dantas, B.F. 2020
Teste de germinação

Fatores que influenciam


no teste de germinação

Temperatura
Água
Substrato
Tamanho das sementes

Foto: Maia, A.L.


Teste de germinação
Myracrodruon urundeuva Sementes pequenas
aroeira-do-sertão
gerbox

Duas camadas de
papel mata-borrão

≈ 13mL de H2O
(2,5x peso do papel)

4x100 sementes

Fotos: Acervo LASESA


Teste de germinação
Sementes grandes

Rolo de papel

2 camadas embaixo e
1 camada em cima

2,5x peso do papel

4x100 sementes

Cenostigma pyramidale
Fotos: Acervo LASESA
Teste de germinação

Temperatura ideal
Brancalion et al., 2010

Espécie Temperatura (oC)


Myracrodruon urundeuva 20
Schinopsis brasiliensis 30
Amburana cearesis 30
Syderoxilon obtusifolium 30
Oliveira et al., 2014
Fotos: Acervo LASESA
Teste de germinação

Temperatura ideal
Myracrodruon urundeuva

Oliveira et al., 2014

Oliveira et al., 2019


Fotos: Acervo LASESA
Avaliações realizadas durante o teste de
germinação
Primeira contagem: varia com as espécies,
corresponde ao inicio do processo
germinativo, emissão da radícula;

Germinação total: número de sementes


germinadas ao final do experimento;

Plântulas normais: formadas e


desenvolvidas;

Plântulas anormais: com problemas na


formação de alguma estrutura ou que sofreu
deterioração (ataque de patógenos);

Sementes não germinadas: duras (não


absorveram água, dormência tegumentar);
dormentes (tipos de dormência); mortas
(amolecidas e infectadas por
microorganismos).
Foto: Maia, A.L.

Dantas, B.F. 2020


Sequência invertida de alterações na semente
durante a deterioração (Delouche & Baskin, 1973)
MORTE
Perda do poder germinativo
Aberrações morfológicas
Redução de emergência das plântulas em campo
Maior sensibilidade às adversidades
Menor uniformidade de desempenho
Menor taxa de crescimento
Redução do potencial de conservação
Germinação lenta
Redução das atividades respiratórias e biossintéticas
Degeneração das membranas
MATURIDADE FISIOLÓGICA
Dantas, B.F. 2020
Anormalidades do teste de germinação

Plântulas normais Plântulas anormais


Sementes duras

Dantas et al., 2011.

Dantas, B.F. 2020


Anormalidade do teste de germinação

Anormalidades na raiz primaria Anormalidades na parte aérea

Lobo et al., 2014


Dantas, B.F. 2020
Níveis de anormalidade do teste de
germinação

Barros et al. Uso do teste de tetrazólio para avaliação da qualidade fisiológica de sementes
de abobrinha. Rev. bras. sementes [online]. 2005, vol.27, n.2, pp. 165-171.

Dantas, B.F. 2020


Sequência invertida de alterações na semente
durante a deterioração (Delouche & Baskin, 1973)
MORTE
Perda do poder germinativo
Aberrações morfológicas
Redução de emergência das plântulas em campo
Maior sensibilidade às adversidades
Menor uniformidade de desempenho
Menor taxa de crescimento
Redução do potencial de conservação
Germinação lenta
Redução das atividades respiratórias e biossintéticas
Degeneração das membranas
MATURIDADE FISIOLÓGICA
Dantas, B.F. 2020
Emergência em campo/areia

Foto: Acervo LASESA


Emergência em campo/areia

Fotos: Acervo LASESA


Emergência em campo/areia

𝐸1 𝐸2 𝐸𝑛
IVE= + + …+
𝑛1 𝑛2 𝑛𝑛

E = emergência
n= número de dias

Fotos: Acervo LASESA


Sequência invertida de alterações na semente
durante a deterioração (Delouche & Baskin, 1973)
MORTE
Perda do poder germinativo
Aberrações morfológicas
Redução de emergência das plântulas em campo
Maior sensibilidade às adversidades
Menor uniformidade de desempenho
Menor taxa de crescimento
Redução do potencial de conservação
Germinação lenta
Redução das atividades respiratórias e biossintéticas
Degeneração das membranas
MATURIDADE FISIOLÓGICA
Dantas, B.F. 2020
Testes de tolerância a adversidades

Teste de frio

10oC/ 7 dias

Temperatura ótima

Teste de germinação a frio

Temperatura
subótima

Dantas, B.F. 2020 Foto: LHP Torres, SS Alencar


Testes de tolerância a adversidades

Teste do tijolo moído


teste de Hiltner (Hiltner & Ihssen,1911)

Foto: https://seedcheck.net/site/wp-content/uploads/2015/05/Hitlner-Vigour-Tests-2.jpg

Dantas, B.F. 2020


Testes de tolerância a adversidades

Teste do alagamento
Dantas et al. (2000)
http://dx.doi.org/10.17801/0101-3122/rbs.v22n2p288-292

Dantas, B.F. 2020 Foto: Dantas, B.F.


Sequência invertida de alterações na semente
durante a deterioração (Delouche & Baskin, 1973)
MORTE
Perda do poder germinativo
Aberrações morfológicas
Redução de emergência das plântulas em campo
Maior sensibilidade às adversidades
Menor uniformidade de desempenho
Menor taxa de crescimento
Redução do potencial de conservação
Germinação lenta
Redução das atividades respiratórias e biossintéticas
Degeneração das membranas
MATURIDADE FISIOLÓGICA
Dantas, B.F. 2020
Teste do crescimento de plântulas
Desempenho de plântulas

Erythrina velutina

Dantas, B.F. 2020 Fotos: Acervo LASESA


Teste do crescimento de plântulas
Desempenho de plântulas

Dantas, B.F. 2020 Fotos: Acervo LASESA, J Cardeal, JR Matias


Sequência invertida de alterações na semente
durante a deterioração (Delouche & Baskin, 1973)
MORTE
Perda do poder germinativo
Aberrações morfológicas
Redução de emergência das plântulas em campo
Maior sensibilidade às adversidades
Menor uniformidade de desempenho
Menor taxa de crescimento
Redução do potencial de conservação
Germinação lenta
Redução das atividades respiratórias e biossintéticas
Degeneração das membranas
MATURIDADE FISIOLÓGICA
Dantas, B.F. 2020
Teste do envelhecimento acelerado

Dantas, B.F. 2020 Fotos: Acervo LASESA


Teste do envelhecimento acelerado

Erythrina velutina M. urundeuva

Dantas, B.F. 2020 Fotos: Acervo LASESA


Teste do envelhecimento acelerado

40mL de H2O

Dantas, B.F. 2020 Fotos: Acervo LASESA


Teste do envelhecimento acelerado

Incubar a alta temperatura 40oC


24- 96 h

Teste de germinação

Dantas, B.F. 2020 Fotos: Acervo LASESA


Teste do envelhecimento acelerado

Incubação a 41oC
24 h

Separou melhor os lotes quanto ao vigor

Dantas, B.F. 2020


Sequência invertida de alterações na semente
durante a deterioração (Delouche & Baskin, 1973)
MORTE
Perda do poder germinativo
Aberrações morfológicas
Redução de emergência das plântulas em campo
Maior sensibilidade às adversidades
Menor uniformidade de desempenho
Menor taxa de crescimento
Redução do potencial de conservação
Germinação lenta
Redução das atividades respiratórias e biossintéticas
Degeneração das membranas
MATURIDADE FISIOLÓGICA
Dantas, B.F. 2020
Primeira contagem do teste de germinação
Velocidade de germinação

Dantas, B.F. 2020 Fotos: Acervo LASESA, AL Maia


Sequência invertida de alterações na semente
durante a deterioração (Delouche & Baskin, 1973)
MORTE
Perda do poder germinativo
Aberrações morfológicas
Redução de emergência das plântulas em campo
Maior sensibilidade às adversidades
Menor uniformidade de desempenho
Menor taxa de crescimento
Redução do potencial de conservação
Germinação lenta
Redução das atividades respiratórias e biossintéticas
Degeneração das membranas
MATURIDADE FISIOLÓGICA
Dantas, B.F. 2020
Testes bioquímicos
Teste de respiração
Teste do QR Teste do
Teste do nível de ATP
Teste de atividade de -amilase
etilômetro

Vejam o vídeo do Prof. Rafael Marani “bafômetro”


Dantas, B.F. 2020
Sequência invertida de alterações na semente
durante a deterioração (Delouche & Baskin, 1973)
MORTE
Perda do poder germinativo
Aberrações morfológicas
Redução de emergência das plântulas em campo
Maior sensibilidade às adversidades
Menor uniformidade de desempenho
Menor taxa de crescimento
Redução do potencial de conservação
Germinação lenta
Redução das atividades respiratórias e biossintéticas
Degeneração das membranas
MATURIDADE FISIOLÓGICA
Dantas, B.F. 2020
Teste da condutividade elétrica

50 sementes / 75mL

Incubar a temperatura ideal


para germinação
24h

Dantas, B.F. 2020 Fotos: Acervo LASESA


Teste da condutividade elétrica

Cond. Elétrica (µS.cm-1.g-1)= Leitura em condutivímetro


Peso da amostra
Dantas, B.F. 2020 Fotos: Acervo LASESA
Teste da condutividade elétrica

Teste do pH do exsudato
Teste do teor de K+ do exsudato
Teste de atividade de peroxidase
Dantas, B.F. 2020 Fotos: Acervo LASESA
Determinação do grau de umidade
Teor de água

2 repetições

Cápsulas de alumínio

Peso inicial

Dantas, B.F. 2020 Fotos: Acervo LASESA


Determinação do grau de umidade
Teor de água
Estufa 105C
24h

Peso final

(𝑃−𝑝)
TA =100
(𝑃−𝑡)

P= peso inicial
p= peso final
t= tara (peso da cápsula)

Dantas, B.F. 2020 Fotos: Acervo LASESA


Qualidade física de sementes
Peso de mil sementes
8x 100

Peso volumétrico

Spondias tuberosa

Erythrina velutina

Dantas, B.F. 2020 Fotos: Acervo LASESA; L.H.P. Torres


Qualidade física de sementes
Tamanho de sementes x vigor

Bispo et al., 2017

Sem correlação com a germinação, mas


correlação significativa com o desenvolvimento
de plântulas e testes de vigor

Anadenanthera colubrina

Dantas, B.F. 2020 Fotos: Acervo LASESA


Qualidade física de sementes

Pureza
Baseado em peso ou número

SEMENTE PURA
OUTRAS SEMENTES
INERTES

Foto: R.A. Gomes

Dantas et al., 2013

Dantas, B.F. 2020


OBRIGADA

Caatinga preservada no Campo Experimental da Embrapa


Foto: MSB Moura

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