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tomam posição
O olho da história, I
EDITORA UFMG
Diretor Flavio de Lemos Carsalade
Vice-Diretora Camila Figueiredo
CONSELHO EDITORIAL
Flavio de Lemos Carsalade (presidente)
Camila Figueiredo
Eduardo de Campos Valadares
Élder Antônio Sousa Paiva
Fausto Borém
Lira Córdova
Maria Cristina Soares de Gouvêa
quando as imagens
tomam posição
O olho da história, I
1ª reimpressão
Belo Horizonte
Editora UFMG
2017
CDD: 770.9
CDU: 77
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EDITORA UFMG
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Tel. +55 31 3409-4650 Fax +55 31 3409-4768
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4. B. Brecht, Kriegsfibel, 1955, prancha 45: “[Nova Guiné, 1943]. Uma fila
de cruzes grosseiras assinala os túmulos americanos perto de Buna. Uma
luva esquecida por um empregado do estado civil aponta acidentalmente
para o céu.” 46
7. B. Brecht, Kriegsfibel, 1955, prancha 42: “Essa tailandesa (do Sião) escru-
ta, do fundo de um abrigo antiaéreo improvisado, em Sichiengmai, um
bombardeio americano vindo da Indochina para bombardear os casebres
situados na fronteira.” 51
12. B. Brecht, Arbeitsjournal, 28 ago. 1940 (sem título), Berlim, Akademie der
Künste, Bertolt-Brecht-Archiv (dossiê 277/39). 56
14. B. Brecht, Arbeitsjournal, 25 fev. 1942: “As doações contidas nestes pa-
cotes eram legumes (como acima) e animais (um rato morto numa caixa).
Artigos diversos: calçados velhos, camisas, coletes, ceroulas longas, luvas,
chapéu, bolsa e peruca”, Berlim, Akademie der Künste, Bertolt-Brecht-Ar-
chiv (dossiê 279/13-14). 73
23. E. Friedrich, Krieg dem Kriege!, 1924, p. 227: “As virtudes dos homens
mais nobres florescem na guerra (citação do conde Moltke).” 144
26. B. Brecht, Kriegsfibel, 1955, prancha 59: “(…) Nesta foto, um pai e uma
mãe, vindos de Kerch depois que a cidade foi retomada pelo Exército Ver-
melho, em fevereiro de 1942, acabam de identificar o corpo de seu filho.” 156
28. E. Friedrich. Krieg dem Kriege!, 1924, p. 38: “Não deem mais às crianças
tais brinquedos.” 178
32. G. Battista Della Porta, Ars reminiscendi, 1602: alfabeto visual. 186
33. B. Brecht, Arbeitsjournal, 1 jan. 1942: “Catálogo dos caracteres [ou] escrita
social”, Berlim, Akademie der Künste, Bertolt-Brecht-Archiv. 187
34. Anônimo francês, ABC ou Instrução Cristã, dividido por sílabas, para
facilidade das criancinhas, 1812: página de título e frontispício. 189
35. Anônimo francês, Cartilha moral, instrutiva e divertida para uso das crian-
ças e dos adolescentes, 1811: página de título e frontispício. 190
36. Anônimo francês, Novo alfabeto da infância ornado com um grande nú-
mero de desenhos e de textos explicativos, 1867: prancha não paginada. 191
42. B. Brecht, Arbeitsjournal, 16 maio 1942: “Breve história das ideias científi-
cas”, Berlim, Akademie der Künste, Bertolt-Brecht-Archiv (dossiê 280/11). 226
1.
A POSIÇÃO DO EXILADO
Expor a guerra 15
2.
A DISPOSIÇÃO ÀS COISAS
Observar a estranheza 39
3.
A DIS-POSIÇÃO DAS COISAS
desmontar a ordem 71
4.
A COMPOSIÇÃO DAS FORÇAS
remostrar a política 95
5.
A INTERPOSIÇÃO DOS CAMPOS
remontar a história 119
6.
A POSIÇÃO DA CRIANÇA
expor-se às imagens 173
NOTAS 243
NOTA BIBLIOGRÁFICA 279
eXÍLIO
Para saber é preciso tomar posição. Gesto nada simples. To-
mar posição é situar-se pelo menos duas vezes, em pelo menos
duas frentes que toda posição comporta, pois toda posição é,
fatalmente, relativa. Trata-se, por exemplo, de afrontar algo;
diante disso, todavia, precisamos também contar com tudo aquilo
de que nos afastamos, o fora de alcance que existe atrás de nós,
que recusamos talvez, mas que, em grande parte, condiciona
nosso próprio movimento, logo, nossa posição. Trata-se também
de situar-se no tempo. Tomar posição é desejar, é exigir algo, é
situar-se no presente e visar um futuro. Contudo, tudo isso só
existe sobre o fundo de uma temporalidade que nos precede,
que nos engloba, chamando por nossa memória até em nossas
tentativas de esquecimento, de ruptura, de novidade absoluta.
Para saber é preciso saber o que se quer; porém, é preciso, tam-
bém, saber onde se situa nosso não saber, nossos medos latentes,
nossos desejos inconscientes. Para saber é preciso, então, contar
com duas resistências pelo menos, duas significações da palavra
“resistência”: a que afirma nossa vontade filosófica ou política de
quebrar as barreiras da opinião (é a resistência que diz “não” a
isso, “sim” àquilo), mas também a que afirma nossa propensão
psíquica em erguer outras barreiras no acesso sempre perigoso
ao sentido profundo de nosso desejo de saber (é a resistência
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