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DOS VAGA-LUMES
Editora UFMG
Diretor Wander Melo Miranda
Vice-Diretor Roberto Alexandre do Carmo Said
Conselho Editorial
Wander Melo Miranda (presidente)
Ana Maria Caetano de Faria
Danielle Cardoso de Menezes
Flavio de Lemos Carsalade
Heloisa Maria Murgel Starling
Márcio Gomes Soares
Maria Helena Damasceno e Silva Megale
Roberto Alexandre do Carmo Said
SOBREVIVÊNCIA
DOS VAGA-LUMES
Vera Casa Nova
Márcia Arbex
Tradução
Consuelo Salomé
Revisão
1ª reimpressão
Belo Horizonte
Editora UFMG
2014
Este livro ou parte dele não pode ser reproduzido por qualquer meio sem autorização
escrita do Editor.
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ISBN: 978-85-7041-889-0
Tradução de: Survivance des lucioles.
Inclui bibliografia.
CDD: 844.914
CDU: 840-4
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Elaborada pela DITTI – Setor de Tratamento da Informação
Biblioteca Universitária da UFMG
EDITORA UFMG
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I
INFERNOS?
Grande luz (luce) paradisíaca versus pequenas luzes (lucciole) na
vala infernal dos “conselheiros pérfidos” (11). – Dante revirado
de cabeça para baixo nos tempos da guerra moderna (14). – Um
jovem rapaz, em 1941, descobre nos vaga-lumes os lampejos
do desejo e da inocência (17). – Uma questão política: Pier
Paolo Pasolini em 1975, o neofascismo e o desaparecimento dos
vaga-lumes (24). – O povo, sua resistência, sua sobrevivência,
destruídos por uma nova ditadura (31). – O inferno realizado?
O apocalipse pasoliniano reprovado, experimentado, aprovado,
sobrevalorizado hoje (38).
II
SOBREVIVÊNCIAS
Os vaga-lumes desapareceram todos ou eles sobrevivem apesar
de tudo? A experiência poético-visual da intermitência em
Denis Roche: reaparecer, redesaparecer (45). – Luzes menores:
III
APOCALIPSES?
Interrogar o contemporâneo através dos paradigmas e uma
arqueologia filosófica: Giorgio Agamben com Pasolini (67). – A
“destruição da experiência”: apocalipse, luto da infância. Entre
destruição e redenção (72). – Crítica do tom apocalíptico por
Jacques Derrida e do impensado da ressurreição por Theodor
Adorno (78). – Não há, para uma teoria das sobrevivências,
nem destruição radical nem redenção final. Imagem versus
horizonte (84).
IV
POVOS
Luzes do poder versus lampejos dos contrapoderes: Carl Schmitt
versus Benjamin. Agamben além de toda separação (91). –
Totalitarismo e democracia, segundo Agamben, via Schmitt e
Guy Debord: da aclamação à opinião pública. Os povos reduzidos
à unificação e à negatividade (96). – A arqueologia filosófica,
segundo Benjamin, exige a “rítmica” dos golpes e contragolpes,
aclamações e revoluções (106).
VI
IMAGENS
Fazer aparecerem os sonhos: Charlotte Beradt ou o saber-vaga-
-lume. Testemunho e previsão. A autoridade do moribundo (133).
– Recuos na escuridão, lampejos. Georges Bataille na guerra:
fissura, erotismo, experiência interior. Elucidação política e não
saber (139). – O indestrutível, a comunidade que resta: Maurice
Blanchot. Parcelas de humanidade na “brecha entre o passado
e o futuro”: Hannah Arendt e a “força diagonal” (148). Luz dos
reinos versus lampejos dos povos. As imagens-vaga-lumes de
Laura Waddington. Organizar o pessimismo (155).
11
1
Alighieri, Dante. A divina comédia. Trad. Cristiano Machado. São Paulo:
Itatiaia, 1979. v. 1. p. 323-324. A citação do autor foi feita a partir da edição
francesa: Alighieri, Dante. La divine comédie. L’ enfer. Trad. J. Risset. Paris:
Flammarion, 1985 (éd. 1992). XXVI, 25-31. p. 237-239, cuja tradução nossa
para o português é: “Como o camponês descansando sobre a encosta,/ du-
rante o tempo em que a tocha do mundo/ nos mostra sua face menos tempo
oculta,/ na hora em que a mosca dá lugar ao mosquito,/ vê vaga-lumes no vale
(vede lucciole giú per la vallea)/ ali onde de dia ele vindima e trabalha,/ assim
resplendecia a oitava vala,/ de tantas chamas (di tante fiamme tutta risplendea)
como eu vi [...].” (N.T.)
2
Alighieri, Dante. La divine comédie. L’enfer. Trad. J. Risset. Paris: Flammarion,
1992. XXVI, 42. p. 324. Na tradução de Cristiano Machado para o português: “[...]
eu as via mover-se, algo intrigado,/ julgando estar uma alma em cada chama.”
12 Georges Didi-Huberman