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TESE DA Ponto intermediário entre as duas, já que, IV - PROMOVER o bem de todos, sem preconceitos de origem,
RELEVÂNCIA muito embora participe "das características raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discrimi-
JURÍDICA jurídicas da Constituição'', não deve ser nação.
INDIRETA confundido com o articulado
Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações
internacionais pelos seguintes princípios:
TÍTULO I
I - independência nacional;
Dos Princípios Fundamentais
II - prevalência dos direitos humanos;
PRINCÍPIOS REGRAS III - autodeterminação dos povos;
Normas mais amplas, abstratas, Normas mais específicas, IV - não-intervenção;
genéricas. delimitadas, determinadas. V - igualdade entre os Estados;
VI - defesa da paz;
Alexy: princípios são Alexy: são MANDADOS DE VII - solução pacífica dos conflitos;
MANDAMENTOS DE DEFINIÇÃO. VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo;
OTIMIZAÇÃO, que devem ser Devem ser cumpridas IX - cooperação entre os povos para o progresso da humani-
cumpridos na maior intensidade integralmente (all or dade;
possível. nothing). X - concessão de asilo político.
Dworkin: princípios são Parágrafo único. A República Federativa do Brasil buscará a inte-
mandamentos normativos gração econômica, política, social e cultural dos povos da
aplicados na DIMENSÃO DE América Latina, visando à formação de uma comunidade latino-
PESO ou DE IMPORTÂNCIA. americana de nações.
Em caso de colisão, resolve-se Em caso de colisão, resolve-se
pela PONDERAÇÃO. pela DIMENSÃO DE
VALIDADE. ______Deçreto-Lei nº 4.657_____ 4.657_____
Ex: dignidade da pessoa Ex: eleição para Presidente da
humana. República. Lei de Introdução ãs Normãs do
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união in- Direito Brãsileiro
dissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal,
constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como
FUNDAMENTOS (SO-CI-DI-VA-PLU):
I - a SOberania; Art. 1o Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em
II - a CIdadania todo o país 45 dias depois de oficialmente publicada.
III - a DIgnidade da pessoa humana; § 1o § 1o Nos Estados, estrangeiros, a obrigatoriedade da lei bra-
IV - os VAlores sociais do trabalho e da livre iniciativa; sileira, quando admitida, se inicia 3 meses depois de oficialmente
V - o PLUralismo político. publicada.
Parágrafo único. TODO O PODER EMANA DO POVO, que o exer- ENTRADA EM VIGOR
ce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos
BRASIL ESTADO ESTRANGEIRO
desta Constituição.
45 dias, salvo disposição em 3 meses
PRINCÍPIOS ESTRUTURANTES – art. 1°, CF contrário
§ 3o Se, antes de entrar a lei em vigor, ocorrer nova publicação
PRINCÍPIO REPUBLICANO “A República”
de seu texto, destinada a correção, o prazo deste artigo e dos pa-
PRINCÍPIO FEDERATIVO “Federativa do Brasil, formada rágrafos anteriores começará a correr da nova publicação.
pela união indissolúvel dos Es- § 4o As correções a texto de lei já em vigor CONSIDERAM-SE
tados e Municípios e do Distri- LEI NOVA.
to Federal”
PRINCÍPIO DO ESTADO “constitui-se em Estado Demo- LC 95/98. Art. 8º A vigência da lei será indicada de forma ex-
DEMOCRÁTICO DE DIREITO crático de Direito” pressa e de modo a contemplar prazo razoável para que dela se
tenha amplo conhecimento, reservada a cláusula "entra em vi-
gor na data de sua publicação" para as leis de pequena re-
Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos en-
percussão.
tre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário.
§ 1º A contagem do prazo para entrada em vigor das leis que
estabeleçam período de vacância far-se-á com a inclusão da
Art. 3º Constituem OBJETIVOS fundamentais da República Fede-
data da publicação e do último dia do prazo, entrando em
rativa do Brasil (regra do verbo):
vigor no dia subsequente à sua consumação integral.
I - CONSTRUIR uma sociedade livre, justa e solidária;
§ 2º As leis que estabeleçam período de vacância deverão utili-
II - GARANTIR o desenvolvimento nacional;
zar a cláusula ‘esta lei entra em vigor após decorridos (o número
III - ERRADICAR a pobreza e a marginalização e REDUZIR as
de) dias de sua publicação oficial’
desigualdades sociais e regionais;
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Art. 2o Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vi- § 3º Chama-se COISA JULGADA ou caso julgado a decisão judici-
gor até que outra a modifique ou revogue [PRINCÍPIO DA al de que já não caiba recurso.
CONTINUIDADE OU PERMANÊNCIA]
§ 1o A lei posterior revoga a anterior quando expressamente Art. 7o A lei do país em que domiciliada a pessoa determina as
o declare, quando seja com ela incompatível ou quando regule regras sobre o começo e o fim da personalidade, o nome, a
inteiramente a matéria de que tratava a lei anterior. capacidade e os direitos de família
§ 2o A lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais
a par das já existentes, NÃO REVOGA NEM MODIFICA a lei an-
Estatuto pessoal: Pressupõe compatibilidade interna, chamada
terior.
de filtragem constitucional. Somente é possível aplicar a lei do
domicílio se houver compatibilidade com o ordenamento
REVOGAÇÃO TOTAL Ab-rogação interno.
REVOGAÇÃO PARCIAL Derrogação
§ 1o Realizando-se o casamento no Brasil, será aplicada a lei
o
§ 3 Salvo disposição em contrário, a lei revogada NÃO SE brasileira quanto aos impedimentos dirimentes e às formali-
RESTAURA por ter a lei revogadora perdido a vigência. (RE- dades da celebração.
PRISTINAÇÃO) § 2o O casamento de estrangeiros poderá celebrar-se perante au-
toridades diplomáticas ou consulares DO PAÍS DE AMBOS os nu-
bentes.
REPRISTINAÇÃO EFEITO REPRISTINATÓRIO/
§ 3o Tendo os nubentes domicílio diverso, regerá os casos de in-
REPRISTINAÇÃO OBLÍQUA
validade do matrimônio a lei do 1° domicílio conjugal.
OU
§ 4o O regime de bens, legal ou convencional, obedece à lei do
INDIRETA
país em que tiverem os nubentes domicílio, e, se este for diver-
É um fenômeno legislativo no É a reentrada em vigor de nor- so, a do 1° domicílio conjugal.
qual há a entrada novamente ma aparentemente revogada, § 5º - O estrangeiro casado, que se naturalizar brasileiro, pode,
em vigor de uma norma efe- ocorrendo quando uma norma mediante expressa anuência de seu cônjuge, requerer ao juiz, no
tivamente revogada, pela re- que a revogou é declarada in- ato de entrega do decreto de naturalização, se apostile ao mesmo
vogação da norma que a re- constitucional. a adoção do regime de comunhão parcial de bens, respeitados os
vogou. STF: “A declaração de incons- direitos de terceiros e dada esta adoção ao competente registro.
A repristinação deve ser ex- titucionalidade em tese en- § 6º O divórcio realizado no estrangeiro, se um ou ambos os
pressa dada a dicção do artigo cerra um juízo de exclusão, cônjuges forem brasileiros, só será reconhecido no Brasil depois
2º, § 3º da LICC que, fundado numa competên- de 1 ano da data da sentença, salvo se houver sido antecedida
cia de rejeição deferida ao STF, de separação judicial por igual prazo, caso em que a homolo-
consiste em remover do orde- gação produzirá efeito imediato, obedecidas as condições estabe-
namento positivo a manifesta- lecidas para a eficácia das sentenças estrangeiras no país. O Supe-
ção estatal inválida e descon- rior Tribunal de Justiça, na forma de seu regimento interno, pode-
forme ao modelo plasmado na rá reexaminar, a requerimento do interessado, decisões já proferi-
Carta Política, com todas as das em pedidos de homologação de sentenças estrangeiras de
consequências daí decorrentes, divórcio de brasileiros, a fim de que passem a produzir todos os
inclusive a plena restauração efeitos legais.
de eficácia das leis e das nor-
mas afetadas pelo ato decla- Com a Emenda Constitucional 66, de 13 de julho de 2010, que
rado inconstitucional” instituiu o divórcio direto, a homologação de sentença
*Informações retiradas do site www.dizerodireito.com.br estrangeira de divórcio para alcançar eficácia plena e imediata
não mais depende de decurso de prazo, seja de um ou três
Art. 3o Ninguém se escusa de cumprir a lei, alegando que não anos, bastando a observância das condições gerais
a conhece [PRINCÍPIO DA OBRIGATORIEDADE DA NORMA] estabelecidas na Lei de Introdução às Normas do Direito
Brasileiro (LINDB) e no Regimento Interno do STJ.(SEC 4.445/EX,
Art. 4o Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo Rel. Ministro RAUL ARAÚJO, CORTE ESPECIAL, julgado em
com a analogia, os costumes e os princípios gerais de direito. 06/05/2015, DJe 17/06/2015)
*Informações retiradas do site www.dizerodireito.com.br
Art. 5o Na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais a que
ela se dirige e às exigências do bem comum. § 7o Salvo o caso de abandono, o domicílio do chefe da família
estende-se ao outro cônjuge e aos filhos não emancipados, e o
Art. 6º A Lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados do tutor ou curador aos incapazes sob sua guarda.
o ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada. § 8o Quando a pessoa não tiver domicílio, considerar-se-á do-
§ 1º Reputa-se ATO JURÍDICO PERFEITO o já consumado se- miciliada no lugar de sua residência ou naquele em que se en-
gundo a lei vigente ao tempo em que se efetuou. contre.
§ 2º Consideram-se ADQUIRIDOS assim os direitos que o seu ti-
tular, ou alguém por ele, possa exercer, como aqueles cujo co- Art. 8o Para qualificar os bens e regular as relações a eles concer-
meço do exercício tenha termo pré-fixo, ou condição pré- nentes, aplicar-se-á a lei do país em que estiverem situados.
estabelecida inalterável, a arbítrio de outrem.
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legislação ao segundo que a reenvia ao terceiro;


3° grau: formado por quatro países, no qual o primeiro remete a Art. 22. Na interpretação de normas sobre gestão pública, se-
legislação ao segundo, que por sua vez encaminha ao terceiro e rão considerados os obstáculos e as dificuldades reais do ges-
finalmente reenvia ao quarto. tor e as exigências das políticas públicas a seu cargo, sem pre-
Nesse sentido, o artigo 16 da LINDB proíbe o juiz nacional de juízo dos direitos dos administrados.
aplicar o reenvio, cabendo apenas a aplicação do Direito Inter- § 1º Em decisão sobre regularidade de conduta ou validade de
nacional Privado brasileiro para determinar o direito material ca- ato, contrato, ajuste, processo ou norma administrativa, serão
bível, ficando a cargo de estrangeiro, se houver, a aplicação do consideradas as circunstâncias práticas que houverem imposto, li-
reenvio. mitado ou condicionado a ação do agente.
*http://sabendoodireito.blogspot.com/2013/12/reenvio-artigo-16.html?m=1
§ 2º Na aplicação de sanções, serão consideradas a natureza e
a gravidade da infração cometida, os danos que dela provierem
Art. 17. As leis, atos e sentenças de outro país, bem como quais- para a administração pública, as circunstâncias agravantes ou
quer declarações de vontade, não terão eficácia no Brasil, atenuantes e os antecedentes do agente.
quando ofenderem a soberania nacional, a ordem pública e § 3º As sanções aplicadas ao agente serão levadas em conta na
os bons costumes. dosimetria das demais sanções de mesma natureza e relativas ao
mesmo fato.
Art. 18. Tratando-se de brasileiros, são competentes as autorida-
des consulares brasileiras para lhes celebrar o casamento e os Art. 23. A decisão administrativa, controladora ou judicial que
mais atos de Registro Civil e de tabelionato, inclusive o registro de estabelecer interpretação ou orientação nova sobre norma de
nascimento e de óbito dos filhos de brasileiro ou brasileira nasci- conteúdo indeterminado, impondo novo dever ou novo condicio-
do no país da sede do Consulado. namento de direito, deverá prever regime de transição quando
§ 1º As autoridades consulares brasileiras também poderão cele- indispensável para que o novo dever ou condicionamento de
brar a separação consensual e o divórcio consensual de brasi- direito seja cumprido de modo proporcional, equânime e efi-
leiros, não havendo filhos menores ou incapazes do casal e ob- ciente e sem prejuízo aos interesses gerais.
servados os requisitos legais quanto aos prazos, devendo constar
da respectiva escritura pública as disposições relativas à descrição Art. 24. A revisão, nas esferas administrativa, controladora ou ju-
e à partilha dos bens comuns e à pensão alimentícia e, ainda, ao dicial, quanto à validade de ato, contrato, ajuste, processo ou
acordo quanto à retomada pelo cônjuge de seu nome de solteiro norma administrativa cuja produção já se houver completado
ou à manutenção do nome adotado quando se deu o casamento levará em conta as orientações gerais da época, sendo vedado
§ 2o É INDISPENSÁVEL a assistência de advogado, devidamen- que, com base em mudança posterior de orientação geral, se
te constituído, que se dará mediante a subscrição de petição, jun- declarem inválidas situações plenamente constituídas.
tamente com ambas as partes, ou com apenas uma delas, caso a Parágrafo único. Consideram-se orientações gerais as interpreta-
outra constitua advogado próprio, não se fazendo necessário que ções e especificações contidas em atos públicos de caráter geral
a assinatura do advogado conste da escritura pública. ou em jurisprudência judicial ou administrativa majoritária, e ain-
da as adotadas por prática administrativa reiterada e de amplo
Art. 19. Reputam-se válidos todos os atos indicados no artigo an- conhecimento público.
terior e celebrados pelos cônsules brasileiros na vigência do De-
creto-lei nº 4.657, de 4 de setembro de 1942, desde que satisfa- Art. 26. Para eliminar irregularidade, incerteza jurídica ou situ-
çam todos os requisitos legais. ação contenciosa na aplicação do direito público, inclusive no
Parágrafo único. No caso em que a celebração desses atos tiver caso de expedição de licença, a autoridade administrativa po-
sido recusada pelas autoridades consulares, com fundamento no derá, após oitiva do órgão jurídico e, quando for o caso, após re-
artigo 18 do mesmo Decreto-lei, ao interessado é facultado reno- alização de consulta pública, e presentes razões de relevante inte-
var o pedido dentro em 90 dias contados da data da publicação resse geral, celebrar compromisso com os interessados, obser-
desta lei. vada a legislação aplicável, o qual só produzirá efeitos a partir de
sua publicação oficial.
Art. 20. Nas esferas administrativa, controladora e judicial, não § 1º O compromisso referido no caput deste artigo:
se decidirá com base em valores jurídicos abstratos sem que I - buscará solução jurídica proporcional, equânime, eficiente
sejam consideradas as consequências práticas da decisão. e compatível com os interesses gerais;
Parágrafo único. A motivação demonstrará a necessidade e a III - não poderá conferir desoneração permanente de dever ou
adequação da medida imposta ou da invalidação de ato, con- condicionamento de direito reconhecidos por orientação geral;
trato, ajuste, processo ou norma administrativa, inclusive em IV - deverá prever com clareza as obrigações das partes, o
face das possíveis alternativas. prazo para seu cumprimento e as sanções aplicáveis em caso
de descumprimento.
Art. 21. A decisão que, nas esferas administrativa, controlado-
ra ou judicial, decretar a invalidação de ato, contrato, ajuste, Art. 27. A decisão do processo, nas esferas administrativa, contro-
processo ou norma administrativa deverá indicar de modo ex- ladora ou judicial, poderá impor compensação por benefícios
presso suas consequências jurídicas e administrativas. indevidos ou prejuízos anormais ou injustos resultantes do
Parágrafo único. A decisão a que se refere o caput deste artigo processo ou da conduta dos envolvidos.
deverá, quando for o caso, indicar as condições para que a re - § 1º A decisão sobre a compensação será motivada, ouvidas
gularização ocorra de modo proporcional e equânime e sem previamente as partes sobre seu cabimento, sua forma e, se for o
prejuízo aos interesses gerais, não se podendo impor aos su- caso, seu valor.
jeitos atingidos ônus ou perdas que, em função das peculiarida- § 2º Para prevenir ou regular a compensação, poderá ser celebra-
des do caso, sejam anormais ou excessivos. do compromisso processual entre os envolvidos.
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que contenham cláusula arbitral, ainda que celebrados antes da


Art. 28. O agente público responderá pessoalmente por suas sua edição.
decisões ou opiniões técnicas em caso de dolo ou erro grossei-
ro.
FPPC371. (arts. 3, §3º, e 165). Os métodos de solução consensual
Art. 29. Em qualquer órgão ou Poder, a edição de atos normati- de conflitos devem ser estimulados também nas instâncias
vos por autoridade administrativa, salvo os de mera organização recursais
interna, poderá ser precedida de consulta pública para manifes- FPPC485. (art. 3º, §§ 2º e 3º; art. 139, V; art. 509; art. 513) É cabí-
tação de interessados, preferencialmente por meio eletrônico, a vel conciliação ou mediação no processo de execu-
qual será considerada na decisão ção, no cumprimento de sentença e na liquidação de senten-
§ 1º A convocação conterá a minuta do ato normativo e fixará o ça, em que será admissível a apresentação de plano de
prazo e demais condições da consulta pública, observadas as nor- cumprimento da prestação.
mas legais e regulamentares específicas, se houver. FPPC573. (arts.3º,§§2ºe3º;334) As Fazendas Públicas devem dar
publicidade às hipóteses em que seus órgãos de Advocacia Pú-
Art. 30. As autoridades públicas devem atuar para aumentar a blica estão autorizados a aceitar autocomposição.
segurança jurídica na aplicação das normas, inclusive por meio FPPC618. (arts.3º, §§ 2º e 3º, 139, V, 166 e 168; arts. 35 e 47 da
de regulamentos, súmulas administrativas e respostas a consultas. Lei nº 11.101/2005; art. 3º, caput, e §§ 1º e 2º, art. 4º, caput e
Parágrafo único. Os instrumentos previstos no caput deste arti- §1º, e art. 16, caput, da Lei nº 13.140/2015). A conciliação e a
go terão caráter vinculante em relação ao órgão ou entidade mediação são compatíveis com o processo de recuperação
a que se destinam, até ulterior revisão. judicial.

Art. 4o As partes têm o direito de obter em prazo razoável a so-

_____Codigo de Proçesso Civil____ lução integral do mérito, incluída a atividade satisfativa.


[PRINCÍPIO DA DURAÇÃO RAZOÁVEL DO PROCESSO]

Princípios da primazia da solução integral de mérito, executivi-


PARTE GERAL dade dos provimentos jurisdicionais e duração razoável do pro-
LIVRO I cesso.
DAS NORMAS PROCESSUAIS CIVIS
TÍTULO ÚNICO
FPPC372. (art. 4º) O art. 4º tem aplicação em todas as fases e em
DAS NORMAS FUNDAMENTAIS E DA APLICAÇÃO DAS NORMAS
todos os tipos de procedimento, inclusive em incidentes proces-
PROCESSUAIS
suais e na instância recursal, impondo ao órgão jurisdicional
CAPÍTULO I
viabilizar o saneamento de vícios para examinar o mérito,
DAS NORMAS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO CIVIL
sempre que seja possível a sua correção.
Art. 1o O processo civil será ordenado, disciplinado e interpretado
FPPC373. (arts. 4º e 6º) As partes devem cooperar entre si; de-
conforme os valores e as normas fundamentais estabelecidos
vem atuar com ética e lealdade, agindo de modo a evitar a
na Constituição da República Federativa do Brasil, obser-
ocorrência de vícios que extingam o processo sem resolução
vando-se as disposições deste Código.
do mérito e cumprindo com deveres mútuos de esclarecimento
e transparência.
FPPC369. (arts. 1º a 12) O rol de normas fundamentais previsto FPPC574. (arts.4º; 8º) A identificação de vício processual após
no Capítulo I do Título Único do Livro I da Parte Geral do CPC a entrada em vigor do CPC de 2015 gera para o juiz o dever
não é exaustivo de oportunizar a regularização do vício, ainda que ele seja
FPPC370. (arts. 1º a 12) Norma processual fundamental pode ser anterior.
regra ou princípio
Art. 5o Aquele que de qualquer forma participa do processo deve
Art. 2o O processo começa por iniciativa da parte e se desenvolve comportar-se de acordo com a boa-fé.
por impulso oficial, salvo as exceções previstas em lei. [PRINCÍ-
PIO DA INÉRCIA DA JURISDIÇÃO + PRINCÍPIO DO IMPULSO
FPPC374. (art. 5º) O art. 5º prevê a boa-fé objetiva
OFICIAL]
FPPC375. (art. 5º) O órgão jurisdicional também deve com-
portar-se de acordo com a boa-fé objetiva.
Art. 3o Não se excluirá da apreciação jurisdicional ameaça ou le-
FPPC376. (art. 5º) A vedação do comportamento contraditório
são a direito. [PRINCÍPIO DA INAFASTABILIDADE DA JURISDI-
aplica-se ao órgão jurisdicional.
ÇÃO]
FPPC377. (art. 5º) A boa-fé objetiva impede que o julgador pro-
§ 1o É PERMITIDA A ARBITRAGEM, na forma da lei.
fira, sem motivar a alteração, decisões diferentes sobre uma
§ 2o O Estado promoverá, sempre que possível, a solução con-
mesma questão de direito aplicável às situações de fato aná-
sensual dos conflitos.
logas, ainda que em processos distintos.
§ 3o A conciliação, a mediação e outros métodos de solução
FPPC378. (arts. 5º, 6º, 322, §2º, e 489, §3º) A boa fé processual
consensual de conflitos deverão ser estimulados por juízes, ad-
orienta a interpretação da postulação e da sentença, permite
vogados, defensores públicos e membros do Ministério Públi-
a reprimenda do abuso de direito processual e das condutas do-
co, inclusive no curso do processo judicial.
losas de todos os sujeitos processuais e veda seus comporta-
mentos contraditórios.
Súmula 485-STJ: A Lei de Arbitragem aplica-se aos contratos
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JDPC1 A verificação da violação à boa-fé objetiva dispensa a parte que lhe deu causa.
comprovação do animus do sujeito processual. Aquele que despreza a norma não pode
JDPC2 As disposições do Código de Processo Civil aplicam-se dela se aproveitar.
supletiva e subsidiariamente às Leis n. 9.099/1995, 10.259/2001 *Informações retiradas do site https://blog.ebeji.com.br/funcoes-reativas-ou-
e 12.153/2009, desde que não sejam incompatíveis com as re- aspectos-parcelares-da-boa-fe-objetiva-na-jurisprudencia-do-stj/
gras e princípios dessas Leis.
Art. 6o Todos os sujeitos do processo devem cooperar entre si
para que se obtenha, em tempo razoável, decisão de mérito
COROLÁRIOS DA BOA-FÉ OBJETIVA
justa e efetiva.
Supressão a um direito pelo seu não
exercício. No campo processual, verifica-se FPPC6. (arts. 5º, 6º e 190) O negócio jurídico processual não
na perda de um poder processual pelo pode afastar os deveres inerentes à boa-fé e à cooperação.
seu não exercício. FPPC619. (arts.6º, 138, 982, II, 983, §1º) O processo coletivo de-
A chamada “nulidade de algibeira (ou de verá respeitar as técnicas de ampliação do contraditório,
bolso) se configura quando a parte, em- como a realização de audiências públicas, a participação de
bora tenha o direito de alegar nulidade amicus curiae e outros meios de participação
mantém-se inerte durante longo perío-
SUPRESSIO do, deixando para realizar a alegação no
PREVENÇÃO: O juiz deve advertir as
(VERWIRKUNG) momento que melhor lhe convier, não é
partes sobre os riscos e deficiências
admitida, por violar a boa-fé processual.
das manifestações e estratégias por
Art. 278. A nulidade dos atos deve ser ale-
elas adotadas, conclamando-as a corrigir
gada na primeira oportunidade em que
os defeitos sempre que possível.
couber à parte falar nos autos, sob pena de
preclusão. Parágrafo único. Não se aplica o ESCLARECIMENTO: Cumpre ao juiz es-
disposto no caput às nulidades que o juiz clarecer-se quanto às manifestações
deva decretar de ofício, nem prevalece a das partes: questioná-las quanto a obs-
preclusão provando a parte legítimo impe- curidades em suas petições; pedir que
DEVERES DE
dimento. esclareçam ou especifiquem requerimen-
COOPERAÇÃO DO
tos feitos em termos mais genéricos e as-
Surgimento de um direito em razão da JUIZ
sim por diante.
SURRECTIO supressão causada pelo comportamento “PECA”
da parte contrária. Note-se que surrectio e CONSULTA (DIÁLOGO): Impõe-se reco-
supressio são dois lados da mesma moeda. nhecer o contraditório não apenas como
garantia de embate entre as partes, mas
Defesa da parte contra ações dolosas da
também como dever de debate do juiz
parte contrária, sendo a boa-fé nesse
com as partes
EXCEPCIO DOLI caso utilizada como defesa. No processo
vem sendo entendida como a exceção que AUXÍLIO (ADEQUAÇÃO): o juiz deve
a parte tem para paralisar o comportamen- ajudar as partes, eliminando obstácu-
to de quem age dolosamente contra si. los que lhes dificultem ou impeçam o
exercício das faculdades processuais.
Proíbe a adoção de comportamento con-
traditório (contrariando comportamento
VENIRE CONTRA anterior), violando os deveres de confi- Art. 7o É assegurada às partes paridade de tratamento em rela-
FACTUM ança e lealdade (a legítima confiança de ção ao exercício de direitos e faculdades processuais, aos meios
PROPRIUM outrem na conservação objetiva da conduta de defesa, aos ônus, aos deveres e à aplicação de sanções proces-
anterior). suais, competindo ao juiz zelar pelo efetivo contraditório.
Art. 1.000. A parte que aceitar expressa
ou tacitamente a decisão não poderá re- FPPC107. (arts. 7º, 139, I, 218, 437, §2º) O juiz pode, de ofício,
correr. dilatar o prazo para a parte se manifestar sobre a prova docu-
Enunciado FPPC 376. (Art. 5º): A vedação mental produzida.
do comportamento contraditório aplica- FPPC235. (arts. 7º, 9º e 10, CPC; arts. 6º, 7º e 12 da Lei
se ao órgão jurisdicional. 12.016/2009) Aplicam-se ao procedimento do mandado de
segurança os arts. 7º 4.657_____, 9º 4.657_____ e 10 do CPC.
Como decorrência do princípio da boa-fé
FPPC379. (art. 7º) O exercício dos poderes de direção do proces-
processual objetiva não pode a parte criar
so pelo juiz deve observar a paridade de armas das partes.
dolosamente situações que viciem o pro-
cesso para, depois, alegar nulidade, ti-
rando proveito da situação. Assim, veda- Art. 8o Ao aplicar o ordenamento jurídico, o juiz atenderá aos
se o comportamento não esperado, ado- fins sociais e às exigências do bem comum, resguardando e
TU QUOQUE tado em situação de abuso. promovendo a dignidade da pessoa humana e observando a
Art. 276. Quando a lei prescrever determi- proporcionalidade, a razoabilidade, a legalidade, a publicida-
nada forma sob pena de nulidade, a decre- de e a eficiência.
tação desta não pode ser requerida pela
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________Codigo Penãl________ ente doméstico


familiar.
e violência doméstica méstica e familiar.
e familiar

*Tabelas de Direito Penal foram produzidas a partir de aulas do Professor Rogé- PRINCÍPIOS DO DIREITO PENAL
rio Sanches
Princípio da EXCLUSIVA PROTEÇÃO DOS
CONCEITO DE DIREITO PENAL BENS JURÍDICOS
ASPECTO Direito Penal é o conjunto de normas que O direito penal deve servir apenas para prote-
FORMAL/ qualifica certos comportamentos humanos ger bens jurídicos relevantes, indispensáveis
ESTÁTICO como infrações penais, define os seus agentes ao convívio da sociedade.
e fixa sanções a serem-lhes aplicadas. Decorrência do princípio da ofensividade.
O Direito Penal refere-se a comportamentos Princípio da INTERVENÇÃO MÍNIMA
considerados altamente reprováveis ou
ASPECTO danosos ao organismo social, afetando bens O Direito Penal só deve ser aplicado quando
MATERIAL jurídicos indispensáveis à própria conservação estritamente necessário, de modo que sua in-
e progresso da sociedade. tervenção fica condicionada ao fracasso das
demais esferas de controle (caráter subsi-
O Direito Penal é mais um instrumento de diário), observando somente os casos de re-
controle social, visando assegurar a necessária levante lesão ou perigo de lesão ao bem
disciplina para a harmônica convivência dos jurídico tutelado (caráter fragmentário).
membros da sociedade. a) PRINCÍPIO DA FRAGMENTARIEDADE (ou
Aprofundando o enfoque sociológico caráter fragmentário do Direito Penal): es-
- A manutenção da paz social demanda a tabelece que nem todos os ilícitos configuram
existência de normas destinadas a estabelecer infrações penais, mas apenas os que atentam
diretrizes. contra valores fundamentais para a manu-
ASPECTO - Quando violadas as regras de conduta, surge tenção e o progresso do ser humano e da
SOCIOLÓGICO/ para o Estado o dever de aplicar sanções (civis sociedade. Em razão de seu caráter fragmen-
DINÂMICO ou penais). tário, o Direito Penal é a última etapa de pro-
- Nessa tarefa de controle social atuam vários Princípios
teção do bem jurídico. Deve ser utilizado no
ramos do direito, como o Direito Civil, Direito relacionados
plano abstrato, para o fim de permitir a cria-
Administrativo, etc. O Direito Penal é apenas com a MISSÃO
ção de tipos penais somente quando os de-
um dos ramos do controle social. FUNDAMENTAL
mais ramos do Direito tiverem falhado na ta-
- Quando a conduta atenta contra bens DO DIREITO
refa de proteção de um bem jurídico. Refere-
jurídicos especialmente tutelados, merece PENAL
se, assim, à atividade legislativa.
reação mais severa por parte do Estado, FRAGMENTARIEDADE ÀS AVESSAS: situa-
valendo-se do Direito Penal. ções em que um comportamento inicial-
IMPORTANTE O que diferencia a norma mente típico deixa de interessar ao Direito
penal das demais é a espécie de Penal, sem prejuízo da sua tutela pelos de-
consequência jurídica, ou seja, pena mais ramos do Direito.
privativa de liberdade (PPL) IMPORTANTE O princípio da insignificância
- O Direito Penal é norteado pelo princípio da é desdobramento lógico da fragmentarieda-
intervenção mínima, só atuando quando os de.
outros ramos do direito falham. b) PRINCÍPIO DA SUBSIDIARIEDADE: a atu-
ação do Direito Penal é cabível unicamente
quando os outros ramos do Direito e os de-
Direito Penal Criminologia Política Criminal
mais meios estatais de controle social tive-
(Ciência Penal) (Ciência Política)
rem se revelado impotentes para o contro-
Analisa os fatos Ciência empírica Trabalha as estraté- le da ordem pública. Assim, o Direito Penal
humanos indeseja- que estuda o cri- gias e os meios de funciona como um executor de reserva ( ul-
dos, define quais me, o criminoso, a controle social da tima ratio), entrando em cena somente
devem ser rotulados vítima e o com- criminalidade. quando outros meios estatais de proteção
como crime ou portamento da so- mais brandos, e, portanto, menos invasivos da
contravenção, ciedade. liberdade individual não forem suficientes
anunciando as pe- para a proteção do bem jurídico tutelado.
nas. Projeta-se no plano concreto, isto é, em sua
atuação prática o Direito Penal somente se le-
Ocupa-se do crime Ocupa-se do crime Ocupa-se do crime gitima quando os demais meios disponíveis já
enquanto NORMA. enquanto FATO enquanto VALOR. tiverem sido empregados, sem sucesso, para
social. proteção do bem jurídico. Guarda relação,
ex.: define como cri- ex.: quais fatores ex.: estuda como di- portanto, com a tarefa de aplicação da lei pe-
me lesão no ambi- contribuem para a minuir a violência do- nal.
Dia 1 / 15

Princípio da EXTERIORIZAÇÃO ou potencial) a bem jurídico, relevante e de ter-


MATERIALIZAÇÃO DO FATO ceiro, podem estar sujeitas ao Direito Penal.
-CRIME DE DANO: ocorre efetiva lesão ao
O Estado só pode incriminar condutas huma-
bem jurídico. Ex: homicídio.
nas voluntárias, isto é, fatos.
-CRIME DE PERIGO: basta risco de lesão ao
ATENÇÃO Veda-se o Direito Penal do autor:
bem jurídico. Ex.: embriaguez ao volante; por-
consistente na punição do indivíduo baseada
te de arma.
em seus pensamentos, desejos e estilo de
a) Perigo abstrato: o risco de lesão é absolu-
vida. Conclusão: O Direito Penal Brasileiro
tamente presumido por lei.
segue Direito Penal do Fato.
b) Perigo concreto:
RESQUÍCIOS DE DIREITO PENAL DO AUTOR
De vítima determinada: o risco deve
NO DIREITO BRASILEIRO: Até 2009, mendi-
ser demonstrado indicando pessoa
cância era contravenção penal; Vadiagem é
certa em perigo.
contravenção penal.
De vítima difusa: o risco deve ser de-
ATENÇÃO Identifica-se a aplicação do di-
monstrado dispensando vítima deter-
reito penal do autor em detrimento ao di-
minada.
reito penal do fato:
- Fixação da pena Princípio da RESPONSABILIDADE PESSOAL
- Regime de cumprimento da pena e espécies
Proíbe-se o castigo pelo fato de outrem. Está
de sanção.
vedada a responsabilidade penal coletiva.
Princípio da LEGALIDADE DESDOBRAMENTOS:
a) Obrigatoriedade da individualização da
Art. 5º , II, C.F. – “ninguém será obrigado a fa-
acusação (é proibida a denúncia genérica,
zer ou deixar de fazer alguma coisa senão em
vaga ou evasiva). O Promotor de Justiça deve
virtude de lei;”
individualizar os comportamentos. OBS: Nos
Art. 5º, XXXIX, C.F. – “não há crime sem lei an-
crimes societários, os Tribunais Superiores fle-
terior que o defina, nem pena sem prévia co-
xibilizam essa obrigatoriedade.
minação legal;”
b) Obrigatoriedade da individualização da
Art. 1º, C.P. - “Não há crime sem lei anterior Princípios
pena (é mandamento constitucional, evitando
que o defina. Não há pena sem prévia comi- relacionados
Princípios responsabilidade coletiva).
nação legal.” com o AGENTE
relacionados
DESDOBRAMENTOS DO PRINCÍPIO DA LE- DO FATO Princípio da RESPONSABILIDADE
com o FATO DO
GALIDADE: SUBJETIVA
AGENTE
a) não há crime ou pena sem lei (medida pro-
Não basta que o fato seja materialmente cau-
visória não pode criar crime, nem cominar
sado pelo agente, ficando a sua responsabili-
pena)
dade condicionada à existência da voluntari-
b) não há crime ou pena sem lei anterior
edade (dolo/culpa). Está proibida a respon-
(princípio da anterioridade)
sabilidade penal objetiva, isto é, sem dolo
c) não há crime ou pena sem lei escrita (proí-
ou culpa.
be costume incriminador)
Temos doutrina anunciando CASOS DE RES-
d) não há crime ou pena sem lei estrita (pro-
PONSABILIDADE PENAL OBJETIVA (autori-
íbe-se a utilização da analogia para criar tipo
zadas por lei):
incriminador - analogia in malam partem).
1- Embriaguez voluntária
e) não há crime ou pena sem lei certa (Princí-
Crítica: a teoria da actio libera in causa exige
pio da Taxatividade ou da determinação; Proi-
não somente uma análise pretérita da impu-
bição de criação de tipos penais vagos e inde-
tabilidade, mas também da consciência e
terminados)
vontade do agente.
f) não há crime ou pena sem lei necessária
2- Rixa Qualificada
(desdobramento lógico do princípio da inter-
Crítica: só responde pelo resultado agravador
venção mínima)
quem atuou frente a ele com dolo ou culpa,
evitando-se responsabilidade penal objetiva.
Fundamentos do Princípio da Legalidade
3- Responsabilidade penal da pessoa jurídi-
- JURÍDICO: taxatividade, certeza ou determi-
ca nos crimes ambientais
nação.
- POLÍTICO: garantia contra a devida ingerên- Princípio da CULPABILIDADE
cia no Estado na vida particular.
Postulado limitador do direito de punir.
- HISTÓRICO: Magna Carta (1215)
Só pode o Estado impor sanção penal ao
- DEMOCRÁTICO: separação dos poderes
agente imputável, isto é, penalmente capaz,
Princípio da OFENSIVIDADE/LESIVIDADE com potencial consciência da ilicitude (possi-
bilidade de conhecer o caráter ilícito do com-
Exige que do fato praticado ocorra lesão ou
portamento), quando dele exigível conduta
perigo de lesão ao bem jurídico tutelado.
diversa.
Somente condutas que causem lesão (efetiva/
Dia 1 / 16

Princípio da ISONOMIA ção de reparar o dano e a decretação do per-


dimento de bens ser, nos termos da lei, esten-
A isonomia que se garante é a isonomia subs-
didas aos sucessores e contra eles executadas,
tancial. Deve-se tratar de forma igual o que é
até o limite do valor do patrimônio transferi-
igual, e desigualmente o que é desigual.
do.”
Princípio da PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA
Princípio da VEDAÇÃO DO “BIS IN IDEM”
Convenção Americana de Direitos Humanos -
Veda-se segunda punição pelo mesmo fato.
Artigo 8º .2: “Toda pessoa acusada de um de-
Exceção: Art. 8º - A pena cumprida no estran-
lito tem direito a que se presuma sua ino-
geiro atenua a pena imposta no Brasil pelo
cência, enquanto não for legalmente com-
mesmo crime, quando diversas, ou nela é
provada sua culpa. Durante o processo, toda
computada, quando idênticas – possibilida-
pessoa tem direito, em plena igualdade, às
de do sujeito ser processado duas vezes pelo
seguintes garantias mínimas:”
mesmo fato.
Art. 5º, LVII C.F. – “ninguém será considerado
culpado até o trânsito em julgado de senten-
ça penal condenatória;” TÍTULO I
DA APLICAÇÃO DA LEI PENAL
Princípio da DIGNIDADE DA Anterioridade da Lei
PESSOA HUMANA Art. 1º - Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há
A ninguém pode ser imposta pena ofensiva à pena sem prévia cominação legal.
dignidade da pessoa humana, vedando-se a
sanção indigna, cruel, desumana e degradan- Lei penal no tempo
te. Art. 2º - Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior
deixa de considerar crime, CESSANDO em virtude dela a EXECU-
Princípio da INDIVIDUALIZAÇÃO DA PENA ÇÃO e os EFEITOS PENAIS da sentença condenatória (abolitio
A individualização da pena deve ser observa- criminis)
da em 3 momentos: Parágrafo único - A lei posterior, que de qualquer modo fa-
1- FASE LEGISLATIVA: observada pelo legis- vorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que de-
lador no momento da definição do crime e na cididos por sentença condenatória transitada em julgado (re-
cominação de sua pena. Pena abstrata. troatividade de lei penal benéfica)
2- FASE JUDICIAL: observada pelo juiz na fi-
xação da pena. Pena concreta. TEMPO DA LEI POSTERIOR (IR) RETROATIVI-
3- FASE DE EXECUÇÃO: garantindo-se a indi- CONDUTA DADE
vidualização da execução penal (art. 5°, LEP).
Fato atípico Fato típico Irretroatividade
Princípios Princípio da PROPORCIONALIDADE
Fato típico Aumento de pena, p.ex. Irretroatividade
relacionados
Trata-se de princípio constitucional implícito
com a PENA Fato típico Supressão de figura Retroatividade
(desdobramento da individualização da pena).
criminosa
Curiosidade: foi durante o Iluminismo, mar-
cado pela obra “Dos delitos e das penas” Fato típico Diminuição de pena, Retroatividade
(Beccaria) que se despertou maior atenção p.ex.
para a proporcionalidade na resposta estatal
Fato típico Migra o conteúdo cri- Princípio da continui-
(Beccaria propunha a retribuição proporcio-
minoso para outro tipo dade normativo-típi-
nal).
penal ca
RESUMO: a pena deve ajustar-se à gravidade
do fato, sem desconsiderar as condições do
agente. Súmula 611-STF: Transitada em julgado a sentença condenató-
Dupla face do princípio da proporcionali- ria, COMPETE AO JUÍZO DAS EXECUÇÕES a aplicação de lei
dade (Lenio Streck): mais benigna.
1a Face: IMPEDIR A HIPERTROFIA DA PU-
NIÇÃO; GARANTISMO NEGATIVO (Ferrajoli);
Lei excepcional ou temporária
Garantia do indivíduo contra o Estado.
Art. 3º - A lei excepcional ou temporária, embora decorri-
2a Face: Evitar a insuficiência da interven-
do o período de sua duração ou cessadas as circunstâncias que a
ção do Estado (EVITAR PROTEÇÃO DEFICI-
determinaram, aplica-se ao fato praticado durante sua vigên-
ENTE); Imperativo de tutela; GARANTISMO
cia (ultratividade)
POSITIVO (Ferrajoli); Garantia do indivíduo
em ver o Estado protegendo bens jurídicos
com eficiência. A lei excepcional ou temporária possuem duas características
essenciais:
Princípio da PESSOALIDADE - Autorrevogabilidade
“Artigo 5º, XLV CF – nenhuma pena passará - Ultratividade
da pessoa do condenado, podendo a obriga-
Dia 1 / 17

Tempo do crime ca, sociedade de economia mista, autarquia ou fundação insti-


Art. 4º - Considera-se praticado o crime no momento da tuída pelo Poder Público (P. Defesa ou Real);
ação ou omissão, ainda que outro seja o momento do resultado. c) contra a administração pública, por quem está a seu ser-
viço (P. Defesa ou Real);
TEMPO DO CRIME d) de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domi-
ciliado no Brasil (P. Justiça Universal);
TEORIA DA Considera-se praticado o crime no momento II ( CONDICIONADA) - os crimes:
ATIVIDADE da conduta (A/O) a) que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a
Adotada reprimir (P. Justiça Universal);
TEORIA DO Considera-se praticado o crime no momento b) praticados por brasileiro (P. Nacionalidade Ativa);
RESULTADO do resultado. c) praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mer-
cantes ou de propriedade privada, quando em território es-
TEORIA Considera-se praticado o crime no momento trangeiro e aí não sejam julgados (P. Representação).
MISTA / da conduta (A/O) ou do resultado. § 1º - Nos casos do inciso I (INCONDICIONADA), o agente
UBIQUIDADE é punido segundo a lei brasileira, ainda que absolvido ou con-
denado no estrangeiro (possibilidade de dupla condenação
Territorialidade pelo mesmo fato)
Art. 5º - Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de conven- § 2º - Nos casos do inciso II (CONDICIONADA), a aplicação
ções, tratados e regras de direito internacional, ao crime cometi- da lei brasileira depende do concurso das seguintes condições:
do no território nacional. a) entrar o agente no território nacional;
§ 1º - Para os efeitos penais, consideram-se como extensão b) ser o fato punível também no país em que foi pratica-
do território nacional as embarcações e aeronaves brasileiras, do;
de natureza pública ou a serviço do governo brasileiro onde c) estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasi-
quer que se encontrem, bem como as aeronaves e as embarca- leira autoriza a extradição;
ções brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, que se d) não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não
achem, respectivamente, no espaço aéreo correspondente ou ter aí cumprido a pena;
em alto-mar. e) não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por
§ 2º - É também aplicável a lei brasileira aos crimes pratica- outro motivo, não estar extinta a punibilidade, segundo a lei
dos a bordo de aeronaves ou embarcações estrangeiras de mais favorável.
propriedade privada, achando-se aquelas em pouso no territó- § 3º - A lei brasileira aplica-se também ao crime cometido
rio nacional ou em voo no espaço aéreo correspondente, e es- por estrangeiro contra brasileiro fora do Brasil, se, reunidas as
tas em porto ou mar territorial do Brasil. condições previstas no parágrafo anterior: (HIPERCONDICIONA-
DA)
Lugar do crime a) não foi pedida ou foi negada a extradição;
Art. 6º - Considera-se praticado o crime no lugar em que b) houve requisição do Ministro da Justiça.
ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como
onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado. Pena cumprida no estrangeiro
Art. 8º - A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena im-
LUGAR DO CRIME posta no Brasil pelo mesmo crime, quando diversas, ou nela é
computada, quando idênticas.
TEORIA DA O crime considera-se praticado no lugar da
ATIVIDADE conduta. Eficácia de sentença estrangeira
Art. 9º - A sentença estrangeira, quando a aplicação da lei
TEORIA DO O crime considera-se praticado no lugar do brasileira produz na espécie as mesmas consequências, pode ser
RESULTADO resultado. homologada no Brasil para:
I - obrigar o condenado à reparação do dano, a restitui-
TEORIA O crime considera-se praticado no lugar da ções e a outros efeitos civis (depende de pedido da parte inte-
MISTA / conduta ou do resultado. ressada)
UBIQUIDADE Adotada II - sujeitá-lo a medida de segurança. (depende da existên-
cia de tratado de extradição com o país de cuja autoridade judi-
DICA: LuTa (Lugar do crime = Ubiquidade/Tempo do ciária emanou a sentença, ou, na falta de tratado, de requisição
crime=Atividade) do ministro da justiça).

Contagem de prazo +C-F


Extraterritorialidade
Art. 10 - O dia do começo inclui-se no cômputo do prazo.
Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos
Contam-se os dias, os meses e os anos pelo calendário comum.
no estrangeiro:
I (INCONDICIONADA)- os crimes:
Frações não computáveis da pena
a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da República
Art. 11 - Desprezam-se, nas penas privativas de liberdade
(P. Defesa ou Real);
e nas restritivas de direitos, as frações de dia, e, na pena de
b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito
multa, as frações de cruzeiro.
Federal, de Estado, de Território, de Município, de empresa públi-

Legislação especial
Dia 1 / 19

XVI - deferir pedido de admissão de assistente técnico para efetividade da persecução penal, o direito à informação e a digni-
acompanhar a produção da perícia; (LEI 13964/19) dade da pessoa submetida à prisão. (LEI 13964/19)
XVII - decidir sobre a homologação de acordo de não
persecução penal ou os de colaboração premiada, quando É responsável pelo controle da legalidade da
formalizados durante a investigação; (LEI 13964/19) investigação criminal e pela salvaguarda dos
XVIII - outras matérias inerentes às atribuições definidas direitos individuais
no caput deste artigo. (LEI 13964/19)
§ 2º Se o investigado estiver preso, o juiz das garantias poderá, A competência abrange todas as infrações
JUIZ DAS
mediante representação da autoridade policial e ouvido o penais, EXCETO AS DE MENOR POTENCIAL
GARANTIAS
Ministério Público, prorrogar, uma única vez, a duração do OFENSIVO
inquérito por até 15 dias, após o que, se ainda assim a A competência CESSA COM O RECEBIMENTO
investigação não for concluída, a prisão será imediatamente DA DENÚNCIA OU QUEIXA
relaxada. (LEI 13964/19)
Suas decisões NÃO vinculam o juiz da
Art. 3º-C. A competência do juiz das garantias abrange todas as instrução e julgamento
infrações penais, EXCETO AS DE MENOR POTENCIAL
O juiz que, na fase de investigação, praticar
OFENSIVO, e CESSA COM O RECEBIMENTO DA DENÚNCIA OU
qualquer ato incluído nas competências dos
QUEIXA na forma do art. 399 deste Código. (LEI 13964/19)
arts. 4º e 5º deste Código FICARÁ IMPEDIDO
§ 1º Recebida a denúncia ou queixa, as questões pendentes serão
de funcionar no processo.
decididas pelo juiz da instrução e julgamento. (LEI 13964/19)
§ 2º As decisões proferidas pelo juiz das garantias NÃO
VINCULAM o juiz da instrução e julgamento, que, após o
recebimento da denúncia ou queixa, deverá reexaminar a
necessidade das medidas cautelares em curso, no prazo
máximo de 10 dias. (LEI 13964/19)
§ 3º Os autos que compõem as matérias de competência do juiz
das garantias ficarão acautelados na secretaria desse juízo, à
disposição do Ministério Público e da defesa, e não serão
apensados aos autos do processo enviados ao juiz da
instrução e julgamento, ressalvados os documentos relativos
às provas irrepetíveis, medidas de obtenção de provas ou de
antecipação de provas, que deverão ser remetidos para
apensamento em apartado. (LEI 13964/19)
§ 4º Fica assegurado às partes o amplo acesso aos autos
acautelados na secretaria do juízo das garantias. (LEI 13964/19)

Art. 3º-D. O juiz que, na fase de investigação, praticar qualquer


ato incluído nas competências dos arts. 4º e 5º deste Código
FICARÁ IMPEDIDO de funcionar no processo.
Parágrafo único. Nas comarcas em que funcionar apenas um juiz,
os tribunais criarão um sistema de rodízio de magistrados, a fim
de atender às disposições deste Capítulo. (LEI 13964/19)

Art. 3º-E. O juiz das garantias será designado conforme as normas


de organização judiciária da União, dos Estados e do Distrito
Federal, observando critérios objetivos a serem periodicamente
divulgados pelo respectivo tribunal. (LEI 13964/19)

Art. 3º-F. O juiz das garantias deverá assegurar o cumprimento


das regras para o tratamento dos presos, impedindo o acordo
ou ajuste de qualquer autoridade com órgãos da imprensa
para explorar a imagem da pessoa submetida à prisão, sob pena
de responsabilidade civil, administrativa e penal. (LEI 13964/19)
Parágrafo único. Por meio de regulamento, as autoridades deve-
rão disciplinar, em 180 dias, o modo pelo qual as informações
sobre a realização da prisão e a identidade do preso serão, de
modo padronizado e respeitada a programação normativa aludi-
da no caput deste artigo, transmitidas à imprensa, assegurados a

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