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do Trabalho – CLT
e normas correlatas
5a edição
Atualizada até outubro de 2022
SENADO FEDERAL
Mesa
Biênio 2021 – 2022
Senador Romário
SEGUNDO-VICE-PRESIDENTE
Senador Irajá
PRIMEIRO-SECRETÁRIO
SUPLENTES DE SECRETÁRIO
Senador Jorginho Mello
Senador Luiz Carlos do Carmo
Senadora Eliziane Gama
Senador Zequinha Marinho
Secretaria de Editoração e Publicações
Coordenação de Edições Técnicas
5a edição
Brasília – 2022
Edição do Senado Federal
Diretora-Geral: Ilana Trombka
Secretário-Geral da Mesa: Gustavo A. Sabóia Vieira
CDDir 342.6981
7 Apresentação
19 Decreto-lei no 5.452/1943
Aprova a Consolidação das Leis do Trabalho.
Normas correlatas
O conteúdo aqui apresentado está atualizado até a data de fechamento da edição. Eventuais
notas de rodapé trazem informações complementares acerca dos dispositivos que compõem
as normas compiladas.
Apresentação
Apresentação
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Dispositivos constitucionais
pertinentes
Constituição
da República Federativa do Brasil
TÍTULO I – Dos Princípios Fundamentais Art. 6o São direitos sociais a educação, a saúde,
a alimentação, o trabalho, a moradia, o transpor-
Art. 1o A República Federativa do Brasil, for- te, o lazer, a segurança, a previdência social, a
mada pela união indissolúvel dos Estados e proteção à maternidade e à infância, a assistência
Municípios e do Distrito Federal, constitui-se aos desamparados, na forma desta Constituição.
em Estado Democrático de Direito e tem como Parágrafo único. Todo brasileiro em situação
fundamentos: de vulnerabilidade social terá direito a uma ren-
I – a soberania; da básica familiar, garantida pelo poder público
II – a cidadania; em programa permanente de transferência de
III – a dignidade da pessoa humana; renda, cujas normas e requisitos de acesso serão
IV – os valores sociais do trabalho e da livre determinados em lei, observada a legislação
iniciativa; fiscal e orçamentária.
V – o pluralismo político.
Parágrafo único. Todo o poder emana do Art. 7o São direitos dos trabalhadores urbanos
povo, que o exerce por meio de representan- e rurais, além de outros que visem à melhoria
tes eleitos ou diretamente, nos termos desta de sua condição social:
Constituição. I – relação de emprego protegida contra des-
pedida arbitrária ou sem justa causa, nos termos
Art. 2o São Poderes da União, independentes e de lei complementar, que preverá indenização
harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo compensatória, dentre outros direitos;
e o Judiciário. II – seguro-desemprego, em caso de desem-
prego involuntário;
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas
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VIII – décimo terceiro salário com base na XXV – assistência gratuita aos filhos e depen-
remuneração integral ou no valor da aposen- dentes desde o nascimento até 5 (cinco) anos
tadoria; de idade em creches e pré-escolas;
IX – remuneração do trabalho noturno su- XXVI – reconhecimento das convenções e
perior à do diurno; acordos coletivos de trabalho;
X – proteção do salário na forma da lei, cons- XXVII – proteção em face da automação,
tituindo crime sua retenção dolosa; na forma da lei;
XI – participação nos lucros, ou resultados, XXVIII – seguro contra acidentes de tra-
desvinculada da remuneração, e, excepcional- balho, a cargo do empregador, sem excluir a
mente, participação na gestão da empresa, con- indenização a que este está obrigado, quando
forme definido em lei; incorrer em dolo ou culpa;
XII – salário-família pago em razão do de- XXIX – ação, quanto aos créditos resultantes
pendente do trabalhador de baixa renda nos das relações de trabalho, com prazo prescricio-
termos da lei; nal de cinco anos para os trabalhadores urbanos
XIII – duração do trabalho normal não su- e rurais, até o limite de dois anos após a extinção
perior a oito horas diárias e quarenta e quatro do contrato de trabalho;
semanais, facultada a compensação de horários a) (Revogada);
e a redução da jornada, mediante acordo ou b) (Revogada);
convenção coletiva de trabalho; XXX – proibição de diferença de salários, de
XIV – jornada de seis horas para o trabalho exercício de funções e de critério de admissão
realizado em turnos ininterruptos de reveza- por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil;
mento, salvo negociação coletiva; XXXI – proibição de qualquer discriminação
XV – repouso semanal remunerado, prefe- no tocante a salário e critérios de admissão do
rencialmente aos domingos; trabalhador portador de deficiência;
XVI – remuneração do serviço extraordi- XXXII – proibição de distinção entre tra-
nário superior, no mínimo, em cinquenta por balho manual, técnico e intelectual ou entre os
cento à do normal; profissionais respectivos;
XVII – gozo de férias anuais remuneradas XXXIII – proibição de trabalho noturno,
com, pelo menos, um terço a mais do que o perigoso ou insalubre a menores de dezoito e
salário normal; de qualquer trabalho a menores de dezesseis
XVIII – licença à gestante, sem prejuízo do anos, salvo na condição de aprendiz, a partir
emprego e do salário, com a duração de cento de quatorze anos;
e vinte dias; XXXIV – igualdade de direitos entre o traba-
XIX – licença-paternidade, nos termos fi- lhador com vínculo empregatício permanente
xados em lei; e o trabalhador avulso.
XX – proteção do mercado de trabalho da Parágrafo único. São assegurados à categoria
mulher, mediante incentivos específicos, nos dos trabalhadores domésticos os direitos pre-
termos da lei; vistos nos incisos IV, VI, VII, VIII, X, XIII, XV,
Dispositivos constitucionais pertinentes
XXI – aviso prévio proporcional ao tempo XVI, XVII, XVIII, XIX, XXI, XXII, XXIV, XXVI,
de serviço, sendo no mínimo de trinta dias, nos XXX, XXXI e XXXIII e, atendidas as condições
termos da lei; estabelecidas em lei e observada a simplificação
XXII – redução dos riscos inerentes ao tra- do cumprimento das obrigações tributárias,
balho, por meio de normas de saúde, higiene principais e acessórias, decorrentes da relação
e segurança; de trabalho e suas peculiaridades, os previstos
XXIII – adicional de remuneração para as nos incisos I, II, III, IX, XII, XXV e XXVIII,
atividades penosas, insalubres ou perigosas, bem como a sua integração à previdência social.
na forma da lei;
XXIV – aposentadoria; Art. 8o É livre a associação profissional ou
sindical, observado o seguinte:
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I – a lei não poderá exigir autorização do se eleito, ainda que suplente, até um ano após o
Estado para a fundação de sindicato, ressalvado final do mandato, salvo se cometer falta grave
o registro no órgão competente, vedadas ao nos termos da lei.
Poder Público a interferência e a intervenção Parágrafo único. As disposições deste artigo
na organização sindical; aplicam-se à organização de sindicatos rurais
II – é vedada a criação de mais de uma orga- e de colônias de pescadores, atendidas as con-
nização sindical, em qualquer grau, represen- dições que a lei estabelecer.
tativa de categoria profissional ou econômica,
na mesma base territorial, que será definida Art. 9o É assegurado o direito de greve, com-
pelos trabalhadores ou empregadores interes- petindo aos trabalhadores decidir sobre a opor-
sados, não podendo ser inferior à área de um tunidade de exercê-lo e sobre os interesses que
Município; devam por meio dele defender.
III – ao sindicato cabe a defesa dos direitos e § 1o A lei definirá os serviços ou atividades
interesses coletivos ou individuais da categoria, essenciais e disporá sobre o atendimento das
inclusive em questões judiciais ou adminis- necessidades inadiáveis da comunidade.
trativas; § 2o Os abusos cometidos sujeitam os res-
IV – a assembleia geral fixará a contribuição ponsáveis às penas da lei.
que, em se tratando de categoria profissional,
será descontada em folha, para custeio do sis- Art. 10. É assegurada a participação dos tra-
tema confederativo da representação sindical balhadores e empregadores nos colegiados dos
respectiva, independentemente da contribuição órgãos públicos em que seus interesses pro-
prevista em lei; fissionais ou previdenciários sejam objeto de
V – ninguém será obrigado a filiar-se ou a discussão e deliberação.
manter-se filiado a sindicato;
VI – é obrigatória a participação dos sin- Art. 11. Nas empresas de mais de duzentos
dicatos nas negociações coletivas de trabalho; empregados, é assegurada a eleição de um re-
VII – o aposentado filiado tem direito a votar presentante destes com a finalidade exclusiva
e ser votado nas organizações sindicais; de promover-lhes o entendimento direto com
VIII – é vedada a dispensa do empregado os empregadores.
sindicalizado a partir do registro da candidatura �������������������������������������������������������������������������������
a cargo de direção ou representação sindical e,
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas
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Consolidação das Leis do Trabalho
Índice sistemático do
Decreto-lei no 5.452/1943
19 Título I – Introdução
21 Título II – Das Normas Gerais de Tutela do Trabalho
21 Capítulo I –Da Identificação Profissional
21 Seção I – Da Carteira de Trabalho e Previdência Social
22 Seção II – Da Emissão da Carteira
22 Seção III – Da Entrega das Carteiras de Trabalho e Previdência Social
22 Seção IV – Das Anotações
23 Seção V – Das Reclamações por Falta ou Recusa de Anotação
23 Seção VI – Do Valor das Anotações
23 Seção VII – Dos Livros de Registro de Empregados
24 Seção VIII – Das Penalidades
24 Capítulo II – Da Duração do Trabalho
24 Seção I – Disposição Preliminar
25 Seção II – Da Jornada de Trabalho
27 Seção III – Dos Períodos de Descanso
28 Seção IV – Do Trabalho Noturno
28 Seção V – Do Quadro de Horário
28 Seção VI – Das Penalidades
28 Capítulo II-A – Do Teletrabalho
30 Capítulo III – Do Salário Mínimo
30 Seção I – Do Conceito
30 Seção II – Das Regiões, Zonas e Subzonas
30 Seção III – Da Constituição das Comissões
30 Seção IV – Das Atribuições das Comissões de Salário Mínimo
30 Seção V – Da Fixação do Salário Mínimo
30 Seção VI – Disposições Gerais
31 Capítulo IV – Das Férias Anuais
31 Seção I – Do Direito a Férias e da Sua Duração
32 Seção II – Da Concessão e da Época das Férias
33 Seção III – Das Férias Coletivas
33 Seção IV – Da Remuneração e do Abono de Férias
34 Seção V – Dos Efeitos da Cessação do Contrato de Trabalho
34 Seção VI – Do Início da Prescrição
34 Seção VII – Disposições Especiais
35 Seção VIII – Das Penalidades
35 Capítulo V – Da Segurança e da Medicina do Trabalho
35 Seção I – Disposições Gerais
35 Seção II – Da Inspeção Prévia e do Embargo ou Interdição
36 Seção III – Dos Órgãos de Segurança e de Medicina do Trabalho nas Empresas
37 Seção IV – Do Equipamento de Proteção Individual
37 Seção V – Das Medidas Preventivas de Medicina do Trabalho
37 Seção VI – Das Edificações
38 Seção VII – Da Iluminação
38 Seção VIII – Do Conforto Térmico
38 Seção IX – Das Instalações Elétricas
38 Seção X – Da Movimentação, Armazenagem e Manuseio de Materiais
39 Seção XI – Das Máquinas e Equipamentos
39 Seção XII – Das Caldeiras, Fornos e Recipientes sob Pressão
40 Seção XIII – Das Atividades Insalubres ou Perigosas
41 Seção XIV – Da Prevenção da Fadiga
41 Seção XV – Das Outras Medidas Especiais de Proteção
42 Seção XVI – Das Penalidades
42 Título II-A – Do Dano Extrapatrimonial
43 Título III – Das Normas Especiais de Tutela do Trabalho
43 Capítulo I – Das Disposições Especiais sobre Duração e Condições de Trabalho
43 Seção I – Dos Bancários
43 Seção II – Dos Empregados nos Serviços de Telefonia, de Telegrafia
Submarina e Subfluvial, de Radiotelegrafia e Radiotelefonia
44 Seção III – Dos Músicos Profissionais
44 Seção IV – Dos Operadores Cinematográficos
45 Seção IV-A – Do Serviço do Motorista Profissional Empregado
47 Seção V – Do Serviço Ferroviário
49 Seção VI – Das Equipagens das Embarcações da Marinha Mercante Nacional,
de Navegação Fluvial e Lacustre, do Tráfego nos Portos e da Pesca
50 Seção VII – Dos Serviços Frigoríficos
51 Seção VIII – Dos Serviços de Estiva
51 Seção IX – Dos Serviços de Capatazias nos Portos
51 Seção X – Do Trabalho em Minas de Subsolo
51 Seção XI – Dos Jornalistas Profissionais
53 Seção XII – Dos Professores
54 Seção XIII – Dos Químicos
58 Seção XIV – Das Penalidades
58 Capítulo II – Da Nacionalização do Trabalho
58 Seção I – Da Proporcionalidade de Empregados Brasileiros
59 Seção II – Das Relações Anuais de Empregados
60 Seção III – Das Penalidades
60 Seção IV – Disposições Gerais
61 Seção V – Das Disposições Especiais sobre a Nacionalização da Marinha Mercante
61 Capítulo III – Da Proteção do Trabalho da Mulher
61 Seção I – Da Duração, Condições do Trabalho e da Discriminação contra a Mulher
62 Seção II – Do Trabalho Noturno
62 Seção III – Dos Períodos de Descanso
62 Seção IV – Dos Métodos e Locais de Trabalho
63 Seção V – Da Proteção à Maternidade
65 Seção VI – Das Penalidades
65 Capítulo IV – Da Proteção do Trabalho do Menor
65 Seção I – Disposições Gerais
66 Seção II – Da Duração do Trabalho
67 Seção III – Da Admissão em Emprego e da Carteira de Trabalho e Previdência Social
67 Seção IV – Dos Deveres dos Responsáveis Legais de Menores
e dos Empregadores. Da Aprendizagem
69 Seção V – Das Penalidades
69 Seção VI – Disposições Finais
70 Título IV – Do Contrato Individual do Trabalho
70 Capítulo I – Disposições Gerais
72 Capítulo II – Da Remuneração
75 Capítulo III – Da Alteração
76 Capítulo IV – Da Suspensão e da Interrupção
77 Capítulo V – Da Rescisão
80 Capítulo VI – Do Aviso Prévio
81 Capítulo VII – Da Estabilidade
82 Capítulo VIII – Da Força Maior
82 Capítulo IX – Disposições Especiais
83 Título IV-A – Da Representação dos Empregados
84 Título V – Da Organização Sindical
84 Capítulo I – Da Instituição Sindical
84 Seção I – Da Associação em Sindicato
84 Seção II – Do Reconhecimento e Investidura Sindical
86 Seção III – Da Administração do Sindicato
87 Seção IV – Das Eleições Sindicais
88 Seção V – Das Associações Sindicais de Grau Superior
89 Seção VI – Dos Direitos dos Exercentes de Atividades ou Profissões e dos Sindicalizados
91 Seção VII – Da Gestão Financeira do Sindicato e Sua Fiscalização
93 Seção VIII – Das Penalidades
94 Seção IX – Disposições Gerais
95 Capítulo II – Do Enquadramento Sindical
96 Capítulo III – Da Contribuição Sindical
96 Seção I – Da Fixação e do Recolhimento da Contribuição Sindical
99 Seção II – Da Aplicação da Contribuição Sindical
100 Seção III – Da Comissão da Contribuição Sindical
100 Seção IV – Das Penalidades
101 Seção V – Disposições Gerais
102 Título VI – Das Convenções Coletivas de Trabalho
106 Título VI-A – Das Comissões de Conciliação Prévia
107 Título VII – Do Processo de Multas Administrativas
107 Capítulo I – Da Fiscalização, da Autuação e da Imposição de Multas
109 Capítulo II – Dos Recursos
109 Capítulo III – Do Depósito, da Inscrição e da Cobrança
110 Título VII-A – Da Prova de Inexistência de Débitos Trabalhistas
110 Título VIII – Da Justiça do Trabalho
110 Capítulo I – Introdução
111 Capítulo II – Das Juntas de Conciliação e Julgamento
111 Seção I – Da Composição e Funcionamento
111 Seção II – Da Jurisdição e Competência das Juntas
112 Seção III – Dos Presidentes das Juntas
113 Seção IV – Dos Vogais das Juntas
115 Capítulo III – Dos Juízos de Direito
115 Capítulo IV – Dos Tribunais Regionais do Trabalho
115 Seção I – Da Composição e do Funcionamento
116 Seção II – Da Jurisdição e Competência
118 Seção III – Dos Presidentes dos Tribunais Regionais
118 Seção IV – Dos Juízes Representantes Classistas dos Tribunais Regionais
119 Capítulo V – Do Tribunal Superior do Trabalho
119 Seção I – Disposições Preliminares
119 Seção II – Da Composição e Funcionamento do Tribunal Superior do Trabalho
120 Seção III – Da Competência do Tribunal Pleno
121 Seção IV – Da Competência da Câmara de Justiça do Trabalho
121 Seção V – Da Competência da Câmara de Previdência Social
121 Seção VI – Das Atribuições do Presidente do Tribunal Superior do Trabalho
122 Seção VII – Das Atribuições do Vice-Presidente
122 Seção VIII – Das Atribuições do Corregedor
122 Capítulo VI – Dos Serviços Auxiliares da Justiça do Trabalho
122 Seção I – Da Secretaria das Juntas de Conciliação e Julgamento
123 Seção II – Dos Distribuidores
123 Seção III – Do Cartório dos Juízos de Direito
124 Seção IV – Das Secretarias dos Tribunais Regionais
124 Seção V – Dos Oficiais de Justiça
124 Capítulo VII – Das Penalidades
124 Seção I – Do Lock-out e da Greve
125 Seção II – Das Penalidades contra os Membros da Justiça do Trabalho
125 Seção III – De Outras Penalidades
125 Capítulo VIII – Disposições Gerais
126 Título IX – Do Ministério Público do Trabalho
126 Capítulo I – Disposições Gerais
126 Capítulo II – Da Procuradoria da Justiça do Trabalho
126 Seção I – Da Organização
127 Seção II – Da Competência da Procuradoria-Geral
127 Seção III – Da Competência das Procuradorias Regionais
127 Seção IV – Das Atribuições do Procurador-Geral
128 Seção V – Das Atribuições dos Procuradores
128 Seção VI – Das Atribuições dos Procuradores Regionais
128 Seção VII – Da Secretaria
129 Capítulo III – Da Procuradoria de Previdência Social
129 Seção I – Da Organização
129 Seção II – Da Competência da Procuradoria
129 Seção III – Das Atribuições do Procurador-Geral
130 Seção IV – Das Atribuições dos Procuradores
130 Seção V – Da Secretaria
130 Título X – Do Processo Judiciário do Trabalho
130 Capítulo I – Disposições Preliminares
130 Capítulo II – Do Processo em Geral
130 Seção I – Dos Atos, Termos e Prazos Processuais
131 Seção II – Da Distribuição
132 Seção III – Das Custas e Emolumentos
133 Seção IV – Das Partes e dos Procuradores
134 Seção IV-A – Da Responsabilidade por Dano Processual
135 Seção V – Das Nulidades
135 Seção VI – Das Exceções
136 Seção VII – Dos Conflitos de Jurisdição
137 Seção VIII – Das Audiências
137 Seção IX – Das Provas
138 Seção X – Da Decisão e Sua Eficácia
139 Capítulo III – Dos Dissídios Individuais
139 Seção I – Da Forma de Reclamação e da Notificação
140 Seção II – Da Audiência de Julgamento
141 Seção II-A – Do Procedimento Sumaríssimo
143 Seção III – Do Inquérito para Apuração de Falta Grave
143 Seção IV – Do Incidente de Desconsideração da Personalidade Jurídica
143 Capítulo III-A – Do Processo de Jurisdição Voluntária para Homologação de Acordo Extrajudicial
143 Capítulo IV – Dos Dissídios Coletivos
143 Seção I – Da Instauração da Instância
144 Seção II – Da Conciliação e do Julgamento
144 Seção III – Da Extensão das Decisões
145 Seção IV – Do Cumprimento das Decisões
145 Seção V – Da Revisão
145 Capítulo V – Da Execução
145 Seção I – Das Disposições Preliminares
146 Seção II – Do Mandado e da Penhora
147 Seção III – Dos Embargos à Execução e da Sua Impugnação
147 Seção IV – Do Julgamento e dos Trâmites Finais da Execução
148 Seção V – Da Execução por Prestações Sucessivas
148 Capítulo VI – Dos Recursos
154 Capítulo VII – Da Aplicação das Penalidades
154 Capítulo VIII – Disposições Finais
154 Título XI – Disposições Finais e Transitórias
Decreto-lei no 5.452/1943
Aprova a Consolidação das Leis do Trabalho.
Art. 9o Serão nulos de pleno direito os atos Art. 11-A. Ocorre a prescrição intercorrente
praticados com o objetivo de desvirtuar, impedir no processo do trabalho no prazo de dois anos.
ou fraudar a aplicação dos preceitos contidos § 1o A fluência do prazo prescricional in-
na presente Consolidação. tercorrente inicia-se quando o exequente deixa
de cumprir determinação judicial no curso da
Art. 10. Qualquer alteração na estrutura jurídi- execução.
ca da empresa não afetará os direitos adquiridos § 2o A declaração da prescrição intercorrente
por seus empregados. pode ser requerida ou declarada de ofício em
qualquer grau de jurisdição.
Art. 10-A. O sócio retirante responde subsi-
diariamente pelas obrigações trabalhistas da Art. 12. Os preceitos concernentes ao regime
sociedade relativas ao período em que figurou de seguro social são objeto de lei especial.
como sócio, somente em ações ajuizadas até
dois anos depois de averbada a modificação
do contrato, observada a seguinte ordem de TÍTULO II – Das Normas Gerais de Tutela
preferência: do Trabalho
I – a empresa devedora; CAPÍTULO I –Da Identificação Profissional
II – os sócios atuais; e SEÇÃO I – Da Carteira de Trabalho e
III – os sócios retirantes. Previdência Social
Parágrafo único. O sócio retirante respon-
derá solidariamente com os demais quando Art. 13. A Carteira de Trabalho e Previdência
ficar comprovada fraude na alteração societária Social é obrigatória para o exercício de qualquer
decorrente da modificação do contrato. emprego, inclusive de natureza rural, ainda que
em caráter temporário, e para o exercício por
Art. 11. A pretensão quanto a créditos resul- conta própria de atividade profissional remu-
tantes das relações de trabalho prescreve em nerada.
cinco anos para os trabalhadores urbanos e § 1o O disposto neste artigo aplica-se, igual-
rurais, até o limite de dois anos após a extinção mente, a quem:
do contrato de trabalho. I – proprietário rural ou não, trabalhe indivi-
I – (Revogado); dualmente ou em regime de economia familiar,
II – (Revogado). assim entendido o trabalho dos membros da
§ 1o O disposto neste artigo não se aplica às mesma família, indispensável à própria sub-
ações que tenham por objeto anotações para fins sistência, e exercido em condições de mútua
de prova junto à Previdência Social. dependência e colaboração;
§ 2o Tratando-se de pretensão que envolva II – em regime de economia familiar e sem
pedido de prestações sucessivas decorrente de empregado, explore área não excedente do mó-
Consolidação das Leis do Trabalho
alteração ou descumprimento do pactuado, a dulo rural ou de outro limite que venha a ser
prescrição é total, exceto quando o direito à fixado, para cada região, pelo Ministério do
parcela esteja também assegurado por preceito Trabalho e Previdência Social.
de lei. § 2o A Carteira de Trabalho e Previdência
§ 3o A interrupção da prescrição somente Social (CTPS) obedecerá aos modelos que o
ocorrerá pelo ajuizamento de reclamação tra- Ministério da Economia adotar.
balhista, mesmo que em juízo incompetente, § 3o (Revogado)
ainda que venha a ser extinta sem resolução do § 4o (Revogado)
21
SEÇÃO II – Da Emissão da Carteira houver, facultada a adoção de sistema manual,
mecânico ou eletrônico, conforme instruções a
Art. 14. A CTPS será emitida pelo Ministé- serem expedidas pelo Ministério da Economia.
rio da Economia preferencialmente em meio § 1o As anotações concernentes à remu-
eletrônico. neração devem especificar o salário, qualquer
Parágrafo único. Excepcionalmente, a CTPS que seja sua forma de pagamento, seja ele em
poderá ser emitida em meio físico, desde que: dinheiro ou em utilidades, bem como a esti-
I – nas unidades descentralizadas do Mi- mativa da gorjeta.
nistério da Economia que forem habilitadas § 2o As anotações na Carteira de Trabalho
para a emissão; e Previdência Social serão feitas:
II – mediante convênio, por órgãos federais, a) na data-base;
estaduais e municipais da administração direta b) a qualquer tempo, por solicitação do
ou indireta; trabalhador;
III – mediante convênio com serviços nota- c) no caso de rescisão contratual; ou
riais e de registro, sem custos para a adminis- d) necessidade de comprovação perante a
tração, garantidas as condições de segurança Previdência Social.
das informações. § 3o A falta de cumprimento pelo empre-
gador do disposto neste artigo acarretará a
Art. 15. Os procedimentos para emissão da lavratura do auto de infração, pelo Fiscal do
CTPS ao interessado serão estabelecidos pelo Trabalho, que deverá, de ofício, comunicar a
Ministério da Economia em regulamento pró- falta de anotação ao órgão competente, para o
prio, privilegiada a emissão em formato ele- fim de instaurar o processo de anotação.
trônico. § 4o É vedado ao empregador efetuar anota-
ções desabonadoras à conduta do empregado em
Art. 16. A CTPS terá como identificação única sua Carteira de Trabalho e Previdência Social.
do empregado o número de inscrição no Ca- § 5o O descumprimento do disposto no
dastro de Pessoas Físicas (CPF). § 4o deste artigo submeterá o empregador ao
I – (Revogado); pagamento de multa prevista no art. 52 deste
II – (Revogado); Capítulo.
III – (Revogado); § 6o A comunicação pelo trabalhador do
IV – (Revogado). número de inscrição no CPF ao empregador
Parágrafo único. (Revogado): equivale à apresentação da CTPS em meio di-
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas
dos métodos e processos de trabalho, quer di- centes de cargos de gestão, aos quais se equi-
retamente, quer por intermédio de autoridades param, para efeito do disposto neste artigo, os
sanitárias federais, estaduais e municipais, com diretores e chefes de departamento ou filial;
quem entrarão em entendimento para tal fim. III – os empregados em regime de teletraba-
Parágrafo único. Excetuam-se da exigência lho que prestam serviço por produção ou tarefa.
de licença prévia as jornadas de doze horas de Parágrafo único. O regime previsto neste
trabalho por trinta e seis horas ininterruptas capítulo será aplicável aos empregados men-
de descanso. cionados no inciso II deste artigo, quando o
salário do cargo de confiança, compreendendo
Art. 61. Ocorrendo necessidade imperiosa, a gratificação de função, se houver, for inferior
poderá a duração do trabalho exceder do limite ao valor do respectivo salário efetivo acrescido
legal ou convencionado, seja para fazer face de 40% (quarenta por cento).
a motivo de força maior, seja para atender à
realização ou conclusão de serviços inadiáveis Art. 63. Não haverá distinção entre emprega-
ou cuja inexecução possa acarretar prejuízo dos e interessados, e a participação em lucros e
manifesto. comissões, salvo em lucros de caráter social, não
exclui o participante do regime deste Capítulo.
26
Art. 64. O salário-hora normal, no caso de Art. 69. Na regulamentação do funcionamento
empregado mensalista, será obtido dividindo-se de atividades sujeitas ao regime deste Capítu-
o salário mensal correspondente à duração do lo, os municípios atenderão aos preceitos nele
trabalho, a que se refere o art. 58, por 30 (trinta) estabelecidos, e as regras que venham a fixar
vezes o número de horas dessa duração. não poderão contrariar tais preceitos nem as
Parágrafo único. Sendo o número de dias instruções que, para seu cumprimento, forem
inferior a 30 (trinta), adotar-se-á para o cálculo, expedidas pelas autoridades competentes em
em lugar desse número, o de dias de trabalho matéria de trabalho.
por mês.
Art. 70. Salvo o disposto nos artigos 68 e 69,
Art. 65. No caso do empregado diarista, o é vedado o trabalho em dias feriados nacionais
salário-hora normal será obtido dividindo-se e feriados religiosos, nos termos da legislação
o salário diário correspondente à duração do própria.
trabalho, estabelecido no art. 58, pelo número
de horas de efetivo trabalho. Art. 71. Em qualquer trabalho contínuo, cuja
duração exceda de seis horas, é obrigatória a
concessão de um intervalo para repouso ou
SEÇÃO III – Dos Períodos de Descanso alimentação, o qual será, no mínimo, de uma
hora e, salvo acordo escrito ou contrato coletivo
Art. 66. Entre duas jornadas de trabalho haverá em contrário, não poderá exceder de duas horas.
um período mínimo de onze horas consecutivas § 1o Não excedendo de seis horas o trabalho,
para descanso. será, entretanto, obrigatório um intervalo de
quinze minutos quando a duração ultrapassar
Art. 67. Será assegurado a todo empregado quatro horas.
um descanso semanal de vinte e quatro horas § 2o Os intervalos de descanso não serão
consecutivas, o qual, salvo motivo de conve- computados na duração do trabalho.
niência pública ou necessidade imperiosa do § 3o O limite mínimo de uma hora para re-
serviço, deverá coincidir com o domingo, no pouso ou refeição poderá ser reduzido por ato
todo ou em parte. do Ministro do Trabalho, Indústria e Comércio,
Parágrafo único. Nos serviços que exijam quando, ouvido o Serviço de Alimentação de
trabalho aos domingos, com exceção quanto Previdência Social, se verificar que o estabe-
aos elencos teatrais, será estabelecida escala de lecimento atende integralmente às exigências
revezamento, mensalmente organizada e cons- concernentes à organização dos refeitórios, e
tando de quadro sujeito à fiscalização. quando os respectivos empregados não estive-
rem sob regime de trabalho prorrogado a horas
Art. 68. O trabalho em domingo, seja total suplementares.
ou parcial, na forma do art. 67, será sempre § 4o A não concessão ou a concessão parcial
subordinado à permissão prévia da autoridade do intervalo intrajornada mínimo, para repouso
competente em matéria de trabalho. e alimentação, a empregados urbanos e rurais,
Consolidação das Leis do Trabalho
29
CAPÍTULO III – Do Salário Mínimo os valores nutritivos determinados nos mesmos
SEÇÃO I – Do Conceito quadros.
§ 3o O Ministério do Trabalho, Indústria e
Art. 76. Salário mínimo é a contraprestação Comércio fará, periodicamente, a revisão dos
mínima devida e paga diretamente pelo em- quadros a que se refere o § 1o deste artigo.
pregador a todo trabalhador, inclusive ao tra-
balhador rural, sem distinção de sexo, por dia Art. 82. Quando o empregador fornecer, in
normal de serviço, e capaz de satisfazer, em natura, uma ou mais das parcelas do salário
determinada época e região do País, as suas mínimo, o salário em dinheiro será determinado
necessidades normais de alimentação, habitação, pela fórmula Sd = Sm – P, em que Sd representa
vestuário, higiene e transporte. o salário em dinheiro, Sm o salário mínimo e P
a soma dos valores daquelas parcelas na região,
Art. 77. (Revogado) zona ou subzona.
Parágrafo único. O salário mínimo pago em
Art. 78. Quando o salário for ajustado por em- dinheiro não será inferior a 30% (trinta por
preitada, ou convencionado por tarefa ou peça, cento) do salário mínimo fixado para a região,
será garantida ao trabalhador uma remuneração zona ou subzona.
diária nunca inferior à do salário mínimo por
dia normal da região, zona ou subzona.1 Art. 83. É devido o salário mínimo ao traba-
Parágrafo único. Quando o salário mínimo lhador em domicílio, considerado este como o
mensal do empregado a comissão ou que tenha executado na habitação do empregado ou em
direito a percentagem for integrado por parte oficina de família, por conta de empregador
fixa e parte variável, ser-lhe-á sempre garantido que o remunere.
o salário mínimo, vedado qualquer desconto
em mês subsequente a título de compensação.
SEÇÃO II – Das Regiões, Zonas e Subzonas
Art. 79. (Revogado)
Arts. 84 a 86. (Revogados)
Art. 80. (Revogado)
Art. 81. O salário mínimo será determinado SEÇÃO III – Da Constituição das Comissões
pela fórmula Sm = a + b + c + d + e, em que a,
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas
ou absolvido; e
Art. 128. (Revogado) VI – nos dias em que não tenha havido ser-
viço, salvo na hipótese do inciso III do art. 133.
SEÇÃO II – Da Concessão e da Época das Art. 137. Sempre que as férias forem con-
Férias cedidas após o prazo de que trata o art. 134,
o empregador pagará em dobro a respectiva
Art. 134. As férias serão concedidas por ato do remuneração.
empregador, em um só período, nos 12 (doze) § 1o Vencido o mencionado prazo sem que
meses subsequentes à data em que o empregado o empregador tenha concedido as férias, o em-
tiver adquirido o direito. pregado poderá ajuizar reclamação pedindo a
§ 1o Desde que haja concordância do em- fixação, por sentença, da época de gozo das
pregado, as férias poderão ser usufruídas em mesmas.
até três períodos, sendo que um deles não po- § 2o A sentença cominará pena diária de 5%
derá ser inferior a quatorze dias corridos e os (cinco por cento) do salário mínimo da região,
demais não poderão ser inferiores a cinco dias devida ao empregado até que seja cumprida.
corridos, cada um. § 3o Cópia da decisão judicial transitada
§ 2o (Revogado) em julgado será remetida ao órgão local do
Ministério do Trabalho, para fins de aplicação
32 da multa de caráter administrativo.
Art. 138. Durante as férias, o empregado não do-se o valor da remuneração da tarefa na data
poderá prestar serviços a outro empregador, da concessão das férias.
salvo se estiver obrigado a fazê-lo em virtude § 3o Quando o salário for pago por percenta-
de contrato de trabalho regularmente mantido gem, comissão ou viagem, apurar-se-á a média
com aquele. percebida pelo empregado nos 12 (doze) meses
que precederem à concessão das férias.
§ 4o A parte do salário paga em utilidades
SEÇÃO III – Das Férias Coletivas será computada de acordo com a anotação na
Carteira de Trabalho e Previdência Social.
Art. 139. Poderão ser concedidas férias coleti- § 5o Os adicionais por trabalho extraordi-
vas a todos os empregados de uma empresa ou nário, noturno, insalubre ou perigoso serão
de determinados estabelecimentos ou setores computados no salário que servirá de base ao
da empresa. cálculo da remuneração das férias.
§ 1o As férias poderão ser gozadas em dois § 6o Se, no momento das férias, o empregado
períodos anuais, desde que nenhum deles seja não estiver percebendo o mesmo adicional do
inferior a 10 (dez) dias corridos. período aquisitivo, ou quando o valor deste não
§ 2o Para os fins previstos neste artigo, o em- tiver sido uniforme, será computada a média
pregador comunicará ao órgão local do Minis- duodecimal recebida naquele período, após a
tério do Trabalho, com a antecedência mínima atualização das importâncias pagas, mediante
de 15 (quinze) dias, as datas de início e fim das incidência dos percentuais dos reajustamentos
férias, precisando quais os estabelecimentos ou salariais supervenientes.
setores abrangidos pela medida.
§ 3o Em igual prazo o empregador enviará Art. 143. É facultado ao empregado conver-
cópia da aludida comunicação aos sindicatos ter 1/3 (um terço) do período de férias a que
representativos da respectiva categoria profis- tiver direito em abono pecuniário, no valor
sional, e providenciará a afixação de aviso nos da remuneração que lhe seria devida nos dias
locais de trabalho. correspondentes.
§ 1o O abono de férias deverá ser requerido
Art. 140. Os empregados contratados há me- até 15 (quinze) dias antes do término do período
nos de 12 (doze) meses gozarão, na oportuni- aquisitivo.
dade, férias proporcionais, iniciando-se, então, § 2o Tratando-se de férias coletivas, a con-
novo período aquisitivo. versão a que se refere este artigo deverá ser ob-
jeto de acordo coletivo entre o empregador e o
Art. 141. (Revogado) sindicato representativo da respectiva categoria
profissional, independendo de requerimento
individual a concessão do abono.
SEÇÃO IV – Da Remuneração e do Abono § 3o (Revogado)
de Férias
Art. 144. O abono de férias de que trata o artigo
Consolidação das Leis do Trabalho
§ 4o Responderá por desobediência, além Art. 164. Cada CIPA será composta de re-
das medidas penais cabíveis, quem, após de- presentantes da empresa e dos empregados, de
terminada a interdição ou embargo, ordenar ou acordo com os critérios que vierem a ser adota-
permitir o funcionamento do estabelecimento dos na regulamentação de que trata o parágrafo
ou de um dos seus setores, a utilização de má- único do artigo anterior.
quina ou equipamento, ou o prosseguimento § 1o Os representantes dos empregadores,
de obra, se, em consequência, resultarem danos titulares e suplentes, serão por eles designados.
a terceiros. § 2o Os representantes dos empregados, ti-
§ 5o O Delegado Regional do Trabalho, tulares e suplentes, serão eleitos em escrutínio
independente de recurso, e após laudo técni- secreto, do qual participem, independentemente
co do serviço competente, poderá levantar a de filiação sindical, exclusivamente os empre-
interdição. gados interessados.
§ 6o Durante a paralisação dos serviços, § 3o O mandato dos membros eleitos da
em decorrência da interdição ou embargo, os CIPA terá a duração de 1 (um) ano, permitida
empregados receberão os salários como se es- uma reeleição.
tivessem em efetivo exercício. § 4o O disposto no parágrafo anterior não
se aplicará ao membro suplente que, durante o
36
seu mandato, tenha participado de menos da § 1o O Ministério do Trabalho baixará ins-
metade do número de reuniões da CIPA. truções relativas aos casos em que serão exigíveis
§ 5o O empregador designará, anualmente, exames:
dentre os seus representantes, o Presidente da a) por ocasião da demissão;
CIPA e os empregados elegerão, dentre eles, o b) complementares.
Vice-Presidente. § 2o Outros exames complementares pode-
rão ser exigidos, a critério médico, para apu-
Art. 165. Os titulares da representação dos ração da capacidade ou aptidão física e mental
empregados nas CIPAs não poderão sofrer des- do empregado para a função que deva exercer.
pedida arbitrária, entendendo-se como tal a que § 3o O Ministério do Trabalho estabelecerá,
não se fundar em motivo disciplinar, técnico, de acordo com o risco da atividade e o tempo de
econômico ou financeiro. exposição, a periodicidade dos exames médicos.
Parágrafo único. Ocorrendo a despedida, § 4o O empregador manterá, no estabele-
caberá ao empregador, em caso de reclamação cimento, o material necessário à prestação de
à Justiça do Trabalho, comprovar a existência primeiros socorros médicos, de acordo com o
de qualquer dos motivos mencionados neste risco da atividade.
artigo, sob pena de ser condenado a reintegrar § 5o O resultado dos exames médicos, inclu-
o empregado. sive o exame complementar, será comunicado
ao trabalhador, observados os preceitos da ética
médica.
SEÇÃO IV – Do Equipamento de Proteção § 6o Serão exigidos exames toxicológicos,
Individual previamente à admissão e por ocasião do desli-
gamento, quando se tratar de motorista profis-
Art. 166. A empresa é obrigada a fornecer aos sional, assegurados o direito à contraprova em
empregados, gratuitamente, equipamento de caso de resultado positivo e a confidencialidade
proteção individual adequado ao risco e em dos resultados dos respectivos exames.
perfeito estado de conservação e funcionamen- § 7o Para os fins do disposto no § 6o, será
to, sempre que as medidas de ordem geral não obrigatório exame toxicológico com janela de
ofereçam completa proteção contra os riscos detecção mínima de 90 (noventa) dias, especí-
de acidentes e danos à saúde dos empregados. fico para substâncias psicoativas que causem
dependência ou, comprovadamente, compro-
Art. 167. O equipamento de proteção só pode- metam a capacidade de direção, podendo ser
rá ser posto à venda ou utilizado com a indicação utilizado para essa finalidade o exame toxicoló-
do Certificado de Aprovação do Ministério do gico previsto na Lei no 9.503, de 23 de setembro
Trabalho. de 1997 – Código de Trânsito Brasileiro, desde
que realizado nos últimos 60 (sessenta) dias.
39
SEÇÃO XIII – Das Atividades Insalubres ou aprovada pelo Ministério do Trabalho e Empre-
Perigosas go, aquelas que, por sua natureza ou métodos de
trabalho, impliquem risco acentuado em virtude
Art. 189. Serão consideradas atividades ou de exposição permanente do trabalhador a:
operações insalubres aquelas que, por sua I – inflamáveis, explosivos ou energia elétrica;
natureza, condições ou métodos de trabalho, II – roubos ou outras espécies de violência
exponham os empregados a agentes nocivos à física nas atividades profissionais de segurança
saúde, acima dos limites de tolerância fixados pessoal ou patrimonial.
em razão da natureza e da intensidade do agente § 1o O trabalho em condições de periculo-
e do tempo de exposição aos seus efeitos. sidade assegura ao empregado um adicional de
30% (trinta por cento) sobre o salário sem os
Art. 190. O Ministério do Trabalho aprovará o acréscimos resultantes de gratificações, prêmios
quadro das atividades e operações insalubres e ou participações nos lucros da empresa.
adotará normas sobre os critérios de caracteri- § 2o O empregado poderá optar pelo adi-
zação da insalubridade, os limites de tolerância cional de insalubridade que porventura lhe seja
aos agentes agressivos, meios de proteção e o devido.
tempo máximo de exposição do empregado a § 3o Serão descontados ou compensados do
esses agentes. adicional outros da mesma natureza eventual-
Parágrafo único. As normas referidas neste mente já concedidos ao vigilante por meio de
artigo incluirão medidas de proteção do organis- acordo coletivo.
mo do trabalhador nas operações que produzem § 4o São também consideradas perigosas
aerodispersoides tóxicos, irritantes, alergênicos as atividades de trabalhador em motocicleta.
ou incômodos.
Art. 194. O direito do empregado ao adicional
Art. 191. A eliminação ou a neutralização da de insalubridade ou de periculosidade cessará
insalubridade ocorrerá: com a eliminação do risco à sua saúde ou in-
I – com a adoção de medidas que conservem tegridade física, nos termos desta Seção e das
o ambiente de trabalho dentro dos limites de normas expedidas pelo Ministério do Trabalho.
tolerância;
II – com a utilização de equipamentos de Art. 195. A caracterização e a classificação da
proteção individual ao trabalhador, que dimi- insalubridade e da periculosidade, segundo as
nuam a intensidade do agente agressivo a limites normas do Ministério do Trabalho, far-se-ão
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas
um terço do salário do cargo efetivo. locidade for superior a vinte e cinco palavras
por minuto.
Art. 225. A duração normal de trabalho dos
bancários poderá ser excepcionalmente pror- Art. 229. Para os empregados sujeitos a horá-
rogada até oito horas diárias, não excedendo de rios variáveis, fica estabelecida a duração máxi-
quarenta horas semanais, observados os precei- ma de sete horas diárias de trabalho e dezessete
tos gerais sobre duração do trabalho. horas de folga, deduzindo-se desse tempo vinte
minutos para descanso, de cada um dos em-
Art. 226. O regime especial de 6 (seis) horas pregados, sempre que se verificar um esforço
de trabalho também se aplica aos empregados contínuo de mais de três horas.
de portaria e de limpeza, tais como porteiros, 43
§ 1o São considerados empregados sujeitos Art. 233. A duração normal de trabalho dos
a horários variáveis, além dos operadores, cujas músicos profissionais poderá ser elevada até
funções exijam classificação distinta, os que oito horas diárias, observados os preceitos gerais
pertençam a seções de técnica, telefones, revisão, sobre duração do trabalho.3
expedição, entrega e balcão.
§ 2o Quanto à execução e remuneração aos
domingos, feriados e dias santos de guarda e SEÇÃO IV – Dos Operadores
às prorrogações de expediente, o trabalho dos Cinematográficos
empregados a que se refere o parágrafo ante-
rior será regido pelo que se contém no § 1o do Art. 234. A duração normal do trabalho dos
art. 227 desta Seção. operadores cinematográficos e seus ajudantes
não excederá de seis horas diárias, assim dis-
Art. 230. A direção das empresas deverá orga- tribuídas:
nizar as turmas de empregados, para a execução a) cinco horas consecutivas de trabalho em
dos seus serviços, de maneira que prevaleça cabine, durante o funcionamento cinemato-
sempre o revezamento entre os que exercem a gráfico;
mesma função, quer em escalas diurnas, quer b) um período suplementar, até o máximo
em noturnas. de uma hora, para limpeza, lubrificação dos
§ 1o Aos empregados que exerçam a mesma aparelhos de projeção, ou revisão de filmes.
função será permitida, entre si, a troca de tur- Parágrafo único. Mediante remuneração adi-
mas, desde que isso não importe em prejuízo dos cional de 25% (vinte e cinco por cento) sobre o
serviços, cujo chefe ou encarregado resolverá salário da hora normal e observado um intervalo
sobre a oportunidade ou possibilidade dessa de duas horas para folga, entre o período a que
medida, dentro das prescrições desta Seção. se refere a alínea “b” deste artigo e o trabalho
§ 2o As empresas não poderão organizar em cabine de que trata a alínea “a”, poderá o
horários que obriguem os empregados a fazer trabalho dos operadores cinematográficos e seus
a refeição do almoço antes das 10 (dez) e de- ajudantes ter a duração prorrogada por duas
pois das 13 (treze) horas e a de jantar antes das horas diárias, para exibições extraordinárias.
16 (dezesseis) e depois das 19:30 (dezenove e
trinta) horas. Art. 235. Nos estabelecimentos cujo funciona-
mento normal seja noturno, será facultado aos
Art. 231. As disposições desta Seção não operadores cinematográficos e seus ajudantes,
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas
abrangem o trabalho dos operadores de radio- mediante acordo ou contrato coletivo de traba-
telegrafia embarcados em navios ou aeronaves. lho e com um acréscimo de 25% (vinte e cinco
por cento) sobre o salário da hora normal, exe-
cutar o trabalho em sessões diurnas extraordi-
SEÇÃO III – Dos Músicos Profissionais nárias e, cumulativamente, nas noturnas, desde
que isso se verifique até três vezes por semana
Art. 232. Será de seis horas a duração de tra- e entre as sessões diurnas e as noturnas haja o
balho dos músicos em teatro e congêneres.2 intervalo de uma hora, no mínimo, de descanso.
Parágrafo único. Toda vez que o trabalho § 1o A duração de trabalho cumulativo a
contínuo em espetáculo ultrapassar de seis ho- que alude o presente artigo não poderá exceder
ras, o tempo de duração excedente será pago de dez horas.
com um acréscimo de 25% (vinte e cinco por § 2o Em seguida a cada período de trabalho
cento) sobre o salário da hora normal. haverá um intervalo de repouso no mínimo de
doze horas.
§ 15. Os dados referidos no § 14 poderão ser § 4o Não será considerado como jornada de
enviados a distância, a critério do empregador, trabalho, nem ensejará o pagamento de qualquer
facultando-se a anexação do documento original remuneração, o período em que o motorista
posteriormente. empregado ou o ajudante ficarem espontanea-
§ 16. Aplicam-se as disposições deste artigo mente no veículo usufruindo dos intervalos
ao ajudante empregado nas operações em que de repouso.
acompanhe o motorista. § 5o Nos casos em que o empregador ado-
§ 17. O disposto no caput deste artigo apli- tar 2 (dois) motoristas trabalhando no mesmo
ca-se também aos operadores de automotores veículo, o tempo de repouso poderá ser feito
destinados a puxar ou a arrastar maquinaria de com o veículo em movimento, assegurado o
qualquer natureza ou a executar trabalhos de repouso mínimo de 6 (seis) horas consecutivas
construção ou pavimentação e aos operadores fora do veículo em alojamento externo ou, se na
de tratores, colheitadeiras, autopropelidos e cabine leito, com o veículo estacionado, a cada
demais aparelhos automotores destinados a 72 (setenta e duas) horas.
puxar ou a arrastar maquinaria agrícola ou a § 6o Em situações excepcionais de inobser-
executar trabalhos agrícolas. vância justificada do limite de jornada de que
trata o art. 235‑C, devidamente registradas,
46 e desde que não se comprometa a segurança
rodoviária, a duração da jornada de trabalho § 6o (Revogado)
do motorista profissional empregado poderá § 7o (Revogado)
ser elevada pelo tempo necessário até o veículo § 8o (Vetado)
chegar a um local seguro ou ao seu destino. § 9o (Revogado)
§ 7o Nos casos em que o motorista tenha § 10. (Revogado)
que acompanhar o veículo transportado por § 11. (Revogado)
qualquer meio onde ele siga embarcado e em § 12. (Revogado)
que o veículo disponha de cabine leito ou a em-
barcação disponha de alojamento para gozo do Art. 235-F. Convenção e acordo coletivo pode-
intervalo de repouso diário previsto no § 3o do rão prever jornada especial de 12 (doze) horas
art. 235‑C, esse tempo será considerado como de trabalho por 36 (trinta e seis) horas de des-
tempo de descanso. canso para o trabalho do motorista profissional
§ 8o Para o transporte de cargas vivas, pe- empregado em regime de compensação.
recíveis e especiais em longa distância ou em
território estrangeiro poderão ser aplicadas re- Art. 235-G. É permitida a remuneração do
gras conforme a especificidade da operação de motorista em função da distância percorrida, do
transporte realizada, cujas condições de trabalho tempo de viagem ou da natureza e quantidade
serão fixadas em convenção ou acordo coletivo de produtos transportados, inclusive mediante
de modo a assegurar as adequadas condições oferta de comissão ou qualquer outro tipo de
de viagem e entrega ao destino final. vantagem, desde que essa remuneração ou co-
missionamento não comprometa a segurança
Art. 235-E. Para o transporte de passageiros, da rodovia e da coletividade ou possibilite a
serão observados os seguintes dispositivos: violação das normas previstas nesta Lei.
I – é facultado o fracionamento do intervalo
de condução do veículo previsto na Lei no 9.503, Art. 235-H. (Revogado)
de 23 de setembro de 1997 – Código de Trânsito
Brasileiro, em períodos de no mínimo 5 (cinco)
minutos; SEÇÃO V – Do Serviço Ferroviário
II – será assegurado ao motorista intervalo
mínimo de 1 (uma) hora para refeição, podendo Art. 236. No serviço ferroviário – considerado
ser fracionado em 2 (dois) períodos e coincidir este o de transporte em estradas de ferro abertas
com o tempo de parada obrigatória na condução ao tráfego público, compreendendo a admi-
do veículo estabelecido pela Lei no 9.503, de nistração, construção, conservação e remoção
23 de setembro de 1997 – Código de Trânsito das vias férreas e seus edifícios, obras de arte,
Brasileiro, exceto quando se tratar do motorista material rodante, instalações complementares
profissional enquadrado no § 5o do art. 71 desta e acessórias, bem como o serviço de tráfego, de
Consolidação; telegrafia, telefonia e funcionamento de todas as
III – nos casos em que o empregador adotar instalações ferroviárias – aplicam-se os preceitos
2 (dois) motoristas no curso da mesma viagem, especiais constantes desta Seção.
Consolidação das Leis do Trabalho
§ 4o Para o pessoal da equipagem de trens, em cadernetas especiais, que ficarão sempre em
só será considerado esse trabalho efetivo, depois poder do empregado de acordo com o modelo
de chegado ao destino, o tempo em que o fer- aprovado pelo Ministro do Trabalho, Indústria
roviário estiver ocupado ou retido à disposição e Comércio.
da Estrada. Quando, entre dois períodos de
trabalho, não mediar intervalo superior a uma Art. 240. Nos casos de urgência ou de acidente,
hora, será esse intervalo computado como de capazes de afetar a segurança ou regularidade
trabalho efetivo. do serviço, poderá a duração do trabalho ser
§ 5o O tempo concedido para refeição não se excepcionalmente elevada a qualquer número
computa como de trabalho efetivo, senão para o de horas, incumbindo à Estrada zelar pela in-
pessoal da categoria c, quando as refeições forem columidade dos seus empregados e pela pos-
tomadas em viagem ou nas estações durante as sibilidade de revezamento de turmas, assegu-
paradas. Esse tempo não será inferior a uma rando ao pessoal um repouso correspondente
hora, exceto para o pessoal da referida categoria e comunicando a ocorrência ao Ministério do
em serviço de trens. Trabalho, Indústria e Comércio, dentro de dez
§ 6o No trabalho das turmas encarregadas da dias da sua verificação.
conservação de obras de arte, linhas telegráficas Parágrafo único. Nos casos previstos neste
48 ou telefônicas e edifícios, não será contado, artigo, a recusa, sem causa justificada, por parte
de qualquer empregado, à execução de serviço no máximo, de doze horas. As horas de pronti-
extraordinário será considerada falta grave. dão serão, para todos os efeitos, contadas à razão
de 2/3 (dois terços) do salário-hora normal.
Art. 241. As horas excedentes das do horário § 4o Quando, no estabelecimento ou depen-
normal de oito horas serão pagas como ser- dência em que se achar o empregado, houver
viço extraordinário na seguinte base: as duas facilidade de alimentação, as doze horas de
primeiras com o acréscimo de 25% (vinte e prontidão, a que se refere o parágrafo anterior,
cinco por cento) sobre o salário-hora normal, poderão ser contínuas. Quando não existir essa
as duas subsequentes com um adicional de 50% facilidade, depois de seis horas de prontidão,
(cinquenta por cento) e as restantes com um haverá sempre um intervalo de uma hora para
adicional de 75% (setenta e cinco por cento). cada refeição, que não será, nesse caso, compu-
Parágrafo único. Para o pessoal da categoria tada como de serviço.
c, a primeira hora será majorada de 25% (vinte e
cinco por cento), a segunda hora será paga com Art. 245. O horário normal de trabalho dos
o acréscimo de 50% (cinquenta por cento) e as cabineiros nas estações de tráfego intenso não
duas subsequentes com o de 60% (sessenta por excederá de oito horas e deverá ser dividido
cento), salvo caso de negligência comprovada. em dois turnos com intervalo não inferior a
uma hora de repouso, não podendo nenhum
Art. 242. As frações de meia hora superiores a turno ter duração superior a cinco horas, com
dez minutos serão computadas como meia hora. um período de descanso entre duas jornadas
de trabalho de quatorze horas consecutivas.
Art. 243. Para os empregados de estações do
interior, cujo serviço for de natureza intermi- Art. 246. O horário de trabalho dos operadores
tente ou de pouca intensidade, não se aplicam telegrafistas nas estações de tráfego intenso não
os preceitos gerais sobre duração do trabalho, excederá de 6 (seis) horas diárias.
sendo-lhes, entretanto, assegurado o repouso
contínuo de dez horas, no mínimo, entre dois Art. 247. As estações principais, estações de
períodos de trabalho e descanso semanal. tráfego intenso e estações do interior serão clas-
sificadas para cada empresa pelo Departamento
Art. 244. As estradas de ferro poderão ter em- Nacional de Estradas de Ferro.
pregados extranumerários, de sobreaviso e de
prontidão, para executarem serviços imprevistos
ou para substituições de outros empregados que SEÇÃO VI – Das Equipagens das
faltem à escala organizada. Embarcações da Marinha Mercante Nacional,
§ 1o Considera-se “extranumerário” o em- de Navegação Fluvial e Lacustre, do Tráfego
pregado não efetivo, candidato à efetivação, que nos Portos e da Pesca
se apresentar normalmente ao serviço, embora
só trabalhe quando for necessário. O extranu- Art. 248. Entre as horas 0 (zero) e 24 (vinte
merário só receberá os dias de trabalho efetivo. e quatro) de cada dia civil, o tripulante pode-
Consolidação das Leis do Trabalho
§ 2o Considera-se de “sobreaviso” o empre- rá ser conservado em seu posto durante oito
gado efetivo, que permanecer em sua própria horas, quer de modo contínuo, quer de modo
casa, aguardando a qualquer momento o cha- intermitente.
mado para o serviço. Cada escala de “sobrea- § 1o A exigência do serviço contínuo ou
viso” será, no máximo, de vinte e quatro horas. intermitente ficará a critério do comandante
As horas de “sobreaviso”, para todos os efeitos, e, neste último caso, nunca por período menor
serão contadas à razão de 1/3 (um terço) do que uma hora.
salário normal. § 2o Os serviços de quarto nas máquinas,
§ 3o Considera-se de “prontidão” o empre- passadiço, vigilância e outros que, consoante
gado que ficar nas dependências da estrada, parecer médico, possam prejudicar a saúde
aguardando ordens. A escala de prontidão será, do tripulante serão executados por períodos 49
não maiores e com intervalos não menores de serviço, por descanso em período equivalente,
quatro horas. no dia seguinte ou no subsequente, dentro das
do trabalho normal, ou no fim da viagem, ou
Art. 249. Todo o tempo de serviço efetivo, pelo pagamento do salário correspondente.
excedente de oito horas, ocupado na forma do Parágrafo único. As horas extraordinárias
artigo anterior, será considerado de trabalho de trabalho são indivisíveis, computando-se a
extraordinário, sujeito à compensação a que se fração de hora como hora inteira.
refere o art. 250, exceto se se tratar de trabalho
executado: Art. 251. Em cada embarcação haverá um livro
a) em virtude de responsabilidade pessoal em que serão anotadas as horas extraordinárias
do tripulante e no desempenho de funções de de trabalho de cada tripulante, e outro, do qual
direção, sendo consideradas como tais todas constarão, devidamente circunstanciadas, as
aquelas que a bordo se achem constituídas em transgressões dos mesmos tripulantes.
um único indivíduo com responsabilidade ex- Parágrafo único. Os livros de que trata este
clusiva e pessoal; artigo obedecerão a modelos organizados pelo
b) na iminência de perigo, para salvaguarda Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio,
ou defesa da embarcação, dos passageiros, ou serão escriturados em dia pelo comandante da
da carga, a juízo exclusivo do comandante ou embarcação e ficam sujeitos às formalidades
do responsável pela segurança a bordo; instituídas para os livros de registro de empre-
c) por motivo de manobras ou fainas gerais gados em geral.
que reclamem a presença, em seus postos, de
todo o pessoal de bordo; Art. 252. Qualquer tripulante que se julgue
d) na navegação lacustre e fluvial, quando prejudicado por ordem emanada de superior
se destina ao abastecimento do navio ou em- hierárquico poderá interpor recurso, em termos,
barcação de combustível e rancho, ou por efeito perante a Delegacia do Trabalho Marítimo, por
das contingências da natureza da navegação, intermédio do respectivo comandante, o qual
na transposição de passos ou pontos difíceis, deverá encaminhá-lo com a respectiva infor-
inclusive operações de alívio ou transbordo mação dentro de cinco dias, contados de sua
de carga, para obtenção de calado menor para chegada ao porto.
essa transposição.
§ 1o O trabalho executado aos domingos e
feriados será considerado extraordinário, salvo SEÇÃO VII – Dos Serviços Frigoríficos
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas
se se destinar:
a) ao serviço de quartos e vigilância, movi- Art. 253. Para os empregados que trabalham
mentação das máquinas e aparelhos de bordo, no interior das câmaras frigoríficas e para os
limpeza e higiene da embarcação, preparo de que movimentam mercadorias do ambiente
alimentação da equipagem e dos passageiros, quente ou normal para o frio e vice-versa, depois
serviço pessoal destes e, bem assim, aos socorros de uma hora e quarenta minutos de trabalho
de urgência ao navio ou ao pessoal; contínuo, será assegurado um período de vinte
b) ao fim da navegação ou das manobras minutos de repouso, computado esse intervalo
para a entrada ou saída de portos, atracação, como de trabalho efetivo.
desatracação, embarque ou desembarque de Parágrafo único. Considera-se artificialmen-
carga e passageiros. te frio, para os fins do presente artigo, o que for
§ 2o Não excederá de 30 (trinta) horas se- inferior, nas primeira, segunda e terceira zonas
manais o serviço extraordinário prestado para climáticas do mapa oficial do Ministério do
o tráfego nos portos. Trabalho, Indústria e Comércio, a 15° (quinze
graus), na quarta zona a 12° (doze graus), e nas
Art. 250. As horas de trabalho extraordinário quinta, sexta e sétima zonas a 10° (dez graus).
serão compensadas, segundo a conveniência do
50
SEÇÃO VIII – Dos Serviços de Estiva aprovadas pelo Ministério do Trabalho, Indús-
tria e Comércio.
Arts. 254 a 284. (Revogados)
Art. 298. Em cada período de três horas con-
secutivas de trabalho, será obrigatória uma
SEÇÃO IX – Dos Serviços de Capatazias nos pausa de quinze minutos para repouso, a qual
Portos será computada na duração normal de trabalho
efetivo.
Arts. 285 a 292. (Revogados)
Art. 299. Quando nos trabalhos de subsolo
ocorrerem acontecimentos que possam com-
SEÇÃO X – Do Trabalho em Minas de prometer a vida ou saúde do empregado, deverá
Subsolo a empresa comunicar o fato imediatamente à
autoridade Regional do Trabalho, do Ministério
Art. 293. A duração normal do trabalho efe- do Trabalho, Indústria e Comércio.
tivo para os empregados em minas no subsolo
não excederá de seis horas diárias ou de trinta Art. 300. Sempre que, por motivo de saúde,
e seis semanais. for necessária a transferência do empregado, a
juízo da autoridade competente em matéria de
Art. 294. O tempo despendido pelo empregado segurança e medicina do trabalho, dos serviços
da boca da mina ao local do trabalho e vice-versa no subsolo para os de superfície, é a empresa
será computado para o efeito de pagamento obrigada a realizar essa transferência, assegu-
do salário. rando ao transferido a remuneração atribuída
ao trabalhador de superfície em serviço equi-
Art. 295. A duração normal do trabalho efetivo valente, respeitada a capacidade profissional
no subsolo poderá ser elevada até oito horas do interessado.
diárias ou quarenta e oito semanais, mediante Parágrafo único. No caso de recusa do em-
acordo escrito entre empregado e empregador pregado em atender a essa transferência, será
ou contrato coletivo de trabalho, sujeita essa ouvida a autoridade competente em matéria de
prorrogação a prévia licença da autoridade segurança e medicina do trabalho, que decidirá
competente em matéria de higiene do trabalho. a respeito.
Parágrafo único. A duração normal do tra-
balho efetivo no subsolo poderá ser inferior a Art. 301. O trabalho no subsolo somente será
seis horas diárias, por determinação da auto- permitido a homens, com idade compreendida
ridade de que trata este artigo, tendo em vista entre vinte e um e cinquenta anos, assegurada
condições locais de insalubridade e os métodos a transferência para a superfície nos termos
e processos do trabalho adotado. previstos no artigo anterior.
será no mínimo 25% (vinte e cinco por cento) SEÇÃO XI – Dos Jornalistas Profissionais
superior à da hora normal e deverá constar do
acordo ou contrato coletivo de trabalho.4 Art. 302. Os dispositivos da presente Seção
se aplicam aos que nas empresas jornalísticas
Art. 297. Ao empregado no subsolo será for- prestem serviços como jornalistas, revisores,
necida, pelas empresas exploradoras de minas, fotógrafos, ou na ilustração, com as exceções
alimentação adequada à natureza do trabalho, nela previstas.
de acordo com as instruções estabelecidas pelo § 1o Entende-se como jornalista o trabalha-
Serviço de Alimentação da Previdência Social e dor intelectual cuja função se estende desde a
busca de informações até a redação de notícias
NE: ver Constituição Federal, art. 7o, XVI.
4
51
e artigos e a organização, orientação e direção Art. 307. A cada seis dias de trabalho efetivo
desse trabalho. corresponderá um dia de descanso obrigatório,
§ 2o Consideram-se empresas jornalísticas, que coincidirá com o domingo, salvo acordo
para os fins desta Seção, aquelas que têm a seu escrito em contrário, no qual será expressa-
cargo a edição de jornais, revistas, boletins e mente estipulado o dia em que se deve verificar
periódicos, ou a distribuição de noticiário, e, o descanso.
ainda, a radiodifusão em suas seções destinadas
à transmissão de notícias e comentários. Art. 308. Em seguida a cada período diário de
trabalho haverá um intervalo mínimo de dez
Art. 303. A duração normal do trabalho dos horas, destinado ao repouso.
empregados compreendidos nesta Seção não
deverá exceder de cinco horas, tanto de dia Art. 309. Será computado como de trabalho
como à noite. efetivo o tempo em que o empregado estiver à
disposição do empregador.
Art. 304. Poderá a duração normal do trabalho
ser elevada a sete horas, mediante acordo escrito, Art. 310. (Revogado)
em que se estipule aumento de ordenado, cor-
respondente ao excesso do tempo de trabalho, e Art. 311. Para o registro de que trata o artigo
em que se fixe um intervalo destinado a repouso anterior, deve o requerente exibir os seguintes
ou a refeição. documentos:5
Parágrafo único. Para atender a motivos de a) prova de nacionalidade brasileira;
força maior, poderá o empregado prestar ser- b) folha corrida;
viços por mais tempo do que aquele permitido c) prova de que não responde a processo
nesta Seção. Em tais casos, porém, o excesso ou não sofreu condenação por crime contra a
deve ser comunicado à Divisão de Fiscalização segurança nacional;
do Departamento Nacional do Trabalho ou às d) Carteira de Trabalho e Previdência Social.
Delegacias Regionais, do Ministério do Traba- § 1o Aos profissionais devidamente registra-
lho, Indústria e Comércio, dentro de cinco dias, dos será feita a necessária declaração na Carteira
com a indicação expressa dos seus motivos. de Trabalho e Previdência Social.
§ 2o Aos novos empregados será concedido
Art. 305. As horas de serviço extraordinário, o prazo de 60 (sessenta) dias para a apresen-
quer as prestadas em virtude de acordo, quer as tação da Carteira de Trabalho e Previdência
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas
que derivam das causas previstas no parágrafo Social, fazendo-se o registro condicionado a
único do artigo anterior, não poderão ser remu- essa apresentação e expedindo-se um certificado
neradas com quantia inferior à que resulta do provisório para aquele período.
quociente da divisão da importância do salário
mensal por 150 (cento e cinquenta) para os Art. 312. O registro dos diretores-proprietá-
mensalistas, e do salário diário por 5 (cinco) rios de jornais será feito, no Distrito Federal e
para os diaristas, acrescido de, pelo menos, 25% nos Estados, e independentemente da exigên-
(vinte e cinco por cento). cia constante do art. 311, letra “d”, da presente
Seção.6
Art. 306. Os dispositivos dos arts. 303, 304 e § 1o A prova de profissão, apresentada pelo
305 não se aplicam àqueles que exercem as fun- diretor-proprietário juntamente com os demais
ções de redator-chefe, secretário, subsecretário, documentos exigidos, consistirá em uma cer-
chefe e subchefe de revisão, chefe de oficina, de tidão, fornecida nos Estados e Território do
ilustração e chefe de portaria. Acre, pelas Juntas Comerciais ou Cartórios,
Parágrafo único. Não se aplicam, do mesmo
modo, os artigos acima referidos aos que se
ocuparem unicamente em serviços externos.
5
NE: ver Decreto-lei no 972/1969.
52 6
NE: ver Decreto-lei no 972/1969.
e, no Distrito Federal, pela seção competente Parágrafo único. Para os efeitos do cum-
do Departamento Nacional de Indústria e Co- primento deste artigo deverão os prejudicados
mércio, do Ministério do Trabalho, Indústria reclamar contra a falta de pagamento perante
e Comércio. a autoridade competente e, proferida a conde-
§ 2o Aos diretores-proprietários regularmen- nação, desde que a empresa não a cumpra, ou,
te inscritos será fornecido um certificado, do em caso de recurso, não deposite o valor da
qual deverão constar o livro e a folha em que indenização, a autoridade que proferir a con-
houver sido feito o registro. denação oficiará à autoridade competente, para
a suspensão da circulação do jornal. Em igual
Art. 313. Aqueles que, sem caráter profissio- pena de suspensão incorrerá a empresa que
nal, exercerem atividades jornalísticas, visando deixar de recolher as contribuições devidas às
fins culturais, científicos ou religiosos, poderão instituições de previdência social.
promover sua inscrição como jornalistas, na
forma desta Seção.7
§ 1o As repartições competentes do Ministé- SEÇÃO XII – Dos Professores
rio do Trabalho, Indústria e Comércio manterão,
para os fins do artigo anterior, um registro espe- Art. 317. O exercício remunerado do magisté-
cial, anexo ao dos jornalistas profissionais, nele rio, em estabelecimentos particulares de ensino,
inscrevendo os que satisfaçam os requisitos das exigirá apenas habilitação legal e registro no
alíneas “a”, “b” e “c” do artigo 311 e apresentem Ministério da Educação.
prova do exercício de atividade jornalística não
profissional, o que poderá ser feito por meio de Art. 318. O professor poderá lecionar em um
atestado de associação cultural, científica ou mesmo estabelecimento por mais de um turno,
religiosa idônea. desde que não ultrapasse a jornada de trabalho
§ 2o O pedido de registro será submetido a semanal estabelecida legalmente, assegurado e
despacho do ministro que, em cada caso, apre- não computado o intervalo para refeição.
ciará o valor da prova oferecida.
§ 3o O registro de que trata o presente ar- Art. 319. Aos professores é vedado, aos domin-
tigo tem caráter puramente declaratório e não gos, a regência de aulas e o trabalho em exames.
implica no reconhecimento de direitos que de-
correm do exercício remunerado e profissional Art. 320. A remuneração dos professores será
do jornalismo. fixada pelo número de aulas semanais, na con-
formidade dos horários.
Art. 314. (Revogado) § 1o O pagamento far-se-á mensalmente,
considerando-se para este efeito cada mês cons-
Art. 315. O Governo Federal, de acordo com tituído de quatro semanas e meia.
os governos estaduais, promoverá a criação de § 2o Vencido cada mês, será descontada,
escolas de preparação ao jornalismo, destinadas na remuneração dos professores, a importân-
à formação dos profissionais da imprensa. cia correspondente ao número de aulas a que
Consolidação das Leis do Trabalho
tiverem faltado.
Art. 316. A empresa jornalística que deixar de § 3o Não serão descontadas, no decurso de
pagar pontualmente, e na forma acordada, os nove dias, as faltas verificadas por motivo de
salários devidos a seus empregados, terá sus- gala ou de luto em consequência de falecimento
penso o seu funcionamento, até que se efetue do cônjuge, do pai ou mãe, ou de filho.
o pagamento devido.8
Art. 321. Sempre que o estabelecimento de
ensino tiver necessidade de aumentar o número
de aulas marcado nos horários, remunerará o
7
NE: ver Decreto-lei no 972/1969. professor, findo cada mês, com uma importância
8
NE: ver Decreto-lei no 368/1968. correspondente ao número de aulas excedentes. 53
Art. 322. No período de exames e no de férias químico, e que tenham requerido o respectivo
escolares, é assegurado aos professores o paga- registro até a extinção do prazo fixado pelo
mento, na mesma periodicidade contratual, da Decreto-lei no 2.298, de 10 de junho de 1940.
remuneração por eles percebida, na conformi- § 1o Aos profissionais incluídos na alínea “c”
dade dos horários, durante o período de aulas. deste artigo, se dará, para os efeitos da presente
§ 1o Não se exigirá dos professores, no perío- Seção, a denominação de “licenciados”.
do de exames, a prestação de mais de oito horas § 2o O livre exercício da profissão de que
de trabalho diário, salvo mediante o pagamento trata o presente artigo só é permitido a estran-
complementar de cada hora excedente pelo geiros, quando compreendidos:
preço correspondente ao de uma aula. a) nas alíneas “a” e “b”, independentemente
§ 2o No período de férias, não se poderá de revalidação do diploma, se exerciam, legiti-
exigir dos professores outro serviço senão o mamente, na República, a profissão de químico
relacionado com a realização de exames. em a data da promulgação da Constituição de
§ 3o Na hipótese de dispensa sem justa cau- 1934;
sa, ao término do ano letivo ou no curso das b) na alínea “b”, se a seu favor militar a exis-
férias escolares, é assegurado ao professor o tência de reciprocidade internacional, admitida
pagamento a que se refere o caput deste artigo. em lei, para o reconhecimento dos respectivos
diplomas;
Art. 323. Não será permitido o funcionamento c) na alínea “c”, satisfeitas as condições nela
do estabelecimento particular de ensino que não estabelecidas.
remunere condignamente os seus professores, § 3o O livre exercício da profissão a brasi-
ou não lhes pague pontualmente a remuneração leiros naturalizados está subordinado à prévia
de cada mês. prestação do serviço militar, no Brasil.
Parágrafo único. Compete ao Ministério da § 4o Só aos brasileiros natos é permitida a re-
Educação e Saúde fixar os critérios para a deter- validação dos diplomas de químicos, expedidos
minação da condigna remuneração devida aos por institutos estrangeiros de ensino superior.
professores bem como assegurar a execução do
preceito estabelecido no presente artigo. Art. 326. Todo aquele que exercer ou pretender
exercer as funções de químico, é obrigado ao uso
Art. 324. (Revogado) da Carteira de Trabalho e Previdência Social,
devendo os profissionais, que se encontrarem
nas condições das alíneas “a” e “b” do art. 325,
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas
SEÇÃO XIII – Dos Químicos registrar os seus diplomas de acordo com a le-
gislação vigente.
Art. 325. É livre o exercício da profissão de § 1o A requisição de Carteiras de Trabalho
químico em todo o território da República, ob- e Previdência Social para uso dos químicos,
servadas as condições de capacidade técnica e além do disposto no capítulo “Da Identificação
outras exigências previstas na presente Seção: Profissional”, somente será processada mediante
a) aos possuidores de diploma de químico, apresentação dos seguintes documentos que
químico industrial, químico industrial agrícola provem:
ou engenheiro químico, concedido, no Brasil, a) ser o requerente brasileiro, nato ou natu-
por escola oficial ou oficialmente reconhecida; ralizado, ou estrangeiro;
b) aos diplomados em química por instituto b) estar, se for brasileiro, de posse dos direi-
estrangeiro, de ensino superior, que tenham, tos civis e políticos;
de acordo com a lei e a partir de 14 de julho de c) ter diploma de químico, químico indus-
1934, revalidado os seus diplomas; trial, químico industrial agrícola ou engenheiro
c) aos que, ao tempo da publicação do Decre- químico, expedido por escola superior oficial
to no 24.693, de 12 de julho de 1934, se achavam ou oficializada;
no exercício efetivo de função pública ou par- d) ter, se diplomado no estrangeiro, o res-
54 ticular, para a qual seja exigida a qualidade de pectivo diploma revalidado nos termos da lei;
e) haver, o que for brasileiro naturalizado, tro do diploma fica sujeito à taxa de 30 (trinta)
prestado serviço militar no Brasil; cruzeiros.10
f) achar-se, o estrangeiro, ao ser promulgada
a Constituição de 1934, exercendo legitima- Art. 328. Só poderão ser admitidos a registro
mente, na República, a profissão de químico, ou os diplomas, certificados de diplomas, cartas e
concorrer a seu favor a existência de reciproci- outros títulos, bem como atestados e certifi-
dade internacional, admitida em lei, para o reco- cados, que estiverem na devida forma e cujas
nhecimento dos diplomas dessa especialidade. firmas hajam sido regularmente reconhecidas
§ 2o A requisição de que trata o parágrafo por tabelião público e, sendo estrangeiros, pela
anterior deve ser acompanhada: Secretaria do Estado das Relações Exteriores,
a) do diploma devidamente autenticado, no acompanhados estes últimos da respectiva tra-
caso da alínea “b” do artigo precedente, e com dução, feita por intérprete comercial brasileiro.
as firmas reconhecidas no país de origem e na Parágrafo único. O Departamento Nacional
Secretaria de Estado das Relações Exteriores, ou do Trabalho e as Delegacias Regionais do Mi-
da respectiva certidão, bem como do título de nistério do Trabalho, Indústria e Comércio, nos
revalidação, ou certidão respectiva, de acordo Estados, publicarão, periodicamente, a lista dos
com a legislação em vigor; químicos registrados na forma desta Seção.11
b) do certificado ou atestado comprobatório
de se achar o requerente, na hipótese da alínea Art. 329. A cada inscrito, e como documento
“c” do referido artigo, ao tempo da publicação comprobatório do registro, será fornecida pelo
do Decreto no 24.693, de 12 de julho de 1934, Departamento Nacional do Trabalho, no Distri-
no exercício efetivo de função pública, ou par- to Federal, ou pelas Delegacias Regionais, nos
ticular, para a qual seja exigida a qualidade de Estados e no Território do Acre, uma Carteira
químico, devendo esses documentos ser auten- de Trabalho e Previdência Social numerada,
ticados pelo Delegado Regional do Trabalho, que, além da fotografia, medindo 3 (três) por
quando se referirem a requerentes moradores 4 (quatro) centímetros, tirada de frente, com a
nas capitais dos Estados, ou coletor federal, no cabeça descoberta, e das impressões do polegar,
caso de residirem os interessados nos municí- conterá as declarações seguintes:12
pios do interior; a) o nome por extenso;
c) de três exemplares de fotografia exigida b) a nacionalidade e, se estrangeiro, a cir-
pelo art. 329 e de uma folha com as declarações cunstância de ser ou não naturalizado;
que devam ser lançadas na Carteira de Trabalho c) a data e lugar do nascimento;
e Previdência Social, de conformidade com o d) a denominação da escola em que houver
disposto nas alíneas do mesmo artigo e seu feito o curso;
parágrafo único. e) a data da expedição do diploma e o nú-
§ 3o Reconhecida a validade dos documentos mero do registro no Ministério do Trabalho,
apresentados, o Serviço de Identificação Profis- Indústria e Comércio;
sional do Departamento Nacional do Trabalho, f) a data da revalidação do diploma, se de
no Distrito Federal, ou os órgãos regionais do instituto estrangeiro;
Consolidação das Leis do Trabalho
o registro profissional de que trata o art. 326 e a pátria, a ordem social ou a saúde pública;
seus §§ 1o e 2o e o art. 327, proceder à respectiva c) deixar, no prazo marcado nesta Seção, de
inscrição e indeferir o pedido dos interessados requerer a revalidação e registro do diploma
que não satisfizerem as exigências desta Seção; estrangeiro, ou o seu registro profissional no
b) registrar as comunicações e contratos a Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio.15
que aludem o art. 350 e seus parágrafos e dar Parágrafo único. O tempo de suspensão a
as respectivas baixas; que alude este artigo variará entre um mês e
c) verificar o exato cumprimento das dispo-
sições desta Seção, realizando as investigações
14
NE: ver Lei no 2.800/1956.
NE: ver Lei no 2.800/1956.
13 15
NE: ver Lei no 2.800/1956. 57
um ano, a critério do Departamento Nacional de ressalvar a sua responsabilidade e fazer-se o
do Trabalho, após processo regular, ressalvada cancelamento do contrato. Em caso de falência
a ação da justiça pública.16 do estabelecimento, a comunicação será feita
pela firma proprietária.
Art. 347. Aqueles que exercerem a profissão
de químico sem ter preenchido as condições do
art. 325 e suas alíneas, nem promovido o seu SEÇÃO XIV – Das Penalidades
registro, nos termos do art. 326, incorrerão na
multa de 200 (duzentos) cruzeiros a 5.000 (cinco Art. 351. Os infratores dos dispositivos do
mil) cruzeiros, que será elevada ao dobro, no presente Capítulo incorrerão na multa de cin-
caso de reincidência. quenta a cinco mil cruzeiros, segundo a natureza
da infração, sua extensão e a intenção de quem
Art. 348. Aos licenciados a que alude o § 1o a praticou, aplicada em dobro no caso de rein-
do art. 325 poderão, por ato do Departamento cidência, oposição à fiscalização ou desacato à
Nacional do Trabalho, sujeito à aprovação do autoridade.
Ministro, ser cassadas as garantias asseguradas Parágrafo único. São competentes para im-
por esta Seção, desde que interrompam, por por penalidades as autoridades de 1a (primeira)
motivo de falta prevista no art. 346, a função instância incumbidas da fiscalização dos pre-
pública ou particular em que se encontravam ceitos constantes do presente Capítulo.
por ocasião da publicação do Decreto no 24.693,
de 12 de julho de 1934.17
CAPÍTULO II – Da Nacionalização do
Art. 349. O número de químicos estrangeiros a Trabalho
serviço de particulares, empresas ou companhias SEÇÃO I – Da Proporcionalidade de
não poderá exceder de 1/3 (um terço) ao dos Empregados Brasileiros
profissionais brasileiros compreendidos nos
respectivos quadros. Art. 352. As empresas, individuais ou coletivas,
que explorem serviços públicos dados em con-
Art. 350. O químico que assumir a direção cessão, ou que exerçam atividades industriais ou
técnica ou cargo de químico de qualquer usina, comerciais, são obrigadas a manter, no quadro
fábrica, ou laboratório industrial ou de análise do seu pessoal, quando composto de três ou mais
deverá, dentro de 24 (vinte e quatro) horas e empregados, uma proporção de brasileiros não
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas
por escrito, comunicar essa ocorrência ao ór- inferior à estabelecida no presente Capítulo.
gão fiscalizador, contraindo, desde essa data, a § 1o Sob a denominação geral de atividades
responsabilidade da parte técnica referente à industriais e comerciais compreendem-se, além
sua profissão, assim como a responsabilidade de outras que venham a ser determinadas em
técnica dos produtos manufaturados. portaria do Ministro do Trabalho, Indústria e
§ 1o Firmando-se contrato entre o químico Comércio, as exercidas:
e o proprietário da usina, fábrica ou laborató- a) nos estabelecimentos industriais em geral;
rio, será esse documento apresentado, dentro b) nos serviços de comunicações, de trans-
do prazo de 30 (trinta) dias, para registro, ao portes terrestres, marítimos, fluviais, lacustres
órgão fiscalizador. e aéreos;
§ 2o Comunicação idêntica à de que trata c) nas garagens, oficinas de reparos e postos
a primeira parte deste artigo fará o químico, de abastecimento de automóveis e nas cocheiras;
quando deixar a direção técnica ou o cargo de d) na indústria da pesca;
químico, em cujo exercício se encontrava, a fim e) nos estabelecimentos comerciais em geral;
f) nos escritórios comerciais em geral;
g) nos estabelecimentos bancários, ou de
16
NE: ver Lei no 2.800/1956. economia coletiva, nas empresas de seguros e
58 17
NE: ver Lei no 2.800/1956. nas de capitalização;
h) nos estabelecimentos jornalísticos, de nalidade a ser observada, as sucursais, filiais e
publicidade e de radiodifusão; agências em que trabalhem três ou mais em-
i) nos estabelecimentos de ensino remu- pregados.
nerado, excluídos os que neles trabalhem por
força de voto religioso; Art. 356. Sempre que uma empresa ou indiví-
j) nas drogarias e farmácias; duo explore atividades sujeitas a proporciona-
k) nos salões de barbeiro ou cabeleireiro e lidades diferentes, observar-se-á, em relação a
de beleza; cada uma delas, a que lhe corresponder.
l) nos estabelecimentos de diversões públi-
cas, excluídos os elencos teatrais, e nos clubes Art. 357. Não se compreendem na proporcio-
esportivos; nalidade os empregados que exerçam funções
m) nos hotéis, restaurantes, bares e estabe- técnicas especializadas, desde que, a juízo do
lecimentos congêneres; Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio,
n) nos estabelecimentos hospitalares e fi- haja falta de trabalhadores nacionais.
sioterápicos cujos serviços sejam remunerados,
excluídos os que neles trabalhem por força de Art. 358. Nenhuma empresa, ainda que não
voto religioso; sujeita à proporcionalidade, poderá pagar a
o) nas empresas de mineração. brasileiro que exerça função análoga, a juízo do
§ 2o Não se acham sujeitas às obrigações da Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio,
proporcionalidade as indústrias rurais, as que, à que é exercida por estrangeiro a seu serviço,
em zona agrícola, se destinem ao beneficiamen- salário inferior ao deste, excetuando-se os casos
to ou transformação de produtos da região e seguintes:
as atividades industriais de natureza extrativa, a) quando, nos estabelecimentos que não
salvo a mineração. tenham quadros de empregados organizados em
carreira, o brasileiro contar menos de dois anos
Art. 353. Equiparam-se aos brasileiros, para de serviço, e o estrangeiro mais de dois anos;
os fins deste Capítulo, ressalvado o exercício b) quando, mediante aprovação do Ministé-
de profissões reservadas aos brasileiros natos rio do Trabalho, Indústria e Comércio, houver
ou aos brasileiros em geral, os estrangeiros que, quadro organizado em carreira em que seja
residindo no País há mais de dez anos, tenham garantido o acesso por antiguidade;
cônjuge ou filho brasileiro, e os portugueses. c) quando o brasileiro for aprendiz, ajudante
ou servente, e não o for o estrangeiro;
Art. 354. A proporcionalidade será de dois d) quando a remuneração resultar de maior
terços de empregados brasileiros, podendo, en- produção, para os que trabalham à comissão
tretanto, ser fixada proporcionalidade inferior, ou por tarefa.
em atenção às circunstâncias especiais de cada Parágrafo único. Nos casos de falta ou ces-
atividade, mediante ato do Poder Executivo, e sação de serviço, a dispensa do empregado
depois de devidamente apurada pelo Departa- estrangeiro deve preceder à de brasileiro que
mento Nacional do Trabalho e pelo Serviço de exerça função análoga.
Consolidação das Leis do Trabalho
§ 3o Quando não houver empregado far-se-á Parágrafo único. Em se tratando de empresa
declaração negativa. concessionária de serviço público, ou de socie-
dade estrangeira autorizada a funcionar no país,
Art. 361. Apurando-se, das relações apresen- se a infratora, depois de multada, não atender
tadas, qualquer infração, será concedido ao afinal ao cumprimento do texto infringido, po-
infrator o prazo de dez dias para defesa, seguin- derá ser-lhe cassada a concessão ou autorização.
do-se o despacho pela autoridade competente.
Art. 382. Entre duas jornadas de trabalho, ha- segurança e ao conforto das mulheres, a critério
verá um intervalo de onze horas consecutivas, da autoridade competente;
no mínimo, destinado ao repouso. II – a instalar bebedouros, lavatórios, apare-
lhos sanitários; dispor de cadeiras ou bancos, em
Art. 383. Durante a jornada de trabalho, será número suficiente, que permitam às mulheres
concedido à empregada um período para re- trabalhar sem grande esgotamento físico;
feição e repouso não inferior a uma hora nem III – a instalar vestiários com armários in-
superior a duas horas, salvo a hipótese prevista dividuais privativos das mulheres, exceto os
no art. 71, § 3o. estabelecimentos comerciais, escritórios, bancos
e atividades afins, em que não seja exigida a
Art. 384. (Revogado) troca de roupa, e outros, a critério da autoridade
competente em matéria de segurança e higiene
Art. 385. O descanso semanal será de 24 (vin- do trabalho, admitindo-se como suficientes as
te e quatro) horas consecutivas e coincidirá gavetas ou escaninhos, onde possam as empre-
no todo ou em parte com o domingo, salvo gadas guardar seus pertences;
motivo de conveniência pública ou necessida- IV – a fornecer, gratuitamente, a juízo da
de imperiosa de serviço, a juízo da autoridade autoridade competente, os recursos de proteção
62 individual, tais como óculos, máscaras, luvas e
roupas especiais, para a defesa dos olhos, do SEÇÃO V – Da Proteção à Maternidade
aparelho respiratório e da pele, de acordo com
a natureza do trabalho. Art. 391. Não constitui justo motivo para a
§ 1o Os estabelecimentos em que traba- rescisão do contrato de trabalho da mulher o
lharem pelo menos 30 (trinta) mulheres, com fato de haver contraído matrimônio ou de en-
mais de 16 (dezesseis) anos de idade, terão local contrar-se em estado de gravidez.
apropriado onde seja permitido às empregadas Parágrafo único. Não serão permitidos em
guardar sob vigilância e assistência os seus filhos regulamentos de qualquer natureza, contratos
no período da amamentação. coletivos ou individuais de trabalho, restrições
§ 2o A exigência do § 1o poderá ser suprida ao direito da mulher ao seu emprego, por motivo
por meio de creches distritais mantidas, dire- de casamento ou de gravidez.
tamente ou mediante convênios, com outras
entidades públicas ou privadas, pelas próprias Art. 391-A. A confirmação do estado de gra-
empresas, em regime comunitário, ou a cargo do videz advindo no curso do contrato de traba-
SESI, do SESC, da LBA ou de entidades sindicais. lho, ainda que durante o prazo do aviso prévio
trabalhado ou indenizado, garante à empregada
Art. 390. Ao empregador é vedado empregar gestante a estabilidade provisória prevista na
a mulher em serviço que demande o emprego alínea “b” do inciso II do art. 10 do Ato das
de força muscular superior a 20 (vinte) quilos, Disposições Constitucionais Transitórias.
para o trabalho contínuo, ou 25 (vinte e cinco) Parágrafo único. O disposto no caput deste
quilos, para o trabalho ocasional. artigo aplica-se ao empregado adotante ao qual
Parágrafo único. Não está compreendida na tenha sido concedida guarda provisória para
determinação deste artigo a remoção de mate- fins de adoção.
rial feita por impulsão ou tração de vagonetes
sobre trilhos, de carros de mão ou quaisquer Art. 392. A empregada gestante tem direito à
aparelhos mecânicos. licença-maternidade de 120 (cento e vinte) dias,
sem prejuízo do emprego e do salário.
Art. 390-A. (Vetado) § 1o A empregada deve, mediante atestado
médico, notificar o seu empregador da data do
Art. 390-B. As vagas dos cursos de formação início do afastamento do emprego, que poderá
de mão de obra, ministrados por instituições ocorrer entre o 28o (vigésimo oitavo) dia antes
governamentais, pelos próprios empregadores do parto e ocorrência deste.18
ou por qualquer órgão de ensino profissiona- § 2o Os períodos de repouso, antes e depois
lizante, serão oferecidas aos empregados de do parto, poderão ser aumentados de 2 (duas)
ambos os sexos. semanas cada um, mediante atestado médico.
§ 3o Em caso de parto antecipado, a mulher
Art. 390-C. As empresas com mais de cem terá direito aos 120 (cento e vinte) dias previstos
empregados, de ambos os sexos, deverão manter neste artigo.
programas especiais de incentivos e aperfeiçoa- § 4o É garantido à empregada, durante a gra-
Consolidação das Leis do Trabalho
mento profissional da mão de obra. videz, sem prejuízo do salário e demais direitos:
I – transferência de função, quando as condi-
Art. 390-D. (Vetado) ções de saúde o exigirem, assegurada a retomada
da função anteriormente exercida, logo após o
Art. 390-E. A pessoa jurídica poderá associar- retorno ao trabalho;
-se a entidade de formação profissional, socie- II – dispensa do horário de trabalho pelo
dades civis, sociedades cooperativas, órgãos e tempo necessário para a realização de, no mí-
entidades públicas ou entidades sindicais, bem nimo, seis consultas médicas e demais exames
como firmar convênios para o desenvolvimento complementares.
de ações conjuntas, visando à execução de proje-
tos relativos ao incentivo ao trabalho da mulher. NE: ver ADI no 6.327.
18
63
§ 5o (Vetado) da mulher, que recomende o afastamento du-
rante a gestação;19
Art. 392-A. À empregada que adotar ou obtiver III – atividades consideradas insalubres em
guarda judicial para fins de adoção de criança ou qualquer grau, quando apresentar atestado de
adolescente será concedida licença-maternidade saúde, emitido por médico de confiança da mu-
nos termos do art. 392 desta Lei. lher, que recomende o afastamento durante a
§ 1o (Revogado) lactação.20
§ 2o (Revogado) § 1o (Vetado)
§ 3o (Revogado) § 2o Cabe à empresa pagar o adicional de
§ 4o A licença-maternidade só será conce- insalubridade à gestante ou à lactante, efetivan-
dida mediante apresentação do termo judicial do-se a compensação, observado o disposto no
de guarda à adotante ou guardiã. art. 248 da Constituição Federal, por ocasião
§ 5o A adoção ou guarda judicial conjunta do recolhimento das contribuições incidentes
ensejará a concessão de licença-maternidade a sobre a folha de salários e demais rendimentos
apenas um dos adotantes ou guardiães empre- pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa
gado ou empregada. física que lhe preste serviço.
§ 3o Quando não for possível que a gestante
Art. 392-B. Em caso de morte da genitora, é ou a lactante afastada nos termos do caput deste
assegurado ao cônjuge ou companheiro empre- artigo exerça suas atividades em local salubre
gado o gozo de licença por todo o período da na empresa, a hipótese será considerada como
licença-maternidade ou pelo tempo restante a gravidez de risco e ensejará a percepção de sa-
que teria direito a mãe, exceto no caso de fale- lário-maternidade, nos termos da Lei no 8.213,
cimento do filho ou de seu abandono. de 24 de julho de 1991, durante todo o período
de afastamento.
Art. 392-C. Aplica-se, no que couber, o dis-
posto no art. 392‑A e 392‑B ao empregado que Art. 395. Em caso de aborto não criminoso,
adotar ou obtiver guarda judicial para fins de comprovado por atestado médico oficial, a mu-
adoção. lher terá um repouso remunerado de 2 (duas)
semanas, ficando-lhe assegurado o direito de
Art. 393. Durante o período a que se refere o retornar à função que ocupava antes de seu
art. 392, a mulher terá direito ao salário integral afastamento.
e, quando variável, calculado de acordo com a
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas
média dos 6 (seis) últimos meses de trabalho, Art. 396. Para amamentar seu filho, inclusive
bem como os direitos e vantagens adquiridos, se advindo de adoção, até que este complete 6
sendo-lhe ainda facultado reverter à função que (seis) meses de idade, a mulher terá direito, du-
anteriormente ocupava. rante a jornada de trabalho, a 2 (dois) descansos
especiais de meia hora cada um.
Art. 394. Mediante atestado médico, à mulher § 1o Quando o exigir a saúde do filho, o pe-
grávida é facultado romper o compromisso re- ríodo de 6 (seis) meses poderá ser dilatado, a
sultante de qualquer contrato de trabalho, desde critério da autoridade competente.
que este seja prejudicial à gestação. § 2o Os horários dos descansos previstos no
caput deste artigo deverão ser definidos em acor-
Art. 394-A. Sem prejuízo de sua remuneração, do individual entre a mulher e o empregador.
nesta incluído o valor do adicional de insalu-
bridade, a empregada deverá ser afastada de: Art. 397. O SESI, o SESC, a LBA e outras en-
I – atividades consideradas insalubres em tidades públicas destinadas à assistência à in-
grau máximo, enquanto durar a gestação;
II – atividades consideradas insalubres em
grau médio ou mínimo, quando apresentar ates-
19
NE: ver ADI no 5.938.
64 tado de saúde, emitido por médico de confiança 20
NE: ver ADI no 5.938.
fância manterão ou subvencionarão, de acordo Art. 401-B. (Vetado)
com suas possibilidades financeiras, escolas
maternais e jardins de infância, distribuídos
nas zonas de maior densidade de trabalhado- CAPÍTULO IV – Da Proteção do Trabalho
res, destinados especialmente aos filhos das
mulheres empregadas. do Menor
SEÇÃO I – Disposições Gerais
Art. 398. (Revogado)
Art. 402. Considera-se menor para os efeitos
Art. 399. O Ministro do Trabalho, Indústria desta Consolidação o trabalhador de quatorze
e Comércio conferirá diploma de benemerên- até dezoito anos.
cia aos empregadores que se distinguirem pela Parágrafo único. O trabalho do menor re-
organização e manutenção de creches e de ins- ger-se-á pelas disposições do presente Capítulo,
tituições de proteção aos menores em idade exceto no serviço em oficinas em que trabalhem
pré-escolar, desde que tais serviços se recomen- exclusivamente pessoas da família do menor e
dem por sua generosidade e pela eficiência das esteja este sob a direção do pai, mãe ou tutor,
respectivas instalações. observado, entretanto, o disposto nos arts. 404,
405 e na Seção II.
Art. 400. Os locais destinados à guarda dos
filhos das operárias, durante o período da ama- Art. 403. É proibido qualquer trabalho a meno-
mentação, deverão possuir, no mínimo, um res de dezesseis anos de idade, salvo na condição
berçário, uma saleta de amamentação, uma de aprendiz, a partir dos quatorze anos.
cozinha dietética e uma instalação sanitária. Parágrafo único. O trabalho do menor não
poderá ser realizado em locais prejudiciais à
sua formação, ao seu desenvolvimento físico,
SEÇÃO VI – Das Penalidades psíquico, moral e social e em horários e locais
que não permitam a frequência à escola.
Art. 401. Pela infração de qualquer dispositivo a) (Revogada);
deste Capítulo, será imposta ao empregador a b) (Revogada).
multa de cem a mil cruzeiros, aplicada, nesta
Capital, pela autoridade competente de 1a (pri- Art. 404. Ao menor de 18 (dezoito) anos é
meira) instância do Departamento Nacional do vedado o trabalho noturno, considerado este
Trabalho, e, nos Estados e Território do Acre, o que for executado no período compreendido
pelas autoridades competentes do Ministério do entre as 22 (vinte e duas) e as 5 (cinco) horas.
Trabalho, Indústria e Comércio ou por aquelas
que exerçam funções delegadas. Art. 405. Ao menor não será permitido o tra-
§ 1o A penalidade será sempre aplicada no balho:
grau máximo: I – nos locais e serviços perigosos ou in-
a) se ficar apurado o emprego de artifício salubres, constantes de quadro para esse fim
Consolidação das Leis do Trabalho
ou simulação para fraudar a aplicação dos dis- aprovado pelo Diretor-Geral do Departamento
positivos deste Capítulo; de Segurança e Higiene do Trabalho;
b) nos casos de reincidência. II – em locais ou serviços prejudiciais à sua
§ 2o O processo na verificação das infrações, moralidade.
bem como na aplicação e cobrança das multas, § 1o (Revogado)
será o previsto no título “Do Processo de Multas § 2o O trabalho exercido nas ruas, praças e
Administrativas”, observadas as disposições outros logradouros dependerá de prévia autori-
deste artigo. zação do Juiz de Menores, ao qual cabe verificar
se a ocupação é indispensável à sua própria
Art. 401-A. (Vetado) subsistência ou à de seus pais, avós ou irmãos
65
e se dessa ocupação não poderá advir prejuízo Art. 408. Ao responsável legal do menor é
à sua formação moral. facultado pleitear a extinção do contrato de
§ 3o Considera-se prejudicial à moralidade trabalho, desde que o serviço possa acarretar
do menor o trabalho: para ele prejuízos de ordem física ou moral.
a) prestado de qualquer modo, em teatros
de revista, cinemas, boates, cassinos, cabarés, Art. 409. Para maior segurança do trabalho
dancings e estabelecimentos análogos; e garantia da saúde dos menores, a autoridade
b) em empresas circenses, em funções de fiscalizadora poderá proibir-lhes o gozo dos
acrobata, saltimbanco, ginasta e outras seme- períodos de repouso nos locais de trabalho.
lhantes;
c) de produção, composição, entrega ou Art. 410. O Ministro do Trabalho, Indústria e
venda de escritos, impressos, cartazes, dese- Comércio poderá derrogar qualquer proibição
nhos, gravuras, pinturas, emblemas, imagens decorrente do quadro a que se refere a alínea “a”
e quaisquer outros objetos que possam, a juízo do art. 405 quando se certificar haver desapare-
da autoridade competente, prejudicar sua for- cido, parcial ou totalmente, o caráter perigoso
mação moral; ou insalubre, que determinou a proibição.
d) consistente na venda, a varejo, de bebidas
alcoólicas.
§ 4o Nas localidades em que existirem, ofi- SEÇÃO II – Da Duração do Trabalho
cialmente reconhecidas, instituições destinadas
ao amparo dos menores jornaleiros, só aos que Art. 411. A duração do trabalho do menor
se encontrem sob o patrocínio dessas entidades regular-se-á pelas disposições legais relativas à
será outorgada a autorização do trabalho a que duração do trabalho em geral, com as restrições
alude o § 2o. estabelecidas neste Capítulo.
§ 5o Aplica-se ao menor o disposto no
art. 390 e seu parágrafo único. Art. 412. Após cada período de trabalho efeti-
vo, quer contínuo, quer dividido em dois turnos,
Art. 406. O Juiz de Menores poderá autorizar haverá um intervalo de repouso, não inferior
ao menor o trabalho a que se referem as letras a onze horas.
“a” e “b” do § 3o do art. 405:
I – desde que a representação tenha fim edu- Art. 413. É vedado prorrogar a duração normal
cativo ou a peça de que participe não possa ser diária do trabalho do menor, salvo:
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas
III – ausência injustificada à escola que im- pagamento dos salários. Tratando-se, porém,
plique perda do ano letivo; ou de rescisão do contrato de trabalho, é vedado
IV – a pedido do aprendiz. ao menor de 18 (dezoito) anos dar, sem assis-
Parágrafo único. (Revogado) tência dos seus responsáveis legais, quitação ao
§ 2o Não se aplica o disposto nos arts. 479 e empregador pelo recebimento da indenização
480 desta Consolidação às hipóteses de extinção que lhe for devida.
do contrato mencionadas neste artigo.
Art. 440. Contra os menores de 18 (dezoito)
anos não corre nenhum prazo de prescrição.
69
Art. 441. O quadro a que se refere o item I do com alternância de períodos de prestação de
art. 405 será revisto bienalmente. serviços e de inatividade, determinados em
horas, dias ou meses, independentemente do
tipo de atividade do empregado e do empre-
TÍTULO IV – Do Contrato Individual do gador, exceto para os aeronautas, regidos por
Trabalho legislação própria.
CAPÍTULO I – Disposições Gerais
Art. 444. As relações contratuais de trabalho
Art. 442. Contrato individual de trabalho é podem ser objeto de livre estipulação das partes
o acordo tácito ou expresso, correspondente à interessadas em tudo quanto não contravenha
relação de emprego. às disposições de proteção ao trabalho, aos con-
Parágrafo único. Qualquer que seja o ramo tratos coletivos que lhes sejam aplicáveis e às
de atividade da sociedade cooperativa, não existe decisões das autoridades competentes.
vínculo empregatício entre ela e seus associa- Parágrafo único. A livre estipulação a que se
dos, nem entre estes e os tomadores de serviços refere o caput deste artigo aplica-se às hipóteses
daquela. previstas no art. 611‑A desta Consolidação, com
a mesma eficácia legal e preponderância sobre
Art. 442-A. Para fins de contratação, o em- os instrumentos coletivos, no caso de empre-
pregador não exigirá do candidato a emprego gado portador de diploma de nível superior e
comprovação de experiência prévia por tempo que perceba salário mensal igual ou superior a
superior a 6 (seis) meses no mesmo tipo de duas vezes o limite máximo dos benefícios do
atividade. Regime Geral de Previdência Social.
como base a média dos últimos doze meses, II – educação, em estabelecimento de en-
salvo o estabelecido em convenção ou acordo sino próprio ou de terceiros, compreendendo
coletivo de trabalho. os valores relativos a matrícula, mensalidade,
§ 10. Para empresas com mais de sessenta anuidade, livros e material didático;
empregados, será constituída comissão de em- III – transporte destinado ao deslocamento
pregados, mediante previsão em convenção ou para o trabalho e retorno, em percurso servido
acordo coletivo de trabalho, para acompanha- ou não por transporte público;
mento e fiscalização da regularidade da cobran- IV – assistência médica, hospitalar e odon-
ça e distribuição da gorjeta de que trata o § 3o tológica, prestada diretamente ou mediante
deste artigo, cujos representantes serão eleitos seguro-saúde;
em assembleia geral convocada para esse fim V – seguros de vida e de acidentes pessoais; 73
VI – previdência privada; corresponderá igual salário, sem distinção de
VII – (Vetado); sexo, etnia, nacionalidade ou idade.
VIII – o valor correspondente ao vale-cul- § 1o Trabalho de igual valor, para os fins
tura. deste Capítulo, será o que for feito com igual
§ 3o A habitação e a alimentação fornecidas produtividade e com a mesma perfeição técnica,
como salário-utilidade deverão atender aos fins entre pessoas cuja diferença de tempo de serviço
a que se destinam e não poderão exceder, res- para o mesmo empregador não seja superior a
pectivamente, a 25% (vinte e cinco por cento) quatro anos e a diferença de tempo na função
e 20% (vinte por cento) do salário-contratual. não seja superior a dois anos.
§ 4o Tratando-se de habitação coletiva, o § 2o Os dispositivos deste artigo não pre-
valor do salário-utilidade a ela correspondente valecerão quando o empregador tiver pessoal
será obtido mediante a divisão do justo valor da organizado em quadro de carreira ou adotar,
habitação pelo número de coocupantes, vedada, por meio de norma interna da empresa ou de
em qualquer hipótese, a utilização da mesma negociação coletiva, plano de cargos e salários,
unidade residencial por mais de uma família. dispensada qualquer forma de homologação ou
§ 5o O valor relativo à assistência prestada registro em órgão público.
por serviço médico ou odontológico, próprio § 3o No caso do § 2o deste artigo, as promo-
ou não, inclusive o reembolso de despesas com ções poderão ser feitas por merecimento e por
medicamentos, óculos, aparelhos ortopédicos, antiguidade, ou por apenas um destes critérios,
próteses, órteses, despesas médico-hospitalares dentro de cada categoria profissional.
e outras similares, mesmo quando concedido § 4o O trabalhador readaptado em nova fun-
em diferentes modalidades de planos e cobertu- ção, por motivo de deficiência física ou mental
ras, não integram o salário do empregado para atestada pelo órgão competente da Previdência
qualquer efeito nem o salário de contribuição, Social, não servirá de paradigma para fins de
para efeitos do previsto na alínea “q” do § 9o do equiparação salarial.
art. 28 da Lei no 8.212, de 24 de julho de 1991. § 5o A equiparação salarial só será possível
entre empregados contemporâneos no cargo
Art. 459. O pagamento do salário, qualquer ou na função, ficando vedada a indicação de
que seja a modalidade do trabalho, não deve paradigmas remotos, ainda que o paradigma
ser estipulado por período superior a um mês, contemporâneo tenha obtido a vantagem em
salvo no que concerne a comissões, percentagens ação judicial própria.
e gratificações. § 6o No caso de comprovada discriminação
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas
§ 1o Quando o pagamento houver sido es- por motivo de sexo ou etnia, o juízo determina-
tipulado por mês, deverá ser efetuado, o mais rá, além do pagamento das diferenças salariais
tardar, até o quinto dia útil do mês subsequente devidas, multa, em favor do empregado discri-
ao vencido.24 minado, no valor de 50% (cinquenta por cento)
do limite máximo dos benefícios do Regime
Art. 460. Na falta de estipulação do salário ou Geral de Previdência Social.
não havendo prova sobre a importância ajusta-
da, o empregado terá direito a perceber salário Art. 462. Ao empregador é vedado efetuar
igual ao daquele que, na mesma empresa, fizer qualquer desconto nos salários do empregado,
serviço equivalente, ou do que for habitualmente salvo quando este resultar de adiantamentos,
pago para serviço semelhante. de dispositivos de lei ou de contrato coletivo.
§ 1o Em caso de dano causado pelo empre-
Art. 461. Sendo idêntica a função, a todo tra- gado, o desconto será lícito, desde que esta pos-
balho de igual valor, prestado ao mesmo empre- sibilidade tenha sido acordada ou na ocorrência
gador, no mesmo estabelecimento empresarial, de dolo do empregado.
§ 2o É vedado à empresa que mantiver arma-
NE: redação em conformidade com a Lei
24 zém para venda de mercadorias aos emprega-
74 no 7.855/1989. dos ou serviços destinados a proporcionar-lhes
prestações in natura exercer qualquer coação ou tagens devidas na forma estabelecida por este
induzimento no sentido de que os empregados artigo.
se utilizem do armazém ou dos serviços.
§ 3o Sempre que não for possível o acesso Art. 467. Em caso de rescisão de contrato de
dos empregados a armazéns ou serviços não trabalho, havendo controvérsia sobre o mon-
mantidos pela empresa, é lícito à autoridade tante das verbas rescisórias, o empregador é
competente determinar a adoção de medidas obrigado a pagar ao trabalhador, à data do com-
adequadas, visando a que as mercadorias se- parecimento à Justiça do Trabalho, a parte in-
jam vendidas e os serviços prestados a preços controversa dessas verbas, sob pena de pagá-las
razoáveis, sem intuito de lucro e sempre em acrescidas de cinquenta por cento.
benefício dos empregados. Parágrafo único. O disposto no caput não se
§ 4o Observado o disposto neste Capítu- aplica à União, aos Estados, ao Distrito Federal,
lo, é vedado às empresas limitar, por qualquer aos Municípios e às suas autarquias e fundações
forma, a liberdade dos empregados de dispor públicas.
do seu salário.
pelo índice de variação do BTN, salvo quando, gasto pelo interessado para realização de seu
comprovadamente, o trabalhador der causa à serviço, calculando-se o valor do que seria feito
mora. durante trinta dias.
§ 9o (Vetado)
§ 10. A anotação da extinção do contrato Art. 479. Nos contratos que tenham termo
na Carteira de Trabalho e Previdência Social estipulado, o empregador que, sem justa causa,
é documento hábil para requerer o benefício despedir o empregado, será obrigado a pagar-
do seguro-desemprego e a movimentação da -lhe, a título de indenização, e por metade, a
conta vinculada no Fundo de Garantia do Tem- remuneração a que teria direito até o termo
po de Serviço, nas hipóteses legais, desde que do contrato.
a comunicação prevista no caput deste artigo Parágrafo único. Para a execução do que
tenha sido realizada. dispõe o presente artigo, o cálculo da parte va-
riável ou incerta dos salários será feito de acordo
Art. 477-A. As dispensas imotivadas indi- com o prescrito para o cálculo da indenização
viduais, plúrimas ou coletivas equiparam-se referente à rescisão dos contratos por prazo
para todos os fins, não havendo necessidade indeterminado.
de autorização prévia de entidade sindical ou
78
Art. 480. Havendo termo estipulado, o em- Parágrafo único. Constitui igualmente justa
pregado não se poderá desligar do contrato, causa para dispensa de empregado, a prática,
sem justa causa, sob pena de ser obrigado a devidamente comprovada em inquérito ad-
indenizar o empregador dos prejuízos que desse ministrativo, de atos atentatórios à segurança
fato lhe resultarem. nacional.
§ 1o A indenização, porém, não poderá ex-
ceder àquela a que teria direito o empregado Art. 483. O empregado poderá considerar
em idênticas condições. rescindido o contrato e pleitear a devida inde-
§ 2o (Revogado) nização quando:
a) forem exigidos serviços superiores às suas
Art. 481. Aos contratos por prazo determina- forças, defesos por lei, contrários aos bons cos-
do, que contiverem cláusula assecuratória do tumes, ou alheios ao contrato;
direito recíproco de rescisão antes de expirado b) for tratado pelo empregador ou por seus
o termo ajustado, aplicam-se, caso seja exercido superiores hierárquicos com rigor excessivo;
tal direito por qualquer das partes, os princípios c) correr perigo manifesto de mal consi-
que regem a rescisão dos contratos por prazo derável;
indeterminado. d) não cumprir o empregador as obrigações
do contrato;
Art. 482. Constituem justa causa para rescisão e) praticar o empregador ou seus prepostos,
do contrato de trabalho pelo empregador: contra ele ou pessoas de sua família, ato lesivo
a) ato de improbidade; da honra e boa fama;
b) incontinência de conduta ou mau pro- f) o empregador ou seus prepostos ofende-
cedimento; rem-no fisicamente, salvo em caso de legítima
c) negociação habitual por conta própria ou defesa, própria ou de outrem;
alheia sem permissão do empregador, e quando g) o empregador reduzir o seu trabalho, sen-
constituir ato de concorrência à empresa para do este por peça ou tarefa, de forma a afetar
a qual trabalha o empregado, ou for prejudicial sensivelmente a importância dos salários.
ao serviço; § 1o O empregado poderá suspender a
d) condenação criminal do empregado, prestação dos serviços ou rescindir o contrato,
passada em julgado, caso não tenha havido quando tiver de desempenhar obrigações legais,
suspensão da execução da pena; incompatíveis com a continuação do serviço.
e) desídia no desempenho das respectivas § 2o No caso de morte do empregador cons-
funções; tituído em empresa individual, é facultado ao
f) embriaguez habitual ou em serviço; empregado rescindir o contrato de trabalho.
g) violação de segredo da empresa; § 3o Nas hipóteses das letras “d” e “g”, poderá
h) ato de indisciplina ou de insubordinação; o empregado pleitear a rescisão de seu contrato
i) abandono de emprego; de trabalho e o pagamento das respectivas in-
j) ato lesivo da honra ou da boa fama pra- denizações, permanecendo ou não no serviço
ticado no serviço contra qualquer pessoa, ou até final decisão do processo.
Consolidação das Leis do Trabalho
nal do trabalho competente notificará a pessoa que integra seu tempo de serviço para todos
de direito público apontada como responsável os efeitos legais.
pela paralisação do trabalho, para que, no pra-
zo de 30 (trinta) dias, alegue o que entender Art. 488. O horário normal de trabalho do
devido, passando a figurar no processo como empregado, durante o prazo do aviso, e se a
chamada à autoria. rescisão tiver sido promovida pelo empregador,
§ 2o Sempre que a parte interessada, firmada será reduzido de duas horas diárias, sem prejuízo
em documento hábil, invocar defesa baseada do salário integral.
na disposição deste artigo e indicar qual o juiz Parágrafo único. É facultado ao empregado
competente, será ouvida a parte contrária, para, trabalhar sem a redução das 2 (duas) horas diá-
dentro de três dias, falar sobre essa alegação. rias previstas neste artigo, caso em que poderá
§ 3o Verificada qual a autoridade respon- faltar ao serviço, sem prejuízo do salário integral,
sável, a Junta de Conciliação ou Juiz dar-se-á por 1 (um) dia, na hipótese do inciso I, e por
por incompetente, remetendo os autos ao Juiz 7 (sete) dias corridos, na hipótese do inciso II
Privativo da Fazenda, perante o qual correrá o do art. 487 desta Consolidação.
feito nos termos previstos no processo comum.
Art. 489. Dado o aviso prévio, a rescisão tor-
80 na-se efetiva depois de expirado o respectivo
prazo, mas, se a parte notificante reconsiderar o Art. 496. Quando a reintegração do empre-
ato, antes de seu termo, à outra parte é facultado gado estável for desaconselhável, dado o grau
aceitar ou não a reconsideração. de incompatibilidade resultante do dissídio,
Parágrafo único. Caso seja aceita a reconsi- especialmente quando for o empregador pessoa
deração, ou continuando a prestação depois de física, o tribunal do trabalho poderá converter
expirado o prazo, o contrato continuará a vigo- aquela obrigação em indenização devida nos
rar, como se o aviso prévio não tivesse sido dado. termos do artigo seguinte.
Art. 501. Entende-se como força maior todo Art. 505. São aplicáveis aos trabalhadores ru-
acontecimento inevitável, em relação à vontade rais os dispositivos constantes dos Capítulos I,
do empregador, e para a realização do qual este II e VI do presente Título.
não concorreu, direta ou indiretamente.
§ 1o A imprevidência do empregador exclui Art. 506. No contrato de trabalho agrícola é
a razão de força maior. lícito o acordo que estabelecer a remuneração in
§ 2o À ocorrência do motivo de força maior natura, contanto que seja de produtos obtidos
que não afetar substancialmente, nem for sus- pela exploração do negócio e não exceda de um
cetível de afetar, em tais condições, a situação terço do salário total do empregado.
econômica e financeira da empresa, não se
aplicam as restrições desta Lei referentes ao Art. 507. As disposições do Capítulo VII do
disposto neste Capítulo. presente Título não serão aplicáveis aos em-
pregados em consultórios ou escritórios de
Art. 502. Ocorrendo motivo de força maior profissionais liberais.
que determine a extinção da empresa, ou de um Parágrafo único. (Revogado)
dos estabelecimentos em que trabalhe o empre-
gado, é assegurada a este, quando despedido, Art. 507-A. Nos contratos individuais de traba-
uma indenização na forma seguinte: lho cuja remuneração seja superior a duas vezes
I – sendo estável, nos termos dos arts. 477 o limite máximo estabelecido para os benefícios
e 478; do Regime Geral de Previdência Social, poderá
II – não tendo direito à estabilidade, metade ser pactuada cláusula compromissória de arbi-
da que seria devida em caso de rescisão sem tragem, desde que por iniciativa do empregado
justa causa; ou mediante a sua concordância expressa, nos
III – havendo contrato por prazo determi- termos previstos na Lei no 9.307, de 23 de se-
nado, aquela a que se refere o art. 479 desta Lei, tembro de 1996.
reduzida igualmente à metade.
Art. 507-B. É facultado a empregados e em-
Art. 503. É lícita, em caso de força maior ou pregadores, na vigência ou não do contrato de
prejuízos devidamente comprovados, a redução emprego, firmar o termo de quitação anual de
geral dos salários dos empregados da empresa, obrigações trabalhistas, perante o sindicato dos
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas
82
TÍTULO IV-A – Da Representação dos Art. 510-C. A eleição será convocada, com
Empregados antecedência mínima de trinta dias, contados do
término do mandato anterior, por meio de edital
Art. 510-A. Nas empresas com mais de duzen- que deverá ser fixado na empresa, com ampla
tos empregados, é assegurada a eleição de uma publicidade, para inscrição de candidatura.
comissão para representá-los, com a finalidade § 1o Será formada comissão eleitoral, inte-
de promover-lhes o entendimento direto com grada por cinco empregados, não candidatos,
os empregadores. para a organização e o acompanhamento do
§ 1o A comissão será composta: processo eleitoral, vedada a interferência da
I – nas empresas com mais de duzentos e até empresa e do sindicato da categoria.
três mil empregados, por três membros; § 2o Os empregados da empresa poderão
II – nas empresas com mais de três mil e até candidatar-se, exceto aqueles com contrato de
cinco mil empregados, por cinco membros; trabalho por prazo determinado, com contrato
III – nas empresas com mais de cinco mil suspenso ou que estejam em período de aviso
empregados, por sete membros. prévio, ainda que indenizado.
§ 2o No caso de a empresa possuir empre- § 3o Serão eleitos membros da comissão de
gados em vários Estados da Federação e no representantes dos empregados os candidatos
Distrito Federal, será assegurada a eleição de mais votados, em votação secreta, vedado o
uma comissão de representantes dos empre- voto por representação.
gados por Estado ou no Distrito Federal, na § 4o A comissão tomará posse no primeiro
mesma forma estabelecida no § 1o deste artigo. dia útil seguinte à eleição ou ao término do
mandato anterior.
Art. 510-B. A comissão de representantes dos § 5o Se não houver candidatos suficientes,
empregados terá as seguintes atribuições: a comissão de representantes dos empregados
I – representar os empregados perante a ad- poderá ser formada com número de membros
ministração da empresa; inferior ao previsto no art. 510‑A desta Con-
II – aprimorar o relacionamento entre a em- solidação.
presa e seus empregados com base nos princí- § 6o Se não houver registro de candidatura,
pios da boa-fé e do respeito mútuo; será lavrada ata e convocada nova eleição no
III – promover o diálogo e o entendimento prazo de um ano.
no ambiente de trabalho com o fim de prevenir
conflitos; Art. 510-D. O mandato dos membros da co-
IV – buscar soluções para os conflitos decor- missão de representantes dos empregados será
rentes da relação de trabalho, de forma rápida de um ano.
e eficaz, visando à efetiva aplicação das normas § 1o O membro que houver exercido a fun-
legais e contratuais; ção de representante dos empregados na comis-
V – assegurar tratamento justo e imparcial são não poderá ser candidato nos dois períodos
aos empregados, impedindo qualquer forma subsequentes.
de discriminação por motivo de sexo, idade, § 2o O mandato de membro de comissão
Consolidação das Leis do Trabalho
religião, opinião política ou atuação sindical; de representantes dos empregados não implica
VI – encaminhar reivindicações específicas suspensão ou interrupção do contrato de tra-
dos empregados de seu âmbito de representação; balho, devendo o empregado permanecer no
VII – acompanhar o cumprimento das leis exercício de suas funções.
trabalhistas, previdenciárias e das convenções § 3o Desde o registro da candidatura até um
coletivas e acordos coletivos de trabalho. ano após o fim do mandato, o membro da co-
§ 1o As decisões da comissão de represen- missão de representantes dos empregados não
tantes dos empregados serão sempre colegiadas, poderá sofrer despedida arbitrária, entenden-
observada a maioria simples. do-se como tal a que não se fundar em motivo
§ 2o A comissão organizará sua atuação de disciplinar, técnico, econômico ou financeiro.
forma independente. 83
§ 4o Os documentos referentes ao processo respectiva categoria ou profissão liberal ou os
eleitoral devem ser emitidos em duas vias, as interesses individuais dos associados relativos
quais permanecerão sob a guarda dos empre- à atividade ou profissão exercida;
gados e da empresa pelo prazo de cinco anos, b) celebrar contratos coletivos de trabalho;
à disposição para consulta de qualquer traba- c) eleger ou designar os representantes da
lhador interessado, do Ministério Público do respectiva categoria ou profissão liberal;
Trabalho e do Ministério do Trabalho. d) colaborar com o Estado, como órgãos
técnicos e consultivos, no estudo e solução dos
problemas que se relacionam com a respectiva
TÍTULO V – Da Organização Sindical categoria ou profissão liberal;
CAPÍTULO I – Da Instituição Sindical e) impor contribuições a todos aqueles que
SEÇÃO I – Da Associação em Sindicato participam das categorias econômicas ou profis-
sionais ou das profissões liberais representadas.
Art. 511. É lícita a associação para fins de es- Parágrafo único. Os sindicatos de emprega-
tudo, defesa e coordenação dos seus interesses dos terão, outrossim, a prerrogativa de fundar
econômicos ou profissionais de todos os que, e manter agências de colocação.
como empregadores, empregados, agentes ou
trabalhadores autônomos, ou profissionais li- Art. 514. São deveres dos sindicatos:
berais, exerçam, respectivamente, a mesma ati- a) colaborar com os poderes públicos no
vidade ou profissão ou atividades ou profissões desenvolvimento da solidariedade social;
similares ou conexas. b) manter serviços de assistência judiciária
§ 1o A solidariedade de interesses econômi- para os associados;
cos dos que empreendem atividades idênticas, c) promover a conciliação nos dissídios de
similares ou conexas, constitui o vínculo social trabalho;
básico que se denomina categoria econômica. d) sempre que possível, e de acordo com as
§ 2o A similitude de condições de vida oriun- suas possibilidades, manter no seu quadro de
da da profissão ou trabalho em comum, em pessoal, em convênio com entidades assisten-
situação de emprego na mesma atividade econô- ciais ou por conta própria, um assistente social
mica ou em atividades econômicas similares ou com as atribuições específicas de promover a
conexas, compõe a expressão social elementar cooperação operacional na empresa e a inte-
compreendida como categoria profissional. gração profissional na Classe.
§ 3o Categoria profissional diferenciada é Parágrafo único. Os sindicatos de emprega-
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas
a que se forma dos empregados que exerçam dos terão, outrossim, o dever de:
profissões ou funções diferenciadas por força a) promover a fundação de cooperativas de
de estatuto profissional especial ou em conse- consumo e de crédito;
quência de condições de vida singulares. b) fundar e manter escolas de alfabetização
§ 4o Os limites de identidade, similaridade e pré-vocacionais.
ou conexidade fixam as dimensões dentro das
quais a categoria econômica ou profissional é
homogênea e a associação é natural. SEÇÃO II – Do Reconhecimento e
Investidura Sindical
Art. 512. Somente as associações profissionais
constituídas para os fins e na forma do artigo Art. 515. As associações profissionais deverão
anterior e registradas de acordo com o art. 558 satisfazer os seguintes requisitos para serem
poderão ser reconhecidas como sindicatos e reconhecidas como sindicatos:
investidas nas prerrogativas definidas nesta Lei. a) reunião de um terço, no mínimo, de em-
presas legalmente constituídas, sob a forma
Art. 513. São prerrogativas dos sindicatos: individual ou de sociedade, se se tratar de as-
a) representar, perante as autoridades admi- sociação de empregadores; ou de um terço dos
84 nistrativas e judiciárias, os interesses gerais da que integrem a mesma categoria ou exerçam a
mesma profissão liberal se se tratar de associação d) as atribuições, o processo eleitoral e das
de empregados ou de trabalhadores ou agentes votações, os casos de perda de mandato e de
autônomos ou de profissão liberal; substituição dos administradores;
b) duração de três anos para o mandato da e) o modo de constituição e administração
diretoria; do patrimônio social e o destino que lhe será
c) exercício do cargo de presidente por brasi- dado no caso de dissolução;
leiro nato, e dos demais cargos de administração f) as condições em que se dissolverá a as-
e representação por brasileiros. sociação.
Parágrafo único. O ministro do Trabalho, § 2o O processo de reconhecimento será
Indústria e Comércio poderá, excepcionalmen- regulado em instruções baixadas pelo ministro
te, reconhecer como sindicato a associação cujo do Trabalho, Indústria e Comércio.
número de associados seja inferior ao terço a
que se refere a alínea “a”. Art. 519. A investidura sindical será conferida
sempre à associação profissional mais represen-
Art. 516. Não será reconhecido mais de um tativa, a juízo do ministro do Trabalho, Indústria
sindicato representativo da mesma categoria e Comércio, constituindo elementos para essa
econômica ou profissional, ou profissão liberal, apreciação, entre outros:
em uma dada base territorial. a) o número de associados;
b) os serviços sociais fundados e mantidos;
Art. 517. Os sindicatos poderão ser distritais, c) o valor do patrimônio.
municipais, intermunicipais, estaduais e inte-
restaduais. Excepcionalmente, e atendendo às Art. 520. Reconhecida como sindicato a as-
peculiaridades de determinadas categorias ou sociação profissional, ser-lhe-á expedida carta
profissões, o ministro do Trabalho, Indústria e de reconhecimento, assinada pelo ministro
Comércio poderá autorizar o reconhecimento do Trabalho, Indústria e Comércio, na qual
de sindicatos nacionais. será especificada a representação econômica
§ 1o O ministro do Trabalho, Indústria e ou profissional conferida e mencionada a base
Comércio outorgará e delimitará a base terri- territorial outorgada.
torial do sindicato. Parágrafo único. O reconhecimento investe
§ 2o Dentro da base territorial que lhe for a associação nas prerrogativas do art. 513 e a
determinada é facultado ao sindicato instituir obriga aos deveres do art. 514, cujo inadimple-
delegacias ou seções para melhor proteção dos mento a sujeitará às sanções desta Lei.
associados e da categoria econômica ou profis-
sional ou profissão liberal representada. Art. 521. São condições para o funcionamento
do Sindicato:
Art. 518. O pedido de reconhecimento será a) proibição de qualquer propaganda de
dirigido ao ministro do Trabalho, Indústria e doutrinas incompatíveis com as instituições e os
Comércio, instruído com exemplar ou cópia interesses da Nação, bem como de candidaturas
autenticada dos estatutos da associação. a cargos eletivos estranhos ao sindicato;
Consolidação das Leis do Trabalho
Art. 526. Os empregados do sindicato se- Art. 529. São condições para o exercício do di-
rão nomeados pela diretoria respectiva ad reito do voto como para a investidura em cargo
referendum da assembleia geral, não poden- de administração ou representação econômica
do recair tal nomeação nos que estiverem nas ou profissional:
condições previstas nos itens II, IV, V, VI, VII a) ter o associado mais de seis meses de ins-
e VIII do art. 530 e, na hipótese de o nomeado crição no quadro social e mais de dois anos de
haver sido dirigente sindical, também nas do exercício da atividade ou da profissão;
item I do mesmo artigo. b) ser maior de 18 (dezoito) anos;
Parágrafo único. (Revogado) c) estar no gozo dos direitos sindicais.
§ 2o Aplicam-se ao empregado de entidade Parágrafo único. É obrigatório aos associados
sindical os preceitos das leis de proteção do o voto nas eleições sindicais.
trabalho e de previdência social, inclusive o
direito de associação em sindicato. Art. 530. Não podem ser eleitos para cargos
administrativos ou de representação econômica
Art. 527. Na sede de cada sindicato haverá um ou profissional, nem permanecer no exercício
Consolidação das Leis do Trabalho
sindical, poderá qualquer exercente de atividade sindical, mas ao empregado sindicalizado é asse-
ou profissão recorrer, dentro de 30 (trinta) dias, gurada, em igualdade de condições, preferência:
para a autoridade competente do Ministério do I – para a admissão nos trabalhos de empre-
Trabalho, Indústria e Comércio. sa que explore serviços públicos ou mantenha
contrato com os poderes públicos;
Art. 543. O empregado eleito para cargo de II – para ingresso em funções públicas ou
administração sindical ou representação pro- assemelhadas, em caso de cessação coletiva de
fissional, inclusive junto a órgão de deliberação trabalho, por motivo de fechamento de esta-
coletiva, não poderá ser impedido do exercício belecimento;
de suas funções, nem transferido para lugar ou III – nas concorrências para aquisição de
mister que lhe dificulte ou torne impossível casa própria, pelo Plano Nacional de Habitação
o desempenho das suas atribuições sindicais. ou por intermédio de quaisquer instituições
§ 1o O empregado perderá o mandato se a públicas;
transferência for por ele solicitada ou volunta- IV – nos loteamentos urbanos ou rurais,
riamente aceita. promovidos pela União, por seus órgãos de
§ 2o Considera-se de licença não remunera- administração direta ou indireta ou sociedades
da, salvo assentimento da empresa ou cláusula de economia mista;
90 contratual, o tempo em que o empregado se
V – na locação ou compra de imóveis, de Nacional do Trabalho, no Distrito Federal, ou
propriedade de pessoa de direito público ou da autoridade regional do Ministério do Tra-
sociedade de economia mista, quando sob ação balho, Indústria e Comércio, nos Estados e no
de despejo em tramitação judicial; Território do Acre, de que não existe sindicato
VI – na concessão de empréstimos simples no local onde o interessado exerce a respectiva
concedidos pelas agências financeiras do Go- atividade ou profissão.
verno ou a ele vinculadas;
VII – na aquisição de automóveis, outros
veículos e instrumentos relativos ao exercício SEÇÃO VII – Da Gestão Financeira do
da profissão, quando financiados pelas autar- Sindicato e Sua Fiscalização
quias, sociedades de economia mista ou agências
financeiras do Governo; Art. 548. Constituem o patrimônio das asso-
VIII – (Revogado); ciações sindicais:
IX – na concessão de bolsas de estudos para a) as contribuições devidas aos sindicatos
si ou para seus filhos, obedecida a legislação que pelos que participem das categorias econômi-
regule a matéria. cas ou profissionais ou das profissões liberais
representadas pelas referidas entidades, sob a
Art. 545. Os empregadores ficam obrigados denominação de imposto sindical, pagas e arre-
a descontar da folha de pagamento dos seus cadadas na forma do Capítulo III deste Título;
empregados, desde que por eles devidamente b) as contribuições dos associados, na forma
autorizados, as contribuições devidas ao sindi- estabelecida nos estatutos ou pelas assembleias
cato, quando por este notificados. gerais;
Parágrafo único. O recolhimento à entidade c) os bens e valores adquiridos e as rendas
sindical beneficiária do importe descontado produzidas pelos mesmos;
deverá ser feito até o 10o (décimo) dia subse- d) as doações e legados;
quente ao do desconto, sob pena de juros de e) as multas e outras rendas eventuais.
mora no valor de 10% (dez por cento) sobre o
montante retido, sem prejuízo da multa prevista Art. 549. A receita dos sindicatos, federações e
no art. 553 e das cominações penais relativas à confederações só poderá ter aplicação na forma
apropriação indébita. prevista nos respectivos orçamentos anuais,
obedecidas as disposições estabelecidas na lei
Art. 546. Às empresas sindicalizadas é assegu- e nos seus estatutos.
rada preferência, em igualdade de condições, § 1o Para alienação, locação ou aquisição
nas concorrências para exploração de serviços de bens imóveis, ficam as entidades sindicais
públicos, bem como nas concorrências para obrigadas a realizar avaliação prévia pela Caixa
fornecimento às repartições federais, estaduais Econômica Federal ou pelo Banco Nacional da
e municipais e às entidades paraestatais. Habitação ou, ainda, por qualquer outra orga-
nização legalmente habilitada a tal fim.
Art. 547. É exigida a qualidade de sindicalizado § 2o Os bens imóveis das entidades sindicais
Consolidação das Leis do Trabalho
para o exercício de qualquer função represen- não serão alienados sem a prévia autorização
tativa de categoria econômica ou profissional, das respectivas assembleias gerais, reunidas
em órgão oficial de deliberação coletiva, bem com a presença da maioria absoluta dos asso-
como para o gozo de favores ou isenções tribu- ciados com direito a voto ou dos Conselhos
tárias, salvo em se tratando de atividades não de Representantes com a maioria absoluta dos
econômicas. seus membros.
Parágrafo único. Antes da posse ou exercício § 3o Caso não seja obtido o quorum estabe-
das funções a que alude o artigo anterior ou lecido no parágrafo anterior, a matéria poderá
de concessão dos favores será indispensável ser decidida em nova assembleia geral, reunida
comprovar a sindicalização, ou oferecer prova, com qualquer número de associados com direito
mediante certidão negativa no Departamento 91
a voto, após o transcurso de 10 (dez) dias da correntes, poderão ser ajustadas ao fluxo dos
primeira convocação. gastos, mediante a abertura de créditos adicio-
§ 4o Nas hipóteses previstas nos §§ 2o e 3o a nais solicitados pela Diretoria da entidade às
decisão somente terá validade se adotada pelo respectivas Assembleias Gerais ou Conselhos de
mínimo de 2/3 (dois terços) dos presentes, em Representantes, cujos atos concessórios serão
escrutínio secreto. publicados até o último dia do exercício cor-
§ 5o Da deliberação da assembleia geral, respondente, obedecida a mesma sistemática
concernente à alienação de bens imóveis, ca- prevista no parágrafo anterior.
berá recurso voluntário, dentro do prazo de 15 § 3o Os créditos adicionais classificam-se em:
(quinze) dias, ao Ministro do Trabalho, com a) suplementares, os destinados a reforçar
efeito suspensivo. dotações alocadas no orçamento; e
§ 6o A venda do imóvel será efetuada pela b) especiais, os destinados a incluir dotações
diretoria da entidade, após a decisão da Assem- no orçamento, a fim de fazer face às despesas
bleia Geral ou do Conselho de Representantes, para as quais não se tenha consignado crédito
mediante concorrência pública, com edital pu- específico.
blicado no Diário Oficial da União e na imprensa § 4o A abertura dos créditos adicionais de-
diária, com antecedência mínima de 30 (trinta) pende da existência de receita para sua compen-
dias da data de sua realização. sação, considerando-se, para esse efeito, desde
§ 7o Os recursos destinados ao pagamento que não comprometidos:
total ou parcelado dos bens imóveis adquiridos a) o superavit financeiro apurado em balan-
serão consignados, obrigatoriamente, nos orça- ço do exercício anterior;
mentos anuais das entidades sindicais. b) o excesso de arrecadação, assim entendi-
do o saldo positivo da diferença entre a renda
Art. 550. Os orçamentos das entidades sin- prevista e a realizada, tendo-se em conta, ainda,
dicais serão aprovados, em escrutínio secreto, a tendência do exercício; e
pelas respectivas Assembleias Gerais ou Con- c) a resultante da anulação parcial ou total de
selho de Representantes, até 30 (trinta) dias dotações alocadas no orçamento ou de créditos
antes do início do exercício financeiro a que se adicionais abertos no exercício.
referem, e conterão a discriminação da receita e § 5o Para efeito orçamentário e contábil sin-
da despesa, na forma das instruções e modelos dical, o exercício financeiro coincidirá com o
expedidos pelo Ministério do Trabalho. ano civil, a ele pertencendo todas as receitas
§ 1o Os orçamentos, após a aprovação pre- arrecadadas e as despesas compromissadas.
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas
para o livro Diário, inclusive no que se refere ao do Trabalho, Indústria e Comércio nomeará
registro e autenticação da Delegacia Regional um delegado para dirigir a associação e proce-
do Trabalho local. der, dentro do prazo de 90 (noventa) dias, em
§ 8o As contas dos administradores das enti- assembleia geral por ele convocada e presidida,
dades sindicais serão aprovadas, em escrutínio à eleição dos novos diretores e membros do
secreto, pelas respectivas Assembleias Gerais ou Conselho Fiscal.
Conselhos de Representantes, com prévio pa-
recer do Conselho Fiscal, cabendo ao Ministro Art. 555. A pena de cassação da carta de reco-
do Trabalho estabelecer prazos e procedimentos nhecimento será imposta à entidade sindical:
para a sua elaboração e destinação.
93
a) que deixar de satisfazer as condições de autoridades administrativas e judiciárias, os
constituição e funcionamento estabelecidas interesses individuais dos associados relativos à
nesta Lei; sua atividade ou profissão, sendo-lhes também
b) que se recusar ao cumprimento de ato do extensivas as prerrogativas contidas na alínea
Presidente da República, no uso da faculdade “d” e no parágrafo único do art. 513.
conferida pelo art. 536; § 1o O registro a que se refere o presente
c) que criar obstáculos à execução da política artigo competirá às Delegacias Regionais do
econômica adotada pelo Governo. Ministério do Trabalho e Previdência Social
ou às repartições autorizadas em virtude da lei.
Art. 556. A cassação da carta de reconheci- § 2o O registro das associações far-se-á me-
mento da entidade sindical não importará no diante requerimento, acompanhado da cópia
cancelamento de seu registro, nem, consequen- autêntica dos estatutos e da declaração do núme-
temente, a sua dissolução, que se processará de ro de associados, do patrimônio e dos serviços
acordo com as disposições da lei que regulam sociais organizados.
a dissolução das associações civis. § 3o As alterações dos estatutos das associa-
Parágrafo único. No caso de dissolução, por ções profissionais não entrarão em vigor sem
se achar a associação incursa nas leis que de- aprovação da autoridade que houver concedido
finem crimes contra a personalidade interna- o respectivo registro.
cional, a estrutura e a segurança do Estado e a
ordem política e social, os seus bens, pagas as Art. 559. O Presidente da República, excep-
dívidas decorrentes das suas responsabilidades, cionalmente e mediante proposta do Ministro
serão incorporados ao patrimônio da União e do Trabalho, Indústria e Comércio, fundada em
aplicados em obras de assistência social. razões de utilidade pública, poderá conceder,
por decreto, às associações civis constituídas
Art. 557. As penalidades de que trata o art. 553 para a defesa e coordenação de interesses econô-
serão impostas: micos e profissionais e não obrigadas ao registro
a) as das alíneas “a” e “b”, pelo Delegado previsto no artigo anterior, a prerrogativa da
Regional do Trabalho, com recurso para o mi- alínea “d” do art. 513 deste Capítulo.
nistro de Estado;
b) as demais, pelo ministro de Estado. Art. 560. Não se reputará transmissão de bens,
§ 1o Quando se tratar de associações de grau para efeitos fiscais, a incorporação do patrimô-
superior, as penalidades serão impostas pelo mi- nio de uma associação profissional ao da entida-
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas
nistro de Estado, salvo se a pena for de cassação de sindical, ou das entidades aludidas entre si.
da carta de reconhecimento de confederação,
caso em que a pena será imposta pelo Presidente Art. 561. A denominação “sindicato” é priva-
da República. tiva das associações profissionais de primeiro
§ 2o Nenhuma pena será imposta sem que grau, reconhecidas na forma desta Lei.
seja assegurada defesa ao acusado.
Art. 562. As expressões “federação” e “confe-
deração”, seguidas da designação de uma ati-
SEÇÃO IX – Disposições Gerais vidade econômica ou profissional, constituem
denominações privativas das entidades sindicais
Art. 558. São obrigadas ao registro todas as de grau superior.
associações profissionais constituídas por ati-
vidades ou profissões idênticas, similares ou Art. 563. (Revogado)
conexas, de acordo com o art. 511 e na confor-
midade do Quadro de Atividades e Profissões Art. 564. Às entidades sindicais, sendo-lhes
a que alude o Capítulo II deste Título. As as- peculiar e essencial a atribuição representativa
sociações profissionais registradas nos termos e coordenadora das correspondentes categorias
94 deste artigo poderão representar, perante as
ou profissões, é vedado, direta ou indiretamente, principal, formando um sindicato específico,
o exercício de atividade econômica. desde que o novo sindicato, a juízo da Comis-
são do Enquadramento Sindical, ofereça pos-
Art. 565. As entidades sindicais reconheci- sibilidade de vida associativa regular e de ação
das nos termos desta Lei não poderão filiar-se sindical eficiente.
a organizações internacionais, nem com elas
manter relações, sem prévia licença concedida Art. 572. Os sindicatos que se constituírem
por decreto do Presidente da República. por categorias similares ou conexas, nos ter-
mos do parágrafo único do art. 570, adotarão
Art. 566. Não podem sindicalizar-se os ser- denominação em que fiquem, tanto como pos-
vidores do Estado e os das instituições paraes- sível, explicitamente mencionadas as atividades
tatais. ou profissões concentradas, de conformidade
Parágrafo único. Excluem-se da proibição com o Quadro de Atividades e Profissões, ou se
constante deste artigo os empregados das socie- se tratar de subdivisões, de acordo com o que
dades de economia mista, da Caixa Econômica determinar a Comissão do Enquadramento
Federal e das fundações criadas ou mantidas Sindical.
pelo Poder Público da União, dos Estados e Parágrafo único. Ocorrendo a hipótese do
Municípios. artigo anterior, o sindicato principal terá a deno-
minação alterada, eliminando-se-lhe a designa-
Arts. 567 a 569. (Revogados) ção relativa à atividade ou profissão dissociada.
condições tais que não se possam sindicalizar Enquadramento Sindical definir, de modo gené-
eficientemente pelo critério de especificidade rico, com a aprovação do ministro do Trabalho,
de categoria, é-lhes permitido sindicalizar-se Indústria e Comércio, a dimensão e os demais
pelo critério de categorias similares ou conexas, característicos das empresas industriais de tipo
entendendo-se como tais as que se acham com- artesanal.
preendidas nos limites de cada grupo constante
do Quadro de Atividades e Profissões. Art. 575. O Quadro de Atividades e Profissões
será revisto de dois em dois anos, por proposta
Art. 571. Qualquer das atividades ou profissões da Comissão do Enquadramento Sindical, para
concentradas na forma do parágrafo único do o fim de ajustá-lo às condições da estrutura
artigo anterior poderá dissociar-se do sindicato econômica e profissional do país. 95
§ 1o Antes de proceder à revisão do Quadro, ou pelo representante deste na Comissão, nesta
a Comissão deverá solicitar sugestões às enti- ordem.
dades sindicais e às associações profissionais. § 6o Além das atribuições fixadas no presen-
§ 2o A proposta de revisão será submetida à te Capítulo e concernentes ao enquadramento
aprovação do ministro do Trabalho, Indústria sindical, individual ou coletivo, e à classificação
e Comércio. das atividades e profissões, competirá também
à CES resolver, com recurso para o Ministro do
Art. 576. A Comissão do Enquadramento Trabalho e Previdência Social, todas as dúvi-
Sindical será constituída pelo Diretor-Geral das e controvérsias concernentes à organização
do Departamento Nacional do Trabalho, que sindical.
a presidirá, e pelos seguintes membros:
I – 2 (dois) representantes do Departamento Art. 577. O Quadro de Atividades e Profissões
Nacional do Trabalho; em vigor fixará o plano básico do enquadra-
II – 1 (um) representante do Departamento mento sindical.25
Nacional de Mão de Obra;
III – 1 (um) representante do Instituto Na-
cional de Tecnologia, do Ministério da Indústria CAPÍTULO III – Da Contribuição Sindical
e do Comércio; SEÇÃO I – Da Fixação e do Recolhimento da
IV – 1 (um) representante do Instituto Na- Contribuição Sindical
cional de Colonização e Reforma Agrária, do
Ministério da Agricultura; Art. 578. As contribuições devidas aos sindi-
V – 1 (um) representante do Ministério dos catos pelos participantes das categorias econô-
Transportes; micas ou profissionais ou das profissões liberais
VI – 2 (dois) representantes das categorias representadas pelas referidas entidades serão,
econômicas; e sob a denominação de contribuição sindical,
VII – 2 (dois) representantes das categorias pagas, recolhidas e aplicadas na forma estabe-
profissionais. lecida neste Capítulo, desde que prévia e ex-
§ 1o Os membros da CES serão designados pressamente autorizadas.
pelo Ministro do Trabalho e Previdência Social,
mediante: Art. 579. O desconto da contribuição sindical
a) indicação dos titulares das Pastas, quanto está condicionado à autorização prévia e expres-
aos representantes dos outros Ministérios; sa dos que participarem de uma determinada
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas
lherão a contribuição sindical de acordo com nômica, sendo a contribuição sindical devida
a tabela progressiva a que se refere o item III. à entidade sindical representativa da mesma
§ 5o As entidades ou instituições que não categoria, procedendo-se, em relação às cor-
estejam obrigadas ao registro de capital social, respondentes sucursais, agências ou filiais, na
considerarão como capital, para efeito do cálculo forma do presente artigo.
de que trata a tabela progressiva constante do § 2o Entende-se por atividade preponderante
item III deste artigo, o valor resultante da aplica- a que caracterizar a unidade de produto, opera-
ção do percentual de 40% (quarenta por cento) ção ou objetivo final, para cuja obtenção todas
sobre o movimento econômico registrado no as demais atividades convirjam, exclusivamente,
exercício imediatamente anterior, do que darão em regime de conexão funcional.
97
Art. 582. Os empregadores são obrigados a va da respectiva profissão, desde que a exerça,
descontar da folha de pagamento de seus em- efetivamente, na firma ou empresa e como tal
pregados relativa ao mês de março de cada ano sejam nelas registrados.
a contribuição sindical dos empregados que Parágrafo único. Na hipótese referida neste
autorizaram prévia e expressamente o seu re- artigo, à vista da manifestação do contribuin-
colhimento aos respectivos sindicatos. te e da exibição da prova de quitação da con-
§ 1o Considera-se um dia de trabalho, para tribuição, dada por sindicato de profissionais
efeito de determinação da importância a que liberais, o empregador deixará de efetuar, no
alude o item I do art. 580, o equivalente: salário do contribuinte, o desconto a que se
a) a uma jornada normal de trabalho, se o refere o art. 582.
pagamento ao empregado for feito por unidade
de tempo; Art. 586. A contribuição sindical será reco-
b) a 1/30 (um trinta avos) da quantia perce- lhida, nos meses fixados no presente Capítu-
bida no mês anterior, se a remuneração for paga lo, à Caixa Econômica Federal, ao Banco do
por tarefa, empreitada ou comissão. Brasil S.A. ou aos estabelecimentos bancários
§ 2o Quando o salário for pago em utilida- nacionais integrantes do sistema de arrecadação
des, ou nos casos em que o empregado receba, dos tributos federais, os quais, de acordo com
habitualmente, gorjetas, a contribuição sindical instruções expedidas pelo Conselho Monetário
corresponderá a 1/30 (um trinta avos) da im- Nacional, repassarão à Caixa Econômica Federal
portância que tiver servido de base, no mês de as importâncias arrecadadas.
janeiro, para a contribuição do empregado à § 1o Integrarão a rede arrecadadora as Caixas
Previdência Social. Econômicas Estaduais, nas localidades onde
inexistam os estabelecimentos previstos no caput
Art. 583. O recolhimento da contribuição sin- deste artigo.
dical referente aos empregados e trabalhadores § 2o Tratando-se de empregador, agentes ou
avulsos será efetuado no mês de abril de cada trabalhadores autônomos ou profissionais libe-
ano, e o relativo aos agentes ou trabalhadores rais o recolhimento será efetuado pelos próprios,
autônomos e profissionais liberais realizar-se-á diretamente ao estabelecimento arrecadador.
no mês de fevereiro, observada a exigência de § 3o A contribuição sindical devida pelos
autorização prévia e expressa prevista no art. 579 empregados e trabalhadores avulsos será re-
desta Consolidação. colhida pelo empregador e pelo sindicato, res-
§ 1o O recolhimento obedecerá ao sistema pectivamente.
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas
pondente Confederação, para que, no mesmo Art. 623. Será nula de pleno direito disposi-
prazo, assuma a direção dos entendimentos. ção de Convenção ou Acordo que, direta ou
Esgotado esse prazo, poderão os interessados indiretamente, contrarie proibição ou norma
prosseguir diretamente na negociação coletiva disciplinadora da política econômico-financeira
até final. do Governo ou concernente à política salarial
§ 2o Para o fim de deliberar sobre o Acordo, vigente, não produzindo quaisquer efeitos pe-
a entidade sindical convocará assembleia geral rante autoridades e repartições públicas, inclu-
dos diretamente interessados, sindicalizados ou sive para fins de revisão de preços e tarifas de
não, nos termos do art. 612. mercadorias e serviços.
Parágrafo único. Na hipótese deste artigo, a
nulidade será declarada, de ofício ou mediante 105
representação, pelo Ministro do Trabalho e Pre- § 2o O representante dos empregados de-
vidência Social, ou pela Justiça do Trabalho em senvolverá seu trabalho normal na empresa,
processo submetido ao seu julgamento. afastando-se de suas atividades apenas quando
convocado para atuar como conciliador, sendo
Art. 624. A vigência de cláusula de aumento ou computado como tempo de trabalho efetivo o
reajuste salarial, que implique elevação de tarifas despendido nessa atividade.
ou de preços sujeitos à fixação por autoridade
pública ou repartição governamental, depen- Art. 625-C. A Comissão instituída no âmbito
derá de prévia audiência dessa autoridade ou do sindicato terá sua constituição e normas
repartição e sua expressa declaração no tocante de funcionamento definidas em convenção ou
à possibilidade de elevação da tarifa ou do preço acordo coletivo.
e quanto ao valor dessa elevação.
Art. 625-D. Qualquer demanda de natureza
Art. 625. As controvérsias resultantes da apli- trabalhista será submetida à Comissão de Con-
cação de Convenção ou de Acordo celebrado ciliação Prévia se, na localidade da prestação
nos termos deste Título serão dirimidas pela de serviços, houver sido instituída a Comissão
Justiça do Trabalho. no âmbito da empresa ou do sindicato da ca-
tegoria.27
§ 1o A demanda será formulada por escrito
TÍTULO VI-A – Das Comissões de ou reduzida a termo por qualquer dos membros
Conciliação Prévia da Comissão, sendo entregue cópia datada e
assinada pelo membro aos interessados.
Art. 625-A. As empresas e os sindicatos podem § 2o Não prosperando a conciliação, será
instituir Comissões de Conciliação Prévia, de fornecida ao empregado e ao empregador de-
composição paritária, com representantes dos claração da tentativa conciliatória frustrada
empregados e dos empregadores, com a atribui- com a descrição de seu objeto, firmada pelos
ção de tentar conciliar os conflitos individuais membros da Comissão, que deverá ser juntada
do trabalho. à eventual reclamação trabalhista.
Parágrafo único. As Comissões referidas no § 3o Em caso de motivo relevante que im-
caput deste artigo poderão ser constituídas por possibilite a observância do procedimento pre-
grupos de empresas ou ter caráter intersindical. visto no caput deste artigo, será a circunstância
declarada na petição inicial da ação intentada
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas
forma das instruções que forem expedidas pelo § 4o A lavratura de autos contra empresas
Ministro do Trabalho, Indústria e Comércio. fictícias e de endereços inexistentes, assim como
a apresentação de falsos relatórios, constituem
Art. 627. A fim de promover a instrução dos falta grave, punível na forma do § 3o.
responsáveis no cumprimento das leis de prote-
ção do trabalho, a fiscalização deverá observar Art. 628-A. Fica instituído o Domicílio Eletrô-
o critério de dupla visita nos seguintes casos: nico Trabalhista, regulamentado pelo Ministério
a) quando ocorrer promulgação ou expedi- do Trabalho e Previdência, destinado a:
ção de novas leis, regulamentos ou instruções I – cientificar o empregador de quaisquer
ministeriais, sendo que, com relação exclusiva- atos administrativos, ações fiscais, intimações
e avisos em geral; e 107
II – receber, por parte do empregador, docu- § 2o A credencial a que se refere este artigo
mentação eletrônica exigida no curso das ações deverá ser devolvida para inutilização, sob as
fiscais ou apresentação de defesa e recurso no penas da lei, em casos de provimento em outro
âmbito de processos administrativos. cargo público, exoneração ou demissão, bem
§ 1o As comunicações eletrônicas realizadas como nos de licenciamento por prazo superior
pelo Domicílio Eletrônico Trabalhista dispen- a 60 (sessenta) dias e de suspensão do exercício
sam a sua publicação no Diário Oficial da União do cargo.
e o envio por via postal e são consideradas pes- § 3o O agente da inspeção terá livre acesso
soais para todos os efeitos legais. a todas as dependências dos estabelecimentos
§ 2o A ciência por meio do sistema de co- sujeitos ao regime da legislação, sendo as empre-
municação eletrônica, com utilização de certi- sas, por seus dirigentes ou prepostos, obrigadas
ficação digital ou de código de acesso, possuirá a prestar-lhes os esclarecimentos necessários
os requisitos de validade. ao desempenho de suas atribuições legais e a
exibir-lhes, quando exigidos, quaisquer docu-
Art. 629. O auto de infração será lavrado em mentos que digam respeito ao fiel cumprimento
duplicata, nos termos dos modelos e instruções das normas de proteção ao trabalho.
expedidos, sendo uma via entregue ao infrator, § 4o Os documentos sujeitos à inspeção
contra recibo, ou ao mesmo enviada, dentro de deverão permanecer, sob as penas da lei, nos
10 (dez) dias da lavratura, sob pena de respon- locais de trabalho, somente se admitindo, por
sabilidade, em registro postal, com franquia e exceção, a critério da autoridade competente,
recibo de volta. sejam os mesmos apresentados em dia e hora
§ 1o O auto não terá o seu valor probante previamente fixados pelo agente da inspeção.
condicionado à assinatura do infrator ou de § 5o No território do exercício de sua função,
testemunhas, e será lavrado no local da inspe- o agente da inspeção gozará de passe livre nas
ção, salvo havendo motivo justificado que será empresas de transportes, públicas ou privadas,
declarado no próprio auto, quando então deverá mediante a apresentação da carteira de identi-
ser lavrado no prazo de 24 (vinte e quatro) horas, dade fiscal.
sob pena de responsabilidade. § 6o A inobservância do disposto nos §§ 3o,
§ 2o Lavrado o auto de infração, não poderá 4 e 5o configurará resistência ou embaraço à
o
ele ser inutilizado, nem sustado o curso do res- fiscalização e justificará a lavratura do respectivo
pectivo processo, devendo o agente da inspeção auto de infração, cominada a multa de valor
apresentá-lo à autoridade competente, mesmo igual a meio (1/2) salário mínimo regional até 5
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas
Art. 636. Os recursos devem ser interpostos cho final do assunto, ou no curso do processo, as
no prazo de 10 (dez) dias, contados do recebi- questões referentes à fiscalização dos preceitos
mento da notificação, perante autoridade que estabelecidos nesta Consolidação.
houver imposto a multa, a qual, depois de os
informar, encaminhá-los-á à autoridade de ins-
tância superior. CAPÍTULO III – Do Depósito, da Inscrição
§ 1o O recurso só terá seguimento se o in- e da Cobrança
teressado o instruir com a prova do depósito
da multa.28 Art. 639. Não sendo provido o recurso, o de-
pósito se converterá em pagamento.
NE: ver ADPF no 156.
28
109
Art. 640. É facultado às Delegacias Regionais em acordos judiciais trabalhistas, inclusive no
do Trabalho, na conformidade de instruções concernente aos recolhimentos previdenciários,
expedidas pelo Ministro de Estado, promover a a honorários, a custas, a emolumentos ou a re-
cobrança amigável das multas antes do encami- colhimentos determinados em lei; ou
nhamento dos processos à cobrança executiva. II – o inadimplemento de obrigações decor-
rentes de execução de acordos firmados perante
Art. 641. Não comparecendo o infrator, ou o Ministério Público do Trabalho ou Comissão
não depositando a importância da multa ou de Conciliação Prévia.
penalidade, far-se-á a competente inscrição § 2o Verificada a existência de débitos ga-
em livro especial, existente nas repartições das rantidos por penhora suficiente ou com exi-
quais se tiver originado a multa ou penalidade, gibilidade suspensa, será expedida Certidão
ou de onde tenha provindo a reclamação que Positiva de Débitos Trabalhistas em nome do
a determinou, sendo extraída cópia autêntica interessado com os mesmos efeitos da CNDT.
dessa inscrição e enviada às autoridades com- § 3o A CNDT certificará a empresa em rela-
petentes para a respectiva cobrança judicial, ção a todos os seus estabelecimentos, agências
valendo tal instrumento como título de dívida e filiais.
líquida e certa. § 4o O prazo de validade da CNDT é de 180
(cento e oitenta) dias, contado da data de sua
Art. 642. A cobrança judicial das multas im- emissão.
postas pelas autoridades administrativas do
trabalho obedecerá ao disposto na legislação
aplicável à cobrança da dívida ativa da União, TÍTULO VIII – Da Justiça do Trabalho
sendo promovida, no Distrito Federal e nas capi- CAPÍTULO I – Introdução
tais dos Estados em que funcionarem Tribunais
Regionais do Trabalho, pela Procuradoria da Art. 643. Os dissídios oriundos das relações
Justiça do Trabalho, e, nas demais localidades, entre empregados e empregadores, bem como
pelo Ministério Público Estadual e do Território de trabalhadores avulsos e seus tomadores de
do Acre, nos termos do Decreto-lei no 960, de serviços, em atividades reguladas na legislação
17 de dezembro de 1938. social, serão dirimidos pela Justiça do Trabalho,
Parágrafo único. No Estado de São Paulo a de acordo com o presente Título e na forma es-
cobrança continuará a cargo da Procuradoria do tabelecida pelo processo judiciário do trabalho.
Departamento Estadual do Trabalho, na forma § 1o As questões concernentes à previdência
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas
Art. 678. Aos Tribunais Regionais, quando Art. 679. Aos Tribunais Regionais não divi-
divididos em Turmas, compete: didos em Turmas, compete o julgamento das
I – ao Tribunal Pleno, especialmente: matérias a que se refere o artigo anterior, exceto
a) processar, conciliar e julgar originaria- a de que trata o inciso 1 da alínea “c” do item I,
mente os dissídios coletivos; como os conflitos de jurisdição entre Turmas.
b) processar e julgar originariamente:
1) as revisões de sentenças normativas; Art. 680. Compete, ainda, aos Tribunais Re-
2) a extensão das decisões proferidas em gionais, ou suas Turmas:
dissídios coletivos; a) determinar às Juntas e aos juízes de direito
3) os mandados de segurança; a realização dos atos processuais e diligências
4) as impugnações à investidura de vogais necessárias ao julgamento dos feitos sob sua
e seus suplentes nas Juntas de Conciliação e apreciação;
Julgamento; b) fiscalizar o cumprimento de suas próprias
c) processar e julgar em última instância: decisões;
1) os recursos das multas impostas pelas c) declarar a nulidade dos atos praticados
Turmas; com infração de suas decisões;
Consolidação das Leis do Trabalho
2) as ações rescisórias das decisões das Jun- d) julgar as suspeições arguidas contra seus
tas de Conciliação e Julgamento, dos juízes de membros;
direito investidos na jurisdição trabalhista, das e) julgar as exceções de incompetência que
Turmas e de seus próprios acórdãos; lhes forem opostas;
3) os conflitos de jurisdição entre as suas f) requisitar às autoridades competentes as
Turmas, os juízes de direito investidos na ju- diligências necessárias ao esclarecimento dos
risdição trabalhista, as Juntas de Conciliação e feitos sob apreciação, representando contra
Julgamento, ou entre aqueles e estas; aquelas que não atenderem a tais requisições;
g) exercer, em geral, no interesse da Justiça
NE: ver os arts. 96 e 113 da Constituição Federal
32 do Trabalho, as demais atribuições que decor-
de 1988. ram de sua Jurisdição. 117
SEÇÃO III – Dos Presidentes dos Tribunais XIV – assinar as folhas de pagamento dos
Regionais vogais e servidores do Tribunal.
§ 1o Na falta ou impedimento do presidente
Art. 681. Os presidentes e vice-presidentes dos da Junta e do substituto da mesma localidade,
Tribunais Regionais do Trabalho tomarão posse é facultado ao presidente do Tribunal Regional
perante os respectivos Tribunais. designar substituto de outra localidade, observa-
Parágrafo único. (Revogado) da a ordem de antiguidade entre os substitutos
desimpedidos.
Art. 682. Competem privativamente aos pre- § 2o Na falta ou impedimento do vogal da
sidentes dos Tribunais Regionais, além das que Junta e do respectivo suplente, é facultado ao
forem conferidas neste e no título e das decor- presidente do Tribunal Regional designar su-
rentes do seu cargo, as seguintes atribuições: plente de outra Junta, respeitada a categoria
I – (Revogado); profissional ou econômica do representante e
II – designar os vogais das Juntas e seus su- a ordem de antiguidade dos suplentes desim-
plentes; pedidos.
III – dar posse aos presidentes de Juntas e § 3o Na falta ou impedimento de qualquer
presidentes substitutos, aos vogais e suplentes Juiz representante classista e seu respectivo
e funcionários do próprio Tribunal e conceder Suplente, é facultado ao Presidente do Tribu-
férias e licenças aos mesmos e aos vogais e su- nal Regional designar um dos Vogais de Junta
plentes das Juntas; de Conciliação e Julgamento para funcionar
IV – presidir as sessões do Tribunal; nas sessões do Tribunal, respeitada a categoria
V – presidir audiências de conciliação nos profissional ou econômica do representante.
dissídios coletivos;
VI – executar suas próprias decisões e as Art. 683. Na falta ou impedimento dos presi-
proferidas pelo Tribunal; dentes dos Tribunais Regionais, e como auxilia-
VII – convocar suplentes dos vogais do Tri- res destes, sempre que necessário, funcionarão
bunal, nos impedimentos destes; seus substitutos.
VIII – representar ao presidente do Tribunal § 1o Nos casos de férias, por trinta dias, li-
Superior do Trabalho contra os presidentes e cença, morte ou renúncia, a convocação com-
os vogais, nos casos previstos no art. 727 e seu petirá diretamente ao presidente do Tribunal
parágrafo único; Superior do Trabalho.
IX – despachar os recursos interpostos pelas § 2o Nos demais casos, mediante convocação
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas
na gratificação mensal a que teriam direito, associações sindicais de grau superior, para que
desconto equivalente a 1/30 (um trinta avos) cada uma, mediante maioria de votos do res-
por processo retido. pectivo Conselho de Representantes, organize
uma lista de três nomes, que será encaminhada,
por intermédio daquele Tribunal, ao Ministro da
CAPÍTULO V – Do Tribunal Superior do Justiça e Negócios Interiores, dentro do prazo
Trabalho que for fixado no edital.
SEÇÃO I – Disposições Preliminares § 3o Na lista de que trata o parágrafo an-
terior figurarão somente brasileiros natos, de
Art. 690. O Tribunal Superior do Trabalho,
com sede na Capital da República e jurisdição NE: ver os arts. 111 a 116 da Constituição Federal.
34
119
reconhecida idoneidade, maiores de 25 (vinte Parágrafo único. As turmas do Tribunal,
e cinco) anos, quites com o serviço militar, que compostas de 5 (cinco) juízes, só poderão de-
estejam no gozo de seus direitos civis e políticos liberar com a presença de, pelo menos, três de
e contem mais de dois anos de efetivo exercício seus membros, além do respectivo presidente,
da profissão ou se encontrem no desempenho cabendo também a este funcionar como relator
de representação profissional prevista em lei. ou revisor nos feitos que lhe forem distribuídos,
§ 4o (Vetado) conforme estabelecer o regimento interno.
j) executar os demais trabalhos que lhe fo- lho, têm, para esse fim, as mesmas atribuições e
rem atribuídos pelo presidente da Junta. obrigações conferidas na Seção I às Secretarias
Parágrafo único. Os serventuários que, sem das Juntas de Conciliação e Julgamento.
motivo justificado, não realizarem os atos, den- Parágrafo único. Nos Juízos em que houver
tro dos prazos fixados, serão descontados em mais de um Cartório, far-se-á entre eles a dis-
seus vencimentos, em tantos dias quantos os tribuição alternada e sucessiva das reclamações.
do excesso.
Art. 717. Aos escrivães dos Juízos de Direito,
investidos na administração da Justiça do Tra-
balho, competem especialmente as atribuições
e obrigações dos secretários das Juntas; e aos 123
demais funcionários dos Cartórios as que cou- de órgão específico, destinado à distribuição de
berem nas respectivas funções, dentre as que mandados judiciais.
competem às Secretarias das Juntas, enumeradas § 2o Nas localidades onde houver mais de
no art. 711. uma Junta, respeitado o disposto no parágrafo
anterior, a atribuição para o cumprimento do
ato deprecado ao Oficial de Justiça ou Oficial de
SEÇÃO IV – Das Secretarias dos Tribunais Justiça Avaliador será transferida a outro Oficial,
Regionais sempre que, após o decurso de 9 (nove) dias,
sem razões que o justifiquem, não tiver sido
Art. 718. Cada Tribunal Regional tem uma cumprido o ato, sujeitando-se o serventuário
Secretaria, sob a direção do funcionário desig- às penalidades da lei.
nado para exercer a função de secretário, com § 3o No caso de avaliação, terá o Oficial de
a gratificação de função fixada em lei. Justiça Avaliador, para cumprimento do ato, o
prazo previsto no art. 888.
Art. 719. Competem à Secretaria dos Tri- § 4o É facultado aos Presidentes dos Tribu-
bunais, além das atribuições estabelecidas no nais Regionais do Trabalho cometer a qualquer
art. 711, para a Secretaria das Juntas, mais as Oficial de Justiça ou Oficial de Justiça Avaliador
seguintes: a realização dos atos de execução das decisões
a) a conclusão dos processos ao presidente desses Tribunais.
e sua remessa, depois de despachados, aos res- § 5o Na falta ou impedimento do Oficial de
pectivos relatores; Justiça ou Oficial de Justiça Avaliador, o Presi-
b) a organização e a manutenção de um dente da Junta poderá atribuir a realização do
fichário de jurisprudência do Tribunal, para ato a qualquer serventuário.
consulta dos interessados.
Parágrafo único. No regimento interno dos
Tribunais Regionais serão estabelecidas as de- CAPÍTULO VII – Das Penalidades
mais atribuições, o funcionamento e a ordem SEÇÃO I – Do Lock-out e da Greve
dos trabalhos de suas Secretarias.
Art. 722. Os empregadores que, individual ou
Art. 720. Competem aos secretários dos Tribu- coletivamente, suspenderem os trabalhos dos
nais Regionais as mesmas atribuições conferidas seus estabelecimentos, sem prévia autorização
no art. 712 aos secretários das Juntas, além das do tribunal competente, ou que violarem, ou
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas
que lhes forem fixadas no regimento interno se recusarem a cumprir decisão proferida em
dos Tribunais. dissídio coletivo, incorrerão nas seguintes pe-
nalidades:
a) multa de cinco mil cruzeiros a cinquenta
SEÇÃO V – Dos Oficiais de Justiça mil cruzeiros;
b) perda do cargo de representação profis-
Art. 721. Incumbe aos Oficiais de Justiça e sional em cujo desempenho estiverem;
Oficiais de Justiça Avaliadores da Justiça do c) suspensão, pelo prazo de dois a cinco
Trabalho a realização dos atos decorrentes da anos, do direito de serem eleitos para cargos
execução dos julgados das Juntas de Concilia- de representação profissional.
ção e Julgamento e dos Tribunais Regionais § 1o Se o empregador for pessoa jurídica, as
do Trabalho, que lhes forem cometidos pelos penas previstas nas alíneas “b” e “c” incidirão
respectivos Presidentes. sobre os administradores responsáveis.
§ 1o Para efeito de distribuição dos referi- § 2o Se o empregador for concessionário
dos atos, cada Oficial de Justiça ou Oficial de de serviço público, as penas serão aplicadas
Justiça Avaliador funcionará perante uma Junta em dobro. Nesse caso, se o concessionário for
de Conciliação e Julgamento, salvo quando da pessoa jurídica, o presidente do tribunal que
124 existência, nos Tribunais Regionais do Trabalho, houver proferido a decisão poderá, sem pre-
juízo do cumprimento desta e da aplicação das ou reintegração de empregado, além do paga-
penalidades cabíveis, ordenar o afastamento dos mento dos salários deste, incorrerá na multa de
administradores responsáveis, sob pena de ser Cr$ 10,00 (dez cruzeiros) a Cr$ 50,00 (cinquenta
cassada a concessão. cruzeiros), por dia, até que seja cumprida a
§ 3o Sem prejuízo das sanções cominadas decisão.
neste artigo, os empregadores ficarão obrigados § 1o O empregador que impedir ou tentar
a pagar os salários devidos aos seus empregados, impedir que empregado seu sirva como vogal em
durante o tempo de suspensão do trabalho. Tribunal de Trabalho, ou que perante este preste
depoimento, incorrerá na multa de Cr$ 500,00
Arts. 723 a 725. (Revogados) (quinhentos cruzeiros) a Cr$ 5.000,00 (cinco
mil cruzeiros).
§ 2o Na mesma pena do parágrafo anterior
SEÇÃO II – Das Penalidades contra os incorrerá o empregador que dispensar seu em-
Membros da Justiça do Trabalho pregado pelo fato de haver servido como vogal
ou prestado depoimento como testemunha, sem
Art. 726. Aquele que recusar o exercício da prejuízo da indenização que a lei estabeleça.
função de vogal de Junta de Conciliação e Jul-
gamento ou de Tribunal Regional, sem motivo Art. 730. Aqueles que se recusarem a depor
justificado, incorrerá nas seguintes penas: como testemunhas, sem motivo justificado,
a) sendo representante de empregado- incorrerão na multa de Cr$ 50,00 (cinquenta
res, multa de Cr$ 100,00 (cem cruzeiros) a cruzeiros) a Cr$ 500,00 (quinhentos cruzeiros).
Cr$ 1.000,00 (mil cruzeiros) e suspensão do
direito de representação profissional por dois Art. 731. Aquele que, tendo apresentado ao
a cinco anos; distribuidor reclamação verbal, não se apresen-
b) sendo representante de empregados, mul- tar, no prazo estabelecido no parágrafo único do
ta de Cr$ 100,00 (cem cruzeiros) e suspensão art. 786, à Junta ou Juízo para fazê-lo tomar por
do direito de representação profissional por termo, incorrerá na pena de perda, pelo prazo
dois a cinco anos. de seis meses, do direito de reclamar perante a
Justiça do Trabalho.
Art. 727. Os vogais das Juntas de Conciliação
e Julgamento, ou dos Tribunais Regionais, que Art. 732. Na mesma pena do artigo anterior
faltarem a três reuniões ou sessões consecutivas, incorrerá o reclamante que, por duas vezes se-
sem motivo justificado, perderão o cargo, além guidas, der causa ao arquivamento de que trata
de incorrerem nas penas do artigo anterior. o art. 844.
Parágrafo único. Se a falta for de presidente,
incorrerá ele na pena de perda do cargo, além Art. 733. As infrações de disposições deste
da perda dos vencimentos correspondentes aos Título, para as quais não haja penalidades comi-
dias em que tiver faltado às audiências ou sessões nadas, serão punidas com a multa de Cr$ 50,00
consecutivas. (cinquenta cruzeiros) a Cr$ 5.000,00 (cinco mil
Consolidação das Leis do Trabalho
SEÇÃO II – Da Competência da
Procuradoria SEÇÃO III – Das Atribuições do
Procurador-Geral
Art. 757. Compete à Procuradoria de Previ-
dência Social: Art. 758. Como chefe da Procuradoria da Pre-
a) oficiar, por escrito, nos processos que vidência Social, incumbe ao Procurador-Geral:
tenham de ser sujeitos à decisão do Conselho a) dirigir os serviços da Procuradoria, ex-
Superior de Previdência Social; pedindo as necessárias instruções;
b) oficiar, por escrito, nos pedidos de revisão b) funcionar nas sessões do Conselho Su-
das decisões do mesmo Conselho; perior de Previdência Social, pessoalmente ou
c) funcionar nas sessões do mesmo Conse- por intermédio do procurador que designar;
lho, opinando verbalmente sobre a matéria em c) designar o procurador que o substitua nas
debate e solicitando as requisições e diligências faltas e impedimentos e o chefe da Secretaria
que julgar convenientes, sendo-lhe assegurado da Procuradoria;
o direito de vista do processo em julgamento, d) conceder férias aos procuradores e demais
sempre que for suscitada questão nova, não funcionários lotados na Procuradoria e impor-
Consolidação das Leis do Trabalho
Art. 775. Os prazos estabelecidos neste Título Art. 780. Os documentos juntos aos autos
serão contados em dias úteis, com exclusão do poderão ser desentranhados somente depois
dia do começo e inclusão do dia do vencimento. de findo o processo, ficando traslado.
§ 1o Os prazos podem ser prorrogados, pelo
tempo estritamente necessário, nas seguintes Art. 781. As partes poderão requerer certidões
hipóteses: dos processos em curso ou arquivados, as quais
I – quando o juízo entender necessário; serão lavradas pelos escrivães ou secretários.
II – em virtude de força maior, devidamente Parágrafo único. As certidões dos processos
comprovada. que correrem em segredo de justiça dependerão
§ 2o Ao juízo incumbe dilatar os prazos de despacho do juiz ou presidente.
processuais e alterar a ordem de produção dos
meios de prova, adequando-os às necessidades Art. 782. São isentos do selo as reclamações,
do conflito de modo a conferir maior efetividade representações, requerimentos, atos e processos
à tutela do direito. relativos à Justiça do Trabalho.
Art. 787. A reclamação escrita deverá ser for- Art. 789-A. No processo de execução são de-
mulada em duas vias e desde logo acompanhada vidas custas, sempre de responsabilidade do
dos documentos em que se fundar. executado e pagas ao final, de conformidade
com a seguinte tabela:
Art. 788. Feita a distribuição, a reclamação I – autos de arrematação, de adjudicação e de
será remetida pelo distribuidor à Junta ou Juí- remição: 5% (cinco por cento) sobre o respectivo
zo competente, acompanhada do bilhete de valor, até o máximo de R$ 1.915,38 (um mil, no-
distribuição. vecentos e quinze reais e trinta e oito centavos);
II – atos dos oficiais de justiça, por diligência
certificada:
SEÇÃO III – Das Custas e Emolumentos a) em zona urbana: R$ 11,06 (onze reais e
seis centavos);
Art. 789. Nos dissídios individuais e nos dissí- b) em zona rural: R$ 22,13 (vinte e dois reais
dios coletivos do trabalho, nas ações e procedi- e treze centavos);
mentos de competência da Justiça do Trabalho, III – agravo de instrumento: R$ 44,26 (qua-
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas
bem como nas demandas propostas perante renta e quatro reais e vinte e seis centavos);
a Justiça Estadual, no exercício da jurisdição IV – agravo de petição: R$ 44,26 (quarenta
trabalhista, as custas relativas ao processo de e quatro reais e vinte e seis centavos);
conhecimento incidirão à base de 2% (dois por V – embargos à execução, embargos de tercei-
cento), observado o mínimo de R$ 10,64 (dez ro e embargos à arrematação: R$ 44,26 (quarenta
reais e sessenta e quatro centavos) e o máximo e quatro reais e vinte e seis centavos);
de quatro vezes o limite máximo dos benefícios VI – recurso de revista: R$ 55,35 (cinquenta
do Regime Geral de Previdência Social, e serão e cinco reais e trinta e cinco centavos);
calculadas: VII – impugnação à sentença de liquidação:
I – quando houver acordo ou condenação, R$ 55,35 (cinquenta e cinco reais e trinta e cinco
sobre o respectivo valor; centavos);
II – quando houver extinção do processo, sem VIII – despesa de armazenagem em depósito
julgamento do mérito, ou julgado totalmente judicial – por dia: 0,1% (um décimo por cento)
improcedente o pedido, sobre o valor da causa; do valor da avaliação;
III – no caso de procedência do pedido for- IX – cálculos de liquidação realizados pelo
mulado em ação declaratória e em ação cons- contador do juízo – sobre o valor liquidado:
titutiva, sobre o valor da causa; 0,5% (cinco décimos por cento) até o limite
132
de R$ 638,46 (seiscentos e trinta e oito reais e I – a União, os Estados, o Distrito Federal, os
quarenta e seis centavos). Municípios e respectivas autarquias e fundações
públicas federais, estaduais ou municipais que
Art. 789-B. Os emolumentos serão suporta- não explorem atividade econômica;
dos pelo Requerente, nos valores fixados na II – o Ministério Público do Trabalho.
seguinte tabela: Parágrafo único. A isenção prevista neste
I – autenticação de traslado de peças me- artigo não alcança as entidades fiscalizadoras
diante cópia reprográfica apresentada pelas do exercício profissional, nem exime as pessoas
partes – por folha: R$ 0,55 (cinquenta e cinco jurídicas referidas no inciso I da obrigação de
centavos de real); reembolsar as despesas judiciais realizadas pela
II – fotocópia de peças – por folha: R$ 0,28 parte vencedora.
(vinte e oito centavos de real);
III – autenticação de peças – por folha: Art. 790-B. A responsabilidade pelo pagamen-
R$ 0,55 (cinquenta e cinco centavos de real); to dos honorários periciais é da parte sucum-
IV – cartas de sentença, de adjudicação, de bente na pretensão objeto da perícia, ainda que
remição e de arrematação – por folha: R$ 0,55 beneficiária da justiça gratuita.40
(cinquenta e cinco centavos de real); § 1o Ao fixar o valor dos honorários peri-
V – certidões – por folha: R$ 5,53 (cinco ciais, o juízo deverá respeitar o limite máximo
reais e cinquenta e três centavos). estabelecido pelo Conselho Superior da Justiça
do Trabalho.
Art. 790. Nas Varas do Trabalho, nos Juízos de § 2o O juízo poderá deferir parcelamento
Direito, nos Tribunais e no Tribunal Superior dos honorários periciais.
do Trabalho, a forma de pagamento das custas e § 3o O juízo não poderá exigir adiantamento
emolumentos obedecerá às instruções que serão de valores para realização de perícias.
expedidas pelo Tribunal Superior do Trabalho. § 4o Somente no caso em que o beneficiário
§ 1o Tratando-se de empregado que não te- da justiça gratuita não tenha obtido em juízo
nha obtido o benefício da justiça gratuita, ou créditos capazes de suportar a despesa referida
isenção de custas, o sindicato que houver inter- no caput, ainda que em outro processo, a União
vindo no processo responderá solidariamente responderá pelo encargo.41
pelo pagamento das custas devidas.
§ 2o No caso de não pagamento das custas,
far-se-á execução da respectiva importância, SEÇÃO IV – Das Partes e dos Procuradores
segundo o procedimento estabelecido no Ca-
pítulo V deste Título. Art. 791. Os empregados e os empregadores
§ 3o É facultado aos juízes, órgãos julgado- poderão reclamar pessoalmente perante a Justiça
res e presidentes dos tribunais do trabalho de do Trabalho e acompanhar as suas reclamações
qualquer instância conceder, a requerimento ou até o final.
de ofício, o benefício da justiça gratuita, inclu- § 1o Nos dissídios individuais os empregados
sive quanto a traslados e instrumentos, àqueles e empregadores poderão fazer-se representar
Consolidação das Leis do Trabalho
que perceberem salário igual ou inferior a 40% por intermédio do sindicato, advogado, solici-
(quarenta por cento) do limite máximo dos be- tador, ou provisionado, inscrito na Ordem dos
nefícios do Regime Geral de Previdência Social. Advogados do Brasil.
§ 4o O benefício da justiça gratuita será § 2o Nos dissídios coletivos é facultada aos
concedido à parte que comprovar insuficiên- interessados a assistência por advogado.
cia de recursos para o pagamento das custas § 3o A constituição de procurador com po-
do processo. deres para o foro em geral poderá ser efetivada,
senão os posteriores que dele dependam ou c) parentesco por consanguinidade ou afi-
sejam consequência. nidade até o terceiro grau civil;
d) interesse particular na causa.
Parágrafo único. Se o recusante houver pra-
SEÇÃO VI – Das Exceções ticado algum ato pelo qual haja consentido na
pessoa do juiz, não mais poderá alegar exceção
Art. 799. Nas causas de jurisdição da Justiça de suspeição, salvo sobrevindo novo motivo. A
do Trabalho, somente podem ser opostas, com suspeição não será também admitida, se do pro-
suspensão do feito, as exceções de suspeição ou cesso constar que o recusante deixou de alegá-la
incompetência. anteriormente, quando já a conhecia, ou que,
depois de conhecida, aceitou o juiz recusado, ou, 135
finalmente, se procurou de propósito o motivo Art. 806. É vedado à parte interessada suscitar
de que ela se originou. conflitos de jurisdição quando já houver oposto
na causa exceção de incompetência.
Art. 802. Apresentada a exceção de suspeição,
o juiz ou tribunal designará audiência, dentro Art. 807. No ato de suscitar o conflito deverá
de 48 (quarenta e oito) horas, para instrução e a parte interessada produzir a prova de exis-
julgamento da exceção. tência dele.
§ 1o Nas Juntas de Conciliação e Julgamento
e nos Tribunais Regionais, julgada procedente Art. 808. Os conflitos de jurisdição de que
a exceção de suspeição, será logo convocado trata o art. 803 serão resolvidos:
para a mesma audiência ou sessão, ou para a a) pelos Tribunais Regionais, os suscitados
seguinte, o suplente do membro suspeito, o qual entre Juntas e entre Juízos de Direito, ou entre
continuará a funcionar no feito até decisão final. umas e outras, nas respectivas regiões;
Proceder-se-á da mesma maneira quando algum b) pelo Tribunal Superior do Trabalho, os
dos membros se declarar suspeito. suscitados entre Tribunais Regionais, ou entre
§ 2o Se se tratar de suspeição de juiz de direi- Juntas e Juízos de Direito sujeitos à jurisdição
to, será este substituído na forma da organização de Tribunais Regionais diferentes;
judiciária local. c) pelo Conselho Pleno, os suscitados entre
as Câmaras de Justiça do Trabalho e de Previ-
dência Social;44
SEÇÃO VII – Dos Conflitos de Jurisdição d) pelo Supremo Tribunal Federal, os susci-
tados entre as autoridades da Justiça do Trabalho
Art. 803. Os conflitos de jurisdição podem e as da Justiça ordinária.
ocorrer entre:
a) Juntas de Conciliação e Julgamento e Art. 809. Nos conflitos de jurisdição entre as
Juízos de direito investidos na administração Juntas e os Juízos de Direito observar-se-á o
da Justiça do Trabalho; seguinte:
b) Tribunais Regionais do Trabalho; I – o Juiz ou presidente mandará extrair dos
c) Juízos e tribunais do Trabalho e órgãos autos as provas do conflito e, com a sua infor-
da Justiça Ordinária; mação, remeterá o processo assim formado,
d) Câmaras do Tribunal Superior do Tra- no mais breve prazo possível, ao presidente do
balho.43 Tribunal Regional competente;
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas
Art. 811. Nos conflitos suscitados na Justiça do Art. 816. O juiz ou presidente manterá a or-
Trabalho entre as autoridades desta e os órgãos dem nas audiências, podendo mandar retirar
da Justiça ordinária, o processo do conflito, do recinto os assistentes que a perturbarem.
formado de acordo com o inciso I do art. 809,
será remetido diretamente ao presidente do Art. 817. O registro das audiências será feito
Supremo Tribunal Federal. em livro próprio, constando de cada registro
os processos apreciados e a respectiva solução,
Art. 812. A ordem processual dos conflitos bem como as ocorrências eventuais.
de jurisdição entre as Câmaras do Tribunal Su- Parágrafo único. Do registro das audiências
perior do Trabalho será a estabelecida no seu poderão ser fornecidas certidões às pessoas que
regimento interno.45 o requererem.
declarará aberta a audiência, sendo feita pelo os fatos por qualquer meio em direito admitido.
secretário ou escrivão a chamada das partes, § 3o A decisão referida no § 1o deste artigo
testemunhas e demais pessoas que devam com- não pode gerar situação em que a desincum-
parecer.47 bência do encargo pela parte seja impossível ou
Parágrafo único. Se, até 15 (quinze) minu- excessivamente difícil.
tos após a hora marcada, o juiz ou presidente
Art. 819. O depoimento das partes e testemu-
nhas que não souberem falar a língua nacional
45
NE: ver Decreto-lei no 9.797/1946. será feito por meio de intérprete nomeado pelo
46
NE: ver Leis nos 6.563/1978 e 409/1948. juiz ou presidente.
47
NE: ver Leis nos 6.563/1978 e 409/1948. 137
§ 1o Proceder-se-á da forma indicada neste rubricará, para ser junto ao processo, o laudo
artigo, quando se tratar de surdo-mudo, ou de que os primeiros tiverem apresentado.
mudo que não saiba escrever.
§ 2o As despesas decorrentes do disposto Art. 828. Toda testemunha, antes de prestar o
neste artigo correrão por conta da parte sucum- compromisso legal, será qualificada, indicando o
bente, salvo se beneficiária de justiça gratuita. nome, nacionalidade, profissão, idade, residên-
cia, e, quando empregada, o tempo de serviço
Art. 820. As partes e testemunhas serão in- prestado ao empregador, ficando sujeita, em
quiridas pelo juiz ou presidente, podendo ser caso de falsidade, às leis penais.
reinquiridas, por seu intermédio, a requerimen- Parágrafo único. Os depoimentos das tes-
to dos vogais, das partes, seus representantes temunhas serão resumidos, por ocasião da au-
ou advogados. diência, pelo secretário da Junta ou funcionário
para esse fim designado, devendo a súmula ser
Art. 821. Cada uma das partes não poderá assinada pelo presidente do tribunal e pelos
indicar mais de três testemunhas, salvo quando depoentes.
se tratar de inquérito, caso em que esse número
poderá ser elevado a seis. Art. 829. A testemunha que for parente até
o terceiro grau civil, amigo íntimo ou inimigo
Art. 822. As testemunhas não poderão sofrer de qualquer das partes, não prestará compro-
qualquer desconto pelas faltas ao serviço, oca- misso, e seu depoimento valerá como simples
sionadas pelo seu comparecimento para depor, informação.
quando devidamente arroladas ou convocadas.
Art. 830. O documento em cópia oferecido
Art. 823. Se a testemunha for funcionário civil, para prova poderá ser declarado autêntico pelo
ou militar, e tiver de depor em hora de serviço, próprio advogado, sob sua responsabilidade
será requisitada ao chefe da repartição para pessoal.
comparecer à audiência marcada. Parágrafo único. Impugnada a autenticidade
da cópia, a parte que a produziu será intimada
Art. 824. O juiz ou presidente providenciará para apresentar cópias devidamente autenti-
para que o depoimento de uma testemunha cadas ou o original, cabendo ao serventuário
não seja ouvido pelas demais que tenham de competente proceder à conferência e certificar
depor no processo. a conformidade entre esses documentos.
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas
Art. 833. Existindo na decisão evidentes erros Art. 839. A reclamação poderá ser apresentada:
ou enganos de escrita, de datilografia ou de 139
a) pelos empregados e empregadores, pes- SEÇÃO II – Da Audiência de Julgamento
soalmente ou por seus representantes, e pelos
sindicatos de classe; Art. 843. Na audiência de julgamento deverão
b) por intermédio das Procuradorias Regio- estar presentes o reclamante e o reclamado, in-
nais da Justiça do Trabalho. dependentemente do comparecimento de seus
representantes, salvo nos casos de Reclamatórias
Art. 840. A reclamação poderá ser escrita ou Plúrimas ou Ações de Cumprimento, quando
verbal. os empregados poderão fazer-se representar
§ 1o Sendo escrita, a reclamação deverá pelo Sindicato de sua categoria.
conter a designação do juízo, a qualificação § 1o É facultado ao empregador fazer-se
das partes, a breve exposição dos fatos de que substituir pelo gerente, ou qualquer outro pre-
resulte o dissídio, o pedido, que deverá ser cer- posto que tenha conhecimento do fato, e cujas
to, determinado e com indicação de seu valor, declarações obrigarão o proponente.
a data e a assinatura do reclamante ou de seu § 2o Se por doença ou qualquer outro motivo
representante. poderoso, devidamente comprovado, não for
§ 2o Se verbal, a reclamação será reduzida possível ao empregado comparecer pessoal-
a termo, em duas vias datadas e assinadas pelo mente, poderá fazer-se representar por outro
escrivão ou secretário, observado, no que cou- empregado que pertença à mesma profissão,
ber, o disposto no § 1o deste artigo. ou pelo seu sindicato.
§ 3o Os pedidos que não atendam ao dispos- § 3o O preposto a que se refere o § 1o des-
to no § 1o deste artigo serão julgados extintos te artigo não precisa ser empregado da parte
sem resolução do mérito. reclamada.
ços ao seu recebimento, ou não for encontrado, este será condenado ao pagamento das custas
far-se-á a notificação por edital, inserto no jornal calculadas na forma do art. 789 desta Consoli-
oficial ou no que publicar o expediente forense, dação, ainda que beneficiário da justiça gratuita,
ou, na falta, afixado na sede da Junta ou Juízo. salvo se comprovar, no prazo de quinze dias,
§ 2o O reclamante será notificado no ato da que a ausência ocorreu por motivo legalmente
apresentação da reclamação ou na forma do justificável.
parágrafo anterior. § 3o O pagamento das custas a que se refere
§ 3o Oferecida a contestação, ainda que ele- o § 2o é condição para a propositura de nova
tronicamente, o reclamante não poderá, sem o demanda.
consentimento do reclamado, desistir da ação. § 4o A revelia não produz o efeito mencio-
nado no caput deste artigo se:
Art. 842. Sendo várias as reclamações e haven- I – havendo pluralidade de reclamados, al-
do identidade de matéria, poderão ser acumula- gum deles contestar a ação;
das num só processo, se se tratar de empregados II – o litígio versar sobre direitos indispo-
da mesma empresa ou estabelecimento. níveis;
III – a petição inicial não estiver acompa-
nhada de instrumento que a lei considere in-
140 dispensável à prova do ato;
IV – as alegações de fato formuladas pelo Art. 850. Terminada a instrução, poderão as
reclamante forem inverossímeis ou estiverem partes aduzir razões finais, em prazo não ex-
em contradição com prova constante dos autos. cedente de dez minutos para cada uma. Em
§ 5o Ainda que ausente o reclamado, pre- seguida, o juiz ou o presidente renovará a pro-
sente o advogado na audiência, serão aceitos posta de conciliação, e, não se realizando esta,
a contestação e os documentos eventualmente será proferida a decisão.
apresentados. Parágrafo único. O presidente da Junta,
após propor a solução do dissídio, tomará os
Art. 845. O reclamante e o reclamado com- votos dos vogais e, havendo divergência entre
parecerão à audiência acompanhados das suas estes, poderá desempatar ou proferir decisão
testemunhas, apresentando, nessa ocasião, as que melhor atenda ao cumprimento da lei e ao
demais provas. justo equilíbrio entre os votos divergentes e ao
interesse social.
Art. 846. Aberta a audiência, o juiz ou presi-
dente proporá a conciliação. Art. 851. Os trâmites de instrução e julgamen-
§ 1o Se houver acordo lavrar-se-á termo, to da reclamação serão resumidos em ata, de
assinado pelo presidente e pelos litigantes, con- que constará, na íntegra, a decisão.
signando-se o prazo e demais condições para § 1o Nos processos de exclusiva alçada das
seu cumprimento. Juntas, será dispensável, a juízo do presidente,
§ 2o Entre as condições a que se refere o o resumo dos depoimentos, devendo constar
parágrafo anterior, poderá ser estabelecida a de da ata a conclusão do tribunal quanto à matéria
ficar a parte que não cumprir o acordo obrigada de fato.
a satisfazer integralmente o pedido ou pagar § 2o A ata será, pelo presidente ou juiz, junta
uma indenização convencionada, sem prejuízo ao processo, devidamente assinada, no prazo
do cumprimento do acordo. improrrogável de 48 (quarenta e oito) horas,
contado da audiência de julgamento, e assinada
Art. 847. Não havendo acordo, o reclamado pelos vogais presentes à mesma audiência.
terá vinte minutos para aduzir sua defesa, após
a leitura da reclamação, quando esta não for Art. 852. Da decisão serão os litigantes noti-
dispensada por ambas as partes. ficados, pessoalmente, ou por seu representan-
Parágrafo único. A parte poderá apresentar te, na própria audiência. No caso de revelia, a
defesa escrita pelo sistema de processo judicial notificação far-se-á pela forma estabelecida no
eletrônico até a audiência. § 1o do art. 841.
quer dos litigantes retirar-se, prosseguindo a não exceda a quarenta vezes o salário mínimo
instrução com o seu representante. vigente na data do ajuizamento da reclamação fi-
§ 2o Serão, a seguir, ouvidas as testemunhas, cam submetidos ao procedimento sumaríssimo.
os peritos e os técnicos, se houver. Parágrafo único. Estão excluídas do proce-
dimento sumaríssimo as demandas em que é
Art. 849. A audiência de julgamento será con- parte a Administração Pública direta, autárquica
tínua; mas, se não for possível, por motivo de e fundacional.
força maior, concluí-la no mesmo dia, o juiz
ou presidente marcará a sua continuação para Art. 852-B. Nas reclamações enquadradas no
a primeira desimpedida, independentemente procedimento sumaríssimo:
de nova notificação. 141
I – o pedido deverá ser certo ou determinado Art. 852-G. Serão decididos, de plano, todos
e indicará o valor correspondente; os incidentes e exceções que possam interferir
II – não se fará citação por edital, incumbindo no prosseguimento da audiência e do processo.
ao autor a correta indicação do nome e endereço As demais questões serão decididas na sentença.
do reclamado;49
III – a apreciação da reclamação deverá ocor- Art. 852-H. Todas as provas serão produzidas
rer no prazo máximo de quinze dias do seu na audiência de instrução e julgamento, ainda
ajuizamento, podendo constar de pauta especial, que não requeridas previamente.
se necessário, de acordo com o movimento ju- § 1o Sobre os documentos apresentados por
diciário da Junta de Conciliação e Julgamento. uma das partes manifestar-se-á imediatamente
§ 1o O não atendimento, pelo reclamante, do a parte contrária, sem interrupção da audiência,
disposto nos incisos I e II deste artigo importará salvo absoluta impossibilidade, a critério do juiz.
no arquivamento da reclamação e condenação § 2o As testemunhas, até o máximo de duas
ao pagamento de custas sobre o valor da causa. para cada parte, comparecerão à audiência de
§ 2o As partes e advogados comunicarão instrução e julgamento independentemente
ao juízo as mudanças de endereço ocorridas de intimação.
no curso do processo, reputando-se eficazes § 3o Só será deferida intimação de testemu-
as intimações enviadas ao local anteriormente nha que, comprovadamente convidada, deixar
indicado, na ausência de comunicação. de comparecer. Não comparecendo a testemu-
nha intimada, o juiz poderá determinar sua
Art. 852-C. As demandas sujeitas a rito su- imediata condução coercitiva.
maríssimo serão instruídas e julgadas em au- § 4o Somente quando a prova do fato o exigir,
diência única, sob a direção de juiz presidente ou for legalmente imposta, será deferida prova
ou substituto, que poderá ser convocado para técnica, incumbindo ao juiz, desde logo, fixar
atuar simultaneamente com o titular. o prazo, o objeto da perícia e nomear perito.
§ 5o (Vetado)
Art. 852-D. O juiz dirigirá o processo com § 6o As partes serão intimadas a manifestar-
liberdade para determinar as provas a serem -se sobre o laudo, no prazo comum de cinco dias.
produzidas, considerado o ônus probatório de § 7o Interrompida a audiência, o seu pros-
cada litigante, podendo limitar ou excluir as seguimento e a solução do processo dar-se-ão
que considerar excessivas, impertinentes ou no prazo máximo de trinta dias, salvo motivo
protelatórias, bem como para apreciá-las e dar relevante justificado nos autos pelo juiz da causa.
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas
Parágrafo único. Quando a instância for a) a partir da data de sua publicação, quando
instaurada ex officio, a audiência deverá ser ajuizado o dissídio após o prazo do art. 616,
realizada dentro do prazo mais breve possível, § 3o, ou, quando não existir acordo, convenção
após o reconhecimento do dissídio. ou sentença normativa em vigor, da data do
ajuizamento;
Art. 861. É facultado ao empregador fazer-se b) a partir do dia imediato ao termo final
representar na audiência pelo gerente, ou por de vigência do acordo, convenção ou sentença
qualquer outro preposto que tenha conheci- normativa, quando ajuizado o dissídio no prazo
mento do dissídio, e por cujas declarações será do art. 616, § 3o.
sempre responsável.
Art. 869. A decisão sobre novas condições de Art. 873. Decorrido mais de um ano de sua
trabalho poderá também ser estendida a todos vigência, caberá revisão das decisões que fixa-
os empregados da mesma categoria profissional rem condições de trabalho, quando se tiverem
compreendida na jurisdição do tribunal: modificado as circunstâncias que as ditaram,
a) por solicitação de um ou mais emprega- de modo que tais condições se hajam tornado
dores, ou de qualquer sindicato destes; injustas ou inaplicáveis.
b) por solicitação de um ou mais sindicatos
de empregados; Art. 874. A revisão poderá ser promovida por
c) ex officio, pelo tribunal que houver pro- iniciativa do tribunal prolator, da Procuradoria
ferido a decisão; da Justiça do Trabalho, das associações sindicais
d) por solicitação da Procuradoria da Justiça ou de empregador ou empregadores interessados
do Trabalho. no cumprimento da decisão.
Parágrafo único. Quando a revisão for pro-
Art. 870. Para que a decisão possa ser estendi- movida por iniciativa de tribunal prolator ou
da, na forma do artigo anterior, torna-se preciso da Procuradoria, as associações sindicais e o
que três quartos dos empregadores e três quartos empregador ou empregadores interessados se-
dos empregados, ou os respectivos sindicatos, rão ouvidos no prazo de trinta dias. Quando
concordem com a extensão da decisão. promovida por uma das partes interessadas,
§ 1o O tribunal competente marcará prazo, serão as outras ouvidas também por igual prazo.
não inferior a trinta nem superior a sessenta
dias, a fim de que se manifestem os interessados. Art. 875. A revisão será julgada pelo tribunal
§ 2o Ouvidos os interessados e a Procura- que tiver proferido a decisão, depois de ouvida
doria da Justiça do Trabalho, será o processo a Procuradoria da Justiça do Trabalho.
submetido ao julgamento do tribunal.
Art. 883-A. A decisão judicial transitada em Art. 885. Não tendo sido arroladas testemu-
julgado somente poderá ser levada a protesto, nhas na defesa, o juiz, ou presidente, conclusos
gerar inscrição do nome do executado em ór- os autos, proferirá sua decisão dentro de cinco
gãos de proteção ao crédito ou no Banco Na- dias, julgando subsistente ou insubsistente a
cional de Devedores Trabalhistas (BNDT), nos penhora.
termos da lei, depois de transcorrido o prazo
de quarenta e cinco dias a contar da citação Art. 886. Se tiverem sido arroladas testemu-
do executado, se não houver garantia do juízo. nhas, finda a sua inquirição em audiência, o
escrivão, ou secretário, fará, dentro de 48 (qua-
renta e oito) horas, conclusos os autos ao juiz, ou
Consolidação das Leis do Trabalho
SEÇÃO III – Dos Embargos à Execução e da presidente, que proferirá sua decisão, na forma
Sua Impugnação prevista no artigo anterior.
§ 1o Proferida a decisão, serão da mesma
Art. 884. Garantida a execução ou penhora- notificadas as partes interessadas, em registrado
dos os bens, terá o executado cinco dias para postal, com franquia.
apresentar embargos, cabendo igual prazo ao § 2o Julgada subsistente a penhora, o juiz, ou
exequente para a impugnação.51 presidente, mandará proceder logo à avaliação
dos bens penhorados.
Art. 895. Cabe recurso ordinário para a ins- empresarial de observância obrigatória em área
tância superior: territorial que exceda a jurisdição do Tribunal
I – das decisões definitivas ou terminativas Regional prolator da decisão recorrida, inter-
das Varas e Juízos, no prazo de 8 (oito) dias; e pretação divergente, na forma da alínea “a”;
II – das decisões definitivas ou terminativas c) proferidas com violação literal de dispo-
dos Tribunais Regionais, em processos de sua sição de lei federal ou afronta direta e literal à
competência originária, no prazo de 8 (oito) Constituição Federal.
dias, quer nos dissídios individuais, quer nos § 1o O recurso de revista, dotado de efeito
dissídios coletivos. apenas devolutivo, será interposto perante o
§ 1o Nas reclamações sujeitas ao procedi- Presidente do Tribunal Regional do Trabalho,
mento sumaríssimo, o recurso ordinário: 149
que, por decisão fundamentada, poderá rece- internet, com indicação da respectiva fonte,
bê-lo ou denegá-lo. mencionando, em qualquer caso, as circuns-
§ 1o-A. Sob pena de não conhecimento, é tâncias que identifiquem ou assemelhem os
ônus da parte: casos confrontados.
I – indicar o trecho da decisão recorrida que § 9o Nas causas sujeitas ao procedimento
consubstancia o prequestionamento da contro- sumaríssimo, somente será admitido recurso
vérsia objeto do recurso de revista; de revista por contrariedade a súmula de juris-
II – indicar, de forma explícita e fundamenta- prudência uniforme do Tribunal Superior do
da, contrariedade a dispositivo de lei, súmula ou Trabalho ou a súmula vinculante do Supremo
orientação jurisprudencial do Tribunal Superior Tribunal Federal e por violação direta da Cons-
do Trabalho que conflite com a decisão regional; tituição Federal.
III – expor as razões do pedido de reforma, § 10. Cabe recurso de revista por violação
impugnando todos os fundamentos jurídicos da a lei federal, por divergência jurisprudencial e
decisão recorrida, inclusive mediante demons- por ofensa à Constituição Federal nas execuções
tração analítica de cada dispositivo de lei, da fiscais e nas controvérsias da fase de execução
Constituição Federal, de súmula ou orientação que envolvam a Certidão Negativa de Débitos
jurisprudencial cuja contrariedade aponte; Trabalhistas (CNDT), criada pela Lei no 12.440,
IV – transcrever na peça recursal, no caso de 7 de julho de 2011.
de suscitar preliminar de nulidade de julgado § 11. Quando o recurso tempestivo contiver
por negativa de prestação jurisdicional, o trecho defeito formal que não se repute grave, o Tribu-
dos embargos declaratórios em que foi pedido nal Superior do Trabalho poderá desconsiderar
o pronunciamento do tribunal sobre questão o vício ou mandar saná-lo, julgando o mérito.
veiculada no recurso ordinário e o trecho da de- § 12. Da decisão denegatória caberá agravo,
cisão regional que rejeitou os embargos quanto no prazo de 8 (oito) dias.
ao pedido, para cotejo e verificação, de plano, § 13. Dada a relevância da matéria, por
da ocorrência da omissão. iniciativa de um dos membros da Seção Espe-
§ 2o Das decisões proferidas pelos Tribunais cializada em Dissídios Individuais do Tribunal
Regionais do Trabalho ou por suas Turmas, em Superior do Trabalho, aprovada pela maioria
execução de sentença, inclusive em processo dos integrantes da Seção, o julgamento a que se
incidente de embargos de terceiro, não caberá refere o § 3o poderá ser afeto ao Tribunal Pleno.
Recurso de Revista, salvo na hipótese de ofensa § 14. O relator do recurso de revista poderá
direta e literal de norma da Constituição Federal. denegar-lhe seguimento, em decisão monocráti-
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas
ou ao Tribunal Pleno, por decisão da maioria controvérsia, inclusive como assistente simples,
simples de seus membros, mediante requeri- na forma da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de
mento de um dos Ministros que compõem a 1973 (Código de Processo Civil).
Seção Especializada, considerando a relevância § 9o Recebidas as informações e, se for o
da matéria ou a existência de entendimentos caso, após cumprido o disposto no § 7o deste
divergentes entre os Ministros dessa Seção ou artigo, terá vista o Ministério Público pelo prazo
das Turmas do Tribunal. de 15 (quinze) dias.
§ 1o O Presidente da Turma ou da Seção Es- § 10. Transcorrido o prazo para o Ministério
pecializada, por indicação dos relatores, afetará Público e remetida cópia do relatório aos demais
um ou mais recursos representativos da contro- Ministros, o processo será incluído em pauta
vérsia para julgamento pela Seção Especializada na Seção Especializada ou no Tribunal Pleno, 151
devendo ser julgado com preferência sobre os alterar a situação econômica, social ou jurídi-
demais feitos. ca, caso em que será respeitada a segurança
§ 11. Publicado o acórdão do Tribunal Su- jurídica das relações firmadas sob a égide da
perior do Trabalho, os recursos de revista so- decisão anterior, podendo o Tribunal Superior
brestados na origem: do Trabalho modular os efeitos da decisão que
I – terão seguimento denegado na hipótese de a tenha alterado.
o acórdão recorrido coincidir com a orientação
a respeito da matéria no Tribunal Superior do Art. 897. Cabe agravo, no prazo de 8 (oito)
Trabalho; ou dias:
II – serão novamente examinados pelo Tribu- a) de petição, das decisões do Juiz ou Pre-
nal de origem na hipótese de o acórdão recorrido sidente, nas execuções;
divergir da orientação do Tribunal Superior do b) de instrumento, dos despachos que de-
Trabalho a respeito da matéria. negarem a interposição de recursos.
§ 12. Na hipótese prevista no inciso II do § 1o O agravo de petição só será recebido
§ 11 deste artigo, mantida a decisão divergente quando o agravante delimitar, justificadamente,
pelo Tribunal de origem, far-se-á o exame de as matérias e os valores impugnados, permitida
admissibilidade do recurso de revista. a execução imediata da parte remanescente
§ 13. Caso a questão afetada e julgada sob o até o final, nos próprios autos ou por carta de
rito dos recursos repetitivos também contenha sentença.
questão constitucional, a decisão proferida pelo § 2o O agravo de instrumento interposto
Tribunal Pleno não obstará o conhecimento contra o despacho que não receber agravo de
de eventuais recursos extraordinários sobre a petição não suspende a execução da sentença.
questão constitucional. § 3o Na hipótese da alínea “a” deste artigo,
§ 14. Aos recursos extraordinários inter- o agravo será julgado pelo próprio tribunal,
postos perante o Tribunal Superior do Traba- presidido pela autoridade recorrida, salvo se
lho será aplicado o procedimento previsto no se tratar de decisão de Juiz do Trabalho de 1a
art. 543‑B da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de Instância ou de Juiz de Direito, quando o julga-
1973 (Código de Processo Civil), cabendo ao mento competirá a uma das Turmas do Tribunal
Presidente do Tribunal Superior do Trabalho Regional a que estiver subordinado o prolator
selecionar um ou mais recursos representativos da sentença, observado o disposto no art. 679,
da controvérsia e encaminhá-los ao Supremo a quem este remeterá as peças necessárias para
Tribunal Federal, sobrestando os demais até o o exame da matéria controvertida, em autos
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas
pronunciamento definitivo da Corte, na forma apartados, ou nos próprios autos, se tiver sido
do § 1o do art. 543‑B da Lei no 5.869, de 11 de determinada a extração de carta de sentença.
janeiro de 1973 (Código de Processo Civil). § 4o Na hipótese da alínea “b” deste artigo,
§ 15. O Presidente do Tribunal Superior do o agravo será julgado pelo Tribunal que seria
Trabalho poderá oficiar os Tribunais Regionais competente para conhecer o recurso cuja in-
do Trabalho e os Presidentes das Turmas e da terposição foi denegada.
Seção Especializada do Tribunal para que sus- § 5o Sob pena de não conhecimento, as par-
pendam os processos idênticos aos selecionados tes promoverão a formação do instrumento do
como recursos representativos da controvérsia agravo de modo a possibilitar, caso provido,
e encaminhados ao Supremo Tribunal Federal, o imediato julgamento do recurso denegado,
até o seu pronunciamento definitivo. instruindo a petição de interposição:
§ 16. A decisão firmada em recurso repe- I – obrigatoriamente, com cópias da decisão
titivo não será aplicada aos casos em que se agravada, da certidão da respectiva intimação,
demonstrar que a situação de fato ou de direito das procurações outorgadas aos advogados do
é distinta das presentes no processo julgado sob agravante e do agravado, da petição inicial, da
o rito dos recursos repetitivos. contestação, da decisão originária, do depósito
§ 17. Caberá revisão da decisão firmada em recursal referente ao recurso que se pretende
152 julgamento de recursos repetitivos quando se destrancar, da comprovação do recolhimento
das custas e do depósito recursal a que se refere Art. 899. Os recursos serão interpostos por
o § 7o do art. 899 desta Consolidação; simples petição e terão efeito meramente devo-
II – facultativamente, com outras peças que lutivo, salvo as exceções previstas neste Título,
o agravante reputar úteis ao deslinde da matéria permitida a execução provisória até a penhora.
de mérito controvertida. § 1o Sendo a condenação de valor até 10
§ 6o O agravado será intimado para ofere- (dez) vezes o salário mínimo regional, nos dis-
cer resposta ao agravo e ao recurso principal, sídios individuais, só será admitido o recurso,
instruindo-a com as peças que considerar ne- inclusive o extraordinário, mediante prévio de-
cessárias ao julgamento de ambos os recursos. pósito da respectiva importância. Transitada
§ 7o Provido o agravo, a Turma delibera- em julgado a decisão recorrida, ordenar-se-á o
rá sobre o julgamento do recurso principal, levantamento imediato da importância de depó-
observando-se, se for o caso, daí em diante, o sito, em favor da parte vencedora, por simples
procedimento relativo a esse recurso. despacho do juiz.
§ 8o Quando o agravo de petição versar § 2o Tratando-se de condenação de valor
apenas sobre as contribuições sociais, o juiz indeterminado, o depósito corresponderá ao
da execução determinará a extração de cópias que for arbitrado, para efeito de custas, pela
das peças necessárias, que serão autuadas em Junta ou Juízo de Direito, até o limite de 10 (dez)
apartado, conforme dispõe o § 3o, parte final, e vezes o salário mínimo da região.
remetidas à instância superior para apreciação, § 3o (Revogado)
após contraminuta. § 4o O depósito recursal será feito em conta
vinculada ao juízo e corrigido com os mesmos
Art. 897-A. Caberão embargos de declaração índices da poupança.52
da sentença ou acórdão, no prazo de cinco dias, § 5o (Revogado)
devendo seu julgamento ocorrer na primeira § 6o Quando o valor da condenação, ou o
audiência ou sessão subsequente a sua apresen- arbitrado para fins de custas, exceder o limite
tação, registrado na certidão, admitido efeito de 10 (dez) vezes o salário mínimo da região,
modificativo da decisão nos casos de omissão e o depósito para fins de recursos será limitado
contradição no julgado e manifesto equívoco no a este valor.
exame dos pressupostos extrínsecos do recurso. § 7o No ato de interposição do agravo de
§ 1o Os erros materiais poderão ser corri- instrumento, o depósito recursal corresponderá
gidos de ofício ou a requerimento de qualquer a 50% (cinquenta por cento) do valor do depó-
das partes. sito do recurso ao qual se pretende destrancar.
§ 2o Eventual efeito modificativo dos em- § 8o Quando o agravo de instrumento tem
bargos de declaração somente poderá ocorrer a finalidade de destrancar recurso de revista
em virtude da correção de vício na decisão em- que se insurge contra decisão que contraria a
bargada e desde que ouvida a parte contrária, jurisprudência uniforme do Tribunal Superior
no prazo de 5 (cinco) dias. do Trabalho, consubstanciada nas suas súmulas
§ 3o Os embargos de declaração interrom- ou em orientação jurisprudencial, não haverá
pem o prazo para interposição de outros re- obrigatoriedade de se efetuar o depósito referido
Consolidação das Leis do Trabalho
cursos, por qualquer das partes, salvo quando no § 7o deste artigo.
intempestivos, irregular a representação da parte § 9o O valor do depósito recursal será re-
ou ausente a sua assinatura. duzido pela metade para entidades sem fins
lucrativos, empregadores domésticos, microem-
Art. 898. Das decisões proferidas em dissídio preendedores individuais, microempresas e em-
coletivo que afete empresa de serviço público, presas de pequeno porte.
ou, em qualquer caso, das proferidas em revi- § 10. São isentos do depósito recursal os
são, poderão recorrer, além dos interessados, beneficiários da justiça gratuita, as entidades
o presidente do tribunal e a Procuradoria da
Justiça do Trabalho.
NE: ver ADIs nos 5.867 e 6.021 e ADCs nos 58 e 59.
52
153
filantrópicas e as empresas em recuperação § 2o Findo o prazo de defesa, o processo
judicial. será imediatamente concluso para julgamento,
§ 11. O depósito recursal poderá ser subs- que deverá ser proferido no prazo de dez dias.
tituído por fiança bancária ou seguro garantia
judicial. Art. 906. Da imposição das penalidades a que
se refere este Capítulo caberá recurso ordinário
Art. 900. Interposto o recurso, será notificado para o Tribunal Superior, no prazo de dez dias,
o recorrido, para oferecer as suas razões, em salvo se a imposição resultar de dissídio coletivo,
prazo igual ao que tiver tido o recorrente. caso em que o prazo será de vinte dias.
Art. 901. Sem prejuízo dos prazos previstos Art. 907. Sempre que o infrator incorrer em
neste Capítulo, terão as partes vistas dos autos pena criminal, far-se-á remessa das peças ne-
em cartório ou na secretaria. cessárias à autoridade competente.
Parágrafo único. Salvo quando estiver cor-
rendo prazo comum, aos procuradores das Art. 908. A cobrança das multas estabelecidas
partes será permitido ter vista dos autos fora neste Título será feita, mediante executivo fiscal,
do cartório ou secretaria. perante o juiz competente para a cobrança de
dívida ativa da Fazenda Pública Federal.
Art. 902. (Revogado) Parágrafo único. A cobrança das multas será
promovida, no Distrito Federal e nos Estados
em que funcionarem os Tribunais Regionais,
CAPÍTULO VII – Da Aplicação das pela Procuradoria da Justiça do Trabalho, e, nos
Penalidades demais Estados, de acordo com o disposto no
Decreto-lei no 960, de 17 de dezembro de 1938.
Art. 903. As penalidades estabelecidas no Tí-
tulo anterior serão aplicadas pelo juiz, ou tri-
bunal, que tiver de conhecer da desobediência, CAPÍTULO VIII – Disposições Finais
violação, recusa, falta ou coação, ex officio, ou
mediante representação de qualquer interessado Art. 909. A ordem dos processos no Tribunal
ou da Procuradoria da Justiça do Trabalho. Superior do Trabalho será regulada em seu re-
gimento interno.
Art. 904. As sanções em que incorrerem as
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas
autoridades da Justiça do Trabalho serão aplica- Art. 910. Para os efeitos deste Título, equi-
das pela autoridade ou tribunal imediatamente param-se aos serviços públicos os de utilidade
superior, conforme o caso, ex officio, ou me- pública, bem como os que forem prestados em
diante representação de qualquer interessado armazéns de gêneros alimentícios, açougues,
ou da Procuradoria. padarias, leiterias, farmácias, hospitais, minas,
Parágrafo único. Tratando-se de membro do empresas de transportes e comunicações, bancos
Tribunal Superior do Trabalho será competente e estabelecimentos que interessem à segurança
para a imposição de sanções o Senado Federal. nacional.
§ 2o (Revogado)
Art. 916. Os prazos de prescrição fixados pela Art. 920. Enquanto não forem constituídas as
presente Consolidação começarão a correr da Confederações ou na falta destas, a represen-
data da vigência desta, quando menores do que tação de classes, econômicas ou profissionais,
os previstos pela legislação anterior. que derivar da indicação desses órgãos ou dos
respectivos presidentes, será suprida por equi-
Art. 917. O Ministro do Trabalho, Indústria valente designação ou eleição realizada pelas
e Comércio marcará prazo para adaptação dos correspondentes Federações.
atuais estabelecimentos às exigências contidas
no Capítulo “Da Segurança e da Medicina do Art. 921. As empresas que não estiverem in-
Trabalho”. Compete ainda àquela autoridade cluídas no enquadramento sindical de que trata
fixar os prazos dentro dos quais, em cada Estado, o art. 577 poderão firmar contratos coletivos de
entrará em vigor a obrigatoriedade do uso da trabalho com os sindicatos representativos da
Carteira de Trabalho e Previdência social, para respectiva categoria profissional.
os atuais empregados.
Parágrafo único. O Ministro do Trabalho, Art. 922. O disposto no art. 301 regerá somen-
Indústria e Comércio fixará, para cada Estado e te as relações de emprego iniciadas depois da
quando julgar conveniente, o início da vigência vigência desta Consolidação.
Consolidação das Leis do Trabalho
155
Normas correlatas
Lei no 12.506/2011
Dispõe sobre o aviso prévio e dá outras providências.
158
Lei no 10.101/2000
Dispõe sobre a participação dos trabalhadores nos lucros ou resultados da empresa e dá outras
providências.
Faço saber que o Presidente da República adotou II – a entidade sem fins lucrativos que, cumu‑
a Medida Provisória no 1.982‑77, de 2000, que lativamente:
o Congresso Nacional aprovou, e eu, Antonio a) não distribua resultados, a qualquer título,
Carlos Magalhães, Presidente, para os efeitos ainda que indiretamente, a dirigentes, adminis‑
do disposto no parágrafo único do art. 62 da tradores ou empresas vinculadas;
Constituição Federal, promulgo a seguinte Lei: b) aplique integralmente os seus recursos
em sua atividade institucional e no País;
Art. 1o Esta Lei regula a participação dos tra‑ c) destine o seu patrimônio a entidade con‑
balhadores nos lucros ou resultados da empresa gênere ou ao poder público, em caso de encer‑
como instrumento de integração entre o capital ramento de suas atividades;
e o trabalho e como incentivo à produtividade, d) mantenha escrituração contábil capaz de
nos termos do art. 7o, inciso XI, da Constituição. comprovar a observância dos demais requisitos
deste inciso, e das normas fiscais, comerciais e
Art. 2o A participação nos lucros ou resultados de direito econômico que lhe sejam aplicáveis.
será objeto de negociação entre a empresa e seus § 3o-A. A não equiparação de que trata o
empregados, mediante um dos procedimentos inciso II do § 3o deste artigo não é aplicável às
a seguir descritos, escolhidos pelas partes de hipóteses em que tenham sido utilizados índices
comum acordo: de produtividade ou qualidade ou programas
I – comissão paritária escolhida pelas par‑ de metas, resultados e prazos.
tes, integrada, também, por um representante § 4o Quando forem considerados os critérios
indicado pelo sindicato da respectiva categoria; e condições definidos nos incisos I e II do § 1o
II – convenção ou acordo coletivo. deste artigo:
§ 1o Dos instrumentos decorrentes da nego‑ I – a empresa deverá prestar aos represen‑
ciação deverão constar regras claras e objetivas tantes dos trabalhadores na comissão paritária
quanto à fixação dos direitos substantivos da informações que colaborem para a negociação;
participação e das regras adjetivas, inclusive II – não se aplicam as metas referentes à saúde
mecanismos de aferição das informações per‑ e segurança no trabalho.
tinentes ao cumprimento do acordado, perio‑ § 5o As partes podem:
dicidade da distribuição, período de vigência I – adotar os procedimentos de negociação
e prazos para revisão do acordo, podendo ser estabelecidos nos incisos I e II do caput deste
considerados, entre outros, os seguintes critérios artigo, simultaneamente; e
e condições: II – estabelecer múltiplos programas de parti‑
I – índices de produtividade, qualidade ou cipação nos lucros ou nos resultados, observada
lucratividade da empresa; a periodicidade estabelecida pelo § 2o do art. 3o
II – programas de metas, resultados e prazos, desta Lei.
pactuados previamente. § 6o Na fixação dos direitos substantivos e
Normas correlatas
§ 2o O instrumento de acordo celebrado das regras adjetivas, inclusive no que se refere
será arquivado na entidade sindical dos tra‑ à fixação dos valores e à utilização exclusiva de
balhadores. metas individuais, a autonomia da vontade das
§ 3o Não se equipara a empresa, para os fins partes contratantes será respeitada e prevalecerá
desta Lei: em face do interesse de terceiros.
I – a pessoa física; 159
§ 7o Consideram-se previamente estabeleci‑ coletivas de trabalho atinentes à participação
das as regras fixadas em instrumento assinado: nos lucros ou resultados.
I – anteriormente ao pagamento da anteci‑ § 4o A periodicidade semestral mínima refe‑
pação, quando prevista; e rida no § 2o poderá ser alterada pelo Poder Exe‑
II – com antecedência de, no mínimo, 90 cutivo, até 31 de dezembro de 2000, em função
(noventa) dias da data do pagamento da parcela de eventuais impactos nas receitas tributárias.
única ou da parcela final, caso haja pagamento § 5o A participação de que trata este artigo
de antecipação. será tributada pelo imposto sobre a renda ex‑
§ 8o A inobservância à periodicidade es‑ clusivamente na fonte, em separado dos demais
tabelecida no § 2o do art. 3o desta Lei invalida rendimentos recebidos, no ano do recebimento
exclusivamente os pagamentos feitos em desa‑ ou crédito, com base na tabela progressiva anual
cordo com a norma, assim entendidos: constante do Anexo e não integrará a base de
I – os pagamentos excedentes ao segundo, cálculo do imposto devido pelo beneficiário na
feitos a um mesmo empregado, no mesmo ano Declaração de Ajuste Anual.
civil; e § 6o Para efeito da apuração do imposto
II – os pagamentos efetuados a um mesmo sobre a renda, a participação dos trabalhado‑
empregado, em periodicidade inferior a 1 (um) res nos lucros ou resultados da empresa será
trimestre civil do pagamento anterior. integralmente tributada com base na tabela
§ 9o Na hipótese do inciso II do § 8o deste progressiva constante do Anexo.
artigo, mantém-se a validade dos demais pa‑ § 7o Na hipótese de pagamento de mais de 1
gamentos. (uma) parcela referente a um mesmo ano-calen‑
§ 10. Uma vez composta, a comissão paritá‑ dário, o imposto deve ser recalculado, com base
ria de que trata o inciso I do caput deste artigo no total da participação nos lucros recebida no
dará ciência por escrito ao ente sindical para que ano-calendário, mediante a utilização da tabela
indique seu representante no prazo máximo de constante do Anexo, deduzindo-se do imposto
10 (dez) dias corridos, findo o qual a comissão assim apurado o valor retido anteriormente.
poderá iniciar e concluir suas tratativas. § 8o Os rendimentos pagos acumuladamente
a título de participação dos trabalhadores nos
Art. 3o A participação de que trata o art. 2o não lucros ou resultados da empresa serão tributa‑
substitui ou complementa a remuneração devida dos exclusivamente na fonte, em separado dos
a qualquer empregado, nem constitui base de demais rendimentos recebidos, sujeitando-se,
incidência de qualquer encargo trabalhista, não também de forma acumulada, ao imposto sobre
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas
se lhe aplicando o princípio da habitualidade. a renda com base na tabela progressiva constante
§ 1o Para efeito de apuração do lucro real, a do Anexo.
pessoa jurídica poderá deduzir como despesa § 9o Considera-se pagamento acumulado,
operacional as participações atribuídas aos em‑ para fins do § 8o, o pagamento da participação
pregados nos lucros ou resultados, nos termos nos lucros relativa a mais de um ano-calendário.
da presente Lei, dentro do próprio exercício de § 10. Na determinação da base de cálculo da
sua constituição. participação dos trabalhadores nos lucros ou re‑
§ 2o É vedado o pagamento de qualquer sultados, poderão ser deduzidas as importâncias
antecipação ou distribuição de valores a título pagas em dinheiro a título de pensão alimentí‑
de participação nos lucros ou resultados da cia em face das normas do Direito de Família,
empresa em mais de 2 (duas) vezes no mesmo quando em cumprimento de decisão judicial,
ano civil e em periodicidade inferior a 1 (um) de acordo homologado judicialmente ou de
trimestre civil. separação ou divórcio consensual realizado por
§ 3o Todos os pagamentos efetuados em de‑ escritura pública, desde que correspondentes a
corrência de planos de participação nos lucros esse rendimento, não podendo ser utilizada a
ou resultados, mantidos espontaneamente pela mesma parcela para a determinação da base de
empresa, poderão ser compensados com as obri‑ cálculo dos demais rendimentos.
160 gações decorrentes de acordos ou convenções
§ 11. A partir do ano-calendário de 2014, do inciso I do caput do art. 30 da Constituição
inclusive, os valores da tabela progressiva anual Federal.
constante do Anexo serão reajustados no mesmo Parágrafo único. O repouso semanal remu‑
percentual de reajuste da Tabela Progressiva nerado deverá coincidir, pelo menos 1 (uma)
Mensal do imposto de renda incidente sobre vez no período máximo de 3 (três) semanas,
os rendimentos das pessoas físicas. com o domingo, respeitadas as demais normas
de proteção ao trabalho e outras a serem esti‑
Art. 4o Caso a negociação visando à participa‑ puladas em negociação coletiva.
ção nos lucros ou resultados da empresa resulte
em impasse, as partes poderão utilizar-se dos Art. 6o-A. É permitido o trabalho em feriados
seguintes mecanismos de solução do litígio: nas atividades do comércio em geral, desde que
I – mediação; autorizado em convenção coletiva de trabalho
II – arbitragem de ofertas finais, utilizando‑ e observada a legislação municipal, nos termos
-se, no que couber, os termos da Lei no 9.307, do inciso I do caput do art. 30 da Constituição
de 23 de setembro de 1996. Federal.
§ 1o Considera-se arbitragem de ofertas fi‑
nais aquela em que o árbitro deve restringir-se Art. 6o-B. As infrações ao disposto nos arts. 6o
a optar pela proposta apresentada, em caráter e 6o‑A desta Lei serão punidas com a multa
definitivo, por uma das partes. prevista no art. 75 da Consolidação das Leis do
§ 2o O mediador ou o árbitro será escolhido Trabalho, aprovada pelo Decreto-lei no 5.452,
de comum acordo entre as partes. de 1o de maio de 1943.
§ 3o Firmado o compromisso arbitral, não Parágrafo único. O processo de fiscalização,
será admitida a desistência unilateral de qual‑ de autuação e de imposição de multas reger-se-á
quer das partes. pelo disposto no Título VII da Consolidação
§ 4o O laudo arbitral terá força normativa, das Leis do Trabalho.
independentemente de homologação judicial.
Art. 7o Ficam convalidados os atos praticados
Art. 5 A participação de que trata o art. 1
o o
com base na Medida Provisória no 1.982‑76, de
desta Lei, relativamente aos trabalhadores em 26 de outubro de 2000.
empresas estatais, observará diretrizes especí‑
ficas fixadas pelo Poder Executivo. Art. 8o Esta Lei entra em vigor na data de sua
Parágrafo único. Consideram-se empresas publicação.
estatais as empresas públicas, sociedades de
economia mista, suas subsidiárias e controladas Congresso Nacional, 19 de dezembro de 2000;
e demais empresas em que a União, direta ou 179o da Independência e 112o da República.
indiretamente, detenha a maioria do capital
social com direito a voto. ANTONIO CARLOS MAGALHÃES
Art. 6o Fica autorizado o trabalho aos do‑ Promulgada em 19/12/2000 e publicada no DOU
mingos nas atividades do comércio em geral, de 20/12/2000.
observada a legislação municipal, nos termos
Normas correlatas
161
Anexo
Valor da PLR anual (em R$) Alíquota Parcela a deduzir do IR (em R$)
de 0,00 a 6.000,00 0% -
de 6.000,01 a 9.000,00 7,5% 450,00
de 9.000,01 a 12.000,00 15% 1.125,00
de 12.000,01 a 15.000,00 22,5% 2.025,00
acima de 15.000,00 27,5% 2.775,00
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas
162
Lei no 7.998/1990
Regula o Programa do Seguro-Desemprego, o Abono Salarial, institui o Fundo de Amparo ao
Trabalhador – FAT, e dá outras providências.
§ 1o Nos casos previstos nos incisos I a III tenham exercido atividade remunerada pelo
deste artigo, será suspenso por um período de menos durante 30 (trinta) dias no ano-base;
2 (dois) anos, ressalvado o prazo de carência, II – estejam cadastrados há pelo menos 5
o direito do trabalhador à percepção do segu- (cinco) anos no Fundo de Participação PIS-Pa-
ro-desemprego, dobrando-se este período em sep ou no Cadastro Nacional do Trabalhador.
caso de reincidência. § 1o No caso de beneficiários integrantes do
§ 2o O benefício poderá ser cancelado na Fundo de Participação PIS-Pasep, serão compu-
hipótese de o beneficiário deixar de cumprir a tados no valor do abono salarial os rendimen-
condicionalidade de que trata o § 1o do art. 3o tos proporcionados pelas respectivas contas
desta Lei, na forma do regulamento. individuais.
§ 2o O valor do abono salarial anual de que
Art. 8o-A. O benefício da bolsa de qualifica- trata o caput será calculado na proporção de
ção profissional será cancelado nas seguintes 1/12 (um doze avos) do valor do salário míni-
situações: mo vigente na data do respectivo pagamento,
I – fim da suspensão contratual e retorno multiplicado pelo número de meses trabalhados
ao trabalho; no ano correspondente.
II – por comprovação de falsidade na presta-
166 ção das informações necessárias à habilitação;
§ 3o A fração igual ou superior a 15 (quinze) IV – o produto da arrecadação da contribui-
dias de trabalho será contada como mês integral ção adicional pelo índice de rotatividade, de que
para os efeitos do § 2o deste artigo. trata o § 4o do art. 239 da Constituição Federal;
§ 4o O valor do abono salarial será emitido V – outros recursos que lhe sejam destinados.
em unidades inteiras de moeda corrente, com a
suplementação das partes decimais até a unidade Arts. 12 a 14. (Vetados)
inteira imediatamente superior.
Art. 15. Compete aos Bancos Oficiais Federais
Art. 9o-A. O abono será pago pelo Banco do o pagamento das despesas relativas ao Programa
Brasil S.A. e pela Caixa Econômica Federal do Seguro-Desemprego e ao Abono Salarial
mediante: conforme normas a serem definidas pelos ges-
I – depósito em nome do trabalhador; tores do FAT.
II – saque em espécie; ou Parágrafo único. Sobre o saldo de recursos
III – folha de salários. não desembolsados, os agentes pagadores re-
§ 1o Ao Banco do Brasil S.A. caberá o pa- munerarão o FAT, no mínimo com correção
gamento aos servidores e empregados dos monetária.
contribuintes mencionados no art. 14 do De-
creto-lei no 2.052, de 3 de agosto de 1983, e Art. 16. (Revogado)
à Caixa Econômica Federal, aos empregados
dos contribuintes a que se refere o art. 15 desse Art. 17. (Revogado)
Decreto-lei.
§ 2o As instituições financeiras pagadoras Gestão
manterão em seu poder, à disposição das auto-
ridades fazendárias, por processo que possibilite Art. 18. É instituído o Conselho Deliberativo
sua imediata recuperação, os comprovantes de do Fundo de Amparo ao Trabalhador – Codefat,
pagamentos efetuados. composto por representação de trabalhadores,
empregadores e órgãos e entidades governamen-
Do Fundo de Amparo ao Trabalhador tais, na forma estabelecida pelo Poder Executivo.
§ 1o (Revogado)
Art. 10. É instituído o Fundo de Amparo ao § 2o (Revogado)
Trabalhador (FAT), vinculado ao Ministério § 3o Os representantes dos trabalhadores se-
do Trabalho e Emprego, destinado ao custeio rão indicados pelas centrais sindicais e confede-
do Programa de Seguro-Desemprego, ao paga- rações de trabalhadores; e os representantes dos
mento do abono salarial e ao financiamento de empregadores, pelas respectivas confederações.
programas de educação profissional e tecnoló- § 4o Compete ao Ministro do Trabalho a
gica e de desenvolvimento econômico. nomeação dos membros do Codefat.
Parágrafo único. O FAT é um fundo contábil, § 5o (Revogado)
de natureza financeira, subordinando-se, no que § 6o Pela atividade exercida no Codefat seus
couber, à legislação vigente. membros não serão remunerados.
Normas correlatas
169
Lei no 7.783/1989
Dispõe sobre o exercício do direito de greve, define as atividades essenciais, regula o atendimento
das necessidades inadiáveis da comunidade, e dá outras providências.
Art. 17. Fica vedada a paralisação das ativi- Art. 19. Esta Lei entra em vigor na data de
dades, por iniciativa do empregador, com o sua publicação.
objetivo de frustrar negociação ou dificultar o
atendimento de reivindicações dos respectivos Brasília, 28 de junho de 1989; 168o da Indepen-
empregados (lockout). dência e 101o da República.
Parágrafo único. A prática referida no caput
assegura aos trabalhadores o direito à percepção JOSÉ SARNEY
dos salários durante o período de paralisação.
Promulgada em 28/6/1989 e publicada no DOU de
Art. 18. Ficam revogados a Lei no 4.330, de 29/6/1989.
1o de junho de 1964, o Decreto-lei no 1.632, de
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas
172
Lei no 4.090/1962
Institui a gratificação de Natal para os trabalhadores.
Normas correlatas
173
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Esta obra apresenta a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), estabelecida pelo Decreto-lei
no 5.452, de 1o de maio de 1943, que unificou a legislação trabalhista existente à época.
Desde então, a norma passou a regular as relações individuais e coletivas de trabalho no
país, tendo sido objeto de diversas modificações e reformas.