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Consolidação das Leis

do Trabalho – CLT
e normas correlatas

5a edição
Atualizada até outubro de 2022
SENADO FEDERAL
Mesa
Biênio 2021 – 2022

Senador Rodrigo Pacheco


PRESIDENTE

Senador Veneziano Vital do Rêgo


PRIMEIRO-VICE-PRESIDENTE

Senador Romário
SEGUNDO-VICE-PRESIDENTE

Senador Irajá
PRIMEIRO-SECRETÁRIO

Senador Elmano Férrer


SEGUNDO-SECRETÁRIO

Senador Rogério Carvalho


TERCEIRO-SECRETÁRIO

Senador Weverton Rocha


QUARTO-SECRETÁRIO

SUPLENTES DE SECRETÁRIO
Senador Jorginho Mello
Senador Luiz Carlos do Carmo
Senadora Eliziane Gama
Senador Zequinha Marinho
Secretaria de Editoração e Publicações
Coordenação de Edições Técnicas

Consolidação das Leis


do Trabalho – CLT
e normas correlatas

5a edição

Brasília – 2022
Edição do Senado Federal
Diretora-Geral: Ilana Trombka
Secretário-Geral da Mesa: Gustavo A. Sabóia Vieira

Impressa na Secretaria de Editoração e Publicações


Diretor: Rafael André Chervenski da Silva

Produzida na Coordenação de Edições Técnicas


Coordenador: Aloysio de Britto Vieira

Organização, atualização e revisão técnica: Serviço de Pesquisa


Projeto gráfico e editoração: Serviço de Publicações Técnico-Legislativas

Atualizada até outubro de 2022.

As normas aqui apresentadas não substituem as publicações do Diário Oficial da União.

Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas. – 5. ed. – Brasília, DF :


Senado Federal, Coordenação de Edições Técnicas, 2022.
173 p.

Conteúdo: Dispositivos constitucionais pertinentes – Consolidação das Leis do Trabalho


– Normas correlatas.

ISBN: 978-65-5676-284-5 (Impresso)


ISBN: 978-65-5676-285-2 (PDF)
ISBN: 978-65-5676-286-9 (ePub)

1. Direito trabalhista, legislação, Brasil. 2. Legislação trabalhista, Brasil. 3. Trabalhador,


proteção, Brasil. 4. Brasil. [Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) (1943)].

CDDir 342.6981

Coordenação de Edições Técnicas


Senado Federal, Bloco 8, Mezanino, Setor 11
CEP: 70165-900 – Brasília, DF
Telefone: (61) 3303-3579
E-mail: livraria@senado.leg.br
Sumário

7 Apresentação

Dispositivos constitucionais pertinentes

10 Constituição da República Federativa do Brasil

Consolidação das Leis do Trabalho

14 Índice sistemático do Decreto-lei no 5.452/1943

19 Decreto-lei no 5.452/1943
Aprova a Consolidação das Leis do Trabalho.

Normas correlatas

158 Lei no 12.506/2011


Dispõe sobre o aviso prévio e dá outras providências.

159 Lei no 10.101/2000


Dispõe sobre a participação dos trabalhadores nos lucros ou
resultados da empresa e dá outras providências.

163 Lei no 7.998/1990


Regula o Programa do Seguro-Desemprego, o Abono Salarial, institui o Fundo de Amparo ao
Trabalhador – FAT, e dá outras providências.
170 Lei no 7.783/1989
Dispõe sobre o exercício do direito de greve, define as atividades essenciais, regula o atendimento das
necessidades inadiáveis da comunidade, e dá outras providências.

173 Lei no 4.090/1962


Institui a gratificação de Natal para os trabalhadores.

O conteúdo aqui apresentado está atualizado até a data de fechamento da edição. Eventuais
notas de rodapé trazem informações complementares acerca dos dispositivos que compõem
as normas compiladas.
Apresentação

As obras de legislação do Senado Federal visam a permitir o acesso do cidadão


à legislação em vigor relativa a temas específicos de interesse público.

Tais coletâneas incluem dispositivos constitucionais, códigos ou leis principais


sobre o tema, além de normas correlatas e acordos internacionais relevantes, a
depender do assunto. Por meio de compilação atualizada e fidedigna, apresenta-
se ao leitor um painel consistente para estudo e consulta.

O índice temático, quando apresentado, oferece verbetes com tópicos de relevo,


tornando fácil e rápida a consulta a dispositivos de interesse mais pontual.

Na Livraria Virtual do Senado (livraria.senado.leg.br), além das obras impressas


disponíveis para compra direta, o leitor encontra e-books para download
imediato e gratuito.

Sugestões e críticas podem ser registradas na página da Livraria e certamente


contribuirão para o aprimoramento de nossos livros e periódicos.

Apresentação

7
Dispositivos constitucionais
pertinentes
Constituição
da República Federativa do Brasil

������������������������������������������������������������������������������� CAPÍTULO II – Dos Direitos Sociais

TÍTULO I – Dos Princípios Fundamentais Art. 6o  São direitos sociais a educação, a saúde,
a alimentação, o trabalho, a moradia, o transpor-
Art. 1o  A República Federativa do Brasil, for- te, o lazer, a segurança, a previdência social, a
mada pela união indissolúvel dos Estados e proteção à maternidade e à infância, a assistência
Municípios e do Distrito Federal, constitui-se aos desamparados, na forma desta Constituição.
em Estado Democrático de Direito e tem como Parágrafo único.  Todo brasileiro em situação
fundamentos: de vulnerabilidade social terá direito a uma ren-
I – a soberania; da básica familiar, garantida pelo poder público
II – a cidadania; em programa permanente de transferência de
III – a dignidade da pessoa humana; renda, cujas normas e requisitos de acesso serão
IV – os valores sociais do trabalho e da livre determinados em lei, observada a legislação
iniciativa; fiscal e orçamentária.
V – o pluralismo político.
Parágrafo único.  Todo o poder emana do Art. 7o  São direitos dos trabalhadores urbanos
povo, que o exerce por meio de representan- e rurais, além de outros que visem à melhoria
tes eleitos ou diretamente, nos termos desta de sua condição social:
Constituição. I – relação de emprego protegida contra des-
pedida arbitrária ou sem justa causa, nos termos
Art. 2o  São Poderes da União, independentes e de lei complementar, que preverá indenização
harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo compensatória, dentre outros direitos;
e o Judiciário. II – seguro-desemprego, em caso de desem-
prego involuntário;
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas

Art. 3o  Constituem objetivos fundamentais da III – fundo de garantia do tempo de serviço;


República Federativa do Brasil: IV – salário mínimo, fixado em lei, nacio-
I – construir uma sociedade livre, justa e nalmente unificado, capaz de atender a suas
solidária; necessidades vitais básicas e às de sua família
II – garantir o desenvolvimento nacional; com moradia, alimentação, educação, saúde,
III – erradicar a pobreza e a marginalização lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência
e reduzir as desigualdades sociais e regionais; social, com reajustes periódicos que lhe pre-
IV – promover o bem de todos, sem pre- servem o poder aquisitivo, sendo vedada sua
conceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e vinculação para qualquer fim;
quaisquer outras formas de discriminação. V – piso salarial proporcional à extensão e
������������������������������������������������������������������������������� à complexidade do trabalho;
VI – irredutibilidade do salário, salvo o dis-
TÍTULO II – Dos Direitos e Garantias posto em convenção ou acordo coletivo;
Fundamentais VII – garantia de salário, nunca inferior ao
������������������������������������������������������������������������������� mínimo, para os que percebem remuneração
variável;

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VIII – décimo terceiro salário com base na XXV – assistência gratuita aos filhos e depen-
remuneração integral ou no valor da aposen- dentes desde o nascimento até 5 (cinco) anos
tadoria; de idade em creches e pré-escolas;
IX – remuneração do trabalho noturno su- XXVI – reconhecimento das convenções e
perior à do diurno; acordos coletivos de trabalho;
X – proteção do salário na forma da lei, cons- XXVII – proteção em face da automação,
tituindo crime sua retenção dolosa; na forma da lei;
XI – participação nos lucros, ou resultados, XXVIII – seguro contra acidentes de tra-
desvinculada da remuneração, e, excepcional- balho, a cargo do empregador, sem excluir a
mente, participação na gestão da empresa, con- indenização a que este está obrigado, quando
forme definido em lei; incorrer em dolo ou culpa;
XII – salário-família pago em razão do de- XXIX – ação, quanto aos créditos resultantes
pendente do trabalhador de baixa renda nos das relações de trabalho, com prazo prescricio-
termos da lei; nal de cinco anos para os trabalhadores urbanos
XIII – duração do trabalho normal não su- e rurais, até o limite de dois anos após a extinção
perior a oito horas diárias e quarenta e quatro do contrato de trabalho;
semanais, facultada a compensação de horários a) (Revogada);
e a redução da jornada, mediante acordo ou b) (Revogada);
convenção coletiva de trabalho; XXX – proibição de diferença de salários, de
XIV – jornada de seis horas para o trabalho exercício de funções e de critério de admissão
realizado em turnos ininterruptos de reveza- por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil;
mento, salvo negociação coletiva; XXXI – proibição de qualquer discriminação
XV – repouso semanal remunerado, prefe- no tocante a salário e critérios de admissão do
rencialmente aos domingos; trabalhador portador de deficiência;
XVI – remuneração do serviço extraordi- XXXII – proibição de distinção entre tra-
nário superior, no mínimo, em cinquenta por balho manual, técnico e intelectual ou entre os
cento à do normal; profissionais respectivos;
XVII – gozo de férias anuais remuneradas XXXIII – proibição de trabalho noturno,
com, pelo menos, um terço a mais do que o perigoso ou insalubre a menores de dezoito e
salário normal; de qualquer trabalho a menores de dezesseis
XVIII – licença à gestante, sem prejuízo do anos, salvo na condição de aprendiz, a partir
emprego e do salário, com a duração de cento de quatorze anos;
e vinte dias; XXXIV – igualdade de direitos entre o traba-
XIX – licença-paternidade, nos termos fi- lhador com vínculo empregatício permanente
xados em lei; e o trabalhador avulso.
XX – proteção do mercado de trabalho da Parágrafo único.  São assegurados à categoria
mulher, mediante incentivos específicos, nos dos trabalhadores domésticos os direitos pre-
termos da lei; vistos nos incisos IV, VI, VII, VIII, X, XIII, XV,
Dispositivos constitucionais pertinentes

XXI – aviso prévio proporcional ao tempo XVI, XVII, XVIII, XIX, XXI, XXII, XXIV, XXVI,
de serviço, sendo no mínimo de trinta dias, nos XXX, XXXI e XXXIII e, atendidas as condições
termos da lei; estabelecidas em lei e observada a simplificação
XXII – redução dos riscos inerentes ao tra- do cumprimento das obrigações tributárias,
balho, por meio de normas de saúde, higiene principais e acessórias, decorrentes da relação
e segurança; de trabalho e suas peculiaridades, os previstos
XXIII – adicional de remuneração para as nos incisos I, II, III, IX, XII, XXV e XXVIII,
atividades penosas, insalubres ou perigosas, bem como a sua integração à previdência social.
na forma da lei;
XXIV – aposentadoria; Art. 8o  É livre a associação profissional ou
sindical, observado o seguinte:
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I – a lei não poderá exigir autorização do se eleito, ainda que suplente, até um ano após o
Estado para a fundação de sindicato, ressalvado final do mandato, salvo se cometer falta grave
o registro no órgão competente, vedadas ao nos termos da lei.
Poder Público a interferência e a intervenção Parágrafo único.  As disposições deste artigo
na organização sindical; aplicam-se à organização de sindicatos rurais
II – é vedada a criação de mais de uma orga- e de colônias de pescadores, atendidas as con-
nização sindical, em qualquer grau, represen- dições que a lei estabelecer.
tativa de categoria profissional ou econômica,
na mesma base territorial, que será definida Art. 9o  É assegurado o direito de greve, com-
pelos trabalhadores ou empregadores interes- petindo aos trabalhadores decidir sobre a opor-
sados, não podendo ser inferior à área de um tunidade de exercê-lo e sobre os interesses que
Município; devam por meio dele defender.
III – ao sindicato cabe a defesa dos direitos e § 1o  A lei definirá os serviços ou atividades
interesses coletivos ou individuais da categoria, essenciais e disporá sobre o atendimento das
inclusive em questões judiciais ou adminis- necessidades inadiáveis da comunidade.
trativas; § 2o  Os abusos cometidos sujeitam os res-
IV – a assembleia geral fixará a contribuição ponsáveis às penas da lei.
que, em se tratando de categoria profissional,
será descontada em folha, para custeio do sis- Art. 10.  É assegurada a participação dos tra-
tema confederativo da representação sindical balhadores e empregadores nos colegiados dos
respectiva, independentemente da contribuição órgãos públicos em que seus interesses pro-
prevista em lei; fissionais ou previdenciários sejam objeto de
V – ninguém será obrigado a filiar-se ou a discussão e deliberação.
manter-se filiado a sindicato;
VI – é obrigatória a participação dos sin- Art. 11.  Nas empresas de mais de duzentos
dicatos nas negociações coletivas de trabalho; empregados, é assegurada a eleição de um re-
VII – o aposentado filiado tem direito a votar presentante destes com a finalidade exclusiva
e ser votado nas organizações sindicais; de promover-lhes o entendimento direto com
VIII – é vedada a dispensa do empregado os empregadores.
sindicalizado a partir do registro da candidatura �������������������������������������������������������������������������������
a cargo de direção ou representação sindical e,
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas

12
Consolidação das Leis do Trabalho
Índice sistemático do
Decreto-lei no 5.452/1943

19 Título I – Introdução
21 Título II – Das Normas Gerais de Tutela do Trabalho
21 Capítulo I –Da Identificação Profissional
21 Seção I – Da Carteira de Trabalho e Previdência Social
22 Seção II – Da Emissão da Carteira
22 Seção III – Da Entrega das Carteiras de Trabalho e Previdência Social
22 Seção IV – Das Anotações
23 Seção V – Das Reclamações por Falta ou Recusa de Anotação
23 Seção VI – Do Valor das Anotações
23 Seção VII – Dos Livros de Registro de Empregados
24 Seção VIII – Das Penalidades
24 Capítulo II – Da Duração do Trabalho
24 Seção I – Disposição Preliminar
25 Seção II – Da Jornada de Trabalho
27 Seção III – Dos Períodos de Descanso
28 Seção IV – Do Trabalho Noturno
28 Seção V – Do Quadro de Horário
28 Seção VI – Das Penalidades
28 Capítulo II-A – Do Teletrabalho
30 Capítulo III – Do Salário Mínimo
30 Seção I – Do Conceito
30 Seção II – Das Regiões, Zonas e Subzonas
30 Seção III – Da Constituição das Comissões
30 Seção IV – Das Atribuições das Comissões de Salário Mínimo
30 Seção V – Da Fixação do Salário Mínimo
30 Seção VI – Disposições Gerais
31 Capítulo IV – Das Férias Anuais
31 Seção I – Do Direito a Férias e da Sua Duração
32 Seção II – Da Concessão e da Época das Férias
33 Seção III – Das Férias Coletivas
33 Seção IV – Da Remuneração e do Abono de Férias
34 Seção V – Dos Efeitos da Cessação do Contrato de Trabalho
34 Seção VI – Do Início da Prescrição
34 Seção VII – Disposições Especiais
35 Seção VIII – Das Penalidades
35 Capítulo V – Da Segurança e da Medicina do Trabalho
35 Seção I – Disposições Gerais
35 Seção II – Da Inspeção Prévia e do Embargo ou Interdição
36 Seção III – Dos Órgãos de Segurança e de Medicina do Trabalho nas Empresas
37 Seção IV – Do Equipamento de Proteção Individual
37 Seção V – Das Medidas Preventivas de Medicina do Trabalho
37 Seção VI – Das Edificações
38 Seção VII – Da Iluminação
38 Seção VIII – Do Conforto Térmico
38 Seção IX – Das Instalações Elétricas
38 Seção X – Da Movimentação, Armazenagem e Manuseio de Materiais
39 Seção XI – Das Máquinas e Equipamentos
39 Seção XII – Das Caldeiras, Fornos e Recipientes sob Pressão
40 Seção XIII – Das Atividades Insalubres ou Perigosas
41 Seção XIV – Da Prevenção da Fadiga
41 Seção XV – Das Outras Medidas Especiais de Proteção
42 Seção XVI – Das Penalidades
42 Título II-A – Do Dano Extrapatrimonial
43 Título III – Das Normas Especiais de Tutela do Trabalho
43 Capítulo I – Das Disposições Especiais sobre Duração e Condições de Trabalho
43 Seção I – Dos Bancários
43 Seção II – Dos Empregados nos Serviços de Telefonia, de Telegrafia
Submarina e Subfluvial, de Radiotelegrafia e Radiotelefonia
44 Seção III – Dos Músicos Profissionais
44 Seção IV – Dos Operadores Cinematográficos
45 Seção IV-A – Do Serviço do Motorista Profissional Empregado
47 Seção V – Do Serviço Ferroviário
49 Seção VI – Das Equipagens das Embarcações da Marinha Mercante Nacional,
de Navegação Fluvial e Lacustre, do Tráfego nos Portos e da Pesca
50 Seção VII – Dos Serviços Frigoríficos
51 Seção VIII – Dos Serviços de Estiva
51 Seção IX – Dos Serviços de Capatazias nos Portos
51 Seção X – Do Trabalho em Minas de Subsolo
51 Seção XI – Dos Jornalistas Profissionais
53 Seção XII – Dos Professores
54 Seção XIII – Dos Químicos
58 Seção XIV – Das Penalidades
58 Capítulo II – Da Nacionalização do Trabalho
58 Seção I – Da Proporcionalidade de Empregados Brasileiros
59 Seção II – Das Relações Anuais de Empregados
60 Seção III – Das Penalidades
60 Seção IV – Disposições Gerais
61 Seção V – Das Disposições Especiais sobre a Nacionalização da Marinha Mercante
61 Capítulo III – Da Proteção do Trabalho da Mulher
61 Seção I – Da Duração, Condições do Trabalho e da Discriminação contra a Mulher
62 Seção II – Do Trabalho Noturno
62 Seção III – Dos Períodos de Descanso
62 Seção IV – Dos Métodos e Locais de Trabalho
63 Seção V – Da Proteção à Maternidade
65 Seção VI – Das Penalidades
65 Capítulo IV – Da Proteção do Trabalho do Menor
65 Seção I – Disposições Gerais
66 Seção II – Da Duração do Trabalho
67 Seção III – Da Admissão em Emprego e da Carteira de Trabalho e Previdência Social
67 Seção IV – Dos Deveres dos Responsáveis Legais de Menores
e dos Empregadores. Da Aprendizagem
69 Seção V – Das Penalidades
69 Seção VI – Disposições Finais
70 Título IV – Do Contrato Individual do Trabalho
70 Capítulo I – Disposições Gerais
72 Capítulo II – Da Remuneração
75 Capítulo III – Da Alteração
76 Capítulo IV – Da Suspensão e da Interrupção
77 Capítulo V – Da Rescisão
80 Capítulo VI – Do Aviso Prévio
81 Capítulo VII – Da Estabilidade
82 Capítulo VIII – Da Força Maior
82 Capítulo IX – Disposições Especiais
83 Título IV-A – Da Representação dos Empregados
84 Título V – Da Organização Sindical
84 Capítulo I – Da Instituição Sindical
84 Seção I – Da Associação em Sindicato
84 Seção II – Do Reconhecimento e Investidura Sindical
86 Seção III – Da Administração do Sindicato
87 Seção IV – Das Eleições Sindicais
88 Seção V – Das Associações Sindicais de Grau Superior
89 Seção VI – Dos Direitos dos Exercentes de Atividades ou Profissões e dos Sindicalizados
91 Seção VII – Da Gestão Financeira do Sindicato e Sua Fiscalização
93 Seção VIII – Das Penalidades
94 Seção IX – Disposições Gerais
95 Capítulo II – Do Enquadramento Sindical
96 Capítulo III – Da Contribuição Sindical
96 Seção I – Da Fixação e do Recolhimento da Contribuição Sindical
99 Seção II – Da Aplicação da Contribuição Sindical
100 Seção III – Da Comissão da Contribuição Sindical
100 Seção IV – Das Penalidades
101 Seção V – Disposições Gerais
102 Título VI – Das Convenções Coletivas de Trabalho
106 Título VI-A – Das Comissões de Conciliação Prévia
107 Título VII – Do Processo de Multas Administrativas
107 Capítulo I – Da Fiscalização, da Autuação e da Imposição de Multas
109 Capítulo II – Dos Recursos
109 Capítulo III – Do Depósito, da Inscrição e da Cobrança
110 Título VII-A – Da Prova de Inexistência de Débitos Trabalhistas
110 Título VIII – Da Justiça do Trabalho
110 Capítulo I – Introdução
111 Capítulo II – Das Juntas de Conciliação e Julgamento
111 Seção I – Da Composição e Funcionamento
111 Seção II – Da Jurisdição e Competência das Juntas
112 Seção III – Dos Presidentes das Juntas
113 Seção IV – Dos Vogais das Juntas
115 Capítulo III – Dos Juízos de Direito
115 Capítulo IV – Dos Tribunais Regionais do Trabalho
115 Seção I – Da Composição e do Funcionamento
116 Seção II – Da Jurisdição e Competência
118 Seção III – Dos Presidentes dos Tribunais Regionais
118 Seção IV – Dos Juízes Representantes Classistas dos Tribunais Regionais
119 Capítulo V – Do Tribunal Superior do Trabalho
119 Seção I – Disposições Preliminares
119 Seção II – Da Composição e Funcionamento do Tribunal Superior do Trabalho
120 Seção III – Da Competência do Tribunal Pleno
121 Seção IV – Da Competência da Câmara de Justiça do Trabalho
121 Seção V – Da Competência da Câmara de Previdência Social
121 Seção VI – Das Atribuições do Presidente do Tribunal Superior do Trabalho
122 Seção VII – Das Atribuições do Vice-Presidente
122 Seção VIII – Das Atribuições do Corregedor
122 Capítulo VI – Dos Serviços Auxiliares da Justiça do Trabalho
122 Seção I – Da Secretaria das Juntas de Conciliação e Julgamento
123 Seção II – Dos Distribuidores
123 Seção III – Do Cartório dos Juízos de Direito
124 Seção IV – Das Secretarias dos Tribunais Regionais
124 Seção V – Dos Oficiais de Justiça
124 Capítulo VII – Das Penalidades
124 Seção I – Do Lock-out e da Greve
125 Seção II – Das Penalidades contra os Membros da Justiça do Trabalho
125 Seção III – De Outras Penalidades
125 Capítulo VIII – Disposições Gerais
126 Título IX – Do Ministério Público do Trabalho
126 Capítulo I – Disposições Gerais
126 Capítulo II – Da Procuradoria da Justiça do Trabalho
126 Seção I – Da Organização
127 Seção II – Da Competência da Procuradoria-Geral
127 Seção III – Da Competência das Procuradorias Regionais
127 Seção IV – Das Atribuições do Procurador-Geral
128 Seção V – Das Atribuições dos Procuradores
128 Seção VI – Das Atribuições dos Procuradores Regionais
128 Seção VII – Da Secretaria
129 Capítulo III – Da Procuradoria de Previdência Social
129 Seção I – Da Organização
129 Seção II – Da Competência da Procuradoria
129 Seção III – Das Atribuições do Procurador-Geral
130 Seção IV – Das Atribuições dos Procuradores
130 Seção V – Da Secretaria
130 Título X – Do Processo Judiciário do Trabalho
130 Capítulo I – Disposições Preliminares
130 Capítulo II – Do Processo em Geral
130 Seção I – Dos Atos, Termos e Prazos Processuais
131 Seção II – Da Distribuição
132 Seção III – Das Custas e Emolumentos
133 Seção IV – Das Partes e dos Procuradores
134 Seção IV-A – Da Responsabilidade por Dano Processual
135 Seção V – Das Nulidades
135 Seção VI – Das Exceções
136 Seção VII – Dos Conflitos de Jurisdição
137 Seção VIII – Das Audiências
137 Seção IX – Das Provas
138 Seção X – Da Decisão e Sua Eficácia
139 Capítulo III – Dos Dissídios Individuais
139 Seção I – Da Forma de Reclamação e da Notificação
140 Seção II – Da Audiência de Julgamento
141 Seção II-A – Do Procedimento Sumaríssimo
143 Seção III – Do Inquérito para Apuração de Falta Grave
143 Seção IV – Do Incidente de Desconsideração da Personalidade Jurídica
143 Capítulo III-A – Do Processo de Jurisdição Voluntária para Homologação de Acordo Extrajudicial
143 Capítulo IV – Dos Dissídios Coletivos
143 Seção I – Da Instauração da Instância
144 Seção II – Da Conciliação e do Julgamento
144 Seção III – Da Extensão das Decisões
145 Seção IV – Do Cumprimento das Decisões
145 Seção V – Da Revisão
145 Capítulo V – Da Execução
145 Seção I – Das Disposições Preliminares
146 Seção II – Do Mandado e da Penhora
147 Seção III – Dos Embargos à Execução e da Sua Impugnação
147 Seção IV – Do Julgamento e dos Trâmites Finais da Execução
148 Seção V – Da Execução por Prestações Sucessivas
148 Capítulo VI – Dos Recursos
154 Capítulo VII – Da Aplicação das Penalidades
154 Capítulo VIII – Disposições Finais
154 Título XI – Disposições Finais e Transitórias
Decreto-lei no 5.452/1943
Aprova a Consolidação das Leis do Trabalho.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, usando da Art. 2o  O presente Decreto-lei entrará em vigor


atribuição que lhe confere o art. 180 da Cons- em 10 de novembro de 1943.
tituição,
Rio de Janeiro, 1o de maio de 1943; 122o da In-
DECRETA: dependência e 55o da República.

Art. 1o  Fica aprovada a Consolidação das Leis GETÚLIO VARGAS


do Trabalho, que a este Decreto-lei acompanha,
com as alterações por ela introduzidas na legis- Decretado em 1o/5/1943, publicado no DOU de
lação vigente. 9/8/1943 e retificado pelo Decreto-lei n o 6.353,
Parágrafo único.  Continuam em vigor as decretado em 20/3/1944 e publicado no DOU de
disposições legais transitórias ou de emergência, 22/3/1944, e pelo Decreto-lei no 9.797, decretado em
bem como as que não tenham aplicação em todo 9/9/1946 e publicado no DOU de 11/9/1946.
o território nacional.

Consolidação das Leis do Trabalho

TÍTULO I – Introdução integrem grupo econômico, serão responsáveis


solidariamente pelas obrigações decorrentes da
Art. 1o  Esta Consolidação estatui as normas relação de emprego.
que regulam as relações individuais e coletivas § 3o  Não caracteriza grupo econômico a
de trabalho, nela previstas. mera identidade de sócios, sendo necessárias,
para a configuração do grupo, a demonstração
Art. 2o  Considera-se empregador a empresa, do interesse integrado, a efetiva comunhão de
individual ou coletiva, que, assumindo os ris- interesses e a atuação conjunta das empresas
cos da atividade econômica, admite, assalaria e dele integrantes.
dirige a prestação pessoal de serviços.
Consolidação das Leis do Trabalho

§ 1o  Equiparam-se ao empregador, para os Art. 3o  Considera-se empregado toda pessoa


efeitos exclusivos da relação de emprego, os física que prestar serviços de natureza não even-
profissionais liberais, as instituições de bene- tual a empregador, sob a dependência deste e
ficência, as associações recreativas ou outras mediante salário.
instituições sem fins lucrativos, que admitirem Parágrafo único.  Não haverá distinções re-
trabalhadores como empregados. lativas à espécie de emprego e à condição de
§ 2o  Sempre que uma ou mais empresas, trabalhador, nem entre o trabalho intelectual,
tendo, embora, cada uma delas, personalidade técnico e manual.
jurídica própria, estiverem sob a direção, contro-
le ou administração de outra, ou ainda quando, Art. 4o  Considera-se como de serviço efetivo o
mesmo guardando cada uma sua autonomia, período em que o empregado esteja à disposição 19
do empregador, aguardando ou executando serviços de natureza não econômica à pessoa ou
ordens, salvo disposição especial expressamente à família, no âmbito residencial destas;
consignada. b)  aos trabalhadores rurais, assim considera-
§ 1o  Computar-se-ão, na contagem de tempo dos aqueles que, exercendo funções diretamente
de serviço, para efeito de indenização e estabili- ligadas à agricultura e à pecuária, não sejam
dade, os períodos em que o empregado estiver empregados em atividades que, pelos métodos
afastado do trabalho prestando serviço militar de execução dos respectivos trabalhos ou pela
e por motivo de acidente do trabalho. finalidade de suas operações, se classifiquem
§ 2o  Por não se considerar tempo à disposi- como industriais ou comerciais;
ção do empregador, não será computado como c)  aos funcionários públicos da União, dos
período extraordinário o que exceder a jornada Estados e dos Municípios e aos respectivos
normal, ainda que ultrapasse o limite de cinco extranumerários em serviço nas próprias re-
minutos previsto no § 1o do art. 58 desta Con- partições;
solidação, quando o empregado, por escolha d)  aos servidores de autarquias paraestatais,
própria, buscar proteção pessoal, em caso de desde que sujeitos a regime próprio de proteção
insegurança nas vias públicas ou más condições ao trabalho que lhes assegure situação análoga
climáticas, bem como adentrar ou permanecer à dos funcionários públicos;
nas dependências da empresa para exercer ati- e) (Suprimida);
vidades particulares, entre outras: f)  às atividades de direção e assessoramento
I – práticas religiosas; nos órgãos, institutos e fundações dos partidos,
II – descanso; assim definidas em normas internas de organi-
III – lazer; zação partidária.
IV – estudo; Parágrafo único. (Revogado)
V – alimentação;
VI – atividades de relacionamento social; Art. 8o  As autoridades administrativas e a Jus-
VII – higiene pessoal; tiça do Trabalho, na falta de disposições legais
VIII – troca de roupa ou uniforme, quando ou contratuais, decidirão, conforme o caso, pela
não houver obrigatoriedade de realizar a troca jurisprudência, por analogia, por equidade e
na empresa. outros princípios e normas gerais de direito,
principalmente do direito do trabalho, e, ainda,
Art. 5o  A todo trabalho de igual valor corres- de acordo com os usos e costumes, o direito
ponderá salário igual, sem distinção de sexo. comparado, mas sempre de maneira que ne-
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas

nhum interesse de classe ou particular prevaleça


Art. 6o  Não se distingue entre o trabalho reali- sobre o interesse público.
zado no estabelecimento do empregador, o exe- § 1o  O direito comum será fonte subsidiária
cutado no domicílio do empregado e o realizado do direito do trabalho.
a distância, desde que estejam caracterizados os § 2o  Súmulas e outros enunciados de juris-
pressupostos da relação de emprego. prudência editados pelo Tribunal Superior do
Parágrafo único.  Os meios telemáticos e in- Trabalho e pelos Tribunais Regionais do Traba-
formatizados de comando, controle e supervisão lho não poderão restringir direitos legalmente
se equiparam, para fins de subordinação jurí- previstos nem criar obrigações que não estejam
dica, aos meios pessoais e diretos de comando, previstas em lei.
controle e supervisão do trabalho alheio. § 3o  No exame de convenção coletiva ou
acordo coletivo de trabalho, a Justiça do Tra-
Art. 7o  Os preceitos constantes da presente balho analisará exclusivamente a conformidade
Consolidação, salvo quando for, em cada caso, dos elementos essenciais do negócio jurídi-
expressamente determinado em contrário, não co, respeitado o disposto no art. 104 da Lei
se aplicam: no 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código
a)  aos empregados domésticos, assim con- Civil), e balizará sua atuação pelo princípio da
20 siderados, de um modo geral, os que prestam
intervenção mínima na autonomia da vontade mérito, produzindo efeitos apenas em relação
coletiva. aos pedidos idênticos.

Art. 9o  Serão nulos de pleno direito os atos Art. 11-A.  Ocorre a prescrição intercorrente
praticados com o objetivo de desvirtuar, impedir no processo do trabalho no prazo de dois anos.
ou fraudar a aplicação dos preceitos contidos § 1o  A fluência do prazo prescricional in-
na presente Consolidação. tercorrente inicia-se quando o exequente deixa
de cumprir determinação judicial no curso da
Art. 10.  Qualquer alteração na estrutura jurídi- execução.
ca da empresa não afetará os direitos adquiridos § 2o  A declaração da prescrição intercorrente
por seus empregados. pode ser requerida ou declarada de ofício em
qualquer grau de jurisdição.
Art. 10-A.  O sócio retirante responde subsi-
diariamente pelas obrigações trabalhistas da Art. 12.  Os preceitos concernentes ao regime
sociedade relativas ao período em que figurou de seguro social são objeto de lei especial.
como sócio, somente em ações ajuizadas até
dois anos depois de averbada a modificação
do contrato, observada a seguinte ordem de TÍTULO II – Das Normas Gerais de Tutela
preferência: do Trabalho
I – a empresa devedora; CAPÍTULO I –Da Identificação Profissional
II – os sócios atuais; e SEÇÃO I – Da Carteira de Trabalho e
III – os sócios retirantes. Previdência Social
Parágrafo único.  O sócio retirante respon-
derá solidariamente com os demais quando Art. 13.  A Carteira de Trabalho e Previdência
ficar comprovada fraude na alteração societária Social é obrigatória para o exercício de qualquer
decorrente da modificação do contrato. emprego, inclusive de natureza rural, ainda que
em caráter temporário, e para o exercício por
Art. 11.  A pretensão quanto a créditos resul- conta própria de atividade profissional remu-
tantes das relações de trabalho prescreve em nerada.
cinco anos para os trabalhadores urbanos e § 1o  O disposto neste artigo aplica-se, igual-
rurais, até o limite de dois anos após a extinção mente, a quem:
do contrato de trabalho. I – proprietário rural ou não, trabalhe indivi-
I – (Revogado); dualmente ou em regime de economia familiar,
II – (Revogado). assim entendido o trabalho dos membros da
§ 1o  O disposto neste artigo não se aplica às mesma família, indispensável à própria sub-
ações que tenham por objeto anotações para fins sistência, e exercido em condições de mútua
de prova junto à Previdência Social. dependência e colaboração;
§ 2o  Tratando-se de pretensão que envolva II – em regime de economia familiar e sem
pedido de prestações sucessivas decorrente de empregado, explore área não excedente do mó-
Consolidação das Leis do Trabalho

alteração ou descumprimento do pactuado, a dulo rural ou de outro limite que venha a ser
prescrição é total, exceto quando o direito à fixado, para cada região, pelo Ministério do
parcela esteja também assegurado por preceito Trabalho e Previdência Social.
de lei. § 2o  A Carteira de Trabalho e Previdência
§ 3o  A interrupção da prescrição somente Social (CTPS) obedecerá aos modelos que o
ocorrerá pelo ajuizamento de reclamação tra- Ministério da Economia adotar.
balhista, mesmo que em juízo incompetente, § 3o (Revogado)
ainda que venha a ser extinta sem resolução do § 4o (Revogado)

21
SEÇÃO II – Da Emissão da Carteira houver, facultada a adoção de sistema manual,
mecânico ou eletrônico, conforme instruções a
Art. 14.  A CTPS será emitida pelo Ministé- serem expedidas pelo Ministério da Economia.
rio da Economia preferencialmente em meio § 1o  As anotações concernentes à remu-
eletrônico. neração devem especificar o salário, qualquer
Parágrafo único.  Excepcionalmente, a CTPS que seja sua forma de pagamento, seja ele em
poderá ser emitida em meio físico, desde que: dinheiro ou em utilidades, bem como a esti-
I – nas unidades descentralizadas do Mi- mativa da gorjeta.
nistério da Economia que forem habilitadas § 2o  As anotações na Carteira de Trabalho
para a emissão; e Previdência Social serão feitas:
II – mediante convênio, por órgãos federais, a)  na data-base;
estaduais e municipais da administração direta b)  a qualquer tempo, por solicitação do
ou indireta; trabalhador;
III – mediante convênio com serviços nota- c)  no caso de rescisão contratual; ou
riais e de registro, sem custos para a adminis- d)  necessidade de comprovação perante a
tração, garantidas as condições de segurança Previdência Social.
das informações. § 3o  A falta de cumprimento pelo empre-
gador do disposto neste artigo acarretará a
Art. 15.  Os procedimentos para emissão da lavratura do auto de infração, pelo Fiscal do
CTPS ao interessado serão estabelecidos pelo Trabalho, que deverá, de ofício, comunicar a
Ministério da Economia em regulamento pró- falta de anotação ao órgão competente, para o
prio, privilegiada a emissão em formato ele- fim de instaurar o processo de anotação.
trônico. § 4o  É vedado ao empregador efetuar anota-
ções desabonadoras à conduta do empregado em
Art. 16.  A CTPS terá como identificação única sua Carteira de Trabalho e Previdência Social.
do empregado o número de inscrição no Ca- § 5o  O descumprimento do disposto no
dastro de Pessoas Físicas (CPF). § 4o deste artigo submeterá o empregador ao
I – (Revogado); pagamento de multa prevista no art. 52 deste
II – (Revogado); Capítulo.
III – (Revogado); § 6o  A comunicação pelo trabalhador do
IV – (Revogado). número de inscrição no CPF ao empregador
Parágrafo único. (Revogado): equivale à apresentação da CTPS em meio di-
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas

a) (Revogada); gital, dispensado o empregador da emissão de


b) (Revogada). recibo.
§ 7o  Os registros eletrônicos gerados pelo
Arts.  17 a 24. (Revogados) empregador nos sistemas informatizados da
CTPS em meio digital equivalem às anotações
a que se refere esta Lei.
SEÇÃO III – Da Entrega das Carteiras de § 8o  O trabalhador deverá ter acesso às
Trabalho e Previdência Social informações da sua CTPS no prazo de até 48
(quarenta e oito) horas a partir de sua anotação.
Arts.  25 a 28. (Revogados)
Art. 29-A.  O empregador que infringir o
disposto no caput e no § 1o do art. 29 desta
SEÇÃO IV – Das Anotações Consolidação ficará sujeito a multa no valor
de R$ 3.000,00 (três mil reais) por empregado
Art. 29.  O empregador terá o prazo de 5 (cinco) prejudicado, acrescido de igual valor em cada
dias úteis para anotar na CTPS, em relação aos reincidência.
trabalhadores que admitir, a data de admis- § 1o  No caso de microempresa ou de em-
22 são, a remuneração e as condições especiais, se presa de pequeno porte, o valor final da multa
aplicada será de R$ 800,00 (oitocentos reais) Parágrafo único.  Findo o prazo para a defesa,
por empregado prejudicado. subirá o processo à autoridade administrativa
§ 2o  A infração de que trata o caput deste ar- de primeira instância, para se ordenarem dili-
tigo constitui exceção ao critério da dupla visita. gências, que completem a instrução do feito,
ou para julgamento, se o caso estiver suficien-
Art. 29-B.  Na hipótese de não serem realizadas temente esclarecido.
as anotações a que se refere o § 2o do art. 29
desta Consolidação, o empregador ficará sujeito Art. 39.  Verificando-se que as alegações feitas
a multa no valor de R$ 600,00 (seiscentos reais) pelo reclamado versam sobre a não existência
por empregado prejudicado. de relação de emprego ou sendo impossível
verificar essa condição pelos meios adminis-
Arts.  30 a 35. (Revogados) trativos, será o processo encaminhado à Justiça
do Trabalho, ficando, nesse caso, sobrestado
o julgamento do auto de infração que houver
SEÇÃO V – Das Reclamações por Falta ou sido lavrado.
Recusa de Anotação § 1o  Se não houver acordo, a Junta de Conci-
liação e Julgamento, em sua sentença, ordenará
Art. 36.  Recusando-se a empresa a fazer as que a Secretaria efetue as devidas anotações uma
anotações a que se refere o art. 29 ou a devol- vez transitada em julgado, e faça a comunicação
ver a Carteira de Trabalho e Previdência Social à autoridade competente para o fim de aplicar
recebida, poderá o empregado comparecer, pes- a multa cabível.
soalmente ou por intermédio de seu sindicato, § 2o  Igual procedimento observar-se-á no
perante a Delegacia Regional ou órgão autori- caso de processo trabalhista de qualquer natu-
zado, para apresentar reclamação. reza, quando for verificada a falta de anotações
na Carteira de Trabalho e Previdência Social,
Art. 37.  No caso do art. 36, lavrado o termo devendo o Juiz, nesta hipótese, mandar pro-
de reclamação, determinar-se-á a realização de ceder, desde logo, àquelas sobre as quais não
diligência para instrução do feito, observado, houver controvérsia.
se for o caso, o disposto no § 2o do art. 29, no-
tificando-se posteriormente o reclamado por
carta registrada, caso persista a recusa, para SEÇÃO VI – Do Valor das Anotações
que, em dia e hora previamente designados,
venha prestar esclarecimentos ou efetuar as Art. 40.  A CTPS regularmente emitida e ano-
devidas anotações na Carteira de Trabalho e tada servirá de prova:
Previdência Social ou sua entrega. I – nos casos de dissídio na Justiça do Traba-
Parágrafo único.  Não comparecendo o re- lho entre a empresa e o empregado por motivo
clamado, lavrar-se-á termo de ausência, sendo de salário, férias ou tempo de serviço;
considerado revel e confesso sobre os termos II – (Revogado);
da reclamação feita, devendo as anotações ser III – para cálculo de indenização por acidente
Consolidação das Leis do Trabalho

efetuadas por despacho da autoridade que tenha do trabalho ou moléstia profissional.


processado a reclamação.

Art. 38.  Comparecendo o empregador e re- SEÇÃO VII – Dos Livros de Registro de


cusando-se a fazer as anotações reclamadas, Empregados
será lavrado um termo de comparecimento,
que deverá conter, entre outras indicações, o Art. 41.  Em todas as atividades será obrigatório
lugar, o dia e hora de sua lavratura, o nome e a para o empregador o registro dos respectivos
residência do empregador, assegurando-se-lhe trabalhadores, podendo ser adotados livros, fi-
o prazo de 48 (quarenta e oito) horas, a contar chas ou sistema eletrônico, conforme instruções
do termo, para apresentar defesa. a serem expedidas pelo Ministério do Trabalho. 23
Parágrafo único.  Além da qualificação civil III – servir-se de documentos, por qualquer
ou profissional de cada trabalhador, deverão ser forma falsificados;
anotados todos os dados relativos à sua admissão IV – falsificar, fabricando ou alterando, ou
no emprego, duração e efetividade do trabalho, vender, usar ou possuir Carteiras de Trabalho
a férias, acidentes e demais circunstâncias que e Previdência Social assim alteradas;
interessem à proteção do trabalhador. V – anotar dolosamente em Carteira de
Trabalho e Previdência Social ou registro de
Arts.  42 a 46. (Revogados) empregado, ou confessar ou declarar em juízo
ou fora dele, data de admissão em emprego
Art. 47.  O empregador que mantiver empre- diversa da verdadeira.
gado não registrado nos termos do art. 41 desta
Consolidação ficará sujeito a multa no valor de Art. 50.  Comprovando-se falsidade, quer nas
R$ 3.000,00 (três mil reais) por empregado não declarações para emissão de Carteira de Traba-
registrado, acrescido de igual valor em cada lho e Previdência Social, quer nas respectivas
reincidência. anotações, o fato será levado ao conhecimento
§ 1o  Especificamente quanto à infração a da autoridade que houver emitido a carteira,
que se refere o caput deste artigo, o valor final para fins de direito.
da multa aplicada será de R$ 800,00 (oitocentos
reais) por empregado não registrado, quando Art. 51.  Incorrerá em multa de valor igual a
se tratar de microempresa ou empresa de pe- 3 (três) vezes o salário mínimo regional aquele
queno porte. que, comerciante ou não, vender ou expuser à
§ 2o  A infração de que trata o caput deste ar- venda qualquer tipo de carteira igual ou seme-
tigo constitui exceção ao critério da dupla visita. lhante ao tipo oficialmente adotado.

Art. 47-A.  Na hipótese de não serem informa- Art. 52.  O extravio ou inutilização da Carteira


dos os dados a que se refere o parágrafo único de Trabalho e Previdência Social por culpa da
do art. 41 desta Consolidação, o empregador empresa sujeitará esta a multa de valor igual à
ficará sujeito à multa de R$ 600,00 (seiscentos metade do salário mínimo regional.
reais) por empregado prejudicado.
Art. 53. (Revogado)
Art. 48.  As multas previstas nesta Seção serão
aplicadas pela autoridade de primeira instância Art. 54. (Revogado)
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas

no Distrito Federal, e pelas autoridades regionais


do Ministério do Trabalho, Indústria e Comér- Art. 55.  Incorrerá na multa de valor igual a 1
cio, nos Estados e no Território do Acre. (um) salário mínimo regional a empresa que
infringir o art. 13 e seus parágrafos.

SEÇÃO VIII – Das Penalidades Art. 56. (Revogado)

Art. 49.  Para os efeitos da emissão, substi-


tuição ou anotação de Carteiras de Trabalho CAPÍTULO II – Da Duração do Trabalho
e Previdência Social, considerar-se-á crime SEÇÃO I – Disposição Preliminar
de falsidade, com as penalidades previstas no
art. 299 do Código Penal: Art. 57.  Os preceitos deste Capítulo aplicam-se
I – fazer, no todo ou em parte, qualquer do- a todas as atividades, salvo as expressamente
cumento falso ou alterar o verdadeiro; excluídas, constituindo exceções as disposições
II – afirmar falsamente a sua própria iden- especiais, concernentes estritamente a peculia-
tidade, filiação, lugar de nascimento, residên- ridades profissionais constantes do Capítulo I
cia, profissão ou estado civil e beneficiários, ou do Título III.
24 atestar os de outra pessoa;
SEÇÃO II – Da Jornada de Trabalho da sua execução, devendo ser feita a sua quitação
na folha de pagamento do mês subsequente,
Art. 58.  A duração normal do trabalho, para caso não sejam compensadas.
os empregados em qualquer atividade privada, § 6o  É facultado ao empregado contratado
não excederá de oito horas diárias, desde que sob regime de tempo parcial converter um ter-
não seja fixado expressamente outro limite. ço do período de férias a que tiver direito em
§ 1o  Não serão descontadas nem computadas abono pecuniário.
como jornada extraordinária as variações de § 7o  As férias do regime de tempo parcial
horário no registro de ponto não excedentes são regidas pelo disposto no art. 130 desta Con-
de cinco minutos, observado o limite máximo solidação.
de dez minutos diários.
§ 2o  O tempo despendido pelo empregado Art. 59.  A duração diária do trabalho poderá
desde a sua residência até a efetiva ocupação ser acrescida de horas extras, em número não
do posto de trabalho e para o seu retorno, ca- excedente de duas, por acordo individual, con-
minhando ou por qualquer meio de transporte, venção coletiva ou acordo coletivo de trabalho.
inclusive o fornecido pelo empregador, não será § 1o  A remuneração da hora extra será, pelo
computado na jornada de trabalho, por não ser menos, 50% (cinquenta por cento) superior à
tempo à disposição do empregador. da hora normal.
§ 3o (Revogado) § 2o  Poderá ser dispensado o acréscimo de
salário se, por força de acordo ou convenção
Art. 58-A.  Considera-se trabalho em regime de coletiva de trabalho, o excesso de horas em
tempo parcial aquele cuja duração não exceda um dia for compensado pela correspondente
a trinta horas semanais, sem a possibilidade de diminuição em outro dia, de maneira que não
horas suplementares semanais, ou, ainda, aquele exceda, no período máximo de um ano, à soma
cuja duração não exceda a vinte e seis horas das jornadas semanais de trabalho previstas,
semanais, com a possibilidade de acréscimo de nem seja ultrapassado o limite máximo de dez
até seis horas suplementares semanais. horas diárias.
§ 1o  O salário a ser pago aos empregados sob § 3o  Na hipótese de rescisão do contrato de
o regime de tempo parcial será proporcional à trabalho sem que tenha havido a compensação
sua jornada, em relação aos empregados que integral da jornada extraordinária, na forma dos
cumprem, nas mesmas funções, tempo integral. §§ 2o e 5o deste artigo, o trabalhador terá direito
§ 2o  Para os atuais empregados, a adoção ao pagamento das horas extras não compensa-
do regime de tempo parcial será feita median- das, calculadas sobre o valor da remuneração
te opção manifestada perante a empresa, na na data da rescisão.
forma prevista em instrumento decorrente de § 4o (Revogado)
negociação coletiva. § 5o  O banco de horas de que trata o § 2o
§ 3o  As horas suplementares à duração do deste artigo poderá ser pactuado por acordo
trabalho semanal normal serão pagas com o individual escrito, desde que a compensação
acréscimo de 50% (cinquenta por cento) sobre ocorra no período máximo de seis meses.
Consolidação das Leis do Trabalho

o salário-hora normal. § 6o  É lícito o regime de compensação de jor-


§ 4o  Na hipótese de o contrato de trabalho nada estabelecido por acordo individual, tácito
em regime de tempo parcial ser estabelecido ou escrito, para a compensação no mesmo mês.
em número inferior a vinte e seis horas sema-
nais, as horas suplementares a este quantitativo Art. 59-A.  Em exceção ao disposto no art. 59
serão consideradas horas extras para fins do desta Consolidação, é facultado às partes, me-
pagamento estipulado no § 3o, estando também diante acordo individual escrito, convenção co-
limitadas a seis horas suplementares semanais. letiva ou acordo coletivo de trabalho, estabelecer
§ 5o  As horas suplementares da jornada de horário de trabalho de doze horas seguidas por
trabalho normal poderão ser compensadas dire- trinta e seis horas ininterruptas de descanso,
tamente até a semana imediatamente posterior à 25
observados ou indenizados os intervalos para § 1o  O excesso, nos casos deste artigo, pode
repouso e alimentação. ser exigido independentemente de convenção
Parágrafo único.  A remuneração mensal coletiva ou acordo coletivo de trabalho.
pactuada pelo horário previsto no caput deste § 2o  Nos casos de excesso de horário por
artigo abrange os pagamentos devidos pelo des- motivo de força maior, a remuneração da hora
canso semanal remunerado e pelo descanso em excedente não será inferior à da hora normal.
feriados, e serão considerados compensados os Nos demais casos de excesso previstos neste
feriados e as prorrogações de trabalho noturno, artigo, a remuneração será, pelo menos, 25%
quando houver, de que tratam o art. 70 e o § 5o (vinte e cinco por cento) superior à da hora
do art. 73 desta Consolidação. normal, e o trabalho não poderá exceder de doze
horas, desde que a lei não fixe expressamente
Art. 59-B.  O não atendimento das exigências outro limite.
legais para compensação de jornada, inclusive § 3o  Sempre que ocorrer interrupção do
quando estabelecida mediante acordo tácito, trabalho, resultante de causas acidentais, ou
não implica a repetição do pagamento das ho- de força maior, que determinem a impossibili-
ras excedentes à jornada normal diária se não dade de sua realização, a duração do trabalho
ultrapassada a duração máxima semanal, sendo poderá ser prorrogada pelo tempo necessário
devido apenas o respectivo adicional. até o máximo de duas horas, durante o número
Parágrafo único.  A prestação de horas ex- de dias indispensáveis à recuperação do tempo
tras habituais não descaracteriza o acordo de perdido, desde que não exceda de dez horas
compensação de jornada e o banco de horas. diárias, em período não superior a quarenta e
cinco dias por ano, sujeita essa recuperação à
Art. 60.  Nas atividades insalubres, assim consi- prévia autorização da autoridade competente.
deradas as constantes dos quadros mencionados
no capítulo “Da Segurança e da Medicina do Art. 62.  Não são abrangidos pelo regime pre-
Trabalho”, ou que neles venham a ser incluídas visto neste capítulo:
por ato do Ministro do Trabalho, Indústria e I – os empregados que exercem atividade
Comércio, quaisquer prorrogações só poderão externa incompatível com a fixação de horário
ser acordadas mediante licença prévia das auto- de trabalho, devendo tal condição ser anotada
ridades competentes em matéria de higiene do na Carteira de Trabalho e Previdência Social e
trabalho, as quais, para esse efeito, procederão no registro de empregados;
aos necessários exames locais e à verificação II – os gerentes, assim considerados os exer-
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas

dos métodos e processos de trabalho, quer di- centes de cargos de gestão, aos quais se equi-
retamente, quer por intermédio de autoridades param, para efeito do disposto neste artigo, os
sanitárias federais, estaduais e municipais, com diretores e chefes de departamento ou filial;
quem entrarão em entendimento para tal fim. III – os empregados em regime de teletraba-
Parágrafo único.  Excetuam-se da exigência lho que prestam serviço por produção ou tarefa.
de licença prévia as jornadas de doze horas de Parágrafo único.  O regime previsto neste
trabalho por trinta e seis horas ininterruptas capítulo será aplicável aos empregados men-
de descanso. cionados no inciso II deste artigo, quando o
salário do cargo de confiança, compreendendo
Art. 61.  Ocorrendo necessidade imperiosa, a gratificação de função, se houver, for inferior
poderá a duração do trabalho exceder do limite ao valor do respectivo salário efetivo acrescido
legal ou convencionado, seja para fazer face de 40% (quarenta por cento).
a motivo de força maior, seja para atender à
realização ou conclusão de serviços inadiáveis Art. 63.  Não haverá distinção entre emprega-
ou cuja inexecução possa acarretar prejuízo dos e interessados, e a participação em lucros e
manifesto. comissões, salvo em lucros de caráter social, não
exclui o participante do regime deste Capítulo.
26
Art. 64.  O salário-hora normal, no caso de Art. 69.  Na regulamentação do funcionamento
empregado mensalista, será obtido dividindo-se de atividades sujeitas ao regime deste Capítu-
o salário mensal correspondente à duração do lo, os municípios atenderão aos preceitos nele
trabalho, a que se refere o art. 58, por 30 (trinta) estabelecidos, e as regras que venham a fixar
vezes o número de horas dessa duração. não poderão contrariar tais preceitos nem as
Parágrafo único.  Sendo o número de dias instruções que, para seu cumprimento, forem
inferior a 30 (trinta), adotar-se-á para o cálculo, expedidas pelas autoridades competentes em
em lugar desse número, o de dias de trabalho matéria de trabalho.
por mês.
Art. 70.  Salvo o disposto nos artigos 68 e 69,
Art. 65.  No caso do empregado diarista, o é vedado o trabalho em dias feriados nacionais
salário-hora normal será obtido dividindo-se e feriados religiosos, nos termos da legislação
o salário diário correspondente à duração do própria.
trabalho, estabelecido no art. 58, pelo número
de horas de efetivo trabalho. Art. 71.  Em qualquer trabalho contínuo, cuja
duração exceda de seis horas, é obrigatória a
concessão de um intervalo para repouso ou
SEÇÃO III – Dos Períodos de Descanso alimentação, o qual será, no mínimo, de uma
hora e, salvo acordo escrito ou contrato coletivo
Art. 66.  Entre duas jornadas de trabalho haverá em contrário, não poderá exceder de duas horas.
um período mínimo de onze horas consecutivas § 1o  Não excedendo de seis horas o trabalho,
para descanso. será, entretanto, obrigatório um intervalo de
quinze minutos quando a duração ultrapassar
Art. 67.  Será assegurado a todo empregado quatro horas.
um descanso semanal de vinte e quatro horas § 2o  Os intervalos de descanso não serão
consecutivas, o qual, salvo motivo de conve- computados na duração do trabalho.
niência pública ou necessidade imperiosa do § 3o  O limite mínimo de uma hora para re-
serviço, deverá coincidir com o domingo, no pouso ou refeição poderá ser reduzido por ato
todo ou em parte. do Ministro do Trabalho, Indústria e Comércio,
Parágrafo único.  Nos serviços que exijam quando, ouvido o Serviço de Alimentação de
trabalho aos domingos, com exceção quanto Previdência Social, se verificar que o estabe-
aos elencos teatrais, será estabelecida escala de lecimento atende integralmente às exigências
revezamento, mensalmente organizada e cons- concernentes à organização dos refeitórios, e
tando de quadro sujeito à fiscalização. quando os respectivos empregados não estive-
rem sob regime de trabalho prorrogado a horas
Art. 68.  O trabalho em domingo, seja total suplementares.
ou parcial, na forma do art. 67, será sempre § 4o  A não concessão ou a concessão parcial
subordinado à permissão prévia da autoridade do intervalo intrajornada mínimo, para repouso
competente em matéria de trabalho. e alimentação, a empregados urbanos e rurais,
Consolidação das Leis do Trabalho

Parágrafo único.  A permissão será conce- implica o pagamento, de natureza indenizatória,


dida a título permanente nas atividades que, apenas do período suprimido, com acréscimo
por sua natureza ou pela conveniência pública, de 50% (cinquenta por cento) sobre o valor da
devem ser exercidas aos domingos, cabendo ao remuneração da hora normal de trabalho.
Ministro do Trabalho, Indústria e Comércio § 5o  O intervalo expresso no caput poderá
expedir instruções em que sejam especificadas ser reduzido e/ou fracionado, e aquele estabe-
tais atividades. Nos demais casos, ela será dada lecido no § 1o poderá ser fracionado, quando
sob forma transitória, com discriminação do compreendidos entre o término da primeira
período autorizado, o qual, de cada vez, não hora trabalhada e o início da última hora tra-
excederá de sessenta dias. balhada, desde que previsto em convenção ou
acordo coletivo de trabalho, ante a natureza do 27
serviço e em virtude das condições especiais de SEÇÃO V – Do Quadro de Horário
trabalho a que são submetidos estritamente os
motoristas, cobradores, fiscalização de campo Art. 74.  O horário de trabalho será anotado
e afins nos serviços de operação de veículos em registro de empregados.
rodoviários, empregados no setor de transporte § 1o (Revogado)
coletivo de passageiros, mantida a remuneração § 2o  Para os estabelecimentos com mais de
e concedidos intervalos para descanso menores 20 (vinte) trabalhadores será obrigatória a ano-
ao final de cada viagem. tação da hora de entrada e de saída, em regis-
tro manual, mecânico ou eletrônico, conforme
Art. 72.  Nos serviços permanentes de meca- instruções expedidas pela Secretaria Especial
nografia (datilografia, escrituração ou cálculo), de Previdência e Trabalho do Ministério da
a cada período de noventa minutos de trabalho Economia, permitida a pré-assinalação do pe-
consecutivo corresponderá um repouso de dez ríodo de repouso.
minutos não deduzidos da duração normal de § 3o  Se o trabalho for executado fora do esta-
trabalho. belecimento, o horário dos empregados constará
do registro manual, mecânico ou eletrônico em
seu poder, sem prejuízo do que dispõe o caput
SEÇÃO IV – Do Trabalho Noturno deste artigo.
§ 4o  Fica permitida a utilização de registro de
Art. 73.  Salvo nos casos de revezamento se- ponto por exceção à jornada regular de trabalho,
manal ou quinzenal, o trabalho noturno terá mediante acordo individual escrito, convenção
remuneração superior à do diurno e, para esse coletiva ou acordo coletivo de trabalho.
efeito, sua remuneração terá um acréscimo de
20% (vinte por cento), pelo menos, sobre a hora
diurna. SEÇÃO VI – Das Penalidades
§ 1o  A hora do trabalho noturno será com-
putada como de 52 (cinquenta e dois) minutos Art. 75.  Os infratores dos dispositivos do pre-
e 30 (trinta) segundos. sente Capítulo incorrerão na multa de cinquenta
§ 2o  Considera-se noturno, para os efeitos a cinco mil cruzeiros, segundo a natureza da
deste artigo, o trabalho executado entre as 22 infração, sua extensão e a intenção de quem a
(vinte e duas) horas de um dia e as 5 (cinco) praticou, aplicada em dobro no caso de rein-
horas do dia seguinte. cidência, e oposição à fiscalização ou desacato
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas

§ 3o  O acréscimo, a que se refere o presente à autoridade.


artigo, em se tratando de empresas que não man- Parágrafo único.  São competentes para im-
têm, pela natureza de suas atividades, trabalho por penalidades, no Distrito Federal, a autori-
noturno habitual, será feito, tendo em vista os dade de 1a instância do Departamento Nacional
quantitativos pagos por trabalhos diurnos de do Trabalho e, nos Estados e no Território do
natureza semelhante. Em relação às empresas Acre, as autoridades regionais do Ministério do
cujo trabalho noturno decorra da natureza de Trabalho, Indústria e Comércio.
suas atividades, o aumento será calculado sobre
o salário mínimo geral vigente na região, não
sendo devido quando exceder desse limite, já CAPÍTULO II-A – Do Teletrabalho
acrescido da percentagem.
§ 4o  Nos horários mistos, assim entendidos Art. 75-A.  A prestação de serviços pelo em-
os que abrangem períodos diurnos e noturnos, pregado em regime de teletrabalho observará
aplica-se às horas de trabalho noturno o dispos- o disposto neste Capítulo.
to neste artigo e seus parágrafos.
§ 5o  Às prorrogações do trabalho noturno Art. 75-B.  Considera-se teletrabalho ou tra-
aplica-se o disposto neste Capítulo. balho remoto a prestação de serviços fora das
28 dependências do empregador, de maneira pre-
ponderante ou não, com a utilização de tecnolo- Art. 75-C.  A prestação de serviços na moda-
gias de informação e de comunicação, que, por lidade de teletrabalho deverá constar expressa-
sua natureza, não configure trabalho externo. mente do instrumento de contrato individual
§ 1o  O comparecimento, ainda que de modo de trabalho.
habitual, às dependências do empregador para § 1o  Poderá ser realizada a alteração entre
a realização de atividades específicas que exijam regime presencial e de teletrabalho desde que
a presença do empregado no estabelecimento haja mútuo acordo entre as partes, registrado
não descaracteriza o regime de teletrabalho ou em aditivo contratual.
trabalho remoto. § 2o  Poderá ser realizada a alteração do
§ 2o  O empregado submetido ao regime de regime de teletrabalho para o presencial por
teletrabalho ou trabalho remoto poderá prestar determinação do empregador, garantido pra-
serviços por jornada ou por produção ou tarefa. zo de transição mínimo de quinze dias, com
§ 3o  Na hipótese da prestação de serviços em correspondente registro em aditivo contratual.
regime de teletrabalho ou trabalho remoto por § 3o  O empregador não será responsável
produção ou tarefa, não se aplicará o disposto pelas despesas resultantes do retorno ao tra-
no Capítulo II do Título II desta Consolidação. balho presencial, na hipótese de o empregado
§ 4o  O regime de teletrabalho ou trabalho optar pela realização do teletrabalho ou trabalho
remoto não se confunde nem se equipara à remoto fora da localidade prevista no contrato,
ocupação de operador de telemarketing ou de salvo disposição em contrário estipulada entre
teleatendimento. as partes.
§ 5o  O tempo de uso de equipamentos tec-
nológicos e de infraestrutura necessária, bem Art. 75-D.  As disposições relativas à respon-
como de softwares, de ferramentas digitais ou sabilidade pela aquisição, manutenção ou for-
de aplicações de internet utilizados para o te- necimento dos equipamentos tecnológicos e da
letrabalho, fora da jornada de trabalho normal infraestrutura necessária e adequada à prestação
do empregado não constitui tempo à disposição do trabalho remoto, bem como ao reembolso
ou regime de prontidão ou de sobreaviso, exceto de despesas arcadas pelo empregado, serão pre-
se houver previsão em acordo individual ou vistas em contrato escrito.
em acordo ou convenção coletiva de trabalho. Parágrafo único.  As utilidades mencionadas
§ 6o  Fica permitida a adoção do regime de no caput deste artigo não integram a remune-
teletrabalho ou trabalho remoto para estagiários ração do empregado.
e aprendizes.
§ 7o  Aos empregados em regime de teletra- Art. 75-E.  O empregador deverá instruir os
balho aplicam-se as disposições previstas na empregados, de maneira expressa e ostensiva,
legislação local e nas convenções e nos acordos quanto às precauções a tomar a fim de evitar
coletivos de trabalho relativas à base territorial doenças e acidentes de trabalho.
do estabelecimento de lotação do empregado. Parágrafo único.  O empregado deverá as-
§ 8o  Ao contrato de trabalho do empregado sinar termo de responsabilidade comprome-
admitido no Brasil que optar pela realização de tendo-se a seguir as instruções fornecidas pelo
Consolidação das Leis do Trabalho

teletrabalho fora do território nacional aplica-se empregador.


a legislação brasileira, excetuadas as disposições
constantes da Lei no 7.064, de 6 de dezembro de Art. 75-F.  Os empregadores deverão dar prio-
1982, salvo disposição em contrário estipulada ridade aos empregados com deficiência e aos
entre as partes. empregados com filhos ou criança sob guarda
§ 9o  Acordo individual poderá dispor sobre judicial até 4 (quatro) anos de idade na aloca-
os horários e os meios de comunicação entre ção em vagas para atividades que possam ser
empregado e empregador, desde que assegura- efetuadas por meio do teletrabalho ou trabalho
dos os repousos legais. remoto.

29
CAPÍTULO III – Do Salário Mínimo os valores nutritivos determinados nos mesmos
SEÇÃO I – Do Conceito quadros.
§ 3o  O Ministério do Trabalho, Indústria e
Art. 76.  Salário mínimo é a contraprestação Comércio fará, periodicamente, a revisão dos
mínima devida e paga diretamente pelo em- quadros a que se refere o § 1o deste artigo.
pregador a todo trabalhador, inclusive ao tra-
balhador rural, sem distinção de sexo, por dia Art. 82.  Quando o empregador fornecer, in
normal de serviço, e capaz de satisfazer, em natura, uma ou mais das parcelas do salário
determinada época e região do País, as suas mínimo, o salário em dinheiro será determinado
necessidades normais de alimentação, habitação, pela fórmula Sd = Sm – P, em que Sd representa
vestuário, higiene e transporte. o salário em dinheiro, Sm o salário mínimo e P
a soma dos valores daquelas parcelas na região,
Art. 77. (Revogado) zona ou subzona.
Parágrafo único.  O salário mínimo pago em
Art. 78.  Quando o salário for ajustado por em- dinheiro não será inferior a 30% (trinta por
preitada, ou convencionado por tarefa ou peça, cento) do salário mínimo fixado para a região,
será garantida ao trabalhador uma remuneração zona ou subzona.
diária nunca inferior à do salário mínimo por
dia normal da região, zona ou subzona.1 Art. 83.  É devido o salário mínimo ao traba-
Parágrafo único.  Quando o salário mínimo lhador em domicílio, considerado este como o
mensal do empregado a comissão ou que tenha executado na habitação do empregado ou em
direito a percentagem for integrado por parte oficina de família, por conta de empregador
fixa e parte variável, ser-lhe-á sempre garantido que o remunere.
o salário mínimo, vedado qualquer desconto
em mês subsequente a título de compensação.
SEÇÃO II – Das Regiões, Zonas e Subzonas
Art. 79. (Revogado)
Arts.  84 a 86. (Revogados)
Art. 80. (Revogado)

Art. 81.  O salário mínimo será determinado SEÇÃO III – Da Constituição das Comissões
pela fórmula Sm = a + b + c + d + e, em que a,
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas

b, c, d, e e representam, respectivamente, o valor Arts.  87 a 100. (Revogados)


das despesas diárias com alimentação, habitação,
vestuário, higiene e transporte necessários à vida
de um trabalhador adulto. SEÇÃO IV – Das Atribuições das Comissões
§ 1o  A parcela correspondente à alimentação de Salário Mínimo
terá um valor mínimo igual aos valores da lista
de provisões, constantes dos quadros devida- Arts.  101 a 111. (Revogados)
mente aprovados e necessários à alimentação
diária do trabalhador adulto.
§ 2o  Poderão ser substituídos pelos equi- SEÇÃO V – Da Fixação do Salário Mínimo
valentes de cada grupo, também mencionados
nos quadros a que alude o parágrafo anterior, Arts.  112 a 116. (Revogados)
os alimentos, quando as condições da região,
zona ou subzona o aconselharem, respeitados
SEÇÃO VI – Disposições Gerais
1
  Nota do Editor (NE): a Constituição Federal es-
tabelece, em seu art. 7o, IV, que o salário mínimo é Art. 117.  Será nulo de pleno direito, sujeitando
30 nacionalmente unificado. o empregador às sanções do art. 120, qualquer
contrato ou convenção que estipule remune- Art. 130.  Após cada período de 12 (doze)
ração inferior ao salário mínimo estabelecido meses de vigência do contrato de trabalho, o
na região, zona ou subzona, em que tiver de empregado terá direito a férias, na seguinte
ser cumprido. proporção:
I – 30 (trinta) dias corridos, quando não hou-
Art. 118.  O trabalhador a quem for pago salá- ver faltado ao serviço mais de 5 (cinco) vezes;
rio inferior ao mínimo terá direito, não obstante II – 24 (vinte e quatro) dias corridos, quando
qualquer contrato, ou convenção em contrário, a houver tido de 6 (seis) a 14 (quatorze) faltas;
reclamar do empregador o complemento de seu III – 18 (dezoito) dias corridos, quando hou-
salário mínimo estabelecido na região, zona ou ver tido de 15 (quinze) a 23 (vinte e três) faltas;
subzona, em que tiver de ser cumprido. IV – 12 (doze) dias corridos, quando houver
tido de 24 (vinte e quatro) a 32 (trinta e duas)
Art. 119.  Prescreve em dois anos a ação para faltas.
reaver a diferença, contados, para cada paga- § 1o  É vedado descontar, do período de fé-
mento, da data em que o mesmo tenha sido rias, as faltas do empregado ao serviço.
efetuado. § 2o  O período das férias será computado,
para todos os efeitos, como tempo de serviço.
Art. 120.  Aquele que infringir qualquer dis-
positivo concernente ao salário mínimo será Art. 130-A. (Revogado)
passível de multa de cinquenta a dois mil cru-
zeiros, elevada ao dobro na reincidência. Art. 131.  Não será considerada falta ao serviço,
para os efeitos do artigo anterior, a ausência do
Arts.  121 a 123. (Revogados) empregado:
I – nos casos referidos no art. 473;
Art. 124.  A aplicação dos preceitos deste Ca- II – durante o licenciamento compulsório
pítulo não poderá, em caso algum, ser causa da empregada por motivo de maternidade ou
determinante da redução do salário. aborto, observados os requisitos para percepção
do salário-maternidade custeado pela Previ-
Art. 125. (Revogado) dência Social;
III – por motivo de acidente do trabalho ou
Art. 126.  O Ministro do Trabalho, Indústria enfermidade atestada pelo Instituto Nacional
e Comércio expedirá as instruções necessárias do Seguro Social – INSS, excetuada a hipótese
à fiscalização do salário mínimo, podendo co- do inciso IV do art. 133;
meter essa fiscalização a qualquer dos órgãos IV – justificada pela empresa, entendendo-se
componentes do respectivo Ministério, e, bem como tal a que não tiver determinado o desconto
assim, aos fiscais dos Institutos de Aposentado- do correspondente salário;
ria e Pensões na forma da legislação em vigor. V – durante a suspensão preventiva para
responder a inquérito administrativo ou de
Art. 127. (Revogado) prisão preventiva, quando for impronunciado
Consolidação das Leis do Trabalho

ou absolvido; e
Art. 128. (Revogado) VI – nos dias em que não tenha havido ser-
viço, salvo na hipótese do inciso III do art. 133.

CAPÍTULO IV – Das Férias Anuais Art. 132.  O tempo de trabalho anterior à apre-


SEÇÃO I – Do Direito a Férias e da Sua sentação do empregado para serviço militar
Duração obrigatório será computado no período aquisiti-
vo, desde que ele compareça ao estabelecimento
Art. 129.  Todo empregado terá direito anual- dentro de 90 (noventa) dias da data em que se
mente ao gozo de um período de férias, sem verificar a respectiva baixa.
prejuízo da remuneração. 31
Art. 133.  Não terá direito a férias o empregado § 3o  É vedado o início das férias no perío-
que, no curso do período aquisitivo: do de dois dias que antecede feriado ou dia de
I – deixar o emprego e não for readmitido repouso semanal remunerado.
dentro dos 60 (sessenta) dias subsequentes à
sua saída; Art. 135.  A concessão das férias será partici-
II – permanecer em gozo de licença, com per- pada, por escrito, ao empregado, com antece-
cepção de salários, por mais de 30 (trinta) dias; dência de, no mínimo, 30 (trinta) dias. Dessa
III – deixar de trabalhar, com percepção do participação o interessado dará recibo.
salário, por mais de 30 (trinta) dias, em virtude § 1o  O empregado não poderá entrar no gozo
de paralisação parcial ou total dos serviços da das férias sem que apresente ao empregador sua
empresa; e Carteira de Trabalho e Previdência Social, para
IV – tiver percebido da Previdência Social que nela seja anotada a respectiva concessão.
prestações de acidente de trabalho ou de auxí- § 2o  A concessão das férias será, igualmente,
lio-doença por mais de 6 (seis) meses, embora anotada no livro ou nas fichas de registro dos
descontínuos. empregados.
§ 1o  A interrupção da prestação de serviços § 3o  Nos casos em que o empregado possua
deverá ser anotada na Carteira de Trabalho e a CTPS em meio digital, a anotação será feita
Previdência Social. nos sistemas a que se refere o § 7o do art. 29
§ 2o  Iniciar-se-á o decurso de novo período desta Consolidação, na forma do regulamento,
aquisitivo quando o empregado, após o imple- dispensadas as anotações de que tratam os §§ 1o
mento de qualquer das condições previstas neste e 2o deste artigo.
artigo, retornar ao serviço.
§ 3o  Para os fins previstos no inciso III deste Art. 136.  A época da concessão das férias será
artigo a empresa comunicará ao órgão local a que melhor consulte os interesses do empre-
do Ministério do Trabalho, com antecedência gador.
mínima de quinze dias, as datas de início e fim § 1o  Os membros de uma família, que traba-
da paralisação total ou parcial dos serviços da lharem no mesmo estabelecimento ou empresa,
empresa, e, em igual prazo, comunicará, nos terão direito a gozar férias no mesmo período,
mesmos termos, ao sindicato representativo da se assim o desejarem e se disto não resultar
categoria profissional, bem como afixará aviso prejuízo para o serviço.
nos respectivos locais de trabalho. § 2o  O empregado estudante, menor de 18
§ 4o (Vetado) (dezoito) anos, terá direito a fazer coincidir suas
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas

férias com as férias escolares.

SEÇÃO II – Da Concessão e da Época das Art. 137.  Sempre que as férias forem con-
Férias cedidas após o prazo de que trata o art. 134,
o empregador pagará em dobro a respectiva
Art. 134.  As férias serão concedidas por ato do remuneração.
empregador, em um só período, nos 12 (doze) § 1o  Vencido o mencionado prazo sem que
meses subsequentes à data em que o empregado o empregador tenha concedido as férias, o em-
tiver adquirido o direito. pregado poderá ajuizar reclamação pedindo a
§ 1o  Desde que haja concordância do em- fixação, por sentença, da época de gozo das
pregado, as férias poderão ser usufruídas em mesmas.
até três períodos, sendo que um deles não po- § 2o  A sentença cominará pena diária de 5%
derá ser inferior a quatorze dias corridos e os (cinco por cento) do salário mínimo da região,
demais não poderão ser inferiores a cinco dias devida ao empregado até que seja cumprida.
corridos, cada um. § 3o  Cópia da decisão judicial transitada
§ 2o (Revogado) em julgado será remetida ao órgão local do
Ministério do Trabalho, para fins de aplicação
32 da multa de caráter administrativo.
Art. 138.  Durante as férias, o empregado não do-se o valor da remuneração da tarefa na data
poderá prestar serviços a outro empregador, da concessão das férias.
salvo se estiver obrigado a fazê-lo em virtude § 3o  Quando o salário for pago por percenta-
de contrato de trabalho regularmente mantido gem, comissão ou viagem, apurar-se-á a média
com aquele. percebida pelo empregado nos 12 (doze) meses
que precederem à concessão das férias.
§ 4o  A parte do salário paga em utilidades
SEÇÃO III – Das Férias Coletivas será computada de acordo com a anotação na
Carteira de Trabalho e Previdência Social.
Art. 139.  Poderão ser concedidas férias coleti- § 5o  Os adicionais por trabalho extraordi-
vas a todos os empregados de uma empresa ou nário, noturno, insalubre ou perigoso serão
de determinados estabelecimentos ou setores computados no salário que servirá de base ao
da empresa. cálculo da remuneração das férias.
§ 1o  As férias poderão ser gozadas em dois § 6o  Se, no momento das férias, o empregado
períodos anuais, desde que nenhum deles seja não estiver percebendo o mesmo adicional do
inferior a 10 (dez) dias corridos. período aquisitivo, ou quando o valor deste não
§ 2o  Para os fins previstos neste artigo, o em- tiver sido uniforme, será computada a média
pregador comunicará ao órgão local do Minis- duodecimal recebida naquele período, após a
tério do Trabalho, com a antecedência mínima atualização das importâncias pagas, mediante
de 15 (quinze) dias, as datas de início e fim das incidência dos percentuais dos reajustamentos
férias, precisando quais os estabelecimentos ou salariais supervenientes.
setores abrangidos pela medida.
§ 3o  Em igual prazo o empregador enviará Art. 143.  É facultado ao empregado conver-
cópia da aludida comunicação aos sindicatos ter 1/3 (um terço) do período de férias a que
representativos da respectiva categoria profis- tiver direito em abono pecuniário, no valor
sional, e providenciará a afixação de aviso nos da remuneração que lhe seria devida nos dias
locais de trabalho. correspondentes.
§ 1o  O abono de férias deverá ser requerido
Art. 140.  Os empregados contratados há me- até 15 (quinze) dias antes do término do período
nos de 12 (doze) meses gozarão, na oportuni- aquisitivo.
dade, férias proporcionais, iniciando-se, então, § 2o  Tratando-se de férias coletivas, a con-
novo período aquisitivo. versão a que se refere este artigo deverá ser ob-
jeto de acordo coletivo entre o empregador e o
Art. 141. (Revogado) sindicato representativo da respectiva categoria
profissional, independendo de requerimento
individual a concessão do abono.
SEÇÃO IV – Da Remuneração e do Abono § 3o (Revogado)
de Férias
Art. 144.  O abono de férias de que trata o artigo
Consolidação das Leis do Trabalho

Art. 142.  O empregado perceberá, durante as anterior, bem como o concedido em virtude de


férias, a remuneração que lhe for devida na data cláusula do contrato de trabalho, do regulamen-
da sua concessão. to da empresa, de convenção ou acordo coletivo,
§ 1o  Quando o salário for pago por hora desde que não excedente de vinte dias do salário,
com jornadas variáveis, apurar-se-á a média não integrarão a remuneração do empregado
do período aquisitivo, aplicando-se o valor do para os efeitos da legislação do trabalho.
salário na data da concessão das férias.
§ 2o  Quando o salário for pago por tarefa Art. 145.  O pagamento da remuneração das
tomar-se-á por base a média da produção no férias e, se for o caso, o do abono referido no
período aquisitivo do direito a férias, aplican- art. 143 serão efetuados até 2 (dois) dias antes
do início do respectivo período. 33
Parágrafo único.  O empregado dará quitação outro, terá computado, para o efeito de gozo de
do pagamento, com indicação do início e do férias, o tempo de serviço prestado ao primeiro,
termo das férias. ficando obrigado a concedê-las o armador em
cujo serviço ele se encontra na época de gozá-las.
§ 1o  As férias poderão ser concedidas, a pe-
SEÇÃO V – Dos Efeitos da Cessação do dido dos interessados e com aquiescência do
Contrato de Trabalho armador, parceladamente, nos portos de escala
de grande estadia do navio, aos tripulantes ali
Art. 146.  Na cessação do contrato de trabalho, residentes.
qualquer que seja a sua causa, será devida ao § 2o  Será considerada grande estadia a per-
empregado a remuneração simples ou em dobro, manência no porto por prazo excedente de seis
conforme o caso, correspondente ao período de dias.
férias cujo direito tenha adquirido. § 3o  Os embarcadiços, para gozarem férias
Parágrafo único.  Na cessação do contrato nas condições deste artigo, deverão pedi-las, por
de trabalho, após 12 (doze) meses de serviço, o escrito, ao armador, antes do início da viagem,
empregado, desde que não haja sido demitido no porto de registro ou armação.
por justa causa, terá direito à remuneração rela- § 4o  O tripulante, ao terminar as férias, apre-
tiva ao período incompleto de férias, de acordo sentar-se-á ao armador, que deverá designá-lo
com o art. 130, na proporção de 1/12 (um doze para qualquer de suas embarcações ou o adir a
avos) por mês de serviço ou fração superior a algum dos seus serviços terrestres, respeitadas
14 (quatorze) dias. a condição pessoal e a remuneração.
§ 5o  Em caso de necessidade, determinada
Art. 147.  O empregado que for despedido pelo interesse público, e comprovada pela auto-
sem justa causa, ou cujo contrato de trabalho ridade competente, poderá o armador ordenar a
se extinguir em prazo predeterminado, antes suspensão das férias já iniciadas ou a iniciar-se,
de completar 12 (doze) meses de serviço, terá ressalvado ao tripulante o direito ao respectivo
direito à remuneração relativa ao período in- gozo posteriormente.
completo de férias, de conformidade com o § 6o  O Delegado do Trabalho Marítimo po-
disposto no artigo anterior. derá autorizar a acumulação de 2 (dois) períodos
de férias do marítimo, mediante requerimento
Art. 148.  A remuneração das férias, ainda justificado:
quando devida após a cessação do contrato de I – do sindicato, quando se tratar de sindi-
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas

trabalho, terá natureza salarial, para os efeitos calizado; e


do art. 449. II – da empresa, quando o empregado não
for sindicalizado.

SEÇÃO VI – Do Início da Prescrição Art. 151.  Enquanto não se criar um tipo espe-


cial de caderneta profissional para os marítimos,
Art. 149.  A prescrição do direito de reclamar as férias serão anotadas pela Capitania do Porto
a concessão das férias ou o pagamento da res- na caderneta-matrícula do tripulante, na página
pectiva remuneração é contada do término do das observações.
prazo mencionado no art. 134 ou, se for o caso,
da cessação do contrato de trabalho. Art. 152.  A remuneração do tripulante, no
gozo de férias, será acrescida da importância
correspondente à etapa que estiver vencendo.
SEÇÃO VII – Disposições Especiais

Art. 150.  O tripulante que, por determinação


do armador, for transferido para o serviço de
34
SEÇÃO VIII – Das Penalidades II – adotar as medidas que se tornem exigí-
veis, em virtude das disposições deste Capítulo,
Art. 153.  As infrações ao disposto neste Capí- determinando as obras e reparos que, em qual-
tulo serão punidas com multas de valor igual a quer local de trabalho, se façam necessárias;
160 BTN por empregado em situação irregular. III – impor as penalidades cabíveis por des-
Parágrafo único.  Em caso de reincidência, cumprimento das normas constantes deste Ca-
embaraço ou resistência à fiscalização, emprego pítulo, nos termos do art. 201.
de artifício ou simulação com o objetivo de
fraudar a lei, a multa será aplicada em dobro. Art. 157.  Cabe às empresas:
I – cumprir e fazer cumprir as normas de
segurança e medicina do trabalho;
CAPÍTULO V – Da Segurança e da II – instruir os empregados, através de or-
Medicina do Trabalho dens de serviço, quanto às precauções a tomar
SEÇÃO I – Disposições Gerais no sentido de evitar acidentes do trabalho ou
doenças ocupacionais;
Art. 154.  A observância, em todos os locais de III – adotar as medidas que lhes sejam de-
trabalho, do disposto neste Capítulo, não deso- terminadas pelo órgão regional competente;
briga as empresas do cumprimento de outras IV – facilitar o exercício da fiscalização pela
disposições que, com relação à matéria, sejam autoridade competente.
incluídas em códigos de obras ou regulamentos
sanitários dos Estados ou Municípios em que Art. 158.  Cabe aos empregados:
se situem os respectivos estabelecimentos, bem I – observar as normas de segurança e me-
como daquelas oriundas de convenções coletivas dicina do trabalho, inclusive as instruções de
de trabalho. que trata o item II do artigo anterior;
II – colaborar com a empresa na aplicação
Art. 155.  Incumbe ao órgão de âmbito nacional dos dispositivos deste Capítulo.
competente em matéria de segurança e medicina Parágrafo único.  Constitui ato faltoso do
do trabalho: empregado a recusa injustificada:
I – estabelecer, nos limites de sua competên- a)  à observância das instruções expedidas
cia, normas sobre a aplicação dos preceitos deste pelo empregador na forma do item II do artigo
Capítulo, especialmente os referidos no art. 200; anterior;
II – coordenar, orientar, controlar e super- b)  ao uso dos equipamentos de proteção
visionar a fiscalização e as demais atividades individual fornecidos pela empresa.
relacionadas com a segurança e a medicina do
trabalho em todo o território nacional, inclu- Art. 159.  Mediante convênio autorizado pelo
sive a Campanha Nacional de Prevenção de Ministro do Trabalho, poderão ser delegadas a
Acidentes do Trabalho; outros órgãos federais, estaduais ou municipais
III – conhecer, em última instância, dos re- atribuições de fiscalização ou orientação às em-
cursos, voluntários ou de ofício, das decisões presas quanto ao cumprimento das disposições
Consolidação das Leis do Trabalho

proferidas pelos Delegados Regionais do Tra- constantes deste Capítulo.


balho, em matéria de segurança e medicina do
trabalho.
SEÇÃO II – Da Inspeção Prévia e do
Art. 156.  Compete especialmente às Delega- Embargo ou Interdição
cias Regionais do Trabalho, nos limites de sua
jurisdição: Art. 160.  Nenhum estabelecimento poderá
I – promover a fiscalização do cumprimento iniciar suas atividades sem prévia inspeção e
das normas de segurança e medicina do tra- aprovação das respectivas instalações pela au-
balho; toridade regional competente em matéria de
segurança e medicina do trabalho. 35
§ 1o  Nova inspeção deverá ser feita quando SEÇÃO III – Dos Órgãos de Segurança e de
ocorrer modificação substancial nas instalações, Medicina do Trabalho nas Empresas
inclusive equipamentos, que a empresa fica obri-
gada a comunicar, prontamente, à Delegacia Art. 162.  As empresas, de acordo com normas
Regional do Trabalho. a serem expedidas pelo Ministério do Trabalho,
§ 2o  É facultado às empresas solicitar prévia estarão obrigadas a manter serviços especializa-
aprovação, pela Delegacia Regional do Traba- dos em segurança e em medicina do trabalho.
lho, dos projetos de construção e respectivas Parágrafo único.  As normas a que se refere
instalações. este artigo estabelecerão:
a)  classificação das empresas segundo o
Art. 161.  O Delegado Regional do Trabalho, número de empregados e a natureza do risco
à vista do laudo técnico do serviço competente de suas atividades;
que demonstre grave e iminente risco para o b)  o número mínimo de profissionais espe-
trabalhador, poderá interditar estabelecimento, cializados exigido de cada empresa, segundo o
setor de serviço, máquina ou equipamento, ou grupo em que se classifique, na forma da alínea
embargar obra, indicando na decisão, tomada anterior;
com a brevidade que a ocorrência exigir, as c)  a qualificação exigida para os profissionais
providências que deverão ser adotadas para em questão e o seu regime de trabalho;
prevenção de infortúnios de trabalho. d)  as demais características e atribuições
§ 1o  As autoridades federais, estaduais e mu- dos serviços especializados em segurança e em
nicipais darão imediato apoio às medidas deter- medicina do trabalho, nas empresas.
minadas pelo Delegado Regional do Trabalho.
§ 2o  A interdição ou embargo poderão ser Art. 163.  Será obrigatória a constituição de
requeridos pelo serviço competente da Delega- Comissão Interna de Prevenção de Acidentes
cia Regional do Trabalho e, ainda, por agente da e de Assédio (Cipa), em conformidade com
inspeção do trabalho ou por entidade sindical. instruções expedidas pelo Ministério do Tra-
§ 3o  Da decisão do Delegado Regional do balho e Previdência, nos estabelecimentos ou
Trabalho poderão os interessados recorrer, no nos locais de obra nelas especificados.
prazo de 10 (dez) dias, para o órgão de âmbito Parágrafo único.  O Ministério do Trabalho
nacional competente em matéria de segurança regulamentará as atribuições, a composição e
e medicina do trabalho, ao qual será facultado o funcionamento das CIPAs.
dar efeito suspensivo ao recurso.
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas

§ 4o  Responderá por desobediência, além Art. 164.  Cada CIPA será composta de re-
das medidas penais cabíveis, quem, após de- presentantes da empresa e dos empregados, de
terminada a interdição ou embargo, ordenar ou acordo com os critérios que vierem a ser adota-
permitir o funcionamento do estabelecimento dos na regulamentação de que trata o parágrafo
ou de um dos seus setores, a utilização de má- único do artigo anterior.
quina ou equipamento, ou o prosseguimento § 1o  Os representantes dos empregadores,
de obra, se, em consequência, resultarem danos titulares e suplentes, serão por eles designados.
a terceiros. § 2o  Os representantes dos empregados, ti-
§ 5o  O Delegado Regional do Trabalho, tulares e suplentes, serão eleitos em escrutínio
independente de recurso, e após laudo técni- secreto, do qual participem, independentemente
co do serviço competente, poderá levantar a de filiação sindical, exclusivamente os empre-
interdição. gados interessados.
§ 6o  Durante a paralisação dos serviços, § 3o  O mandato dos membros eleitos da
em decorrência da interdição ou embargo, os CIPA terá a duração de 1 (um) ano, permitida
empregados receberão os salários como se es- uma reeleição.
tivessem em efetivo exercício. § 4o  O disposto no parágrafo anterior não
se aplicará ao membro suplente que, durante o
36
seu mandato, tenha participado de menos da § 1o  O Ministério do Trabalho baixará ins-
metade do número de reuniões da CIPA. truções relativas aos casos em que serão exigíveis
§ 5o  O empregador designará, anualmente, exames:
dentre os seus representantes, o Presidente da a)  por ocasião da demissão;
CIPA e os empregados elegerão, dentre eles, o b) complementares.
Vice-Presidente. § 2o  Outros exames complementares pode-
rão ser exigidos, a critério médico, para apu-
Art. 165.  Os titulares da representação dos ração da capacidade ou aptidão física e mental
empregados nas CIPAs não poderão sofrer des- do empregado para a função que deva exercer.
pedida arbitrária, entendendo-se como tal a que § 3o  O Ministério do Trabalho estabelecerá,
não se fundar em motivo disciplinar, técnico, de acordo com o risco da atividade e o tempo de
econômico ou financeiro. exposição, a periodicidade dos exames médicos.
Parágrafo único.  Ocorrendo a despedida, § 4o  O empregador manterá, no estabele-
caberá ao empregador, em caso de reclamação cimento, o material necessário à prestação de
à Justiça do Trabalho, comprovar a existência primeiros socorros médicos, de acordo com o
de qualquer dos motivos mencionados neste risco da atividade.
artigo, sob pena de ser condenado a reintegrar § 5o  O resultado dos exames médicos, inclu-
o empregado. sive o exame complementar, será comunicado
ao trabalhador, observados os preceitos da ética
médica.
SEÇÃO IV – Do Equipamento de Proteção § 6o  Serão exigidos exames toxicológicos,
Individual previamente à admissão e por ocasião do desli-
gamento, quando se tratar de motorista profis-
Art. 166.  A empresa é obrigada a fornecer aos sional, assegurados o direito à contraprova em
empregados, gratuitamente, equipamento de caso de resultado positivo e a confidencialidade
proteção individual adequado ao risco e em dos resultados dos respectivos exames.
perfeito estado de conservação e funcionamen- § 7o  Para os fins do disposto no § 6o, será
to, sempre que as medidas de ordem geral não obrigatório exame toxicológico com janela de
ofereçam completa proteção contra os riscos detecção mínima de 90 (noventa) dias, especí-
de acidentes e danos à saúde dos empregados. fico para substâncias psicoativas que causem
dependência ou, comprovadamente, compro-
Art. 167.  O equipamento de proteção só pode- metam a capacidade de direção, podendo ser
rá ser posto à venda ou utilizado com a indicação utilizado para essa finalidade o exame toxicoló-
do Certificado de Aprovação do Ministério do gico previsto na Lei no 9.503, de 23 de setembro
Trabalho. de 1997 – Código de Trânsito Brasileiro, desde
que realizado nos últimos 60 (sessenta) dias.

SEÇÃO V – Das Medidas Preventivas de Art. 169.  Será obrigatória a notificação das


Medicina do Trabalho doenças profissionais e das produzidas em virtu-
Consolidação das Leis do Trabalho

de de condições especiais de trabalho, compro-


Art. 168.  Será obrigatório exame médico, por vadas ou objeto de suspeita, de conformidade
conta do empregador, nas condições estabe- com as instruções expedidas pelo Ministério
lecidas neste artigo e nas instruções comple- do Trabalho.
mentares a serem expedidas pelo Ministério
do Trabalho:
I – na admissão; SEÇÃO VI – Das Edificações
II – na demissão;
III – periodicamente. Art. 170.  As edificações deverão obedecer
aos requisitos técnicos que garantam perfeita
segurança aos que nelas trabalhem. 37
Art. 171.  Os locais de trabalho deverão ter, no Art. 177.  Se as condições de ambiente se torna-
mínimo, 3 (três) metros de pé-direito, assim rem desconfortáveis, em virtude de instalações
considerada a altura livre do piso ao teto. geradoras de frio ou de calor, será obrigatório o
Parágrafo único.  Poderá ser reduzido esse uso de vestimenta adequada para o trabalho em
mínimo desde que atendidas as condições de tais condições ou de capelas, anteparos, paredes
iluminação e conforto térmico compatíveis com duplas, isolamento térmico e recursos similares,
a natureza do trabalho, sujeitando-se tal redução de forma que os empregados fiquem protegidos
ao controle do órgão competente em matéria contra as radiações térmicas.
de segurança e medicina do trabalho.
Art. 178.  As condições de conforto térmico dos
Art. 172.  Os pisos dos locais de trabalho não locais de trabalho devem ser mantidas dentro
deverão apresentar saliências nem depressões dos limites fixados pelo Ministério do Trabalho.
que prejudiquem a circulação de pessoas ou a
movimentação de materiais.
SEÇÃO IX – Das Instalações Elétricas
Art. 173.  As aberturas nos pisos e paredes se-
rão protegidas de forma que impeçam a queda Art. 179.  O Ministério do Trabalho disporá
de pessoas ou de objetos. sobre as condições de segurança e as medidas
especiais a serem observadas relativamente a
Art. 174.  As paredes, escadas, rampas de aces- instalações elétricas, em qualquer das fases de
so, passarelas, pisos, corredores, coberturas e produção, transmissão, distribuição ou consumo
passagens dos locais de trabalho deverão obe- de energia.
decer às condições de segurança e de higiene
do trabalho estabelecidas pelo Ministério do Art. 180.  Somente profissional qualificado
Trabalho e manter-se em perfeito estado de poderá instalar, operar, inspecionar ou reparar
conservação e limpeza. instalações elétricas.

Art. 181.  Os que trabalharem em serviços de


SEÇÃO VII – Da Iluminação eletricidade ou instalações elétricas devem estar
familiarizados com os métodos de socorro a
Art. 175.  Em todos os locais de trabalho deverá acidentados por choque elétrico.
haver iluminação adequada, natural ou artificial,
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas

apropriada à natureza da atividade.


§ 1o  A iluminação deverá ser uniformemen- SEÇÃO X – Da Movimentação,
te distribuída, geral e difusa, a fim de evitar Armazenagem e Manuseio de Materiais
ofuscamento, reflexos incômodos, sombras e
contrastes excessivos. Art. 182.  O Ministério do Trabalho estabele-
§ 2o  O Ministério do Trabalho estabelecerá cerá normas sobre:
os níveis mínimos de iluminamento a serem I – as precauções de segurança na movimen-
observados. tação de materiais nos locais de trabalho, os
equipamentos a serem obrigatoriamente utiliza-
dos e as condições especiais a que estão sujeitas a
SEÇÃO VIII – Do Conforto Térmico operação e a manutenção desses equipamentos,
inclusive exigências de pessoal habilitado;
Art. 176.  Os locais de trabalho deverão ter II – as exigências similares relativas ao ma-
ventilação natural, compatível com o serviço nuseio e à armazenagem de materiais, inclusive
realizado. quanto às condições de segurança e higiene
Parágrafo único.  A ventilação artificial será relativas aos recipientes e locais de armazena-
obrigatória sempre que a natural não preencha gem e os equipamentos de proteção individual;
38 as condições de conforto térmico.
III – a obrigatoriedade de indicação de carga SEÇÃO XII – Das Caldeiras, Fornos e
máxima permitida nos equipamentos de trans- Recipientes sob Pressão
porte, dos avisos de proibição de fumar e de ad-
vertência quanto à natureza perigosa ou nociva Art. 187.  As caldeiras, equipamentos e reci-
à saúde das substâncias em movimentação ou pientes em geral que operam sob pressão de-
em depósito, bem como das recomendações de verão dispor de válvulas e outros dispositivos
primeiros socorros e de atendimento médico de segurança, que evitem seja ultrapassada a
e símbolo de perigo, segundo padronização pressão interna de trabalho compatível com a
internacional, nos rótulos dos materiais ou sua resistência.
substâncias armazenados ou transportados. Parágrafo único.  O Ministério do Trabalho
Parágrafo único.  As disposições relativas ao expedirá normas complementares quanto à se-
transporte de materiais aplicam-se, também, gurança das caldeiras, fornos e recipientes sob
no que couber, ao transporte de pessoas nos pressão, especialmente quanto ao revestimento
locais de trabalho. interno, à localização, à ventilação dos locais e
outros meios de eliminação de gases ou vapores
Art. 183.  As pessoas que trabalharem na movi- prejudiciais à saúde, e demais instalações ou
mentação de materiais deverão estar familiariza- equipamentos necessários à execução segura
das com os métodos racionais de levantamento das tarefas de cada empregado.
de cargas.
Art. 188.  As caldeiras serão periodicamente
submetidas a inspeções de segurança, por en-
SEÇÃO XI – Das Máquinas e Equipamentos genheiro ou empresa especializada, inscritos
no Ministério do Trabalho, de conformidade
Art. 184.  As máquinas e os equipamentos com as instruções que, para esse fim, forem
deverão ser dotados de dispositivos de partida expedidas.
e parada e outros que se fizerem necessários § 1o  Toda caldeira será acompanhada de
para a prevenção de acidentes do trabalho, es- “Prontuário”, com documentação original do
pecialmente quanto ao risco de acionamento fabricante, abrangendo, no mínimo: especifica-
acidental. ção técnica, desenhos, detalhes, provas e testes
Parágrafo único.  É proibida a fabricação, realizados durante a fabricação e a montagem,
a importação, a venda, a locação e o uso de características funcionais e a pressão máxima
máquinas e equipamentos que não atendam de trabalho permitida (PMTP), esta última in-
ao disposto neste artigo. dicada, em local visível, na própria caldeira.
§ 2o  O proprietário da caldeira deverá orga-
Art. 185.  Os reparos, limpeza e ajustes somente nizar, manter atualizado e apresentar, quando
poderão ser executados com as máquinas pa- exigido pela autoridade competente, o Registro
radas, salvo se o movimento for indispensável de Segurança, no qual serão anotadas, sistemati-
à realização do ajuste. camente, as indicações das provas efetuadas, ins-
peções, reparos e quaisquer outras ocorrências.
Consolidação das Leis do Trabalho

Art. 186.  O Ministério do Trabalho estabele- § 3o  Os projetos de instalação de caldeiras,


cerá normas adicionais sobre proteção e medi- fornos e recipientes sob pressão deverão ser
das de segurança na operação de máquinas e submetidos à aprovação prévia do órgão re-
equipamentos, especialmente quanto à proteção gional competente em matéria de segurança
das partes móveis, distância entre estas, vias de do trabalho.
acesso às máquinas e equipamentos de grandes
dimensões, emprego de ferramentas, sua ade-
quação e medidas de proteção exigidas quando
motorizadas ou elétricas.

39
SEÇÃO XIII – Das Atividades Insalubres ou aprovada pelo Ministério do Trabalho e Empre-
Perigosas go, aquelas que, por sua natureza ou métodos de
trabalho, impliquem risco acentuado em virtude
Art. 189.  Serão consideradas atividades ou de exposição permanente do trabalhador a:
operações insalubres aquelas que, por sua I – inflamáveis, explosivos ou energia elétrica;
natureza, condições ou métodos de trabalho, II – roubos ou outras espécies de violência
exponham os empregados a agentes nocivos à física nas atividades profissionais de segurança
saúde, acima dos limites de tolerância fixados pessoal ou patrimonial.
em razão da natureza e da intensidade do agente § 1o  O trabalho em condições de periculo-
e do tempo de exposição aos seus efeitos. sidade assegura ao empregado um adicional de
30% (trinta por cento) sobre o salário sem os
Art. 190.  O Ministério do Trabalho aprovará o acréscimos resultantes de gratificações, prêmios
quadro das atividades e operações insalubres e ou participações nos lucros da empresa.
adotará normas sobre os critérios de caracteri- § 2o  O empregado poderá optar pelo adi-
zação da insalubridade, os limites de tolerância cional de insalubridade que porventura lhe seja
aos agentes agressivos, meios de proteção e o devido.
tempo máximo de exposição do empregado a § 3o  Serão descontados ou compensados do
esses agentes. adicional outros da mesma natureza eventual-
Parágrafo único.  As normas referidas neste mente já concedidos ao vigilante por meio de
artigo incluirão medidas de proteção do organis- acordo coletivo.
mo do trabalhador nas operações que produzem § 4o  São também consideradas perigosas
aerodispersoides tóxicos, irritantes, alergênicos as atividades de trabalhador em motocicleta.
ou incômodos.
Art. 194.  O direito do empregado ao adicional
Art. 191.  A eliminação ou a neutralização da de insalubridade ou de periculosidade cessará
insalubridade ocorrerá: com a eliminação do risco à sua saúde ou in-
I – com a adoção de medidas que conservem tegridade física, nos termos desta Seção e das
o ambiente de trabalho dentro dos limites de normas expedidas pelo Ministério do Trabalho.
tolerância;
II – com a utilização de equipamentos de Art. 195.  A caracterização e a classificação da
proteção individual ao trabalhador, que dimi- insalubridade e da periculosidade, segundo as
nuam a intensidade do agente agressivo a limites normas do Ministério do Trabalho, far-se-ão
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas

de tolerância. através de perícia a cargo de Médico do Tra-


Parágrafo único.  Caberá às Delegacias Regio- balho ou Engenheiro do Trabalho, registrados
nais do Trabalho, comprovada a insalubridade, no Ministério do Trabalho.
notificar as empresas, estipulando prazos para § 1o  É facultado às empresas e aos sindicatos
sua eliminação ou neutralização, na forma deste das categorias profissionais interessadas reque-
artigo. rerem ao Ministério do Trabalho a realização
de perícia em estabelecimento ou setor deste,
Art. 192.  O exercício de trabalho em condições com o objetivo de caracterizar e classificar ou
insalubres, acima dos limites de tolerância esta- delimitar as atividades insalubres ou perigosas.
belecidos pelo Ministério do Trabalho, assegura § 2o  Arguida em juízo insalubridade ou
a percepção de adicional respectivamente de periculosidade, seja por empregado, seja por
40% (quarenta por cento), 20% (vinte por cen- Sindicato em favor de grupo de associados, o
to) e 10% (dez por cento) do salário mínimo juiz designará perito habilitado na forma deste
da região, segundo se classifiquem nos graus artigo, e, onde não houver, requisitará perícia ao
máximo, médio e mínimo. órgão competente do Ministério do Trabalho.
§ 3o  O disposto nos parágrafos anteriores
Art. 193.  São consideradas atividades ou ope- não prejudica a ação fiscalizadora do Minis-
40 rações perigosas, na forma da regulamentação
tério do Trabalho, nem a realização ex officio SEÇÃO XV – Das Outras Medidas Especiais
da perícia. de Proteção

Art. 196.  Os efeitos pecuniários decorrentes Art. 200.  Cabe ao Ministério do Trabalho esta-


do trabalho em condições de insalubridade ou belecer disposições complementares às normas
periculosidade serão devidos a contar da data de que trata este Capítulo, tendo em vista as
da inclusão da respectiva atividade nos quadros peculiaridades de cada atividade ou setor de
aprovados pelo Ministério do Trabalho, respei- trabalho, especialmente sobre:
tadas as normas do art. 11. I – medidas de prevenção de acidentes e os
equipamentos de proteção individual em obras
Art. 197.  Os materiais e substâncias emprega- de construção, demolição ou reparos;
dos, manipulados ou transportados nos locais II – depósitos, armazenagem e manuseio de
de trabalho, quando perigosos ou nocivos à combustíveis, inflamáveis e explosivos, bem
saúde, devem conter, no rótulo, sua composi- como trânsito e permanência nas áreas res-
ção, recomendações de socorro imediato e o pectivas;
símbolo de perigo correspondente, segundo a III – trabalho em escavações, túneis, galerias,
padronização internacional. minas e pedreiras, sobretudo quanto à preven-
Parágrafo único.  Os estabelecimentos que ção de explosões, incêndios, desmoronamentos
mantenham as atividades previstas neste arti- e soterramentos, eliminação de poeiras, gases,
go afixarão, nos setores de trabalho atingidos, etc. e facilidades de rápida saída dos empre-
avisos ou cartazes, com advertência quanto aos gados;
materiais e substâncias perigosos ou nocivos IV – proteção contra incêndio em geral e as
à saúde. medidas preventivas adequadas, com exigências
ao especial revestimento de portas e paredes,
construção de paredes contra fogo, diques e
SEÇÃO XIV – Da Prevenção da Fadiga outros anteparos, assim como garantia geral de
fácil circulação, corredores de acesso e saídas
Art. 198.  É de 60 kg (sessenta quilogramas) o amplas e protegidas, com suficiente sinalização;
peso máximo que um empregado pode remo- V – proteção contra insolação, calor, frio,
ver individualmente, ressalvadas as disposições umidade e ventos, sobretudo no trabalho a céu
especiais relativas ao trabalho do menor e da aberto, com provisão, quanto a este, de água
mulher. potável, alojamento e profilaxia de endemias;
Parágrafo único.  Não está compreendida na VI – proteção do trabalhador exposto a subs-
proibição deste artigo a remoção de material tâncias químicas nocivas, radiações ionizantes e
feita por impulsão ou tração de vagonetes so- não ionizantes, ruídos, vibrações e trepidações
bre trilhos, carros de mão ou quaisquer outros ou pressões anormais ao ambiente de trabalho,
aparelhos mecânicos, podendo o Ministério do com especificação das medidas cabíveis para
Trabalho, em tais casos, fixar limites diversos, eliminação ou atenuação desses efeitos, limi-
que evitem sejam exigidos do empregado ser- tes máximos quanto ao tempo de exposição,
Consolidação das Leis do Trabalho

viços superiores às suas forças. à intensidade da ação ou de seus efeitos sobre


o organismo do trabalhador, exames médicos
Art. 199.  Será obrigatória a colocação de as- obrigatórios, limites de idade, controle per-
sentos que assegurem postura correta ao traba- manente dos locais de trabalho e das demais
lhador, capazes de evitar posições incômodas exigências que se façam necessárias;
ou forçadas, sempre que a execução da tarefa VII – higiene nos locais de trabalho, com
exija que trabalhe sentado. discriminação das exigências, instalações sa-
Parágrafo único.  Quando o trabalho deva nitárias, com separação de sexos, chuveiros,
ser executado de pé, os empregados terão à sua lavatórios, vestiários e armários individuais,
disposição assentos para serem utilizados nas refeitórios ou condições de conforto por ocasião
pausas que o serviço permitir. das refeições, fornecimento de água potável, 41
condições de limpeza dos locais de trabalho e cia são bens juridicamente tutelados inerentes
modo de sua execução, tratamento de resíduos à pessoa jurídica.
industriais;
VIII – emprego das cores nos locais de traba- Art. 223-E.  São responsáveis pelo dano extra-
lho, inclusive nas sinalizações de perigo. patrimonial todos os que tenham colaborado
Parágrafo único.  Tratando-se de radiações para a ofensa ao bem jurídico tutelado, na pro-
ionizantes e explosivos, as normas a que se refere porção da ação ou da omissão.
este artigo serão expedidas de acordo com as re-
soluções a respeito adotadas pelo órgão técnico. Art. 223-F.  A reparação por danos extrapatri-
moniais pode ser pedida cumulativamente com
a indenização por danos materiais decorrentes
SEÇÃO XVI – Das Penalidades do mesmo ato lesivo.
§ 1o  Se houver cumulação de pedidos, o juí-
Art. 201.  As infrações ao disposto neste Ca- zo, ao proferir a decisão, discriminará os valores
pítulo relativas à medicina do trabalho serão das indenizações a título de danos patrimoniais
punidas com multa de 3 (três) a 30 (trinta) vezes e das reparações por danos de natureza extra-
o valor de referência previsto no artigo 2o, pa- patrimonial.
rágrafo único, da Lei no 6.205, de 29 de abril de § 2o  A composição das perdas e danos, assim
1975, e as concernentes à segurança do trabalho compreendidos os lucros cessantes e os danos
com multa de 5 (cinco) a 50 (cinquenta) vezes emergentes, não interfere na avaliação dos danos
o mesmo valor. extrapatrimoniais.
Parágrafo único.  Em caso de reincidência,
embaraço ou resistência à fiscalização, empre- Art. 223-G.  Ao apreciar o pedido, o juízo
go de artifício ou simulação com o objetivo considerará:
de fraudar a lei, a multa será aplicada em seu I – a natureza do bem jurídico tutelado;
valor máximo. II – a intensidade do sofrimento ou da hu-
milhação;
Arts.  202 a 223. (Revogados) III – a possibilidade de superação física ou
psicológica;
IV – os reflexos pessoais e sociais da ação
TÍTULO II-A – Do Dano Extrapatrimonial ou da omissão;
V – a extensão e a duração dos efeitos da
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas

Art. 223-A.  Aplicam-se à reparação de da- ofensa;


nos de natureza extrapatrimonial decorrentes VI – as condições em que ocorreu a ofensa
da relação de trabalho apenas os dispositivos ou o prejuízo moral;
deste Título. VII – o grau de dolo ou culpa;
VIII – a ocorrência de retratação espontânea;
Art. 223-B.  Causa dano de natureza extra- IX – o esforço efetivo para minimizar a
patrimonial a ação ou omissão que ofenda a ofensa;
esfera moral ou existencial da pessoa física ou X – o perdão, tácito ou expresso;
jurídica, as quais são as titulares exclusivas do XI – a situação social e econômica das partes
direito à reparação. envolvidas;
XII – o grau de publicidade da ofensa.
Art. 223-C.  A honra, a imagem, a intimidade, § 1o  Se julgar procedente o pedido, o juízo
a liberdade de ação, a autoestima, a sexualidade, fixará a indenização a ser paga, a cada um dos
a saúde, o lazer e a integridade física são os bens ofendidos, em um dos seguintes parâmetros,
juridicamente tutelados inerentes à pessoa física. vedada a acumulação:
I – ofensa de natureza leve, até três vezes o
Art. 223-D.  A imagem, a marca, o nome, o último salário contratual do ofendido;
42 segredo empresarial e o sigilo da correspondên-
II – ofensa de natureza média, até cinco vezes telefonistas de mesa, contínuos e serventes, em-
o último salário contratual do ofendido; pregados em bancos e casas bancárias.
III – ofensa de natureza grave, até vinte vezes Parágrafo único.  A direção de cada banco
o último salário contratual do ofendido; organizará a escala de serviço do estabelecimen-
IV – ofensa de natureza gravíssima, até cin- to de maneira a haver empregados do quadro
quenta vezes o último salário contratual do da portaria em função meia hora antes e até
ofendido. meia hora após o encerramento dos trabalhos,
§ 2o  Se o ofendido for pessoa jurídica, a respeitado o limite de 6 (seis) horas diárias.
indenização será fixada com observância dos
mesmos parâmetros estabelecidos no § 1o deste
artigo, mas em relação ao salário contratual do SEÇÃO II – Dos Empregados nos Serviços
ofensor. de Telefonia, de Telegrafia Submarina
§ 3o  Na reincidência entre partes idênticas, e Subfluvial, de Radiotelegrafia e
o juízo poderá elevar ao dobro o valor da in- Radiotelefonia
denização.
Art. 227.  Nas empresas que explorem o serviço
de telefonia, telegrafia submarina ou subflu-
TÍTULO III – Das Normas Especiais de vial, de radiotelegrafia ou de radiotelefonia,
Tutela do Trabalho fica estabelecida para os respectivos operadores
CAPÍTULO I – Das Disposições Especiais a duração máxima de seis horas contínuas de
sobre Duração e Condições de Trabalho trabalho por dia ou trinta e seis horas semanais.
SEÇÃO I – Dos Bancários § 1o  Quando, em caso de indeclinável ne-
cessidade, forem os operadores obrigados a
Art. 224.  A duração normal do trabalho dos permanecer em serviço além do período nor-
empregados em bancos, casas bancárias e Caixa mal fixado neste artigo, a empresa pagar-lhes-á
Econômica Federal será de 6 (seis) horas contí- extraordinariamente o tempo excedente com
nuas nos dias úteis, com exceção dos sábados, acréscimo de 50% (cinquenta por cento) sobre
perfazendo um total de 30 (trinta) horas de o seu salário-hora normal.
trabalho por semana. § 2o  O trabalho aos domingos, feriados e
§ 1o  A duração normal do trabalho estabe- dias santos de guarda será considerado extraor-
lecida neste artigo ficará compreendida entre dinário e obedecerá, quanto à sua execução e
sete e vinte e duas horas, assegurando-se ao remuneração, ao que dispuserem empregadores
empregado, no horário diário, um intervalo de e empregados em acordo, ou os respectivos
quinze minutos para alimentação. sindicatos em contrato coletivo de trabalho.
§ 2o  As disposições deste artigo não se apli-
cam aos que exercem funções de direção, gerên- Art. 228.  Os operadores não poderão trabalhar,
cia, fiscalização, chefia e equivalentes, ou que de modo ininterrupto, na transmissão manual,
desempenhem outros cargos de confiança, desde bem como na recepção visual, auditiva, com
que o valor da gratificação não seja inferior a escrita manual ou datilográfica, quando a ve-
Consolidação das Leis do Trabalho

um terço do salário do cargo efetivo. locidade for superior a vinte e cinco palavras
por minuto.
Art. 225.  A duração normal de trabalho dos
bancários poderá ser excepcionalmente pror- Art. 229.  Para os empregados sujeitos a horá-
rogada até oito horas diárias, não excedendo de rios variáveis, fica estabelecida a duração máxi-
quarenta horas semanais, observados os precei- ma de sete horas diárias de trabalho e dezessete
tos gerais sobre duração do trabalho. horas de folga, deduzindo-se desse tempo vinte
minutos para descanso, de cada um dos em-
Art. 226.  O regime especial de 6 (seis) horas pregados, sempre que se verificar um esforço
de trabalho também se aplica aos empregados contínuo de mais de três horas.
de portaria e de limpeza, tais como porteiros, 43
§ 1o  São considerados empregados sujeitos Art. 233.  A duração normal de trabalho dos
a horários variáveis, além dos operadores, cujas músicos profissionais poderá ser elevada até
funções exijam classificação distinta, os que oito horas diárias, observados os preceitos gerais
pertençam a seções de técnica, telefones, revisão, sobre duração do trabalho.3
expedição, entrega e balcão.
§ 2o  Quanto à execução e remuneração aos
domingos, feriados e dias santos de guarda e SEÇÃO IV – Dos Operadores
às prorrogações de expediente, o trabalho dos Cinematográficos
empregados a que se refere o parágrafo ante-
rior será regido pelo que se contém no § 1o do Art. 234.  A duração normal do trabalho dos
art. 227 desta Seção. operadores cinematográficos e seus ajudantes
não excederá de seis horas diárias, assim dis-
Art. 230.  A direção das empresas deverá orga- tribuídas:
nizar as turmas de empregados, para a execução a)  cinco horas consecutivas de trabalho em
dos seus serviços, de maneira que prevaleça cabine, durante o funcionamento cinemato-
sempre o revezamento entre os que exercem a gráfico;
mesma função, quer em escalas diurnas, quer b)  um período suplementar, até o máximo
em noturnas. de uma hora, para limpeza, lubrificação dos
§ 1o  Aos empregados que exerçam a mesma aparelhos de projeção, ou revisão de filmes.
função será permitida, entre si, a troca de tur- Parágrafo único.  Mediante remuneração adi-
mas, desde que isso não importe em prejuízo dos cional de 25% (vinte e cinco por cento) sobre o
serviços, cujo chefe ou encarregado resolverá salário da hora normal e observado um intervalo
sobre a oportunidade ou possibilidade dessa de duas horas para folga, entre o período a que
medida, dentro das prescrições desta Seção. se refere a alínea “b” deste artigo e o trabalho
§ 2o  As empresas não poderão organizar em cabine de que trata a alínea “a”, poderá o
horários que obriguem os empregados a fazer trabalho dos operadores cinematográficos e seus
a refeição do almoço antes das 10 (dez) e de- ajudantes ter a duração prorrogada por duas
pois das 13 (treze) horas e a de jantar antes das horas diárias, para exibições extraordinárias.
16 (dezesseis) e depois das 19:30 (dezenove e
trinta) horas. Art. 235.  Nos estabelecimentos cujo funciona-
mento normal seja noturno, será facultado aos
Art. 231.  As disposições desta Seção não operadores cinematográficos e seus ajudantes,
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas

abrangem o trabalho dos operadores de radio- mediante acordo ou contrato coletivo de traba-
telegrafia embarcados em navios ou aeronaves. lho e com um acréscimo de 25% (vinte e cinco
por cento) sobre o salário da hora normal, exe-
cutar o trabalho em sessões diurnas extraordi-
SEÇÃO III – Dos Músicos Profissionais nárias e, cumulativamente, nas noturnas, desde
que isso se verifique até três vezes por semana
Art. 232.  Será de seis horas a duração de tra- e entre as sessões diurnas e as noturnas haja o
balho dos músicos em teatro e congêneres.2 intervalo de uma hora, no mínimo, de descanso.
Parágrafo único.  Toda vez que o trabalho § 1o  A duração de trabalho cumulativo a
contínuo em espetáculo ultrapassar de seis ho- que alude o presente artigo não poderá exceder
ras, o tempo de duração excedente será pago de dez horas.
com um acréscimo de 25% (vinte e cinco por § 2o  Em seguida a cada período de trabalho
cento) sobre o salário da hora normal. haverá um intervalo de repouso no mínimo de
doze horas.

44   NE: ver Lei no 3.857/1960.


2
  NE: ver Lei no 3.857/1960.
3
SEÇÃO IV-A – Do Serviço do Motorista § 1o  Será considerado como trabalho efetivo
Profissional Empregado o tempo em que o motorista empregado esti-
ver à disposição do empregador, excluídos os
Art. 235-A.  Os preceitos especiais desta Seção intervalos para refeição, repouso e descanso e
aplicam-se ao motorista profissional empregado: o tempo de espera.
I – de transporte rodoviário coletivo de pas- § 2o  Será assegurado ao motorista profissio-
sageiros; nal empregado intervalo mínimo de 1 (uma)
II – de transporte rodoviário de cargas. hora para refeição, podendo esse período
coincidir com o tempo de parada obrigatória
Art. 235-B.  São deveres do motorista profis- na condução do veículo estabelecido pela Lei
sional empregado: no 9.503, de 23 de setembro de 1997 – Código
I – estar atento às condições de segurança de Trânsito Brasileiro, exceto quando se tratar
do veículo; do motorista profissional enquadrado no § 5o
II – conduzir o veículo com perícia, prudên- do art. 71 desta Consolidação.
cia, zelo e com observância aos princípios de § 3o  Dentro do período de 24 (vinte e qua-
direção defensiva; tro) horas, são asseguradas 11 (onze) horas de
III – respeitar a legislação de trânsito e, em descanso, sendo facultados o seu fracionamento
especial, as normas relativas ao tempo de dire- e a coincidência com os períodos de parada
ção e de descanso controlado e registrado na obrigatória na condução do veículo estabele-
forma do previsto no art. 67‑E da Lei no 9.503, cida pela Lei no 9.503, de 23 de setembro de
de 23 de setembro de 1997 – Código de Trânsito 1997 – Código de Trânsito Brasileiro, garantidos
Brasileiro; o mínimo de 8 (oito) horas ininterruptas no
IV – zelar pela carga transportada e pelo primeiro período e o gozo do remanescente
veículo; dentro das 16 (dezesseis) horas seguintes ao
V – colocar-se à disposição dos órgãos pú- fim do primeiro período.
blicos de fiscalização na via pública; § 4o  Nas viagens de longa distância, assim
VI – (Vetado); consideradas aquelas em que o motorista pro-
VII – submeter-se a exames toxicológicos fissional empregado permanece fora da base da
com janela de detecção mínima de 90 (noventa) empresa, matriz ou filial e de sua residência por
dias e a programa de controle de uso de droga e mais de 24 (vinte e quatro) horas, o repouso diá-
de bebida alcoólica, instituído pelo empregador, rio pode ser feito no veículo ou em alojamento
com sua ampla ciência, pelo menos uma vez a do empregador, do contratante do transporte,
cada 2 (dois) anos e 6 (seis) meses, podendo do embarcador ou do destinatário ou em outro
ser utilizado para esse fim o exame obrigatório local que ofereça condições adequadas.
previsto na Lei no 9.503, de 23 de setembro de § 5o  As horas consideradas extraordinárias
1997 – Código de Trânsito Brasileiro, desde serão pagas com o acréscimo estabelecido na
que realizado nos últimos 60 (sessenta) dias. Constituição Federal ou compensadas na forma
Parágrafo único.  A recusa do empregado em do § 2o do art. 59 desta Consolidação.
submeter-se ao teste ou ao programa de controle § 6o  À hora de trabalho noturno aplica-se o
Consolidação das Leis do Trabalho

de uso de droga e de bebida alcoólica previstos disposto no art. 73 desta Consolidação.


no inciso VII será considerada infração discipli- § 7o (Vetado)
nar, passível de penalização nos termos da lei. § 8o  São considerados tempo de espera as
horas em que o motorista profissional empre-
Art. 235-C.  A jornada diária de trabalho do gado ficar aguardando carga ou descarga do
motorista profissional será de 8 (oito) horas, veículo nas dependências do embarcador ou do
admitindo-se a sua prorrogação por até 2 (duas) destinatário e o período gasto com a fiscaliza-
horas extraordinárias ou, mediante previsão em ção da mercadoria transportada em barreiras
convenção ou acordo coletivo, por até 4 (quatro) fiscais ou alfandegárias, não sendo computados
horas extraordinárias. como jornada de trabalho e nem como horas
extraordinárias. 45
§ 9o  As horas relativas ao tempo de espera Art. 235-D.  Nas viagens de longa distância
serão indenizadas na proporção de 30% (trinta com duração superior a 7 (sete) dias, o repouso
por cento) do salário-hora normal. semanal será de 24 (vinte e quatro) horas por
§ 10.  Em nenhuma hipótese, o tempo de semana ou fração trabalhada, sem prejuízo do
espera do motorista empregado prejudicará o intervalo de repouso diário de 11 (onze) horas,
direito ao recebimento da remuneração corres- totalizando 35 (trinta e cinco) horas, usufruído
pondente ao salário-base diário. no retorno do motorista à base (matriz ou filial)
§ 11.  Quando a espera de que trata o § 8o ou ao seu domicílio, salvo se a empresa oferecer
for superior a 2 (duas) horas ininterruptas e for condições adequadas para o efetivo gozo do
exigida a permanência do motorista empregado referido repouso.
junto ao veículo, caso o local ofereça condições I – (Revogado);
adequadas, o tempo será considerado como de II – (Revogado);
repouso para os fins do intervalo de que tratam III – (Revogado).
os §§ 2o e 3o, sem prejuízo do disposto no § 9o. § 1o  É permitido o fracionamento do re-
§ 12.  Durante o tempo de espera, o motorista pouso semanal em 2 (dois) períodos, sendo
poderá realizar movimentações necessárias do um destes de, no mínimo, 30 (trinta) horas
veículo, as quais não serão consideradas como ininterruptas, a serem cumpridos na mesma
parte da jornada de trabalho, ficando garantido, semana e em continuidade a um período de
porém, o gozo do descanso de 8 (oito) horas repouso diário, que deverão ser usufruídos no
ininterruptas aludido no § 3o. retorno da viagem.
§ 13.  Salvo previsão contratual, a jornada § 2o  A cumulatividade de descansos sema-
de trabalho do motorista empregado não tem nais em viagens de longa distância de que trata
horário fixo de início, de final ou de intervalos. o caput fica limitada ao número de 3 (três) des-
§ 14.  O empregado é responsável pela guar- cansos consecutivos.
da, preservação e exatidão das informações § 3o  O motorista empregado, em viagem de
contidas nas anotações em diário de bordo, longa distância, que ficar com o veículo parado
papeleta ou ficha de trabalho externo, ou no após o cumprimento da jornada normal ou das
registrador instantâneo inalterável de veloci- horas extraordinárias fica dispensado do servi-
dade e tempo, ou nos rastreadores ou sistemas ço, exceto se for expressamente autorizada a sua
e meios eletrônicos, instalados nos veículos, permanência junto ao veículo pelo empregador,
normatizados pelo Contran, até que o veículo hipótese em que o tempo será considerado de
seja entregue à empresa. espera.
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas

§ 15.  Os dados referidos no § 14 poderão ser § 4o  Não será considerado como jornada de
enviados a distância, a critério do empregador, trabalho, nem ensejará o pagamento de qualquer
facultando-se a anexação do documento original remuneração, o período em que o motorista
posteriormente. empregado ou o ajudante ficarem espontanea-
§ 16.  Aplicam-se as disposições deste artigo mente no veículo usufruindo dos intervalos
ao ajudante empregado nas operações em que de repouso.
acompanhe o motorista. § 5o  Nos casos em que o empregador ado-
§ 17.  O disposto no caput deste artigo apli- tar 2 (dois) motoristas trabalhando no mesmo
ca-se também aos operadores de automotores veículo, o tempo de repouso poderá ser feito
destinados a puxar ou a arrastar maquinaria de com o veículo em movimento, assegurado o
qualquer natureza ou a executar trabalhos de repouso mínimo de 6 (seis) horas consecutivas
construção ou pavimentação e aos operadores fora do veículo em alojamento externo ou, se na
de tratores, colheitadeiras, autopropelidos e cabine leito, com o veículo estacionado, a cada
demais aparelhos automotores destinados a 72 (setenta e duas) horas.
puxar ou a arrastar maquinaria agrícola ou a § 6o  Em situações excepcionais de inobser-
executar trabalhos agrícolas. vância justificada do limite de jornada de que
trata o art. 235‑C, devidamente registradas,
46 e desde que não se comprometa a segurança
rodoviária, a duração da jornada de trabalho § 6o (Revogado)
do motorista profissional empregado poderá § 7o (Revogado)
ser elevada pelo tempo necessário até o veículo § 8o (Vetado)
chegar a um local seguro ou ao seu destino. § 9o (Revogado)
§ 7o  Nos casos em que o motorista tenha § 10.  (Revogado)
que acompanhar o veículo transportado por § 11.  (Revogado)
qualquer meio onde ele siga embarcado e em § 12.  (Revogado)
que o veículo disponha de cabine leito ou a em-
barcação disponha de alojamento para gozo do Art. 235-F.  Convenção e acordo coletivo pode-
intervalo de repouso diário previsto no § 3o do rão prever jornada especial de 12 (doze) horas
art. 235‑C, esse tempo será considerado como de trabalho por 36 (trinta e seis) horas de des-
tempo de descanso. canso para o trabalho do motorista profissional
§ 8o  Para o transporte de cargas vivas, pe- empregado em regime de compensação.
recíveis e especiais em longa distância ou em
território estrangeiro poderão ser aplicadas re- Art. 235-G.  É permitida a remuneração do
gras conforme a especificidade da operação de motorista em função da distância percorrida, do
transporte realizada, cujas condições de trabalho tempo de viagem ou da natureza e quantidade
serão fixadas em convenção ou acordo coletivo de produtos transportados, inclusive mediante
de modo a assegurar as adequadas condições oferta de comissão ou qualquer outro tipo de
de viagem e entrega ao destino final. vantagem, desde que essa remuneração ou co-
missionamento não comprometa a segurança
Art. 235-E.  Para o transporte de passageiros, da rodovia e da coletividade ou possibilite a
serão observados os seguintes dispositivos: violação das normas previstas nesta Lei.
I – é facultado o fracionamento do intervalo
de condução do veículo previsto na Lei no 9.503, Art. 235-H. (Revogado)
de 23 de setembro de 1997 – Código de Trânsito
Brasileiro, em períodos de no mínimo 5 (cinco)
minutos; SEÇÃO V – Do Serviço Ferroviário
II – será assegurado ao motorista intervalo
mínimo de 1 (uma) hora para refeição, podendo Art. 236.  No serviço ferroviário – considerado
ser fracionado em 2 (dois) períodos e coincidir este o de transporte em estradas de ferro abertas
com o tempo de parada obrigatória na condução ao tráfego público, compreendendo a admi-
do veículo estabelecido pela Lei no 9.503, de nistração, construção, conservação e remoção
23 de setembro de 1997 – Código de Trânsito das vias férreas e seus edifícios, obras de arte,
Brasileiro, exceto quando se tratar do motorista material rodante, instalações complementares
profissional enquadrado no § 5o do art. 71 desta e acessórias, bem como o serviço de tráfego, de
Consolidação; telegrafia, telefonia e funcionamento de todas as
III – nos casos em que o empregador adotar instalações ferroviárias – aplicam-se os preceitos
2 (dois) motoristas no curso da mesma viagem, especiais constantes desta Seção.
Consolidação das Leis do Trabalho

o descanso poderá ser feito com o veículo em


movimento, respeitando-se os horários de jor- Art. 237.  O pessoal a que se refere o artigo an-
nada de trabalho, assegurado, após 72 (setenta e tecedente fica dividido nas seguintes categorias:
duas) horas, o repouso em alojamento externo a)  funcionários de alta administração, chefes
ou, se em poltrona correspondente ao serviço e ajudantes de departamentos e seções, enge-
de leito, com o veículo estacionado. nheiros residentes, chefes de depósitos, inspeto-
§ 1o (Revogado) res e demais empregados que exercem funções
§ 2o (Vetado) administrativas ou fiscalizadoras;
§ 3o (Revogado) b)  pessoal que trabalhe em lugares ou tre-
§ 4o (Revogado) chos determinados e cujas tarefas requeiram
§ 5o (Revogado) atenção constante; pessoal de escritório, turmas 47
de conservação e construção da via permanente, como de trabalho efetivo, o tempo de viagem
oficinas e estações principais, inclusive os res- para o local do serviço, sempre que não exce-
pectivos telegrafistas; pessoal de tração, lastro der de uma hora, seja para ida ou para volta,
e revistadores; e a Estrada fornecer os meios de locomoção,
c)  das equipagens de trens em geral; computando-se sempre o tempo excedente a
d)  pessoal cujo serviço é de natureza inter- esse limite.
mitente ou de pouca intensidade, embora com
permanência prolongada nos locais de trabalho; Art. 239.  Para o pessoal da categoria c, a pror-
vigias e pessoal das estações do interior, inclusive rogação do trabalho independe de acordo ou
os respectivos telegrafistas. contrato coletivo, não podendo, entretanto,
exceder de doze horas, pelo que as empresas
Art. 238.  Será computado como de trabalho organizarão, sempre que possível, os serviços
efetivo todo o tempo em que o empregado es- de equipagens de trens com destacamentos nos
tiver à disposição da estrada. trechos das linhas de modo a ser observada a
§ 1o  Nos serviços efetuados pelo pessoal duração normal de oito horas de trabalho.
da categoria c, não será considerado como de § 1o  Para o pessoal sujeito ao regime do pre-
trabalho efetivo o tempo gasto em viagens do sente artigo, depois de cada jornada de trabalho
local ou para o local de terminação e início dos haverá um repouso de dez horas contínuas, no
mesmos serviços. mínimo, observando-se, outrossim, o descanso
§ 2o  Ao pessoal removido ou comissionado semanal.
fora da sede será contado como de trabalho § 2o  Para o pessoal da equipagem de trens,
normal e efetivo o tempo gasto em viagens, sem a que se refere o presente artigo, quando a em-
direito à percepção de horas extraordinárias. presa não fornecer alimentação, em viagem, e
§ 3o  No caso das turmas de conservação da hospedagem, no destino, concederá uma ajuda
via permanente, o tempo efetivo do trabalho será de custo para atender a tais despesas.
contado desde a hora da saída da casa da turma § 3o  As escalas do pessoal abrangido pelo
até a hora em que cessar o serviço em qualquer presente artigo serão organizadas de modo que
ponto compreendido dentro dos limites da res- não caiba a qualquer empregado, quinzenal-
pectiva turma. Quando o empregado trabalhar mente, um total de horas de serviço noturno
fora dos limites da sua turma, ser-lhe-á também superior às de serviço diurno.
computado como de trabalho efetivo o tempo § 4o  Os períodos de trabalho do pessoal a
gasto no percurso da volta a esses limites. que alude o presente artigo serão registrados
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas

§ 4o  Para o pessoal da equipagem de trens, em cadernetas especiais, que ficarão sempre em
só será considerado esse trabalho efetivo, depois poder do empregado de acordo com o modelo
de chegado ao destino, o tempo em que o fer- aprovado pelo Ministro do Trabalho, Indústria
roviário estiver ocupado ou retido à disposição e Comércio.
da Estrada. Quando, entre dois períodos de
trabalho, não mediar intervalo superior a uma Art. 240.  Nos casos de urgência ou de acidente,
hora, será esse intervalo computado como de capazes de afetar a segurança ou regularidade
trabalho efetivo. do serviço, poderá a duração do trabalho ser
§ 5o  O tempo concedido para refeição não se excepcionalmente elevada a qualquer número
computa como de trabalho efetivo, senão para o de horas, incumbindo à Estrada zelar pela in-
pessoal da categoria c, quando as refeições forem columidade dos seus empregados e pela pos-
tomadas em viagem ou nas estações durante as sibilidade de revezamento de turmas, assegu-
paradas. Esse tempo não será inferior a uma rando ao pessoal um repouso correspondente
hora, exceto para o pessoal da referida categoria e comunicando a ocorrência ao Ministério do
em serviço de trens. Trabalho, Indústria e Comércio, dentro de dez
§ 6o  No trabalho das turmas encarregadas da dias da sua verificação.
conservação de obras de arte, linhas telegráficas Parágrafo único.  Nos casos previstos neste
48 ou telefônicas e edifícios, não será contado, artigo, a recusa, sem causa justificada, por parte
de qualquer empregado, à execução de serviço no máximo, de doze horas. As horas de pronti-
extraordinário será considerada falta grave. dão serão, para todos os efeitos, contadas à razão
de 2/3 (dois terços) do salário-hora normal.
Art. 241.  As horas excedentes das do horário § 4o  Quando, no estabelecimento ou depen-
normal de oito horas serão pagas como ser- dência em que se achar o empregado, houver
viço extraordinário na seguinte base: as duas facilidade de alimentação, as doze horas de
primeiras com o acréscimo de 25% (vinte e prontidão, a que se refere o parágrafo anterior,
cinco por cento) sobre o salário-hora normal, poderão ser contínuas. Quando não existir essa
as duas subsequentes com um adicional de 50% facilidade, depois de seis horas de prontidão,
(cinquenta por cento) e as restantes com um haverá sempre um intervalo de uma hora para
adicional de 75% (setenta e cinco por cento). cada refeição, que não será, nesse caso, compu-
Parágrafo único.  Para o pessoal da categoria tada como de serviço.
c, a primeira hora será majorada de 25% (vinte e
cinco por cento), a segunda hora será paga com Art. 245.  O horário normal de trabalho dos
o acréscimo de 50% (cinquenta por cento) e as cabineiros nas estações de tráfego intenso não
duas subsequentes com o de 60% (sessenta por excederá de oito horas e deverá ser dividido
cento), salvo caso de negligência comprovada. em dois turnos com intervalo não inferior a
uma hora de repouso, não podendo nenhum
Art. 242.  As frações de meia hora superiores a turno ter duração superior a cinco horas, com
dez minutos serão computadas como meia hora. um período de descanso entre duas jornadas
de trabalho de quatorze horas consecutivas.
Art. 243.  Para os empregados de estações do
interior, cujo serviço for de natureza intermi- Art. 246.  O horário de trabalho dos operadores
tente ou de pouca intensidade, não se aplicam telegrafistas nas estações de tráfego intenso não
os preceitos gerais sobre duração do trabalho, excederá de 6 (seis) horas diárias.
sendo-lhes, entretanto, assegurado o repouso
contínuo de dez horas, no mínimo, entre dois Art. 247.  As estações principais, estações de
períodos de trabalho e descanso semanal. tráfego intenso e estações do interior serão clas-
sificadas para cada empresa pelo Departamento
Art. 244.  As estradas de ferro poderão ter em- Nacional de Estradas de Ferro.
pregados extranumerários, de sobreaviso e de
prontidão, para executarem serviços imprevistos
ou para substituições de outros empregados que SEÇÃO VI – Das Equipagens das
faltem à escala organizada. Embarcações da Marinha Mercante Nacional,
§ 1o  Considera-se “extranumerário” o em- de Navegação Fluvial e Lacustre, do Tráfego
pregado não efetivo, candidato à efetivação, que nos Portos e da Pesca
se apresentar normalmente ao serviço, embora
só trabalhe quando for necessário. O extranu- Art. 248.  Entre as horas 0 (zero) e 24 (vinte
merário só receberá os dias de trabalho efetivo. e quatro) de cada dia civil, o tripulante pode-
Consolidação das Leis do Trabalho

§ 2o  Considera-se de “sobreaviso” o empre- rá ser conservado em seu posto durante oito
gado efetivo, que permanecer em sua própria horas, quer de modo contínuo, quer de modo
casa, aguardando a qualquer momento o cha- intermitente.
mado para o serviço. Cada escala de “sobrea- § 1o  A exigência do serviço contínuo ou
viso” será, no máximo, de vinte e quatro horas. intermitente ficará a critério do comandante
As horas de “sobreaviso”, para todos os efeitos, e, neste último caso, nunca por período menor
serão contadas à razão de 1/3 (um terço) do que uma hora.
salário normal. § 2o  Os serviços de quarto nas máquinas,
§ 3o  Considera-se de “prontidão” o empre- passadiço, vigilância e outros que, consoante
gado que ficar nas dependências da estrada, parecer médico, possam prejudicar a saúde
aguardando ordens. A escala de prontidão será, do tripulante serão executados por períodos 49
não maiores e com intervalos não menores de serviço, por descanso em período equivalente,
quatro horas. no dia seguinte ou no subsequente, dentro das
do trabalho normal, ou no fim da viagem, ou
Art. 249.  Todo o tempo de serviço efetivo, pelo pagamento do salário correspondente.
excedente de oito horas, ocupado na forma do Parágrafo único.  As horas extraordinárias
artigo anterior, será considerado de trabalho de trabalho são indivisíveis, computando-se a
extraordinário, sujeito à compensação a que se fração de hora como hora inteira.
refere o art. 250, exceto se se tratar de trabalho
executado: Art. 251.  Em cada embarcação haverá um livro
a)  em virtude de responsabilidade pessoal em que serão anotadas as horas extraordinárias
do tripulante e no desempenho de funções de de trabalho de cada tripulante, e outro, do qual
direção, sendo consideradas como tais todas constarão, devidamente circunstanciadas, as
aquelas que a bordo se achem constituídas em transgressões dos mesmos tripulantes.
um único indivíduo com responsabilidade ex- Parágrafo único.  Os livros de que trata este
clusiva e pessoal; artigo obedecerão a modelos organizados pelo
b)  na iminência de perigo, para salvaguarda Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio,
ou defesa da embarcação, dos passageiros, ou serão escriturados em dia pelo comandante da
da carga, a juízo exclusivo do comandante ou embarcação e ficam sujeitos às formalidades
do responsável pela segurança a bordo; instituídas para os livros de registro de empre-
c)  por motivo de manobras ou fainas gerais gados em geral.
que reclamem a presença, em seus postos, de
todo o pessoal de bordo; Art. 252.  Qualquer tripulante que se julgue
d)  na navegação lacustre e fluvial, quando prejudicado por ordem emanada de superior
se destina ao abastecimento do navio ou em- hierárquico poderá interpor recurso, em termos,
barcação de combustível e rancho, ou por efeito perante a Delegacia do Trabalho Marítimo, por
das contingências da natureza da navegação, intermédio do respectivo comandante, o qual
na transposição de passos ou pontos difíceis, deverá encaminhá-lo com a respectiva infor-
inclusive operações de alívio ou transbordo mação dentro de cinco dias, contados de sua
de carga, para obtenção de calado menor para chegada ao porto.
essa transposição.
§ 1o  O trabalho executado aos domingos e
feriados será considerado extraordinário, salvo SEÇÃO VII – Dos Serviços Frigoríficos
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas

se se destinar:
a)  ao serviço de quartos e vigilância, movi- Art. 253.  Para os empregados que trabalham
mentação das máquinas e aparelhos de bordo, no interior das câmaras frigoríficas e para os
limpeza e higiene da embarcação, preparo de que movimentam mercadorias do ambiente
alimentação da equipagem e dos passageiros, quente ou normal para o frio e vice-versa, depois
serviço pessoal destes e, bem assim, aos socorros de uma hora e quarenta minutos de trabalho
de urgência ao navio ou ao pessoal; contínuo, será assegurado um período de vinte
b)  ao fim da navegação ou das manobras minutos de repouso, computado esse intervalo
para a entrada ou saída de portos, atracação, como de trabalho efetivo.
desatracação, embarque ou desembarque de Parágrafo único.  Considera-se artificialmen-
carga e passageiros. te frio, para os fins do presente artigo, o que for
§ 2o  Não excederá de 30 (trinta) horas se- inferior, nas primeira, segunda e terceira zonas
manais o serviço extraordinário prestado para climáticas do mapa oficial do Ministério do
o tráfego nos portos. Trabalho, Indústria e Comércio, a 15° (quinze
graus), na quarta zona a 12° (doze graus), e nas
Art. 250.  As horas de trabalho extraordinário quinta, sexta e sétima zonas a 10° (dez graus).
serão compensadas, segundo a conveniência do
50
SEÇÃO VIII – Dos Serviços de Estiva aprovadas pelo Ministério do Trabalho, Indús-
tria e Comércio.
Arts.  254 a 284. (Revogados)
Art. 298.  Em cada período de três horas con-
secutivas de trabalho, será obrigatória uma
SEÇÃO IX – Dos Serviços de Capatazias nos pausa de quinze minutos para repouso, a qual
Portos será computada na duração normal de trabalho
efetivo.
Arts.  285 a 292. (Revogados)
Art. 299.  Quando nos trabalhos de subsolo
ocorrerem acontecimentos que possam com-
SEÇÃO X – Do Trabalho em Minas de prometer a vida ou saúde do empregado, deverá
Subsolo a empresa comunicar o fato imediatamente à
autoridade Regional do Trabalho, do Ministério
Art. 293.  A duração normal do trabalho efe- do Trabalho, Indústria e Comércio.
tivo para os empregados em minas no subsolo
não excederá de seis horas diárias ou de trinta Art. 300.  Sempre que, por motivo de saúde,
e seis semanais. for necessária a transferência do empregado, a
juízo da autoridade competente em matéria de
Art. 294.  O tempo despendido pelo empregado segurança e medicina do trabalho, dos serviços
da boca da mina ao local do trabalho e vice-versa no subsolo para os de superfície, é a empresa
será computado para o efeito de pagamento obrigada a realizar essa transferência, assegu-
do salário. rando ao transferido a remuneração atribuída
ao trabalhador de superfície em serviço equi-
Art. 295.  A duração normal do trabalho efetivo valente, respeitada a capacidade profissional
no subsolo poderá ser elevada até oito horas do interessado.
diárias ou quarenta e oito semanais, mediante Parágrafo único.  No caso de recusa do em-
acordo escrito entre empregado e empregador pregado em atender a essa transferência, será
ou contrato coletivo de trabalho, sujeita essa ouvida a autoridade competente em matéria de
prorrogação a prévia licença da autoridade segurança e medicina do trabalho, que decidirá
competente em matéria de higiene do trabalho. a respeito.
Parágrafo único.  A duração normal do tra-
balho efetivo no subsolo poderá ser inferior a Art. 301.  O trabalho no subsolo somente será
seis horas diárias, por determinação da auto- permitido a homens, com idade compreendida
ridade de que trata este artigo, tendo em vista entre vinte e um e cinquenta anos, assegurada
condições locais de insalubridade e os métodos a transferência para a superfície nos termos
e processos do trabalho adotado. previstos no artigo anterior.

Art. 296.  A remuneração da hora prorrogada


Consolidação das Leis do Trabalho

será no mínimo 25% (vinte e cinco por cento) SEÇÃO XI – Dos Jornalistas Profissionais
superior à da hora normal e deverá constar do
acordo ou contrato coletivo de trabalho.4 Art. 302.  Os dispositivos da presente Seção
se aplicam aos que nas empresas jornalísticas
Art. 297.  Ao empregado no subsolo será for- prestem serviços como jornalistas, revisores,
necida, pelas empresas exploradoras de minas, fotógrafos, ou na ilustração, com as exceções
alimentação adequada à natureza do trabalho, nela previstas.
de acordo com as instruções estabelecidas pelo § 1o  Entende-se como jornalista o trabalha-
Serviço de Alimentação da Previdência Social e dor intelectual cuja função se estende desde a
busca de informações até a redação de notícias
  NE: ver Constituição Federal, art. 7o, XVI.
4
51
e artigos e a organização, orientação e direção Art. 307.  A cada seis dias de trabalho efetivo
desse trabalho. corresponderá um dia de descanso obrigatório,
§ 2o  Consideram-se empresas jornalísticas, que coincidirá com o domingo, salvo acordo
para os fins desta Seção, aquelas que têm a seu escrito em contrário, no qual será expressa-
cargo a edição de jornais, revistas, boletins e mente estipulado o dia em que se deve verificar
periódicos, ou a distribuição de noticiário, e, o descanso.
ainda, a radiodifusão em suas seções destinadas
à transmissão de notícias e comentários. Art. 308.  Em seguida a cada período diário de
trabalho haverá um intervalo mínimo de dez
Art. 303.  A duração normal do trabalho dos horas, destinado ao repouso.
empregados compreendidos nesta Seção não
deverá exceder de cinco horas, tanto de dia Art. 309.  Será computado como de trabalho
como à noite. efetivo o tempo em que o empregado estiver à
disposição do empregador.
Art. 304.  Poderá a duração normal do trabalho
ser elevada a sete horas, mediante acordo escrito, Art. 310. (Revogado)
em que se estipule aumento de ordenado, cor-
respondente ao excesso do tempo de trabalho, e Art. 311.  Para o registro de que trata o artigo
em que se fixe um intervalo destinado a repouso anterior, deve o requerente exibir os seguintes
ou a refeição. documentos:5
Parágrafo único.  Para atender a motivos de a)  prova de nacionalidade brasileira;
força maior, poderá o empregado prestar ser- b)  folha corrida;
viços por mais tempo do que aquele permitido c)  prova de que não responde a processo
nesta Seção. Em tais casos, porém, o excesso ou não sofreu condenação por crime contra a
deve ser comunicado à Divisão de Fiscalização segurança nacional;
do Departamento Nacional do Trabalho ou às d)  Carteira de Trabalho e Previdência Social.
Delegacias Regionais, do Ministério do Traba- § 1o  Aos profissionais devidamente registra-
lho, Indústria e Comércio, dentro de cinco dias, dos será feita a necessária declaração na Carteira
com a indicação expressa dos seus motivos. de Trabalho e Previdência Social.
§ 2o  Aos novos empregados será concedido
Art. 305.  As horas de serviço extraordinário, o prazo de 60 (sessenta) dias para a apresen-
quer as prestadas em virtude de acordo, quer as tação da Carteira de Trabalho e Previdência
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas

que derivam das causas previstas no parágrafo Social, fazendo-se o registro condicionado a
único do artigo anterior, não poderão ser remu- essa apresentação e expedindo-se um certificado
neradas com quantia inferior à que resulta do provisório para aquele período.
quociente da divisão da importância do salário
mensal por 150 (cento e cinquenta) para os Art. 312.  O registro dos diretores-proprietá-
mensalistas, e do salário diário por 5 (cinco) rios de jornais será feito, no Distrito Federal e
para os diaristas, acrescido de, pelo menos, 25% nos Estados, e independentemente da exigên-
(vinte e cinco por cento). cia constante do art. 311, letra “d”, da presente
Seção.6
Art. 306.  Os dispositivos dos arts. 303, 304 e § 1o  A prova de profissão, apresentada pelo
305 não se aplicam àqueles que exercem as fun- diretor-proprietário juntamente com os demais
ções de redator-chefe, secretário, subsecretário, documentos exigidos, consistirá em uma cer-
chefe e subchefe de revisão, chefe de oficina, de tidão, fornecida nos Estados e Território do
ilustração e chefe de portaria. Acre, pelas Juntas Comerciais ou Cartórios,
Parágrafo único.  Não se aplicam, do mesmo
modo, os artigos acima referidos aos que se
ocuparem unicamente em serviços externos.
5
  NE: ver Decreto-lei no 972/1969.
52 6
  NE: ver Decreto-lei no 972/1969.
e, no Distrito Federal, pela seção competente Parágrafo único.  Para os efeitos do cum-
do Departamento Nacional de Indústria e Co- primento deste artigo deverão os prejudicados
mércio, do Ministério do Trabalho, Indústria reclamar contra a falta de pagamento perante
e Comércio. a autoridade competente e, proferida a conde-
§ 2o  Aos diretores-proprietários regularmen- nação, desde que a empresa não a cumpra, ou,
te inscritos será fornecido um certificado, do em caso de recurso, não deposite o valor da
qual deverão constar o livro e a folha em que indenização, a autoridade que proferir a con-
houver sido feito o registro. denação oficiará à autoridade competente, para
a suspensão da circulação do jornal. Em igual
Art. 313.  Aqueles que, sem caráter profissio- pena de suspensão incorrerá a empresa que
nal, exercerem atividades jornalísticas, visando deixar de recolher as contribuições devidas às
fins culturais, científicos ou religiosos, poderão instituições de previdência social.
promover sua inscrição como jornalistas, na
forma desta Seção.7
§ 1o  As repartições competentes do Ministé- SEÇÃO XII – Dos Professores
rio do Trabalho, Indústria e Comércio manterão,
para os fins do artigo anterior, um registro espe- Art. 317.  O exercício remunerado do magisté-
cial, anexo ao dos jornalistas profissionais, nele rio, em estabelecimentos particulares de ensino,
inscrevendo os que satisfaçam os requisitos das exigirá apenas habilitação legal e registro no
alíneas “a”, “b” e “c” do artigo 311 e apresentem Ministério da Educação.
prova do exercício de atividade jornalística não
profissional, o que poderá ser feito por meio de Art. 318.  O professor poderá lecionar em um
atestado de associação cultural, científica ou mesmo estabelecimento por mais de um turno,
religiosa idônea. desde que não ultrapasse a jornada de trabalho
§ 2o  O pedido de registro será submetido a semanal estabelecida legalmente, assegurado e
despacho do ministro que, em cada caso, apre- não computado o intervalo para refeição.
ciará o valor da prova oferecida.
§ 3o  O registro de que trata o presente ar- Art. 319.  Aos professores é vedado, aos domin-
tigo tem caráter puramente declaratório e não gos, a regência de aulas e o trabalho em exames.
implica no reconhecimento de direitos que de-
correm do exercício remunerado e profissional Art. 320.  A remuneração dos professores será
do jornalismo. fixada pelo número de aulas semanais, na con-
formidade dos horários.
Art. 314. (Revogado) § 1o  O pagamento far-se-á mensalmente,
considerando-se para este efeito cada mês cons-
Art. 315.  O Governo Federal, de acordo com tituído de quatro semanas e meia.
os governos estaduais, promoverá a criação de § 2o  Vencido cada mês, será descontada,
escolas de preparação ao jornalismo, destinadas na remuneração dos professores, a importân-
à formação dos profissionais da imprensa. cia correspondente ao número de aulas a que
Consolidação das Leis do Trabalho

tiverem faltado.
Art. 316.  A empresa jornalística que deixar de § 3o  Não serão descontadas, no decurso de
pagar pontualmente, e na forma acordada, os nove dias, as faltas verificadas por motivo de
salários devidos a seus empregados, terá sus- gala ou de luto em consequência de falecimento
penso o seu funcionamento, até que se efetue do cônjuge, do pai ou mãe, ou de filho.
o pagamento devido.8
Art. 321.  Sempre que o estabelecimento de
ensino tiver necessidade de aumentar o número
de aulas marcado nos horários, remunerará o
7
  NE: ver Decreto-lei no 972/1969. professor, findo cada mês, com uma importância
8
  NE: ver Decreto-lei no 368/1968. correspondente ao número de aulas excedentes. 53
Art. 322.  No período de exames e no de férias químico, e que tenham requerido o respectivo
escolares, é assegurado aos professores o paga- registro até a extinção do prazo fixado pelo
mento, na mesma periodicidade contratual, da Decreto-lei no 2.298, de 10 de junho de 1940.
remuneração por eles percebida, na conformi- § 1o  Aos profissionais incluídos na alínea “c”
dade dos horários, durante o período de aulas. deste artigo, se dará, para os efeitos da presente
§ 1o  Não se exigirá dos professores, no perío- Seção, a denominação de “licenciados”.
do de exames, a prestação de mais de oito horas § 2o  O livre exercício da profissão de que
de trabalho diário, salvo mediante o pagamento trata o presente artigo só é permitido a estran-
complementar de cada hora excedente pelo geiros, quando compreendidos:
preço correspondente ao de uma aula. a)  nas alíneas “a” e “b”, independentemente
§ 2o  No período de férias, não se poderá de revalidação do diploma, se exerciam, legiti-
exigir dos professores outro serviço senão o mamente, na República, a profissão de químico
relacionado com a realização de exames. em a data da promulgação da Constituição de
§ 3o  Na hipótese de dispensa sem justa cau- 1934;
sa, ao término do ano letivo ou no curso das b)  na alínea “b”, se a seu favor militar a exis-
férias escolares, é assegurado ao professor o tência de reciprocidade internacional, admitida
pagamento a que se refere o caput deste artigo. em lei, para o reconhecimento dos respectivos
diplomas;
Art. 323.  Não será permitido o funcionamento c)  na alínea “c”, satisfeitas as condições nela
do estabelecimento particular de ensino que não estabelecidas.
remunere condignamente os seus professores, § 3o  O livre exercício da profissão a brasi-
ou não lhes pague pontualmente a remuneração leiros naturalizados está subordinado à prévia
de cada mês. prestação do serviço militar, no Brasil.
Parágrafo único.  Compete ao Ministério da § 4o  Só aos brasileiros natos é permitida a re-
Educação e Saúde fixar os critérios para a deter- validação dos diplomas de químicos, expedidos
minação da condigna remuneração devida aos por institutos estrangeiros de ensino superior.
professores bem como assegurar a execução do
preceito estabelecido no presente artigo. Art. 326.  Todo aquele que exercer ou pretender
exercer as funções de químico, é obrigado ao uso
Art. 324. (Revogado) da Carteira de Trabalho e Previdência Social,
devendo os profissionais, que se encontrarem
nas condições das alíneas “a” e “b” do art. 325,
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas

SEÇÃO XIII – Dos Químicos registrar os seus diplomas de acordo com a le-
gislação vigente.
Art. 325.  É livre o exercício da profissão de § 1o  A requisição de Carteiras de Trabalho
químico em todo o território da República, ob- e Previdência Social para uso dos químicos,
servadas as condições de capacidade técnica e além do disposto no capítulo “Da Identificação
outras exigências previstas na presente Seção: Profissional”, somente será processada mediante
a)  aos possuidores de diploma de químico, apresentação dos seguintes documentos que
químico industrial, químico industrial agrícola provem:
ou engenheiro químico, concedido, no Brasil, a)  ser o requerente brasileiro, nato ou natu-
por escola oficial ou oficialmente reconhecida; ralizado, ou estrangeiro;
b)  aos diplomados em química por instituto b)  estar, se for brasileiro, de posse dos direi-
estrangeiro, de ensino superior, que tenham, tos civis e políticos;
de acordo com a lei e a partir de 14 de julho de c)  ter diploma de químico, químico indus-
1934, revalidado os seus diplomas; trial, químico industrial agrícola ou engenheiro
c)  aos que, ao tempo da publicação do Decre- químico, expedido por escola superior oficial
to no 24.693, de 12 de julho de 1934, se achavam ou oficializada;
no exercício efetivo de função pública ou par- d)  ter, se diplomado no estrangeiro, o res-
54 ticular, para a qual seja exigida a qualidade de pectivo diploma revalidado nos termos da lei;
e)  haver, o que for brasileiro naturalizado, tro do diploma fica sujeito à taxa de 30 (trinta)
prestado serviço militar no Brasil; cruzeiros.10
f)  achar-se, o estrangeiro, ao ser promulgada
a Constituição de 1934, exercendo legitima- Art. 328.  Só poderão ser admitidos a registro
mente, na República, a profissão de químico, ou os diplomas, certificados de diplomas, cartas e
concorrer a seu favor a existência de reciproci- outros títulos, bem como atestados e certifi-
dade internacional, admitida em lei, para o reco- cados, que estiverem na devida forma e cujas
nhecimento dos diplomas dessa especialidade. firmas hajam sido regularmente reconhecidas
§ 2o  A requisição de que trata o parágrafo por tabelião público e, sendo estrangeiros, pela
anterior deve ser acompanhada: Secretaria do Estado das Relações Exteriores,
a)  do diploma devidamente autenticado, no acompanhados estes últimos da respectiva tra-
caso da alínea “b” do artigo precedente, e com dução, feita por intérprete comercial brasileiro.
as firmas reconhecidas no país de origem e na Parágrafo único.  O Departamento Nacional
Secretaria de Estado das Relações Exteriores, ou do Trabalho e as Delegacias Regionais do Mi-
da respectiva certidão, bem como do título de nistério do Trabalho, Indústria e Comércio, nos
revalidação, ou certidão respectiva, de acordo Estados, publicarão, periodicamente, a lista dos
com a legislação em vigor; químicos registrados na forma desta Seção.11
b)  do certificado ou atestado comprobatório
de se achar o requerente, na hipótese da alínea Art. 329.  A cada inscrito, e como documento
“c” do referido artigo, ao tempo da publicação comprobatório do registro, será fornecida pelo
do Decreto no 24.693, de 12 de julho de 1934, Departamento Nacional do Trabalho, no Distri-
no exercício efetivo de função pública, ou par- to Federal, ou pelas Delegacias Regionais, nos
ticular, para a qual seja exigida a qualidade de Estados e no Território do Acre, uma Carteira
químico, devendo esses documentos ser auten- de Trabalho e Previdência Social numerada,
ticados pelo Delegado Regional do Trabalho, que, além da fotografia, medindo 3 (três) por
quando se referirem a requerentes moradores 4 (quatro) centímetros, tirada de frente, com a
nas capitais dos Estados, ou coletor federal, no cabeça descoberta, e das impressões do polegar,
caso de residirem os interessados nos municí- conterá as declarações seguintes:12
pios do interior; a)  o nome por extenso;
c)  de três exemplares de fotografia exigida b)  a nacionalidade e, se estrangeiro, a cir-
pelo art. 329 e de uma folha com as declarações cunstância de ser ou não naturalizado;
que devam ser lançadas na Carteira de Trabalho c)  a data e lugar do nascimento;
e Previdência Social, de conformidade com o d)  a denominação da escola em que houver
disposto nas alíneas do mesmo artigo e seu feito o curso;
parágrafo único. e)  a data da expedição do diploma e o nú-
§ 3o  Reconhecida a validade dos documentos mero do registro no Ministério do Trabalho,
apresentados, o Serviço de Identificação Profis- Indústria e Comércio;
sional do Departamento Nacional do Trabalho, f)  a data da revalidação do diploma, se de
no Distrito Federal, ou os órgãos regionais do instituto estrangeiro;
Consolidação das Leis do Trabalho

Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio, g)  a especificação, inclusive data, de outro


nos Estados e no Território do Acre, registrarão, título ou títulos de habilitação;
em livros próprios, os documentos a que se h)  a assinatura do inscrito.
refere a alínea “c” do § 1o e, juntamente com a Parágrafo único.  A carteira destinada aos
Carteira de Trabalho e Previdência Social emi- profissionais a que se refere o § 1o do art. 325
tida, os devolverão ao interessado.9 deverá, em vez das declarações indicadas nas

Art. 327.  Além dos emolumentos fixados no


Capítulo “Da Identificação Profissional”, o regis-
10
  NE: ver Lei no 2.800/1956.
11
  NE: ver Lei no 2.800/1956.
  NE: ver Lei no 2.800/1956.
9 12
  NE: ver Lei no 2.800/1956. 55
alíneas “d”, “e” e “f ” deste artigo, e além do tí- d)  a engenharia química.
tulo – licenciado – posto em destaque, conter § 1o  Aos químicos, químicos industriais e
a menção do título de nomeação ou admissão químicos industriais agrícolas que estejam nas
e respectiva data, se funcionário público, ou condições estabelecidas no art. 325, alíneas “a” e
do atestado relativo ao exercício, na qualidade “b”, compete o exercício das atividades definidas
de químico, de um cargo em empresa particu- nos itens “a”, “b” e “c” deste artigo, sendo pri-
lar, com designação desta e da data inicial do vativa dos engenheiros químicos a do item “d”.
exercício. § 2o  Aos que estiverem nas condições do
art. 325, alíneas “a” e “b”, compete, como aos
Art. 330.  A Carteira de Trabalho e Previdência diplomados em medicina ou farmácia, as ati-
Social, expedida nos termos desta Seção, é obri- vidades definidas no art. 2o, alíneas “d”, “e” e
gatória para o exercício da profissão, substitui “f ”, do Decreto no 20.377, de 8 de setembro de
em todos os casos o diploma ou título e servirá 1931, cabendo aos agrônomos e engenheiros
de carteira de identidade. agrônomos as que se acham especificadas no
art. 6o, alínea “h”, do Decreto no 23.196, de 12
Art. 331.  Nenhuma autoridade poderá receber de outubro de 1933.
impostos relativos ao exercício profissional de
químico, senão à vista da prova de que o in- Art. 335.  É obrigatória a admissão de químicos
teressado se acha registrado de acordo com a nos seguintes tipos de indústria:
presente Seção, e essa prova será também exigida a)  de fabricação de produtos químicos;
para a realização de concursos periciais e todos b)  que mantenham laboratório de controle
os outros atos oficiais que exijam capacidade químico;
técnica de químico. c)  de fabricação de produtos industriais que
são obtidos por meio de reações químicas diri-
Art. 332.  Quem, mediante anúncios, placas, gidas, tais como: cimento, açúcar e álcool, vidro,
cartões comerciais ou outros meios capazes curtume, massas plásticas artificiais, explosivos,
de ser identificados, se propuser ao exercício derivados de carvão ou de petróleo, refinação
da química em qualquer dos seus ramos, sem de óleos vegetais ou minerais, sabão, celulose
que esteja devidamente registrado, fica sujeito e derivados.
às penalidades aplicáveis ao exercício ilegal da
profissão. Art. 336.  No preenchimento de cargos públi-
cos, para os quais se faz mister a qualidade de
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas

Art. 333.  Os profissionais a que se referem químico, ressalvadas as especializações referidas


os dispositivos anteriores só poderão exercer no § 2o do art. 334, a partir da data da publi-
legalmente as funções de químicos depois de cação do Decreto no 24.693, de 12 de julho de
satisfazerem as obrigações constantes do art. 330 1934, requer-se, como condição essencial, que
desta Seção. os candidatos previamente hajam satisfeito as
exigências do art. 333 desta Seção.
Art. 334.  O exercício da profissão de químico
compreende: Art. 337.  Fazem fé pública os certificados de
a)  a fabricação de produtos e subprodutos análises químicas, pareceres, atestados, laudos
químicos em seus diversos graus de pureza; de perícias e projetos relativos a essa especiali-
b)  a análise química, a elaboração de pare- dade, assinados por profissionais que satisfaçam
ceres, atestados e projetos da especialidade, e as condições estabelecidas nas alíneas “a” e “b”
sua execução, perícia civil ou judiciária sobre do art. 325.
essa matéria, a direção e a responsabilidade de
laboratórios ou departamentos químicos, de Art. 338.  É facultado aos químicos que satis-
indústria e empresas comerciais; fizerem as condições constantes do art. 325,
c)  o magistério nas cadeiras de química dos alíneas “a” e “b”, o ensino da especialidade a que
56 cursos superiores especializados em química;
se dedicarem, nas escolas superiores, oficiais que forem necessárias bem como o exame dos
ou oficializadas. arquivos, livros de escrituração, folhas de paga-
Parágrafo único.  Na hipótese de concurso mento, contratos e outros documentos de uso de
para o provimento de cargo ou emprego pú- firmas ou empresas industriais ou comerciais,
blico, os químicos a que este artigo se refere em cujos serviços tome parte um ou mais pro-
terão preferência, em igualdade de condições. fissionais que desempenhem função para a qual
se deva exigir a qualidade de químico.
Art. 339.  O nome do químico responsável pela
fabricação dos produtos de uma fábrica, usina Art. 344.  Aos sindicatos de químicos devi-
ou laboratório deverá figurar nos respectivos damente reconhecidos é facultado auxiliar a
rótulos, faturas e anúncios, compreendida entre fiscalização, no tocante à observância da alínea
estes últimos a legenda impressa em cartas e “c” do artigo anterior.
sobrecartas.
Art. 345.  Verificando-se, pelo Ministério do
Art. 340.  Somente os químicos habilitados, nos Trabalho, Indústria e Comércio, serem falsos
termos do art. 325, alíneas “a” e “b”, poderão ser os diplomas ou outros títulos dessa natureza,
nomeados ex officio para os exames periciais de atestados, certificados e quaisquer documentos
fábricas, laboratórios e usinas e de produtos aí exibidos para os fins de que trata esta Seção,
fabricados. incorrerão os seus autores e cúmplices nas pe-
Parágrafo único.  Não se acham compreendi- nalidades estabelecidas em lei.14
dos no artigo anterior os produtos farmacêuticos Parágrafo único.  A falsificação de diploma
e os laboratórios de produtos farmacêuticos. ou outros quaisquer títulos, uma vez verificada,
será imediatamente comunicada ao Serviço de
Art. 341.  Cabe aos químicos habilitados, con- Identificação Profissional, do Departamento
forme estabelece o art. 325, alíneas “a” e “b”, a Nacional do Trabalho, remetendo-se-lhe os
execução de todos os serviços que, não especifi- documentos falsificados, para instauração do
cados no presente regulamento, exijam por sua processo que no caso couber.
natureza o conhecimento de química.
Art. 346.  Será suspenso do exercício de suas
Art. 342.  A fiscalização do exercício da pro- funções, independentemente de outras penas
fissão de químico incumbe ao Departamen- em que possa incorrer, o químico, inclusive o
to Nacional do Trabalho no Distrito Federal licenciado, que incidir em alguma das seguintes
e às autoridades regionais do Ministério do faltas:
Trabalho, Indústria e Comércio, nos Estados e a)  revelar improbidade profissional, dar fal-
Território do Acre.13 so testemunho, quebrar o sigilo profissional e
promover falsificações, referentes à prática de
Art. 343.  São atribuições dos órgãos de fis- atos de que trata esta Seção;
calização: b)  concorrer com seus conhecimentos cientí-
a)  examinar os documentos exigidos para ficos para a prática de crime ou atentado contra
Consolidação das Leis do Trabalho

o registro profissional de que trata o art. 326 e a pátria, a ordem social ou a saúde pública;
seus §§ 1o e 2o e o art. 327, proceder à respectiva c)  deixar, no prazo marcado nesta Seção, de
inscrição e indeferir o pedido dos interessados requerer a revalidação e registro do diploma
que não satisfizerem as exigências desta Seção; estrangeiro, ou o seu registro profissional no
b)  registrar as comunicações e contratos a Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio.15
que aludem o art. 350 e seus parágrafos e dar Parágrafo único.  O tempo de suspensão a
as respectivas baixas; que alude este artigo variará entre um mês e
c)  verificar o exato cumprimento das dispo-
sições desta Seção, realizando as investigações
14
  NE: ver Lei no 2.800/1956.
  NE: ver Lei no 2.800/1956.
13 15
  NE: ver Lei no 2.800/1956. 57
um ano, a critério do Departamento Nacional de ressalvar a sua responsabilidade e fazer-se o
do Trabalho, após processo regular, ressalvada cancelamento do contrato. Em caso de falência
a ação da justiça pública.16 do estabelecimento, a comunicação será feita
pela firma proprietária.
Art. 347.  Aqueles que exercerem a profissão
de químico sem ter preenchido as condições do
art. 325 e suas alíneas, nem promovido o seu SEÇÃO XIV – Das Penalidades
registro, nos termos do art. 326, incorrerão na
multa de 200 (duzentos) cruzeiros a 5.000 (cinco Art. 351.  Os infratores dos dispositivos do
mil) cruzeiros, que será elevada ao dobro, no presente Capítulo incorrerão na multa de cin-
caso de reincidência. quenta a cinco mil cruzeiros, segundo a natureza
da infração, sua extensão e a intenção de quem
Art. 348.  Aos licenciados a que alude o § 1o a praticou, aplicada em dobro no caso de rein-
do art. 325 poderão, por ato do Departamento cidência, oposição à fiscalização ou desacato à
Nacional do Trabalho, sujeito à aprovação do autoridade.
Ministro, ser cassadas as garantias asseguradas Parágrafo único.  São competentes para im-
por esta Seção, desde que interrompam, por por penalidades as autoridades de 1a (primeira)
motivo de falta prevista no art. 346, a função instância incumbidas da fiscalização dos pre-
pública ou particular em que se encontravam ceitos constantes do presente Capítulo.
por ocasião da publicação do Decreto no 24.693,
de 12 de julho de 1934.17
CAPÍTULO II – Da Nacionalização do
Art. 349.  O número de químicos estrangeiros a Trabalho
serviço de particulares, empresas ou companhias SEÇÃO I – Da Proporcionalidade de
não poderá exceder de 1/3 (um terço) ao dos Empregados Brasileiros
profissionais brasileiros compreendidos nos
respectivos quadros. Art. 352.  As empresas, individuais ou coletivas,
que explorem serviços públicos dados em con-
Art. 350.  O químico que assumir a direção cessão, ou que exerçam atividades industriais ou
técnica ou cargo de químico de qualquer usina, comerciais, são obrigadas a manter, no quadro
fábrica, ou laboratório industrial ou de análise do seu pessoal, quando composto de três ou mais
deverá, dentro de 24 (vinte e quatro) horas e empregados, uma proporção de brasileiros não
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas

por escrito, comunicar essa ocorrência ao ór- inferior à estabelecida no presente Capítulo.
gão fiscalizador, contraindo, desde essa data, a § 1o  Sob a denominação geral de atividades
responsabilidade da parte técnica referente à industriais e comerciais compreendem-se, além
sua profissão, assim como a responsabilidade de outras que venham a ser determinadas em
técnica dos produtos manufaturados. portaria do Ministro do Trabalho, Indústria e
§ 1o  Firmando-se contrato entre o químico Comércio, as exercidas:
e o proprietário da usina, fábrica ou laborató- a)  nos estabelecimentos industriais em geral;
rio, será esse documento apresentado, dentro b)  nos serviços de comunicações, de trans-
do prazo de 30 (trinta) dias, para registro, ao portes terrestres, marítimos, fluviais, lacustres
órgão fiscalizador. e aéreos;
§ 2o  Comunicação idêntica à de que trata c)  nas garagens, oficinas de reparos e postos
a primeira parte deste artigo fará o químico, de abastecimento de automóveis e nas cocheiras;
quando deixar a direção técnica ou o cargo de d)  na indústria da pesca;
químico, em cujo exercício se encontrava, a fim e)  nos estabelecimentos comerciais em geral;
f)  nos escritórios comerciais em geral;
g)  nos estabelecimentos bancários, ou de
16
  NE: ver Lei no 2.800/1956. economia coletiva, nas empresas de seguros e
58 17
  NE: ver Lei no 2.800/1956. nas de capitalização;
h)  nos estabelecimentos jornalísticos, de nalidade a ser observada, as sucursais, filiais e
publicidade e de radiodifusão; agências em que trabalhem três ou mais em-
i)  nos estabelecimentos de ensino remu- pregados.
nerado, excluídos os que neles trabalhem por
força de voto religioso; Art. 356.  Sempre que uma empresa ou indiví-
j)  nas drogarias e farmácias; duo explore atividades sujeitas a proporciona-
k)  nos salões de barbeiro ou cabeleireiro e lidades diferentes, observar-se-á, em relação a
de beleza; cada uma delas, a que lhe corresponder.
l)  nos estabelecimentos de diversões públi-
cas, excluídos os elencos teatrais, e nos clubes Art. 357.  Não se compreendem na proporcio-
esportivos; nalidade os empregados que exerçam funções
m)  nos hotéis, restaurantes, bares e estabe- técnicas especializadas, desde que, a juízo do
lecimentos congêneres; Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio,
n)  nos estabelecimentos hospitalares e fi- haja falta de trabalhadores nacionais.
sioterápicos cujos serviços sejam remunerados,
excluídos os que neles trabalhem por força de Art. 358.  Nenhuma empresa, ainda que não
voto religioso; sujeita à proporcionalidade, poderá pagar a
o)  nas empresas de mineração. brasileiro que exerça função análoga, a juízo do
§ 2o  Não se acham sujeitas às obrigações da Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio,
proporcionalidade as indústrias rurais, as que, à que é exercida por estrangeiro a seu serviço,
em zona agrícola, se destinem ao beneficiamen- salário inferior ao deste, excetuando-se os casos
to ou transformação de produtos da região e seguintes:
as atividades industriais de natureza extrativa, a)  quando, nos estabelecimentos que não
salvo a mineração. tenham quadros de empregados organizados em
carreira, o brasileiro contar menos de dois anos
Art. 353.  Equiparam-se aos brasileiros, para de serviço, e o estrangeiro mais de dois anos;
os fins deste Capítulo, ressalvado o exercício b)  quando, mediante aprovação do Ministé-
de profissões reservadas aos brasileiros natos rio do Trabalho, Indústria e Comércio, houver
ou aos brasileiros em geral, os estrangeiros que, quadro organizado em carreira em que seja
residindo no País há mais de dez anos, tenham garantido o acesso por antiguidade;
cônjuge ou filho brasileiro, e os portugueses. c)  quando o brasileiro for aprendiz, ajudante
ou servente, e não o for o estrangeiro;
Art. 354.  A proporcionalidade será de dois d)  quando a remuneração resultar de maior
terços de empregados brasileiros, podendo, en- produção, para os que trabalham à comissão
tretanto, ser fixada proporcionalidade inferior, ou por tarefa.
em atenção às circunstâncias especiais de cada Parágrafo único.  Nos casos de falta ou ces-
atividade, mediante ato do Poder Executivo, e sação de serviço, a dispensa do empregado
depois de devidamente apurada pelo Departa- estrangeiro deve preceder à de brasileiro que
mento Nacional do Trabalho e pelo Serviço de exerça função análoga.
Consolidação das Leis do Trabalho

Estatística de Previdência e Trabalho a insufi-


ciência do número de brasileiros na atividade
de que se tratar. SEÇÃO II – Das Relações Anuais de
Parágrafo único.  A proporcionalidade é Empregados
obrigatória não só em relação à totalidade do
quadro de empregados, com as exceções desta Art. 359.  Nenhuma empresa poderá admitir
Lei, como ainda em relação à correspondente a seu serviço empregado estrangeiro sem que
folha de salários. este exiba a carteira de identidade de estrangeiro
devidamente anotada.
Art. 355.  Consideram-se como estabelecimen- Parágrafo único.  A empresa é obrigada a
tos autônomos, para os efeitos da proporcio- assentar no registro de empregados os dados re- 59
ferentes à nacionalidade de qualquer empregado se referiram e estarão sujeitas à taxa correspon-
estrangeiro e o número da respectiva carteira dente a 1/10 (um décimo) do salário mínimo
de identidade. regional. Sem elas nenhum fornecimento ou
contrato poderá ser feito com o Governo da
Art. 360.  Toda empresa compreendida na União, dos Estados ou Municípios, ou com as
enumeração do art. 352, § 1o, deste Capítulo, instituições paraestatais a eles subordinadas,
qualquer que seja o número de seus empregados, nem será renovada autorização a empresa es-
deve apresentar anualmente às repartições com- trangeira para funcionar no país.
petentes do Ministério do Trabalho, Indústria § 2o  A primeira via da relação, depois de
e Comércio, de 2 de maio a 30 de junho, uma considerada pela repartição fiscalizadora, será
relação, em três vias, de todos os seus empre- remetida, anualmente, ao Departamento Nacio-
gados, segundo o modelo que for expedido. nal de Mão de Obra (DNMO) como subsídio ao
§ 1o  As relações terão, na 1a (primeira) via, estudo das condições de mercado de trabalho,
o selo de três cruzeiros pela folha inicial e dois de um modo geral, e, em particular, no que se
cruzeiros por folha excedente, além do selo do refere à mão de obra qualificada.
Fundo de Educação, e nelas será assinalada, § 3o  A segunda via da relação será remetida
em tinta vermelha, a modificação havida com pela repartição competente ao Serviço de Esta-
referência à última relação apresentada. Se se tística da Previdência e Trabalho e a terceira via
tratar de nova empresa, a relação encimada devolvida à empresa, devidamente autenticada.
pelos dizeres – Primeira Relação – deverá ser
feita dentro de 30 (trinta) dias de seu registro
no Departamento Nacional da Indústria e Co- SEÇÃO III – Das Penalidades
mércio ou repartições competentes.
§ 2o  A entrega das relações far-se-á direta- Art. 363.  O processo das infrações do presente
mente às repartições competentes do Ministério Capítulo obedecerá ao disposto no Título “Do
do Trabalho, Indústria e Comércio ou, onde Processo de Multas Administrativas”, no que lhe
não as houver, às Coletorias Federais, que as for aplicável, com observância dos modelos de
remeterão desde logo àquelas repartições. A auto a serem expedidos.
entrega operar-se-á contra recibo especial, cuja
exibição é obrigatória, em caso de fiscalização, Art. 364.  As infrações do presente Capítulo
enquanto não for devolvida ao empregador a serão punidas com a multa de cem a dez mil
via autenticada da declaração. cruzeiros.
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas

§ 3o  Quando não houver empregado far-se-á Parágrafo único.  Em se tratando de empresa
declaração negativa. concessionária de serviço público, ou de socie-
dade estrangeira autorizada a funcionar no país,
Art. 361.  Apurando-se, das relações apresen- se a infratora, depois de multada, não atender
tadas, qualquer infração, será concedido ao afinal ao cumprimento do texto infringido, po-
infrator o prazo de dez dias para defesa, seguin- derá ser-lhe cassada a concessão ou autorização.
do-se o despacho pela autoridade competente.

Art. 362.  As repartições às quais competir a SEÇÃO IV – Disposições Gerais


fiscalização do disposto no presente Capítulo
manterão fichário especial de empresas, do qual Art. 365.  O presente Capítulo não derroga
constem as anotações referentes ao respectivo as restrições vigentes quanto às exigências de
cumprimento, e fornecerão aos interessados nacionalidade brasileira para o exercício de
as certidões de quitação que se tornarem ne- determinadas profissões nem as que vigoram
cessárias, no prazo de trinta dias, contados da para as faixas de fronteiras, na conformidade
data do pedido. da respectiva legislação.
§ 1o  As certidões de quitação farão prova até
60 30 de setembro do ano seguinte àquele a que
Art. 366.  Enquanto não for expedida a carteira CAPÍTULO III – Da Proteção do Trabalho
a que se refere o art. 359 deste Capítulo, valerá, da Mulher
a título precário, como documento hábil, uma SEÇÃO I – Da Duração, Condições do
certidão, passada pelo serviço competente do Trabalho e da Discriminação contra a Mulher
Registro de Estrangeiros, provando que o em-
pregado requereu sua permanência no país. Art. 372.  Os preceitos que regulam o trabalho
masculino são aplicáveis ao trabalho feminino,
Art. 367.  A redução a que se refere o art. 354, naquilo em que não colidirem com a proteção
enquanto o Serviço de Estatística da Previdência especial instituída por este Capítulo.
e Trabalho não dispuser dos dados estatísticos Parágrafo único. (Revogado)
necessários à fixação da proporcionalidade con-
veniente para cada atividade, poderá ser feita Art. 373.  A duração normal de trabalho da
por ato do Ministro do Trabalho, Indústria e mulher será de oito horas diárias, exceto nos
Comércio, mediante representação fundamen- casos para os quais for fixada duração inferior.
tada da associação sindical.
Parágrafo único.  O Serviço de Estatística Art. 373-A.  Ressalvadas as disposições legais
da Previdência e Trabalho deverá promover, e destinadas a corrigir as distorções que afetam
manter em dia, estudos necessários aos fins do o acesso da mulher ao mercado de trabalho e
presente Capítulo. certas especificidades estabelecidas nos acordos
trabalhistas, é vedado:
I – publicar ou fazer publicar anúncio de
SEÇÃO V – Das Disposições Especiais sobre emprego no qual haja referência ao sexo, à ida-
a Nacionalização da Marinha Mercante de, à cor ou situação familiar, salvo quando a
natureza da atividade a ser exercida, pública e
Art. 368.  O comando de navio mercante nacio- notoriamente, assim o exigir;
nal só poderá ser exercido por brasileiro nato. II – recusar emprego, promoção ou motivar
a dispensa do trabalho em razão de sexo, idade,
Art. 369.  A tripulação de navio ou embarcação cor, situação familiar ou estado de gravidez, sal-
nacional será constituída, pelo menos, de dois vo quando a natureza da atividade seja notória
terços de brasileiros natos. e publicamente incompatível;
Parágrafo único.  O disposto neste artigo não III – considerar o sexo, a idade, a cor ou si-
se aplica aos navios nacionais de pesca, sujeitos tuação familiar como variável determinante para
à legislação específica. fins de remuneração, formação profissional e
oportunidades de ascensão profissional;
Art. 370.  As empresas de navegação organiza- IV – exigir atestado ou exame, de qualquer
rão as relações dos tripulantes das respectivas natureza, para comprovação de esterilidade
embarcações, enviando-as no prazo a que se ou gravidez, na admissão ou permanência no
refere a Seção II deste Capítulo à Delegacia do emprego;
Trabalho Marítimo onde as mesmas tiverem V – impedir o acesso ou adotar critérios
Consolidação das Leis do Trabalho

sede. subjetivos para deferimento de inscrição ou


Parágrafo único.  As relações a que alude o aprovação em concursos, em empresas privadas,
presente artigo obedecerão, na discriminação em razão de sexo, idade, cor, situação familiar
hierárquica e funcional do pessoal embarcadi- ou estado de gravidez;
ço, ao quadro aprovado pelo regulamento das VI – proceder o empregador ou preposto a re-
Capitanias dos Portos. vistas íntimas nas empregadas ou funcionárias.
Parágrafo único.  O disposto neste artigo
Art. 371.  A presente Seção é também aplicável não obsta a adoção de medidas temporárias
aos serviços de navegação fluvial e lacustre e que visem ao estabelecimento das políticas de
à praticagem nas barras, portos, rios, lagos e igualdade entre homens e mulheres, em parti-
canais. cular as que se destinam a corrigir as distorções 61
que afetam a formação profissional, o acesso competente, na forma das disposições gerais,
ao emprego e as condições gerais de trabalho caso em que recairá em outro dia.
da mulher. Parágrafo único.  Observar-se-ão, igualmen-
te, os preceitos da legislação geral sobre a proi-
Arts.  374 a 376. (Revogados) bição de trabalho nos feriados civis e religiosos.

Art. 377.  A adoção de medidas de proteção ao Art. 386.  Havendo trabalho aos domingos,


trabalho das mulheres é considerada de ordem será organizada uma escala de revezamento
pública, não justificando em hipótese alguma a quinzenal, que favoreça o repouso dominical.
redução de salário.

Art. 378. (Revogado) SEÇÃO IV – Dos Métodos e Locais de


Trabalho

SEÇÃO II – Do Trabalho Noturno Art. 387. (Revogado)

Art. 379. (Revogado) Art. 388.  Em virtude de exame e parecer da


autoridade competente, o Ministro do Traba-
Art. 380. (Revogado) lho, Indústria e Comércio poderá estabelecer
derrogações totais ou parciais às proibições a
Art. 381.  O trabalho noturno das mulheres que alude o artigo anterior, quando tiver desa-
terá salário superior ao diurno. parecido, nos serviços considerados perigosos
§ 1o  Para os fins desse artigo, os salários se- ou insalubres, todo e qualquer caráter perigoso
rão acrescidos duma percentagem adicional de ou prejudicial mediante a aplicação de novos
20% (vinte por cento) no mínimo. métodos de trabalho ou pelo emprego de me-
§ 2o  Cada hora do período noturno de traba- didas de ordem preventiva.
lho das mulheres terá cinquenta e dois minutos
e trinta segundos. Art. 389.  Toda empresa é obrigada:
I – a prover os estabelecimentos de medi-
das concernentes à higienização dos métodos
SEÇÃO III – Dos Períodos de Descanso e locais de trabalho, tais como ventilação e ilu-
minação e outros que se fizerem necessários à
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas

Art. 382.  Entre duas jornadas de trabalho, ha- segurança e ao conforto das mulheres, a critério
verá um intervalo de onze horas consecutivas, da autoridade competente;
no mínimo, destinado ao repouso. II – a instalar bebedouros, lavatórios, apare-
lhos sanitários; dispor de cadeiras ou bancos, em
Art. 383.  Durante a jornada de trabalho, será número suficiente, que permitam às mulheres
concedido à empregada um período para re- trabalhar sem grande esgotamento físico;
feição e repouso não inferior a uma hora nem III – a instalar vestiários com armários in-
superior a duas horas, salvo a hipótese prevista dividuais privativos das mulheres, exceto os
no art. 71, § 3o. estabelecimentos comerciais, escritórios, bancos
e atividades afins, em que não seja exigida a
Art. 384. (Revogado) troca de roupa, e outros, a critério da autoridade
competente em matéria de segurança e higiene
Art. 385.  O descanso semanal será de 24 (vin- do trabalho, admitindo-se como suficientes as
te e quatro) horas consecutivas e coincidirá gavetas ou escaninhos, onde possam as empre-
no todo ou em parte com o domingo, salvo gadas guardar seus pertences;
motivo de conveniência pública ou necessida- IV – a fornecer, gratuitamente, a juízo da
de imperiosa de serviço, a juízo da autoridade autoridade competente, os recursos de proteção
62 individual, tais como óculos, máscaras, luvas e
roupas especiais, para a defesa dos olhos, do SEÇÃO V – Da Proteção à Maternidade
aparelho respiratório e da pele, de acordo com
a natureza do trabalho. Art. 391.  Não constitui justo motivo para a
§ 1o  Os estabelecimentos em que traba- rescisão do contrato de trabalho da mulher o
lharem pelo menos 30 (trinta) mulheres, com fato de haver contraído matrimônio ou de en-
mais de 16 (dezesseis) anos de idade, terão local contrar-se em estado de gravidez.
apropriado onde seja permitido às empregadas Parágrafo único.  Não serão permitidos em
guardar sob vigilância e assistência os seus filhos regulamentos de qualquer natureza, contratos
no período da amamentação. coletivos ou individuais de trabalho, restrições
§ 2o  A exigência do § 1o poderá ser suprida ao direito da mulher ao seu emprego, por motivo
por meio de creches distritais mantidas, dire- de casamento ou de gravidez.
tamente ou mediante convênios, com outras
entidades públicas ou privadas, pelas próprias Art. 391-A.  A confirmação do estado de gra-
empresas, em regime comunitário, ou a cargo do videz advindo no curso do contrato de traba-
SESI, do SESC, da LBA ou de entidades sindicais. lho, ainda que durante o prazo do aviso prévio
trabalhado ou indenizado, garante à empregada
Art. 390.  Ao empregador é vedado empregar gestante a estabilidade provisória prevista na
a mulher em serviço que demande o emprego alínea “b” do inciso II do art. 10 do Ato das
de força muscular superior a 20 (vinte) quilos, Disposições Constitucionais Transitórias.
para o trabalho contínuo, ou 25 (vinte e cinco) Parágrafo único.  O disposto no caput deste
quilos, para o trabalho ocasional. artigo aplica-se ao empregado adotante ao qual
Parágrafo único.  Não está compreendida na tenha sido concedida guarda provisória para
determinação deste artigo a remoção de mate- fins de adoção.
rial feita por impulsão ou tração de vagonetes
sobre trilhos, de carros de mão ou quaisquer Art. 392.  A empregada gestante tem direito à
aparelhos mecânicos. licença-maternidade de 120 (cento e vinte) dias,
sem prejuízo do emprego e do salário.
Art. 390-A. (Vetado) § 1o  A empregada deve, mediante atestado
médico, notificar o seu empregador da data do
Art. 390-B.  As vagas dos cursos de formação início do afastamento do emprego, que poderá
de mão de obra, ministrados por instituições ocorrer entre o 28o (vigésimo oitavo) dia antes
governamentais, pelos próprios empregadores do parto e ocorrência deste.18
ou por qualquer órgão de ensino profissiona- § 2o  Os períodos de repouso, antes e depois
lizante, serão oferecidas aos empregados de do parto, poderão ser aumentados de 2 (duas)
ambos os sexos. semanas cada um, mediante atestado médico.
§ 3o  Em caso de parto antecipado, a mulher
Art. 390-C.  As empresas com mais de cem terá direito aos 120 (cento e vinte) dias previstos
empregados, de ambos os sexos, deverão manter neste artigo.
programas especiais de incentivos e aperfeiçoa- § 4o  É garantido à empregada, durante a gra-
Consolidação das Leis do Trabalho

mento profissional da mão de obra. videz, sem prejuízo do salário e demais direitos:
I – transferência de função, quando as condi-
Art. 390-D. (Vetado) ções de saúde o exigirem, assegurada a retomada
da função anteriormente exercida, logo após o
Art. 390-E.  A pessoa jurídica poderá associar- retorno ao trabalho;
-se a entidade de formação profissional, socie- II – dispensa do horário de trabalho pelo
dades civis, sociedades cooperativas, órgãos e tempo necessário para a realização de, no mí-
entidades públicas ou entidades sindicais, bem nimo, seis consultas médicas e demais exames
como firmar convênios para o desenvolvimento complementares.
de ações conjuntas, visando à execução de proje-
tos relativos ao incentivo ao trabalho da mulher.   NE: ver ADI no 6.327.
18
63
§ 5o (Vetado) da mulher, que recomende o afastamento du-
rante a gestação;19
Art. 392-A.  À empregada que adotar ou obtiver III – atividades consideradas insalubres em
guarda judicial para fins de adoção de criança ou qualquer grau, quando apresentar atestado de
adolescente será concedida licença-maternidade saúde, emitido por médico de confiança da mu-
nos termos do art. 392 desta Lei. lher, que recomende o afastamento durante a
§ 1o (Revogado) lactação.20
§ 2o (Revogado) § 1o (Vetado)
§ 3o (Revogado) § 2o  Cabe à empresa pagar o adicional de
§ 4o  A licença-maternidade só será conce- insalubridade à gestante ou à lactante, efetivan-
dida mediante apresentação do termo judicial do-se a compensação, observado o disposto no
de guarda à adotante ou guardiã. art. 248 da Constituição Federal, por ocasião
§ 5o  A adoção ou guarda judicial conjunta do recolhimento das contribuições incidentes
ensejará a concessão de licença-maternidade a sobre a folha de salários e demais rendimentos
apenas um dos adotantes ou guardiães empre- pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa
gado ou empregada. física que lhe preste serviço.
§ 3o  Quando não for possível que a gestante
Art. 392-B.  Em caso de morte da genitora, é ou a lactante afastada nos termos do caput deste
assegurado ao cônjuge ou companheiro empre- artigo exerça suas atividades em local salubre
gado o gozo de licença por todo o período da na empresa, a hipótese será considerada como
licença-maternidade ou pelo tempo restante a gravidez de risco e ensejará a percepção de sa-
que teria direito a mãe, exceto no caso de fale- lário-maternidade, nos termos da Lei no 8.213,
cimento do filho ou de seu abandono. de 24 de julho de 1991, durante todo o período
de afastamento.
Art. 392-C.  Aplica-se, no que couber, o dis-
posto no art. 392‑A e 392‑B ao empregado que Art. 395.  Em caso de aborto não criminoso,
adotar ou obtiver guarda judicial para fins de comprovado por atestado médico oficial, a mu-
adoção. lher terá um repouso remunerado de 2 (duas)
semanas, ficando-lhe assegurado o direito de
Art. 393.  Durante o período a que se refere o retornar à função que ocupava antes de seu
art. 392, a mulher terá direito ao salário integral afastamento.
e, quando variável, calculado de acordo com a
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas

média dos 6 (seis) últimos meses de trabalho, Art. 396.  Para amamentar seu filho, inclusive
bem como os direitos e vantagens adquiridos, se advindo de adoção, até que este complete 6
sendo-lhe ainda facultado reverter à função que (seis) meses de idade, a mulher terá direito, du-
anteriormente ocupava. rante a jornada de trabalho, a 2 (dois) descansos
especiais de meia hora cada um.
Art. 394.  Mediante atestado médico, à mulher § 1o  Quando o exigir a saúde do filho, o pe-
grávida é facultado romper o compromisso re- ríodo de 6 (seis) meses poderá ser dilatado, a
sultante de qualquer contrato de trabalho, desde critério da autoridade competente.
que este seja prejudicial à gestação. § 2o  Os horários dos descansos previstos no
caput deste artigo deverão ser definidos em acor-
Art. 394-A.  Sem prejuízo de sua remuneração, do individual entre a mulher e o empregador.
nesta incluído o valor do adicional de insalu-
bridade, a empregada deverá ser afastada de: Art. 397.  O SESI, o SESC, a LBA e outras en-
I – atividades consideradas insalubres em tidades públicas destinadas à assistência à in-
grau máximo, enquanto durar a gestação;
II – atividades consideradas insalubres em
grau médio ou mínimo, quando apresentar ates-
19
  NE: ver ADI no 5.938.
64 tado de saúde, emitido por médico de confiança 20
  NE: ver ADI no 5.938.
fância manterão ou subvencionarão, de acordo Art. 401-B. (Vetado)
com suas possibilidades financeiras, escolas
maternais e jardins de infância, distribuídos
nas zonas de maior densidade de trabalhado- CAPÍTULO IV – Da Proteção do Trabalho
res, destinados especialmente aos filhos das
mulheres empregadas. do Menor
SEÇÃO I – Disposições Gerais
Art. 398. (Revogado)
Art. 402.  Considera-se menor para os efeitos
Art. 399.  O Ministro do Trabalho, Indústria desta Consolidação o trabalhador de quatorze
e Comércio conferirá diploma de benemerên- até dezoito anos.
cia aos empregadores que se distinguirem pela Parágrafo único.  O trabalho do menor re-
organização e manutenção de creches e de ins- ger-se-á pelas disposições do presente Capítulo,
tituições de proteção aos menores em idade exceto no serviço em oficinas em que trabalhem
pré-escolar, desde que tais serviços se recomen- exclusivamente pessoas da família do menor e
dem por sua generosidade e pela eficiência das esteja este sob a direção do pai, mãe ou tutor,
respectivas instalações. observado, entretanto, o disposto nos arts. 404,
405 e na Seção II.
Art. 400.  Os locais destinados à guarda dos
filhos das operárias, durante o período da ama- Art. 403.  É proibido qualquer trabalho a meno-
mentação, deverão possuir, no mínimo, um res de dezesseis anos de idade, salvo na condição
berçário, uma saleta de amamentação, uma de aprendiz, a partir dos quatorze anos.
cozinha dietética e uma instalação sanitária. Parágrafo único.  O trabalho do menor não
poderá ser realizado em locais prejudiciais à
sua formação, ao seu desenvolvimento físico,
SEÇÃO VI – Das Penalidades psíquico, moral e social e em horários e locais
que não permitam a frequência à escola.
Art. 401.  Pela infração de qualquer dispositivo a) (Revogada);
deste Capítulo, será imposta ao empregador a b) (Revogada).
multa de cem a mil cruzeiros, aplicada, nesta
Capital, pela autoridade competente de 1a (pri- Art. 404.  Ao menor de 18 (dezoito) anos é
meira) instância do Departamento Nacional do vedado o trabalho noturno, considerado este
Trabalho, e, nos Estados e Território do Acre, o que for executado no período compreendido
pelas autoridades competentes do Ministério do entre as 22 (vinte e duas) e as 5 (cinco) horas.
Trabalho, Indústria e Comércio ou por aquelas
que exerçam funções delegadas. Art. 405.  Ao menor não será permitido o tra-
§ 1o  A penalidade será sempre aplicada no balho:
grau máximo: I – nos locais e serviços perigosos ou in-
a)  se ficar apurado o emprego de artifício salubres, constantes de quadro para esse fim
Consolidação das Leis do Trabalho

ou simulação para fraudar a aplicação dos dis- aprovado pelo Diretor-Geral do Departamento
positivos deste Capítulo; de Segurança e Higiene do Trabalho;
b)  nos casos de reincidência. II – em locais ou serviços prejudiciais à sua
§ 2o  O processo na verificação das infrações, moralidade.
bem como na aplicação e cobrança das multas, § 1o (Revogado)
será o previsto no título “Do Processo de Multas § 2o  O trabalho exercido nas ruas, praças e
Administrativas”, observadas as disposições outros logradouros dependerá de prévia autori-
deste artigo. zação do Juiz de Menores, ao qual cabe verificar
se a ocupação é indispensável à sua própria
Art. 401-A. (Vetado) subsistência ou à de seus pais, avós ou irmãos
65
e se dessa ocupação não poderá advir prejuízo Art. 408.  Ao responsável legal do menor é
à sua formação moral. facultado pleitear a extinção do contrato de
§ 3o  Considera-se prejudicial à moralidade trabalho, desde que o serviço possa acarretar
do menor o trabalho: para ele prejuízos de ordem física ou moral.
a)  prestado de qualquer modo, em teatros
de revista, cinemas, boates, cassinos, cabarés, Art. 409.  Para maior segurança do trabalho
dancings e estabelecimentos análogos; e garantia da saúde dos menores, a autoridade
b)  em empresas circenses, em funções de fiscalizadora poderá proibir-lhes o gozo dos
acrobata, saltimbanco, ginasta e outras seme- períodos de repouso nos locais de trabalho.
lhantes;
c)  de produção, composição, entrega ou Art. 410.  O Ministro do Trabalho, Indústria e
venda de escritos, impressos, cartazes, dese- Comércio poderá derrogar qualquer proibição
nhos, gravuras, pinturas, emblemas, imagens decorrente do quadro a que se refere a alínea “a”
e quaisquer outros objetos que possam, a juízo do art. 405 quando se certificar haver desapare-
da autoridade competente, prejudicar sua for- cido, parcial ou totalmente, o caráter perigoso
mação moral; ou insalubre, que determinou a proibição.
d)  consistente na venda, a varejo, de bebidas
alcoólicas.
§ 4o  Nas localidades em que existirem, ofi- SEÇÃO II – Da Duração do Trabalho
cialmente reconhecidas, instituições destinadas
ao amparo dos menores jornaleiros, só aos que Art. 411.  A duração do trabalho do menor
se encontrem sob o patrocínio dessas entidades regular-se-á pelas disposições legais relativas à
será outorgada a autorização do trabalho a que duração do trabalho em geral, com as restrições
alude o § 2o. estabelecidas neste Capítulo.
§ 5o  Aplica-se ao menor o disposto no
art. 390 e seu parágrafo único. Art. 412.  Após cada período de trabalho efeti-
vo, quer contínuo, quer dividido em dois turnos,
Art. 406.  O Juiz de Menores poderá autorizar haverá um intervalo de repouso, não inferior
ao menor o trabalho a que se referem as letras a onze horas.
“a” e “b” do § 3o do art. 405:
I – desde que a representação tenha fim edu- Art. 413.  É vedado prorrogar a duração normal
cativo ou a peça de que participe não possa ser diária do trabalho do menor, salvo:
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas

prejudicial à sua formação moral; I – até mais 2 (duas) horas, independente-


II – desde que se certifique ser a ocupação mente de acréscimo salarial, mediante conven-
do menor indispensável à própria subsistência ção ou acordo coletivo nos termos do Título
ou à de seus pais, avós ou irmãos e não advir VI desta Consolidação, desde que o excesso
nenhum prejuízo à sua formação moral. de horas em um dia seja compensado pela di-
minuição em outro, de modo a ser observado
Art. 407.  Verificado pela autoridade compe- o limite máximo de 48 (quarenta e oito) horas
tente que o trabalho executado pelo menor é semanais ou outro inferior legalmente fixado;
prejudicial à sua saúde, ao seu desenvolvimento II – excepcionalmente, por motivo de força
físico ou à sua moralidade, poderá ela obrigá-lo maior, até o máximo de 12 (doze) horas, com
a abandonar o serviço, devendo a respectiva em- acréscimo salarial de, pelo menos, 25% (vinte
presa, quando for o caso, proporcionar ao menor e cinco por cento) sobre a hora normal e desde
todas as facilidades para mudar de funções. que o trabalho do menor seja imprescindível ao
Parágrafo único.  Quando a empresa não to- funcionamento do estabelecimento.
mar as medidas possíveis e recomendadas pela Parágrafo único.  Aplica-se à prorrogação
autoridade competente para que o menor mude do trabalho do menor o disposto no art. 375,
de função, configurar-se-á a rescisão do contrato no parágrafo único do art. 376, no art. 378 e no
66 de trabalho, na forma do art. 483. art. 384 desta Consolidação.
Art. 414.  Quando o menor de 18 (dezoito) Art. 426.  É dever do empregador, na hipótese
anos for empregado em mais de um estabe- do art. 407, proporcionar ao menor todas as
lecimento, as horas de trabalho em cada um facilidades para mudar de serviço.
serão totalizadas.
Art. 427.  O empregador, cuja empresa ou es-
tabelecimento ocupar menores, será obrigado a
SEÇÃO III – Da Admissão em Emprego e da conceder-lhes o tempo que for necessário para
Carteira de Trabalho e Previdência Social a frequência às aulas.
Parágrafo único.  Os estabelecimentos si-
Art. 415.  Haverá a Carteira de Trabalho e tuados em lugar onde a escola estiver a maior
Previdência Social para todos os menores de distância que dois quilômetros, e que ocuparem,
18 (dezoito) anos, sem distinção de sexo, em- permanentemente, mais de trinta menores anal-
pregados em empresas ou estabelecimentos fabetos, de 14 (quatorze) a 18 (dezoito) anos,
de fins econômicos e daqueles que lhes forem serão obrigados a manter local apropriado em
equiparados. que lhes seja ministrada a instrução primária.
Parágrafo único. (Revogado)
Art. 428.  Contrato de aprendizagem é o con-
Art. 416.  Os menores de 18 anos só poderão trato de trabalho especial, ajustado por escrito
ser admitidos, como empregados, nas empre- e por prazo determinado, em que o emprega-
sas ou estabelecimentos de fins econômicos e dor se compromete a assegurar ao maior de
naqueles que lhes forem equiparados, quando 14 (quatorze) e menor de 24 (vinte e quatro)
possuidores da carteira a que se refere o artigo anos inscrito em programa de aprendizagem
anterior, salvo a hipótese do art. 422. formação técnico-profissional metódica, compa-
tível com o seu desenvolvimento físico, moral e
Arts.  417 a 422. (Revogados) psicológico, e o aprendiz, a executar com zelo e
diligência as tarefas necessárias a essa formação.
Art. 423.  O empregador não poderá fazer ou- § 1o  A validade do contrato de aprendizagem
tras anotações na Carteira de Trabalho e Pre- pressupõe anotação na Carteira de Trabalho e
vidência Social além das referentes ao salário, Previdência Social, matrícula e frequência do
data da admissão, férias e saída. aprendiz na escola, caso não haja concluído
o ensino médio, e inscrição em programa de
aprendizagem desenvolvido sob orientação de
SEÇÃO IV – Dos Deveres dos Responsáveis entidade qualificada em formação técnico-pro-
Legais de Menores e dos Empregadores. Da fissional metódica.
Aprendizagem § 2o  Ao aprendiz, salvo condição mais fa-
vorável, será garantido o salário mínimo hora.
Art. 424.  É dever dos responsáveis legais de § 3o  O contrato de aprendizagem não po-
menores, pais, mães, ou tutores, afastá-los de derá ser estipulado por mais de 2 (dois) anos,
empregos que diminuam consideravelmente exceto quando se tratar de aprendiz portador
Consolidação das Leis do Trabalho

o seu tempo de estudo, reduzam o tempo de de deficiência.


repouso necessário à sua saúde e constituição § 4o  A formação técnico-profissional a que
física, ou prejudiquem a sua educação moral. se refere o caput deste artigo caracteriza-se por
atividades teóricas e práticas, metodicamente
Art. 425.  Os empregadores de menores de 18 organizadas em tarefas de complexidade pro-
(dezoito) anos são obrigados a velar pela obser- gressiva desenvolvidas no ambiente de trabalho.
vância, nos seus estabelecimentos ou empresas, § 5o  A idade máxima prevista no caput deste
dos bons costumes e da decência pública, bem artigo não se aplica a aprendizes portadores de
como das regras de segurança e medicina do deficiência.
trabalho. § 6o  Para os fins do contrato de aprendiza-
gem, a comprovação da escolaridade de aprendiz 67
com deficiência deve considerar, sobretudo, as dos Sistemas de Atendimento Socioeducativo
habilidades e competências relacionadas com locais.
a profissionalização. § 3o  Os estabelecimentos de que trata o caput
§ 7o  Nas localidades onde não houver oferta poderão ofertar vagas de aprendizes a adoles-
de ensino médio para o cumprimento do dispos- centes usuários do Sistema Nacional de Políticas
to no § 1o deste artigo, a contratação do aprendiz Públicas sobre Drogas – SISNAD nas condições
poderá ocorrer sem a frequência à escola, desde a serem dispostas em instrumentos de coope-
que ele já tenha concluído o ensino fundamental. ração celebrados entre os estabelecimentos e
§ 8o  Para o aprendiz com deficiência com os gestores locais responsáveis pela prevenção
18 (dezoito) anos ou mais, a validade do con- do uso indevido, atenção e reinserção social de
trato de aprendizagem pressupõe anotação na usuários e dependentes de drogas.
CTPS e matrícula e frequência em programa
de aprendizagem desenvolvido sob orientação Art. 430.  Na hipótese de os Serviços Nacio-
de entidade qualificada em formação técnico- nais de Aprendizagem não oferecerem cursos
-profissional metódica. ou vagas suficientes para atender à demanda
dos estabelecimentos, esta poderá ser suprida
Art. 429.  Os estabelecimentos de qualquer por outras entidades qualificadas em formação
natureza são obrigados a empregar e matricular técnico-profissional metódica, a saber:
nos cursos dos Serviços Nacionais de Apren- I – Escolas Técnicas de Educação;
dizagem número de aprendizes equivalente a II – entidades sem fins lucrativos, que tenham
cinco por cento, no mínimo, e quinze por cento, por objetivo a assistência ao adolescente e à
no máximo, dos trabalhadores existentes em educação profissional, registradas no Conse-
cada estabelecimento, cujas funções demandem lho Municipal dos Direitos da Criança e do
formação profissional. Adolescente;
a) (Revogada); III – entidades de prática desportiva das di-
b) (Revogada). versas modalidades filiadas ao Sistema Nacional
§ 1o  As frações de unidade, no cálculo da do Desporto e aos Sistemas de Desporto dos
percentagem de que trata o caput, darão lugar Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.
à admissão de um aprendiz. § 1o  As entidades mencionadas neste artigo
§ 1o-A.  O limite fixado neste artigo não se deverão contar com estrutura adequada ao de-
aplica quando o empregador for entidade sem senvolvimento dos programas de aprendizagem,
fins lucrativos, que tenha por objetivo a edu- de forma a manter a qualidade do processo de
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas

cação profissional. ensino, bem como acompanhar e avaliar os


§ 1o-B.  Os estabelecimentos a que se refere resultados.
o caput poderão destinar o equivalente a até § 2o  Aos aprendizes que concluírem os
10% (dez por cento) de sua cota de aprendi- cursos de aprendizagem, com aproveitamen-
zes à formação técnico-profissional metódica to, será concedido certificado de qualificação
em áreas relacionadas a práticas de atividades profissional.
desportivas, à prestação de serviços relaciona- § 3o  O Ministério do Trabalho fixará normas
dos à infraestrutura, incluindo as atividades de para avaliação da competência das entidades
construção, ampliação, recuperação e manuten- mencionadas nos incisos II e III deste artigo.
ção de instalações esportivas e à organização e § 4o  As entidades mencionadas nos incisos II
promoção de eventos esportivos. e III deste artigo deverão cadastrar seus cursos,
§ 2o  Os estabelecimentos de que trata o caput turmas e aprendizes matriculados no Ministério
ofertarão vagas de aprendizes a adolescentes do Trabalho.
usuários do Sistema Nacional de Atendimento § 5o  As entidades mencionadas neste artigo
Socioeducativo (Sinase) nas condições a serem poderão firmar parcerias entre si para o desen-
dispostas em instrumentos de cooperação cele- volvimento dos programas de aprendizagem,
brados entre os estabelecimentos e os gestores conforme regulamento.
68
Art. 431.  A contratação do aprendiz poderá SEÇÃO V – Das Penalidades
ser efetivada pela empresa onde se realizará a
aprendizagem ou pelas entidades mencionadas Art. 434.  Os infratores das disposições deste
nos incisos II e III do art. 430, caso em que Capítulo ficam sujeitos à multa de valor igual a
não gera vínculo de emprego com a empresa 1 (um) salário mínimo regional, aplicada tantas
tomadora dos serviços. vezes quantos forem os menores empregados
a) (Revogada); em desacordo com a lei, não podendo, todavia,
b) (Revogada); a soma das multas exceder a 5 (cinco) vezes o
c) (Revogada). salário mínimo, salvo no caso de reincidência
Parágrafo único.  Aos candidatos rejeitados em que esse total poderá ser elevado ao dobro.
pela seleção profissional deverá ser dada, tanto
quanto possível, orientação profissional para Art. 435.  Fica sujeita à multa de valor igual a 1
ingresso em atividade mais adequada às qua- (um) salário mínimo regional e ao pagamento
lidades e aptidões que tiverem demonstrado. da emissão de nova via a empresa que fizer na
Carteira de Trabalho e Previdência Social ano-
Art. 432.  A duração do trabalho do aprendiz tação não prevista em lei.
não excederá de seis horas diárias, sendo veda-
das a prorrogação e a compensação de jornada. Art. 436. (Revogado)
§ 1o  O limite previsto neste artigo poderá ser
de até oito horas diárias para os aprendizes que Art. 437. (Revogado)
já tiverem completado o ensino fundamental,
se nelas forem computadas as horas destinadas Art. 438.  São competentes para impor as pe-
à aprendizagem teórica. nalidades previstas neste Capítulo:
§ 2o (Revogado) a)  no Distrito Federal, a autoridade de 1a ins-
tância do Departamento Nacional do Trabalho;
Art. 433.  O contrato de aprendizagem extin- b)  nos Estados e Território do Acre, os de-
guir-se-á no seu termo ou quando o aprendiz legados regionais do Ministério do Trabalho,
completar 24 (vinte e quatro) anos, ressalvada Indústria e Comércio ou os funcionários por
a hipótese prevista no § 5o do art. 428 desta eles designados para tal fim.
Consolidação, ou ainda antecipadamente nas Parágrafo único.  O processo, na verificação
seguintes hipóteses: das infrações, bem como na aplicação e cobrança
a) (Revogada); das multas, será o previsto no título “Do Pro-
b) (Revogada). cesso de Multas Administrativas”, observadas
I – desempenho insuficiente ou inadaptação as disposições deste artigo.
do aprendiz, salvo para o aprendiz com defi-
ciência quando desprovido de recursos de aces-
sibilidade, de tecnologias assistivas e de apoio SEÇÃO VI – Disposições Finais
necessário ao desempenho de suas atividades;
II – falta disciplinar grave; Art. 439.  É lícito ao menor firmar recibo pelo
Consolidação das Leis do Trabalho

III – ausência injustificada à escola que im- pagamento dos salários. Tratando-se, porém,
plique perda do ano letivo; ou de rescisão do contrato de trabalho, é vedado
IV – a pedido do aprendiz. ao menor de 18 (dezoito) anos dar, sem assis-
Parágrafo único. (Revogado) tência dos seus responsáveis legais, quitação ao
§ 2o  Não se aplica o disposto nos arts. 479 e empregador pelo recebimento da indenização
480 desta Consolidação às hipóteses de extinção que lhe for devida.
do contrato mencionadas neste artigo.
Art. 440.  Contra os menores de 18 (dezoito)
anos não corre nenhum prazo de prescrição.

69
Art. 441.  O quadro a que se refere o item I do com alternância de períodos de prestação de
art. 405 será revisto bienalmente. serviços e de inatividade, determinados em
horas, dias ou meses, independentemente do
tipo de atividade do empregado e do empre-
TÍTULO IV – Do Contrato Individual do gador, exceto para os aeronautas, regidos por
Trabalho legislação própria.
CAPÍTULO I – Disposições Gerais
Art. 444.  As relações contratuais de trabalho
Art. 442.  Contrato individual de trabalho é podem ser objeto de livre estipulação das partes
o acordo tácito ou expresso, correspondente à interessadas em tudo quanto não contravenha
relação de emprego. às disposições de proteção ao trabalho, aos con-
Parágrafo único.  Qualquer que seja o ramo tratos coletivos que lhes sejam aplicáveis e às
de atividade da sociedade cooperativa, não existe decisões das autoridades competentes.
vínculo empregatício entre ela e seus associa- Parágrafo único.  A livre estipulação a que se
dos, nem entre estes e os tomadores de serviços refere o caput deste artigo aplica-se às hipóteses
daquela. previstas no art. 611‑A desta Consolidação, com
a mesma eficácia legal e preponderância sobre
Art. 442-A.  Para fins de contratação, o em- os instrumentos coletivos, no caso de empre-
pregador não exigirá do candidato a emprego gado portador de diploma de nível superior e
comprovação de experiência prévia por tempo que perceba salário mensal igual ou superior a
superior a 6 (seis) meses no mesmo tipo de duas vezes o limite máximo dos benefícios do
atividade. Regime Geral de Previdência Social.

Art. 442-B.  A contratação do autônomo, cum- Art. 445.  O contrato de trabalho por prazo


pridas por este todas as formalidades legais, com determinado não poderá ser estipulado por mais
ou sem exclusividade, de forma contínua ou de 2 (dois) anos, observada a regra do art. 451.
não, afasta a qualidade de empregado prevista Parágrafo único.  O contrato de experiência
no art. 3o desta Consolidação. não poderá exceder de 90 (noventa) dias.

Art. 443.  O contrato individual de trabalho Art. 446. (Revogado)


poderá ser acordado tácita ou expressamente,
verbalmente ou por escrito, por prazo determi- Art. 447.  Na falta de acordo ou prova sobre
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas

nado ou indeterminado, ou para prestação de condição essencial ao contrato verbal, esta se


trabalho intermitente. presume existente, como se a tivessem estatuído
§ 1o  Considera-se como de prazo determi- os interessados, na conformidade dos preceitos
nado o contrato de trabalho cuja vigência de- jurídicos adequados à sua legitimidade.
penda de termo prefixado ou da execução de
serviços especificados ou ainda da realização Art. 448.  A mudança na propriedade ou na
de certo acontecimento suscetível de previsão estrutura jurídica da empresa não afetará os con-
aproximada. tratos de trabalho dos respectivos empregados.
§ 2o  O contrato por prazo determinado só
será válido em se tratando: Art. 448-A.  Caracterizada a sucessão empre-
a)  de serviço cuja natureza ou transitorie- sarial ou de empregadores prevista nos arts. 10
dade justifique a predeterminação do prazo; e 448 desta Consolidação, as obrigações traba-
b)  de atividades empresariais de caráter lhistas, inclusive as contraídas à época em que
transitório; os empregados trabalhavam para a empresa
c)  de contrato de experiência. sucedida, são de responsabilidade do sucessor.
§ 3o  Considera-se como intermitente o con- Parágrafo único.  A empresa sucedida respon-
trato de trabalho no qual a prestação de serviços, derá solidariamente com a sucessora quando
70 com subordinação, não é contínua, ocorrendo ficar comprovada fraude na transferência.
Art. 449.  Os direitos oriundos da existência § 4o  Aceita a oferta para o comparecimento
do contrato de trabalho subsistirão em caso de ao trabalho, a parte que descumprir, sem justo
falência, concordata ou dissolução da empresa. motivo, pagará à outra parte, no prazo de trin-
§ 1o  Na falência, constituirão créditos pri- ta dias, multa de 50% (cinquenta por cento)
vilegiados a totalidade dos salários devidos ao da remuneração que seria devida, permitida a
empregado e a totalidade das indenizações a compensação em igual prazo.
que tiver direito. § 5o  O período de inatividade não será con-
§ 2o  Havendo concordata na falência, será siderado tempo à disposição do empregador,
facultado aos contratantes tornar sem efeito a podendo o trabalhador prestar serviços a outros
rescisão do contrato de trabalho e consequente contratantes.
indenização, desde que o empregador pague, § 6o  Ao final de cada período de prestação
no mínimo, a metade dos salários que seriam de serviço, o empregado receberá o pagamento
devidos ao empregado durante o interregno. imediato das seguintes parcelas:
I – remuneração;
Art. 450.  Ao empregado chamado a ocupar, II – férias proporcionais com acréscimo de
em comissão, interinamente, ou em substituição um terço;
eventual ou temporária, cargo diverso do que III – décimo terceiro salário proporcional;
exercer na empresa, serão garantidas a contagem IV – repouso semanal remunerado; e
do tempo naquele serviço, bem como volta ao V – adicionais legais.
cargo anterior. § 7o  O recibo de pagamento deverá conter a
discriminação dos valores pagos relativos a cada
Art. 451.  O contrato de trabalho por prazo uma das parcelas referidas no § 6o deste artigo.
determinado que, tácita ou expressamente, for § 8o  O empregador efetuará o recolhimento
prorrogado mais de uma vez passará a vigorar da contribuição previdenciária e o depósito do
sem determinação de prazo. Fundo de Garantia do Tempo de Serviço, na
forma da lei, com base nos valores pagos no
Art. 452.  Considera-se por prazo indetermi- período mensal e fornecerá ao empregado com-
nado todo contrato que suceder, dentro de seis provante do cumprimento dessas obrigações.
meses, a outro contrato por prazo determinado, § 9o  A cada doze meses, o empregado ad-
salvo se a expiração deste dependeu da execução quire direito a usufruir, nos doze meses subse-
de serviços especializados ou da realização de quentes, um mês de férias, período no qual não
certos acontecimentos. poderá ser convocado para prestar serviços pelo
mesmo empregador.
Art. 452-A.  O contrato de trabalho intermiten-
te deve ser celebrado por escrito e deve conter Art. 453.  No tempo de serviço do emprega-
especificamente o valor da hora de trabalho, do, quando readmitido, serão computados os
que não pode ser inferior ao valor horário do períodos, ainda que não contínuos, em que
salário mínimo ou àquele devido aos demais tiver trabalhado anteriormente na empresa,
empregados do estabelecimento que exerçam a salvo se houver sido despedido por falta grave,
Consolidação das Leis do Trabalho

mesma função em contrato intermitente ou não. recebido indenização legal ou se aposentado


§ 1o  O empregador convocará, por qualquer espontaneamente.
meio de comunicação eficaz, para a prestação de § 1o  Na aposentadoria espontânea de em-
serviços, informando qual será a jornada, com, pregados das empresas públicas e sociedades
pelo menos, três dias corridos de antecedência. de economia mista é permitida sua readmissão
§ 2o  Recebida a convocação, o empregado desde que atendidos aos requisitos constantes
terá o prazo de um dia útil para responder ao do art. 37, inciso XVI, da Constituição, e con-
chamado, presumindo-se, no silêncio, a recusa. dicionada à prestação de concurso público.21
§ 3o  A recusa da oferta não descaracteriza a
subordinação para fins do contrato de trabalho
intermitente.   NE: ver ADI no 1.770.
21
71
§ 2o  O ato de concessão de benefício de apo- sendo lícita a inclusão no uniforme de logomar-
sentadoria a empregado que não tiver completa- cas da própria empresa ou de empresas parceiras
do 35 (trinta e cinco) anos de serviço, se homem, e de outros itens de identificação relacionados
ou trinta, se mulher, importa em extinção do à atividade desempenhada.
vínculo empregatício.22 Parágrafo único.  A higienização do uni-
forme é de responsabilidade do trabalhador,
Art. 454.  Na vigência do contrato de trabalho, salvo nas hipóteses em que forem necessários
as invenções do empregado, quando decorrentes procedimentos ou produtos diferentes dos uti-
de sua contribuição pessoal e da instalação ou lizados para a higienização das vestimentas de
equipamento fornecidos pelo empregador, serão uso comum.
de propriedade comum, em partes iguais, salvo
se o contrato de trabalho tiver por objeto, im-
plícita ou explicitamente, pesquisa científica.23 CAPÍTULO II – Da Remuneração
Parágrafo único.  Ao empregador caberá
a exploração do invento, ficando obrigado a Art. 457.  Compreendem-se na remuneração
promovê-la no prazo de um ano da data da do empregado, para todos os efeitos legais, além
concessão da patente, sob pena de reverter em do salário devido e pago diretamente pelo em-
favor do empregado a plena propriedade desse pregador como contraprestação do serviço, as
invento. gorjetas que receber.
§ 1o  Integram o salário a importância fixa
Art. 455.  Nos contratos de subempreitada estipulada, as gratificações legais e as comissões
responderá o subempreiteiro pelas obrigações pagas pelo empregador.
derivadas do contrato de trabalho que celebrar, § 2o  As importâncias, ainda que habituais,
cabendo, todavia, aos empregados, o direito de pagas a título de ajuda de custo, auxílio-ali-
reclamação contra o empreiteiro principal pelo mentação, vedado seu pagamento em dinhei-
inadimplemento daquelas obrigações por parte ro, diárias para viagem, prêmios e abonos não
do primeiro. integram a remuneração do empregado, não se
Parágrafo único.  Ao empreiteiro principal incorporam ao contrato de trabalho e não cons-
fica ressalvada, nos termos da lei civil, ação tituem base de incidência de qualquer encargo
regressiva contra o subempreiteiro e a retenção trabalhista e previdenciário.
de importâncias a este devidas, para a garantia § 3o  Considera-se gorjeta não só a impor-
das obrigações previstas neste artigo. tância espontaneamente dada pelo cliente ao
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas

empregado, como também o valor cobrado


Art. 456.  A prova do contrato individual do pela empresa, como serviço ou adicional, a
trabalho será feita pelas anotações constantes qualquer título, e destinado à distribuição aos
da Carteira de Trabalho e Previdência Social ou empregados.
por instrumento escrito e suprida por todos os § 4o  Consideram-se prêmios as liberalidades
meios permitidos em direito. concedidas pelo empregador em forma de bens,
Parágrafo único.  À falta de prova ou inexis- serviços ou valor em dinheiro a empregado ou
tindo cláusula expressa a tal respeito, enten- a grupo de empregados, em razão de desem-
der-se-á que o empregado se obrigou a todo e penho superior ao ordinariamente esperado
qualquer serviço compatível com a sua condição no exercício de suas atividades.
pessoal. § 5o  Inexistindo previsão em convenção ou
acordo coletivo de trabalho, os critérios de rateio
Art. 456-A.  Cabe ao empregador definir o e distribuição da gorjeta e os percentuais de re-
padrão de vestimenta no meio ambiente laboral, tenção previstos nos §§ 6o e 7o deste artigo serão
definidos em assembleia geral dos trabalhado-
res, na forma do art. 612 desta Consolidação.
22
  NE: ver ADI no 1.721. § 6o  As empresas que cobrarem a gorjeta de
72 23
  NE: ver Lei no 9.279/1996. que trata o § 3o deverão:
I – para as empresas inscritas em regime pelo sindicato laboral e gozarão de garantia de
de tributação federal diferenciado, lançá-la na emprego vinculada ao desempenho das funções
respectiva nota de consumo, facultada a retenção para que foram eleitos, e, para as demais em-
de até 20% (vinte por cento) da arrecadação presas, será constituída comissão intersindical
correspondente, mediante previsão em con- para o referido fim.
venção ou acordo coletivo de trabalho, para § 11.  Comprovado o descumprimento do
custear os encargos sociais, previdenciários e disposto nos §§ 4o, 6o, 7o e 9o deste artigo, o
trabalhistas derivados da sua integração à re- empregador pagará ao trabalhador prejudicado,
muneração dos empregados, devendo o valor a título de multa, o valor correspondente a 1/30
remanescente ser revertido integralmente em (um trinta avos) da média da gorjeta por dia de
favor do trabalhador; atraso, limitada ao piso da categoria, assegura-
II – para as empresas não inscritas em regime dos em qualquer hipótese o contraditório e a
de tributação federal diferenciado, lançá-la na ampla defesa, observadas as seguintes regras:
respectiva nota de consumo, facultada a re- I – a limitação prevista neste parágrafo será
tenção de até 33% (trinta e três por cento) da triplicada caso o empregador seja reincidente;
arrecadação correspondente, mediante previsão II – considera-se reincidente o empregador
em convenção ou acordo coletivo de trabalho, que, durante o período de doze meses, descum-
para custear os encargos sociais, previdenciários pre o disposto nos §§ 4o, 6o, 7o e 9o deste artigo
e trabalhistas derivados da sua integração à por mais de sessenta dias.
remuneração dos empregados, devendo o valor
remanescente ser revertido integralmente em Art. 458.  Além do pagamento em dinheiro,
favor do trabalhador; compreende-se no salário, para todos os efeitos
III – anotar na Carteira de Trabalho e Pre- legais, a alimentação, habitação, vestuário ou
vidência Social e no contracheque de seus em- outras prestações in natura que a empresa, por
pregados o salário contratual fixo e o percentual força do contrato ou do costume, fornecer habi-
percebido a título de gorjeta. tualmente ao empregado. Em caso algum será
§ 7o  A gorjeta, quando entregue pelo con- permitido o pagamento com bebidas alcoólicas
sumidor diretamente ao empregado, terá seus ou drogas nocivas.
critérios definidos em convenção ou acordo § 1o  Os valores atribuídos às prestações in
coletivo de trabalho, facultada a retenção nos natura deverão ser justos e razoáveis, não po-
parâmetros do § 6o deste artigo. dendo exceder, em cada caso, os dos percentuais
§ 8o  As empresas deverão anotar na Carteira das parcelas componentes do salário mínimo
de Trabalho e Previdência Social de seus em- (arts. 81 e 82).
pregados o salário fixo e a média dos valores § 2o  Para os efeitos previstos neste artigo, não
das gorjetas referente aos últimos doze meses. serão consideradas como salário as seguintes
§ 9o  Cessada pela empresa a cobrança da utilidades concedidas pelo empregador:
gorjeta de que trata o § 3o deste artigo, desde I – vestuários, equipamentos e outros acessó-
que cobrada por mais de doze meses, essa se rios fornecidos aos empregados e utilizados no
incorporará ao salário do empregado, tendo local de trabalho, para a prestação do serviço;
Consolidação das Leis do Trabalho

como base a média dos últimos doze meses, II – educação, em estabelecimento de en-
salvo o estabelecido em convenção ou acordo sino próprio ou de terceiros, compreendendo
coletivo de trabalho. os valores relativos a matrícula, mensalidade,
§ 10.  Para empresas com mais de sessenta anuidade, livros e material didático;
empregados, será constituída comissão de em- III – transporte destinado ao deslocamento
pregados, mediante previsão em convenção ou para o trabalho e retorno, em percurso servido
acordo coletivo de trabalho, para acompanha- ou não por transporte público;
mento e fiscalização da regularidade da cobran- IV – assistência médica, hospitalar e odon-
ça e distribuição da gorjeta de que trata o § 3o tológica, prestada diretamente ou mediante
deste artigo, cujos representantes serão eleitos seguro-saúde;
em assembleia geral convocada para esse fim V – seguros de vida e de acidentes pessoais; 73
VI – previdência privada; corresponderá igual salário, sem distinção de
VII – (Vetado); sexo, etnia, nacionalidade ou idade.
VIII – o valor correspondente ao vale-cul- § 1o  Trabalho de igual valor, para os fins
tura. deste Capítulo, será o que for feito com igual
§ 3o  A habitação e a alimentação fornecidas produtividade e com a mesma perfeição técnica,
como salário-utilidade deverão atender aos fins entre pessoas cuja diferença de tempo de serviço
a que se destinam e não poderão exceder, res- para o mesmo empregador não seja superior a
pectivamente, a 25% (vinte e cinco por cento) quatro anos e a diferença de tempo na função
e 20% (vinte por cento) do salário-contratual. não seja superior a dois anos.
§ 4o  Tratando-se de habitação coletiva, o § 2o  Os dispositivos deste artigo não pre-
valor do salário-utilidade a ela correspondente valecerão quando o empregador tiver pessoal
será obtido mediante a divisão do justo valor da organizado em quadro de carreira ou adotar,
habitação pelo número de coocupantes, vedada, por meio de norma interna da empresa ou de
em qualquer hipótese, a utilização da mesma negociação coletiva, plano de cargos e salários,
unidade residencial por mais de uma família. dispensada qualquer forma de homologação ou
§ 5o  O valor relativo à assistência prestada registro em órgão público.
por serviço médico ou odontológico, próprio § 3o  No caso do § 2o deste artigo, as promo-
ou não, inclusive o reembolso de despesas com ções poderão ser feitas por merecimento e por
medicamentos, óculos, aparelhos ortopédicos, antiguidade, ou por apenas um destes critérios,
próteses, órteses, despesas médico-hospitalares dentro de cada categoria profissional.
e outras similares, mesmo quando concedido § 4o  O trabalhador readaptado em nova fun-
em diferentes modalidades de planos e cobertu- ção, por motivo de deficiência física ou mental
ras, não integram o salário do empregado para atestada pelo órgão competente da Previdência
qualquer efeito nem o salário de contribuição, Social, não servirá de paradigma para fins de
para efeitos do previsto na alínea “q” do § 9o do equiparação salarial.
art. 28 da Lei no 8.212, de 24 de julho de 1991. § 5o  A equiparação salarial só será possível
entre empregados contemporâneos no cargo
Art. 459.  O pagamento do salário, qualquer ou na função, ficando vedada a indicação de
que seja a modalidade do trabalho, não deve paradigmas remotos, ainda que o paradigma
ser estipulado por período superior a um mês, contemporâneo tenha obtido a vantagem em
salvo no que concerne a comissões, percentagens ação judicial própria.
e gratificações. § 6o  No caso de comprovada discriminação
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas

§ 1o  Quando o pagamento houver sido es- por motivo de sexo ou etnia, o juízo determina-
tipulado por mês, deverá ser efetuado, o mais rá, além do pagamento das diferenças salariais
tardar, até o quinto dia útil do mês subsequente devidas, multa, em favor do empregado discri-
ao vencido.24 minado, no valor de 50% (cinquenta por cento)
do limite máximo dos benefícios do Regime
Art. 460.  Na falta de estipulação do salário ou Geral de Previdência Social.
não havendo prova sobre a importância ajusta-
da, o empregado terá direito a perceber salário Art. 462.  Ao empregador é vedado efetuar
igual ao daquele que, na mesma empresa, fizer qualquer desconto nos salários do empregado,
serviço equivalente, ou do que for habitualmente salvo quando este resultar de adiantamentos,
pago para serviço semelhante. de dispositivos de lei ou de contrato coletivo.
§ 1o  Em caso de dano causado pelo empre-
Art. 461.  Sendo idêntica a função, a todo tra- gado, o desconto será lícito, desde que esta pos-
balho de igual valor, prestado ao mesmo empre- sibilidade tenha sido acordada ou na ocorrência
gador, no mesmo estabelecimento empresarial, de dolo do empregado.
§ 2o  É vedado à empresa que mantiver arma-
  NE: redação em conformidade com a Lei
24 zém para venda de mercadorias aos emprega-
74 no 7.855/1989. dos ou serviços destinados a proporcionar-lhes
prestações in natura exercer qualquer coação ou tagens devidas na forma estabelecida por este
induzimento no sentido de que os empregados artigo.
se utilizem do armazém ou dos serviços.
§ 3o  Sempre que não for possível o acesso Art. 467.  Em caso de rescisão de contrato de
dos empregados a armazéns ou serviços não trabalho, havendo controvérsia sobre o mon-
mantidos pela empresa, é lícito à autoridade tante das verbas rescisórias, o empregador é
competente determinar a adoção de medidas obrigado a pagar ao trabalhador, à data do com-
adequadas, visando a que as mercadorias se- parecimento à Justiça do Trabalho, a parte in-
jam vendidas e os serviços prestados a preços controversa dessas verbas, sob pena de pagá-las
razoáveis, sem intuito de lucro e sempre em acrescidas de cinquenta por cento.
benefício dos empregados. Parágrafo único.  O disposto no caput não se
§ 4o  Observado o disposto neste Capítu- aplica à União, aos Estados, ao Distrito Federal,
lo, é vedado às empresas limitar, por qualquer aos Municípios e às suas autarquias e fundações
forma, a liberdade dos empregados de dispor públicas.
do seu salário.

Art. 463.  A prestação em espécie do salário CAPÍTULO III – Da Alteração


será paga em moeda corrente do país.
Parágrafo único.  O pagamento do salário Art. 468.  Nos contratos individuais de trabalho
realizado com inobservância deste artigo con- só é lícita a alteração das respectivas condições
sidera-se como não feito. por mútuo consentimento, e, ainda assim, des-
de que não resultem, direta ou indiretamente,
Art. 464.  O pagamento do salário deverá ser prejuízos ao empregado, sob pena de nulidade
efetuado contra recibo, assinado pelo emprega- da cláusula infringente desta garantia.
do; em se tratando de analfabeto, mediante sua § 1o  Não se considera alteração unilateral a
impressão digital, ou, não sendo esta possível, determinação do empregador para que o res-
a seu rogo. pectivo empregado reverta ao cargo efetivo,
Parágrafo único.  Terá força de recibo o com- anteriormente ocupado, deixando o exercício
provante de depósito em conta bancária, aberta de função de confiança.
para esse fim em nome de cada empregado, com § 2o  A alteração de que trata o § 1o deste
o consentimento deste, em estabelecimento de artigo, com ou sem justo motivo, não assegura
crédito próximo ao local de trabalho. ao empregado o direito à manutenção do paga-
mento da gratificação correspondente, que não
Art. 465.  O pagamento dos salários será efe- será incorporada, independentemente do tempo
tuado em dia útil e no local do trabalho, dentro de exercício da respectiva função.
do horário do serviço ou imediatamente após
o encerramento deste, salvo quando efetuado Art. 469.  Ao empregador é vedado transferir
por depósito em conta bancária, observado o o empregado, sem a sua anuência, para locali-
disposto no artigo anterior. dade diversa da que resultar do contrato, não se
Consolidação das Leis do Trabalho

considerando transferência a que não acarretar


Art. 466.  O pagamento de comissões e per- necessariamente a mudança do seu domicílio.
centagens só é exigível depois de ultimada a § 1o  Não estão compreendidos na proibi-
transação a que se referem. ção deste artigo: os empregados que exerçam
§ 1o  Nas transações realizadas por prestações cargos de confiança e aqueles cujos contratos
sucessivas, é exigível o pagamento das percen- tenham como condição, implícita ou explícita,
tagens e comissões que lhes disserem respeito a transferência, quando esta decorra de real
proporcionalmente à respectiva liquidação. necessidade de serviço.
§ 2o  A cessação das relações de trabalho não § 2o  É lícita a transferência quando ocorrer
prejudica a percepção das comissões e percen- extinção do estabelecimento em que trabalhar
o empregado. 75
§ 3o  Em caso de necessidade de serviço o da Procuradoria Regional do Trabalho, que
empregador poderá transferir o empregado para providenciará desde logo a instauração do com-
localidade diversa da que resultar do contrato, petente inquérito administrativo.
não obstante as restrições do artigo anterior, § 5o  Durante os primeiros 90 (noventa) dias
mas, nesse caso, ficará obrigado a um pagamen- desse afastamento, o empregado continuará
to suplementar, nunca inferior a 25% (vinte e percebendo sua remuneração.
cinco por cento) dos salários que o empregado
percebia naquela localidade, enquanto durar Art. 473.  O empregado poderá deixar de com-
essa situação. parecer ao serviço sem prejuízo do salário:
I – até 2 (dois) dias consecutivos, em caso
Art. 470.  As despesas resultantes da transfe- de falecimento do cônjuge, ascendente, descen-
rência correrão por conta do empregador. dente, irmão ou pessoa que, declarada em sua
Carteira de Trabalho e Previdência Social, viva
sob sua dependência econômica;
CAPÍTULO IV – Da Suspensão e da II – até 3 (três) dias consecutivos, em virtude
Interrupção de casamento;
III – por 5 (cinco) dias consecutivos, em
Art. 471.  Ao empregado afastado do emprego, caso de nascimento de filho, de adoção ou de
são asseguradas, por ocasião de sua volta, to- guarda compartilhada;
das as vantagens que, em sua ausência, tenham IV – por um dia, em cada 12 (doze) meses
sido atribuídas à categoria a que pertencia na de trabalho, em caso de doação voluntária de
empresa. sangue devidamente comprovada;
V – até 2 (dois) dias consecutivos ou não,
Art. 472.  O afastamento do empregado, em para o fim de se alistar eleitor, nos termos da
virtude das exigências do serviço militar ou de lei respectiva;
outro encargo público, não constituirá motivo VI – no período de tempo em que tiver de
para a alteração ou rescisão do contrato de tra- cumprir as exigências do Serviço Militar refe-
balho por parte do empregador. ridas na letra “c” do art. 65 da Lei no 4.375, de
§ 1o  Para que o empregado tenha direito a 17 de agosto de 1964 (Lei do Serviço Militar);
voltar a exercer o cargo do qual se afastou em VII – nos dias em que estiver comprovada-
virtude de exigências do serviço militar ou de mente realizando provas de exame vestibular
encargo público, é indispensável que notifique para ingresso em estabelecimento de ensino
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o empregador dessa intenção, por telegrama ou superior;


carta registrada, dentro do prazo máximo de VIII – pelo tempo que se fizer necessário,
trinta dias, contados da data em que se verificar quando tiver que comparecer a juízo;
a respectiva baixa ou a terminação do encargo IX – pelo tempo que se fizer necessário, quan-
a que estava obrigado. do, na qualidade de representante de entidade
§ 2o  Nos contratos por prazo determinado, sindical, estiver participando de reunião oficial
o tempo de afastamento, se assim acordarem de organismo internacional do qual o Brasil
as partes interessadas, não será computado na seja membro;
contagem do prazo para a respectiva terminação. X – pelo tempo necessário para acompanhar
§ 3o  Ocorrendo motivo relevante de interesse sua esposa ou companheira em até 6 (seis) con-
para a segurança nacional, poderá a autoridade sultas médicas, ou em exames complementares,
competente solicitar o afastamento do emprega- durante o período de gravidez;
do do serviço ou do local de trabalho, sem que se XI – por 1 (um) dia por ano para acompanhar
configure a suspensão do contrato de trabalho. filho de até 6 (seis) anos em consulta médica;
§ 4o  O afastamento a que se refere o pará- XII – até 3 (três) dias, em cada 12 (doze)
grafo anterior será solicitado pela autoridade meses de trabalho, em caso de realização de
competente diretamente ao empregador, em exames preventivos de câncer devidamente
76 representação fundamentada com audiência comprovada.
Parágrafo único.  O prazo a que se refere o caput deste artigo mais de uma vez no período
inciso III do caput deste artigo será contado a de dezesseis meses.
partir da data de nascimento do filho. § 3o  O empregador poderá conceder ao
empregado ajuda compensatória mensal, sem
Art. 474.  A suspensão do empregado por mais natureza salarial, durante o período de sus-
de 30 (trinta) dias consecutivos importa na res- pensão contratual nos termos do caput deste
cisão injusta do contrato de trabalho. artigo, com valor a ser definido em convenção
ou acordo coletivo.
Art. 475.  O empregado que for aposentado § 4o  Durante o período de suspensão con-
por invalidez terá suspenso o seu contrato de tratual para participação em curso ou programa
trabalho durante o prazo fixado pelas leis de de qualificação profissional, o empregado fará
previdência social para a efetivação do benefício. jus aos benefícios voluntariamente concedidos
§ 1o  Recuperando o empregado a capacidade pelo empregador.
de trabalho e sendo a aposentadoria cancela- § 5o  Se ocorrer a dispensa do empregado
da, ser-lhe-á assegurado o direito à função que no transcurso do período de suspensão con-
ocupava ao tempo da aposentadoria, facultado, tratual ou nos três meses subsequentes ao seu
porém, ao empregador, o direito de indenizá-lo retorno ao trabalho, o empregador pagará ao
por rescisão do contrato de trabalho, nos termos empregado, além das parcelas indenizatórias
dos arts. 477 e 478, salvo na hipótese de ser ele previstas na legislação em vigor, multa a ser
portador de estabilidade, quando a indenização estabelecida em convenção ou acordo coletivo,
deverá ser paga na forma do art. 497. sendo de, no mínimo, cem por cento sobre o
§ 2o  Se o empregador houver admitido valor da última remuneração mensal anterior
substituto para o aposentado, poderá rescindir, à suspensão do contrato.
com este, o respectivo contrato de trabalho sem § 6o  Se durante a suspensão do contrato
indenização, desde que tenha havido ciência não for ministrado o curso ou programa de
inequívoca da interinidade ao ser celebrado qualificação profissional, ou o empregado per-
o contrato. manecer trabalhando para o empregador, ficará
descaracterizada a suspensão, sujeitando o em-
Art. 476.  Em caso de seguro-doença ou auxí- pregador ao pagamento imediato dos salários
lio-enfermidade, o empregado é considerado e dos encargos sociais referentes ao período,
em licença não remunerada, durante o prazo às penalidades cabíveis previstas na legislação
desse benefício. em vigor, bem como às sanções previstas em
convenção ou acordo coletivo.
Art. 476-A.  O contrato de trabalho poderá ser § 7o  O prazo limite fixado no caput poderá
suspenso, por um período de dois a cinco meses, ser prorrogado mediante convenção ou acordo
para participação do empregado em curso ou coletivo de trabalho e aquiescência formal do
programa de qualificação profissional oferecido empregado, desde que o empregador arque com
pelo empregador, com duração equivalente à o ônus correspondente ao valor da bolsa de
suspensão contratual, mediante previsão em qualificação profissional, no respectivo período.
Consolidação das Leis do Trabalho

convenção ou acordo coletivo de trabalho e


aquiescência formal do empregado, observado
o disposto no art. 471 desta Consolidação. CAPÍTULO V – Da Rescisão
§ 1o  Após a autorização concedida por in-
termédio de convenção ou acordo coletivo, o Art. 477.  Na extinção do contrato de traba-
empregador deverá notificar o respectivo sindi- lho, o empregador deverá proceder à anotação
cato, com antecedência mínima de quinze dias na Carteira de Trabalho e Previdência Social,
da suspensão contratual. comunicar a dispensa aos órgãos competentes
§ 2o  O contrato de trabalho não poderá ser e realizar o pagamento das verbas rescisórias
suspenso em conformidade com o disposto no no prazo e na forma estabelecidos neste artigo.
§ 1o (Revogado) 77
§ 2o  O instrumento de rescisão ou recibo de de celebração de convenção coletiva ou acordo
quitação, qualquer que seja a causa ou forma de coletivo de trabalho para sua efetivação.
dissolução do contrato, deve ter especificada a
natureza de cada parcela paga ao empregado e Art. 477-B.  Plano de Demissão Voluntária ou
discriminado o seu valor, sendo válida a quita- Incentivada, para dispensa individual, plúrima
ção, apenas, relativamente às mesmas parcelas. ou coletiva, previsto em convenção coletiva ou
§ 3o (Revogado) acordo coletivo de trabalho, enseja quitação
§ 4o  O pagamento a que fizer jus o empre- plena e irrevogável dos direitos decorrentes
gado será efetuado: da relação empregatícia, salvo disposição em
I – em dinheiro, depósito bancário ou cheque contrário estipulada entre as partes.
visado, conforme acordem as partes; ou
II – em dinheiro ou depósito bancário quan- Art. 478.  A indenização devida pela rescisão
do o empregado for analfabeto. de contrato por prazo indeterminado será de
§ 5o  Qualquer compensação no pagamento um mês de remuneração por ano de serviço
de que trata o parágrafo anterior não poderá efetivo, ou por ano e fração igual ou superior
exceder o equivalente a um mês de remuneração a seis meses.
do empregado. § 1o  O primeiro ano de duração do contrato
§ 6o  A entrega ao empregado de documentos por prazo indeterminado é considerado como
que comprovem a comunicação da extinção período de experiência, e, antes que se complete,
contratual aos órgãos competentes bem como nenhuma indenização será devida.
o pagamento dos valores constantes do instru- § 2o  Se o salário for pago por dia, o cálculo da
mento de rescisão ou recibo de quitação deverão indenização terá por base 25 (vinte e cinco) dias.
ser efetuados até dez dias contados a partir do § 3o  Se pago por hora, a indenização apurar-
término do contrato. -se-á na base de 200 (duzentas) horas por mês.
a) (Revogada); § 4o  Para os empregados que trabalhem a
b) (Revogada). comissão ou que tenham direito a percenta-
§ 7o (Revogado) gens, a indenização será calculada pela média
§ 8o  A inobservância do disposto no § 6o das comissões ou percentagens percebidas nos
deste artigo sujeitará o infrator à multa de 160 últimos 12 (doze) meses de serviço.
BTN, por trabalhador, bem assim ao pagamento § 5o  Para os empregados que trabalhem por
da multa a favor do empregado, em valor equi- tarefa ou serviço feito, a indenização será calcu-
valente ao seu salário, devidamente corrigido lada na base média do tempo costumeiramente
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas

pelo índice de variação do BTN, salvo quando, gasto pelo interessado para realização de seu
comprovadamente, o trabalhador der causa à serviço, calculando-se o valor do que seria feito
mora. durante trinta dias.
§ 9o (Vetado)
§ 10.  A anotação da extinção do contrato Art. 479.  Nos contratos que tenham termo
na Carteira de Trabalho e Previdência Social estipulado, o empregador que, sem justa causa,
é documento hábil para requerer o benefício despedir o empregado, será obrigado a pagar-
do seguro-desemprego e a movimentação da -lhe, a título de indenização, e por metade, a
conta vinculada no Fundo de Garantia do Tem- remuneração a que teria direito até o termo
po de Serviço, nas hipóteses legais, desde que do contrato.
a comunicação prevista no caput deste artigo Parágrafo único.  Para a execução do que
tenha sido realizada. dispõe o presente artigo, o cálculo da parte va-
riável ou incerta dos salários será feito de acordo
Art. 477-A.  As dispensas imotivadas indi- com o prescrito para o cálculo da indenização
viduais, plúrimas ou coletivas equiparam-se referente à rescisão dos contratos por prazo
para todos os fins, não havendo necessidade indeterminado.
de autorização prévia de entidade sindical ou
78
Art. 480.  Havendo termo estipulado, o em- Parágrafo único.  Constitui igualmente justa
pregado não se poderá desligar do contrato, causa para dispensa de empregado, a prática,
sem justa causa, sob pena de ser obrigado a devidamente comprovada em inquérito ad-
indenizar o empregador dos prejuízos que desse ministrativo, de atos atentatórios à segurança
fato lhe resultarem. nacional.
§ 1o  A indenização, porém, não poderá ex-
ceder àquela a que teria direito o empregado Art. 483.  O empregado poderá considerar
em idênticas condições. rescindido o contrato e pleitear a devida inde-
§ 2o (Revogado) nização quando:
a)  forem exigidos serviços superiores às suas
Art. 481.  Aos contratos por prazo determina- forças, defesos por lei, contrários aos bons cos-
do, que contiverem cláusula assecuratória do tumes, ou alheios ao contrato;
direito recíproco de rescisão antes de expirado b)  for tratado pelo empregador ou por seus
o termo ajustado, aplicam-se, caso seja exercido superiores hierárquicos com rigor excessivo;
tal direito por qualquer das partes, os princípios c)  correr perigo manifesto de mal consi-
que regem a rescisão dos contratos por prazo derável;
indeterminado. d)  não cumprir o empregador as obrigações
do contrato;
Art. 482.  Constituem justa causa para rescisão e)  praticar o empregador ou seus prepostos,
do contrato de trabalho pelo empregador: contra ele ou pessoas de sua família, ato lesivo
a)  ato de improbidade; da honra e boa fama;
b)  incontinência de conduta ou mau pro- f)  o empregador ou seus prepostos ofende-
cedimento; rem-no fisicamente, salvo em caso de legítima
c)  negociação habitual por conta própria ou defesa, própria ou de outrem;
alheia sem permissão do empregador, e quando g)  o empregador reduzir o seu trabalho, sen-
constituir ato de concorrência à empresa para do este por peça ou tarefa, de forma a afetar
a qual trabalha o empregado, ou for prejudicial sensivelmente a importância dos salários.
ao serviço; § 1o  O empregado poderá suspender a
d)  condenação criminal do empregado, prestação dos serviços ou rescindir o contrato,
passada em julgado, caso não tenha havido quando tiver de desempenhar obrigações legais,
suspensão da execução da pena; incompatíveis com a continuação do serviço.
e)  desídia no desempenho das respectivas § 2o  No caso de morte do empregador cons-
funções; tituído em empresa individual, é facultado ao
f)  embriaguez habitual ou em serviço; empregado rescindir o contrato de trabalho.
g)  violação de segredo da empresa; § 3o  Nas hipóteses das letras “d” e “g”, poderá
h)  ato de indisciplina ou de insubordinação; o empregado pleitear a rescisão de seu contrato
i)  abandono de emprego; de trabalho e o pagamento das respectivas in-
j)  ato lesivo da honra ou da boa fama pra- denizações, permanecendo ou não no serviço
ticado no serviço contra qualquer pessoa, ou até final decisão do processo.
Consolidação das Leis do Trabalho

ofensas físicas, nas mesmas condições, salvo em


caso de legítima defesa, própria ou de outrem; Art. 484.  Havendo culpa recíproca no ato que
k)  ato lesivo da honra ou da boa fama ou determinou a rescisão do contrato de trabalho,
ofensas físicas praticadas contra o empregador o tribunal de trabalho reduzirá a indenização à
e superiores hierárquicos, salvo em caso de le- que seria devida em caso de culpa exclusiva do
gítima defesa, própria ou de outrem; empregador, por metade.
l)  prática constante de jogos de azar;
m)  perda da habilitação ou dos requisitos Art. 484-A.  O contrato de trabalho poderá ser
estabelecidos em lei para o exercício da pro- extinto por acordo entre empregado e empre-
fissão, em decorrência de conduta dolosa do gador, caso em que serão devidas as seguintes
empregado. verbas trabalhistas: 79
I – por metade: CAPÍTULO VI – Do Aviso Prévio
a)  o aviso prévio, se indenizado; e
b)  a indenização sobre o saldo do Fundo de Art. 487.  Não havendo prazo estipulado, a
Garantia do Tempo de Serviço, prevista no § 1o parte que, sem justo motivo, quiser rescindir o
do art. 18 da Lei no 8.036, de 11 de maio de 1990; contrato, deverá avisar a outra da sua resolução,
II – na integralidade, as demais verbas tra- com a antecedência mínima de:
balhistas. I – oito dias, se o pagamento for efetuado
§ 1o  A extinção do contrato prevista no caput por semana ou tempo inferior;
deste artigo permite a movimentação da conta II – trinta dias aos que perceberem por quin-
vinculada do trabalhador no Fundo de Garantia zena ou mês, ou que tenham mais de doze meses
do Tempo de Serviço na forma do inciso I‑A do de serviço na empresa.
art. 20 da Lei no 8.036, de 11 de maio de 1990, § 1o  A falta do aviso prévio por parte do
limitada até 80% (oitenta por cento) do valor empregador dá ao empregado o direito aos
dos depósitos. salários correspondentes ao prazo do aviso,
§ 2o  A extinção do contrato por acordo garantida, sempre, a integração desse período
prevista no caput deste artigo não autoriza o no seu tempo de serviço.
ingresso no Programa de Seguro-Desemprego. § 2o  A falta de aviso prévio por parte do em-
pregado dá ao empregador o direito de descontar
Art. 485.  Quando cessar a atividade da empre- os salários correspondentes ao prazo respectivo.
sa, por morte do empregador, os empregados § 3o  Em se tratando de salário pago na base
terão direito, conforme o caso, à indenização a de tarefa, o cálculo, para os efeitos dos parágra-
que se referem os arts. 477 e 497. fos anteriores, será feito de acordo com a média
dos últimos doze meses de serviço.
Art. 486.  No caso de paralisação temporária § 4o  É devido o aviso prévio na despedida
ou definitiva do trabalho, motivada por ato de indireta.
autoridade municipal, estadual ou federal, ou § 5o  O valor das horas extraordinárias habi-
pela promulgação de lei ou resolução que impos- tuais integra o aviso prévio indenizado.
sibilite a continuação da atividade, prevalecerá § 6o  O reajustamento salarial coletivo, de-
o pagamento da indenização, que ficará a cargo terminado no curso do aviso prévio, beneficia
do governo responsável. o empregado pré-avisado da despedida, mes-
§ 1o  Sempre que o empregador invocar em mo que tenha recebido antecipadamente os
sua defesa o preceito do presente artigo, o tribu- salários correspondentes ao período do aviso,
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas

nal do trabalho competente notificará a pessoa que integra seu tempo de serviço para todos
de direito público apontada como responsável os efeitos legais.
pela paralisação do trabalho, para que, no pra-
zo de 30 (trinta) dias, alegue o que entender Art. 488.  O horário normal de trabalho do
devido, passando a figurar no processo como empregado, durante o prazo do aviso, e se a
chamada à autoria. rescisão tiver sido promovida pelo empregador,
§ 2o  Sempre que a parte interessada, firmada será reduzido de duas horas diárias, sem prejuízo
em documento hábil, invocar defesa baseada do salário integral.
na disposição deste artigo e indicar qual o juiz Parágrafo único.  É facultado ao empregado
competente, será ouvida a parte contrária, para, trabalhar sem a redução das 2 (duas) horas diá-
dentro de três dias, falar sobre essa alegação. rias previstas neste artigo, caso em que poderá
§ 3o  Verificada qual a autoridade respon- faltar ao serviço, sem prejuízo do salário integral,
sável, a Junta de Conciliação ou Juiz dar-se-á por 1 (um) dia, na hipótese do inciso I, e por
por incompetente, remetendo os autos ao Juiz 7 (sete) dias corridos, na hipótese do inciso II
Privativo da Fazenda, perante o qual correrá o do art. 487 desta Consolidação.
feito nos termos previstos no processo comum.
Art. 489.  Dado o aviso prévio, a rescisão tor-
80 na-se efetiva depois de expirado o respectivo
prazo, mas, se a parte notificante reconsiderar o Art. 496.  Quando a reintegração do empre-
ato, antes de seu termo, à outra parte é facultado gado estável for desaconselhável, dado o grau
aceitar ou não a reconsideração. de incompatibilidade resultante do dissídio,
Parágrafo único.  Caso seja aceita a reconsi- especialmente quando for o empregador pessoa
deração, ou continuando a prestação depois de física, o tribunal do trabalho poderá converter
expirado o prazo, o contrato continuará a vigo- aquela obrigação em indenização devida nos
rar, como se o aviso prévio não tivesse sido dado. termos do artigo seguinte.

Art. 490.  O empregador que, durante o prazo Art. 497.  Extinguindo-se a empresa, sem a


do aviso prévio dado ao empregado, praticar ato ocorrência de motivo de força maior, ao em-
que justifique a rescisão imediata do contrato, pregado estável despedido é garantida a in-
sujeita-se ao pagamento da remuneração cor- denização por rescisão do contrato por prazo
respondente ao prazo do referido aviso, sem indeterminado, paga em dobro.
prejuízo da indenização que for devida.
Art. 498.  Em caso de fechamento do estabeleci-
Art. 491.  O empregado que, durante o prazo mento, filial ou agência, ou supressão necessária
do aviso prévio, cometer qualquer das faltas de atividade, sem ocorrência de motivo de força
consideradas pela lei como justas para a rescisão, maior, é assegurado aos empregados estáveis,
perde o direito ao restante do respectivo prazo. que ali exerçam suas funções, direito à indeni-
zação, na forma do artigo anterior.

CAPÍTULO VII – Da Estabilidade Art. 499.  Não haverá estabilidade no exercício


dos cargos de diretoria, gerência ou outros de
Art. 492.  O empregado que contar mais de dez confiança imediata do empregador, ressalvado
anos de serviço na mesma empresa não poderá o cômputo do tempo de serviço para todos os
ser despedido senão por motivo de falta grave efeitos legais.
ou circunstância de força maior, devidamente § 1o  Ao empregado garantido pela estabili-
comprovadas. dade que deixar de exercer cargo de confiança,
Parágrafo único.  Considera-se como de ser- é assegurada, salvo no caso de falta grave, a
viço todo o tempo em que o empregado esteja reversão ao cargo efetivo que haja anteriormente
à disposição do empregador. ocupado.
§ 2o  Ao empregado despedido sem justa
Art. 493.  Constitui falta grave a prática de qual- causa, que só tenha exercido cargo de confian-
quer dos fatos a que se refere o art. 482, quando ça e que contar mais de dez anos de serviço
por sua repetição ou natureza representem séria na mesma empresa, é garantida a indenização
violação dos deveres e obrigações do empregado. proporcional ao tempo de serviço nos termos
dos arts. 477 e 478.
Art. 494.  O empregado acusado de falta grave § 3o  A despedida que se verificar com o fim
poderá ser suspenso de suas funções, mas a sua de obstar ao empregado a aquisição de estabili-
Consolidação das Leis do Trabalho

despedida só se tornará efetiva após o inquérito dade sujeitará o empregador a pagamento em


em que se verifique a procedência da acusação. dobro da indenização prescrita nos arts. 477
Parágrafo único.  A suspensão, no caso deste e 478.
artigo, perdurará até a decisão final do processo.
Art. 500.  O pedido de demissão do empre-
Art. 495.  Reconhecida a inexistência de falta gado estável só será válido quando feito com a
grave praticada pelo empregado, fica o empre- assistência do respectivo Sindicato e, se não o
gador obrigado a readmiti-lo no serviço e a houver, perante autoridade local competente do
pagar-lhe os salários a que teria direito no pe- Ministério do Trabalho e Previdência Social ou
ríodo da suspensão. da Justiça do Trabalho.
81
CAPÍTULO VIII – Da Força Maior CAPÍTULO IX – Disposições Especiais

Art. 501.  Entende-se como força maior todo Art. 505.  São aplicáveis aos trabalhadores ru-
acontecimento inevitável, em relação à vontade rais os dispositivos constantes dos Capítulos I,
do empregador, e para a realização do qual este II e VI do presente Título.
não concorreu, direta ou indiretamente.
§ 1o  A imprevidência do empregador exclui Art. 506.  No contrato de trabalho agrícola é
a razão de força maior. lícito o acordo que estabelecer a remuneração in
§ 2o  À ocorrência do motivo de força maior natura, contanto que seja de produtos obtidos
que não afetar substancialmente, nem for sus- pela exploração do negócio e não exceda de um
cetível de afetar, em tais condições, a situação terço do salário total do empregado.
econômica e financeira da empresa, não se
aplicam as restrições desta Lei referentes ao Art. 507.  As disposições do Capítulo VII do
disposto neste Capítulo. presente Título não serão aplicáveis aos em-
pregados em consultórios ou escritórios de
Art. 502.  Ocorrendo motivo de força maior profissionais liberais.
que determine a extinção da empresa, ou de um Parágrafo único. (Revogado)
dos estabelecimentos em que trabalhe o empre-
gado, é assegurada a este, quando despedido, Art. 507-A.  Nos contratos individuais de traba-
uma indenização na forma seguinte: lho cuja remuneração seja superior a duas vezes
I – sendo estável, nos termos dos arts. 477 o limite máximo estabelecido para os benefícios
e 478; do Regime Geral de Previdência Social, poderá
II – não tendo direito à estabilidade, metade ser pactuada cláusula compromissória de arbi-
da que seria devida em caso de rescisão sem tragem, desde que por iniciativa do empregado
justa causa; ou mediante a sua concordância expressa, nos
III – havendo contrato por prazo determi- termos previstos na Lei no 9.307, de 23 de se-
nado, aquela a que se refere o art. 479 desta Lei, tembro de 1996.
reduzida igualmente à metade.
Art. 507-B.  É facultado a empregados e em-
Art. 503.  É lícita, em caso de força maior ou pregadores, na vigência ou não do contrato de
prejuízos devidamente comprovados, a redução emprego, firmar o termo de quitação anual de
geral dos salários dos empregados da empresa, obrigações trabalhistas, perante o sindicato dos
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas

proporcionalmente aos salários de cada um, não empregados da categoria.


podendo, entretanto, ser superior a 25% (vinte e Parágrafo único.  O termo discriminará as
cinco por cento), respeitado, em qualquer caso, obrigações de dar e fazer cumpridas mensal-
o salário mínimo da região. mente e dele constará a quitação anual dada
Parágrafo único.  Cessados os efeitos decor- pelo empregado, com eficácia liberatória das
rentes do motivo de força maior, é garantido o parcelas nele especificadas.
restabelecimento dos salários reduzidos.
Art. 508. (Revogado)
Art. 504.  Comprovada a falsa alegação do mo-
tivo de força maior, é garantida a reintegração Art. 509. (Revogado)
aos empregados estáveis, e aos não estáveis o
complemento da indenização já percebida, as- Art. 510.  Pela infração das proibições constan-
segurado a ambos o pagamento da remuneração tes deste Título, será imposta à empresa a multa
atrasada. de valor igual a 1 (um) salário mínimo regional,
elevada ao dobro, no caso de reincidência, sem
prejuízo das demais cominações legais.

82
TÍTULO IV-A – Da Representação dos Art. 510-C.  A eleição será convocada, com
Empregados antecedência mínima de trinta dias, contados do
término do mandato anterior, por meio de edital
Art. 510-A.  Nas empresas com mais de duzen- que deverá ser fixado na empresa, com ampla
tos empregados, é assegurada a eleição de uma publicidade, para inscrição de candidatura.
comissão para representá-los, com a finalidade § 1o  Será formada comissão eleitoral, inte-
de promover-lhes o entendimento direto com grada por cinco empregados, não candidatos,
os empregadores. para a organização e o acompanhamento do
§ 1o  A comissão será composta: processo eleitoral, vedada a interferência da
I – nas empresas com mais de duzentos e até empresa e do sindicato da categoria.
três mil empregados, por três membros; § 2o  Os empregados da empresa poderão
II – nas empresas com mais de três mil e até candidatar-se, exceto aqueles com contrato de
cinco mil empregados, por cinco membros; trabalho por prazo determinado, com contrato
III – nas empresas com mais de cinco mil suspenso ou que estejam em período de aviso
empregados, por sete membros. prévio, ainda que indenizado.
§ 2o  No caso de a empresa possuir empre- § 3o  Serão eleitos membros da comissão de
gados em vários Estados da Federação e no representantes dos empregados os candidatos
Distrito Federal, será assegurada a eleição de mais votados, em votação secreta, vedado o
uma comissão de representantes dos empre- voto por representação.
gados por Estado ou no Distrito Federal, na § 4o  A comissão tomará posse no primeiro
mesma forma estabelecida no § 1o deste artigo. dia útil seguinte à eleição ou ao término do
mandato anterior.
Art. 510-B.  A comissão de representantes dos § 5o  Se não houver candidatos suficientes,
empregados terá as seguintes atribuições: a comissão de representantes dos empregados
I – representar os empregados perante a ad- poderá ser formada com número de membros
ministração da empresa; inferior ao previsto no art. 510‑A desta Con-
II – aprimorar o relacionamento entre a em- solidação.
presa e seus empregados com base nos princí- § 6o  Se não houver registro de candidatura,
pios da boa-fé e do respeito mútuo; será lavrada ata e convocada nova eleição no
III – promover o diálogo e o entendimento prazo de um ano.
no ambiente de trabalho com o fim de prevenir
conflitos; Art. 510-D.  O mandato dos membros da co-
IV – buscar soluções para os conflitos decor- missão de representantes dos empregados será
rentes da relação de trabalho, de forma rápida de um ano.
e eficaz, visando à efetiva aplicação das normas § 1o  O membro que houver exercido a fun-
legais e contratuais; ção de representante dos empregados na comis-
V – assegurar tratamento justo e imparcial são não poderá ser candidato nos dois períodos
aos empregados, impedindo qualquer forma subsequentes.
de discriminação por motivo de sexo, idade, § 2o  O mandato de membro de comissão
Consolidação das Leis do Trabalho

religião, opinião política ou atuação sindical; de representantes dos empregados não implica
VI – encaminhar reivindicações específicas suspensão ou interrupção do contrato de tra-
dos empregados de seu âmbito de representação; balho, devendo o empregado permanecer no
VII – acompanhar o cumprimento das leis exercício de suas funções.
trabalhistas, previdenciárias e das convenções § 3o  Desde o registro da candidatura até um
coletivas e acordos coletivos de trabalho. ano após o fim do mandato, o membro da co-
§ 1o  As decisões da comissão de represen- missão de representantes dos empregados não
tantes dos empregados serão sempre colegiadas, poderá sofrer despedida arbitrária, entenden-
observada a maioria simples. do-se como tal a que não se fundar em motivo
§ 2o  A comissão organizará sua atuação de disciplinar, técnico, econômico ou financeiro.
forma independente. 83
§ 4o  Os documentos referentes ao processo respectiva categoria ou profissão liberal ou os
eleitoral devem ser emitidos em duas vias, as interesses individuais dos associados relativos
quais permanecerão sob a guarda dos empre- à atividade ou profissão exercida;
gados e da empresa pelo prazo de cinco anos, b)  celebrar contratos coletivos de trabalho;
à disposição para consulta de qualquer traba- c)  eleger ou designar os representantes da
lhador interessado, do Ministério Público do respectiva categoria ou profissão liberal;
Trabalho e do Ministério do Trabalho. d)  colaborar com o Estado, como órgãos
técnicos e consultivos, no estudo e solução dos
problemas que se relacionam com a respectiva
TÍTULO V – Da Organização Sindical categoria ou profissão liberal;
CAPÍTULO I – Da Instituição Sindical e)  impor contribuições a todos aqueles que
SEÇÃO I – Da Associação em Sindicato participam das categorias econômicas ou profis-
sionais ou das profissões liberais representadas.
Art. 511.  É lícita a associação para fins de es- Parágrafo único.  Os sindicatos de emprega-
tudo, defesa e coordenação dos seus interesses dos terão, outrossim, a prerrogativa de fundar
econômicos ou profissionais de todos os que, e manter agências de colocação.
como empregadores, empregados, agentes ou
trabalhadores autônomos, ou profissionais li- Art. 514.  São deveres dos sindicatos:
berais, exerçam, respectivamente, a mesma ati- a)  colaborar com os poderes públicos no
vidade ou profissão ou atividades ou profissões desenvolvimento da solidariedade social;
similares ou conexas. b)  manter serviços de assistência judiciária
§ 1o  A solidariedade de interesses econômi- para os associados;
cos dos que empreendem atividades idênticas, c)  promover a conciliação nos dissídios de
similares ou conexas, constitui o vínculo social trabalho;
básico que se denomina categoria econômica. d)  sempre que possível, e de acordo com as
§ 2o  A similitude de condições de vida oriun- suas possibilidades, manter no seu quadro de
da da profissão ou trabalho em comum, em pessoal, em convênio com entidades assisten-
situação de emprego na mesma atividade econô- ciais ou por conta própria, um assistente social
mica ou em atividades econômicas similares ou com as atribuições específicas de promover a
conexas, compõe a expressão social elementar cooperação operacional na empresa e a inte-
compreendida como categoria profissional. gração profissional na Classe.
§ 3o  Categoria profissional diferenciada é Parágrafo único.  Os sindicatos de emprega-
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas

a que se forma dos empregados que exerçam dos terão, outrossim, o dever de:
profissões ou funções diferenciadas por força a)  promover a fundação de cooperativas de
de estatuto profissional especial ou em conse- consumo e de crédito;
quência de condições de vida singulares. b)  fundar e manter escolas de alfabetização
§ 4o  Os limites de identidade, similaridade e pré-vocacionais.
ou conexidade fixam as dimensões dentro das
quais a categoria econômica ou profissional é
homogênea e a associação é natural. SEÇÃO II – Do Reconhecimento e
Investidura Sindical
Art. 512.  Somente as associações profissionais
constituídas para os fins e na forma do artigo Art. 515.  As associações profissionais deverão
anterior e registradas de acordo com o art. 558 satisfazer os seguintes requisitos para serem
poderão ser reconhecidas como sindicatos e reconhecidas como sindicatos:
investidas nas prerrogativas definidas nesta Lei. a)  reunião de um terço, no mínimo, de em-
presas legalmente constituídas, sob a forma
Art. 513.  São prerrogativas dos sindicatos: individual ou de sociedade, se se tratar de as-
a)  representar, perante as autoridades admi- sociação de empregadores; ou de um terço dos
84 nistrativas e judiciárias, os interesses gerais da que integrem a mesma categoria ou exerçam a
mesma profissão liberal se se tratar de associação d)  as atribuições, o processo eleitoral e das
de empregados ou de trabalhadores ou agentes votações, os casos de perda de mandato e de
autônomos ou de profissão liberal; substituição dos administradores;
b)  duração de três anos para o mandato da e)  o modo de constituição e administração
diretoria; do patrimônio social e o destino que lhe será
c)  exercício do cargo de presidente por brasi- dado no caso de dissolução;
leiro nato, e dos demais cargos de administração f)  as condições em que se dissolverá a as-
e representação por brasileiros. sociação.
Parágrafo único.  O ministro do Trabalho, § 2o  O processo de reconhecimento será
Indústria e Comércio poderá, excepcionalmen- regulado em instruções baixadas pelo ministro
te, reconhecer como sindicato a associação cujo do Trabalho, Indústria e Comércio.
número de associados seja inferior ao terço a
que se refere a alínea “a”. Art. 519.  A investidura sindical será conferida
sempre à associação profissional mais represen-
Art. 516.  Não será reconhecido mais de um tativa, a juízo do ministro do Trabalho, Indústria
sindicato representativo da mesma categoria e Comércio, constituindo elementos para essa
econômica ou profissional, ou profissão liberal, apreciação, entre outros:
em uma dada base territorial. a)  o número de associados;
b)  os serviços sociais fundados e mantidos;
Art. 517.  Os sindicatos poderão ser distritais, c)  o valor do patrimônio.
municipais, intermunicipais, estaduais e inte-
restaduais. Excepcionalmente, e atendendo às Art. 520.  Reconhecida como sindicato a as-
peculiaridades de determinadas categorias ou sociação profissional, ser-lhe-á expedida carta
profissões, o ministro do Trabalho, Indústria e de reconhecimento, assinada pelo ministro
Comércio poderá autorizar o reconhecimento do Trabalho, Indústria e Comércio, na qual
de sindicatos nacionais. será especificada a representação econômica
§ 1o  O ministro do Trabalho, Indústria e ou profissional conferida e mencionada a base
Comércio outorgará e delimitará a base terri- territorial outorgada.
torial do sindicato. Parágrafo único.  O reconhecimento investe
§ 2o  Dentro da base territorial que lhe for a associação nas prerrogativas do art. 513 e a
determinada é facultado ao sindicato instituir obriga aos deveres do art. 514, cujo inadimple-
delegacias ou seções para melhor proteção dos mento a sujeitará às sanções desta Lei.
associados e da categoria econômica ou profis-
sional ou profissão liberal representada. Art. 521.  São condições para o funcionamento
do Sindicato:
Art. 518.  O pedido de reconhecimento será a)  proibição de qualquer propaganda de
dirigido ao ministro do Trabalho, Indústria e doutrinas incompatíveis com as instituições e os
Comércio, instruído com exemplar ou cópia interesses da Nação, bem como de candidaturas
autenticada dos estatutos da associação. a cargos eletivos estranhos ao sindicato;
Consolidação das Leis do Trabalho

§ 1o  Os estatutos deverão conter: b)  proibição de exercício de cargo eletivo


a)  a denominação e a sede da associação; cumulativamente com o de emprego remune-
b)  a categoria econômica ou profissional ou a rado pelo sindicato ou por entidade sindical
profissão liberal cuja representação é requerida; de grau superior;
c)  a afirmação de que a associação agirá c)  gratuidade do exercício dos cargos ele-
como órgão de colaboração com os poderes tivos;
públicos e as demais associações no sentido d)  proibição de quaisquer atividades não
da solidariedade social e da subordinação dos compreendidas nas finalidades mencionadas
interesses econômicos ou profissionais ao in- no art. 511, inclusive as de caráter político-par-
teresse nacional; tidário;
85
e)  proibição de cessão gratuita ou remune- d)  julgamento dos atos da diretoria, relativos
rada da respectiva sede a entidade de índole a penalidades impostas a associados;
político-partidária. e)  pronunciamento sobre relações ou dissí-
Parágrafo único.  Quando, para o exercício dio de trabalho. Neste caso, as deliberações da
de mandato, tiver o associado de sindicato de assembleia geral só serão consideradas válidas
empregados, de trabalhadores autônomos ou quando ela tiver sido especialmente convocada
de profissionais liberais de se afastar do seu para esse fim, de acordo com as disposições dos
trabalho, poderá ser-lhe arbitrada pela assem- estatutos da entidade sindical. O quorum para
bleia geral uma gratificação nunca excedente da validade da assembleia será de metade mais um
importância de sua remuneração na profissão dos associados quites; não obtido esse quorum
respectiva. em primeira convocação, reunir-se-á a assem-
bleia em segunda convocação com os presentes,
considerando-se aprovadas as deliberações que
SEÇÃO III – Da Administração do Sindicato obtiverem 2/3 (dois terços) dos votos.
§ 1o  A eleição para cargos de diretoria e
Art. 522.  A administração do sindicato será Conselho Fiscal será realizada por escrutínio
exercida por uma diretoria constituída no má- secreto, durante seis horas contínuas, pelo me-
ximo de sete e no mínimo de três membros e de nos, na sede do sindicato, na de suas delegacias
um Conselho Fiscal composto de três membros, e seções e nos principais locais de trabalho, onde
eleitos esses órgãos pela Assembleia Geral. funcionarão as mesas coletoras designadas pelos
§ 1o  A diretoria elegerá, dentre os seus mem- Delegados Regionais do Trabalho.
bros, o presidente do sindicato. § 2o  Concomitantemente ao término do
§ 2o  A competência do Conselho Fiscal é prazo estipulado para a votação, instalar-se-á,
limitada à fiscalização da gestão financeira do em assembleia eleitoral pública e permanente,
sindicato. na sede do sindicato, a mesa apuradora para
§ 3o  Constituirá atribuição exclusiva da Di- a qual serão enviadas, imediatamente, pelos
retoria do Sindicato e dos delegados sindicais a presidentes das mesas coletoras, as urnas re-
que se refere o art. 523, a representação e a defesa ceptoras e as atas respectivas. Será facultada a
dos interesses da entidade perante os poderes designação de mesa apuradora supletiva sempre
públicos e as empresas, salvo mandatário com que as peculiaridades ou conveniências do pleito
poderes outorgados por procuração da direto- a exigirem.
ria ou associado investido em representação § 3o  A mesa apuradora será presidida por
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas

prevista em lei. membro do Ministério Público do Trabalho,


ou pessoa de notória idoneidade, designado
Art. 523.  Os delegados sindicais destinados pelo procurador-geral da Justiça do Trabalho
à direção das delegacias ou seções instituídas ou procuradores regionais.
na forma estabelecida no § 2o do art. 517 serão § 4o  O pleito só será válido na hipótese
designados pela diretoria dentre os associados de participarem da votação mais de 2/3 (dois
radicados no território da correspondente de- terços) dos associados com capacidade para
legacia. votar. Não obtido esse coeficiente, será reali-
zada nova eleição dentro de 15 (quinze) dias, a
Art. 524.  Serão sempre tomadas por escrutínio qual terá validade se nela tomarem parte mais
secreto na forma estatutária as deliberações da de 50% (cinquenta por cento) dos referidos
assembleia geral concernentes aos seguintes associados. Na hipótese de não ter sido alcan-
assuntos: çado, na segunda votação, o coeficiente exigido,
a)  eleição de associado para representação será realizado o terceiro e último pleito, cuja
da respectiva categoria, prevista em lei; validade dependerá do voto de mais de 40%
b)  tomada e aprovação de contas da dire- (quarenta por cento) dos aludidos associados,
toria; proclamando o presidente da Mesa apuradora
86 c)  aplicação do patrimônio; em qualquer dessas hipóteses os eleitos, os quais
serão empossados automaticamente na data do b)  tratando-se de sindicato de empregados
término do mandato expirante, não tendo efeito ou de agentes ou trabalhadores autônomos ou
suspensivo os protestos ou recursos oferecidos de profissionais liberais, além do nome, idade,
na conformidade da lei. estado civil, nacionalidade, profissão ou função e
§ 5o  Não sendo atingido o coeficiente le- residência de cada associado, o estabelecimento
gal para a eleição, o Ministério do Trabalho, ou lugar onde exerce a sua profissão ou função,
Indústria e Comércio declarará a vacância da o número e a série da respectiva Carteira de
administração, a partir do término do mandato Trabalho e Previdência Social e o número da
dos membros em exercício, e designará admi- inscrição na instituição de previdência a que
nistrador para o Sindicato, realizando-se novas pertencer.
eleições dentro de seis meses.
Art. 528.  Ocorrendo dissídio ou circunstâncias
Art. 525.  É vedada a pessoas físicas ou jurídi- que perturbem o funcionamento de entidade
cas, estranhas ao sindicato, qualquer interferên- sindical ou motivos relevantes de segurança
cia na sua administração ou nos seus serviços. nacional, o Ministro do Trabalho e Previdência
Parágrafo único.  Estão excluídos dessa proi- Social poderá nela intervir, por intermédio de
bição: Delegado ou de Junta Interventora, com atri-
a)  os delegados do Ministério do Trabalho, buições para administrá-la e executar ou propor
Indústria e Comércio, especialmente designados as medidas necessárias para normalizar-lhe o
pelo ministro ou por quem o represente; funcionamento.
b)  os que como empregados exerçam cargos
no sindicato mediante autorização da assem-
bleia geral. SEÇÃO IV – Das Eleições Sindicais

Art. 526.  Os empregados do sindicato se- Art. 529.  São condições para o exercício do di-
rão nomeados pela diretoria respectiva ad reito do voto como para a investidura em cargo
referendum da assembleia geral, não poden- de administração ou representação econômica
do recair tal nomeação nos que estiverem nas ou profissional:
condições previstas nos itens II, IV, V, VI, VII a)  ter o associado mais de seis meses de ins-
e VIII do art. 530 e, na hipótese de o nomeado crição no quadro social e mais de dois anos de
haver sido dirigente sindical, também nas do exercício da atividade ou da profissão;
item I do mesmo artigo. b)  ser maior de 18 (dezoito) anos;
Parágrafo único. (Revogado) c)  estar no gozo dos direitos sindicais.
§ 2o  Aplicam-se ao empregado de entidade Parágrafo único.  É obrigatório aos associados
sindical os preceitos das leis de proteção do o voto nas eleições sindicais.
trabalho e de previdência social, inclusive o
direito de associação em sindicato. Art. 530.  Não podem ser eleitos para cargos
administrativos ou de representação econômica
Art. 527.  Na sede de cada sindicato haverá um ou profissional, nem permanecer no exercício
Consolidação das Leis do Trabalho

livro de registro, autenticado pelo funcionário desses cargos:


competente do Ministério do Trabalho, Indús- I – os que não tiverem definitivamente apro-
tria e Comércio, e do qual deverão constar: vadas as suas contas de exercício em cargos de
a)  tratando-se de sindicato de empregado- administração;
res, a firma, individual ou coletiva, ou a de- II – os que houverem lesado o patrimônio
nominação das empresas e sua sede, o nome, de qualquer entidade sindical;
idade, estado civil, nacionalidade e residência III – os que não estiverem, desde 2 (dois)
dos respectivos sócios ou, em se tratando de anos antes, pelo menos, no exercício efetivo
sociedade por ações, dos diretores, bem como da atividade ou da profissão dentro da base
a indicação desses dados quanto ao sócio ou territorial do sindicato, ou no desempenho de
diretor que representar a empresa no sindicato; representação econômica ou profissional; 87
IV – os que tiverem sido condenados por e não tendo havido recurso, dar publicidade ao
crime doloso enquanto persistirem os efeitos resultado do pleito, fazendo comunicação ao
da pena; órgão local do Ministério do Trabalho, Indústria
V – os que não estiverem no gozo de seus e Comércio da relação dos eleitos, com os dados
direitos políticos; pessoais de cada um e a designação da função
VI – (Revogado); que vai exercer.
VII – má conduta, devidamente comprovada; § 3o  Havendo protesto na ata da assembleia
VIII – (Revogado). eleitoral ou recurso interposto dentro de 15
Parágrafo único. (Revogado) dias da realização das eleições, competirá à di-
retoria em exercício encaminhar, devidamente
Art. 531.  Nas eleições para cargos de diretoria instruído, o processo eleitoral ao órgão local do
e do conselho fiscal serão considerados eleitos Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio,
os candidatos que obtiverem maioria absoluta que o encaminhará para decisão do Ministro
de votos em relação ao total dos associados de Estado. Nesta hipótese, permanecerão na
eleitores. administração até despacho final do processo a
§ 1o  Não concorrendo à primeira convo- diretoria e o conselho fiscal que se encontrarem
cação maioria absoluta de eleitores, ou não em exercício.
obtendo nenhum dos candidatos essa maio- § 4o  Não se verificando as hipóteses previstas
ria, proceder-se-á à nova convocação para dia no parágrafo anterior, a posse da nova diretoria
posterior, sendo então considerados eleitos os deverá se verificar dentro de 30 (trinta) dias sub-
candidatos que obtiverem maioria dos eleitores sequentes ao término do mandato da anterior.
presentes. § 5o  Ao assumir o cargo, o eleito prestará,
§ 2o  Havendo somente uma chapa registrada por escrito e solenemente, o compromisso de
para as eleições, poderá a assembleia em última respeitar, no exercício do mandato, a Constitui-
convocação ser realizada duas horas após a pri- ção, as leis vigentes e os estatutos da entidade.
meira convocação desde que do edital respectivo
conste essa advertência.
§ 3o  Concorrendo mais de uma chapa, SEÇÃO V – Das Associações Sindicais de
poderá o Ministério do Trabalho, Indústria e Grau Superior
Comércio designar o presidente da sessão elei-
toral, desde que o requeiram os associados que Art. 533.  Constituem associações sindicais
encabeçarem as respectivas chapas. de grau superior as federações e confederações
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas

§ 4o  O ministro do Trabalho, Indústria e organizadas nos termos desta Lei.


Comércio expedirá instruções regulando o
processo das eleições. Art. 534.  É facultado aos sindicatos, quando
em número não inferior a 5 (cinco), desde que
Art. 532.  As eleições para a renovação da dire- representem a maioria absoluta de um grupo de
toria e do conselho fiscal deverão ser procedidas atividades ou profissões idênticas, similares ou
dentro do prazo máximo de 60 (sessenta) dias conexas, organizarem-se em federação.
e mínimo de 30 (trinta) dias, antes do término § 1o  Se já existir federação no grupo de ativi-
do mandato dos dirigentes em exercício. dades ou profissões em que deva ser constituída
§ 1o  Não havendo protesto na ata da as- a nova entidade, a criação desta não poderá
sembleia eleitoral ou recurso interposto por reduzir a menos de 5 (cinco) o número de sin-
algum dos candidatos, dentro de 15 (quinze) dicatos que àquela devam continuar filiados.
dias a contar da data das eleições, a posse da § 2o  As federações serão constituídas por
diretoria eleita independerá da aprovação das Estados, podendo o Ministro do Trabalho, In-
eleições pelo Ministério do Trabalho, Indústria dústria e Comércio autorizar a constituição de
e Comércio. federações interestaduais ou nacionais.
§ 2o  Competirá à diretoria em exercício, den- § 3o  É permitido a qualquer federação, para
88 tro de 30 (trinta) dias da realização das eleições o fim de lhes coordenar os interesses, agrupar
os sindicatos de determinado município ou § 1o  A organização das federações e confe-
região a ela filiados; mas a união não terá direito derações obedecerá às exigências contidas nas
de representação das atividades ou profissões alíneas “b” e “c” do art. 515.
agrupadas. § 2o  A carta de reconhecimento das federa-
ções será expedida pelo ministro do Trabalho,
Art. 535.  As confederações organizar-se-ão Indústria e Comércio, na qual será especificada
com o mínimo de três federações e terão sede a coordenação econômica ou profissional confe-
na Capital da República. rida e mencionada a base territorial outorgada.
§ 1o  As confederações formadas por fede- § 3o  O reconhecimento das confederações
rações de sindicatos de empregadores denomi- será feito por decreto do Presidente da Repú-
nar-se-ão: Confederação Nacional da Indústria, blica.
Confederação Nacional do Comércio, Confe-
deração Nacional de Transportes Marítimos, Art. 538.  A administração das federações e
Fluviais e Aéreos, Confederação Nacional de confederações será exercida pelos seguintes
Transportes Terrestres, Confederação Nacional órgãos:
de Comunicações e Publicidade, Confederação a) Diretoria;
Nacional das Empresas de Crédito e Confede- b)  Conselho de Representantes;
ração Nacional de Educação e Cultura. c)  Conselho Fiscal.
§ 2o  As confederações formadas por federa- § 1o  A diretoria será constituída no mínimo
ções de sindicatos de empregados terão a deno- de 3 (três) membros e de 3 (três) membros se
minação de: Confederação Nacional dos Traba- comporá o Conselho Fiscal os quais serão eleitos
lhadores na Indústria, Confederação Nacional pelo Conselho de Representantes com mandato
dos Trabalhadores no Comércio, Confederação por 3 (três) anos.
Nacional dos Trabalhadores em Transportes § 2o  Só poderão ser eleitos os integrantes
Marítimos, Fluviais e Aéreos, Confederação dos grupos das federações ou dos planos das
Nacional dos Trabalhadores em Transportes confederações, respectivamente.
Terrestres, Confederação Nacional dos Tra- § 3o  O Presidente da federação ou confede-
balhadores em Comunicações e Publicidade, ração será escolhido dentre os seus membros,
Confederação Nacional dos Trabalhadores nas pela Diretoria.
Empresas de Crédito e Confederação Nacional § 4o  O Conselho de Representantes será for-
dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Edu- mado pelas delegações dos sindicatos ou das
cação e Cultura. federações filiadas, constituída cada delegação
§ 3o  Denominar-se-á Confederação Na- de 2 (dois) membros com mandato por 3 (três)
cional das Profissões Liberais a reunião das anos, cabendo um voto a cada delegação.
respectivas federações. § 5o  A competência do Conselho Fiscal é
§ 4o  As associações sindicais de grau supe- limitada à fiscalização da gestão financeira.
rior da Agricultura e Pecuária serão organi-
zadas na conformidade do que dispuser a lei Art. 539.  Para a constituição e administração
que regular a sindicalização dessas atividades das federações serão observadas, no que for
Consolidação das Leis do Trabalho

ou profissões. aplicável, as disposições das Seções II e III do


presente Capítulo.
Art. 536. (Revogado)

Art. 537.  O pedido de reconhecimento de uma SEÇÃO VI – Dos Direitos dos Exercentes de


federação será dirigido ao ministro do Trabalho, Atividades ou Profissões e dos Sindicalizados
Indústria e Comércio, acompanhado de um
exemplar dos respectivos estatutos e das cópias Art. 540.  A toda empresa ou indivíduo que
autenticadas das atas da assembleia de cada exerçam respectivamente atividade ou profissão,
sindicato ou federação que autorizar a filiação. desde que satisfaçam as exigências desta Lei,
assiste o direito de ser admitido no sindicato 89
da respectiva categoria, salvo o caso de falta ausentar do trabalho no desempenho das fun-
de idoneidade, devidamente comprovada, com ções a que se refere este artigo.
recurso para o Ministério do Trabalho, Indústria § 3o  Fica vedada a dispensa do empregado
e Comércio. sindicalizado ou associado, a partir do momen-
§ 1o  Perderá os direitos de associado o sin- to do registro de sua candidatura a cargo de
dicalizado que, por qualquer motivo, deixar o direção ou representação de entidade sindical
exercício de atividade ou de profissão. ou de associação profissional, até 1 (um) ano
§ 2o  Os associados de sindicatos de empre- após o final do seu mandato, caso seja eleito,
gados, de agentes ou trabalhadores autônomos inclusive como suplente, salvo se cometer falta
e de profissões liberais que forem aposentados, grave devidamente apurada nos termos desta
estiverem em desemprego ou falta de trabalho Consolidação.
ou tiverem sido convocados para prestação de § 4o  Considera-se cargo de direção ou de
serviço militar não perderão os respectivos di- representação sindical aquele cujo exercício
reitos sindicais e ficarão isentos de qualquer ou indicação decorre de eleição prevista em lei.
contribuição, não podendo, entretanto, exercer § 5o  Para os fins deste artigo, a entidade sin-
cargo de administração sindical ou de represen- dical comunicará por escrito à empresa, dentro
tação econômica ou profissional. de 24 (vinte e quatro) horas, o dia e a hora do
registro da candidatura do seu empregado e,
Art. 541.  Os que exercerem determinada ati- em igual prazo, sua eleição e posse, fornecen-
vidade ou profissão onde não haja sindicato da do, outrossim, a este, comprovante no mesmo
respectiva categoria, ou de atividade ou profissão sentido. O Ministério do Trabalho e Previdência
similar ou conexa, poderão filiar-se a sindicato Social fará no mesmo prazo a comunicação no
de profissão idêntica, similar ou conexa existente caso da designação referida no final do § 4o.
na localidade mais próxima. § 6o  A empresa que, por qualquer modo,
Parágrafo único.  O disposto neste artigo se procurar impedir que o empregado se associe
aplica aos sindicatos em relação às respectivas a sindicato, organize associação profissional ou
federações, na conformidade do Quadro de sindical ou exerça os direitos inerentes à con-
Atividades e Profissões a que se refere o art. 577. dição de sindicalizado fica sujeita à penalidade
prevista na letra “a” do art. 553, sem prejuízo
Art. 542.  De todo o ato lesivo de direitos ou da reparação a que tiver direito o empregado.
contrário a esta Lei, emanado da Diretoria, do
Conselho ou da Assembleia Geral da entidade Art. 544.  É livre a associação profissional ou
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas

sindical, poderá qualquer exercente de atividade sindical, mas ao empregado sindicalizado é asse-
ou profissão recorrer, dentro de 30 (trinta) dias, gurada, em igualdade de condições, preferência:
para a autoridade competente do Ministério do I – para a admissão nos trabalhos de empre-
Trabalho, Indústria e Comércio. sa que explore serviços públicos ou mantenha
contrato com os poderes públicos;
Art. 543.  O empregado eleito para cargo de II – para ingresso em funções públicas ou
administração sindical ou representação pro- assemelhadas, em caso de cessação coletiva de
fissional, inclusive junto a órgão de deliberação trabalho, por motivo de fechamento de esta-
coletiva, não poderá ser impedido do exercício belecimento;
de suas funções, nem transferido para lugar ou III – nas concorrências para aquisição de
mister que lhe dificulte ou torne impossível casa própria, pelo Plano Nacional de Habitação
o desempenho das suas atribuições sindicais. ou por intermédio de quaisquer instituições
§ 1o  O empregado perderá o mandato se a públicas;
transferência for por ele solicitada ou volunta- IV – nos loteamentos urbanos ou rurais,
riamente aceita. promovidos pela União, por seus órgãos de
§ 2o  Considera-se de licença não remunera- administração direta ou indireta ou sociedades
da, salvo assentimento da empresa ou cláusula de economia mista;
90 contratual, o tempo em que o empregado se
V – na locação ou compra de imóveis, de Nacional do Trabalho, no Distrito Federal, ou
propriedade de pessoa de direito público ou da autoridade regional do Ministério do Tra-
sociedade de economia mista, quando sob ação balho, Indústria e Comércio, nos Estados e no
de despejo em tramitação judicial; Território do Acre, de que não existe sindicato
VI – na concessão de empréstimos simples no local onde o interessado exerce a respectiva
concedidos pelas agências financeiras do Go- atividade ou profissão.
verno ou a ele vinculadas;
VII – na aquisição de automóveis, outros
veículos e instrumentos relativos ao exercício SEÇÃO VII – Da Gestão Financeira do
da profissão, quando financiados pelas autar- Sindicato e Sua Fiscalização
quias, sociedades de economia mista ou agências
financeiras do Governo; Art. 548.  Constituem o patrimônio das asso-
VIII – (Revogado); ciações sindicais:
IX – na concessão de bolsas de estudos para a)  as contribuições devidas aos sindicatos
si ou para seus filhos, obedecida a legislação que pelos que participem das categorias econômi-
regule a matéria. cas ou profissionais ou das profissões liberais
representadas pelas referidas entidades, sob a
Art. 545.  Os empregadores ficam obrigados denominação de imposto sindical, pagas e arre-
a descontar da folha de pagamento dos seus cadadas na forma do Capítulo III deste Título;
empregados, desde que por eles devidamente b)  as contribuições dos associados, na forma
autorizados, as contribuições devidas ao sindi- estabelecida nos estatutos ou pelas assembleias
cato, quando por este notificados. gerais;
Parágrafo único.  O recolhimento à entidade c)  os bens e valores adquiridos e as rendas
sindical beneficiária do importe descontado produzidas pelos mesmos;
deverá ser feito até o 10o (décimo) dia subse- d)  as doações e legados;
quente ao do desconto, sob pena de juros de e)  as multas e outras rendas eventuais.
mora no valor de 10% (dez por cento) sobre o
montante retido, sem prejuízo da multa prevista Art. 549.  A receita dos sindicatos, federações e
no art. 553 e das cominações penais relativas à confederações só poderá ter aplicação na forma
apropriação indébita. prevista nos respectivos orçamentos anuais,
obedecidas as disposições estabelecidas na lei
Art. 546.  Às empresas sindicalizadas é assegu- e nos seus estatutos.
rada preferência, em igualdade de condições, § 1o  Para alienação, locação ou aquisição
nas concorrências para exploração de serviços de bens imóveis, ficam as entidades sindicais
públicos, bem como nas concorrências para obrigadas a realizar avaliação prévia pela Caixa
fornecimento às repartições federais, estaduais Econômica Federal ou pelo Banco Nacional da
e municipais e às entidades paraestatais. Habitação ou, ainda, por qualquer outra orga-
nização legalmente habilitada a tal fim.
Art. 547.  É exigida a qualidade de sindicalizado § 2o  Os bens imóveis das entidades sindicais
Consolidação das Leis do Trabalho

para o exercício de qualquer função represen- não serão alienados sem a prévia autorização
tativa de categoria econômica ou profissional, das respectivas assembleias gerais, reunidas
em órgão oficial de deliberação coletiva, bem com a presença da maioria absoluta dos asso-
como para o gozo de favores ou isenções tribu- ciados com direito a voto ou dos Conselhos
tárias, salvo em se tratando de atividades não de Representantes com a maioria absoluta dos
econômicas. seus membros.
Parágrafo único.  Antes da posse ou exercício § 3o  Caso não seja obtido o quorum estabe-
das funções a que alude o artigo anterior ou lecido no parágrafo anterior, a matéria poderá
de concessão dos favores será indispensável ser decidida em nova assembleia geral, reunida
comprovar a sindicalização, ou oferecer prova, com qualquer número de associados com direito
mediante certidão negativa no Departamento 91
a voto, após o transcurso de 10 (dez) dias da correntes, poderão ser ajustadas ao fluxo dos
primeira convocação. gastos, mediante a abertura de créditos adicio-
§ 4o  Nas hipóteses previstas nos §§ 2o e 3o a nais solicitados pela Diretoria da entidade às
decisão somente terá validade se adotada pelo respectivas Assembleias Gerais ou Conselhos de
mínimo de 2/3 (dois terços) dos presentes, em Representantes, cujos atos concessórios serão
escrutínio secreto. publicados até o último dia do exercício cor-
§ 5o  Da deliberação da assembleia geral, respondente, obedecida a mesma sistemática
concernente à alienação de bens imóveis, ca- prevista no parágrafo anterior.
berá recurso voluntário, dentro do prazo de 15 § 3o  Os créditos adicionais classificam-se em:
(quinze) dias, ao Ministro do Trabalho, com a)  suplementares, os destinados a reforçar
efeito suspensivo. dotações alocadas no orçamento; e
§ 6o  A venda do imóvel será efetuada pela b)  especiais, os destinados a incluir dotações
diretoria da entidade, após a decisão da Assem- no orçamento, a fim de fazer face às despesas
bleia Geral ou do Conselho de Representantes, para as quais não se tenha consignado crédito
mediante concorrência pública, com edital pu- específico.
blicado no Diário Oficial da União e na imprensa § 4o  A abertura dos créditos adicionais de-
diária, com antecedência mínima de 30 (trinta) pende da existência de receita para sua compen-
dias da data de sua realização. sação, considerando-se, para esse efeito, desde
§ 7o  Os recursos destinados ao pagamento que não comprometidos:
total ou parcelado dos bens imóveis adquiridos a) o superavit financeiro apurado em balan-
serão consignados, obrigatoriamente, nos orça- ço do exercício anterior;
mentos anuais das entidades sindicais. b)  o excesso de arrecadação, assim entendi-
do o saldo positivo da diferença entre a renda
Art. 550.  Os orçamentos das entidades sin- prevista e a realizada, tendo-se em conta, ainda,
dicais serão aprovados, em escrutínio secreto, a tendência do exercício; e
pelas respectivas Assembleias Gerais ou Con- c)  a resultante da anulação parcial ou total de
selho de Representantes, até 30 (trinta) dias dotações alocadas no orçamento ou de créditos
antes do início do exercício financeiro a que se adicionais abertos no exercício.
referem, e conterão a discriminação da receita e § 5o  Para efeito orçamentário e contábil sin-
da despesa, na forma das instruções e modelos dical, o exercício financeiro coincidirá com o
expedidos pelo Ministério do Trabalho. ano civil, a ele pertencendo todas as receitas
§ 1o  Os orçamentos, após a aprovação pre- arrecadadas e as despesas compromissadas.
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas

vista no presente artigo, serão publicados, em


resumo, no prazo de 30 (trinta) dias, contados Art. 551.  Todas as operações de ordem finan-
da data da realização da respectiva Assembleia ceira e patrimonial serão evidenciadas pelos
Geral ou da reunião do Conselho de Represen- registros contábeis das entidades sindicais, exe-
tantes, que os aprovou, observada a seguinte cutados sob a responsabilidade de contabilista
sistemática: legalmente habilitado, em conformidade com
a) no Diário Oficial da União – Seção I – o plano de contas e as instruções baixadas pelo
Parte II, os orçamentos das confederações, Ministério do Trabalho.
federações e sindicatos de base interestadual § 1o  A escrituração contábil a que se refe-
ou nacional; re este artigo será baseada em documentos de
b)  no órgão de imprensa oficial do Estado receita e despesa, que ficarão arquivados nos
ou Território ou jornal de grande circulação serviços de contabilidade, à disposição dos
local, os orçamentos das federações estaduais e órgãos responsáveis pelo acompanhamento
sindicatos distritais, municipais, intermunicipais administrativo e da fiscalização financeira da
e estaduais. própria entidade, ou do controle que poderá
§ 2o  As dotações orçamentárias que se apre- ser exercido pelos órgãos da União, em face da
sentarem insuficientes para o atendimento das legislação específica.
92 despesas, ou não incluídas nos orçamentos
§ 2o  Os documentos comprobatórios dos Art. 552.  Os atos que importem em malversa-
atos de receita e despesa, a que se refere o pa- ção ou dilapidação do patrimônio das associa-
rágrafo anterior, poderão ser incinerados, após ções ou entidades sindicais ficam equiparados
decorridos 5 (cinco) anos da data de quitação ao crime de peculato julgado e punido na con-
das contas pelo órgão competente. formidade da legislação penal.
§ 3o  É obrigatório o uso do livro Diário,
encadernado, como folhas seguida e tipografi-
camente numeradas, para a escrituração, pelo SEÇÃO VIII – Das Penalidades
método das partidas dobradas, diretamente
ou por reprodução, dos atos ou operações que Art. 553.  As infrações ao disposto neste Ca-
modifiquem ou venham a modificar a situação pítulo serão punidas, segundo o seu caráter e
patrimonial da entidade, o qual conterá, respec- a sua gravidade, com as seguintes penalidades:
tivamente, na primeira e na última páginas, os a)  multa de Cr$ 100 (cem cruzeiros) e 5.000
termos de abertura e de encerramento. (cinco mil cruzeiros), dobrada na reincidência;
§ 4o  A entidade sindical que se utilizar de b)  suspensão de diretores por prazo não
sistema mecânico ou eletrônico para sua es- superior a trinta dias;
crituração contábil, poderá substituir o Diário c)  destituição de diretores ou de membros
e os livros facultativos ou auxiliares por fichas de conselho;
ou formulários contínuos, cujos lançamentos d)  fechamento de sindicato, federação ou
deverão satisfazer a todos os requisitos e normas confederação por prazo nunca superior a seis
de escrituração exigidos com relação aos livros meses;
mercantis, inclusive no que respeita a termos e)  cassação da carta de reconhecimento;
de abertura e de encerramento e numeração f)  multa de 1/30 (um trinta avos) do salário
sequencial e tipográfica. mínimo regional, aplicável ao associado que
§ 5o  Na escrituração por processos de fichas deixar de cumprir, sem causa justificada, o dis-
ou formulários contínuos, a entidade adotará posto no parágrafo único do art. 529.
livro próprio para inscrição do balanço patri- § 1o  A imposição de penalidades aos admi-
monial e da demonstração do resultado do nistradores não exclui a aplicação das que este
exercício, o qual conterá os mesmos requisitos artigo prevê para a associação.
exigidos para os livros de escrituração. § 2o  Poderá o Ministro do Trabalho e Pre-
§ 6o  Os livros e fichas ou formulários con- vidência Social determinar o afastamento pre-
tínuos serão obrigatoriamente submetidos a ventivo de cargo ou representação sindicais
registro e autenticação das Delegacias Regionais de seus exercentes, com fundamento em ele-
do Trabalho localizadas na base territorial da mentos constantes de denúncia formalizada
entidade. que constituam indício veemente ou início de
§ 7o  As entidades sindicais manterão registro prova bastante do fato e da autoria denunciados.
específico dos bens de qualquer natureza, de
sua propriedade, em livros ou fichas próprias, Art. 554.  Destituída a administração na hipó-
que atenderão às mesmas formalidades exigidas tese da alínea “c” do artigo anterior, o ministro
Consolidação das Leis do Trabalho

para o livro Diário, inclusive no que se refere ao do Trabalho, Indústria e Comércio nomeará
registro e autenticação da Delegacia Regional um delegado para dirigir a associação e proce-
do Trabalho local. der, dentro do prazo de 90 (noventa) dias, em
§ 8o  As contas dos administradores das enti- assembleia geral por ele convocada e presidida,
dades sindicais serão aprovadas, em escrutínio à eleição dos novos diretores e membros do
secreto, pelas respectivas Assembleias Gerais ou Conselho Fiscal.
Conselhos de Representantes, com prévio pa-
recer do Conselho Fiscal, cabendo ao Ministro Art. 555.  A pena de cassação da carta de reco-
do Trabalho estabelecer prazos e procedimentos nhecimento será imposta à entidade sindical:
para a sua elaboração e destinação.
93
a)  que deixar de satisfazer as condições de autoridades administrativas e judiciárias, os
constituição e funcionamento estabelecidas interesses individuais dos associados relativos à
nesta Lei; sua atividade ou profissão, sendo-lhes também
b)  que se recusar ao cumprimento de ato do extensivas as prerrogativas contidas na alínea
Presidente da República, no uso da faculdade “d” e no parágrafo único do art. 513.
conferida pelo art. 536; § 1o  O registro a que se refere o presente
c)  que criar obstáculos à execução da política artigo competirá às Delegacias Regionais do
econômica adotada pelo Governo. Ministério do Trabalho e Previdência Social
ou às repartições autorizadas em virtude da lei.
Art. 556.  A cassação da carta de reconheci- § 2o  O registro das associações far-se-á me-
mento da entidade sindical não importará no diante requerimento, acompanhado da cópia
cancelamento de seu registro, nem, consequen- autêntica dos estatutos e da declaração do núme-
temente, a sua dissolução, que se processará de ro de associados, do patrimônio e dos serviços
acordo com as disposições da lei que regulam sociais organizados.
a dissolução das associações civis. § 3o  As alterações dos estatutos das associa-
Parágrafo único.  No caso de dissolução, por ções profissionais não entrarão em vigor sem
se achar a associação incursa nas leis que de- aprovação da autoridade que houver concedido
finem crimes contra a personalidade interna- o respectivo registro.
cional, a estrutura e a segurança do Estado e a
ordem política e social, os seus bens, pagas as Art. 559.  O Presidente da República, excep-
dívidas decorrentes das suas responsabilidades, cionalmente e mediante proposta do Ministro
serão incorporados ao patrimônio da União e do Trabalho, Indústria e Comércio, fundada em
aplicados em obras de assistência social. razões de utilidade pública, poderá conceder,
por decreto, às associações civis constituídas
Art. 557.  As penalidades de que trata o art. 553 para a defesa e coordenação de interesses econô-
serão impostas: micos e profissionais e não obrigadas ao registro
a)  as das alíneas “a” e “b”, pelo Delegado previsto no artigo anterior, a prerrogativa da
Regional do Trabalho, com recurso para o mi- alínea “d” do art. 513 deste Capítulo.
nistro de Estado;
b)  as demais, pelo ministro de Estado. Art. 560.  Não se reputará transmissão de bens,
§ 1o  Quando se tratar de associações de grau para efeitos fiscais, a incorporação do patrimô-
superior, as penalidades serão impostas pelo mi- nio de uma associação profissional ao da entida-
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas

nistro de Estado, salvo se a pena for de cassação de sindical, ou das entidades aludidas entre si.
da carta de reconhecimento de confederação,
caso em que a pena será imposta pelo Presidente Art. 561.  A denominação “sindicato” é priva-
da República. tiva das associações profissionais de primeiro
§ 2o  Nenhuma pena será imposta sem que grau, reconhecidas na forma desta Lei.
seja assegurada defesa ao acusado.
Art. 562.  As expressões “federação” e “confe-
deração”, seguidas da designação de uma ati-
SEÇÃO IX – Disposições Gerais vidade econômica ou profissional, constituem
denominações privativas das entidades sindicais
Art. 558.  São obrigadas ao registro todas as de grau superior.
associações profissionais constituídas por ati-
vidades ou profissões idênticas, similares ou Art. 563. (Revogado)
conexas, de acordo com o art. 511 e na confor-
midade do Quadro de Atividades e Profissões Art. 564.  Às entidades sindicais, sendo-lhes
a que alude o Capítulo II deste Título. As as- peculiar e essencial a atribuição representativa
sociações profissionais registradas nos termos e coordenadora das correspondentes categorias
94 deste artigo poderão representar, perante as
ou profissões, é vedado, direta ou indiretamente, principal, formando um sindicato específico,
o exercício de atividade econômica. desde que o novo sindicato, a juízo da Comis-
são do Enquadramento Sindical, ofereça pos-
Art. 565.  As entidades sindicais reconheci- sibilidade de vida associativa regular e de ação
das nos termos desta Lei não poderão filiar-se sindical eficiente.
a organizações internacionais, nem com elas
manter relações, sem prévia licença concedida Art. 572.  Os sindicatos que se constituírem
por decreto do Presidente da República. por categorias similares ou conexas, nos ter-
mos do parágrafo único do art. 570, adotarão
Art. 566.  Não podem sindicalizar-se os ser- denominação em que fiquem, tanto como pos-
vidores do Estado e os das instituições paraes- sível, explicitamente mencionadas as atividades
tatais. ou profissões concentradas, de conformidade
Parágrafo único.  Excluem-se da proibição com o Quadro de Atividades e Profissões, ou se
constante deste artigo os empregados das socie- se tratar de subdivisões, de acordo com o que
dades de economia mista, da Caixa Econômica determinar a Comissão do Enquadramento
Federal e das fundações criadas ou mantidas Sindical.
pelo Poder Público da União, dos Estados e Parágrafo único.  Ocorrendo a hipótese do
Municípios. artigo anterior, o sindicato principal terá a deno-
minação alterada, eliminando-se-lhe a designa-
Arts.  567 a 569. (Revogados) ção relativa à atividade ou profissão dissociada.

Art. 573.  O agrupamento dos sindicatos em


CAPÍTULO II – Do Enquadramento federações obedecerá às mesmas regras que as
Sindical estabelecidas neste Capítulo para o agrupamento
das atividades e profissões em sindicatos.
Art. 570.  Os sindicatos constituir-se-ão, Parágrafo único.  As federações de sindicatos
normalmente, por categorias econômicas ou de profissões liberais poderão ser organizadas
profissionais, específicas, na conformidade da independentemente do grupo básico da Con-
discriminação do Quadro de Atividades e Pro- federação, sempre que as respectivas profissões
fissões a que se refere o art. 577 ou segundo as se acharem submetidas, por disposições de lei,
subdivisões que, sob proposta da Comissão do a um único regulamento.
Enquadramento Sindical, de que trata o art. 576, § 2o (Revogado)
forem criadas pelo ministro do Trabalho, In-
dústria e Comércio. Art. 574.  Dentro da mesma base territorial, as
Parágrafo único.  Quando os exercentes de empresas industriais do tipo artesanal poderão
quaisquer atividades ou profissões se consti- constituir entidades sindicais, de primeiro e
tuírem, seja pelo número reduzido, seja pela segundo graus, distintas das associações sindi-
natureza mesma dessas atividades ou profissões, cais das empresas congêneres, de tipo diferente.
seja pelas afinidades existentes entre elas, em Parágrafo único.  Compete à Comissão do
Consolidação das Leis do Trabalho

condições tais que não se possam sindicalizar Enquadramento Sindical definir, de modo gené-
eficientemente pelo critério de especificidade rico, com a aprovação do ministro do Trabalho,
de categoria, é-lhes permitido sindicalizar-se Indústria e Comércio, a dimensão e os demais
pelo critério de categorias similares ou conexas, característicos das empresas industriais de tipo
entendendo-se como tais as que se acham com- artesanal.
preendidas nos limites de cada grupo constante
do Quadro de Atividades e Profissões. Art. 575.  O Quadro de Atividades e Profissões
será revisto de dois em dois anos, por proposta
Art. 571.  Qualquer das atividades ou profissões da Comissão do Enquadramento Sindical, para
concentradas na forma do parágrafo único do o fim de ajustá-lo às condições da estrutura
artigo anterior poderá dissociar-se do sindicato econômica e profissional do país. 95
§ 1o  Antes de proceder à revisão do Quadro, ou pelo representante deste na Comissão, nesta
a Comissão deverá solicitar sugestões às enti- ordem.
dades sindicais e às associações profissionais. § 6o  Além das atribuições fixadas no presen-
§ 2o  A proposta de revisão será submetida à te Capítulo e concernentes ao enquadramento
aprovação do ministro do Trabalho, Indústria sindical, individual ou coletivo, e à classificação
e Comércio. das atividades e profissões, competirá também
à CES resolver, com recurso para o Ministro do
Art. 576.  A Comissão do Enquadramento Trabalho e Previdência Social, todas as dúvi-
Sindical será constituída pelo Diretor-Geral das e controvérsias concernentes à organização
do Departamento Nacional do Trabalho, que sindical.
a presidirá, e pelos seguintes membros:
I – 2 (dois) representantes do Departamento Art. 577.  O Quadro de Atividades e Profissões
Nacional do Trabalho; em vigor fixará o plano básico do enquadra-
II – 1 (um) representante do Departamento mento sindical.25
Nacional de Mão de Obra;
III – 1 (um) representante do Instituto Na-
cional de Tecnologia, do Ministério da Indústria CAPÍTULO III – Da Contribuição Sindical
e do Comércio; SEÇÃO I – Da Fixação e do Recolhimento da
IV – 1 (um) representante do Instituto Na- Contribuição Sindical
cional de Colonização e Reforma Agrária, do
Ministério da Agricultura; Art. 578.  As contribuições devidas aos sindi-
V – 1 (um) representante do Ministério dos catos pelos participantes das categorias econô-
Transportes; micas ou profissionais ou das profissões liberais
VI – 2 (dois) representantes das categorias representadas pelas referidas entidades serão,
econômicas; e sob a denominação de contribuição sindical,
VII – 2 (dois) representantes das categorias pagas, recolhidas e aplicadas na forma estabe-
profissionais. lecida neste Capítulo, desde que prévia e ex-
§ 1o  Os membros da CES serão designados pressamente autorizadas.
pelo Ministro do Trabalho e Previdência Social,
mediante: Art. 579.  O desconto da contribuição sindical
a)  indicação dos titulares das Pastas, quanto está condicionado à autorização prévia e expres-
aos representantes dos outros Ministérios; sa dos que participarem de uma determinada
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas

b)  indicação do respectivo Diretor-Geral, categoria econômica ou profissional, ou de uma


quanto ao do DNMO; profissão liberal, em favor do sindicato repre-
c)  eleição pelas respectivas Confederações, sentativo da mesma categoria ou profissão ou,
em conjunto, quanto aos representantes das inexistindo este, na conformidade do disposto
categorias econômicas e profissionais, de acordo no art. 591 desta Consolidação.
com as instruções que forem expedidas pelo
Ministro do Trabalho e Previdência Social. Art. 580.  A contribuição sindical será reco-
§ 2o  Cada Membro terá um suplente desig- lhida, de uma só vez, anualmente, e consistirá:
nado juntamente com o titular. I – na importância correspondente à remu-
§ 3o  Será de 3 (três) anos o mandato dos neração de um dia de trabalho, para os empre-
representantes das categorias econômica e pro- gados, qualquer que seja a forma da referida
fissional. remuneração;
§ 4o  Os integrantes da Comissão perceberão II – para os agentes ou trabalhadores autô-
a gratificação de presença que for estabelecida nomos e para os profissionais liberais, numa
por decreto executivo. importância correspondente a 30% (trinta por
§ 5o  Em suas faltas ou impedimentos o Di- cento) do maior valor de referência fixado pelo
retor-Geral do DNT será substituído na presi-
96 dência pelo Diretor substituto do Departamento   NE: ver o art. 8o da Constituição Federal.
25
Poder Executivo, vigente à época em que é de- ou empresa, registrado nas respectivas Juntas
vida a contribuição sindical, arredondada para Comerciais ou órgãos equivalentes, mediante
Cr$ 1,00 (um cruzeiro) a fração porventura a aplicação de alíquotas, conforme a seguinte
existente; tabela progressiva:
III – para os empregadores, numa impor-
tância proporcional ao capital social da firma

Classe de Capital Alíquota


1 – até 150 vezes o maior valor de referência 0,8%
2 – acima de 150 até 1.500 vezes o maior valor de referência 0,2%
3 – acima de 1.500 até 150.000 vezes o maior valor de referência 0,1%
4 – acima de 150.000 até 800.000 vezes o maior valor de referência 0,02%

§ 1o  A contribuição sindical prevista na conhecimento à respectiva entidade sindical ou


tabela constante do item III deste artigo cor- à Delegacia Regional do Trabalho, observados
responderá à soma da aplicação das alíquotas os limites estabelecidos no § 3o deste artigo.
sobre a porção do capital distribuído em cada § 6o  Excluem-se da regra do § 5o as entidades
classe, observados os respectivos limites. ou instituições que comprovarem, através de
§ 2o  Para efeito do cálculo de que trata a ta- requerimento dirigido ao Ministério do Tra-
bela progressiva inserta no item III deste artigo, balho, que não exercem atividade econômica
considerar-se-á o valor de referência fixado pelo com fins lucrativos.
Poder Executivo, vigente à data de competência
da contribuição, arredondando-se para Cr$ 1,00 Art. 581.  Para os fins do item III do artigo
(um cruzeiro) a fração porventura existente. anterior, as empresas atribuirão parte do respec-
§ 3o  É fixada em 60% (sessenta por cento) tivo capital às suas sucursais, filiais ou agências,
do maior valor de referência, a que alude o pa- desde que localizadas fora da base territorial
rágrafo anterior, a contribuição mínima devida da entidade sindical representativa da ativida-
pelos empregadores, independentemente do de econômica do estabelecimento principal,
capital social da firma ou empresa, ficando, do na proporção das correspondentes operações
mesmo modo, estabelecido o capital equivalente econômicas, fazendo a devida comunicação às
a 800.000 (oitocentas mil) vezes o maior valor Delegacias Regionais do Trabalho, conforme a
de referência para efeito do cálculo da contri- localidade da sede da empresa, sucursais, filiais
buição máxima, respeitada a tabela progressiva ou agências.
constante do item III. § 1o  Quando a empresa realizar diversas ati-
§ 4o  Os agentes ou trabalhadores autônomos vidades econômicas, sem que nenhuma delas
e os profissionais liberais, organizados em firma seja preponderante, cada uma dessas atividades
ou empresa, com capital social registrado, reco- será incorporada à respectiva categoria eco-
Consolidação das Leis do Trabalho

lherão a contribuição sindical de acordo com nômica, sendo a contribuição sindical devida
a tabela progressiva a que se refere o item III. à entidade sindical representativa da mesma
§ 5o  As entidades ou instituições que não categoria, procedendo-se, em relação às cor-
estejam obrigadas ao registro de capital social, respondentes sucursais, agências ou filiais, na
considerarão como capital, para efeito do cálculo forma do presente artigo.
de que trata a tabela progressiva constante do § 2o  Entende-se por atividade preponderante
item III deste artigo, o valor resultante da aplica- a que caracterizar a unidade de produto, opera-
ção do percentual de 40% (quarenta por cento) ção ou objetivo final, para cuja obtenção todas
sobre o movimento econômico registrado no as demais atividades convirjam, exclusivamente,
exercício imediatamente anterior, do que darão em regime de conexão funcional.
97
Art. 582.  Os empregadores são obrigados a va da respectiva profissão, desde que a exerça,
descontar da folha de pagamento de seus em- efetivamente, na firma ou empresa e como tal
pregados relativa ao mês de março de cada ano sejam nelas registrados.
a contribuição sindical dos empregados que Parágrafo único.  Na hipótese referida neste
autorizaram prévia e expressamente o seu re- artigo, à vista da manifestação do contribuin-
colhimento aos respectivos sindicatos. te e da exibição da prova de quitação da con-
§ 1o  Considera-se um dia de trabalho, para tribuição, dada por sindicato de profissionais
efeito de determinação da importância a que liberais, o empregador deixará de efetuar, no
alude o item I do art. 580, o equivalente: salário do contribuinte, o desconto a que se
a)  a uma jornada normal de trabalho, se o refere o art. 582.
pagamento ao empregado for feito por unidade
de tempo; Art. 586.  A contribuição sindical será reco-
b)  a 1/30 (um trinta avos) da quantia perce- lhida, nos meses fixados no presente Capítu-
bida no mês anterior, se a remuneração for paga lo, à Caixa Econômica Federal, ao Banco do
por tarefa, empreitada ou comissão. Brasil S.A. ou aos estabelecimentos bancários
§ 2o  Quando o salário for pago em utilida- nacionais integrantes do sistema de arrecadação
des, ou nos casos em que o empregado receba, dos tributos federais, os quais, de acordo com
habitualmente, gorjetas, a contribuição sindical instruções expedidas pelo Conselho Monetário
corresponderá a 1/30 (um trinta avos) da im- Nacional, repassarão à Caixa Econômica Federal
portância que tiver servido de base, no mês de as importâncias arrecadadas.
janeiro, para a contribuição do empregado à § 1o  Integrarão a rede arrecadadora as Caixas
Previdência Social. Econômicas Estaduais, nas localidades onde
inexistam os estabelecimentos previstos no caput
Art. 583.  O recolhimento da contribuição sin- deste artigo.
dical referente aos empregados e trabalhadores § 2o  Tratando-se de empregador, agentes ou
avulsos será efetuado no mês de abril de cada trabalhadores autônomos ou profissionais libe-
ano, e o relativo aos agentes ou trabalhadores rais o recolhimento será efetuado pelos próprios,
autônomos e profissionais liberais realizar-se-á diretamente ao estabelecimento arrecadador.
no mês de fevereiro, observada a exigência de § 3o  A contribuição sindical devida pelos
autorização prévia e expressa prevista no art. 579 empregados e trabalhadores avulsos será re-
desta Consolidação. colhida pelo empregador e pelo sindicato, res-
§ 1o  O recolhimento obedecerá ao sistema pectivamente.
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas

de guias, de acordo com as instruções expedidas


pelo Ministro do Trabalho. Art. 587.  Os empregadores que optarem pelo
§ 2o  O comprovante de depósito da con- recolhimento da contribuição sindical deverão
tribuição sindical será remetido ao respectivo fazê-lo no mês de janeiro de cada ano, ou, para
sindicato; na falta deste, à correspondente enti- os que venham a se estabelecer após o referido
dade sindical de grau superior, e, se for o caso, mês, na ocasião em que requererem às repar-
ao Ministério do Trabalho. tições o registro ou a licença para o exercício
da respectiva atividade.
Art. 584.  Servirá de base para o pagamento da
contribuição sindical, pelos agentes ou trabalha- Art. 588.  A Caixa Econômica Federal manterá
dores autônomos e profissionais liberais, a lista conta corrente intitulada “Depósitos da Arreca-
de contribuintes organizada pelos respectivos dação da Contribuição Sindical”, em nome de
sindicatos e, na falta destes, pelas federações cada uma das entidades sindicais beneficiadas,
ou confederações coordenadoras da categoria. cabendo ao Ministério do Trabalho cientificá-la
das ocorrências pertinentes à vida administra-
Art. 585.  Os profissionais liberais poderão tiva dessas entidades.
optar pelo pagamento da contribuição sindical § 1o  Os saques na conta corrente referida
98 unicamente à entidade sindical representati- no caput deste artigo far-se-ão mediante ordem
bancária ou cheque com as assinaturas conjun- contribuição sindical será creditada, integral-
tas do presidente e do tesoureiro da entidade mente, à “Conta Especial Emprego e Salário”.
sindical. § 4o  Não havendo indicação de central sin-
§ 2o  A Caixa Econômica Federal remete- dical, na forma do § 1o do art. 589 desta Conso-
rá, mensalmente, a cada entidade sindical, um lidação, os percentuais que lhe caberiam serão
extrato da respectiva conta corrente, e, quando destinados à “Conta Especial Emprego e Salário”.
solicitado, aos órgãos do Ministério do Trabalho.
Art. 591.  Inexistindo sindicato, os percen-
Art. 589.  Da importância da arrecadação da tuais previstos na alínea “c” do inciso I e na
contribuição sindical serão feitos os seguintes alínea “d” do inciso II do caput do art. 589 desta
créditos pela Caixa Econômica Federal, na for- Consolidação serão creditados à federação cor-
ma das instruções que forem expedidas pelo respondente à mesma categoria econômica ou
Ministro do Trabalho: profissional.
I – para os empregadores: Parágrafo único.  Na hipótese do caput deste
a)  5% (cinco por cento) para a confederação artigo, os percentuais previstos nas alíneas “a” e
correspondente; “b” do inciso I e nas alíneas “a” e “c” do inciso II
b)  15% (quinze por cento) para a federação; do caput do art. 589 desta Consolidação caberão
c)  60% (sessenta por cento) para o sindicato à confederação.
respectivo; e
d)  20% (vinte por cento) para a “Conta Es-
pecial Emprego e Salário”; SEÇÃO II – Da Aplicação da Contribuição
II – para os trabalhadores: Sindical
a)  5% (cinco por cento) para a confederação
correspondente; Art. 592.  A contribuição sindical, além das
b)  10% (dez por cento) para a central sin- despesas vinculadas à sua arrecadação, recolhi-
dical; mento e controle, será aplicada pelos sindicatos,
c)  15% (quinze por cento) para a federação; na conformidade dos respectivos estatutos, vi-
d)  60% (sessenta por cento) para o sindicato sando aos seguintes objetivos:
respectivo; e I – Sindicatos de empregadores e de agentes
e)  10% (dez por cento) para a “Conta Espe- autônomos:
cial Emprego e Salário”; a)  assistência técnica e jurídica;
III – (Revogado); b)  assistência médica, dentária, hospitalar
IV – (Revogado). e farmacêutica;
§ 1o  O sindicato de trabalhadores indicará c)  realização de estudos econômicos e fi-
ao Ministério do Trabalho e Emprego a central nanceiros;
sindical a que estiver filiado como beneficiária d)  agências de colocação;
da respectiva contribuição sindical, para fins de e) cooperativas;
destinação dos créditos previstos neste artigo. f) bibliotecas;
§ 2o  A central sindical a que se refere a alínea g) creches;
Consolidação das Leis do Trabalho

“b” do inciso II do caput deste artigo deverá h)  congressos e conferências;


atender aos requisitos de representatividade i)  medidas de divulgação comercial e in-
previstos na legislação específica sobre a matéria. dustrial no País, e no estrangeiro, bem como
em outras tendentes a incentivar e aperfeiçoar
Art. 590.  Inexistindo confederação, o percen- a produção nacional;
tual previsto no art. 589 desta Consolidação j)  feiras e exposições;
caberá à federação representativa do grupo. l)  prevenção de acidentes do trabalho;
§ 1o (Revogado) m)  finalidades desportivas;
§ 2o (Revogado) II – Sindicatos de empregados:
§ 3o  Não havendo sindicato, nem entidade a)  assistência jurídica;
sindical de grau superior ou central sindical, a 99
b)  assistência médica, dentária, hospitalar programas, desde que assegurados os serviços
e farmacêutica; assistenciais fundamentais da entidade.
c)  assistência à maternidade; § 2o  Os sindicatos poderão destacar, em seus
d)  agências de colocação; orçamentos anuais, até 20% (vinte por cento)
e) cooperativas; dos recursos da contribuição sindical para o
f) bibliotecas; custeio das suas atividades administrativas,
g) creches; independentemente de autorização ministerial.
h)  congressos e conferências; § 3o  O uso da contribuição sindical prevista
i) auxílio-funeral; no § 2o não poderá exceder do valor total das
j)  colônias de férias e centros de recreação; mensalidades sociais consignadas nos orçamen-
l)  prevenção de acidentes do trabalho; tos dos sindicatos, salvo autorização expressa
m)  finalidades desportivas e sociais; do Ministro do Trabalho.
n)  educação e formação profissional;
o)  bolsas de estudo; Art. 593.  As percentagens atribuídas às enti-
III – Sindicatos de profissionais liberais: dades sindicais de grau superior e às centrais
a)  assistência jurídica; sindicais serão aplicadas de conformidade com
b)  assistência médica, dentária, hospitalar o que dispuserem os respectivos conselhos de
e farmacêutica; representantes ou estatutos.
c)  assistência à maternidade; Parágrafo único.  Os recursos destinados às
d)  bolsas de estudo; centrais sindicais deverão ser utilizados no cus-
e) cooperativas; teio das atividades de representação geral dos
f) bibliotecas; trabalhadores decorrentes de suas atribuições
g) creches; legais.
h)  congressos e conferências;
i) auxílio-funeral; Art. 594. (Revogado)26
j)  colônias de férias e centros de recreação;
l)  estudos técnicos e científicos;
m)  finalidades desportivas e sociais; SEÇÃO III – Da Comissão da Contribuição
n)  educação e formação profissional; Sindical
o)  prêmios por trabalhos técnicos e cien-
tíficos; Arts.  595 a 597. (Revogados)
IV – Sindicatos de trabalhadores autônomos:
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas

a)  assistência técnica e jurídica;


b)  assistência médica, dentária, hospitalar SEÇÃO IV – Das Penalidades
e farmacêutica;
c)  assistência à maternidade; Art. 598.  Sem prejuízo da ação criminal e das
d)  bolsas de estudo; penalidades previstas no art. 553, serão apli-
e) cooperativas; cadas multas de Cr$ 10,00 (dez cruzeiros) a
f) bibliotecas; Cr$ 10.000,00 (dez mil cruzeiros) pelas infrações
g) creches; deste Capítulo impostas no Distrito Federal
h)  congressos e conferências; pela autoridade competente de 1a instância do
i) auxílio-funeral; Departamento Nacional do Trabalho e nos Es-
j)  colônias de férias e centros de recreação; tados e no Território do Acre pelas autoridades
l)  educação e formação profissional;
m)  finalidades desportivas e sociais.
§ 1o  A aplicação prevista neste artigo ficará
26
  NE: o art. 594 estabelecia que “O ‘Fundo Social
Sindical’ será gerido e aplicado pela Comissão do
a critério de cada entidade, que, para tal fim, Imposto Sindical em objetivos que atendam aos inte-
obedecerá, sempre, às peculiaridades do res- resses gerais da organização sindical nacional ou à as-
pectivo grupo ou categoria, facultado ao Mi- sistência social aos trabalhadores”. A Lei no 4.589/1964
100 nistro do Trabalho permitir a inclusão de novos extinguiu a Comissão do Imposto Sindical.
regionais do Ministério do Trabalho, Indústria anteriormente nem apresentado a respectiva
e Comércio. quitação.
Parágrafo único.  A gradação da multa aten-
derá à natureza da infração e às condições sociais Art. 603.  Os empregadores são obrigados a
e econômicas do infrator. prestar aos encarregados da fiscalização os es-
clarecimentos necessários ao desempenho de
Art. 599.  Para os profissionais liberais, a pe- sua missão e a exibir-lhes, quando exigidos, na
nalidade consistirá na suspensão do exercício parte relativa ao pagamento de empregados, os
profissional, até a necessária quitação, e será seus livros, folhas de pagamento e outros do-
aplicada pelos órgãos públicos ou autárqui- cumentos comprobatórios desses pagamentos,
cos disciplinadores das respectivas profissões sob pena da multa cabível.
mediante comunicação das autoridades fisca-
lizadoras. Art. 604. (Revogado)

Art. 600.  O recolhimento da contribuição Art. 605.  As entidades sindicais são obrigadas


sindical efetuado fora do prazo referido neste a promover a publicação de editais concernen-
Capítulo, quando espontâneo, será acrescido tes ao recolhimento da contribuição sindical,
da multa de 10% (dez por cento), nos trinta durante 3 (três) dias, nos jornais de maior cir-
primeiros dias, com o adicional de 2% (dois culação local e até dez dias da data fixada para
por cento) por mês subsequente de atraso, além depósito bancário.
de juros de mora de 1% (um por cento) ao mês
e correção monetária, ficando, nesse caso, o Art. 606.  Às entidades sindicais cabe, em caso
infrator, isento de outra penalidade. de falta de pagamento da contribuição sindical,
§ 1o  O montante das cominações previstas promover a respectiva cobrança judicial, me-
neste artigo reverterá sucessivamente: diante ação executiva, valendo como título de
a)  ao sindicato respectivo; dívida a certidão expedida pelas autoridades
b)  à federação respectiva, na ausência de regionais do Ministério do Trabalho e Previ-
sindicato; dência Social.
c)  à confederação respectiva, inexistindo § 1o  O ministro do Trabalho, Indústria e
federação. Comércio baixará as instruções regulando a
§ 2o  Na falta de sindicato ou entidade de expedição das certidões a que se refere o pre-
grau superior, o montante a que alude o pará- sente artigo das quais deverá constar a indi-
grafo precedente reverterá à conta “Emprego vidualização do contribuinte, a indicação do
e Salário”. débito e a designação da entidade a favor da
qual será recolhida a importância da contri-
buição sindical, de acordo com o respectivo
SEÇÃO V – Disposições Gerais enquadramento sindical.
§ 2o  Para os fins da cobrança judicial da
Art. 601. (Revogado) contribuição sindical são extensivos às entida-
Consolidação das Leis do Trabalho

des sindicais, com exceção do foro especial, os


Art. 602.  Os empregados que não estiverem privilégios da Fazenda Pública para a cobrança
trabalhando no mês destinado ao desconto da da dívida ativa.
contribuição sindical e que venham a autorizar
prévia e expressamente o recolhimento serão Art. 607.  É considerado como documento es-
descontados no primeiro mês subsequente ao sencial ao comparecimento às concorrências
do reinício do trabalho. públicas ou administrativas e para o forneci-
Parágrafo único.  De igual forma se procederá mento às repartições paraestatais ou autárquicas
com os empregados que forem admitidos de- a prova da quitação da respectiva contribuição
pois daquela data e que não tenham trabalhado sindical e a de recolhimento da contribuição sin-
dical, descontada dos respectivos empregados. 101
Art. 608.  As repartições federais, estaduais ganizadas em Sindicatos, no âmbito de suas
ou municipais não concederão registro ou li- representações.
cenças para funcionamento ou renovação de
atividades aos estabelecimentos de empregado- Art. 611-A.  A convenção coletiva e o acordo
res e aos escritórios ou congêneres dos agentes coletivo de trabalho têm prevalência sobre a lei
ou trabalhadores autônomos e profissionais quando, entre outros, dispuserem sobre:
liberais, nem concederão alvarás de licença ou I – pacto quanto à jornada de trabalho, ob-
localização, sem que sejam exibidas as provas servados os limites constitucionais;
de quitação da contribuição sindical, na forma II – banco de horas anual;
do artigo anterior. III – intervalo intrajornada, respeitado o
Parágrafo único.  A não observância do dis- limite mínimo de trinta minutos para jornadas
posto neste artigo acarretará, de pleno direito, superiores a seis horas;
a nulidade dos atos nele referidos, bem como IV – adesão ao Programa Seguro-Emprego
dos mencionados no art. 607. (PSE), de que trata a Lei no 13.189, de 19 de
novembro de 2015;
Art. 609.  O recolhimento da contribuição sin- V – plano de cargos, salários e funções com-
dical e todos os lançamentos e movimentos nas patíveis com a condição pessoal do empregado,
contas respectivas são isentos de selos e taxas bem como identificação dos cargos que se en-
federais, estaduais ou municipais. quadram como funções de confiança;
VI – regulamento empresarial;
Art. 610.  As dúvidas no cumprimento deste VII – representante dos trabalhadores no
Capítulo serão resolvidas pelo Diretor-Geral local de trabalho;
do Departamento Nacional do Trabalho, que VIII – teletrabalho, regime de sobreaviso, e
expedirá as instruções que se tornarem neces- trabalho intermitente;
sárias à sua execução. IX – remuneração por produtividade, in-
cluídas as gorjetas percebidas pelo empregado,
e remuneração por desempenho individual;
TÍTULO VI – Das Convenções Coletivas de X – modalidade de registro de jornada de
Trabalho trabalho;
XI – troca do dia de feriado;
Art. 611.  Convenção Coletiva de Trabalho é XII – enquadramento do grau de insalu-
o acordo de caráter normativo, pelo qual dois bridade;
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas

ou mais Sindicatos representativos de categorias XIII – prorrogação de jornada em ambientes


econômicas e profissionais estipulam condições insalubres, sem licença prévia das autoridades
de trabalho aplicáveis, no âmbito das respecti- competentes do Ministério do Trabalho;
vas representações, às relações individuais de XIV – prêmios de incentivo em bens ou ser-
trabalho. viços, eventualmente concedidos em programas
§ 1o  É facultado aos Sindicatos representati- de incentivo;
vos de categorias profissionais celebrar Acordos XV – participação nos lucros ou resultados
Coletivos com uma ou mais empresas da corres- da empresa.
pondente categoria econômica, que estipulem § 1o  No exame da convenção coletiva ou
condições de trabalho, aplicáveis no âmbito da do acordo coletivo de trabalho, a Justiça do
empresa ou das empresas acordantes às respec- Trabalho observará o disposto no § 3o do art. 8o
tivas relações de trabalho. desta Consolidação.
§ 2o  As Federações e, na falta destas, as § 2o  A inexistência de expressa indicação de
Confederações representativas de categorias contrapartidas recíprocas em convenção coletiva
econômicas ou profissionais poderão celebrar ou acordo coletivo de trabalho não ensejará
convenções coletivas de trabalho para reger as sua nulidade por não caracterizar um vício do
relações das categorias a elas vinculadas, inor- negócio jurídico.
102
§ 3o  Se for pactuada cláusula que reduza o XV – proteção do mercado de trabalho da
salário ou a jornada, a convenção coletiva ou mulher, mediante incentivos específicos, nos
o acordo coletivo de trabalho deverão prever termos da lei;
a proteção dos empregados contra dispensa XVI – aviso prévio proporcional ao tempo
imotivada durante o prazo de vigência do ins- de serviço, sendo no mínimo de trinta dias, nos
trumento coletivo. termos da lei;
§ 4o  Na hipótese de procedência de ação XVII – normas de saúde, higiene e seguran-
anulatória de cláusula de convenção coletiva ça do trabalho previstas em lei ou em normas
ou de acordo coletivo de trabalho, quando hou- regulamentadoras do Ministério do Trabalho;
ver a cláusula compensatória, esta deverá ser XVIII – adicional de remuneração para as
igualmente anulada, sem repetição do indébito. atividades penosas, insalubres ou perigosas;
§ 5o  Os sindicatos subscritores de convenção XIX – aposentadoria;
coletiva ou de acordo coletivo de trabalho deve- XX – seguro contra acidentes de trabalho, a
rão participar, como litisconsortes necessários, cargo do empregador;
em ação individual ou coletiva, que tenha como XXI – ação, quanto aos créditos resultantes
objeto a anulação de cláusulas desses instru- das relações de trabalho, com prazo prescricio-
mentos. nal de cinco anos para os trabalhadores urbanos
e rurais, até o limite de dois anos após a extinção
Art. 611-B.  Constituem objeto ilícito de con- do contrato de trabalho;
venção coletiva ou de acordo coletivo de traba- XXII – proibição de qualquer discriminação
lho, exclusivamente, a supressão ou a redução no tocante a salário e critérios de admissão do
dos seguintes direitos: trabalhador com deficiência;
I – normas de identificação profissional, in- XXIII – proibição de trabalho noturno, pe-
clusive as anotações na Carteira de Trabalho e rigoso ou insalubre a menores de dezoito anos
Previdência Social; e de qualquer trabalho a menores de dezesseis
II – seguro-desemprego, em caso de desem- anos, salvo na condição de aprendiz, a partir
prego involuntário; de quatorze anos;
III – valor dos depósitos mensais e da in- XXIV – medidas de proteção legal de crianças
denização rescisória do Fundo de Garantia do e adolescentes;
Tempo de Serviço (FGTS); XXV – igualdade de direitos entre o traba-
IV – salário mínimo; lhador com vínculo empregatício permanente
V – valor nominal do décimo terceiro salário; e o trabalhador avulso;
VI – remuneração do trabalho noturno su- XXVI – liberdade de associação profissional
perior à do diurno; ou sindical do trabalhador, inclusive o direito de
VII – proteção do salário na forma da lei, não sofrer, sem sua expressa e prévia anuência,
constituindo crime sua retenção dolosa; qualquer cobrança ou desconto salarial estabele-
VIII – salário-família; cidos em convenção coletiva ou acordo coletivo
IX – repouso semanal remunerado; de trabalho;
X – remuneração do serviço extraordinário XXVII – direito de greve, competindo aos
Consolidação das Leis do Trabalho

superior, no mínimo, em 50% (cinquenta por trabalhadores decidir sobre a oportunidade de


cento) à do normal; exercê-lo e sobre os interesses que devam por
XI – número de dias de férias devidas ao meio dele defender;
empregado; XXVIII – definição legal sobre os serviços ou
XII – gozo de férias anuais remuneradas com, atividades essenciais e disposições legais sobre
pelo menos, um terço a mais do que o salário o atendimento das necessidades inadiáveis da
normal; comunidade em caso de greve;
XIII – licença-maternidade com a duração XXIX – tributos e outros créditos de terceiros;
mínima de cento e vinte dias; XXX – as disposições previstas nos
XIV – licença-paternidade nos termos fi- arts. 373‑A, 390, 392, 392‑A, 394, 394‑A, 395,
xados em lei; 396 e 400 desta Consolidação. 103
Parágrafo único.  Regras sobre duração do Art. 614.  Os Sindicatos convenentes ou as
trabalho e intervalos não são consideradas como empresas acordantes promoverão, conjunta
normas de saúde, higiene e segurança do traba- ou separadamente, dentro de 8 (oito) dias da
lho para os fins do disposto neste artigo. assinatura da Convenção ou Acordo, o depósito
de uma via do mesmo, para fins de registro e
Art. 612.  Os Sindicatos só poderão celebrar arquivo, no Departamento Nacional do Traba-
Convenções ou Acordos Coletivos de Trabalho, lho, em se tratando de instrumento de caráter
por deliberação de Assembleia Geral especial- nacional ou interestadual, ou nos órgãos regio-
mente convocada para esse fim, consoante o nais do Ministério do Trabalho e Previdência
disposto nos respectivos Estatutos, dependendo Social, nos demais casos.
a validade da mesma do comparecimento e § 1o  As Convenções e os Acordos entrarão
votação, em primeira convocação, de 2/3 (dois em vigor 3 (três) dias após a data da entrega dos
terços) dos associados da entidade, se se tratar mesmos no órgão referido neste artigo.
de Convenção, e dos interessados, no caso de § 2o  Cópias autênticas das Convenções e dos
Acordo, e, em segunda, de 1/3 (um terço) dos Acordos deverão ser afixadas de modo visível,
mesmos. pelos Sindicatos convenentes, nas respectivas
Parágrafo único. O quorum de compareci- sedes e nos estabelecimentos das empresas com-
mento e votação será de 1/8 (um oitavo) dos preendidas no seu campo de aplicação, dentro
associados em segunda convocação, nas entida- de 5 (cinco) dias da data do depósito previsto
des sindicais que tenham mais de 5.000 (cinco neste artigo.
mil) associados. § 3o  Não será permitido estipular duração
de convenção coletiva ou acordo coletivo de
Art. 613.  As Convenções e os Acordos deverão trabalho superior a dois anos, sendo vedada a
conter obrigatoriamente: ultratividade.
I – designação dos Sindicatos convenentes
ou dos Sindicatos e empresas acordantes; Art. 615.  O processo de prorrogação, revi-
II – prazo de vigência; são, denúncia ou revogação total ou parcial de
III – categorias ou classes de trabalhadores Convenção ou Acordo ficará subordinado, em
abrangidas pelos respectivos dispositivos; qualquer caso, à aprovação de Assembleia Geral
IV – condições ajustadas para reger as re- dos Sindicatos convenentes ou partes acordan-
lações individuais de trabalho durante sua vi- tes, com observância do disposto no art. 612.
gência; § 1o  O instrumento de prorrogação, revi-
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas

V – normas para a conciliação das divergên- são, denúncia ou revogação de Convenção ou


cias surgidas entre os convenentes por motivos Acordo será depositado, para fins de registro e
da aplicação de seus dispositivos; arquivamento, na repartição em que o mesmo
VI – disposições sobre o processo de sua originariamente foi depositado, observado o
prorrogação e de revisão total ou parcial de disposto no art. 614.
seus dispositivos; § 2o  As modificações introduzidas em Con-
VII – direitos e deveres dos empregados e venção ou Acordo, por força de revisão ou de
empresas; revogação parcial de suas cláusulas, passarão a
VIII – penalidades para os Sindicatos con- vigorar 3 (três) dias após a realização do depó-
venentes, os empregados e as empresas em caso sito previsto no § 1o.
de violação de seus dispositivos.
Parágrafo único.  As Convenções e os Acor- Art. 616.  Os Sindicatos representativos de ca-
dos serão celebrados por escrito, sem emendas tegorias econômicas ou profissionais e as em-
nem rasuras, em tantas vias quantos forem os presas, inclusive as que não tenham represen-
Sindicatos convenentes ou as empresas acordan- tação sindical, quando provocados, não podem
tes, além de uma destinada a registro. recusar-se à negociação coletiva.
§ 1o  Verificando-se recusa à negociação
104 coletiva, cabe aos Sindicatos ou empresas inte-
ressadas dar ciência do fato, conforme o caso, Art. 618.  As empresas e instituições que não
ao Departamento Nacional do Trabalho ou aos estiverem incluídas no enquadramento sindical
órgãos regionais do Ministério do Trabalho e a que se refere o art. 577 desta Consolidação
Previdência Social, para convocação compul- poderão celebrar Acordos Coletivos de Trabalho
sória dos Sindicatos ou empresas recalcitrantes. com os Sindicatos representativos dos respecti-
§ 2o  No caso de persistir a recusa à nego- vos empregados, nos termos deste Título.
ciação coletiva, pelo desatendimento às convo-
cações feitas pelo Departamento Nacional do Art. 619.  Nenhuma disposição de contrato
Trabalho ou órgãos regionais do Ministério do individual de trabalho que contrarie normas
Trabalho e Previdência Social, ou se malograr de Convenção ou Acordo Coletivo de Trabalho
a negociação entabulada, é facultada aos Sin- poderá prevalecer na execução do mesmo, sendo
dicatos ou empresas interessadas a instauração considerada nula de pleno direito.
de dissídio coletivo.
§ 3o  Havendo convenção, acordo ou sen- Art. 620.  As condições estabelecidas em acor-
tença normativa em vigor, o dissídio coletivo do coletivo de trabalho sempre prevalecerão
deverá ser instaurado dentro dos sessenta dias sobre as estipuladas em convenção coletiva de
anteriores ao respectivo termo final, para que trabalho.
o novo instrumento possa ter vigência no dia
imediato a esse termo. Art. 621.  As Convenções e os Acordos poderão
§ 4o  Nenhum processo de dissídio coletivo incluir entre suas cláusulas disposição sobre a
de natureza econômica será admitido sem antes constituição e funcionamento de comissões
se esgotarem as medidas relativas à formalização mistas de consulta e colaboração, no plano da
da Convenção ou Acordo correspondente. empresa e sobre participação nos lucros. Estas
disposições mencionarão a forma de constitui-
Art. 617.  Os empregados de uma ou mais em- ção, o modo de funcionamento e as atribuições
presas que decidirem celebrar Acordo Coletivo das comissões, assim como o plano de partici-
de Trabalho com as respectivas empresas darão pação, quando for o caso.
ciência de sua resolução, por escrito, ao Sindi-
cato representativo da categoria profissional, Art. 622.  Os empregados e as empresas que
que terá o prazo de 8 (oito) dias para assumir celebrarem contratos individuais de trabalho,
a direção dos entendimentos entre os interes- estabelecendo condições contrárias ao que ti-
sados, devendo igual procedimento ser obser- ver sido ajustado em Convenção ou Acordo
vado pelas empresas interessadas com relação que lhes for aplicável, serão passíveis da multa
ao Sindicato da respectiva categoria econômica. neles fixada.
§ 1o  Expirado o prazo de 8 (oito) dias sem Parágrafo único.  A multa a ser imposta ao
que o Sindicato tenha se desincumbido do en- empregado não poderá exceder da metade da-
cargo recebido, poderão os interessados dar quela que, nas mesmas condições, seja estipu-
conhecimento do fato à Federação a que estiver lada para a empresa.
vinculado o Sindicato e, em falta dessa, à corres-
Consolidação das Leis do Trabalho

pondente Confederação, para que, no mesmo Art. 623.  Será nula de pleno direito disposi-
prazo, assuma a direção dos entendimentos. ção de Convenção ou Acordo que, direta ou
Esgotado esse prazo, poderão os interessados indiretamente, contrarie proibição ou norma
prosseguir diretamente na negociação coletiva disciplinadora da política econômico-financeira
até final. do Governo ou concernente à política salarial
§ 2o  Para o fim de deliberar sobre o Acordo, vigente, não produzindo quaisquer efeitos pe-
a entidade sindical convocará assembleia geral rante autoridades e repartições públicas, inclu-
dos diretamente interessados, sindicalizados ou sive para fins de revisão de preços e tarifas de
não, nos termos do art. 612. mercadorias e serviços.
Parágrafo único.  Na hipótese deste artigo, a
nulidade será declarada, de ofício ou mediante 105
representação, pelo Ministro do Trabalho e Pre- § 2o  O representante dos empregados de-
vidência Social, ou pela Justiça do Trabalho em senvolverá seu trabalho normal na empresa,
processo submetido ao seu julgamento. afastando-se de suas atividades apenas quando
convocado para atuar como conciliador, sendo
Art. 624.  A vigência de cláusula de aumento ou computado como tempo de trabalho efetivo o
reajuste salarial, que implique elevação de tarifas despendido nessa atividade.
ou de preços sujeitos à fixação por autoridade
pública ou repartição governamental, depen- Art. 625-C.  A Comissão instituída no âmbito
derá de prévia audiência dessa autoridade ou do sindicato terá sua constituição e normas
repartição e sua expressa declaração no tocante de funcionamento definidas em convenção ou
à possibilidade de elevação da tarifa ou do preço acordo coletivo.
e quanto ao valor dessa elevação.
Art. 625-D.  Qualquer demanda de natureza
Art. 625.  As controvérsias resultantes da apli- trabalhista será submetida à Comissão de Con-
cação de Convenção ou de Acordo celebrado ciliação Prévia se, na localidade da prestação
nos termos deste Título serão dirimidas pela de serviços, houver sido instituída a Comissão
Justiça do Trabalho. no âmbito da empresa ou do sindicato da ca-
tegoria.27
§ 1o  A demanda será formulada por escrito
TÍTULO VI-A – Das Comissões de ou reduzida a termo por qualquer dos membros
Conciliação Prévia da Comissão, sendo entregue cópia datada e
assinada pelo membro aos interessados.
Art. 625-A.  As empresas e os sindicatos podem § 2o  Não prosperando a conciliação, será
instituir Comissões de Conciliação Prévia, de fornecida ao empregado e ao empregador de-
composição paritária, com representantes dos claração da tentativa conciliatória frustrada
empregados e dos empregadores, com a atribui- com a descrição de seu objeto, firmada pelos
ção de tentar conciliar os conflitos individuais membros da Comissão, que deverá ser juntada
do trabalho. à eventual reclamação trabalhista.
Parágrafo único.  As Comissões referidas no § 3o  Em caso de motivo relevante que im-
caput deste artigo poderão ser constituídas por possibilite a observância do procedimento pre-
grupos de empresas ou ter caráter intersindical. visto no caput deste artigo, será a circunstância
declarada na petição inicial da ação intentada
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas

Art. 625-B.  A Comissão instituída no âmbito perante a Justiça do Trabalho.


da empresa será composta de, no mínimo, dois § 4o  Caso exista, na mesma localidade e
e, no máximo, dez membros, e observará as para a mesma categoria, Comissão de empresa
seguintes normas: e Comissão sindical, o interessado optará por
I – a metade de seus membros será indicada uma delas para submeter a sua demanda, sendo
pelo empregador e a outra metade eleita pelos competente aquela que primeiro conhecer do
empregados, em escrutínio secreto, fiscalizado pedido.
pelo sindicato da categoria profissional;
II – haverá na Comissão tantos suplentes Art. 625-E.  Aceita a conciliação, será lavrado
quantos forem os representantes titulares; termo assinado pelo empregado, pelo empre-
III – o mandato dos seus membros, titula- gador ou seu preposto e pelos membros da Co-
res e suplentes, é de um ano, permitida uma missão, fornecendo-se cópia às partes.
recondução. Parágrafo único.  O termo de conciliação
§ 1o  É vedada a dispensa dos representantes é título executivo extrajudicial e terá eficácia
dos empregados membros da Comissão de Con- liberatória geral, exceto quanto às parcelas ex-
ciliação Prévia, titulares e suplentes, até um ano pressamente ressalvadas.
após o final do mandato, salvo se cometerem
106 falta grave, nos termos da lei.   NE: ver ADIs nos 2.139, 2.160 e 2.237.
27
Art. 625-F.  As Comissões de Conciliação Pré- mente a esses atos, será feita apenas a instrução
via têm prazo de dez dias para a realização da dos responsáveis;
sessão de tentativa de conciliação a partir da b)  em se realizando a primeira inspeção dos
provocação do interessado. estabelecimentos ou dos locais de trabalho, re-
Parágrafo único.  Esgotado o prazo sem a centemente inaugurados ou empreendidos.
realização da sessão, será fornecida, no último
dia do prazo, a declaração a que se refere o § 2o Art. 627-A.  Poderá ser instaurado procedi-
do art. 625‑D. mento especial para a ação fiscal, objetivando
a orientação sobre o cumprimento das leis de
Art. 625-G.  O prazo prescricional será sus- proteção ao trabalho, bem como a prevenção e o
penso a partir da provocação da Comissão de saneamento de infrações à legislação mediante
Conciliação Prévia, recomeçando a fluir, pelo Termo de Compromisso, na forma a ser discipli-
que lhe resta, a partir da tentativa frustrada de nada no Regulamento da Inspeção do Trabalho.
conciliação ou do esgotamento do prazo previsto
no art. 625‑F. Art. 628.  Salvo o disposto nos arts. 627 e
627‑A, a toda verificação em que o Auditor-
Art. 625-H.  Aplicam-se aos Núcleos Intersin- -Fiscal do Trabalho concluir pela existência de
dicais de Conciliação Trabalhista em funcio- violação de preceito legal deve corresponder,
namento ou que vierem a ser criados, no que sob pena de responsabilidade administrativa,
couber, as disposições previstas neste Título, a lavratura de auto de infração.
desde que observados os princípios da paridade § 1o  Ficam as empresas obrigadas a possuir
e da negociação coletiva na sua constituição. o livro intitulado “Inspeção do Trabalho”, cujo
modelo será aprovado por portaria ministerial.
§ 2o  Nesse livro, registrará o agente da inspe-
TÍTULO VII – Do Processo de Multas ção sua visita ao estabelecimento, declarando a
Administrativas data e a hora do início e término da mesma, bem
CAPÍTULO I – Da Fiscalização, da Autuação como o resultado da inspeção, nele consignando,
e da Imposição de Multas se for o caso, todas as irregularidades verificadas
e as exigências feitas, com os respectivos prazos
Art. 626.  Incumbe às autoridades competentes para seu atendimento, e, ainda, de modo legível,
do Ministério do Trabalho, Indústria e Comér- os elementos de sua identificação funcional.
cio, ou àquelas que exerçam funções delegadas, § 3o  Comprovada má-fé do agente da ins-
a fiscalização do fiel cumprimento das normas peção, quanto à omissão ou lançamento de
de proteção ao trabalho. qualquer elemento no livro, responderá ele por
Parágrafo único.  Os fiscais dos Institutos de falta grave no cumprimento do dever, fican-
Seguro Social e das entidades paraestatais em do passível, desde logo, da pena de suspensão
geral dependentes do Ministério do Trabalho, até 30 (trinta) dias, instaurando-se, obrigato-
Indústria e Comércio serão competentes para a riamente, em caso de reincidência, inquérito
fiscalização a que se refere o presente artigo, na administrativo.
Consolidação das Leis do Trabalho

forma das instruções que forem expedidas pelo § 4o  A lavratura de autos contra empresas
Ministro do Trabalho, Indústria e Comércio. fictícias e de endereços inexistentes, assim como
a apresentação de falsos relatórios, constituem
Art. 627.  A fim de promover a instrução dos falta grave, punível na forma do § 3o.
responsáveis no cumprimento das leis de prote-
ção do trabalho, a fiscalização deverá observar Art. 628-A.  Fica instituído o Domicílio Eletrô-
o critério de dupla visita nos seguintes casos: nico Trabalhista, regulamentado pelo Ministério
a)  quando ocorrer promulgação ou expedi- do Trabalho e Previdência, destinado a:
ção de novas leis, regulamentos ou instruções I – cientificar o empregador de quaisquer
ministeriais, sendo que, com relação exclusiva- atos administrativos, ações fiscais, intimações
e avisos em geral; e 107
II – receber, por parte do empregador, docu- § 2o  A credencial a que se refere este artigo
mentação eletrônica exigida no curso das ações deverá ser devolvida para inutilização, sob as
fiscais ou apresentação de defesa e recurso no penas da lei, em casos de provimento em outro
âmbito de processos administrativos. cargo público, exoneração ou demissão, bem
§ 1o  As comunicações eletrônicas realizadas como nos de licenciamento por prazo superior
pelo Domicílio Eletrônico Trabalhista dispen- a 60 (sessenta) dias e de suspensão do exercício
sam a sua publicação no Diário Oficial da União do cargo.
e o envio por via postal e são consideradas pes- § 3o  O agente da inspeção terá livre acesso
soais para todos os efeitos legais. a todas as dependências dos estabelecimentos
§ 2o  A ciência por meio do sistema de co- sujeitos ao regime da legislação, sendo as empre-
municação eletrônica, com utilização de certi- sas, por seus dirigentes ou prepostos, obrigadas
ficação digital ou de código de acesso, possuirá a prestar-lhes os esclarecimentos necessários
os requisitos de validade. ao desempenho de suas atribuições legais e a
exibir-lhes, quando exigidos, quaisquer docu-
Art. 629.  O auto de infração será lavrado em mentos que digam respeito ao fiel cumprimento
duplicata, nos termos dos modelos e instruções das normas de proteção ao trabalho.
expedidos, sendo uma via entregue ao infrator, § 4o  Os documentos sujeitos à inspeção
contra recibo, ou ao mesmo enviada, dentro de deverão permanecer, sob as penas da lei, nos
10 (dez) dias da lavratura, sob pena de respon- locais de trabalho, somente se admitindo, por
sabilidade, em registro postal, com franquia e exceção, a critério da autoridade competente,
recibo de volta. sejam os mesmos apresentados em dia e hora
§ 1o  O auto não terá o seu valor probante previamente fixados pelo agente da inspeção.
condicionado à assinatura do infrator ou de § 5o  No território do exercício de sua função,
testemunhas, e será lavrado no local da inspe- o agente da inspeção gozará de passe livre nas
ção, salvo havendo motivo justificado que será empresas de transportes, públicas ou privadas,
declarado no próprio auto, quando então deverá mediante a apresentação da carteira de identi-
ser lavrado no prazo de 24 (vinte e quatro) horas, dade fiscal.
sob pena de responsabilidade. § 6o  A inobservância do disposto nos §§ 3o,
§ 2o  Lavrado o auto de infração, não poderá 4 e 5o configurará resistência ou embaraço à
o

ele ser inutilizado, nem sustado o curso do res- fiscalização e justificará a lavratura do respectivo
pectivo processo, devendo o agente da inspeção auto de infração, cominada a multa de valor
apresentá-lo à autoridade competente, mesmo igual a meio (1/2) salário mínimo regional até 5
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas

se incidir em erro. (cinco) vezes esse salário, levando-se em conta,


§ 3o  O infrator terá, para apresentar defesa, o além das circunstâncias atenuantes ou agravan-
prazo de 10 (dez) dias contados do recebimento tes, a situação econômico-financeira do infrator
do auto. e os meios a seu alcance para cumprir a lei.
§ 4o  O auto de infração será registrado com § 7o  Para o efeito do disposto no § 5o, a auto-
a indicação sumária de seus elementos caracte- ridade competente divulgará em janeiro e julho,
rísticos, em livro próprio que deverá existir em de cada ano, a relação dos agentes da inspeção
cada órgão fiscalizador, de modo a assegurar o titulares da carteira de identidade fiscal.
controle do seu processamento. § 8o  As autoridades policiais, quando solici-
tadas, deverão prestar aos agentes da inspeção
Art. 630.  Nenhum agente da inspeção poderá a assistência de que necessitarem para o fiel
exercer as atribuições do seu cargo sem exibir a cumprimento de suas atribuições legais.
carteira de identidade fiscal, devidamente auten-
ticada, fornecida pela autoridade competente. Art. 631.  Qualquer funcionário público fede-
§ 1o  É proibida a outorga de identidade fiscal ral, estadual ou municipal, ou representante legal
a quem não esteja autorizado, em razão do cargo de associação sindical, poderá comunicar à au-
ou função, a exercer ou praticar, no âmbito da toridade competente do Ministério do Trabalho,
108 legislação trabalhista, atos de fiscalização. Indústria e Comércio as infrações que verificar.
Parágrafo único.  De posse dessa comunica- § 2o  A notificação somente será realizada
ção, a autoridade competente procederá desde por meio de edital, publicado no órgão oficial,
logo às necessárias diligências, lavrando os autos quando o infrator estiver em lugar incerto e
de que haja mister. não sabido.
§ 3o  A notificação de que trata este artigo
Art. 632.  Poderá o autuado requerer a au- fixará igualmente o prazo de 10 (dez) dias para
diência de testemunhas e as diligências que que o infrator recolha o valor da multa, sob pena
lhe parecerem necessárias à elucidação do pro- de cobrança executiva.
cesso, cabendo, porém, à autoridade julgar da § 4o  As guias de depósito ou recolhimento
necessidade de tais provas. serão emitidas em 3 (três) vias e o recolhimento
da multa deverá proceder-se dentro de 5 (cinco)
Art. 633. (Revogado) dias às repartições federais competentes, que
escriturarão a receita a crédito do Ministério
Art. 634.  Na falta de disposição especial, a do Trabalho e Previdência Social.
imposição das multas incumbe às autoridades § 5o  A segunda via da guia do recolhimento
regionais competentes em matéria de trabalho, será devolvida pelo infrator à repartição que a
na forma estabelecida por este Título. emitiu, até o sexto dia depois de sua expedição,
§ 1o  A aplicação da multa não eximirá o para a averbação no processo.
infrator da responsabilidade em que incorrer § 6o  A multa será reduzida de 50% (cin-
por infração das leis penais. quenta por cento) se o infrator, renunciando ao
§ 2o  Os valores das multas administrativas recurso, a recolher ao Tesouro Nacional dentro
expressos em moeda corrente serão reajustados do prazo de 10 (dez) dias contados do recebi-
anualmente pela Taxa Referencial (TR), divulga- mento da notificação ou da publicação do edital.
da pelo Banco Central do Brasil, ou pelo índice § 7o  Para a expedição da guia, no caso do
que vier a substituí-lo. § 6o, deverá o infrator juntar a notificação com
a prova da data do seu recebimento, ou a folha
do órgão oficial que publicou o edital.
CAPÍTULO II – Dos Recursos
Art. 637.  De todas as decisões que proferirem
Art. 635.  De toda decisão que impuser multa em processos de infração das leis de proteção
por infração das leis e disposições reguladoras ao trabalho e que impliquem arquivamento
do trabalho, e não havendo forma especial de destes, observado o disposto no parágrafo único
processo, caberá recurso para o Diretor-Geral do art. 635, deverão as autoridades prolatoras
do Departamento ou Serviço do Ministério do recorrer de ofício para a autoridade competente
Trabalho e Previdência Social que for compe- de instância superior.
tente na matéria.
Parágrafo único.  As decisões serão sempre Art. 638.  Ao Ministro do Trabalho, Indústria
fundamentadas. e Comércio é facultado avocar ao seu exame e
decisão, dentro de 90 (noventa) dias do despa-
Consolidação das Leis do Trabalho

Art. 636.  Os recursos devem ser interpostos cho final do assunto, ou no curso do processo, as
no prazo de 10 (dez) dias, contados do recebi- questões referentes à fiscalização dos preceitos
mento da notificação, perante autoridade que estabelecidos nesta Consolidação.
houver imposto a multa, a qual, depois de os
informar, encaminhá-los-á à autoridade de ins-
tância superior. CAPÍTULO III – Do Depósito, da Inscrição
§ 1o  O recurso só terá seguimento se o in- e da Cobrança
teressado o instruir com a prova do depósito
da multa.28 Art. 639.  Não sendo provido o recurso, o de-
pósito se converterá em pagamento.
  NE: ver ADPF no 156.
28
109
Art. 640.  É facultado às Delegacias Regionais em acordos judiciais trabalhistas, inclusive no
do Trabalho, na conformidade de instruções concernente aos recolhimentos previdenciários,
expedidas pelo Ministro de Estado, promover a a honorários, a custas, a emolumentos ou a re-
cobrança amigável das multas antes do encami- colhimentos determinados em lei; ou
nhamento dos processos à cobrança executiva. II – o inadimplemento de obrigações decor-
rentes de execução de acordos firmados perante
Art. 641.  Não comparecendo o infrator, ou o Ministério Público do Trabalho ou Comissão
não depositando a importância da multa ou de Conciliação Prévia.
penalidade, far-se-á a competente inscrição § 2o  Verificada a existência de débitos ga-
em livro especial, existente nas repartições das rantidos por penhora suficiente ou com exi-
quais se tiver originado a multa ou penalidade, gibilidade suspensa, será expedida Certidão
ou de onde tenha provindo a reclamação que Positiva de Débitos Trabalhistas em nome do
a determinou, sendo extraída cópia autêntica interessado com os mesmos efeitos da CNDT.
dessa inscrição e enviada às autoridades com- § 3o  A CNDT certificará a empresa em rela-
petentes para a respectiva cobrança judicial, ção a todos os seus estabelecimentos, agências
valendo tal instrumento como título de dívida e filiais.
líquida e certa. § 4o  O prazo de validade da CNDT é de 180
(cento e oitenta) dias, contado da data de sua
Art. 642.  A cobrança judicial das multas im- emissão.
postas pelas autoridades administrativas do
trabalho obedecerá ao disposto na legislação
aplicável à cobrança da dívida ativa da União, TÍTULO VIII – Da Justiça do Trabalho
sendo promovida, no Distrito Federal e nas capi- CAPÍTULO I – Introdução
tais dos Estados em que funcionarem Tribunais
Regionais do Trabalho, pela Procuradoria da Art. 643.  Os dissídios oriundos das relações
Justiça do Trabalho, e, nas demais localidades, entre empregados e empregadores, bem como
pelo Ministério Público Estadual e do Território de trabalhadores avulsos e seus tomadores de
do Acre, nos termos do Decreto-lei no 960, de serviços, em atividades reguladas na legislação
17 de dezembro de 1938. social, serão dirimidos pela Justiça do Trabalho,
Parágrafo único.  No Estado de São Paulo a de acordo com o presente Título e na forma es-
cobrança continuará a cargo da Procuradoria do tabelecida pelo processo judiciário do trabalho.
Departamento Estadual do Trabalho, na forma § 1o  As questões concernentes à previdência
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas

do convênio em vigor.29 social serão decididas pelos órgãos e autorida-


des previstos no Capítulo V deste Título e na
legislação sobre seguro social.
TÍTULO VII-A – Da Prova de Inexistência § 2o  As questões referentes a acidentes do
de Débitos Trabalhistas trabalho continuam sujeitas à justiça ordinária,
na forma do Decreto no 24.637, de 10 de julho
Art. 642-A.  É instituída a Certidão Negati- de 1934, e legislação subsequente.
va de Débitos Trabalhistas (CNDT), expedida § 3o  A Justiça do Trabalho é competente,
gratuita e eletronicamente, para comprovar a ainda, para processar e julgar as ações entre
inexistência de débitos inadimplidos perante a trabalhadores portuários e os operadores por-
Justiça do Trabalho. tuários ou o Órgão Gestor de Mão de Obra
§ 1o  O interessado não obterá a certidão – OGMO decorrentes da relação de trabalho.
quando em seu nome constar:
I – o inadimplemento de obrigações estabe- Art. 644.  São órgãos da Justiça do Trabalho:
lecidas em sentença condenatória transitada em a)  o Tribunal Superior do Trabalho;
julgado proferida pela Justiça do Trabalho ou b)  os Tribunais Regionais do Trabalho;
c)  as Juntas de Conciliação e Julgamento ou
110   NE: ver Decreto-lei no 9.509/1946.
29
os Juízos de Direito.
Art. 645.  O serviço da Justiça do Trabalho é Parágrafo único.  As leis locais de Organiza-
relevante e obrigatório, ninguém dele podendo ção Judiciária não influirão sobre a competência
eximir-se, salvo motivo justificado. de Juntas de Conciliação e Julgamento já criadas,
até que lei federal assim determine.
Art. 646.  Os órgãos da Justiça do Trabalho
funcionarão perfeitamente coordenados, em Art. 651.  A competência das Juntas de Conci-
regime de mútua colaboração, sob a orientação liação e Julgamento é determinada pela localida-
do presidente do Tribunal Superior do Trabalho. de onde o empregado, reclamante ou reclamado,
prestar serviços ao empregador, ainda que tenha
sido contratado noutro local ou no estrangeiro.
CAPÍTULO II – Das Juntas de Conciliação e § 1o  Quando for parte no dissídio agente ou
Julgamento viajante comercial, a competência será da Junta
SEÇÃO I – Da Composição e da localidade em que a empresa tenha agência
Funcionamento ou filial e a esta o empregado esteja subordinado
e, na falta, será competente a Junta da localiza-
Art. 647.  Cada Junta de Conciliação e Julga- ção em que o empregado tenha domicílio ou a
mento terá a seguinte composição: localidade mais próxima.
a)  um juiz do trabalho, que será seu pre- § 2o  A competência das Juntas de Conci-
sidente; liação e Julgamento, estabelecida neste artigo,
b)  dois vogais, sendo um, representante dos estende-se aos dissídios ocorridos em agência ou
empregadores, e outro, dos empregados. filial no estrangeiro, desde que o empregado seja
Parágrafo único.  Haverá um suplente para brasileiro e não haja convenção internacional
cada vogal. dispondo em contrário.
§ 3o  Em se tratando de empregador que
Art. 648.  São incompatíveis entre si, para os promova realização de atividades fora do lu-
trabalhos da mesma Junta, os parentes consan- gar do contrato de trabalho, é assegurado ao
guíneos e afins até o terceiro grau civil. empregado apresentar reclamação no foro da
Parágrafo único.  A incompatibilidade resol- celebração do contrato ou no da prestação dos
ve-se a favor do primeiro vogal designado ou respectivos serviços.
empossado, ou por sorteio, se a designação ou
posse for da mesma data. Art. 652.  Compete às Varas do Trabalho:
a)  conciliar e julgar:
Art. 649.  As Juntas poderão conciliar, instruir I – os dissídios em que se pretenda o re-
ou julgar com qualquer número, sendo, porém, conhecimento da estabilidade de empregado;
indispensável a presença do presidente, cujo II – os dissídios concernentes a remuneração,
voto prevalecerá em caso de empate. férias e indenizações por motivo de rescisão do
§ 1o  No julgamento de embargos deverão contrato individual de trabalho;
estar presentes todos os membros da Junta. III – os dissídios resultantes de contratos de
§ 2o  Na execução e na liquidação das deci- empreitadas em que o empreiteiro seja operário
Consolidação das Leis do Trabalho

sões funciona apenas o presidente. ou artífice;


IV – os demais dissídios concernentes ao
contrato individual de trabalho;
SEÇÃO II – Da Jurisdição e Competência V – as ações entre trabalhadores portuários e
das Juntas os operadores portuários ou o Órgão Gestor de
Mão de Obra – OGMO decorrentes da relação
Art. 650.  A jurisdição de cada Junta de Con- de trabalho;
ciliação e Julgamento abrange todo o território b)  processar e julgar os inquéritos para apu-
da Comarca em que tem sede, só podendo ser ração de falta grave;
estendida ou restringida por lei federal. c)  julgar os embargos opostos às suas pró-
prias decisões; 111
d)  impor multas e demais penalidades rela- pelo período de 2 (dois) anos, podendo ser re-
tivas aos atos de sua competência; conduzidos.
e) (Suprimida); § 2o  Os suplentes de juiz do trabalho rece-
f)  decidir quanto à homologação de acordo berão, quando em exercício, vencimentos iguais
extrajudicial em matéria de competência da aos dos juízes que substituírem.
Justiça do Trabalho. § 3o  Os Juízes Substitutos serão nomeados
Parágrafo único.  Terão preferência para após aprovação em concurso público de provas
julgamento os dissídios sobre pagamento de e títulos realizado perante o Tribunal Regional
salário e aqueles que derivarem da falência do do Trabalho da Região, válido por dois anos e
empregador, podendo o presidente da Junta, a prorrogável, a critério do mesmo órgão, por
pedido do interessado, constituir processo em igual período, uma só vez, e organizado de acor-
separado, sempre que a reclamação também do com as instruções expedidas pelo Tribunal
versar sobre outros assuntos. Superior do Trabalho.
§ 4o  Os candidatos inscritos só serão admi-
Art. 653.  Compete, ainda, às Juntas de Con- tidos ao concurso após apreciação prévia, pelo
ciliação e Julgamento: Tribunal Regional do Trabalho da respectiva
a)  requisitar às autoridades competentes a Região, dos seguintes requisitos:
realização das diligências necessárias ao escla- a)  idade maior de 25 (vinte e cinco) anos e
recimento dos feitos sob sua apreciação, repre- menor de 45 (quarenta e cinco) anos;
sentando contra aquelas que não atenderem a b)  idoneidade para o exercício das funções.
tais requisições; § 5o  O preenchimento dos cargos de presi-
b)  realizar as diligências e praticar os atos dente de Junta, vagos ou criados por lei, será
processuais ordenados pelos Tribunais Regio- feito dentro de cada Região:
nais do Trabalho ou pelo Tribunal Superior do a)  pela remoção de outro presidente, preva-
Trabalho; lecendo a antiguidade no cargo, caso haja mais
c)  julgar as suspeições arguidas contra os de um pedido, desde que a remoção tenha sido
seus membros; requerida, dentro de quinze dias, contados da
d)  julgar as exceções de incompetência que abertura da vaga, ao Presidente do Tribunal Re-
lhes forem opostas; gional, a quem caberá expedir o respectivo ato;
e)  expedir precatórias e cumprir as que lhes b)  pela promoção de substituto, cuja aceita-
forem deprecadas; ção será facultativa, obedecido o critério alter-
f)  exercer, em geral, no interesse da Justiça nado de antiguidade e merecimento.
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas

do Trabalho, quaisquer outras atribuições que § 6o  Os juízes do trabalho, presidentes de


decorram da sua jurisdição. Junta, juízes substitutos e suplentes de juiz to-
marão posse perante o presidente do Tribunal
da respectiva Região. Nos Estados que não forem
SEÇÃO III – Dos Presidentes das Juntas sede de Tribunal Regional do Trabalho, a posse
dar-se-á perante o presidente do Tribunal de
Art. 654.  O ingresso na magistratura do tra- Justiça, que remeterá o termo ao presidente do
balho far-se-á para o cargo de juiz do trabalho Tribunal Regional da jurisdição do empossa-
substituto. As nomeações subsequentes por do. Nos Territórios, a posse dar-se-á perante o
promoção, alternadamente, por antiguidade presidente do Tribunal Regional do Trabalho
e merecimento. da respectiva Região.
§ 1o  Nas 7a e 8a Regiões da Justiça do Traba-
lho, nas localidades fora das respectivas sedes, Art. 655.  Os presidentes e os presidentes
haverá suplentes de juiz do trabalho presidente substitutos tomarão posse do cargo perante o
de Junta, sem direito a acesso, nomeados pelo presidente do Tribunal Regional da respectiva
Presidente da República, dentre brasileiros, ba- jurisdição.
charéis em direito, de reconhecida idoneidade § 1o  Nos Estados em que não houver sede
112 moral, especializados em direito do trabalho, de Tribunais a posse dar-se-á perante o presi-
dente do Tribunal de Apelação, que remeterá estabelecidos, sujeitando-se ao desconto cor-
o respectivo termo ao presidente do Tribunal respondente a um dia de vencimento para cada
Regional da jurisdição do empossado. dia de retardamento.
§ 2o  Nos Territórios a posse dar-se-á perante
o juiz de Direito da capital, que procederá na Art. 659.  Competem privativamente aos pre-
forma prevista no § 1o. sidentes das Juntas, além das que lhes forem
conferidas neste Título e das decorrentes de
Art. 656.  O Juiz do Trabalho Substituto, sempre seu cargo, as seguintes atribuições:
que não estiver substituindo o Juiz-Presidente I – presidir às audiências das Juntas;
de Junta, poderá ser designado para atuar nas II – executar as suas próprias decisões, as
Juntas de Conciliação e Julgamento. proferidas pela Junta e aquelas cuja execução
§ 1o  Para o fim mencionado no caput deste lhes for deprecada;
artigo, o território da Região poderá ser dividido III – dar posse aos vogais nomeados para a
em zonas, compreendendo a jurisdição de uma Junta, ao secretário e aos demais funcionários
ou mais Juntas, a juízo do Tribunal Regional do da Secretaria;
Trabalho respectivo. IV – convocar os suplentes dos vogais, no
§ 2o  A designação referida no caput deste impedimento destes;
artigo será de atribuição do Juiz-Presidente do V – representar ao presidente do Tribunal Re-
Tribunal Regional do Trabalho ou, não havendo gional da respectiva jurisdição, no caso de falta
disposição regimental específica, de quem este de qualquer vogal a três reuniões consecutivas,
indicar. sem motivo justificado, para os fins do art. 727;
§ 3o  Os Juízes do Trabalho Substitutos, VI – despachar os recursos interpostos pelas
quando designados ou estiverem substituindo partes, fundamentando a decisão recorrida antes
os Juízes-Presidentes de Juntas, perceberão os da remessa ao Tribunal Regional, ou submeten-
vencimentos destes. do-os à decisão da Junta, no caso do art. 894;
§ 4o  O Juiz-Presidente do Tribunal Regional VII – assinar as folhas de pagamento dos
do Trabalho ou, não havendo disposição regi- membros e funcionários da Junta;
mental específica, que este indicar, fará a lotação VIII – apresentar ao presidente do Tribunal
e a movimentação dos Juízes Substitutos entre Regional, até 15 de fevereiro de cada ano, o
as diferentes zonas da Região na hipótese de relatório dos trabalhos do ano anterior;
terem sido criadas na forma do § 1o deste artigo. IX – conceder medida liminar, até decisão
final do processo, em reclamações trabalhis-
Art. 657.  Os presidentes de Junta e os presi- tas que visem a tornar sem efeito transferência
dentes substitutos perceberão a remuneração disciplinada pelos parágrafos do art. 469 desta
ou os vencimentos fixados em lei. Consolidação;
X – conceder medida liminar, até decisão
Art. 658.  São deveres precípuos dos presi- final do processo, em reclamações trabalhis-
dentes das Juntas, além dos que decorram do tas que visem reintegrar no emprego dirigente
exercício de sua função: sindical afastado, suspenso ou dispensado pelo
Consolidação das Leis do Trabalho

a)  manter perfeita conduta pública e privada; empregador.


b)  abster-se de atender a solicitações ou
recomendações relativamente aos feitos que
hajam sido ou tenham de ser submetidos à sua SEÇÃO IV – Dos Vogais das Juntas30
apreciação;
c)  residir dentro dos limites de sua jurisdi- Art. 660.  Os vogais das Juntas são designa-
ção, não podendo ausentar-se sem licença do dos pelo presidente do Tribunal Regional da
Presidente do Tribunal Regional; respectiva jurisdição.
d)  despachar e praticar todos os atos de-
correntes de suas funções, dentro dos prazos
  NE: ver Emenda Constitucional no 24/1999.
30
113
Art. 661.  Para o exercício da função de vogal § 6o  Em falta de indicação, pelos sindicatos,
da Junta ou suplente destes são exigidos os se- de nomes para representantes das respectivas
guintes requisitos: categorias profissionais e econômicas nas Juntas
a)  ser brasileiro; de Conciliação e Julgamento, ou nas localidades
b)  ter reconhecida idoneidade moral; onde não existirem sindicatos, serão esses repre-
c)  ser maior de 25 (vinte e cinco) anos e ter sentantes livremente designados pelo presidente
menos de 70 (setenta) anos; do Tribunal Regional do Trabalho, observados
d)  estar no gozo dos direitos civis e políticos; os requisitos exigidos para o exercício da função.
e)  estar quite com o serviço militar;
f)  contar mais de dois anos de efetivo exer- Art. 663.  A investidura dos vogais das Juntas
cício na profissão e ser sindicalizado. e seus suplentes é de 3 (três) anos, podendo,
Parágrafo único.  A prova da qualidade pro- entretanto, ser dispensado, a pedido, aquele que
fissional a que se refere a alínea “f ” deste arti- tiver servido, sem interrupção, durante metade
go, é feita mediante declaração do respectivo desse período.
sindicato. § 1o  Na hipótese da dispensa do vogal a que
alude este artigo, assim como nos casos do im-
Art. 662.  A escolha dos vogais das Juntas e seus pedimento, morte ou renúncia, sua substituição
suplentes far-se-á dentre os nomes constantes far-se-á pelo suplente, mediante convocação do
das listas que, para esse efeito, forem encami- presidente da Junta.
nhadas pelas associações sindicais de primeiro § 2o  Na falta do suplente, por impedimen-
grau ao presidente do Tribunal Regional. to, morte ou renúncia, serão designados novo
§ 1o  Para esse fim, cada sindicato de empre- vogal e o respectivo suplente, dentre os nomes
gadores e de empregados, com base territorial constantes das listas a que se refere o art. 662,
extensiva à área de jurisdição da Junta, no todo servindo os designados até o fim do período.
ou em parte, procederá, na ocasião determinada
pelo Presidente do Tribunal Regional, à escolha Art. 664.  Os vogais das Juntas e seus suplentes
de três nomes que comporão a lista, aplicando-se tomam posse perante o presidente da Junta em
à eleição o disposto no art. 524 e seus §§ 1o a 3o. que têm de funcionar.
§ 2o  Recebidas as listas pelo presidente do
Tribunal Regional, designará este, dentro de Art. 665.  Enquanto durar sua investidura, go-
cinco dias, os nomes dos vogais e dos respec- zam os vogais das Juntas e seus suplentes das
tivos suplentes, expedindo para cada um deles prerrogativas asseguradas aos jurados.
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas

um título, mediante a apresentação do qual


será empossado. Art. 666.  Por audiência a que comparecerem,
§ 3o  Dentro de quinze dias, contados da data até o máximo de vinte por mês, os vogais das
da posse, pode ser contestada a investidura do Juntas e seus suplentes perceberão a gratificação
vogal ou do suplente, por qualquer interessado, fixada em lei.
sem efeito suspensivo, por meio de representa-
ção escrita, dirigida ao presidente do Tribunal Art. 667.  São prerrogativas dos vogais das
Regional. Juntas, além das referidas no art. 665:
§ 4o  Recebida a contestação, o Presidente a)  tomar parte nas reuniões do tribunal a
do Tribunal designará imediatamente relator, que pertençam;
o qual, se houver necessidade de ouvir teste- b)  aconselhar às partes a conciliação;
munhas ou de proceder a quaisquer diligências, c)  votar no julgamento dos feitos e nas ma-
providenciará para que tudo se realize com a térias de ordem interna do tribunal, submetidas
maior brevidade, submetendo, por fim, a contes- às suas deliberações;
tação ao parecer do Tribunal, na primeira sessão. d)  pedir vista dos processos pelo prazo de
§ 5o  Se o Tribunal julgar procedente a contes- vinte e quatro horas;
tação, o presidente providenciará a designação e)  formular, por intermédio do presidente,
114 de novo vogal ou suplente. aos litigantes, testemunhas e peritos, as per-
guntas que quiserem fazer, para esclarecimento porários; 7a Região, de 8 (oito) juízes, sendo 6
do caso. (seis) togados, vitalícios, e 2 (dois) classistas,
temporários; 8a Região, de 23 (vinte e três) juí-
zes, sendo 15 (quinze) togados, vitalícios, e 8
CAPÍTULO III – Dos Juízos de Direito (oito) classistas, temporários; 9a Região, de 28
(vinte e oito) juízes, sendo 18 (dezoito) togados,
Art. 668.  Nas localidades não compreendi- vitalícios, e 10 (dez) classistas, temporários;
das na jurisdição das Juntas de Conciliação e 10a Região, de 17 (dezessete) juízes, sendo 11
Julgamento, os Juízos de Direito são os órgãos (onze) togados, vitalícios, e 6 (seis) classistas,
de administração da Justiça do Trabalho, com temporários; 11a Região, de 8 (oito) juízes, sendo
a jurisdição que lhes for determinada pela lei 6 (seis) togados, vitalícios, e 2 (dois) classis-
de organização judiciária local. tas, temporários; 12a Região, de 18 (dezoito)
juízes, sendo 12 (doze) togados, vitalícios, e 6
Art. 669.  A competência dos Juízos de Di- (seis) classistas, temporários; 13a Região, de 8
reito, quando investidos na administração da (oito) juízes, sendo 6 (seis) togados, vitalícios,
Justiça do Trabalho, é a mesma das Juntas de e 2 (dois) classistas, temporários; 14a Região,
Conciliação e Julgamento, na forma da Seção de 8 (oito) juízes, sendo 6 (seis) togados, vi-
II do Capítulo II. talícios, e 2 (dois) classistas, temporários; 15a
§ 1o  Nas localidades onde houver mais de um Região, de 36 (trinta e seis) juízes, sendo 24
Juízo de Direito a competência é determinada, (vinte e quatro) togados, vitalícios, e 12 (doze)
entre os juízes do cível, por distribuição ou pela classistas, temporários; 16a Região, de 8 (oito)
divisão judiciária local, na conformidade da lei juízes, sendo 6 (seis) togados, vitalícios, e 2
de organização respectiva. (dois) classistas, temporários; 17a Região, de 8
§ 2o  Quando o critério de competência da lei (oito) juízes, sendo 6 (seis) togados, vitalícios, e
de organização judiciária for diverso do previsto 2 (dois) classistas, temporários; 18a Região, de 8
no parágrafo anterior, será competente o juiz (oito) juízes, sendo 6 (seis) togados, vitalícios, e
do cível mais antigo. 2 (dois) classistas, temporários; 19a Região, de 8
(oito) juízes, sendo 6 (seis) togados, vitalícios, e
2 (dois) classistas, temporários; 20a Região, de 8
CAPÍTULO IV – Dos Tribunais Regionais (oito) juízes, sendo 6 (seis) togados, vitalícios, e
do Trabalho 2 (dois) classistas, temporários; 21a Região, de 8
SEÇÃO I – Da Composição e do (oito) juízes, sendo 6 (seis) togados, vitalícios, e
Funcionamento 2 (dois) classistas, temporários; 22a Região, de 8
(oito) juízes, sendo 6 (seis) togados, vitalícios, e
Art. 670.  Os Tribunais Regionais compor-se- 2 (dois) classistas, temporários; 23a Região, de 8
-ão: 1a Região, de 54 (cinquenta e quatro) juízes, (oito) juízes, sendo 6 (seis) togados, vitalícios, e
sendo 36 (trinta e seis) togados, vitalícios, e 18 2 (dois) classistas, temporários; 24a Região, de 8
(dezoito) classistas, temporários; 2a Região, de (oito) juízes, sendo 6 (seis) togados, vitalícios, e
64 (sessenta e quatro) juízes, sendo 42 (quarenta 2 (dois) classistas, temporários, todos nomeados
Consolidação das Leis do Trabalho

e dois) togados, vitalícios, e 22 (vinte e dois) pelo Presidente da República.


classistas, temporários; 3a Região, de 36 (trinta § 1o (Vetado)
e seis) juízes, sendo 24 (vinte e quatro) togados, § 2o  Nos Tribunais Regionais constituídos de
vitalícios, e 12 (doze) classistas, temporários; seis ou mais juízes togados, e menos de onze,
4a Região, de 36 (trinta e seis) juízes, sendo 24 um deles será escolhido dentre advogados, um
(vinte e quatro) togados, vitalícios, e 12 (doze) dentre membros do Ministério Público da União
classistas, temporários; 5a Região, de 29 (vinte junto à Justiça do Trabalho e os demais dentre
e nove) juízes, sendo 19 (dezenove) togados, juízes do Trabalho Presidentes de Junta da res-
vitalícios, e 10 (dez) classistas, temporários; 6a pectiva Região, na forma prevista no parágrafo
Região, de 18 (dezoito) juízes, sendo 12 (doze) anterior.
togados, vitalícios, e 6 (seis) classistas, tem- § 3o (Vetado) 115
§ 4o  Os juízes classistas referidos neste artigo somente terá voto de desempate. Nas sessões
representarão, paritariamente, empregadores e administrativas, o Presidente votará como os
empregados. demais juízes, cabendo-lhe, ainda, o voto de
§ 5o  Haverá um suplente para cada Juiz qualidade.
classista. § 4o  No julgamento de recursos contra
§ 6o  Os Tribunais Regionais, no respectivo decisão ou despacho do Presidente, do Vice-
regimento interno, disporão sobre a substituição -Presidente ou de Relator, ocorrendo empate,
de seus juízes, observados, na convocação de prevalecerá a decisão ou despacho recorrido.
juízes inferiores, os critérios de livre escolha e
antiguidade, alternadamente. Art. 673.  A ordem das sessões dos Tribunais
§ 7o  Dentre os seus juízes togados, os Tribu- Regionais será estabelecida no respectivo regi-
nais Regionais elegerão os respectivos Presidente mento interno.
e Vice-Presidente, assim como os Presidentes
de Turmas, onde as houver.
§ 8o  Os Tribunais Regionais da 1a e 2a Re- SEÇÃO II – Da Jurisdição e Competência
giões dividir-se-ão em Turmas, facultada essa
divisão aos constituídos de, pelo menos, doze Art. 674.  Para efeito da jurisdição dos Tribu-
juízes. Cada turma se comporá de três juízes nais Regionais, o território nacional é dividido
togados e dois classistas, um representante dos nas 24 (vinte e quatro) regiões seguintes:
empregados e outro dos empregadores. 1a Região – Estado do Rio de Janeiro;
2a Região – Estado de São Paulo;
Art. 671.  Para os trabalhos dos Tribunais 3a Região – Estado de Minas Gerais;
Regionais existe a mesma incompatibilidade 4a Região – Estado do Rio Grande do Sul;
prevista no art. 648, sendo idêntica a forma de 5a Região – Estado da Bahia;
sua resolução. 6a Região – Estado de Pernambuco;
7a Região – Estado do Ceará;
Art. 672.  Os Tribunais Regionais, em sua 8a Região – Estados do Pará e do Amapá;
composição plena, deliberarão com a presença, 9a Região – Estado do Paraná;
além do Presidente, da metade e mais um do 10a Região – Distrito Federal;
número de seus juízes, dos quais, no mínimo, 11a Região – Estados do Amazonas e de Ro-
um representante dos empregados e outro dos raima;
empregadores. 12a Região – Estado de Santa Catarina;
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas

§ 1o  As Turmas somente poderão deliberar 13a Região – Estado da Paraíba;


presentes, pelo menos, três dos seus juízes, entre 14a Região – Estados de Rondônia e do Acre;
eles os dois classistas. Para a integração desse 15a Região – Estado de São Paulo (área não
quorum, poderá o Presidente de uma Turma abrangida pela jurisdição estabelecida na 2a
convocar juízes de outra, da classe a que per- Região);
tencer o ausente ou impedido. 16a Região – Estado do Maranhão;
§ 2o  Nos Tribunais Regionais, as decisões 17a Região – Estado do Espírito Santo;
tomar-se-ão pelo voto da maioria dos juízes 18a Região – Estado de Goiás;
presentes, ressalvada, no Tribunal Pleno, a hi- 19a Região – Estado de Alagoas;
pótese de declaração de inconstitucionalida- 20a Região – Estado de Sergipe;
de de lei ou ato do poder público (art. 111 da 21a Região – Estado do Rio Grande do Norte;
Constituição).31 22a Região – Estado do Piauí;
§ 3o  O Presidente do Tribunal Regional, 23a Região – Estado do Mato Grosso;
excetuada a hipótese de declaração de incons- 24a Região – Estado do Mato Grosso do Sul.
titucionalidade de lei ou ato do poder público, Parágrafo único.  Os tribunais têm sede nas
cidades: Rio de Janeiro (1a Região), São Paulo
  NE: o parágrafo faz referência à Constituição de
31 (2a Região), Belo Horizonte (3a Região), Porto
116 1967. Ver o art. 97 da Constituição Federal de 1988. Alegre (4a Região), Salvador (5a Região), Re-
cife (6a Região), Fortaleza (7a Região), Belém d)  julgar em única ou última instâncias:
(8a Região), Curitiba (9a Região), Brasília (10a 1)  os processos e os recursos de natureza
Região), Manaus (11a Região), Florianópolis administrativa atinentes aos seus serviços au-
(12a Região), João Pessoa (13a Região), Porto xiliares e respectivos servidores;
Velho (14a Região), Campinas (15a Região), São 2)  as reclamações contra atos administra-
Luís (16a Região), Vitória (17a Região), Goiâ- tivos de seu presidente ou de qualquer de seus
nia (18a Região), Maceió (19a Região), Aracaju membros, assim como dos juízes de primeira
(20a Região), Natal (21a Região), Teresina (22a instância e de seus funcionários;
Região), Cuiabá (23a Região) e Campo Grande II – às Turmas:
(24a Região). a)  julgar os recursos ordinários previstos no
art. 895, alínea “a”;
Art. 675. (Revogado) b)  julgar os agravos de petição e de instru-
mento, estes de decisões denegatórias de recur-
Art. 676.  O número de regiões, a jurisdição e sos de sua alçada;
a categoria dos Tribunais Regionais, estabele- c)  impor multas e demais penalidades rela-
cidos nos artigos anteriores, somente podem tivas a atos de sua competência jurisdicional, e
ser alterados pelo Presidente da República.32 julgar os recursos interpostos das decisões das
Juntas dos juízes de direito que as impuserem.
Art. 677.  A competência dos Tribunais Re- Parágrafo único.  Das decisões das Turmas
gionais determina-se pela forma indicada no não caberá recurso para o Tribunal Pleno, ex-
art. 651 e seus parágrafos e, nos casos de dissídio ceto no caso do item I, alínea “c”, inciso 1, deste
coletivo, pelo local onde este ocorrer. artigo.

Art. 678.  Aos Tribunais Regionais, quando Art. 679.  Aos Tribunais Regionais não divi-
divididos em Turmas, compete: didos em Turmas, compete o julgamento das
I – ao Tribunal Pleno, especialmente: matérias a que se refere o artigo anterior, exceto
a)  processar, conciliar e julgar originaria- a de que trata o inciso 1 da alínea “c” do item I,
mente os dissídios coletivos; como os conflitos de jurisdição entre Turmas.
b)  processar e julgar originariamente:
1)  as revisões de sentenças normativas; Art. 680.  Compete, ainda, aos Tribunais Re-
2)  a extensão das decisões proferidas em gionais, ou suas Turmas:
dissídios coletivos; a)  determinar às Juntas e aos juízes de direito
3)  os mandados de segurança; a realização dos atos processuais e diligências
4)  as impugnações à investidura de vogais necessárias ao julgamento dos feitos sob sua
e seus suplentes nas Juntas de Conciliação e apreciação;
Julgamento; b)  fiscalizar o cumprimento de suas próprias
c)  processar e julgar em última instância: decisões;
1)  os recursos das multas impostas pelas c)  declarar a nulidade dos atos praticados
Turmas; com infração de suas decisões;
Consolidação das Leis do Trabalho

2)  as ações rescisórias das decisões das Jun- d)  julgar as suspeições arguidas contra seus
tas de Conciliação e Julgamento, dos juízes de membros;
direito investidos na jurisdição trabalhista, das e)  julgar as exceções de incompetência que
Turmas e de seus próprios acórdãos; lhes forem opostas;
3)  os conflitos de jurisdição entre as suas f)  requisitar às autoridades competentes as
Turmas, os juízes de direito investidos na ju- diligências necessárias ao esclarecimento dos
risdição trabalhista, as Juntas de Conciliação e feitos sob apreciação, representando contra
Julgamento, ou entre aqueles e estas; aquelas que não atenderem a tais requisições;
g)  exercer, em geral, no interesse da Justiça
  NE: ver os arts. 96 e 113 da Constituição Federal
32 do Trabalho, as demais atribuições que decor-
de 1988. ram de sua Jurisdição. 117
SEÇÃO III – Dos Presidentes dos Tribunais XIV – assinar as folhas de pagamento dos
Regionais vogais e servidores do Tribunal.
§ 1o  Na falta ou impedimento do presidente
Art. 681.  Os presidentes e vice-presidentes dos da Junta e do substituto da mesma localidade,
Tribunais Regionais do Trabalho tomarão posse é facultado ao presidente do Tribunal Regional
perante os respectivos Tribunais. designar substituto de outra localidade, observa-
Parágrafo único. (Revogado) da a ordem de antiguidade entre os substitutos
desimpedidos.
Art. 682.  Competem privativamente aos pre- § 2o  Na falta ou impedimento do vogal da
sidentes dos Tribunais Regionais, além das que Junta e do respectivo suplente, é facultado ao
forem conferidas neste e no título e das decor- presidente do Tribunal Regional designar su-
rentes do seu cargo, as seguintes atribuições: plente de outra Junta, respeitada a categoria
I – (Revogado); profissional ou econômica do representante e
II – designar os vogais das Juntas e seus su- a ordem de antiguidade dos suplentes desim-
plentes; pedidos.
III – dar posse aos presidentes de Juntas e § 3o  Na falta ou impedimento de qualquer
presidentes substitutos, aos vogais e suplentes Juiz representante classista e seu respectivo
e funcionários do próprio Tribunal e conceder Suplente, é facultado ao Presidente do Tribu-
férias e licenças aos mesmos e aos vogais e su- nal Regional designar um dos Vogais de Junta
plentes das Juntas; de Conciliação e Julgamento para funcionar
IV – presidir as sessões do Tribunal; nas sessões do Tribunal, respeitada a categoria
V – presidir audiências de conciliação nos profissional ou econômica do representante.
dissídios coletivos;
VI – executar suas próprias decisões e as Art. 683.  Na falta ou impedimento dos presi-
proferidas pelo Tribunal; dentes dos Tribunais Regionais, e como auxilia-
VII – convocar suplentes dos vogais do Tri- res destes, sempre que necessário, funcionarão
bunal, nos impedimentos destes; seus substitutos.
VIII – representar ao presidente do Tribunal § 1o  Nos casos de férias, por trinta dias, li-
Superior do Trabalho contra os presidentes e cença, morte ou renúncia, a convocação com-
os vogais, nos casos previstos no art. 727 e seu petirá diretamente ao presidente do Tribunal
parágrafo único; Superior do Trabalho.
IX – despachar os recursos interpostos pelas § 2o  Nos demais casos, mediante convocação
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas

partes; do próprio presidente do Tribunal ou comunica-


X – requisitar às autoridades competentes, ção do secretário deste, o presidente substituto
nos casos de dissídio coletivo, a força necessária, assumirá imediatamente o exercício, ciente o
sempre que houver ameaça de perturbação da presidente do Tribunal Superior do Trabalho.
ordem;
XI – exercer correição, pelo menos uma
vez por ano, sobre as Juntas, ou parcialmente, SEÇÃO IV – Dos Juízes Representantes
sempre que se fizer necessário, e solicitá-la, Classistas dos Tribunais Regionais33
quando julgar conveniente, ao Presidente do
Tribunal de Apelação relativamente aos juízes Art. 684.  Os juízes representantes classistas
de Direito investidos na administração da Justiça dos Tribunais Regionais são designados pelo
do Trabalho; Presidente da República.
XII – distribuir os feitos, designando os vo- Parágrafo único.  Aos juízes representantes
gais que os devem relatar; classistas dos empregadores e dos empregados,
XIII – designar, dentre os funcionários do nos Tribunais Regionais, aplicam-se as dispo-
Tribunal e das Juntas existentes em uma mes- sições do art. 661.
ma localidade, o que deve exercer a função de
118 distribuidor;   NE: ver Emenda Constitucional no 24/1999.
33
Art. 685.  A escolha dos juízes e suplentes dos em todo o território nacional, é a instância su-
Tribunais Regionais, representantes dos empre- prema da Justiça do Trabalho.
gadores e empregados, é feita dentre os nomes Parágrafo único.  O Tribunal funciona na
constantes das listas para esse fim encaminhadas plenitude de sua composição ou dividido em
ao presidente do Tribunal Superior do Trabalho turmas, com observância da paridade de re-
pelas associações sindicais de grau superior com presentação de empregados e empregadores.
sede nas respectivas regiões.
§ 1o  Para o efeito deste artigo, o Conselho Art. 691. (Suprimido)
de Representantes de cada associação sindical
de grau superior, na ocasião determinada pelo Art. 692. (Suprimido)
presidente do Tribunal Superior do Trabalho,
organizará, por maioria de votos, uma lista de
três nomes. SEÇÃO II – Da Composição e
§ 2o  O Presidente do Tribunal Superior do Funcionamento do Tribunal Superior do
Trabalho submeterá os nomes constantes das Trabalho
listas ao Presidente da República, por intermédio
do Ministro da Justiça e Negócios Interiores. Art. 693.  O Tribunal Superior do Trabalho
compõe-se de dezessete juízes, com a denomi-
Art. 686. (Suprimido) nação de Ministros, sendo:34
a)  onze togados e vitalícios, nomeados pelo
Art. 687.  Os juízes representantes classistas Presidente da República, depois de aprovada a
dos Tribunais Regionais tomam posse perante escolha pelo Senado Federal, dentre brasileiros
o respectivo presidente. natos, maiores de trinta e cinco anos, de notável
saber jurídico e reputação ilibada;
Art. 688.  Aos juízes representantes classistas b)  seis classistas, com mandato de três anos,
dos Tribunais Regionais aplicam-se as dispo- em representação paritária dos empregadores
sições do art. 663, sendo a nova escolha feita e dos empregados, nomeados pelo Presidente
dentre os nomes constantes das listas a que se da República, de conformidade com o disposto
refere o art. 685 ou na forma indicada no art. 686 nos §§ 2o e 3o deste artigo.
e, bem assim, as dos arts. 665 e 667. § 1o  Dentre os juízes togados do Tribunal
Superior do Trabalho, alheios aos interesses
Art. 689.  Por sessão a que comparecerem, até profissionais, serão eleitos o presidente, o vi-
o máximo de quinze por mês, perceberão os ce-presidente e o corregedor, além dos presi-
juízes representantes classistas e suplentes dos dentes das turmas, na forma estabelecida em
Tribunais Regionais a gratificação fixada em lei. seu regimento interno.
Parágrafo único.  Os juízes representantes § 2o  Para nomeação trienal dos juízes clas-
classistas que retiverem processos além dos pra- sistas, o Presidente do Tribunal Superior do
zos estabelecidos no Regimento Interno dos Trabalho publicará edital, com antecedência
Tribunais Regionais sofrerão, automaticamente, mínima de 15 (quinze) dias, convocando as
Consolidação das Leis do Trabalho

na gratificação mensal a que teriam direito, associações sindicais de grau superior, para que
desconto equivalente a 1/30 (um trinta avos) cada uma, mediante maioria de votos do res-
por processo retido. pectivo Conselho de Representantes, organize
uma lista de três nomes, que será encaminhada,
por intermédio daquele Tribunal, ao Ministro da
CAPÍTULO V – Do Tribunal Superior do Justiça e Negócios Interiores, dentro do prazo
Trabalho que for fixado no edital.
SEÇÃO I – Disposições Preliminares § 3o  Na lista de que trata o parágrafo an-
terior figurarão somente brasileiros natos, de
Art. 690.  O Tribunal Superior do Trabalho,
com sede na Capital da República e jurisdição   NE: ver os arts. 111 a 116 da Constituição Federal.
34
119
reconhecida idoneidade, maiores de 25 (vinte Parágrafo único.  As turmas do Tribunal,
e cinco) anos, quites com o serviço militar, que compostas de 5 (cinco) juízes, só poderão de-
estejam no gozo de seus direitos civis e políticos liberar com a presença de, pelo menos, três de
e contem mais de dois anos de efetivo exercício seus membros, além do respectivo presidente,
da profissão ou se encontrem no desempenho cabendo também a este funcionar como relator
de representação profissional prevista em lei. ou revisor nos feitos que lhe forem distribuídos,
§ 4o (Vetado) conforme estabelecer o regimento interno.

Art. 694.  Os juízes togados escolher-se-ão: Art. 700.  O Tribunal reunir-se-á em dias pre-


sete, dentre magistrados da Justiça do Trabalho, viamente fixados pelo presidente, o qual poderá,
dois, dentre advogados no efetivo exercício da sempre que for necessário, convocar sessões
profissão, e dois, dentre membros do Ministério extraordinárias.
Público da União junto à Justiça do Trabalho.35
Art. 701.  As sessões do Tribunal serão públicas
Art. 695. (Suprimido) e começarão às 14 (quatorze) horas, terminando
às 17 (dezessete) horas; mas poderão ser pror-
Art. 696.  Importará em renúncia o não compa- rogadas pelo presidente, em caso de manifesta
recimento do membro do Tribunal, sem motivo necessidade.
justificado, a mais de três sessões ordinárias § 1o  As sessões extraordinárias do Tribunal
consecutivas.36 só se realizarão quando forem comunicadas aos
§ 1o  Ocorrendo a hipótese prevista neste seus membros com 24 (vinte e quatro) horas,
artigo, o Presidente do Tribunal comunicará no mínimo, de antecedência.
imediatamente o fato ao Ministro da Justiça § 2o  Nas sessões do Tribunal os debates po-
e Negócios Interiores, a fim de que seja feita a derão tornar-se secretos, desde que, por motivo
substituição do juiz renunciante, sem prejuízo de interesse público, assim resolva a maioria de
das sanções cabíveis. seus membros.
§ 2o  Para os efeitos do parágrafo anterior,
a designação do substituto será feita dentre os
nomes constantes das listas de que trata o § 2o SEÇÃO III – Da Competência do Tribunal
do art. 693. Pleno

Art. 697.  Em caso de licença, superior a trinta Art. 702.  Ao Tribunal Pleno compete:


Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas

dias, ou de vacância, enquanto não for preenchi- I – em única instância:


do o cargo, os Ministros do Tribunal poderão a)  decidir sobre matéria constitucional,
ser substituídos mediante convocação de Juízes, quando arguido, para invalidar lei ou ato do
de igual categoria, de qualquer dos Tribunais poder público;
Regionais do Trabalho, na forma que dispuser b)  conciliar e julgar os dissídios coletivos
o Regimento do Tribunal Superior do Trabalho. que excedam a jurisdição dos Tribunais Regio-
nais do Trabalho, bem como estender ou rever
Art. 698. (Suprimido) suas próprias decisões normativas, nos casos
previstos em lei;
Art. 699.  O Tribunal Superior do Trabalho não c)  homologar os acordos celebrados em dis-
poderá deliberar, na plenitude de sua composi- sídios de que trata a alínea anterior;
ção, senão com a presença de, pelo menos, nove d)  julgar os agravos dos despachos do pre-
de seus juízes, além do Presidente. sidente, nos casos previstos em lei;
e)  julgar as suspeições arguidas contra o
presidente e demais juízes do Tribunal, nos feitos
pendentes de sua decisão;
  NE: ver os arts. 111 a 116 da Constituição Federal.
35
f)  estabelecer ou alterar súmulas e outros
120   NE: ver Lei Complementar no 35/1979.
36
enunciados de jurisprudência uniforme, pelo
voto de pelo menos dois terços de seus membros, d)  julgar os embargos de declaração opostos
caso a mesma matéria já tenha sido decidida de aos seus acórdãos;
forma idêntica por unanimidade em, no míni- e)  julgar as habilitações incidentes e argui-
mo, dois terços das turmas em pelo menos dez ções de falsidade, suspeição e outras, nos casos
sessões diferentes em cada uma delas, podendo, pendentes de sua decisão.
ainda, por maioria de dois terços de seus mem- § 3o  As sessões de julgamento sobre estabele-
bros, restringir os efeitos daquela declaração ou cimento ou alteração de súmulas e outros enun-
decidir que ela só tenha eficácia a partir de sua ciados de jurisprudência deverão ser públicas,
publicação no Diário Oficial; divulgadas com, no mínimo, trinta dias de an-
g)  aprovar tabelas de custas e emolumentos, tecedência, e deverão possibilitar a sustentação
nos termos da lei; oral pelo Procurador-Geral do Trabalho, pelo
h)  elaborar o Regimento Interno do Tribunal Conselho Federal da Ordem dos Advogados
e exercer as atribuições administrativas previstas do Brasil, pelo Advogado-Geral da União e por
em lei, ou decorrentes da Constituição Federal; confederações sindicais ou entidades de classe
II – em última instância: de âmbito nacional.
a)  julgar os recursos ordinários das decisões § 4o  O estabelecimento ou a alteração de
proferidas pelos Tribunais Regionais, em pro- súmulas e outros enunciados de jurisprudência
cessos de sua competência originária; pelos Tribunais Regionais do Trabalho deverão
b)  julgar os embargos opostos às decisões observar o disposto na alínea “f ” do inciso I
de que tratam as alíneas “b” e “c” do inciso I e no § 3o deste artigo, com rol equivalente de
deste artigo; legitimados para sustentação oral, observada
c)  julgar embargos das decisões das Turmas, a abrangência de sua circunscrição judiciária.
quando estas divirjam entre si ou de decisão
proferida pelo próprio Tribunal Pleno, ou que
forem contrárias à letra de lei federal; SEÇÃO IV – Da Competência da Câmara de
d)  julgar os agravos de despachos denegató- Justiça do Trabalho
rios dos presidentes de turmas, em matéria de
embargos, na forma estabelecida no regimento Arts.  703 a 705. (Suprimidos)
interno;
e)  julgar os embargos de declaração opostos
aos seus acórdãos. SEÇÃO V – Da Competência da Câmara de
§ 1o  Quando adotada pela maioria de dois Previdência Social
terços dos juízes do Tribunal Pleno, a decisão
proferida nos embargos de que trata o inciso II, Art. 706. (Suprimido)
alínea “c”, deste artigo, terá força de prejulgado,
nos termos dos §§ 2o e 3o, do art. 902.
§ 2o  É da competência de cada uma das tur- SEÇÃO VI – Das Atribuições do Presidente
mas do Tribunal: do Tribunal Superior do Trabalho
a)  julgar, em única instância, os conflitos
Consolidação das Leis do Trabalho

de jurisdição entre Tribunais Regionais do Tra- Art. 707.  Compete ao Presidente do Tribunal:


balho e os que se suscitarem entre juízes de a)  presidir às sessões do Tribunal, fixando
direito ou Juntas de Conciliação e Julgamento os dias para a realização das sessões ordinárias
de regiões diferentes; e convocando as extraordinárias;
b)  julgar, em última instância, os recursos de b)  superintender todos os serviços do Tri-
revista interpostos de decisões dos Tribunais Re- bunal;
gionais e das Juntas de Conciliação e Julgamento c)  expedir instruções e adotar as providên-
ou juízes de direito, nos casos previstos em lei; cias necessárias para o bom funcionamento
c)  julgar os agravos de instrumento dos do Tribunal e dos demais órgãos da Justiça do
despachos que denegarem a interposição de Trabalho;
recursos ordinários ou de revista; 121
d)  fazer cumprir as decisões originárias do SEÇÃO VIII – Das Atribuições do
Tribunal, determinando aos Tribunais Regionais Corregedor
e aos demais órgãos da Justiça do Trabalho a
realização dos atos processuais e das diligências Art. 709.  Compete ao Corregedor, eleito dentre
necessárias; os Ministros togados do Tribunal Superior do
e)  submeter ao Tribunal os processos em Trabalho:
que tenha de deliberar e designar, na forma I – exercer funções de inspeção e correição
do regimento interno, os respectivos relatores; permanente com relação aos Tribunais Regio-
f)  despachar os recursos interpostos pelas nais e seus presidentes;
partes e os demais papéis em que deva deliberar; II – decidir reclamações contra os atos aten-
g)  determinar as alterações que se fizerem tatórios da boa ordem processual praticados
necessárias na lotação do pessoal da Justiça pelos Tribunais Regionais e seus presidentes,
do Trabalho, fazendo remoções ex officio de quando inexistir recurso específico;
servidores entre os Tribunais Regionais, Juntas III – (Revogado).
de Conciliação e Julgamento e outros órgãos; § 1o  Das decisões proferidas pelo Correge-
bem como conceder as requeridas que julgar dor, nos casos do artigo, caberá o agravo regi-
convenientes ao serviço, respeitada a lotação mental, para o Tribunal Pleno.
de cada órgão; § 2o  O Corregedor não integrará as Turmas
h)  conceder licenças e férias aos servidores do Tribunal, mas participará, com voto, das ses-
do Tribunal, bem como impor-lhes as penas sões do Tribunal Pleno, quando não se encontrar
disciplinares que excederem da alçada das de- em correição ou em férias, embora não relate
mais autoridades; nem revise processos, cabendo-lhe, outrossim,
i)  dar posse e conceder licença aos membros votar em incidente de inconstitucionalidade,
do Tribunal, bem como conceder licenças e nos processos administrativos e nos feitos em
férias aos presidentes dos Tribunais Regionais; que estiver vinculado por visto anterior à sua
j)  apresentar ao Ministro do Trabalho, In- posse na Corregedoria.
dústria e Comércio, até 31 de março de cada
ano, o relatório das atividades do Tribunal e dos
demais órgãos da Justiça do Trabalho. CAPÍTULO VI – Dos Serviços Auxiliares da
Parágrafo único.  O Presidente terá um se- Justiça do Trabalho
cretário, por ele designado dentre os funcioná- SEÇÃO I – Da Secretaria das Juntas de
rios lotados no Tribunal, e será auxiliado por Conciliação e Julgamento
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas

servidores designados nas mesmas condições.


Art. 710.  Cada Junta terá uma Secretaria, sob
a direção de funcionário que o presidente de-
SEÇÃO VII – Das Atribuições do Vice- signar, para exercer a função de secretário, e
Presidente que receberá, além dos vencimentos correspon-
dentes ao seu padrão, a gratificação de função
Art. 708.  Compete ao Vice-Presidente do fixada em lei.
Tribunal:
a)  substituir o Presidente e o Corregedor Art. 711.  Compete à Secretaria das Juntas:
em suas faltas e impedimentos; a)  o recebimento, a autuação, o andamento,
b) (Suprimida). a guarda e a conservação dos processos e outros
Parágrafo único.  Na ausência do Presidente papéis que lhe forem encaminhados;
e do Vice-Presidente, será o Tribunal presidido b)  a manutenção do protocolo de entrada e
pelo juiz togado mais antigo, ou pelo mais idoso saída dos processos e demais papéis;
quando igual a antiguidade. c)  o registro das decisões;
d)  a informação, às partes interessadas e seus
procuradores, do andamento dos respectivos
122 processos, cuja consulta lhes facilitará;
e)  a abertura de vista dos processos às partes, SEÇÃO II – Dos Distribuidores
na própria Secretaria;
f)  a contagem das custas devidas pelas partes Art. 713.  Nas localidades em que existir mais
nos respectivos processos; de uma Junta de Conciliação e Julgamento, ha-
g)  o fornecimento de certidões sobre o que verá um distribuidor.
constar dos livros ou do arquivamento da Se-
cretaria; Art. 714.  Compete ao distribuidor:
h)  a realização das penhoras e demais dili- a)  a distribuição, pela ordem rigorosa de
gências processuais; entrada, e sucessivamente a cada Junta, dos
i)  o desempenho dos demais trabalhos que feitos que, para esse fim, lhe forem apresentados
lhe forem cometidos pelo presidente da Junta, pelos interessados;
para melhor execução dos serviços que lhe es- b)  o fornecimento, aos interessados, do re-
tão afetos. cibo correspondente a cada feito distribuído;
c)  a manutenção de dois fichários dos feitos
Art. 712.  Compete especialmente aos secre- distribuídos, sendo um organizado pelos nomes
tários das Juntas de Conciliação e Julgamento: dos reclamantes e o outro dos reclamados, am-
a)  superintender os trabalhos da Secretaria, bos por ordem alfabética;
velando pela boa ordem do serviço; d)  o fornecimento a qualquer pessoa que o
b)  cumprir e fazer cumprir as ordens emana- solicite, verbalmente ou por certidão, de infor-
das do presidente e das autoridades superiores; mações sobre os feitos distribuídos;
c)  submeter a despacho e assinatura do pre- e)  a baixa na distribuição dos feitos, quando
sidente o expediente e os papéis que devam ser isto lhe for determinado pelos presidentes das
por ele despachados e assinados; Juntas, formando, com as fichas corresponden-
d)  abrir a correspondência oficial dirigida tes, fichários à parte, cujos dados poderão ser
à Junta e ao seu presidente, a cuja deliberação consultados pelos interessados, mas não serão
será submetida; mencionados em certidões.
e)  tomar por termo as reclamações verbais,
nos casos de dissídios individuais; Art. 715.  Os distribuidores são designados
f)  promover o rápido andamento dos pro- pelo presidente do Tribunal Regional, dentre os
cessos, especialmente na fase de execução, e a funcionários das Juntas e do Tribunal Regional,
pronta realização dos atos e diligências depre- existentes na mesma localidade, e ao mesmo
cadas pelas autoridades superiores; presidente diretamente subordinados.
g)  secretariar as audiências da Junta, lavran-
do as respectivas atas;
h)  subscrever as certidões e os termos pro- SEÇÃO III – Do Cartório dos Juízos de
cessuais; Direito
i)  dar aos litigantes ciência das reclamações e
demais atos processuais de que devam ter conhe- Art. 716.  Os Cartórios dos Juízos de Direito,
cimento, assinando as respectivas notificações; investidos na administração da Justiça do Traba-
Consolidação das Leis do Trabalho

j)  executar os demais trabalhos que lhe fo- lho, têm, para esse fim, as mesmas atribuições e
rem atribuídos pelo presidente da Junta. obrigações conferidas na Seção I às Secretarias
Parágrafo único.  Os serventuários que, sem das Juntas de Conciliação e Julgamento.
motivo justificado, não realizarem os atos, den- Parágrafo único.  Nos Juízos em que houver
tro dos prazos fixados, serão descontados em mais de um Cartório, far-se-á entre eles a dis-
seus vencimentos, em tantos dias quantos os tribuição alternada e sucessiva das reclamações.
do excesso.
Art. 717.  Aos escrivães dos Juízos de Direito,
investidos na administração da Justiça do Tra-
balho, competem especialmente as atribuições
e obrigações dos secretários das Juntas; e aos 123
demais funcionários dos Cartórios as que cou- de órgão específico, destinado à distribuição de
berem nas respectivas funções, dentre as que mandados judiciais.
competem às Secretarias das Juntas, enumeradas § 2o  Nas localidades onde houver mais de
no art. 711. uma Junta, respeitado o disposto no parágrafo
anterior, a atribuição para o cumprimento do
ato deprecado ao Oficial de Justiça ou Oficial de
SEÇÃO IV – Das Secretarias dos Tribunais Justiça Avaliador será transferida a outro Oficial,
Regionais sempre que, após o decurso de 9 (nove) dias,
sem razões que o justifiquem, não tiver sido
Art. 718.  Cada Tribunal Regional tem uma cumprido o ato, sujeitando-se o serventuário
Secretaria, sob a direção do funcionário desig- às penalidades da lei.
nado para exercer a função de secretário, com § 3o  No caso de avaliação, terá o Oficial de
a gratificação de função fixada em lei. Justiça Avaliador, para cumprimento do ato, o
prazo previsto no art. 888.
Art. 719.  Competem à Secretaria dos Tri- § 4o  É facultado aos Presidentes dos Tribu-
bunais, além das atribuições estabelecidas no nais Regionais do Trabalho cometer a qualquer
art. 711, para a Secretaria das Juntas, mais as Oficial de Justiça ou Oficial de Justiça Avaliador
seguintes: a realização dos atos de execução das decisões
a)  a conclusão dos processos ao presidente desses Tribunais.
e sua remessa, depois de despachados, aos res- § 5o  Na falta ou impedimento do Oficial de
pectivos relatores; Justiça ou Oficial de Justiça Avaliador, o Presi-
b)  a organização e a manutenção de um dente da Junta poderá atribuir a realização do
fichário de jurisprudência do Tribunal, para ato a qualquer serventuário.
consulta dos interessados.
Parágrafo único.  No regimento interno dos
Tribunais Regionais serão estabelecidas as de- CAPÍTULO VII – Das Penalidades
mais atribuições, o funcionamento e a ordem SEÇÃO I – Do Lock-out e da Greve
dos trabalhos de suas Secretarias.
Art. 722.  Os empregadores que, individual ou
Art. 720.  Competem aos secretários dos Tribu- coletivamente, suspenderem os trabalhos dos
nais Regionais as mesmas atribuições conferidas seus estabelecimentos, sem prévia autorização
no art. 712 aos secretários das Juntas, além das do tribunal competente, ou que violarem, ou
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas

que lhes forem fixadas no regimento interno se recusarem a cumprir decisão proferida em
dos Tribunais. dissídio coletivo, incorrerão nas seguintes pe-
nalidades:
a)  multa de cinco mil cruzeiros a cinquenta
SEÇÃO V – Dos Oficiais de Justiça mil cruzeiros;
b)  perda do cargo de representação profis-
Art. 721.  Incumbe aos Oficiais de Justiça e sional em cujo desempenho estiverem;
Oficiais de Justiça Avaliadores da Justiça do c)  suspensão, pelo prazo de dois a cinco
Trabalho a realização dos atos decorrentes da anos, do direito de serem eleitos para cargos
execução dos julgados das Juntas de Concilia- de representação profissional.
ção e Julgamento e dos Tribunais Regionais § 1o  Se o empregador for pessoa jurídica, as
do Trabalho, que lhes forem cometidos pelos penas previstas nas alíneas “b” e “c” incidirão
respectivos Presidentes. sobre os administradores responsáveis.
§ 1o  Para efeito de distribuição dos referi- § 2o  Se o empregador for concessionário
dos atos, cada Oficial de Justiça ou Oficial de de serviço público, as penas serão aplicadas
Justiça Avaliador funcionará perante uma Junta em dobro. Nesse caso, se o concessionário for
de Conciliação e Julgamento, salvo quando da pessoa jurídica, o presidente do tribunal que
124 existência, nos Tribunais Regionais do Trabalho, houver proferido a decisão poderá, sem pre-
juízo do cumprimento desta e da aplicação das ou reintegração de empregado, além do paga-
penalidades cabíveis, ordenar o afastamento dos mento dos salários deste, incorrerá na multa de
administradores responsáveis, sob pena de ser Cr$ 10,00 (dez cruzeiros) a Cr$ 50,00 (cinquenta
cassada a concessão. cruzeiros), por dia, até que seja cumprida a
§ 3o  Sem prejuízo das sanções cominadas decisão.
neste artigo, os empregadores ficarão obrigados § 1o  O empregador que impedir ou tentar
a pagar os salários devidos aos seus empregados, impedir que empregado seu sirva como vogal em
durante o tempo de suspensão do trabalho. Tribunal de Trabalho, ou que perante este preste
depoimento, incorrerá na multa de Cr$ 500,00
Arts.  723 a 725. (Revogados) (quinhentos cruzeiros) a Cr$ 5.000,00 (cinco
mil cruzeiros).
§ 2o  Na mesma pena do parágrafo anterior
SEÇÃO II – Das Penalidades contra os incorrerá o empregador que dispensar seu em-
Membros da Justiça do Trabalho pregado pelo fato de haver servido como vogal
ou prestado depoimento como testemunha, sem
Art. 726.  Aquele que recusar o exercício da prejuízo da indenização que a lei estabeleça.
função de vogal de Junta de Conciliação e Jul-
gamento ou de Tribunal Regional, sem motivo Art. 730.  Aqueles que se recusarem a depor
justificado, incorrerá nas seguintes penas: como testemunhas, sem motivo justificado,
a)  sendo representante de empregado- incorrerão na multa de Cr$ 50,00 (cinquenta
res, multa de Cr$ 100,00 (cem cruzeiros) a cruzeiros) a Cr$ 500,00 (quinhentos cruzeiros).
Cr$ 1.000,00 (mil cruzeiros) e suspensão do
direito de representação profissional por dois Art. 731.  Aquele que, tendo apresentado ao
a cinco anos; distribuidor reclamação verbal, não se apresen-
b)  sendo representante de empregados, mul- tar, no prazo estabelecido no parágrafo único do
ta de Cr$ 100,00 (cem cruzeiros) e suspensão art. 786, à Junta ou Juízo para fazê-lo tomar por
do direito de representação profissional por termo, incorrerá na pena de perda, pelo prazo
dois a cinco anos. de seis meses, do direito de reclamar perante a
Justiça do Trabalho.
Art. 727.  Os vogais das Juntas de Conciliação
e Julgamento, ou dos Tribunais Regionais, que Art. 732.  Na mesma pena do artigo anterior
faltarem a três reuniões ou sessões consecutivas, incorrerá o reclamante que, por duas vezes se-
sem motivo justificado, perderão o cargo, além guidas, der causa ao arquivamento de que trata
de incorrerem nas penas do artigo anterior. o art. 844.
Parágrafo único.  Se a falta for de presidente,
incorrerá ele na pena de perda do cargo, além Art. 733.  As infrações de disposições deste
da perda dos vencimentos correspondentes aos Título, para as quais não haja penalidades comi-
dias em que tiver faltado às audiências ou sessões nadas, serão punidas com a multa de Cr$ 50,00
consecutivas. (cinquenta cruzeiros) a Cr$ 5.000,00 (cinco mil
Consolidação das Leis do Trabalho

cruzeiros), elevada ao dobro na reincidência.


Art. 728.  Aos presidentes, membros, juízes,
vogais e funcionários auxiliares da Justiça do
Trabalho, aplica-se o disposto no Título XI do CAPÍTULO VIII – Disposições Gerais
Código Penal.
Art. 734.  O ministro do Trabalho, Indústria e
Comércio poderá rever, ex officio, dentro do pra-
SEÇÃO III – De Outras Penalidades zo de 30 (trinta) dias, contados de sua publicação

Art. 729.  O empregador que deixar de cumprir


decisão passada em julgado sobre readmissão 125
no órgão oficial, ou mediante representação Art. 737.  O Ministério Público do Trabalho
apresentada dentro de igual prazo:37 compõe-se da Procuradoria da Justiça do Tra-
a)  as decisões da Câmara de Previdência balho e da Procuradoria da Previdência Social,
Social, quando proferidas pelo voto de desem- aquela funcionando como órgão de coordenação
pate, ou que violarem disposições expressas entre a Justiça do Trabalho e o Ministério do
de direito ou modificarem jurisprudência até Trabalho, Indústria e Comércio, ambas dire-
então observada; tamente subordinadas ao Ministro de Estado.
b)  as decisões do presidente do Tribunal
Superior do Trabalho em matéria de previdên- Art. 738.  Os procuradores, além dos venci-
cia social. mentos fixados na tabela constante do Decre-
Parágrafo único.  O ministro do Trabalho, to-lei no 2.874, de 16 de dezembro de 1940,
Indústria e Comércio poderá avocar ao seu co- continuarão a perceber a percentagem de 8%,
nhecimento os assuntos de natureza adminis- por motivo de cobrança da dívida ativa da União
trativa referentes às instituições de previdência ou de multas impostas pelas autoridades admi-
social, sempre que houver interesse público. nistrativas e judiciárias do trabalho e da previ-
dência social.
Art. 735.  As repartições públicas e as asso- Parágrafo único.  Essa percentagem será cal-
ciações sindicais são obrigadas a fornecer aos culada sobre as somas efetivamente arrecadadas
juízes e tribunais do Trabalho e à Procuradoria e rateada de acordo com as instruções expedidas
da Justiça do Trabalho as informações e os dados pelos respectivos procuradores-gerais.
necessários à instrução e ao julgamento dos
feitos submetidos à sua apreciação. Art. 739.  Não estão sujeitos a ponto os procu-
Parágrafo único.  A recusa de informações radores-gerais e os procuradores.
ou dados a que se refere este artigo, por parte
de funcionários públicos, importa na aplicação
das penalidades previstas pelo Estatuto dos Fun- CAPÍTULO II – Da Procuradoria da Justiça
cionários Públicos por desobediência. do Trabalho
SEÇÃO I – Da Organização

TÍTULO IX – Do Ministério Público do Art. 740.  A Procuradoria da Justiça do Traba-


Trabalho38 lho compreende:
CAPÍTULO I – Disposições Gerais a)  1 (uma) Procuradoria-Geral, que funcio-
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas

nará junto ao Tribunal Superior do Trabalho;


Art. 736.  O Ministério Público do Trabalho b)  24 (vinte e quatro) Procuradorias Re-
é constituído por agentes diretos do Poder gionais, que funcionarão junto aos Tribunais
Executivo, tendo por função zelar pela exata Regionais do Trabalho.
observância da Constituição Federal, das leis
e demais atos emanados dos poderes públicos, Art. 741.  As Procuradorias Regionais são su-
na esfera de suas atribuições. bordinadas diretamente ao procurador-geral.
Parágrafo único.  Para o exercício de suas
funções, o Ministério Público do Trabalho re- Art. 742.  A Procuradoria-Geral é constituída
ger-se-á pelo que estatui esta Consolidação e, de um procurador-geral e de procuradores.
na falta de disposição expressa, pelas normas Parágrafo único.  As Procuradorias Regio-
que regem o Ministério Público Federal. nais compõem-se de um procurador regional,
auxiliado, quando necessário, por procuradores
adjuntos.

Art. 743.  Haverá, nas Procuradorias Regionais,


37
  NE: ver Decreto-lei no 72/1966 e Lei no 3.807/1960. substitutos de procurador adjunto ou, quando
126 38
  NE: ver Lei Complementar no 75/1993. não houver este cargo, de procurador regional,
designados previamente por decreto do Presi- c)  requerer prorrogação das sessões do Tri-
dente da República, sem ônus para os cofres bunal, quando essa medida for necessária para
públicos. que se ultime o julgamento;
§ 1o  O substituto tomará posse perante o d)  exarar, por intermédio do procurador-
respectivo procurador regional, que será a au- -geral, o seu “ciente” nos acórdãos do Tribunal;
toridade competente para convocá-lo. e)  proceder às diligências e inquéritos soli-
§ 2o  O procurador regional será substituído citados pelo Tribunal;
em suas faltas e impedimentos pelo procurador f)  recorrer das decisões do Tribunal, nos
adjunto, quando houver, e, havendo mais de casos previstos em lei;
um, pelo que for por ele designado. g)  promover, perante o Juízo competente, a
§ 3o  O procurador adjunto será substituído, cobrança executiva das multas impostas pelas
em suas faltas e impedimentos, pelo respectivo autoridades administrativas e judiciárias do
procurador substituto. trabalho;
§ 4o  Será dispensado, automaticamente, o h)  representar às autoridades competentes
substituto que não atender a convocação, salvo contra os que não cumprirem as decisões do
motivo de doença devidamente comprovada. Tribunal;
§ 5o  Nenhum direito ou vantagem terá o i)  prestar às autoridades do Ministério do
substituto além do vencimento do cargo do Trabalho, Indústria e Comércio as informações
substituído e somente durante o seu impedi- que lhe forem solicitadas sobre os dissídios sub-
mento legal. metidos à apreciação do Tribunal e encaminhar
aos órgãos competentes cópia autenticada das
Art. 744.  A nomeação do procurador-geral decisões que por eles devam ser atendidas ou
deverá recair em bacharel em ciências jurídicas cumpridas;
e sociais, que tenha exercido, por cinco ou mais j)  requisitar de quaisquer autoridades inqué-
anos, cargo de magistratura ou de Ministério ritos, exames periciais, diligências, certidões e
Público, ou a advocacia. esclarecimentos que se tornem necessários no
desempenho de suas atribuições;
Art. 745.  Para a nomeação dos demais pro- l)  defender a jurisdição dos órgãos da Justiça
curadores, atender-se-á aos mesmos requisitos do Trabalho;
estabelecidos no artigo anterior, reduzido a dois m)  suscitar conflitos de jurisdição.
anos, no mínimo, o tempo de exercício.

SEÇÃO III – Da Competência das


SEÇÃO II – Da Competência da Procuradorias Regionais
Procuradoria-Geral
Art. 747.  Compete às Procuradorias Regio-
Art. 746.  Compete à Procuradoria-Geral da nais exercer, dentro da jurisdição do Tribunal
Justiça do Trabalho: Regional respectivo, as atribuições indicadas
a)  oficiar, por escrito, em todos os proces- na Seção anterior.
Consolidação das Leis do Trabalho

sos e questões de trabalho de competência do


Tribunal Superior do Trabalho;
b)  funcionar nas sessões do mesmo Tribu- SEÇÃO IV – Das Atribuições do
nal, opinando verbalmente sobre a matéria em Procurador-Geral
debate e solicitando as requisições e diligências
que julgar convenientes, sendo-lhe assegurado Art. 748.  Como chefe da Procuradoria-Geral
o direito de vista do processo em julgamento da Justiça do Trabalho, incumbe ao Procura-
sempre que for suscitada questão nova, não dor-Geral:
examinada no parecer exarado; a)  dirigir os serviços da Procuradoria-Geral,
orientar e fiscalizar as Procuradorias Regionais,
expedindo as necessárias instruções; 127
b)  funcionar nas sessões do Tribunal Supe- b)  funcionar nas sessões do Tribunal Re-
rior do Trabalho, pessoalmente ou por intermé- gional, pessoalmente ou por intermédio do
dio do procurador que designar; procurador adjunto que designar;
c)  exarar o seu “ciente” nos acórdãos do c)  apresentar, semestralmente, ao procu-
Tribunal; rador-geral um relatório das atividades da
d)  designar o procurador que o substitua nas respectiva Procuradoria, bem como dados e
faltas e impedimentos e o chefe da secretaria da informações sobre a administração da Justiça
Procuradoria; do Trabalho na respectiva região;
e)  apresentar, até o dia 31 de março, ao d)  requerer e acompanhar perante as auto-
Ministro do Trabalho, Indústria e Comércio, ridades administrativas ou judiciárias as dili-
relatório dos trabalhos da Procuradoria-Geral gências necessárias à execução das medidas e
no ano anterior, com as observações e sugestões providências ordenadas pelo procurador-geral;
que julgar convenientes; e)  prestar ao procurador-geral as informa-
f)  conceder férias aos procuradores e demais ções necessárias sobre os feitos em andamento
funcionários que sirvam na Procuradoria e im- e consultá-lo nos casos de dúvidas;
por-lhes penas disciplinares, observada, quanto f)  funcionar em Juízo, na sede do respectivo
aos procuradores, a legislação em vigor para o Tribunal Regional;
Ministério Público Federal; g)  exarar o seu “ciente” nos acórdãos do
g)  funcionar em Juízo, em primeira instân- Tribunal;
cia, ou designar os procuradores que o devem h)  designar o procurador que o substitua
fazer; nas faltas e impedimentos e o secretário da
h)  admitir e dispensar o pessoal extranume- Procuradoria.
rário da Secretaria e prorrogar o expediente re-
munerado dos funcionários e extranumerários. Art. 751.  Incumbe aos procuradores adjuntos
das Procuradorias Regionais:
a)  funcionar, por designação do procurador
SEÇÃO V – Das Atribuições dos regional, nas sessões do Tribunal Regional;
Procuradores b)  desempenhar os demais encargos que
lhes forem atribuídos pelo procurador regional.
Art. 749.  Incumbe aos procuradores com exer-
cício na Procuradoria-Geral:
a)  funcionar, por designação do procura- SEÇÃO VII – Da Secretaria
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas

dor-geral, nas sessões do Tribunal Superior do


Trabalho; Art. 752.  A Secretaria da Procuradoria-Geral
b)  desempenhar os demais encargos que funcionará sob a direção de um chefe designado
lhes forem atribuídos pelo Procurador-Geral. pelo Procurador-Geral e terá o pessoal desig-
Parágrafo único.  Aos procuradores é faculta- nado pelo Ministro do Trabalho, Indústria e
do, nos processos em que oficiarem, requerer ao Comércio.
procurador-geral as diligências e investigações
necessárias. Art. 753.  Compete à Secretaria:
a)  receber, registrar e encaminhar os pro-
cessos ou papéis entrados;
SEÇÃO VI – Das Atribuições dos b)  classificar e arquivar os pareceres e outros
Procuradores Regionais papéis;
c)  prestar informações sobre os processos
Art. 750.  Incumbe aos procuradores regionais: ou papéis sujeitos à apreciação da Procuradoria;
a)  dirigir os serviços da respectiva Procu- d)  executar o expediente da Procuradoria;
radoria; e)  providenciar sobre o suprimento do ma-
terial necessário;
128
f)  desempenhar os demais trabalhos que Federal, para anulação de atos e decisões do
lhe forem cometidos pelo procurador-geral, Conselho Superior de Previdência Social ou do
para melhor execução dos serviços a seu cargo. Departamento Nacional de Previdência Social,
bem como do Ministro do Trabalho, Indústria
Art. 754.  Nas Procuradorias Regionais os tra- e Comércio, em matéria de previdência social;
balhos a que se refere o artigo anterior serão f)  fornecer ao Ministério Público as infor-
executados pelos funcionários para esse fim mações por este solicitadas em virtude de ações
designados. propostas nos Estados e Territórios para execu-
ção ou anulação de atos e decisões dos órgãos ou
da autoridade a que se refere a alínea anterior;
CAPÍTULO III – Da Procuradoria de g)  promover em juízo, no Distrito Federal,
Previdência Social39 qualquer procedimento necessário ao cumpri-
SEÇÃO I – Da Organização mento das decisões do Conselho Superior de
Previdência Social e do Departamento Nacional
Art. 755.  A Procuradoria de Previdência So- de Previdência Social, bem como do Ministro
cial compõe-se de um procurador-geral e de do Trabalho, Indústria e Comércio, em matéria
procuradores. de previdência social;
h)  recorrer das decisões dos órgãos e autori-
Art. 756.  Para a nomeação do procurador-ge- dades competentes em matéria de previdência
ral e dos demais procuradores atender-se-á ao social e requerer revisão das decisões do Con-
disposto nos arts. 744 e 745. selho Superior de Previdência Social, que lhe
pareçam contrárias à lei.

SEÇÃO II – Da Competência da
Procuradoria SEÇÃO III – Das Atribuições do
Procurador-Geral
Art. 757.  Compete à Procuradoria de Previ-
dência Social: Art. 758.  Como chefe da Procuradoria da Pre-
a)  oficiar, por escrito, nos processos que vidência Social, incumbe ao Procurador-Geral:
tenham de ser sujeitos à decisão do Conselho a)  dirigir os serviços da Procuradoria, ex-
Superior de Previdência Social; pedindo as necessárias instruções;
b)  oficiar, por escrito, nos pedidos de revisão b)  funcionar nas sessões do Conselho Su-
das decisões do mesmo Conselho; perior de Previdência Social, pessoalmente ou
c)  funcionar nas sessões do mesmo Conse- por intermédio do procurador que designar;
lho, opinando verbalmente sobre a matéria em c)  designar o procurador que o substitua nas
debate e solicitando as requisições e diligências faltas e impedimentos e o chefe da Secretaria
que julgar convenientes, sendo-lhe assegurado da Procuradoria;
o direito de vista do processo em julgamento, d)  conceder férias aos procuradores e demais
sempre que for suscitada questão nova, não funcionários lotados na Procuradoria e impor-
Consolidação das Leis do Trabalho

examinada no parecer exarado; -lhes penas disciplinares, observada, quanto


d)  opinar, quando solicitada, nos processos aos procuradores, a legislação em vigor para o
sujeitos à deliberação do Ministro de Estado, do Ministério Público Federal;
Conselho Técnico do Departamento Nacional e)  funcionar em juízo, em primeira instância,
de Previdência Social ou do Diretor do mesmo ou designar os procuradores que devem fazê-lo;
Departamento, em que houver matéria jurídica f)  admitir e dispensar o pessoal extranume-
a examinar; rário da Secretaria e prorrogar o expediente re-
e)  funcionar, em primeira instância, nas munerado dos funcionários e extranumerários;
ações propostas contra a União, no Distrito g)  apresentar, até 31 de março de cada ano,
ao Ministro do Trabalho, Indústria e Comércio,
  NE: ver Decreto-lei no 72/1966.
39
o relatório dos trabalhos da Procuradoria no 129
ano anterior, com as observações e sugestões arbitral, proferindo decisão na forma prescrita
que julgar convenientes. neste Título.
§ 3o  É lícito às partes celebrar acordo que
ponha termo ao processo, ainda mesmo depois
SEÇÃO IV – Das Atribuições dos de encerrado o juízo conciliatório.
Procuradores
Art. 765.  Os juízos e tribunais do Trabalho
Art. 759.  Aos procuradores e demais funcio- terão ampla liberdade na direção do processo
nários incumbe desempenhar os encargos que e velarão pelo andamento rápido das causas,
lhes forem cometidos pelo procurador-geral. podendo determinar qualquer diligência ne-
Parágrafo único.  Aos procuradores é faculta- cessária ao esclarecimento delas.
do, nos processos em que oficiarem, requerer ao
procurador-geral as diligências e investigações Art. 766.  Nos dissídios sobre estipulação de
necessárias. salários, serão estabelecidas condições que,
assegurando justos salários aos trabalhadores,
permitam também justa retribuição às empresas
SEÇÃO V – Da Secretaria interessadas.

Art. 760.  A Procuradoria da Previdência So- Art. 767.  A compensação, ou retenção, só po-


cial terá uma Secretaria dirigida por um chefe derá ser arguida como matéria de defesa.
designado pelo Procurador-Geral.
Art. 768.  Terá preferência em todas as fases
Art. 761.  A Secretaria terá o pessoal desig- processuais o dissídio cuja decisão tiver de ser
nado pelo Ministro do Trabalho, Indústria e executada perante o juízo da falência.
Comércio.
Art. 769.  Nos casos omissos, o direito proces-
Art. 762.  À Secretaria da Procuradoria de sual comum será fonte subsidiária do direito
Previdência Social compete executar serviços processual do Trabalho, exceto naquilo em que
idênticos aos referidos no art. 753. for incompatível com as normas deste Título.

TÍTULO X – Do Processo Judiciário do CAPÍTULO II – Do Processo em Geral


Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas

Trabalho SEÇÃO I – Dos Atos, Termos e Prazos


CAPÍTULO I – Disposições Preliminares Processuais

Art. 763.  O processo da Justiça do Trabalho, Art. 770.  Os atos processuais serão publicados,


no que concerne aos dissídios individuais e co- salvo quando o contrário determinar o interesse
letivos e à aplicação de penalidades, reger-se-á, social, e realizar-se-ão nos dias úteis das 6 (seis)
em todo o território nacional, pelas normas às 20 (vinte) horas.
estabelecidas neste Título. Parágrafo único.  A penhora poderá reali-
zar-se em domingo ou dia feriado, mediante
Art. 764.  Os dissídios individuais ou coletivos autorização expressa do juiz ou presidente.
submetidos à apreciação da Justiça do Trabalho
serão sempre sujeitos à conciliação. Art. 771.  Os atos e termos processuais poderão
§ 1o  Para os efeitos deste artigo, os juízes e ser escritos a tinta, datilografados ou a carimbo.
tribunais do Trabalho empregarão sempre os
seus bons ofícios e persuasão no sentido de uma Art. 772.  Os atos e termos processuais, que
solução conciliatória dos conflitos. devam ser assinados pelas partes interessadas,
§ 2o  Não havendo acordo, o juízo conci- quando estas, por motivo justificado, não pos-
130 liatório converter-se-á obrigatoriamente em sam fazê-lo, serão firmados a rogo, na presença
de duas testemunhas, sempre que não houver Art. 776.  O vencimento dos prazos será cer-
procurador legalmente constituído. tificado nos processos pelos escrivães ou se-
cretários.
Art. 773.  Os termos relativos ao movimento
dos processos constarão de simples notas, data- Art. 777.  Os requerimentos e documentos
das e rubricadas pelos secretários ou escrivães. apresentados, os atos e termos processuais,
as petições ou razões de recursos e quaisquer
Art. 774.  Salvo disposição em contrário, os outros papéis referentes aos feitos formarão
prazos previstos neste Título contam-se, con- os autos dos processos, os quais ficarão sob a
forme o caso, a partir da data em que for feita responsabilidade dos escrivães ou secretários.
pessoalmente, ou recebida a notificação, daquela
em que for publicado o edital no jornal oficial Art. 778.  Os autos dos processos da Justiça
ou no que publicar o expediente da Justiça do do Trabalho não poderão sair dos cartórios ou
Trabalho, ou, ainda, daquela em que for afixado secretarias, salvo se solicitados por advogado re-
o edital, na sede da Junta, Juízo ou Tribunal. gularmente constituído por qualquer das partes,
Parágrafo único.  Tratando-se de notificação ou quando tiverem de ser remetidos aos órgãos
postal, no caso de não ser encontrado o destina- competentes, em caso de recurso ou requisição.
tário, ou no de recusa de recebimento, o Correio
ficará obrigado, sob pena de responsabilidade do Art. 779.  As partes, ou seus procuradores,
servidor, a devolvê-la, no prazo de 48 (quarenta poderão consultar, com ampla liberdade, os
e oito) horas, ao tribunal de origem. processos nos Cartórios ou Secretarias.

Art. 775.  Os prazos estabelecidos neste Título Art. 780.  Os documentos juntos aos autos
serão contados em dias úteis, com exclusão do poderão ser desentranhados somente depois
dia do começo e inclusão do dia do vencimento. de findo o processo, ficando traslado.
§ 1o  Os prazos podem ser prorrogados, pelo
tempo estritamente necessário, nas seguintes Art. 781.  As partes poderão requerer certidões
hipóteses: dos processos em curso ou arquivados, as quais
I – quando o juízo entender necessário; serão lavradas pelos escrivães ou secretários.
II – em virtude de força maior, devidamente Parágrafo único.  As certidões dos processos
comprovada. que correrem em segredo de justiça dependerão
§ 2o  Ao juízo incumbe dilatar os prazos de despacho do juiz ou presidente.
processuais e alterar a ordem de produção dos
meios de prova, adequando-os às necessidades Art. 782.  São isentos do selo as reclamações,
do conflito de modo a conferir maior efetividade representações, requerimentos, atos e processos
à tutela do direito. relativos à Justiça do Trabalho.

Art. 775-A.  Suspende-se o curso do prazo


processual nos dias compreendidos entre 20 SEÇÃO II – Da Distribuição
Consolidação das Leis do Trabalho

de dezembro e 20 de janeiro, inclusive.


§ 1o  Ressalvadas as férias individuais e os fe- Art. 783.  A distribuição das reclamações será
riados instituídos por lei, os juízes, os membros feita entre as Juntas de Conciliação e Julgamen-
do Ministério Público, da Defensoria Pública e to, ou os Juízes de Direito do Cível, nos casos
da Advocacia Pública e os auxiliares da Justiça previstos no art. 669, § 1o, pela ordem rigorosa
exercerão suas atribuições durante o período de sua apresentação ao distribuidor, quando
previsto no caput deste artigo. o houver.
§ 2o  Durante a suspensão do prazo, não
se realizarão audiências nem sessões de jul- Art. 784.  As reclamações serão registradas
gamento. em livro próprio, rubricado em todas as folhas
131
pela autoridade a que estiver subordinado o IV – quando o valor for indeterminado, sobre
distribuidor. o que o juiz fixar.
§ 1o  As custas serão pagas pelo vencido, após
Art. 785.  O distribuidor fornecerá ao interes- o trânsito em julgado da decisão. No caso de
sado um recibo, do qual constarão, essencial- recurso, as custas serão pagas e comprovado o
mente, o nome do reclamante e do reclamado, recolhimento dentro do prazo recursal.
a data da distribuição, o objeto da reclamação § 2o  Não sendo líquida a condenação, o juízo
e a Junta ou o Juízo a que coube a distribuição. arbitrar-lhe-á o valor e fixará o montante das
custas processuais.
Art. 786.  A reclamação verbal será distribuída § 3o  Sempre que houver acordo, se de outra
antes de sua redução a termo. forma não for convencionado, o pagamento das
Parágrafo único.  Distribuída a reclamação custas caberá em partes iguais aos litigantes.
verbal, o reclamante deverá, salvo motivo de § 4o  Nos dissídios coletivos, as partes venci-
força maior, apresentar-se, no prazo de cinco das responderão solidariamente pelo pagamento
dias, ao Cartório ou à Secretaria, para reduzi-la das custas, calculadas sobre o valor arbitrado na
a termo, sob a pena estabelecida no art. 731. decisão, ou pelo Presidente do Tribunal.

Art. 787.  A reclamação escrita deverá ser for- Art. 789-A.  No processo de execução são de-
mulada em duas vias e desde logo acompanhada vidas custas, sempre de responsabilidade do
dos documentos em que se fundar. executado e pagas ao final, de conformidade
com a seguinte tabela:
Art. 788.  Feita a distribuição, a reclamação I – autos de arrematação, de adjudicação e de
será remetida pelo distribuidor à Junta ou Juí- remição: 5% (cinco por cento) sobre o respectivo
zo competente, acompanhada do bilhete de valor, até o máximo de R$ 1.915,38 (um mil, no-
distribuição. vecentos e quinze reais e trinta e oito centavos);
II – atos dos oficiais de justiça, por diligência
certificada:
SEÇÃO III – Das Custas e Emolumentos a)  em zona urbana: R$ 11,06 (onze reais e
seis centavos);
Art. 789.  Nos dissídios individuais e nos dissí- b)  em zona rural: R$ 22,13 (vinte e dois reais
dios coletivos do trabalho, nas ações e procedi- e treze centavos);
mentos de competência da Justiça do Trabalho, III – agravo de instrumento: R$ 44,26 (qua-
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas

bem como nas demandas propostas perante renta e quatro reais e vinte e seis centavos);
a Justiça Estadual, no exercício da jurisdição IV – agravo de petição: R$ 44,26 (quarenta
trabalhista, as custas relativas ao processo de e quatro reais e vinte e seis centavos);
conhecimento incidirão à base de 2% (dois por V – embargos à execução, embargos de tercei-
cento), observado o mínimo de R$ 10,64 (dez ro e embargos à arrematação: R$ 44,26 (quarenta
reais e sessenta e quatro centavos) e o máximo e quatro reais e vinte e seis centavos);
de quatro vezes o limite máximo dos benefícios VI – recurso de revista: R$ 55,35 (cinquenta
do Regime Geral de Previdência Social, e serão e cinco reais e trinta e cinco centavos);
calculadas: VII – impugnação à sentença de liquidação:
I – quando houver acordo ou condenação, R$ 55,35 (cinquenta e cinco reais e trinta e cinco
sobre o respectivo valor; centavos);
II – quando houver extinção do processo, sem VIII – despesa de armazenagem em depósito
julgamento do mérito, ou julgado totalmente judicial – por dia: 0,1% (um décimo por cento)
improcedente o pedido, sobre o valor da causa; do valor da avaliação;
III – no caso de procedência do pedido for- IX – cálculos de liquidação realizados pelo
mulado em ação declaratória e em ação cons- contador do juízo – sobre o valor liquidado:
titutiva, sobre o valor da causa; 0,5% (cinco décimos por cento) até o limite
132
de R$ 638,46 (seiscentos e trinta e oito reais e I – a União, os Estados, o Distrito Federal, os
quarenta e seis centavos). Municípios e respectivas autarquias e fundações
públicas federais, estaduais ou municipais que
Art. 789-B.  Os emolumentos serão suporta- não explorem atividade econômica;
dos pelo Requerente, nos valores fixados na II – o Ministério Público do Trabalho.
seguinte tabela: Parágrafo único.  A isenção prevista neste
I – autenticação de traslado de peças me- artigo não alcança as entidades fiscalizadoras
diante cópia reprográfica apresentada pelas do exercício profissional, nem exime as pessoas
partes – por folha: R$ 0,55 (cinquenta e cinco jurídicas referidas no inciso I da obrigação de
centavos de real); reembolsar as despesas judiciais realizadas pela
II – fotocópia de peças – por folha: R$ 0,28 parte vencedora.
(vinte e oito centavos de real);
III – autenticação de peças – por folha: Art. 790-B.  A responsabilidade pelo pagamen-
R$ 0,55 (cinquenta e cinco centavos de real); to dos honorários periciais é da parte sucum-
IV – cartas de sentença, de adjudicação, de bente na pretensão objeto da perícia, ainda que
remição e de arrematação – por folha: R$ 0,55 beneficiária da justiça gratuita.40
(cinquenta e cinco centavos de real); § 1o  Ao fixar o valor dos honorários peri-
V – certidões – por folha: R$ 5,53 (cinco ciais, o juízo deverá respeitar o limite máximo
reais e cinquenta e três centavos). estabelecido pelo Conselho Superior da Justiça
do Trabalho.
Art. 790.  Nas Varas do Trabalho, nos Juízos de § 2o  O juízo poderá deferir parcelamento
Direito, nos Tribunais e no Tribunal Superior dos honorários periciais.
do Trabalho, a forma de pagamento das custas e § 3o  O juízo não poderá exigir adiantamento
emolumentos obedecerá às instruções que serão de valores para realização de perícias.
expedidas pelo Tribunal Superior do Trabalho. § 4o  Somente no caso em que o beneficiário
§ 1o  Tratando-se de empregado que não te- da justiça gratuita não tenha obtido em juízo
nha obtido o benefício da justiça gratuita, ou créditos capazes de suportar a despesa referida
isenção de custas, o sindicato que houver inter- no caput, ainda que em outro processo, a União
vindo no processo responderá solidariamente responderá pelo encargo.41
pelo pagamento das custas devidas.
§ 2o  No caso de não pagamento das custas,
far-se-á execução da respectiva importância, SEÇÃO IV – Das Partes e dos Procuradores
segundo o procedimento estabelecido no Ca-
pítulo V deste Título. Art. 791.  Os empregados e os empregadores
§ 3o  É facultado aos juízes, órgãos julgado- poderão reclamar pessoalmente perante a Justiça
res e presidentes dos tribunais do trabalho de do Trabalho e acompanhar as suas reclamações
qualquer instância conceder, a requerimento ou até o final.
de ofício, o benefício da justiça gratuita, inclu- § 1o  Nos dissídios individuais os empregados
sive quanto a traslados e instrumentos, àqueles e empregadores poderão fazer-se representar
Consolidação das Leis do Trabalho

que perceberem salário igual ou inferior a 40% por intermédio do sindicato, advogado, solici-
(quarenta por cento) do limite máximo dos be- tador, ou provisionado, inscrito na Ordem dos
nefícios do Regime Geral de Previdência Social. Advogados do Brasil.
§ 4o  O benefício da justiça gratuita será § 2o  Nos dissídios coletivos é facultada aos
concedido à parte que comprovar insuficiên- interessados a assistência por advogado.
cia de recursos para o pagamento das custas § 3o  A constituição de procurador com po-
do processo. deres para o foro em geral poderá ser efetivada,

Art. 790-A.  São isentos do pagamento de cus-


tas, além dos beneficiários de justiça gratuita:
40
  NE: ver ADI no 5.766.
41
  NE: ver ADI no 5.766. 133
mediante simples registro em ata de audiência, radoria da Justiça do Trabalho, pelo sindicato,
a requerimento verbal do advogado interessado, pelo Ministério Público estadual ou curador
com anuência da parte representada. nomeado em juízo.

Art. 791-A.  Ao advogado, ainda que atue em


causa própria, serão devidos honorários de su- SEÇÃO IV-A – Da Responsabilidade por
cumbência, fixados entre o mínimo de 5% (cin- Dano Processual
co por cento) e o máximo de 15% (quinze por
cento) sobre o valor que resultar da liquidação Art. 793-A.  Responde por perdas e danos
da sentença, do proveito econômico obtido ou, aquele que litigar de má-fé como reclamante,
não sendo possível mensurá-lo, sobre o valor reclamado ou interveniente.
atualizado da causa.
§ 1o  Os honorários são devidos também nas Art. 793-B.  Considera-se litigante de má-fé
ações contra a Fazenda Pública e nas ações em aquele que:
que a parte estiver assistida ou substituída pelo I – deduzir pretensão ou defesa contra texto
sindicato de sua categoria. expresso de lei ou fato incontroverso;
§ 2o  Ao fixar os honorários, o juízo obser- II – alterar a verdade dos fatos;
vará: III – usar do processo para conseguir ob-
I – o grau de zelo do profissional; jetivo ilegal;
II – o lugar de prestação do serviço; IV – opuser resistência injustificada ao an-
III – a natureza e a importância da causa; damento do processo;
IV – o trabalho realizado pelo advogado e o V – proceder de modo temerário em qual-
tempo exigido para o seu serviço. quer incidente ou ato do processo;
§ 3o  Na hipótese de procedência parcial, VI – provocar incidente manifestamente
o juízo arbitrará honorários de sucumbência infundado;
recíproca, vedada a compensação entre os ho- VII – interpuser recurso com intuito mani-
norários. festamente protelatório.
§ 4o  Vencido o beneficiário da justiça gra-
tuita, desde que não tenha obtido em juízo, Art. 793-C.  De ofício ou a requerimento, o
ainda que em outro processo, créditos capazes juízo condenará o litigante de má-fé a pagar
de suportar a despesa, as obrigações decorren- multa, que deverá ser superior a 1% (um por
tes de sua sucumbência ficarão sob condição cento) e inferior a 10% (dez por cento) do valor
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas

suspensiva de exigibilidade e somente poderão corrigido da causa, a indenizar a parte contrária


ser executadas se, nos dois anos subsequen- pelos prejuízos que esta sofreu e a arcar com os
tes ao trânsito em julgado da decisão que as honorários advocatícios e com todas as despesas
certificou, o credor demonstrar que deixou de que efetuou.
existir a situação de insuficiência de recursos § 1o  Quando forem dois ou mais os litigantes
que justificou a concessão de gratuidade, extin- de má-fé, o juízo condenará cada um na pro-
guindo-se, passado esse prazo, tais obrigações porção de seu respectivo interesse na causa ou
do beneficiário.42 solidariamente aqueles que se coligaram para
§ 5o  São devidos honorários de sucumbência lesar a parte contrária.
na reconvenção. § 2o  Quando o valor da causa for irrisório
ou inestimável, a multa poderá ser fixada em
Art. 792. (Revogado) até duas vezes o limite máximo dos benefícios
do Regime Geral de Previdência Social.
Art. 793.  A reclamação trabalhista do menor § 3o  O valor da indenização será fixado pelo
de 18 (dezoito) anos será feita por seus repre- juízo ou, caso não seja possível mensurá-lo, li-
sentantes legais e, na falta destes, pela Procu- quidado por arbitramento ou pelo procedimento
comum, nos próprios autos.
134   NE: ver ADI no 5.766.
42
Art. 793-D.  Aplica-se a multa prevista no § 1o  As demais exceções serão alegadas como
art. 793‑C desta Consolidação à testemunha que matéria de defesa.
intencionalmente alterar a verdade dos fatos ou § 2o  Das decisões sobre exceções de sus-
omitir fatos essenciais ao julgamento da causa. peição e incompetência, salvo, quanto a estas,
Parágrafo único.  A execução da multa pre- se terminativas do feito, não caberá recurso,
vista neste artigo dar-se-á nos mesmos autos. podendo, no entanto, as partes alegá-las nova-
mente no recurso que couber da decisão final.

SEÇÃO V – Das Nulidades Art. 800.  Apresentada exceção de incompetên-


cia territorial no prazo de cinco dias a contar da
Art. 794.  Nos processos sujeitos à aprecia- notificação, antes da audiência e em peça que
ção da Justiça do Trabalho só haverá nulidade sinalize a existência desta exceção, seguir-se-á
quando resultar dos atos inquinados manifesto o procedimento estabelecido neste artigo.
prejuízo às partes litigantes. § 1o  Protocolada a petição, será suspenso o
processo e não se realizará a audiência a que se
Art. 795.  As nulidades não serão declaradas refere o art. 843 desta Consolidação até que se
senão mediante provocação das partes, as quais decida a exceção.
deverão argui-las à primeira vez em que tiverem § 2o  Os autos serão imediatamente conclusos
de falar em audiência ou nos autos. ao juiz, que intimará o reclamante e, se exis-
§ 1o  Deverá, entretanto, ser declarada ex tentes, os litisconsortes, para manifestação no
officio a nulidade fundada em incompetência prazo comum de cinco dias.
de foro. Nesse caso, serão considerados nulos § 3o  Se entender necessária a produção de
os atos decisórios. prova oral, o juízo designará audiência, garan-
§ 2o  O juiz, ou tribunal, que se julgar in- tindo o direito de o excipiente e de suas teste-
competente determinará na mesma ocasião munhas serem ouvidos, por carta precatória,
que se faça remessa do processo, com urgência, no juízo que este houver indicado como com-
à autoridade competente, fundamentando sua petente.
decisão. § 4o  Decidida a exceção de incompetência
territorial, o processo retomará seu curso, com
Art. 796.  A nulidade não será pronunciada: a designação de audiência, a apresentação de
a)  quando for possível suprir-se a falta ou defesa e a instrução processual perante o juízo
repetir-se o ato; competente.
b)  quando arguida por quem lhe tiver dado
causa. Art. 801.  O juiz, presidente, ou vogal, é obri-
gado a dar-se por suspeito, e pode ser recusado,
Art. 797.  O juiz, ou tribunal, que pronunciar a por algum dos seguintes motivos, em relação à
nulidade declarará os atos a que ela se estende. pessoa dos litigantes:
a)  inimizade pessoal;
Art. 798.  A nulidade do ato não prejudicará b)  amizade íntima;
Consolidação das Leis do Trabalho

senão os posteriores que dele dependam ou c)  parentesco por consanguinidade ou afi-
sejam consequência. nidade até o terceiro grau civil;
d)  interesse particular na causa.
Parágrafo único.  Se o recusante houver pra-
SEÇÃO VI – Das Exceções ticado algum ato pelo qual haja consentido na
pessoa do juiz, não mais poderá alegar exceção
Art. 799.  Nas causas de jurisdição da Justiça de suspeição, salvo sobrevindo novo motivo. A
do Trabalho, somente podem ser opostas, com suspeição não será também admitida, se do pro-
suspensão do feito, as exceções de suspeição ou cesso constar que o recusante deixou de alegá-la
incompetência. anteriormente, quando já a conhecia, ou que,
depois de conhecida, aceitou o juiz recusado, ou, 135
finalmente, se procurou de propósito o motivo Art. 806.  É vedado à parte interessada suscitar
de que ela se originou. conflitos de jurisdição quando já houver oposto
na causa exceção de incompetência.
Art. 802.  Apresentada a exceção de suspeição,
o juiz ou tribunal designará audiência, dentro Art. 807.  No ato de suscitar o conflito deverá
de 48 (quarenta e oito) horas, para instrução e a parte interessada produzir a prova de exis-
julgamento da exceção. tência dele.
§ 1o  Nas Juntas de Conciliação e Julgamento
e nos Tribunais Regionais, julgada procedente Art. 808.  Os conflitos de jurisdição de que
a exceção de suspeição, será logo convocado trata o art. 803 serão resolvidos:
para a mesma audiência ou sessão, ou para a a)  pelos Tribunais Regionais, os suscitados
seguinte, o suplente do membro suspeito, o qual entre Juntas e entre Juízos de Direito, ou entre
continuará a funcionar no feito até decisão final. umas e outras, nas respectivas regiões;
Proceder-se-á da mesma maneira quando algum b)  pelo Tribunal Superior do Trabalho, os
dos membros se declarar suspeito. suscitados entre Tribunais Regionais, ou entre
§ 2o  Se se tratar de suspeição de juiz de direi- Juntas e Juízos de Direito sujeitos à jurisdição
to, será este substituído na forma da organização de Tribunais Regionais diferentes;
judiciária local. c)  pelo Conselho Pleno, os suscitados entre
as Câmaras de Justiça do Trabalho e de Previ-
dência Social;44
SEÇÃO VII – Dos Conflitos de Jurisdição d)  pelo Supremo Tribunal Federal, os susci-
tados entre as autoridades da Justiça do Trabalho
Art. 803.  Os conflitos de jurisdição podem e as da Justiça ordinária.
ocorrer entre:
a)  Juntas de Conciliação e Julgamento e Art. 809.  Nos conflitos de jurisdição entre as
Juízos de direito investidos na administração Juntas e os Juízos de Direito observar-se-á o
da Justiça do Trabalho; seguinte:
b)  Tribunais Regionais do Trabalho; I – o Juiz ou presidente mandará extrair dos
c)  Juízos e tribunais do Trabalho e órgãos autos as provas do conflito e, com a sua infor-
da Justiça Ordinária; mação, remeterá o processo assim formado,
d)  Câmaras do Tribunal Superior do Tra- no mais breve prazo possível, ao presidente do
balho.43 Tribunal Regional competente;
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas

II – no Tribunal Regional, logo que der en-


Art. 804.  Dar-se-á conflito de jurisdição: trada o processo, o presidente determinará a
a)  quando ambas as autoridades se consi- distribuição do feito, podendo o relator ordenar
derarem competentes; imediatamente às Juntas e aos Juízos, nos casos
b)  quando ambas as autoridades se consi- de conflito positivo, que sobrestejam o anda-
derarem incompetentes. mento dos respectivos processos, e solicitar,
ao mesmo tempo, quaisquer informações que
Art. 805.  Os conflitos de jurisdição podem julgue convenientes. Seguidamente, será ouvida
ser suscitados: a Procuradoria, após o que o relator submeterá
a)  pelos juízes e tribunais do Trabalho; o feito a julgamento, na primeira sessão;
b)  pelo procurador-geral e pelos procurado- III – proferida a decisão, será a mesma comu-
res regionais da Justiça do Trabalho; nicada, imediatamente, às autoridades em con-
c)  pela parte interessada, ou o seu repre- flito, prosseguindo no foro julgado competente.
sentante.

136   NE: ver Decreto-lei no 8.737/1946.


43
  NE: ver Decreto-lei no 9.797/1946.
44
Art. 810.  Aos conflitos de jurisdição entre os não houver comparecido, os presentes poderão
Tribunais Regionais aplicar-se-ão as normas retirar-se, devendo o ocorrido constar do livro
estabelecidas no artigo anterior. de registro das audiências.

Art. 811.  Nos conflitos suscitados na Justiça do Art. 816.  O juiz ou presidente manterá a or-
Trabalho entre as autoridades desta e os órgãos dem nas audiências, podendo mandar retirar
da Justiça ordinária, o processo do conflito, do recinto os assistentes que a perturbarem.
formado de acordo com o inciso I do art. 809,
será remetido diretamente ao presidente do Art. 817.  O registro das audiências será feito
Supremo Tribunal Federal. em livro próprio, constando de cada registro
os processos apreciados e a respectiva solução,
Art. 812.  A ordem processual dos conflitos bem como as ocorrências eventuais.
de jurisdição entre as Câmaras do Tribunal Su- Parágrafo único.  Do registro das audiências
perior do Trabalho será a estabelecida no seu poderão ser fornecidas certidões às pessoas que
regimento interno.45 o requererem.

SEÇÃO VIII – Das Audiências SEÇÃO IX – Das Provas

Art. 813.  As audiências dos órgãos da Justiça Art. 818.  O ônus da prova incumbe:


do Trabalho serão públicas e realizar-se-ão na I – ao reclamante, quanto ao fato constitutivo
sede do juízo ou tribunal em dias úteis, pre- de seu direito;
viamente fixados, entre 8 (oito) e 18 (dezoito) II – ao reclamado, quanto à existência de
horas, não podendo ultrapassar cinco horas fato impeditivo, modificativo ou extintivo do
seguidas, salvo quando houver matéria urgente. direito do reclamante.
§ 1o  Em casos especiais, poderá ser designa- § 1o  Nos casos previstos em lei ou diante de
do outro local para a realização das audiências peculiaridades da causa relacionadas à impossi-
mediante edital, afixado na sede do juízo ou bilidade ou à excessiva dificuldade de cumprir
tribunal, com a antecedência mínima de 24 o encargo nos termos deste artigo ou à maior
(vinte e quatro) horas. facilidade de obtenção da prova do fato con-
§ 2o  Sempre que for necessário, poderão ser trário, poderá o juízo atribuir o ônus da prova
convocadas audiências extraordinárias, obser- de modo diverso, desde que o faça por decisão
vado o prazo do parágrafo anterior. fundamentada, caso em que deverá dar à parte
a oportunidade de se desincumbir do ônus que
Art. 814.  Às audiências deverão estar presen- lhe foi atribuído.
tes, comparecendo com a necessária antecedên- § 2o  A decisão referida no § 1o deste artigo
cia, os escrivães ou secretários.46 deverá ser proferida antes da abertura da ins-
trução e, a requerimento da parte, implicará o
Art. 815.  À hora marcada, o juiz ou presidente adiamento da audiência e possibilitará provar
Consolidação das Leis do Trabalho

declarará aberta a audiência, sendo feita pelo os fatos por qualquer meio em direito admitido.
secretário ou escrivão a chamada das partes, § 3o  A decisão referida no § 1o deste artigo
testemunhas e demais pessoas que devam com- não pode gerar situação em que a desincum-
parecer.47 bência do encargo pela parte seja impossível ou
Parágrafo único.  Se, até 15 (quinze) minu- excessivamente difícil.
tos após a hora marcada, o juiz ou presidente
Art. 819.  O depoimento das partes e testemu-
nhas que não souberem falar a língua nacional
45
  NE: ver Decreto-lei no 9.797/1946. será feito por meio de intérprete nomeado pelo
46
  NE: ver Leis nos 6.563/1978 e 409/1948. juiz ou presidente.
47
  NE: ver Leis nos 6.563/1978 e 409/1948. 137
§ 1o  Proceder-se-á da forma indicada neste rubricará, para ser junto ao processo, o laudo
artigo, quando se tratar de surdo-mudo, ou de que os primeiros tiverem apresentado.
mudo que não saiba escrever.
§ 2o  As despesas decorrentes do disposto Art. 828.  Toda testemunha, antes de prestar o
neste artigo correrão por conta da parte sucum- compromisso legal, será qualificada, indicando o
bente, salvo se beneficiária de justiça gratuita. nome, nacionalidade, profissão, idade, residên-
cia, e, quando empregada, o tempo de serviço
Art. 820.  As partes e testemunhas serão in- prestado ao empregador, ficando sujeita, em
quiridas pelo juiz ou presidente, podendo ser caso de falsidade, às leis penais.
reinquiridas, por seu intermédio, a requerimen- Parágrafo único.  Os depoimentos das tes-
to dos vogais, das partes, seus representantes temunhas serão resumidos, por ocasião da au-
ou advogados. diência, pelo secretário da Junta ou funcionário
para esse fim designado, devendo a súmula ser
Art. 821.  Cada uma das partes não poderá assinada pelo presidente do tribunal e pelos
indicar mais de três testemunhas, salvo quando depoentes.
se tratar de inquérito, caso em que esse número
poderá ser elevado a seis. Art. 829.  A testemunha que for parente até
o terceiro grau civil, amigo íntimo ou inimigo
Art. 822.  As testemunhas não poderão sofrer de qualquer das partes, não prestará compro-
qualquer desconto pelas faltas ao serviço, oca- misso, e seu depoimento valerá como simples
sionadas pelo seu comparecimento para depor, informação.
quando devidamente arroladas ou convocadas.
Art. 830.  O documento em cópia oferecido
Art. 823.  Se a testemunha for funcionário civil, para prova poderá ser declarado autêntico pelo
ou militar, e tiver de depor em hora de serviço, próprio advogado, sob sua responsabilidade
será requisitada ao chefe da repartição para pessoal.
comparecer à audiência marcada. Parágrafo único.  Impugnada a autenticidade
da cópia, a parte que a produziu será intimada
Art. 824.  O juiz ou presidente providenciará para apresentar cópias devidamente autenti-
para que o depoimento de uma testemunha cadas ou o original, cabendo ao serventuário
não seja ouvido pelas demais que tenham de competente proceder à conferência e certificar
depor no processo. a conformidade entre esses documentos.
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas

Art. 825.  As testemunhas comparecerão à


audiência independentemente de notificação SEÇÃO X – Da Decisão e Sua Eficácia
ou intimação.
Parágrafo único.  As que não comparecerem Art. 831.  A decisão será proferida depois de
serão intimadas, ex officio ou a requerimento rejeitada pelas partes a proposta de conciliação.
da parte, ficando sujeitas à condução coercitiva, Parágrafo único.  No caso de conciliação,
além das penalidades do art. 730, caso, sem o termo que for lavrado valerá como decisão
motivo justificado, não atendam à intimação. irrecorrível, salvo para a Previdência Social
quanto às contribuições que lhe forem devidas.
Art. 826.  É facultado a cada uma das partes
apresentar um perito ou técnico.48 Art. 832.  Da decisão deverão constar o nome
das partes, o resumo do pedido e da defesa,
Art. 827.  O juiz ou presidente poderá arguir a apreciação das provas, os fundamentos da
os peritos compromissados ou os técnicos, e decisão e a respectiva conclusão.
§ 1o  Quando a decisão concluir pela pro-
cedência do pedido, determinará o prazo e as
138   NE: ver Lei no 5.584/1970.
48
condições para o seu cumprimento.
§ 2o  A decisão mencionará sempre as custas cálculo, poderão os mesmos, antes da execução,
que devam ser pagas pela parte vencida. ser corrigidos, ex officio, ou a requerimento dos
§ 3o  As decisões cognitivas ou homologató- interessados ou da Procuradoria da Justiça do
rias deverão sempre indicar a natureza jurídica Trabalho.
das parcelas constantes da condenação ou do
acordo homologado, inclusive o limite de res- Art. 834.  Salvo nos casos previstos nesta
ponsabilidade de cada parte pelo recolhimento Consolidação, a publicação das decisões e sua
da contribuição previdenciária, se for o caso. notificação aos litigantes, ou a seus patronos,
§ 3o-A.  Para os fins do § 3o deste artigo, sal- consideram-se realizadas nas próprias audiên-
vo na hipótese de o pedido da ação limitar-se cias em que forem as mesmas proferidas.
expressamente ao reconhecimento de verbas
de natureza exclusivamente indenizatória, a Art. 835.  O cumprimento do acordo ou da
parcela referente às verbas de natureza remu- decisão far-se-á no prazo e condições estabe-
neratória não poderá ter como base de cálculo lecidos.
valor inferior:
I – ao salário mínimo, para as competências Art. 836.  É vedado aos órgãos da Justiça do
que integram o vínculo empregatício reconhe- Trabalho conhecer de questões já decididas,
cido na decisão cognitiva ou homologatória; ou excetuados os casos expressamente previstos
II – à diferença entre a remuneração reco- neste Título e a ação rescisória, que será ad-
nhecida como devida na decisão cognitiva ou mitida na forma do disposto no Capítulo IV
homologatória e a efetivamente paga pelo em- do Título IX da Lei no 5.869, de 11 de janeiro
pregador, cujo valor total referente a cada com- de 1973 – Código de Processo Civil, sujeita ao
petência não será inferior ao salário mínimo. depósito prévio de 20% (vinte por cento) do
§ 3o-B.  Caso haja piso salarial da categoria valor da causa, salvo prova de miserabilidade
definido por acordo ou convenção coletiva de jurídica do autor.
trabalho, o seu valor deverá ser utilizado como Parágrafo único.  A execução da decisão pro-
base de cálculo para os fins do § 3o‑A deste ferida em ação rescisória far-se-á nos próprios
artigo. autos da ação que lhe deu origem, e será instruí-
§ 4o  A União será intimada das decisões da com o acórdão da rescisória e a respectiva
homologatórias de acordos que contenham par- certidão de trânsito em julgado.
cela indenizatória, na forma do art. 20 da Lei
no 11.033, de 21 de dezembro de 2004, facultada
a interposição de recurso relativo aos tributos CAPÍTULO III – Dos Dissídios Individuais
que lhe forem devidos. SEÇÃO I – Da Forma de Reclamação e da
§ 5o  Intimada da sentença, a União poderá Notificação
interpor recurso relativo à discriminação de
que trata o § 3o deste artigo. Art. 837.  Nas localidades em que houver ape-
§ 6o  O acordo celebrado após o trânsito em nas uma Junta de Conciliação e Julgamento ou
julgado da sentença ou após a elaboração dos um escrivão do cível, a reclamação será apre-
Consolidação das Leis do Trabalho

cálculos de liquidação de sentença não preju- sentada diretamente à Secretaria da Junta ou


dicará os créditos da União. ao Cartório do Juízo.
§ 7o  O Ministro de Estado da Fazenda po-
derá, mediante ato fundamentado, dispensar a Art. 838.  Nas localidades em que houver mais
manifestação da União nas decisões homologa- de uma Junta ou mais de um Juízo, ou escrivão
tórias de acordos em que o montante da parce- do cível, a reclamação será, preliminarmente,
la indenizatória envolvida ocasionar perda de sujeita à distribuição na forma do disposto no
escala decorrente da atuação do órgão jurídico. Capítulo II, Seção II, deste Título.

Art. 833.  Existindo na decisão evidentes erros Art. 839.  A reclamação poderá ser apresentada:
ou enganos de escrita, de datilografia ou de 139
a)  pelos empregados e empregadores, pes- SEÇÃO II – Da Audiência de Julgamento
soalmente ou por seus representantes, e pelos
sindicatos de classe; Art. 843.  Na audiência de julgamento deverão
b)  por intermédio das Procuradorias Regio- estar presentes o reclamante e o reclamado, in-
nais da Justiça do Trabalho. dependentemente do comparecimento de seus
representantes, salvo nos casos de Reclamatórias
Art. 840.  A reclamação poderá ser escrita ou Plúrimas ou Ações de Cumprimento, quando
verbal. os empregados poderão fazer-se representar
§ 1o  Sendo escrita, a reclamação deverá pelo Sindicato de sua categoria.
conter a designação do juízo, a qualificação § 1o  É facultado ao empregador fazer-se
das partes, a breve exposição dos fatos de que substituir pelo gerente, ou qualquer outro pre-
resulte o dissídio, o pedido, que deverá ser cer- posto que tenha conhecimento do fato, e cujas
to, determinado e com indicação de seu valor, declarações obrigarão o proponente.
a data e a assinatura do reclamante ou de seu § 2o  Se por doença ou qualquer outro motivo
representante. poderoso, devidamente comprovado, não for
§ 2o  Se verbal, a reclamação será reduzida possível ao empregado comparecer pessoal-
a termo, em duas vias datadas e assinadas pelo mente, poderá fazer-se representar por outro
escrivão ou secretário, observado, no que cou- empregado que pertença à mesma profissão,
ber, o disposto no § 1o deste artigo. ou pelo seu sindicato.
§ 3o  Os pedidos que não atendam ao dispos- § 3o  O preposto a que se refere o § 1o des-
to no § 1o deste artigo serão julgados extintos te artigo não precisa ser empregado da parte
sem resolução do mérito. reclamada.

Art. 841.  Recebida e protocolada a reclamação, Art. 844.  O não comparecimento do recla-


o escrivão ou secretário, dentro de 48 (quarenta mante à audiência importa o arquivamento
e oito) horas, remeterá a segunda via da petição, da reclamação, e o não comparecimento do
ou do termo, ao reclamado, notificando-o, ao reclamado importa revelia, além de confissão,
mesmo tempo, para comparecer à audiência do quanto à matéria de fato.
julgamento, que será a primeira desimpedida, § 1o  Ocorrendo motivo relevante, poderá o
depois de cinco dias. juiz suspender o julgamento, designando nova
§ 1o  A notificação será feita em registro pos- audiência.
tal com franquia. Se o reclamado criar embara- § 2o  Na hipótese de ausência do reclamante,
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas

ços ao seu recebimento, ou não for encontrado, este será condenado ao pagamento das custas
far-se-á a notificação por edital, inserto no jornal calculadas na forma do art. 789 desta Consoli-
oficial ou no que publicar o expediente forense, dação, ainda que beneficiário da justiça gratuita,
ou, na falta, afixado na sede da Junta ou Juízo. salvo se comprovar, no prazo de quinze dias,
§ 2o  O reclamante será notificado no ato da que a ausência ocorreu por motivo legalmente
apresentação da reclamação ou na forma do justificável.
parágrafo anterior. § 3o  O pagamento das custas a que se refere
§ 3o  Oferecida a contestação, ainda que ele- o § 2o é condição para a propositura de nova
tronicamente, o reclamante não poderá, sem o demanda.
consentimento do reclamado, desistir da ação. § 4o  A revelia não produz o efeito mencio-
nado no caput deste artigo se:
Art. 842.  Sendo várias as reclamações e haven- I – havendo pluralidade de reclamados, al-
do identidade de matéria, poderão ser acumula- gum deles contestar a ação;
das num só processo, se se tratar de empregados II – o litígio versar sobre direitos indispo-
da mesma empresa ou estabelecimento. níveis;
III – a petição inicial não estiver acompa-
nhada de instrumento que a lei considere in-
140 dispensável à prova do ato;
IV – as alegações de fato formuladas pelo Art. 850.  Terminada a instrução, poderão as
reclamante forem inverossímeis ou estiverem partes aduzir razões finais, em prazo não ex-
em contradição com prova constante dos autos. cedente de dez minutos para cada uma. Em
§ 5o  Ainda que ausente o reclamado, pre- seguida, o juiz ou o presidente renovará a pro-
sente o advogado na audiência, serão aceitos posta de conciliação, e, não se realizando esta,
a contestação e os documentos eventualmente será proferida a decisão.
apresentados. Parágrafo único.  O presidente da Junta,
após propor a solução do dissídio, tomará os
Art. 845.  O reclamante e o reclamado com- votos dos vogais e, havendo divergência entre
parecerão à audiência acompanhados das suas estes, poderá desempatar ou proferir decisão
testemunhas, apresentando, nessa ocasião, as que melhor atenda ao cumprimento da lei e ao
demais provas. justo equilíbrio entre os votos divergentes e ao
interesse social.
Art. 846.  Aberta a audiência, o juiz ou presi-
dente proporá a conciliação. Art. 851.  Os trâmites de instrução e julgamen-
§ 1o  Se houver acordo lavrar-se-á termo, to da reclamação serão resumidos em ata, de
assinado pelo presidente e pelos litigantes, con- que constará, na íntegra, a decisão.
signando-se o prazo e demais condições para § 1o  Nos processos de exclusiva alçada das
seu cumprimento. Juntas, será dispensável, a juízo do presidente,
§ 2o  Entre as condições a que se refere o o resumo dos depoimentos, devendo constar
parágrafo anterior, poderá ser estabelecida a de da ata a conclusão do tribunal quanto à matéria
ficar a parte que não cumprir o acordo obrigada de fato.
a satisfazer integralmente o pedido ou pagar § 2o  A ata será, pelo presidente ou juiz, junta
uma indenização convencionada, sem prejuízo ao processo, devidamente assinada, no prazo
do cumprimento do acordo. improrrogável de 48 (quarenta e oito) horas,
contado da audiência de julgamento, e assinada
Art. 847.  Não havendo acordo, o reclamado pelos vogais presentes à mesma audiência.
terá vinte minutos para aduzir sua defesa, após
a leitura da reclamação, quando esta não for Art. 852.  Da decisão serão os litigantes noti-
dispensada por ambas as partes. ficados, pessoalmente, ou por seu representan-
Parágrafo único.  A parte poderá apresentar te, na própria audiência. No caso de revelia, a
defesa escrita pelo sistema de processo judicial notificação far-se-á pela forma estabelecida no
eletrônico até a audiência. § 1o do art. 841.

Art. 848.  Terminada a defesa, seguir-se-á a


instrução do processo, podendo o presidente, SEÇÃO II-A – Do Procedimento
ex officio ou a requerimento de qualquer juiz Sumaríssimo
temporário, interrogar os litigantes.
§ 1o  Findo o interrogatório, poderá qual- Art. 852-A.  Os dissídios individuais cujo valor
Consolidação das Leis do Trabalho

quer dos litigantes retirar-se, prosseguindo a não exceda a quarenta vezes o salário mínimo
instrução com o seu representante. vigente na data do ajuizamento da reclamação fi-
§ 2o  Serão, a seguir, ouvidas as testemunhas, cam submetidos ao procedimento sumaríssimo.
os peritos e os técnicos, se houver. Parágrafo único.  Estão excluídas do proce-
dimento sumaríssimo as demandas em que é
Art. 849.  A audiência de julgamento será con- parte a Administração Pública direta, autárquica
tínua; mas, se não for possível, por motivo de e fundacional.
força maior, concluí-la no mesmo dia, o juiz
ou presidente marcará a sua continuação para Art. 852-B.  Nas reclamações enquadradas no
a primeira desimpedida, independentemente procedimento sumaríssimo:
de nova notificação. 141
I – o pedido deverá ser certo ou determinado Art. 852-G.  Serão decididos, de plano, todos
e indicará o valor correspondente; os incidentes e exceções que possam interferir
II – não se fará citação por edital, incumbindo no prosseguimento da audiência e do processo.
ao autor a correta indicação do nome e endereço As demais questões serão decididas na sentença.
do reclamado;49
III – a apreciação da reclamação deverá ocor- Art. 852-H.  Todas as provas serão produzidas
rer no prazo máximo de quinze dias do seu na audiência de instrução e julgamento, ainda
ajuizamento, podendo constar de pauta especial, que não requeridas previamente.
se necessário, de acordo com o movimento ju- § 1o  Sobre os documentos apresentados por
diciário da Junta de Conciliação e Julgamento. uma das partes manifestar-se-á imediatamente
§ 1o  O não atendimento, pelo reclamante, do a parte contrária, sem interrupção da audiência,
disposto nos incisos I e II deste artigo importará salvo absoluta impossibilidade, a critério do juiz.
no arquivamento da reclamação e condenação § 2o  As testemunhas, até o máximo de duas
ao pagamento de custas sobre o valor da causa. para cada parte, comparecerão à audiência de
§ 2o  As partes e advogados comunicarão instrução e julgamento independentemente
ao juízo as mudanças de endereço ocorridas de intimação.
no curso do processo, reputando-se eficazes § 3o  Só será deferida intimação de testemu-
as intimações enviadas ao local anteriormente nha que, comprovadamente convidada, deixar
indicado, na ausência de comunicação. de comparecer. Não comparecendo a testemu-
nha intimada, o juiz poderá determinar sua
Art. 852-C.  As demandas sujeitas a rito su- imediata condução coercitiva.
maríssimo serão instruídas e julgadas em au- § 4o  Somente quando a prova do fato o exigir,
diência única, sob a direção de juiz presidente ou for legalmente imposta, será deferida prova
ou substituto, que poderá ser convocado para técnica, incumbindo ao juiz, desde logo, fixar
atuar simultaneamente com o titular. o prazo, o objeto da perícia e nomear perito.
§ 5o (Vetado)
Art. 852-D.  O juiz dirigirá o processo com § 6o  As partes serão intimadas a manifestar-
liberdade para determinar as provas a serem -se sobre o laudo, no prazo comum de cinco dias.
produzidas, considerado o ônus probatório de § 7o  Interrompida a audiência, o seu pros-
cada litigante, podendo limitar ou excluir as seguimento e a solução do processo dar-se-ão
que considerar excessivas, impertinentes ou no prazo máximo de trinta dias, salvo motivo
protelatórias, bem como para apreciá-las e dar relevante justificado nos autos pelo juiz da causa.
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas

especial valor às regras de experiência comum


ou técnica. Art. 852-I.  A sentença mencionará os elemen-
tos de convicção do juízo, com resumo dos fatos
Art. 852-E.  Aberta a sessão, o juiz esclarecerá relevantes ocorridos em audiência, dispensado
as partes presentes sobre as vantagens da conci- o relatório.
liação e usará os meios adequados de persuasão § 1o  O juízo adotará em cada caso a decisão
para a solução conciliatória do litígio, em qual- que reputar mais justa e equânime, atendendo
quer fase da audiência. aos fins sociais da lei e as exigências do bem
comum.
Art. 852-F.  Na ata de audiência serão regis- § 2o (Vetado)
trados resumidamente os atos essenciais, as § 3o  As partes serão intimadas da sentença
afirmações fundamentais das partes e as infor- na própria audiência em que prolatada.
mações úteis à solução da causa trazidas pela
prova testemunhal.

142   NE: ver ADIs nos 2.139, 2.160 e 2.237.


49
SEÇÃO III – Do Inquérito para Apuração de CAPÍTULO III-A – Do Processo de
Falta Grave Jurisdição Voluntária para Homologação de
Acordo Extrajudicial
Art. 853.  Para a instauração de inquérito para
apuração de falta grave contra empregado ga- Art. 855-B.  O processo de homologação de
rantido com estabilidade, o empregador apre- acordo extrajudicial terá início por petição con-
sentará reclamação por escrito à Junta ou Juízo junta, sendo obrigatória a representação das
de Direito, dentro de 30 (trinta) dias, contados partes por advogado.
da data da suspensão do empregado. § 1o  As partes não poderão ser representadas
por advogado comum.
Art. 854.  O processo do inquérito perante a § 2o  Faculta-se ao trabalhador ser assistido
Junta ou Juízo obedecerá às normas estabe- pelo advogado do sindicato de sua categoria.
lecidas no presente Capítulo, observadas as
disposições desta Seção. Art. 855-C.  O disposto neste Capítulo não
prejudica o prazo estabelecido no § 6o do art. 477
Art. 855.  Se tiver havido prévio reconhecimen- desta Consolidação e não afasta a aplicação da
to da estabilidade do empregado, o julgamento multa prevista no § 8o do art. 477 desta Con-
do inquérito pela Junta ou Juízo não prejudicará solidação.
a execução para pagamento dos salários devi-
dos ao empregado, até a data da instauração do Art. 855-D.  No prazo de quinze dias a contar
mesmo inquérito. da distribuição da petição, o juiz analisará o
acordo, designará audiência se entender ne-
cessário e proferirá sentença.
SEÇÃO IV – Do Incidente de
Desconsideração da Personalidade Jurídica Art. 855-E.  A petição de homologação de acor-
do extrajudicial suspende o prazo prescricional
Art. 855-A.  Aplica-se ao processo do trabalho da ação quanto aos direitos nela especificados.
o incidente de desconsideração da personalida- Parágrafo único.  O prazo prescricional vol-
de jurídica previsto nos arts. 133 a 137 da Lei tará a fluir no dia útil seguinte ao do trânsito
no 13.105, de 16 de março de 2015 – Código de em julgado da decisão que negar a homologação
Processo Civil. do acordo.
§ 1o  Da decisão interlocutória que acolher
ou rejeitar o incidente:
I – na fase de cognição, não cabe recurso CAPÍTULO IV – Dos Dissídios Coletivos
de imediato, na forma do § 1o do art. 893 desta SEÇÃO I – Da Instauração da Instância
Consolidação;
II – na fase de execução, cabe agravo de pe- Art. 856.  A instância será instaurada mediante
tição, independentemente de garantia do juízo; representação escrita ao presidente do tribunal.
III – cabe agravo interno se proferida pelo Poderá ser também instaurada por iniciativa
Consolidação das Leis do Trabalho

relator em incidente instaurado originariamente do presidente, ou, ainda, a requerimento da


no tribunal. Procuradoria da Justiça do Trabalho, sempre
§ 2o  A instauração do incidente suspenderá que ocorrer suspensão do trabalho.
o processo, sem prejuízo de concessão da tutela
de urgência de natureza cautelar de que trata Art. 857.  A representação para instaurar a
o art. 301 da Lei no 13.105, de 16 de março de instância em dissídio coletivo constitui prer-
2015 (Código de Processo Civil). rogativa das associações sindicais, excluídas as
hipóteses aludidas no art. 856, quando ocorrer
suspensão do trabalho.
Parágrafo único.  Quando não houver sin-
dicato representativo da categoria econômica 143
ou profissional, poderá a representação ser ins- Art. 863.  Havendo acordo, o presidente o sub-
taurada pelas federações correspondentes e, na meterá à homologação do tribunal na primeira
falta destas, pelas confederações respectivas, no sessão.
âmbito de sua representação.
Art. 864.  Não havendo acordo, ou não com-
Art. 858.  A representação será apresentada parecendo ambas as partes ou uma delas, o pre-
em tantas vias quantos forem os reclamados e sidente submeterá o processo a julgamento,
deverá conter: depois de realizadas as diligências que entender
a)  designação e qualificação dos reclamantes necessárias e ouvida a Procuradoria.
e dos reclamados e a natureza do estabelecimen-
to ou do serviço; Art. 865.  Sempre que, no decorrer do dissídio,
b)  os motivos do dissídio e as bases da con- houver ameaça de perturbação da ordem, o
ciliação. presidente requisitará à autoridade competente
as providências que se tornarem necessárias.
Art. 859.  A representação dos sindicatos para
instauração da instância fica subordinada a Art. 866.  Quando o dissídio ocorrer fora da
aprovação de assembleia, da qual participem sede do tribunal, poderá o presidente, se jul-
os associados interessados na solução do dissídio gar conveniente, delegar à autoridade local as
coletivo, em primeira convocação, por maioria atribuições de que tratam os arts. 860 e 862.
de 2/3 (dois terços) dos mesmos, ou, em segunda Nesse caso, não havendo conciliação, a auto-
convocação, por 2/3 (dois terços) dos presentes. ridade delegada encaminhará o processo ao
Parágrafo único. (Revogado) tribunal, fazendo exposição circunstanciada
dos fatos e indicando a solução que lhe parecer
conveniente.
SEÇÃO II – Da Conciliação e do Julgamento
Art. 867.  Da decisão do Tribunal serão no-
Art. 860.  Recebida e protocolada a representa- tificadas as partes, ou seus representantes, em
ção, e estando na devida forma, o presidente do registrado postal, com franquia, fazendo-se,
tribunal designará a audiência de conciliação, outrossim, a sua publicação no jornal oficial,
dentro do prazo de dez dias, determinando a para ciência dos demais interessados.
notificação dos dissidentes, com observância Parágrafo único.  A sentença normativa vi-
do disposto no art. 841. gorará:
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas

Parágrafo único.  Quando a instância for a)  a partir da data de sua publicação, quando
instaurada ex officio, a audiência deverá ser ajuizado o dissídio após o prazo do art. 616,
realizada dentro do prazo mais breve possível, § 3o, ou, quando não existir acordo, convenção
após o reconhecimento do dissídio. ou sentença normativa em vigor, da data do
ajuizamento;
Art. 861.  É facultado ao empregador fazer-se b)  a partir do dia imediato ao termo final
representar na audiência pelo gerente, ou por de vigência do acordo, convenção ou sentença
qualquer outro preposto que tenha conheci- normativa, quando ajuizado o dissídio no prazo
mento do dissídio, e por cujas declarações será do art. 616, § 3o.
sempre responsável.

Art. 862.  Na audiência designada, compare- SEÇÃO III – Da Extensão das Decisões


cendo ambas as partes ou seus representantes,
o presidente do tribunal as convidará para se Art. 868.  Em caso de dissídio coletivo que
pronunciarem sobre as bases da conciliação. tenha por motivo novas condições de trabalho e
Caso não sejam aceitas as bases propostas, o no qual figure como parte apenas uma fração de
presidente submeterá aos interessados a solução empregados de uma empresa, poderá o tribunal
144 que lhe pareça capaz de resolver o dissídio. competente, na própria decisão, estender tais
condições de trabalho, se julgar justo e con- vado o processo previsto no Capítulo II deste
veniente, aos demais empregados da empresa Título, sendo vedado, porém, questionar sobre
que forem da mesma profissão dos dissidentes. a matéria de fato e de direito já apreciada na
Parágrafo único.  O tribunal fixará a data em decisão.
que a decisão deve entrar em execução, bem
como o prazo de sua vigência, o qual não poderá
ser superior a quatro anos. SEÇÃO V – Da Revisão

Art. 869.  A decisão sobre novas condições de Art. 873.  Decorrido mais de um ano de sua
trabalho poderá também ser estendida a todos vigência, caberá revisão das decisões que fixa-
os empregados da mesma categoria profissional rem condições de trabalho, quando se tiverem
compreendida na jurisdição do tribunal: modificado as circunstâncias que as ditaram,
a)  por solicitação de um ou mais emprega- de modo que tais condições se hajam tornado
dores, ou de qualquer sindicato destes; injustas ou inaplicáveis.
b)  por solicitação de um ou mais sindicatos
de empregados; Art. 874.  A revisão poderá ser promovida por
c)  ex officio, pelo tribunal que houver pro- iniciativa do tribunal prolator, da Procuradoria
ferido a decisão; da Justiça do Trabalho, das associações sindicais
d)  por solicitação da Procuradoria da Justiça ou de empregador ou empregadores interessados
do Trabalho. no cumprimento da decisão.
Parágrafo único.  Quando a revisão for pro-
Art. 870.  Para que a decisão possa ser estendi- movida por iniciativa de tribunal prolator ou
da, na forma do artigo anterior, torna-se preciso da Procuradoria, as associações sindicais e o
que três quartos dos empregadores e três quartos empregador ou empregadores interessados se-
dos empregados, ou os respectivos sindicatos, rão ouvidos no prazo de trinta dias. Quando
concordem com a extensão da decisão. promovida por uma das partes interessadas,
§ 1o  O tribunal competente marcará prazo, serão as outras ouvidas também por igual prazo.
não inferior a trinta nem superior a sessenta
dias, a fim de que se manifestem os interessados. Art. 875.  A revisão será julgada pelo tribunal
§ 2o  Ouvidos os interessados e a Procura- que tiver proferido a decisão, depois de ouvida
doria da Justiça do Trabalho, será o processo a Procuradoria da Justiça do Trabalho.
submetido ao julgamento do tribunal.

Art. 871.  Sempre que o tribunal estender a CAPÍTULO V – Da Execução


decisão, marcará a data em que a extensão deva SEÇÃO I – Das Disposições Preliminares
entrar em vigor.
Art. 876.  As decisões passadas em julgado ou
das quais não tenha havido recurso com efeito
SEÇÃO IV – Do Cumprimento das Decisões suspensivo; os acordos, quando não cumpridos;
Consolidação das Leis do Trabalho

os termos de ajuste de conduta firmados perante


Art. 872.  Celebrado o acordo, ou transitada o Ministério Público do Trabalho e os termos
em julgado a decisão, seguir-se-á o seu cumpri- de conciliação firmados perante as Comissões
mento, sob as penas estabelecidas neste Título. de Conciliação Prévia serão executados pela
Parágrafo único.  Quando os empregadores forma estabelecida neste Capítulo.
deixarem de satisfazer o pagamento de salários, Parágrafo único.  A Justiça do Trabalho
na conformidade da decisão proferida, poderão executará, de ofício, as contribuições sociais
os empregados ou seus sindicatos, independen- previstas na alínea “a” do inciso I e no inciso II
tes de outorga de poderes de seus associados, do caput do art. 195 da Constituição Federal,
juntando certidão de tal decisão, apresentar e seus acréscimos legais, relativas ao objeto da
reclamação à Junta ou Juízo competente, obser- 145
condenação constante das sentenças que proferir § 4o  A atualização do crédito devido à Pre-
e dos acordos que homologar. vidência Social observará os critérios estabele-
cidos na legislação previdenciária.
Art. 877.  É competente para a execução das § 5o  O Ministro de Estado da Fazenda po-
decisões o juiz ou presidente do tribunal que derá, mediante ato fundamentado, dispensar a
tiver conciliado ou julgado originariamente o manifestação da União quando o valor total das
dissídio. verbas que integram o salário de contribuição,
na forma do art. 28 da Lei no 8.212, de 24 de
Art. 877-A.  É competente para a execução de julho de 1991, ocasionar perda de escala decor-
título executivo extrajudicial o juiz que teria rente da atuação do órgão jurídico.
competência para o processo de conhecimento § 6o  Tratando-se de cálculos de liquidação
relativo à matéria. complexos, o juiz poderá nomear perito para
a elaboração e fixará, depois da conclusão do
Art. 878.  A execução será promovida pelas trabalho, o valor dos respectivos honorários
partes, permitida a execução de ofício pelo juiz com observância, entre outros, dos critérios de
ou pelo Presidente do Tribunal apenas nos casos razoabilidade e proporcionalidade.
em que as partes não estiverem representadas § 7o  A atualização dos créditos decorrentes
por advogado. de condenação judicial será feita pela Taxa Re-
Parágrafo único. (Revogado) ferencial (TR), divulgada pelo Banco Central do
Brasil, conforme a Lei no 8.177, de 1o de março
Art. 878-A.  Faculta-se ao devedor o paga- de 1991.50
mento imediato da parte que entender devida
à Previdência Social, sem prejuízo da cobrança
de eventuais diferenças encontradas na execução SEÇÃO II – Do Mandado e da Penhora
ex officio.
Art. 880.  Requerida a execução, o juiz ou pre-
Art. 879.  Sendo ilíquida a sentença exequenda, sidente do tribunal mandará expedir mandado
ordenar-se-á, previamente, a sua liquidação, que de citação do executado, a fim de que cumpra
poderá ser feita por cálculo, por arbitramento a decisão ou o acordo no prazo, pelo modo e
ou por artigos. sob as cominações estabelecidas ou, quando se
§ 1o  Na liquidação, não se poderá modificar, tratar de pagamento em dinheiro, inclusive de
ou inovar, a sentença liquidanda, nem discutir contribuições sociais devidas à União, para que
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas

matéria pertinente à causa principal. o faça em 48 (quarenta e oito) horas ou garanta


§ 1o-A.  A liquidação abrangerá, também, a execução, sob pena de penhora.
o cálculo das contribuições previdenciárias § 1o  O mandado de citação deverá conter a
devidas. decisão exequenda ou o termo de acordo não
§ 1o-B.  As partes deverão ser previamente cumprido.
intimadas para a apresentação do cálculo de § 2o  A citação será feita pelos oficiais de
liquidação, inclusive da contribuição previden- diligência.
ciária incidente. § 3o  Se o executado, procurado por duas
§ 2o  Elaborada a conta e tornada líquida, vezes no espaço de 48 (quarenta e oito) ho-
o juízo deverá abrir às partes prazo comum ras, não for encontrado, far-se-á a citação por
de oito dias para impugnação fundamentada edital, publicado no jornal oficial ou, na falta
com a indicação dos itens e valores objeto da deste, afixado na sede da junta ou juízo, durante
discordância, sob pena de preclusão. cinco dias.
§ 3o  Elaborada a conta pela parte ou pelos
órgãos auxiliares da Justiça do Trabalho, o juiz Art. 881.  No caso de pagamento da importân-
procederá à intimação da União para mani- cia reclamada, será este feito perante o escrivão
festação, no prazo de 10 (dez) dias, sob pena
146 de preclusão.   NE: ver ADIs nos 5.867 e 6.021 e ADCs nos 58 e 59.
50
ou secretário, lavrando-se termo de quitação, § 1o  A matéria de defesa será restrita às
em duas vias, assinadas pelo exequente, pelo alegações de cumprimento da decisão ou do
executado e pelo mesmo escrivão ou secretário, acordo, quitação ou prescrição da dívida.
entregando-se a segunda via ao executado e § 2o  Se na defesa tiverem sido arroladas tes-
juntando-se a outra ao processo. temunhas, poderá o juiz ou o presidente do tri-
Parágrafo único.  Não estando presente o bunal, caso julgue necessários seus depoimentos,
exequente, será depositada a importância, marcar audiência para a produção das provas,
mediante guia, em estabelecimento oficial de a qual deverá realizar-se dentro de cinco dias.
crédito ou, em falta deste, em estabelecimento § 3o  Somente nos embargos à penhora po-
bancário idôneo. derá o executado impugnar a sentença de li-
quidação, cabendo ao exequente igual direito
Art. 882.  O executado que não pagar a impor- e no mesmo prazo.
tância reclamada poderá garantir a execução § 4o  Julgar-se-ão na mesma sentença os em-
mediante depósito da quantia correspondente, bargos e as impugnações à liquidação apresenta-
atualizada e acrescida das despesas processuais, das pelos credores trabalhista e previdenciário.
apresentação de seguro-garantia judicial ou § 5o  Considera-se inexigível o título judicial
nomeação de bens à penhora, observada a or- fundado em lei ou ato normativo declarados
dem preferencial estabelecida no art. 835 da Lei inconstitucionais pelo Supremo Tribunal Fe-
no 13.105, de 16 de março de 2015 – Código de deral ou em aplicação ou interpretação tidas
Processo Civil. por incompatíveis com a Constituição Federal.
§ 6o  A exigência da garantia ou penhora não
Art. 883.  Não pagando o executado, nem ga- se aplica às entidades filantrópicas e/ou àqueles
rantindo a execução, seguir-se-á penhora dos que compõem ou compuseram a diretoria dessas
bens, tantos quantos bastem ao pagamento da instituições.
importância da condenação, acrescida de custas
e juros de mora, sendo estes, em qualquer caso,
devidos a partir da data em que for ajuizada a SEÇÃO IV – Do Julgamento e dos Trâmites
reclamação inicial. Finais da Execução

Art. 883-A.  A decisão judicial transitada em Art. 885.  Não tendo sido arroladas testemu-
julgado somente poderá ser levada a protesto, nhas na defesa, o juiz, ou presidente, conclusos
gerar inscrição do nome do executado em ór- os autos, proferirá sua decisão dentro de cinco
gãos de proteção ao crédito ou no Banco Na- dias, julgando subsistente ou insubsistente a
cional de Devedores Trabalhistas (BNDT), nos penhora.
termos da lei, depois de transcorrido o prazo
de quarenta e cinco dias a contar da citação Art. 886.  Se tiverem sido arroladas testemu-
do executado, se não houver garantia do juízo. nhas, finda a sua inquirição em audiência, o
escrivão, ou secretário, fará, dentro de 48 (qua-
renta e oito) horas, conclusos os autos ao juiz, ou
Consolidação das Leis do Trabalho

SEÇÃO III – Dos Embargos à Execução e da presidente, que proferirá sua decisão, na forma
Sua Impugnação prevista no artigo anterior.
§ 1o  Proferida a decisão, serão da mesma
Art. 884.  Garantida a execução ou penhora- notificadas as partes interessadas, em registrado
dos os bens, terá o executado cinco dias para postal, com franquia.
apresentar embargos, cabendo igual prazo ao § 2o  Julgada subsistente a penhora, o juiz, ou
exequente para a impugnação.51 presidente, mandará proceder logo à avaliação
dos bens penhorados.

Art. 887.  A avaliação dos bens penhorados em


  NE: ver Lei no 9.494/1997.
51
virtude da execução de decisão condenatória, 147
será feita por avaliador escolhido de comum da Previdência Social, dele se fazendo constar
acordo pelas partes, que perceberá as custas o número do processo.
arbitradas pelo juiz, ou presidente do tribunal § 1o  Concedido parcelamento pela Secretaria
trabalhista, de conformidade com a tabela a ser da Receita Federal do Brasil, o devedor juntará
expedida pelo Tribunal Superior do Trabalho. aos autos a comprovação do ajuste, ficando a
§ 1o  Não acordando as partes quanto à de- execução da contribuição social correspondente
signação de avaliador, dentro de cinco dias após suspensa até a quitação de todas as parcelas.
o despacho que determinou a avaliação, será § 2o  As Varas do Trabalho encaminharão
o avaliador designado livremente pelo juiz ou mensalmente à Secretaria da Receita Federal
presidente do tribunal. do Brasil informações sobre os recolhimentos
§ 2o  Os servidores da Justiça do Trabalho efetivados nos autos, salvo se outro prazo for
não poderão ser escolhidos ou designados para estabelecido em regulamento.
servir de avaliador.

Art. 888.  Concluída a avaliação, dentro de 10 SEÇÃO V – Da Execução por Prestações


(dez) dias, contados da data da nomeação do Sucessivas
avaliador, seguir-se-á a arrematação, que será
anunciada por edital afixado na sede do juízo ou Art. 890.  A execução para pagamento de pres-
tribunal e publicado no jornal local, se houver, tações sucessivas far-se-á com observância das
com a antecedência de 20 (vinte) dias. normas constantes desta Seção, sem prejuízo das
§ 1o  A arrematação far-se-á em dia, hora e demais estabelecidas neste Capítulo.
lugar anunciados e os bens serão vendidos pelo
maior lance, tendo o exequente preferência para Art. 891.  Nas prestações sucessivas por tempo
a adjudicação. determinado, a execução pelo não pagamen-
§ 2o  O arrematante deverá garantir o lance to de uma prestação compreenderá as que lhe
com o sinal correspondente a 20% (vinte por sucederem.
cento) do seu valor.
§ 3o  Não havendo licitante, e não requerendo Art. 892.  Tratando-se de prestações sucessivas
o exequente a adjudicação dos bens penhorados, por tempo indeterminado, a execução com-
poderão os mesmos ser vendidos por leiloeiro preenderá inicialmente as prestações devidas
nomeado pelo Juiz ou Presidente. até a data do ingresso na execução.
§ 4o  Se o arrematante, ou seu fiador, não
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas

pagar dentro de 24 (vinte e quatro) horas o preço


da arrematação, perderá, em benefício da exe- CAPÍTULO VI – Dos Recursos
cução, o sinal de que trata o § 2o deste artigo,
voltando à praça os bens executados. Art. 893.  Das decisões são admissíveis os se-
guintes recursos:
Art. 889.  Aos trâmites e incidentes do processo I – embargos;
da execução são aplicáveis, naquilo em que não II – recurso ordinário;
contravierem ao presente Título, os preceitos III – recurso de revista;
que regem o processo dos executivos fiscais para IV – agravo.
a cobrança judicial da dívida ativa da Fazenda § 1o  Os incidentes do processo são resolvidos
Pública Federal. pelo próprio juízo ou tribunal, admitindo-se a
apreciação do merecimento das decisões in-
Art. 889-A.  Os recolhimentos das importân- terlocutórias somente em recurso da decisão
cias devidas, referentes às contribuições sociais, definitiva.
serão efetuados nas agências locais da Caixa § 2o  A interposição de recurso para o Supre-
Econômica Federal ou do Banco do Brasil S.A., mo Tribunal Federal não prejudicará a execução
por intermédio de documento de arrecadação do julgado.
148
Art. 894.  No Tribunal Superior do Trabalho I – (Vetado);
cabem embargos, no prazo de 8 (oito) dias: II – será imediatamente distribuído, uma vez
I – de decisão não unânime de julgamento recebido no Tribunal, devendo o relator liberá-lo
que: no prazo máximo de dez dias, e a Secretaria do
a)  conciliar, julgar ou homologar conci- Tribunal ou Turma colocá-lo imediatamente em
liação em dissídios coletivos que excedam a pauta para julgamento, sem revisor;
competência territorial dos Tribunais Regionais III – terá parecer oral do representante do
do Trabalho e estender ou rever as sentenças Ministério Público presente à sessão de julga-
normativas do Tribunal Superior do Trabalho, mento, se este entender necessário o parecer,
nos casos previstos em lei; e com registro na certidão;
b) (Vetada); IV – terá acórdão consistente unicamente
II – das decisões das Turmas que divergirem na certidão de julgamento, com a indicação
entre si ou das decisões proferidas pela Seção de suficiente do processo e parte dispositiva, e
Dissídios Individuais, ou contrárias a súmula ou das razões de decidir do voto prevalente. Se a
orientação jurisprudencial do Tribunal Superior sentença for confirmada pelos próprios funda-
do Trabalho ou súmula vinculante do Supremo mentos, a certidão de julgamento, registrando
Tribunal Federal. tal circunstância, servirá de acórdão.
Parágrafo único. (Revogado) § 2o  Os Tribunais Regionais, divididos em
§ 2o  A divergência apta a ensejar os embar- Turmas, poderão designar Turma para o julga-
gos deve ser atual, não se considerando tal a mento dos recursos ordinários interpostos das
ultrapassada por súmula do Tribunal Superior sentenças prolatadas nas demandas sujeitas ao
do Trabalho ou do Supremo Tribunal Federal, ou procedimento sumaríssimo.
superada por iterativa e notória jurisprudência
do Tribunal Superior do Trabalho. Art. 896.  Cabe Recurso de Revista para Turma
§ 3o  O Ministro Relator denegará seguimen- do Tribunal Superior do Trabalho das decisões
to aos embargos: proferidas em grau de recurso ordinário, em
I – se a decisão recorrida estiver em conso- dissídio individual, pelos Tribunais Regionais
nância com súmula da jurisprudência do Tri- do Trabalho, quando:
bunal Superior do Trabalho ou do Supremo a)  derem ao mesmo dispositivo de lei fe-
Tribunal Federal, ou com iterativa, notória e deral interpretação diversa da que lhe houver
atual jurisprudência do Tribunal Superior do dado outro Tribunal Regional do Trabalho, no
Trabalho, cumprindo-lhe indicá-la; seu Pleno ou Turma, ou a Seção de Dissídios
II – nas hipóteses de intempestividade, de- Individuais do Tribunal Superior do Trabalho,
serção, irregularidade de representação ou de ou contrariarem súmula de jurisprudência uni-
ausência de qualquer outro pressuposto extrín- forme dessa Corte ou súmula vinculante do
seco de admissibilidade. Supremo Tribunal Federal;
§ 4o  Da decisão denegatória dos embargos b)  derem ao mesmo dispositivo de lei esta-
caberá agravo, no prazo de 8 (oito) dias. dual, Convenção Coletiva de Trabalho, Acordo
Coletivo, sentença normativa ou regulamento
Consolidação das Leis do Trabalho

Art. 895.  Cabe recurso ordinário para a ins- empresarial de observância obrigatória em área
tância superior: territorial que exceda a jurisdição do Tribunal
I – das decisões definitivas ou terminativas Regional prolator da decisão recorrida, inter-
das Varas e Juízos, no prazo de 8 (oito) dias; e pretação divergente, na forma da alínea “a”;
II – das decisões definitivas ou terminativas c)  proferidas com violação literal de dispo-
dos Tribunais Regionais, em processos de sua sição de lei federal ou afronta direta e literal à
competência originária, no prazo de 8 (oito) Constituição Federal.
dias, quer nos dissídios individuais, quer nos § 1o  O recurso de revista, dotado de efeito
dissídios coletivos. apenas devolutivo, será interposto perante o
§ 1o  Nas reclamações sujeitas ao procedi- Presidente do Tribunal Regional do Trabalho,
mento sumaríssimo, o recurso ordinário: 149
que, por decisão fundamentada, poderá rece- internet, com indicação da respectiva fonte,
bê-lo ou denegá-lo. mencionando, em qualquer caso, as circuns-
§ 1o-A.  Sob pena de não conhecimento, é tâncias que identifiquem ou assemelhem os
ônus da parte: casos confrontados.
I – indicar o trecho da decisão recorrida que § 9o  Nas causas sujeitas ao procedimento
consubstancia o prequestionamento da contro- sumaríssimo, somente será admitido recurso
vérsia objeto do recurso de revista; de revista por contrariedade a súmula de juris-
II – indicar, de forma explícita e fundamenta- prudência uniforme do Tribunal Superior do
da, contrariedade a dispositivo de lei, súmula ou Trabalho ou a súmula vinculante do Supremo
orientação jurisprudencial do Tribunal Superior Tribunal Federal e por violação direta da Cons-
do Trabalho que conflite com a decisão regional; tituição Federal.
III – expor as razões do pedido de reforma, § 10.  Cabe recurso de revista por violação
impugnando todos os fundamentos jurídicos da a lei federal, por divergência jurisprudencial e
decisão recorrida, inclusive mediante demons- por ofensa à Constituição Federal nas execuções
tração analítica de cada dispositivo de lei, da fiscais e nas controvérsias da fase de execução
Constituição Federal, de súmula ou orientação que envolvam a Certidão Negativa de Débitos
jurisprudencial cuja contrariedade aponte; Trabalhistas (CNDT), criada pela Lei no 12.440,
IV – transcrever na peça recursal, no caso de 7 de julho de 2011.
de suscitar preliminar de nulidade de julgado § 11.  Quando o recurso tempestivo contiver
por negativa de prestação jurisdicional, o trecho defeito formal que não se repute grave, o Tribu-
dos embargos declaratórios em que foi pedido nal Superior do Trabalho poderá desconsiderar
o pronunciamento do tribunal sobre questão o vício ou mandar saná-lo, julgando o mérito.
veiculada no recurso ordinário e o trecho da de- § 12.  Da decisão denegatória caberá agravo,
cisão regional que rejeitou os embargos quanto no prazo de 8 (oito) dias.
ao pedido, para cotejo e verificação, de plano, § 13.  Dada a relevância da matéria, por
da ocorrência da omissão. iniciativa de um dos membros da Seção Espe-
§ 2o  Das decisões proferidas pelos Tribunais cializada em Dissídios Individuais do Tribunal
Regionais do Trabalho ou por suas Turmas, em Superior do Trabalho, aprovada pela maioria
execução de sentença, inclusive em processo dos integrantes da Seção, o julgamento a que se
incidente de embargos de terceiro, não caberá refere o § 3o poderá ser afeto ao Tribunal Pleno.
Recurso de Revista, salvo na hipótese de ofensa § 14.  O relator do recurso de revista poderá
direta e literal de norma da Constituição Federal. denegar-lhe seguimento, em decisão monocráti-
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas

§ 3o (Revogado) ca, nas hipóteses de intempestividade, deserção,


§ 4o (Revogado) irregularidade de representação ou de ausência
§ 5o (Revogado) de qualquer outro pressuposto extrínseco ou
§ 6o (Revogado) intrínseco de admissibilidade.
§ 7o  A divergência apta a ensejar o recurso
de revista deve ser atual, não se considerando Art. 896-A.  O Tribunal Superior do Trabalho,
como tal a ultrapassada por súmula do Tribunal no recurso de revista, examinará previamente se
Superior do Trabalho ou do Supremo Tribunal a causa oferece transcendência com relação aos
Federal, ou superada por iterativa e notória ju- reflexos gerais de natureza econômica, política,
risprudência do Tribunal Superior do Trabalho. social ou jurídica.
§ 8o  Quando o recurso fundar-se em dissen- § 1o  São indicadores de transcendência,
so de julgados, incumbe ao recorrente o ônus de entre outros:
produzir prova da divergência jurisprudencial, I – econômica, o elevado valor da causa;
mediante certidão, cópia ou citação do reposi- II – política, o desrespeito da instância re-
tório de jurisprudência, oficial ou credenciado, corrida à jurisprudência sumulada do Tribunal
inclusive em mídia eletrônica, em que houver Superior do Trabalho ou do Supremo Tribunal
sido publicada a decisão divergente, ou ain- Federal;
150 da pela reprodução de julgado disponível na
III – social, a postulação, por reclamante-re- em Dissídios Individuais ou pelo Tribunal Pleno,
corrente, de direito social constitucionalmente sob o rito dos recursos repetitivos.
assegurado; § 2o  O Presidente da Turma ou da Seção
IV – jurídica, a existência de questão nova em Especializada que afetar processo para julga-
torno da interpretação da legislação trabalhista. mento sob o rito dos recursos repetitivos deverá
§ 2o  Poderá o relator, monocraticamente, expedir comunicação aos demais Presidentes de
denegar seguimento ao recurso de revista que Turma ou de Seção Especializada, que poderão
não demonstrar transcendência, cabendo agravo afetar outros processos sobre a questão para
desta decisão para o colegiado. julgamento conjunto, a fim de conferir ao órgão
§ 3o  Em relação ao recurso que o relator julgador visão global da questão.
considerou não ter transcendência, o recorrente § 3o  O Presidente do Tribunal Superior do
poderá realizar sustentação oral sobre a questão Trabalho oficiará os Presidentes dos Tribunais
da transcendência, durante cinco minutos em Regionais do Trabalho para que suspendam
sessão. os recursos interpostos em casos idênticos aos
§ 4o  Mantido o voto do relator quanto à não afetados como recursos repetitivos, até o pro-
transcendência do recurso, será lavrado acórdão nunciamento definitivo do Tribunal Superior
com fundamentação sucinta, que constituirá do Trabalho.
decisão irrecorrível no âmbito do tribunal. § 4o  Caberá ao Presidente do Tribunal de
§ 5o  É irrecorrível a decisão monocrática origem admitir um ou mais recursos repre-
do relator que, em agravo de instrumento em sentativos da controvérsia, os quais serão en-
recurso de revista, considerar ausente a trans- caminhados ao Tribunal Superior do Trabalho,
cendência da matéria. ficando suspensos os demais recursos de revista
§ 6o  O juízo de admissibilidade do recurso de até o pronunciamento definitivo do Tribunal
revista exercido pela Presidência dos Tribunais Superior do Trabalho.
Regionais do Trabalho limita-se à análise dos § 5o  O relator no Tribunal Superior do Tra-
pressupostos intrínsecos e extrínsecos do apelo, balho poderá determinar a suspensão dos re-
não abrangendo o critério da transcendência cursos de revista ou de embargos que tenham
das questões nele veiculadas. como objeto controvérsia idêntica à do recurso
afetado como repetitivo.
Art. 896-B.  Aplicam-se ao recurso de revista, § 6o  O recurso repetitivo será distribuído a
no que couber, as normas da Lei no 5.869, de 11 um dos Ministros membros da Seção Especia-
de janeiro de 1973 (Código de Processo Civil), lizada ou do Tribunal Pleno e a um Ministro
relativas ao julgamento dos recursos extraor- revisor.
dinário e especial repetitivos. § 7o  O relator poderá solicitar, aos Tribunais
Regionais do Trabalho, informações a respeito
Art. 896-C.  Quando houver multiplicidade da controvérsia, a serem prestadas no prazo de
de recursos de revista fundados em idêntica 15 (quinze) dias.
questão de direito, a questão poderá ser afetada § 8o  O relator poderá admitir manifestação
à Seção Especializada em Dissídios Individuais de pessoa, órgão ou entidade com interesse na
Consolidação das Leis do Trabalho

ou ao Tribunal Pleno, por decisão da maioria controvérsia, inclusive como assistente simples,
simples de seus membros, mediante requeri- na forma da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de
mento de um dos Ministros que compõem a 1973 (Código de Processo Civil).
Seção Especializada, considerando a relevância § 9o  Recebidas as informações e, se for o
da matéria ou a existência de entendimentos caso, após cumprido o disposto no § 7o deste
divergentes entre os Ministros dessa Seção ou artigo, terá vista o Ministério Público pelo prazo
das Turmas do Tribunal. de 15 (quinze) dias.
§ 1o  O Presidente da Turma ou da Seção Es- § 10.  Transcorrido o prazo para o Ministério
pecializada, por indicação dos relatores, afetará Público e remetida cópia do relatório aos demais
um ou mais recursos representativos da contro- Ministros, o processo será incluído em pauta
vérsia para julgamento pela Seção Especializada na Seção Especializada ou no Tribunal Pleno, 151
devendo ser julgado com preferência sobre os alterar a situação econômica, social ou jurídi-
demais feitos. ca, caso em que será respeitada a segurança
§ 11.  Publicado o acórdão do Tribunal Su- jurídica das relações firmadas sob a égide da
perior do Trabalho, os recursos de revista so- decisão anterior, podendo o Tribunal Superior
brestados na origem: do Trabalho modular os efeitos da decisão que
I – terão seguimento denegado na hipótese de a tenha alterado.
o acórdão recorrido coincidir com a orientação
a respeito da matéria no Tribunal Superior do Art. 897.  Cabe agravo, no prazo de 8 (oito)
Trabalho; ou dias:
II – serão novamente examinados pelo Tribu- a)  de petição, das decisões do Juiz ou Pre-
nal de origem na hipótese de o acórdão recorrido sidente, nas execuções;
divergir da orientação do Tribunal Superior do b)  de instrumento, dos despachos que de-
Trabalho a respeito da matéria. negarem a interposição de recursos.
§ 12.  Na hipótese prevista no inciso II do § 1o  O agravo de petição só será recebido
§ 11 deste artigo, mantida a decisão divergente quando o agravante delimitar, justificadamente,
pelo Tribunal de origem, far-se-á o exame de as matérias e os valores impugnados, permitida
admissibilidade do recurso de revista. a execução imediata da parte remanescente
§ 13.  Caso a questão afetada e julgada sob o até o final, nos próprios autos ou por carta de
rito dos recursos repetitivos também contenha sentença.
questão constitucional, a decisão proferida pelo § 2o  O agravo de instrumento interposto
Tribunal Pleno não obstará o conhecimento contra o despacho que não receber agravo de
de eventuais recursos extraordinários sobre a petição não suspende a execução da sentença.
questão constitucional. § 3o  Na hipótese da alínea “a” deste artigo,
§ 14.  Aos recursos extraordinários inter- o agravo será julgado pelo próprio tribunal,
postos perante o Tribunal Superior do Traba- presidido pela autoridade recorrida, salvo se
lho será aplicado o procedimento previsto no se tratar de decisão de Juiz do Trabalho de 1a
art. 543‑B da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de Instância ou de Juiz de Direito, quando o julga-
1973 (Código de Processo Civil), cabendo ao mento competirá a uma das Turmas do Tribunal
Presidente do Tribunal Superior do Trabalho Regional a que estiver subordinado o prolator
selecionar um ou mais recursos representativos da sentença, observado o disposto no art. 679,
da controvérsia e encaminhá-los ao Supremo a quem este remeterá as peças necessárias para
Tribunal Federal, sobrestando os demais até o o exame da matéria controvertida, em autos
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas

pronunciamento definitivo da Corte, na forma apartados, ou nos próprios autos, se tiver sido
do § 1o do art. 543‑B da Lei no 5.869, de 11 de determinada a extração de carta de sentença.
janeiro de 1973 (Código de Processo Civil). § 4o  Na hipótese da alínea “b” deste artigo,
§ 15.  O Presidente do Tribunal Superior do o agravo será julgado pelo Tribunal que seria
Trabalho poderá oficiar os Tribunais Regionais competente para conhecer o recurso cuja in-
do Trabalho e os Presidentes das Turmas e da terposição foi denegada.
Seção Especializada do Tribunal para que sus- § 5o  Sob pena de não conhecimento, as par-
pendam os processos idênticos aos selecionados tes promoverão a formação do instrumento do
como recursos representativos da controvérsia agravo de modo a possibilitar, caso provido,
e encaminhados ao Supremo Tribunal Federal, o imediato julgamento do recurso denegado,
até o seu pronunciamento definitivo. instruindo a petição de interposição:
§ 16.  A decisão firmada em recurso repe- I – obrigatoriamente, com cópias da decisão
titivo não será aplicada aos casos em que se agravada, da certidão da respectiva intimação,
demonstrar que a situação de fato ou de direito das procurações outorgadas aos advogados do
é distinta das presentes no processo julgado sob agravante e do agravado, da petição inicial, da
o rito dos recursos repetitivos. contestação, da decisão originária, do depósito
§ 17.  Caberá revisão da decisão firmada em recursal referente ao recurso que se pretende
152 julgamento de recursos repetitivos quando se destrancar, da comprovação do recolhimento
das custas e do depósito recursal a que se refere Art. 899.  Os recursos serão interpostos por
o § 7o do art. 899 desta Consolidação; simples petição e terão efeito meramente devo-
II – facultativamente, com outras peças que lutivo, salvo as exceções previstas neste Título,
o agravante reputar úteis ao deslinde da matéria permitida a execução provisória até a penhora.
de mérito controvertida. § 1o  Sendo a condenação de valor até 10
§ 6o  O agravado será intimado para ofere- (dez) vezes o salário mínimo regional, nos dis-
cer resposta ao agravo e ao recurso principal, sídios individuais, só será admitido o recurso,
instruindo-a com as peças que considerar ne- inclusive o extraordinário, mediante prévio de-
cessárias ao julgamento de ambos os recursos. pósito da respectiva importância. Transitada
§ 7o  Provido o agravo, a Turma delibera- em julgado a decisão recorrida, ordenar-se-á o
rá sobre o julgamento do recurso principal, levantamento imediato da importância de depó-
observando-se, se for o caso, daí em diante, o sito, em favor da parte vencedora, por simples
procedimento relativo a esse recurso. despacho do juiz.
§ 8o  Quando o agravo de petição versar § 2o  Tratando-se de condenação de valor
apenas sobre as contribuições sociais, o juiz indeterminado, o depósito corresponderá ao
da execução determinará a extração de cópias que for arbitrado, para efeito de custas, pela
das peças necessárias, que serão autuadas em Junta ou Juízo de Direito, até o limite de 10 (dez)
apartado, conforme dispõe o § 3o, parte final, e vezes o salário mínimo da região.
remetidas à instância superior para apreciação, § 3o (Revogado)
após contraminuta. § 4o  O depósito recursal será feito em conta
vinculada ao juízo e corrigido com os mesmos
Art. 897-A.  Caberão embargos de declaração índices da poupança.52
da sentença ou acórdão, no prazo de cinco dias, § 5o (Revogado)
devendo seu julgamento ocorrer na primeira § 6o  Quando o valor da condenação, ou o
audiência ou sessão subsequente a sua apresen- arbitrado para fins de custas, exceder o limite
tação, registrado na certidão, admitido efeito de 10 (dez) vezes o salário mínimo da região,
modificativo da decisão nos casos de omissão e o depósito para fins de recursos será limitado
contradição no julgado e manifesto equívoco no a este valor.
exame dos pressupostos extrínsecos do recurso. § 7o  No ato de interposição do agravo de
§ 1o  Os erros materiais poderão ser corri- instrumento, o depósito recursal corresponderá
gidos de ofício ou a requerimento de qualquer a 50% (cinquenta por cento) do valor do depó-
das partes. sito do recurso ao qual se pretende destrancar.
§ 2o  Eventual efeito modificativo dos em- § 8o  Quando o agravo de instrumento tem
bargos de declaração somente poderá ocorrer a finalidade de destrancar recurso de revista
em virtude da correção de vício na decisão em- que se insurge contra decisão que contraria a
bargada e desde que ouvida a parte contrária, jurisprudência uniforme do Tribunal Superior
no prazo de 5 (cinco) dias. do Trabalho, consubstanciada nas suas súmulas
§ 3o  Os embargos de declaração interrom- ou em orientação jurisprudencial, não haverá
pem o prazo para interposição de outros re- obrigatoriedade de se efetuar o depósito referido
Consolidação das Leis do Trabalho

cursos, por qualquer das partes, salvo quando no § 7o deste artigo.
intempestivos, irregular a representação da parte § 9o  O valor do depósito recursal será re-
ou ausente a sua assinatura. duzido pela metade para entidades sem fins
lucrativos, empregadores domésticos, microem-
Art. 898.  Das decisões proferidas em dissídio preendedores individuais, microempresas e em-
coletivo que afete empresa de serviço público, presas de pequeno porte.
ou, em qualquer caso, das proferidas em revi- § 10.  São isentos do depósito recursal os
são, poderão recorrer, além dos interessados, beneficiários da justiça gratuita, as entidades
o presidente do tribunal e a Procuradoria da
Justiça do Trabalho.
  NE: ver ADIs nos 5.867 e 6.021 e ADCs nos 58 e 59.
52
153
filantrópicas e as empresas em recuperação § 2o  Findo o prazo de defesa, o processo
judicial. será imediatamente concluso para julgamento,
§ 11.  O depósito recursal poderá ser subs- que deverá ser proferido no prazo de dez dias.
tituído por fiança bancária ou seguro garantia
judicial. Art. 906.  Da imposição das penalidades a que
se refere este Capítulo caberá recurso ordinário
Art. 900.  Interposto o recurso, será notificado para o Tribunal Superior, no prazo de dez dias,
o recorrido, para oferecer as suas razões, em salvo se a imposição resultar de dissídio coletivo,
prazo igual ao que tiver tido o recorrente. caso em que o prazo será de vinte dias.

Art. 901.  Sem prejuízo dos prazos previstos Art. 907.  Sempre que o infrator incorrer em
neste Capítulo, terão as partes vistas dos autos pena criminal, far-se-á remessa das peças ne-
em cartório ou na secretaria. cessárias à autoridade competente.
Parágrafo único.  Salvo quando estiver cor-
rendo prazo comum, aos procuradores das Art. 908.  A cobrança das multas estabelecidas
partes será permitido ter vista dos autos fora neste Título será feita, mediante executivo fiscal,
do cartório ou secretaria. perante o juiz competente para a cobrança de
dívida ativa da Fazenda Pública Federal.
Art. 902. (Revogado) Parágrafo único.  A cobrança das multas será
promovida, no Distrito Federal e nos Estados
em que funcionarem os Tribunais Regionais,
CAPÍTULO VII – Da Aplicação das pela Procuradoria da Justiça do Trabalho, e, nos
Penalidades demais Estados, de acordo com o disposto no
Decreto-lei no 960, de 17 de dezembro de 1938.
Art. 903.  As penalidades estabelecidas no Tí-
tulo anterior serão aplicadas pelo juiz, ou tri-
bunal, que tiver de conhecer da desobediência, CAPÍTULO VIII – Disposições Finais
violação, recusa, falta ou coação, ex officio, ou
mediante representação de qualquer interessado Art. 909.  A ordem dos processos no Tribunal
ou da Procuradoria da Justiça do Trabalho. Superior do Trabalho será regulada em seu re-
gimento interno.
Art. 904.  As sanções em que incorrerem as
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas

autoridades da Justiça do Trabalho serão aplica- Art. 910.  Para os efeitos deste Título, equi-
das pela autoridade ou tribunal imediatamente param-se aos serviços públicos os de utilidade
superior, conforme o caso, ex officio, ou me- pública, bem como os que forem prestados em
diante representação de qualquer interessado armazéns de gêneros alimentícios, açougues,
ou da Procuradoria. padarias, leiterias, farmácias, hospitais, minas,
Parágrafo único.  Tratando-se de membro do empresas de transportes e comunicações, bancos
Tribunal Superior do Trabalho será competente e estabelecimentos que interessem à segurança
para a imposição de sanções o Senado Federal. nacional.
§ 2o (Revogado)

Art. 905.  Tomando conhecimento do fato im- TÍTULO XI – Disposições Finais e


putado, o juiz, ou tribunal, competente mandará Transitórias
notificar o acusado, para apresentar, no prazo
de quinze dias, defesa por escrito. Art. 911.  Esta Consolidação entrará em vigor
§ 1o  É facultado ao acusado, dentro do prazo em 10 de novembro de 1943.
estabelecido neste artigo, requerer a produção
de testemunhas, até ao máximo de cinco. Nesse Art. 912.  Os dispositivos de caráter imperativo
154 caso, será marcada audiência para a inquirição. terão aplicação imediata às relações iniciadas,
mas não consumadas, antes da vigência desta Art. 918.  Enquanto não for expedida a Lei
Consolidação. Orgânica da Previdência Social, competirá ao
presidente do Tribunal Superior do Trabalho
Art. 913.  O Ministro do Trabalho, Indústria julgar os recursos interpostos com apoio no
e Comércio expedirá instruções, quadros, ta- art. 1o, alínea “c”, do Decreto-lei no 3.710, de 14
belas e modelos que se tornarem necessários à de outubro de 1941, cabendo recurso de suas
execução desta Consolidação. decisões, nos termos do disposto no art. 734,
Parágrafo único.  O Tribunal Superior do alínea “b”, desta Consolidação.
Trabalho adaptará o seu regimento interno e o Parágrafo único.  Ao diretor do Departamen-
dos Tribunais Regionais do Trabalho às normas to de Previdência Social incumbirá presidir
contidas nesta Consolidação. as eleições para a constituição dos Conselhos
Fiscais dos Institutos e Caixas de Aposentadoria
Art. 914.  Continuarão em vigor os quadros, e Pensões e julgar, com recurso para a instância
tabelas e modelos aprovados em virtude de superior, os recursos sobre matéria técnico-ad-
dispositivos não alterados pela presente Con- ministrativa dessas instituições.
solidação.
Art. 919.  Ao empregado bancário, admitido
Art. 915.  Não serão prejudicados os recursos até a data da vigência da presente Lei, fica as-
interpostos com apoio em dispositivos alterados segurado o direito à aquisição da estabilidade,
ou cujo prazo para interposição esteja em curso nos termos do art. 15 do Decreto no 24.615, de
à data da vigência desta Consolidação. 9 de julho de 1934.

Art. 916.  Os prazos de prescrição fixados pela Art. 920.  Enquanto não forem constituídas as
presente Consolidação começarão a correr da Confederações ou na falta destas, a represen-
data da vigência desta, quando menores do que tação de classes, econômicas ou profissionais,
os previstos pela legislação anterior. que derivar da indicação desses órgãos ou dos
respectivos presidentes, será suprida por equi-
Art. 917.  O Ministro do Trabalho, Indústria valente designação ou eleição realizada pelas
e Comércio marcará prazo para adaptação dos correspondentes Federações.
atuais estabelecimentos às exigências contidas
no Capítulo “Da Segurança e da Medicina do Art. 921.  As empresas que não estiverem in-
Trabalho”. Compete ainda àquela autoridade cluídas no enquadramento sindical de que trata
fixar os prazos dentro dos quais, em cada Estado, o art. 577 poderão firmar contratos coletivos de
entrará em vigor a obrigatoriedade do uso da trabalho com os sindicatos representativos da
Carteira de Trabalho e Previdência social, para respectiva categoria profissional.
os atuais empregados.
Parágrafo único.  O Ministro do Trabalho, Art. 922.  O disposto no art. 301 regerá somen-
Indústria e Comércio fixará, para cada Estado e te as relações de emprego iniciadas depois da
quando julgar conveniente, o início da vigência vigência desta Consolidação.
Consolidação das Leis do Trabalho

de parte ou de todos os dispositivos contidos


no Capítulo “Da Segurança e da Medicina do
Trabalho”.

155
Normas correlatas
Lei no 12.506/2011
Dispõe sobre o aviso prévio e dá outras providências.

A PRESIDENTA DA REPÚBLICA ano de serviço prestado na mesma empresa, até


o máximo de 60 (sessenta) dias, perfazendo um
Faço saber que o Congresso Nacional decreta total de até 90 (noventa) dias.
e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 2o  Esta Lei entra em vigor na data de sua
Art. 1o  O aviso prévio, de que trata o Capítu- publicação.
lo VI do Título IV da Consolidação das Leis
do Trabalho – CLT, aprovada pelo Decreto-lei Brasília, 11 de outubro de 2011; 190o da Inde-
no 5.452, de 1o de maio de 1943, será concedido pendência e 123o da República.
na proporção de 30 (trinta) dias aos emprega-
dos que contem até 1 (um) ano de serviço na DILMA ROUSSEFF
mesma empresa.
Parágrafo único.  Ao aviso prévio previsto Promulgada em 11/10/2011 e publicada no DOU
neste artigo serão acrescidos 3 (três) dias por de 13/10/2011.
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas

158
Lei no 10.101/2000
Dispõe sobre a participação dos trabalhadores nos lucros ou resultados da empresa e dá outras
providências.

Faço saber que o Presidente da República adotou II – a entidade sem fins lucrativos que, cumu‑
a Medida Provisória no 1.982‑77, de 2000, que lativamente:
o Congresso Nacional aprovou, e eu, Antonio a)  não distribua resultados, a qualquer título,
Carlos Magalhães, Presidente, para os efeitos ainda que indiretamente, a dirigentes, adminis‑
do disposto no parágrafo único do art. 62 da tradores ou empresas vinculadas;
Constituição Federal, promulgo a seguinte Lei: b)  aplique integralmente os seus recursos
em sua atividade institucional e no País;
Art. 1o  Esta Lei regula a participação dos tra‑ c)  destine o seu patrimônio a entidade con‑
balhadores nos lucros ou resultados da empresa gênere ou ao poder público, em caso de encer‑
como instrumento de integração entre o capital ramento de suas atividades;
e o trabalho e como incentivo à produtividade, d)  mantenha escrituração contábil capaz de
nos termos do art. 7o, inciso XI, da Constituição. comprovar a observância dos demais requisitos
deste inciso, e das normas fiscais, comerciais e
Art. 2o  A participação nos lucros ou resultados de direito econômico que lhe sejam aplicáveis.
será objeto de negociação entre a empresa e seus § 3o-A.  A não equiparação de que trata o
empregados, mediante um dos procedimentos inciso II do § 3o deste artigo não é aplicável às
a seguir descritos, escolhidos pelas partes de hipóteses em que tenham sido utilizados índices
comum acordo: de produtividade ou qualidade ou programas
I – comissão paritária escolhida pelas par‑ de metas, resultados e prazos.
tes, integrada, também, por um representante § 4o  Quando forem considerados os critérios
indicado pelo sindicato da respectiva categoria; e condições definidos nos incisos I e II do § 1o
II – convenção ou acordo coletivo. deste artigo:
§ 1o  Dos instrumentos decorrentes da nego‑ I – a empresa deverá prestar aos represen‑
ciação deverão constar regras claras e objetivas tantes dos trabalhadores na comissão paritária
quanto à fixação dos direitos substantivos da informações que colaborem para a negociação;
participação e das regras adjetivas, inclusive II – não se aplicam as metas referentes à saúde
mecanismos de aferição das informações per‑ e segurança no trabalho.
tinentes ao cumprimento do acordado, perio‑ § 5o  As partes podem:
dicidade da distribuição, período de vigência I – adotar os procedimentos de negociação
e prazos para revisão do acordo, podendo ser estabelecidos nos incisos I e II do caput deste
considerados, entre outros, os seguintes critérios artigo, simultaneamente; e
e condições: II – estabelecer múltiplos programas de parti‑
I – índices de produtividade, qualidade ou cipação nos lucros ou nos resultados, observada
lucratividade da empresa; a periodicidade estabelecida pelo § 2o do art. 3o
II – programas de metas, resultados e prazos, desta Lei.
pactuados previamente. § 6o  Na fixação dos direitos substantivos e
Normas correlatas

§ 2o  O instrumento de acordo celebrado das regras adjetivas, inclusive no que se refere
será arquivado na entidade sindical dos tra‑ à fixação dos valores e à utilização exclusiva de
balhadores. metas individuais, a autonomia da vontade das
§ 3o  Não se equipara a empresa, para os fins partes contratantes será respeitada e prevalecerá
desta Lei: em face do interesse de terceiros.
I – a pessoa física; 159
§ 7o  Consideram-se previamente estabeleci‑ coletivas de trabalho atinentes à participação
das as regras fixadas em instrumento assinado: nos lucros ou resultados.
I – anteriormente ao pagamento da anteci‑ § 4o  A periodicidade semestral mínima refe‑
pação, quando prevista; e rida no § 2o poderá ser alterada pelo Poder Exe‑
II – com antecedência de, no mínimo, 90 cutivo, até 31 de dezembro de 2000, em função
(noventa) dias da data do pagamento da parcela de eventuais impactos nas receitas tributárias.
única ou da parcela final, caso haja pagamento § 5o  A participação de que trata este artigo
de antecipação. será tributada pelo imposto sobre a renda ex‑
§ 8o  A inobservância à periodicidade es‑ clusivamente na fonte, em separado dos demais
tabelecida no § 2o do art. 3o desta Lei invalida rendimentos recebidos, no ano do recebimento
exclusivamente os pagamentos feitos em desa‑ ou crédito, com base na tabela progressiva anual
cordo com a norma, assim entendidos: constante do Anexo e não integrará a base de
I – os pagamentos excedentes ao segundo, cálculo do imposto devido pelo beneficiário na
feitos a um mesmo empregado, no mesmo ano Declaração de Ajuste Anual.
civil; e § 6o  Para efeito da apuração do imposto
II – os pagamentos efetuados a um mesmo sobre a renda, a participação dos trabalhado‑
empregado, em periodicidade inferior a 1 (um) res nos lucros ou resultados da empresa será
trimestre civil do pagamento anterior. integralmente tributada com base na tabela
§ 9o  Na hipótese do inciso II do § 8o deste progressiva constante do Anexo.
artigo, mantém-se a validade dos demais pa‑ § 7o  Na hipótese de pagamento de mais de 1
gamentos. (uma) parcela referente a um mesmo ano-calen‑
§ 10.  Uma vez composta, a comissão paritá‑ dário, o imposto deve ser recalculado, com base
ria de que trata o inciso I do caput deste artigo no total da participação nos lucros recebida no
dará ciência por escrito ao ente sindical para que ano-calendário, mediante a utilização da tabela
indique seu representante no prazo máximo de constante do Anexo, deduzindo-se do imposto
10 (dez) dias corridos, findo o qual a comissão assim apurado o valor retido anteriormente.
poderá iniciar e concluir suas tratativas. § 8o  Os rendimentos pagos acumuladamente
a título de participação dos trabalhadores nos
Art. 3o  A participação de que trata o art. 2o não lucros ou resultados da empresa serão tributa‑
substitui ou complementa a remuneração devida dos exclusivamente na fonte, em separado dos
a qualquer empregado, nem constitui base de demais rendimentos recebidos, sujeitando-se,
incidência de qualquer encargo trabalhista, não também de forma acumulada, ao imposto sobre
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas

se lhe aplicando o princípio da habitualidade. a renda com base na tabela progressiva constante
§ 1o  Para efeito de apuração do lucro real, a do Anexo.
pessoa jurídica poderá deduzir como despesa § 9o  Considera-se pagamento acumulado,
operacional as participações atribuídas aos em‑ para fins do § 8o, o pagamento da participação
pregados nos lucros ou resultados, nos termos nos lucros relativa a mais de um ano-calendário.
da presente Lei, dentro do próprio exercício de § 10.  Na determinação da base de cálculo da
sua constituição. participação dos trabalhadores nos lucros ou re‑
§ 2o  É vedado o pagamento de qualquer sultados, poderão ser deduzidas as importâncias
antecipação ou distribuição de valores a título pagas em dinheiro a título de pensão alimentí‑
de participação nos lucros ou resultados da cia em face das normas do Direito de Família,
empresa em mais de 2 (duas) vezes no mesmo quando em cumprimento de decisão judicial,
ano civil e em periodicidade inferior a 1 (um) de acordo homologado judicialmente ou de
trimestre civil. separação ou divórcio consensual realizado por
§ 3o  Todos os pagamentos efetuados em de‑ escritura pública, desde que correspondentes a
corrência de planos de participação nos lucros esse rendimento, não podendo ser utilizada a
ou resultados, mantidos espontaneamente pela mesma parcela para a determinação da base de
empresa, poderão ser compensados com as obri‑ cálculo dos demais rendimentos.
160 gações decorrentes de acordos ou convenções
§ 11.  A partir do ano-calendário de 2014, do inciso I do caput do art. 30 da Constituição
inclusive, os valores da tabela progressiva anual Federal.
constante do Anexo serão reajustados no mesmo Parágrafo único.  O repouso semanal remu‑
percentual de reajuste da Tabela Progressiva nerado deverá coincidir, pelo menos 1 (uma)
Mensal do imposto de renda incidente sobre vez no período máximo de 3 (três) semanas,
os rendimentos das pessoas físicas. com o domingo, respeitadas as demais normas
de proteção ao trabalho e outras a serem esti‑
Art. 4o  Caso a negociação visando à participa‑ puladas em negociação coletiva.
ção nos lucros ou resultados da empresa resulte
em impasse, as partes poderão utilizar-se dos Art. 6o-A.  É permitido o trabalho em feriados
seguintes mecanismos de solução do litígio: nas atividades do comércio em geral, desde que
I – mediação; autorizado em convenção coletiva de trabalho
II – arbitragem de ofertas finais, utilizando‑ e observada a legislação municipal, nos termos
-se, no que couber, os termos da Lei no 9.307, do inciso I do caput do art. 30 da Constituição
de 23 de setembro de 1996. Federal.
§ 1o  Considera-se arbitragem de ofertas fi‑
nais aquela em que o árbitro deve restringir-se Art. 6o-B.  As infrações ao disposto nos arts. 6o
a optar pela proposta apresentada, em caráter e 6o‑A desta Lei serão punidas com a multa
definitivo, por uma das partes. prevista no art. 75 da Consolidação das Leis do
§ 2o  O mediador ou o árbitro será escolhido Trabalho, aprovada pelo Decreto-lei no 5.452,
de comum acordo entre as partes. de 1o de maio de 1943.
§ 3o  Firmado o compromisso arbitral, não Parágrafo único.  O processo de fiscalização,
será admitida a desistência unilateral de qual‑ de autuação e de imposição de multas reger-se-á
quer das partes. pelo disposto no Título VII da Consolidação
§ 4o  O laudo arbitral terá força normativa, das Leis do Trabalho.
independentemente de homologação judicial.
Art. 7o  Ficam convalidados os atos praticados
Art. 5   A participação de que trata o art. 1
o o
com base na Medida Provisória no 1.982‑76, de
desta Lei, relativamente aos trabalhadores em 26 de outubro de 2000.
empresas estatais, observará diretrizes especí‑
ficas fixadas pelo Poder Executivo. Art. 8o  Esta Lei entra em vigor na data de sua
Parágrafo único.  Consideram-se empresas publicação.
estatais as empresas públicas, sociedades de
economia mista, suas subsidiárias e controladas Congresso Nacional, 19 de dezembro de 2000;
e demais empresas em que a União, direta ou 179o da Independência e 112o da República.
indiretamente, detenha a maioria do capital
social com direito a voto. ANTONIO CARLOS MAGALHÃES

Art. 6o  Fica autorizado o trabalho aos do‑ Promulgada em 19/12/2000 e publicada no DOU
mingos nas atividades do comércio em geral, de 20/12/2000.
observada a legislação municipal, nos termos
Normas correlatas

161
Anexo

Participação nos Lucros

Tabela de tributação exclusiva na fonte

Valor da PLR anual (em R$) Alíquota Parcela a deduzir do IR (em R$)
de 0,00 a 6.000,00 0% -
de 6.000,01 a 9.000,00 7,5% 450,00
de 9.000,01 a 12.000,00 15% 1.125,00
de 12.000,01 a 15.000,00 22,5% 2.025,00
acima de 15.000,00 27,5% 2.775,00
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas

162
Lei no 7.998/1990
Regula o Programa do Seguro-Desemprego, o Abono Salarial, institui o Fundo de Amparo ao
Trabalhador – FAT, e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA escravo, em decorrência de ação de fiscalização


do Ministério do Trabalho e Emprego, será dessa
Faço saber que o Congresso Nacional decreta situação resgatado e terá direito à percepção de
e eu sanciono a seguinte Lei: três parcelas de seguro-desemprego no valor de
um salário mínimo cada, conforme o disposto
Art. 1o  Esta Lei regula o Programa do Seguro- no § 2o deste artigo.
-Desemprego e o abono de que tratam o inciso § 1o  O trabalhador resgatado nos termos
II do art. 7o, o inciso IV do art. 201 e o art. 239, do caput deste artigo será encaminhado, pelo
da Constituição Federal, bem como institui o Ministério do Trabalho e Emprego, para quali-
Fundo de Amparo ao Trabalhador – FAT. ficação profissional e recolocação no mercado
de trabalho, por meio do Sistema Nacional de
Do Programa de Seguro-Desemprego Emprego – Sine, na forma estabelecida pelo
Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo
Art. 2o  O Programa do Seguro-Desemprego ao Trabalhador – Codefat.
tem por finalidade: § 2o  Caberá ao Codefat, por proposta do
I – prover assistência financeira temporária Ministro de Estado do Trabalho e Emprego,
ao trabalhador desempregado em virtude de estabelecer os procedimentos necessários ao
dispensa sem justa causa, inclusive a indireta, recebimento do benefício previsto no caput
e ao trabalhador comprovadamente resgatado deste artigo, observados os respectivos limites de
de regime de trabalho forçado ou da condição comprometimento dos recursos do FAT, ficando
análoga à de escravo; vedado ao mesmo trabalhador o recebimento do
II – auxiliar os trabalhadores na busca ou benefício, em circunstâncias similares, nos doze
preservação do emprego, promovendo, para meses seguintes à percepção da última parcela.
tanto, ações integradas de orientação, recolo-
cação e qualificação profissional. Art. 3o  Terá direito à percepção do seguro-de-
semprego o trabalhador dispensado sem justa
Art. 2o-A.  Para efeito do disposto no inciso II causa que comprove:
do art. 2o, fica instituída a bolsa de qualifica- I – ter recebido salários de pessoa jurídica
ção profissional, a ser custeada pelo Fundo de ou de pessoa física a ela equiparada, relativos a:
Amparo ao Trabalhador – FAT, à qual fará jus o a)  pelo menos 12 (doze) meses nos últimos
trabalhador que estiver com o contrato de tra- 18 (dezoito) meses imediatamente anteriores
balho suspenso em virtude de participação em à data de dispensa, quando da primeira soli-
curso ou programa de qualificação profissional citação;
oferecido pelo empregador, em conformidade b)  pelo menos 9 (nove) meses nos últimos 12
com o disposto em convenção ou acordo cole- (doze) meses imediatamente anteriores à data
tivo celebrado para este fim. de dispensa, quando da segunda solicitação; e
Normas correlatas

c)  cada um dos 6 (seis) meses imediatamente


Art. 2o-B. (Revogado) anteriores à data de dispensa, quando das demais
solicitações;
Art. 2o-C.  O trabalhador que vier a ser iden- II – (Revogado);
tificado como submetido a regime de trabalho III – não estar em gozo de qualquer benefício
forçado ou reduzido a condição análoga à de previdenciário de prestação continuada, previsto 163
no Regulamento dos Benefícios da Previdência demonstrado na declaração anual simplificada
Social, excetuado o auxílio-acidente e o auxílio da microempresa individual.
suplementar previstos na Lei no 6.367, de 19 de
outubro de 1976, bem como o abono de per- Art. 3o-A.  A periodicidade, os valores, o cál-
manência em serviço previsto na Lei no 5.890, culo do número de parcelas e os demais proce-
de 8 de junho de 1973; dimentos operacionais de pagamento da bolsa
IV – não estar em gozo do auxílio-desem- de qualificação profissional, nos termos do
prego; e art. 2o‑A desta Lei, bem como os pré-requisitos
V – não possuir renda própria de qualquer para habilitação serão os mesmos adotados em
natureza suficiente à sua manutenção e de sua relação ao benefício do Seguro-Desemprego,
família; exceto quanto à dispensa sem justa causa.
VI – matrícula e frequência, quando aplicá-
vel, nos termos do regulamento, em curso de Art. 4o  O benefício do seguro-desemprego será
formação inicial e continuada ou de qualificação concedido ao trabalhador desempregado, por
profissional habilitado pelo Ministério da Edu- período máximo variável de 3 (três) a 5 (cinco)
cação, nos termos do art. 18 da Lei no 12.513, meses, de forma contínua ou alternada, a cada
de 26 de outubro de 2011, ofertado por meio período aquisitivo, contados da data de dispensa
da Bolsa-Formação Trabalhador concedida no que deu origem à última habilitação, cuja dura-
âmbito do Programa Nacional de Acesso ao ção será definida pelo Conselho Deliberativo do
Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), insti- Fundo de Amparo ao Trabalhador (Codefat).
tuído pela Lei no 12.513, de 26 de outubro de § 1o  O benefício do seguro-desemprego po-
2011, ou de vagas gratuitas na rede de educação derá ser retomado a cada novo período aquisiti-
profissional e tecnológica. vo, satisfeitas as condições arroladas nos incisos
§ 1o  A União poderá condicionar o recebi- I, III, IV e V do caput do art. 3o.
mento da assistência financeira do Programa de § 2o  A determinação do período máximo
Seguro-Desemprego à comprovação da matrí- mencionado no caput observará a seguinte re-
cula e da frequência do trabalhador segurado lação entre o número de parcelas mensais do
em curso de formação inicial e continuada ou benefício do seguro-desemprego e o tempo de
qualificação profissional, com carga horária serviço do trabalhador nos 36 (trinta e seis)
mínima de 160 (cento e sessenta) horas. meses que antecederem a data de dispensa que
§ 2o  O Poder Executivo regulamentará os originou o requerimento do seguro-desemprego,
critérios e requisitos para a concessão da assis- vedado o cômputo de vínculos empregatícios
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas

tência financeira do Programa de Seguro-De- utilizados em períodos aquisitivos anteriores:


semprego nos casos previstos no § 1o, conside- I – para a primeira solicitação:
rando a disponibilidade de bolsas-formação a)  4 (quatro) parcelas, se o trabalhador com-
no âmbito do Pronatec ou de vagas gratuitas provar vínculo empregatício com pessoa jurídica
na rede de educação profissional e tecnológica ou pessoa física a ela equiparada de, no mínimo,
para o cumprimento da condicionalidade pelos 12 (doze) meses e, no máximo, 23 (vinte e três)
respectivos beneficiários. meses, no período de referência; ou
§ 3o  A oferta de bolsa para formação dos b)  5 (cinco) parcelas, se o trabalhador com-
trabalhadores de que trata este artigo consi- provar vínculo empregatício com pessoa jurí-
derará, entre outros critérios, a capacidade de dica ou pessoa física a ela equiparada de, no
oferta, a reincidência no recebimento do be- mínimo, 24 (vinte e quatro) meses, no período
nefício, o nível de escolaridade e a faixa etária de referência;
do trabalhador. II – para a segunda solicitação:
§ 4o  O registro como Microempreendedor a)  3 (três) parcelas, se o trabalhador compro-
Individual – MEI, de que trata o art. 18‑A da var vínculo empregatício com pessoa jurídica
Lei Complementar no 123, de 14 de dezem- ou pessoa física a ela equiparada de, no mínimo,
bro de 2006, não comprovará renda própria 9 (nove) meses e, no máximo, 11 (onze) meses,
164 suficiente à manutenção da família, exceto se no período de referência;
b)  4 (quatro) parcelas, se o trabalhador com- § 7o  O Codefat observará as estatísticas do
provar vínculo empregatício com pessoa jurídica mercado de trabalho, inclusive o tempo médio
ou pessoa física a ela equiparada de, no mínimo, de permanência no emprego, por setor, e reco-
12 (doze) meses e, no máximo, 23 (vinte e três) mendará ao Ministro de Estado do Trabalho
meses, no período de referência; ou e Emprego a adoção de políticas públicas que
c)  5 (cinco) parcelas, se o trabalhador com- julgar adequadas à mitigação da alta rotatividade
provar vínculo empregatício com pessoa jurí- no emprego.
dica ou pessoa física a ela equiparada de, no
mínimo, 24 (vinte e quatro) meses, no período Art. 4o-A. (Vetado)
de referência;
III – a partir da terceira solicitação: Art. 4o-B. (Vetado)
a)  3 (três) parcelas, se o trabalhador compro-
var vínculo empregatício com pessoa jurídica Art. 5o  O valor do benefício será fixado em
ou pessoa física a ela equiparada de, no mínimo, Bônus do Tesouro Nacional – BTN, devendo
6 (seis) meses e, no máximo, 11 (onze) meses, ser calculado segundo 3 (três) faixas salariais,
no período de referência; observados os seguintes critérios:
b)  4 (quatro) parcelas, se o trabalhador com- I – até 300 (trezentos) BTN, multiplicar-se-á
provar vínculo empregatício com pessoa jurídica o salário médio dos últimos 3 (três) meses pelo
ou pessoa física a ela equiparada de, no mínimo, fator 0,8 (oito décimos);
12 (doze) meses e, no máximo, 23 (vinte e três) II – de 300 (trezentos) a 500 (quinhentos)
meses, no período de referência; ou BTN aplicar-se-á, até o limite do inciso anterior,
c)  5 (cinco) parcelas, se o trabalhador com- a regra nele contida e, no que exceder, o fator
provar vínculo empregatício com pessoa jurí- 0,5 (cinco décimos);
dica ou pessoa física a ela equiparada de, no III – acima de 500 (quinhentos) BTN, o va-
mínimo, 24 (vinte e quatro) meses, no período lor do benefício será igual a 340 (trezentos e
de referência. quarenta) BTN.
§ 3o  A fração igual ou superior a 15 (quinze) § 1o  Para fins de apuração do benefício, será
dias de trabalho será havida como mês integral considerada a média dos salários dos últimos 3
para os efeitos do § 2o. (três) meses anteriores à dispensa, devidamente
§ 4o  Nos casos em que o cálculo da parcela convertidos em BTN pelo valor vigente nos
do seguro-desemprego resultar em valores deci- respectivos meses trabalhados.
mais, o valor a ser pago deverá ser arredondado § 2o  O valor do benefício não poderá ser
para a unidade inteira imediatamente superior. inferior ao valor do salário mínimo.
§ 5o  O período máximo de que trata o caput § 3o  No pagamento dos benefícios, consi-
poderá ser excepcionalmente prolongado por derar-se-á:
até 2 (dois) meses, para grupos específicos de I – o valor do BTN ou do salário mínimo do
segurados, a critério do Codefat, desde que o mês imediatamente anterior, para benefícios
gasto adicional representado por esse prolonga- colocados à disposição do beneficiário até o
mento não ultrapasse, em cada semestre, 10% dia 10 (dez) do mês;
(dez por cento) do montante da reserva mínima II – o valor do BTN ou do salário mínimo
de liquidez de que trata o § 2o do art. 9o da Lei do próprio mês, para benefícios colocados à
no 8.019, de 11 de abril de 1990. disposição do beneficiário após o dia 10 (dez)
§ 6o  Na hipótese de prolongamento do pe- do mês.
ríodo máximo de percepção do benefício do
Normas correlatas

seguro-desemprego, o Codefat observará, entre Art. 6o  O seguro-desemprego é direito pessoal


outras variáveis, a evolução geográfica e setorial e intransferível do trabalhador, podendo ser
das taxas de desemprego no País e o tempo requerido a partir do sétimo dia subsequente
médio de desemprego de grupos específicos à rescisão do contrato de trabalho.
de trabalhadores.
165
Art. 7o  O pagamento do benefício do segu- III – por comprovação de fraude visando à
ro-desemprego será suspenso nas seguintes percepção indevida da bolsa de qualificação
situações: profissional;
I – admissão do trabalhador em novo em- IV – por morte do beneficiário.
prego;
II – início de percepção de benefício de pres- Art. 8o-B.  Na hipótese prevista no § 5o do
tação continuada da Previdência Social, exceto art. 476‑A da Consolidação das Leis do Traba-
o auxílio-acidente, o auxílio suplementar e o lho – CLT, as parcelas da bolsa de qualificação
abono de permanência em serviço; profissional que o empregado tiver recebido
III – início de percepção de auxílio-desem- serão descontadas das parcelas do benefício do
prego; Seguro-Desemprego a que fizer jus, sendo-lhe
IV – recusa injustificada por parte do traba- garantido, no mínimo, o recebimento de uma
lhador desempregado em participar de ações de parcela do Seguro-Desemprego.
recolocação de emprego, conforme regulamen-
tação do Codefat. Art. 8o-C.  Para efeito de habilitação ao Seguro-
-Desemprego, desconsiderar-se-á o período de
Art. 7o-A.  O pagamento da bolsa de qualifi- suspensão contratual de que trata o art. 476‑A da
cação profissional será suspenso se ocorrer a CLT, para o cálculo dos períodos de que tratam
rescisão do contrato de trabalho. os incisos I e II do art. 3o desta Lei.

Art. 8o  O benefício do seguro-desemprego Do Abono Salarial


será cancelado:
I – pela recusa por parte do trabalhador de- Art. 9o  É assegurado o recebimento de abo-
sempregado de outro emprego condizente com no salarial anual, no valor máximo de 1 (um)
sua qualificação registrada ou declarada e com salário mínimo vigente na data do respectivo
sua remuneração anterior; pagamento, aos empregados que:
II – por comprovação de falsidade na presta- I – tenham percebido, de empregadores que
ção das informações necessárias à habilitação; contribuem para o Programa de Integração
III – por comprovação de fraude visando à Social – PIS ou para o Programa de Formação
percepção indevida do benefício do seguro- do Patrimônio do Servidor Público – Pasep,
-desemprego; ou até 2 (dois) salários mínimos médios de remu-
IV – por morte do segurado. neração mensal no período trabalhado e que
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas

§ 1o  Nos casos previstos nos incisos I a III tenham exercido atividade remunerada pelo
deste artigo, será suspenso por um período de menos durante 30 (trinta) dias no ano-base;
2 (dois) anos, ressalvado o prazo de carência, II – estejam cadastrados há pelo menos 5
o direito do trabalhador à percepção do segu- (cinco) anos no Fundo de Participação PIS-Pa-
ro-desemprego, dobrando-se este período em sep ou no Cadastro Nacional do Trabalhador.
caso de reincidência. § 1o  No caso de beneficiários integrantes do
§ 2o  O benefício poderá ser cancelado na Fundo de Participação PIS-Pasep, serão compu-
hipótese de o beneficiário deixar de cumprir a tados no valor do abono salarial os rendimen-
condicionalidade de que trata o § 1o do art. 3o tos proporcionados pelas respectivas contas
desta Lei, na forma do regulamento. individuais.
§ 2o  O valor do abono salarial anual de que
Art. 8o-A.  O benefício da bolsa de qualifica- trata o caput será calculado na proporção de
ção profissional será cancelado nas seguintes 1/12 (um doze avos) do valor do salário míni-
situações: mo vigente na data do respectivo pagamento,
I – fim da suspensão contratual e retorno multiplicado pelo número de meses trabalhados
ao trabalho; no ano correspondente.
II – por comprovação de falsidade na presta-
166 ção das informações necessárias à habilitação;
§ 3o  A fração igual ou superior a 15 (quinze) IV – o produto da arrecadação da contribui-
dias de trabalho será contada como mês integral ção adicional pelo índice de rotatividade, de que
para os efeitos do § 2o deste artigo. trata o § 4o do art. 239 da Constituição Federal;
§ 4o  O valor do abono salarial será emitido V – outros recursos que lhe sejam destinados.
em unidades inteiras de moeda corrente, com a
suplementação das partes decimais até a unidade Arts.  12 a 14. (Vetados)
inteira imediatamente superior.
Art. 15.  Compete aos Bancos Oficiais Federais
Art. 9o-A.  O abono será pago pelo Banco do o pagamento das despesas relativas ao Programa
Brasil S.A. e pela Caixa Econômica Federal do Seguro-Desemprego e ao Abono Salarial
mediante: conforme normas a serem definidas pelos ges-
I – depósito em nome do trabalhador; tores do FAT.
II – saque em espécie; ou Parágrafo único.  Sobre o saldo de recursos
III – folha de salários. não desembolsados, os agentes pagadores re-
§ 1o  Ao Banco do Brasil S.A. caberá o pa- munerarão o FAT, no mínimo com correção
gamento aos servidores e empregados dos monetária.
contribuintes mencionados no art. 14 do De-
creto-lei no 2.052, de 3 de agosto de 1983, e Art. 16. (Revogado)
à Caixa Econômica Federal, aos empregados
dos contribuintes a que se refere o art. 15 desse Art. 17. (Revogado)
Decreto-lei.
§ 2o  As instituições financeiras pagadoras Gestão
manterão em seu poder, à disposição das auto-
ridades fazendárias, por processo que possibilite Art. 18.  É instituído o Conselho Deliberativo
sua imediata recuperação, os comprovantes de do Fundo de Amparo ao Trabalhador – Codefat,
pagamentos efetuados. composto por representação de trabalhadores,
empregadores e órgãos e entidades governamen-
Do Fundo de Amparo ao Trabalhador tais, na forma estabelecida pelo Poder Executivo.
§ 1o (Revogado)
Art. 10.  É instituído o Fundo de Amparo ao § 2o (Revogado)
Trabalhador (FAT), vinculado ao Ministério § 3o  Os representantes dos trabalhadores se-
do Trabalho e Emprego, destinado ao custeio rão indicados pelas centrais sindicais e confede-
do Programa de Seguro-Desemprego, ao paga- rações de trabalhadores; e os representantes dos
mento do abono salarial e ao financiamento de empregadores, pelas respectivas confederações.
programas de educação profissional e tecnoló- § 4o  Compete ao Ministro do Trabalho a
gica e de desenvolvimento econômico. nomeação dos membros do Codefat.
Parágrafo único.  O FAT é um fundo contábil, § 5o (Revogado)
de natureza financeira, subordinando-se, no que § 6o  Pela atividade exercida no Codefat seus
couber, à legislação vigente. membros não serão remunerados.

Art. 11.  Constituem recursos do FAT: Art. 19.  Compete ao Codefat gerir o FAT e


I – o produto da arrecadação das contribui- deliberar sobre as seguintes matérias:
ções devidas ao PIS e ao Pasep; I – (Vetado);
II – o produto dos encargos devidos pelos II – aprovar e acompanhar a execução do
Normas correlatas

contribuintes, em decorrência da inobservância Plano de Trabalho Anual do Programa do


de suas obrigações; Seguro-Desemprego e do Abono Salarial e os
III – a correção monetária e os juros devidos respectivos orçamentos;
pelo agente aplicador dos recursos do Fundo, III – deliberar sobre a prestação de contas
bem como pelos agentes pagadores, incidentes e os relatórios de execução orçamentária e fi-
sobre o saldo dos repasses recebidos; nanceira do FAT; 167
IV – elaborar a proposta orçamentária do Art. 20.  A Secretaria-Executiva do Conselho
FAT, bem como suas alterações; Deliberativo será exercida pelo Ministério do
V – propor o aperfeiçoamento da legislação Trabalho, e a ela caberão as tarefas técnico-ad-
relativa ao Seguro-Desemprego e ao Abono ministrativas relativas ao seguro-desemprego
Salarial e regulamentar os dispositivos desta e ao abono salarial.
Lei no âmbito de sua competência;
VI – decidir sobre sua própria organização, Art. 21.  As despesas com a implantação, ad-
elaborando seu regimento interno; ministração e operação do Programa do Segu-
VII – analisar relatórios do agente aplicador ro-Desemprego e de Abono Salarial, exceto as
quanto à forma, prazo e natureza dos investi- de pessoal, correrão por conta do FAT.
mentos realizados;
VIII – fiscalizar a administração do Fundo, Art. 22.  Os recursos do FAT integrarão o
podendo solicitar informações sobre contratos orçamento da seguridade social na forma da
celebrados ou em vias de celebração e quaisquer legislação pertinente.
outros atos;
IX – definir indexadores sucedâneos no caso Da Fiscalização e Penalidades
de extinção ou alteração daqueles referidos nesta
Lei; Art. 23.  Compete ao Ministério do Trabalho e
X – baixar instruções necessárias à devolução Previdência a fiscalização do cumprimento do
de parcelas do benefício do seguro-desemprego, Programa de Seguro-Desemprego e do abono
indevidamente recebidas; salarial, bem como do pagamento, pelas em-
XI – propor alteração das alíquotas referen- presas, da bolsa de qualificação profissional
tes às contribuições a que alude o art. 239 da de que trata o art. 2o‑A desta Lei, ou de benefí-
Constituição Federal, com vistas a assegurar cios de programas instituídos para promover a
a viabilidade econômico-financeira do FAT; manutenção de empregos ou a qualificação de
XII – (Vetado); trabalhadores, custeados com recursos do FAT.
XIII – (Vetado);
XIV – fixar prazos para processamento e Art. 24.  Os trabalhadores, os empregadores
envio ao trabalhador da requisição do benefício e os serviços nacionais de aprendizagem ou
do seguro-desemprego, em função das possi- entidades qualificadas em formação técnico
bilidades técnicas existentes, estabelecendo-se profissional, bem como os trabalhadores de pro-
como objetivo o prazo de 30 (trinta) dias; gramas instituídos para promover a manutenção
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas

XV – (Vetado); de empregos ou a qualificação de trabalhadores,


XVI – (Vetado); prestarão as informações necessárias, bem como
XVII – deliberar sobre outros assuntos de atenderão às exigências para a concessão do
interesses do FAT. seguro-desemprego e o pagamento do abono
salarial e da bolsa de qualificação profissional
Art. 19-A.  O Codefat poderá priorizar projetos de que trata o art. 2o‑A desta Lei, ou de benefí-
das entidades integrantes do Sistema Nacional cios de programas instituídos para promover a
de Atendimento Socioeducativo (Sinase) desde manutenção de empregos ou a qualificação de
que: trabalhadores, nos termos e nos prazos fixados
I – o ente federado de vinculação da entidade pelo Ministério do Trabalho e Previdência.
que solicita o recurso possua o respectivo Plano
de Atendimento Socioeducativo aprovado; Art. 25.  O empregador que infringir os dispo-
II – as entidades governamentais e não go- sitivos desta Lei estará sujeito a multas de 400
vernamentais integrantes do Sinase que solici- (quatrocentos) a 40.000 (quarenta mil) BTN,
tem recursos tenham se submetido à avaliação segundo a natureza da infração, sua extensão
nacional do atendimento socioeducativo. e a intenção do infrator, a serem aplicadas em
dobro, no caso de reincidência, oposição à fis-
168 calização ou desacato à autoridade.
§ 1o  Serão competentes para impor as pe- Art. 27.  A primeira investidura do Codefat
nalidades as Delegacias Regionais do Trabalho, dar-se-á no prazo de 30 (trinta) dias da publi-
nos termos do Título VII da Consolidação das cação desta Lei.
Leis do Trabalho – CLT.
§ 2o  Além das penalidades administrativas Art. 28.  No prazo de trinta dias as contribui-
já referidas, os responsáveis por meios frau- ções ao PIS e ao Pasep, arrecadadas a partir
dulentos na habilitação ou na percepção do de 5 de outubro de 1988 e não utilizadas nas
seguro-desemprego serão punidos civil e cri- finalidades previstas no art. 239 da Constituição
minalmente, nos termos desta Lei. Federal, serão recolhidas como receita do FAT.
Parágrafo único. (Vetado)
Art. 25-A.  O trabalhador que infringir o
disposto nesta Lei e houver percebido indevi- Art. 29. (Revogado)
damente parcela de seguro-desemprego sujei-
tar-se-á à compensação automática do débito Art. 30.  O Poder Executivo regulamentará esta
com o novo benefício, na forma e no percentual Lei no prazo de 90 (noventa) dias e apresentará
definidos por resolução do Codefat. projeto de lei regulamentando a contribuição
§ 1o  O ato administrativo de compensação adicional pelo índice de rotatividade, de que
automática poderá ser objeto de impugnação, trata o § 4o do art. 239 da Constituição Federal,
no prazo de 10 (dez) dias, pelo trabalhador, no prazo de 180 (cento e oitenta) dias.
por meio de requerimento de revisão simples,
o qual seguirá o rito prescrito pela Lei no 9.784, Art. 31.  Esta Lei entra em vigor na data de
de 29 de janeiro de 1999. sua publicação.
§ 2o  A restituição de valor devido pelo tra-
balhador de que trata o caput deste artigo será Art. 32.  Revogam-se as disposições em con-
realizada mediante compensação do saldo de trário.
valores nas datas de liberação de cada parcela ou
pagamento com Guia de Recolhimento da União Brasília, 11 de janeiro de 1990; 169o da Inde-
(GRU), conforme regulamentação do Codefat. pendência e 102o da República.

Das Disposições Finais e Transitórias JOSÉ SARNEY

Art. 26. (Vetado) Promulgada em 11/1/1990 e publicada no DOU de


12/1/1990.

Normas correlatas

169
Lei no 7.783/1989
Dispõe sobre o exercício do direito de greve, define as atividades essenciais, regula o atendimento
das necessidades inadiáveis da comunidade, e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA trabalhadores nas negociações ou na Justiça


do Trabalho.
Faço saber que o Congresso Nacional decreta
e eu sanciono a seguinte Lei: Art. 6o  São assegurados aos grevistas, dentre
outros direitos:
Art. 1o  É assegurado o direito de greve, com- I – o emprego de meios pacíficos tendentes
petindo aos trabalhadores decidir sobre a opor- a persuadir ou aliciar os trabalhadores a ade-
tunidade de exercê-lo e sobre os interesses que rirem à greve;
devam por meio dele defender. II – a arrecadação de fundos e a livre divul-
Parágrafo único.  O direito de greve será exer- gação do movimento.
cido na forma estabelecida nesta Lei. § 1o  Em nenhuma hipótese, os meios ado-
tados por empregados e empregadores poderão
Art. 2o  Para os fins desta Lei, considera-se le- violar ou constranger os direitos e garantias
gítimo exercício do direito de greve a suspensão fundamentais de outrem.
coletiva, temporária e pacífica, total ou parcial, § 2o  É vedado às empresas adotar meios para
de prestação pessoal de serviços a empregador. constranger o empregado ao comparecimento
ao trabalho, bem como capazes de frustrar a
Art. 3o  Frustrada a negociação ou verificada a divulgação do movimento.
impossibilidade de recurso via arbitral, é facul- § 3o  As manifestações e atos de persuasão
tada a cessação coletiva do trabalho. utilizados pelos grevistas não poderão impedir o
Parágrafo único.  A entidade patronal cor- acesso ao trabalho nem causar ameaça ou dano
respondente ou os empregadores diretamente à propriedade ou pessoa.
interessados serão notificados, com antecedên-
cia mínima de 48 (quarenta e oito) horas, da Art. 7o  Observadas as condições previstas
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas

paralisação. nesta Lei, a participação em greve suspende


o contrato de trabalho, devendo as relações
Art. 4o  Caberá à entidade sindical correspon- obrigacionais durante o período ser regidas pelo
dente convocar, na forma do seu estatuto, as- acordo, convenção, laudo arbitral ou decisão da
sembleia geral que definirá as reivindicações Justiça do Trabalho.
da categoria e deliberará sobre a paralisação Parágrafo único.  É vedada a rescisão de con-
coletiva da prestação de serviços. trato de trabalho durante a greve, bem como a
§ 1o  O estatuto da entidade sindical deve- contratação de trabalhadores substitutos, ex-
rá prever as formalidades de convocação e o ceto na ocorrência das hipóteses previstas nos
quorum para a deliberação, tanto da deflagração arts. 9o e 14.
quanto da cessação da greve.
§ 2o  Na falta de entidade sindical, a assem- Art. 8o  A Justiça do Trabalho, por iniciativa de
bleia geral dos trabalhadores interessados de- qualquer das partes ou do Ministério Público do
liberará para os fins previstos no caput, cons- Trabalho, decidirá sobre a procedência, total ou
tituindo comissão de negociação. parcial, ou improcedência das reivindicações,
cumprindo ao Tribunal publicar, de imediato,
Art. 5o  A entidade sindical ou comissão espe- o competente acórdão.
170 cialmente eleita representará os interesses dos
Art. 9o  Durante a greve, o sindicato ou a co- XV – atividades portuárias.
missão de negociação, mediante acordo com
a entidade patronal ou diretamente com o Art. 11.  Nos serviços ou atividades essenciais,
empregador, manterá em atividade equipes de os sindicatos, os empregadores e os trabalhado-
empregados com o propósito de assegurar os res ficam obrigados, de comum acordo, a ga-
serviços cuja paralisação resultem em prejuízo rantir, durante a greve, a prestação dos serviços
irreparável, pela deterioração irreversível de indispensáveis ao atendimento das necessidades
bens, máquinas e equipamentos, bem como inadiáveis da comunidade.
a manutenção daqueles essenciais à retomada Parágrafo único.  São necessidades inadiáveis
das atividades da empresa quando da cessação da comunidade aquelas que, não atendidas,
do movimento. coloquem em perigo iminente a sobrevivência,
Parágrafo único.  Não havendo acordo, é as- a saúde ou a segurança da população.
segurado ao empregador, enquanto perdurar
a greve, o direito de contratar diretamente os Art. 12.  No caso da inobservância do disposto
serviços necessários a que se refere este artigo. no artigo anterior, o Poder Público assegurará a
prestação dos serviços indispensáveis.
Art. 10.  São considerados serviços ou ativi-
dades essenciais: Art. 13.  Na greve em serviços ou atividades
I – tratamento e abastecimento de água; pro- essenciais, ficam as entidades sindicais ou os
dução e distribuição de energia elétrica, gás e trabalhadores, conforme o caso, obrigados a
combustíveis; comunicar a decisão aos empregadores e aos
II – assistência médica e hospitalar; usuários com antecedência mínima de 72 (se-
III – distribuição e comercialização de me- tenta e duas) horas da paralisação.
dicamentos e alimentos;
IV – funerários; Art. 14.  Constitui abuso do direito de greve a
V – transporte coletivo; inobservância das normas contidas na presente
VI – captação e tratamento de esgoto e lixo; Lei, bem como a manutenção da paralisação
VII – telecomunicações; após a celebração de acordo, convenção ou de-
VIII – guarda, uso e controle de substâncias cisão da Justiça do Trabalho.
radioativas, equipamentos e materiais nucleares; Parágrafo único.  Na vigência de acordo,
IX – processamento de dados ligados a ser- convenção ou sentença normativa não cons-
viços essenciais; titui abuso do exercício do direito de greve a
X – controle de tráfego aéreo e navegação paralisação que:
aérea; I – tenha por objetivo exigir o cumprimento
XI – compensação bancária; de cláusula ou condição;
XII – atividades médico-periciais relaciona- II – seja motivada pela superveniência de fato
das com o regime geral de previdência social e novo ou acontecimento imprevisto que modi-
a assistência social; fique substancialmente a relação de trabalho.
XIII – atividades médico-periciais relaciona-
das com a caracterização do impedimento físico, Art. 15.  A responsabilidade pelos atos pratica-
mental, intelectual ou sensorial da pessoa com dos, ilícitos ou crimes cometidos, no curso da
deficiência, por meio da integração de equipes greve, será apurada, conforme o caso, segundo
multiprofissionais e interdisciplinares, para fins a legislação trabalhista, civil ou penal.
de reconhecimento de direitos previstos em lei, Parágrafo único.  Deverá o Ministério Públi-
Normas correlatas

em especial na Lei no 13.146, de 6 de julho de co, de ofício, requisitar a abertura do competente


2015 (Estatuto da Pessoa com Deficiência); e inquérito e oferecer denúncia quando houver
XIV – outras prestações médico-periciais da indício da prática de delito.
carreira de Perito Médico Federal indispensáveis
ao atendimento das necessidades inadiáveis da Art. 16.  Para os fins previstos no art. 37, inciso
comunidade; VII, da Constituição, lei complementar definirá 171
os termos e os limites em que o direito de greve 4 de agosto de 1978, e demais disposições em
poderá ser exercido. contrário.

Art. 17.  Fica vedada a paralisação das ativi- Art. 19.  Esta Lei entra em vigor na data de
dades, por iniciativa do empregador, com o sua publicação.
objetivo de frustrar negociação ou dificultar o
atendimento de reivindicações dos respectivos Brasília, 28 de junho de 1989; 168o da Indepen-
empregados (lockout). dência e 101o da República.
Parágrafo único.  A prática referida no caput
assegura aos trabalhadores o direito à percepção JOSÉ SARNEY
dos salários durante o período de paralisação.
Promulgada em 28/6/1989 e publicada no DOU de
Art. 18.  Ficam revogados a Lei no 4.330, de 29/6/1989.
1o de junho de 1964, o Decreto-lei no 1.632, de
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas

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Lei no 4.090/1962
Institui a gratificação de Natal para os trabalhadores.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Art. 2o  As faltas legais e justificadas ao serviço


não serão deduzidas para os fins previstos no
Faço saber que o Congresso Nacional decreta parágrafo 1o do art. 1o desta Lei.
e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 3o  Ocorrendo rescisão, sem justa causa, do
Art. 1o  No mês de dezembro de cada ano, a contrato de trabalho, o empregado receberá a
todo empregado será paga, pelo empregador, gratificação devida nos termos dos parágrafos
uma gratificação salarial, independentemente 1o e 2o do art. 1o desta Lei, calculada sobre a
da remuneração a que fizer jus. remuneração do mês da rescisão.
§ 1o  A gratificação corresponderá a 1/12 avos
da remuneração devida em dezembro, por mês Art. 4o  Esta Lei entrará em vigor na data de
de serviço, do ano correspondente. sua publicação, revogadas as disposições em
§ 2o  A fração igual ou superior a 15 (quinze) contrário.
dias de trabalho será havida como mês integral
para os efeitos do parágrafo anterior. Brasília, 13 de julho de 1962; 141o da Indepen-
§ 3o  A gratificação será proporcional: dência e 74o da República.
I – na extinção dos contratos a prazo, entre
estes incluídos os de safra, ainda que a relação JOÃO GOULART
de emprego haja findado antes de dezembro; e
II – na cessação da relação de emprego re- Promulgada em 13/7/1962 e publicada no DOU de
sultante da aposentadoria do trabalhador, ainda 26/7/1962.
que verificada antes de dezembro.

Normas correlatas

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Esta obra apresenta a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), estabelecida pelo Decreto-lei
no 5.452, de 1o de maio de 1943, que unificou a legislação trabalhista existente à época.
Desde então, a norma passou a regular as relações individuais e coletivas de trabalho no
país, tendo sido objeto de diversas modificações e reformas.

Constam ainda da publicação os dispositivos constitucionais relacionados ao assunto, bem


como normas correlatas.

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