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XLIII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

"A contribuição da engenharia de produção para desenvolvimento sustentável


das organizações: Cadeias Circulares, sustentabilidade e tecnologias"
Fortaleza, Ceará, Brasil, 17 a 20 de outubro de 2023.

PROGRAMA CENTELHA NO ESPÍRITO SANTO: UMA


ANÁLISE DOS RESULTADOS A PARTIR DO PONTO DE
VISTA DOS PARTICIPANTES
Guilherme Guilhermino Neto (Instituto Federal do Espírito Santo - Ifes)

Érika de Andrade Silva Leal (Instituto Federal do Espírito Santo - Ifes)

Erivelto Fioresi de Sousa (Instituto Federal do Espírito Santo – Ifes)

Lorenza Rodrigues Silverio (Instituto Federal do Espírito Santo – Ifes)

Sâmeky Álefe Ferreira dos Santos (Instituto Federal do Espírito Santo – Ifes)

Com o intuito de combater as desigualdades, preservar o meio ambiente


e o clima, e promover a paz e a prosperidade, a Organização das Nações
Unidas (ONU) apresentou, em sua agenda para 2030, 17 objetivos
interligados que abrangem desafios globais: os Objetivos de
Desenvolvimento Sustentável (ODS). Entre esses objetivos destacam-se
o "Indústria, Inovação e Infraestrutura" e "Parcerias e Meios de
Implementação". No Brasil, o Programa Centelha é uma iniciativa que
estimula a criação de startups com ideias inovadoras, fornecendo
recursos financeiros, capacitação e suporte técnico aos empreendedores
selecionados. Na primeira edição do Centelha, o estado do Espírito
Santo foi o que mais aprovou projetos, tendo a Fundação de Amparo à
Pesquisa e Inovação do estado (Fapes), em parceria com a Finep,
desempenhado um papel fundamental na implementação das ações,
viabilizando o desenvolvimento de 53 projetos voltados para o
empreendedorismo tecnológico, com um investimento de R$ 3,2 milhões
provenientes do Governo. Este estudo analisa os resultados da primeira
edição do Programa Centelha no Espírito Santo, focalizando a
perspectiva das empresas beneficiadas com recursos. Utilizou-se um
questionário estruturado para capturar a percepção das empresas em
relação à sua participação no programa. Além disso, foi realizada uma
avaliação por meio de uma dinâmica grupo focal para compreender a
situação atual e as perspectivas futuras das empresas participantes.
Verificou-se que o Centelha foi, em pleno período de pandemia, crucial
para o desenvolvimento das empresas e seus produtos e serviços. Os
resultados também permitem fornecer ideias para as próximas edições
deste e de outros programas de inovação tecnológica, visando contribuir
para a execução dos ODS.

Palavras-chave: Inovação, startups, Programa Centelha, ODS.


XLIII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO
"A contribuição da engenharia de produção para desenvolvimento sustentável
das organizações: Cadeias Circulares, sustentabilidade e tecnologias"
Fortaleza, Ceará, Brasil, 17 a 20 de outubro de 2023.

1. Introdução
Com foco na redução das desigualdades, proteção ao meio ambiente e ao clima, e garantia à
paz e à prosperidade, a Organização das Nações Unidas (ONU) propôs, em sua agenda para
2030, 17 objetivos interconectados que englobam desafios em todo o mundo: os Objetivos de
Desenvolvimento Sustentável, ou ODS (ONU, 2023). Dentre estes objetivos, figuram
“Indústria, Inovação e Infraestrutura” (objetivo número 9) e “Parcerias e Meios de
Implementação” (objetivo número 17).
Como parte do objetivo número 9, a ONU destaca a importância do apoio ao desenvolvimento
tecnológico, pesquisa e inovação em países em desenvolvimento, como forma de
desenvolvimento econômico e o bem-estar humano, com foco no acesso equitativo e a preços
acessíveis para todos (ONU, 2023b). Tais aspectos encontram ressonância no objetivo número
17, que aponta como uma das formas de operacionalizar este apoio o incentivo e promoção de
parcerias públicas, público-privadas e com a sociedade civil eficazes, a partir da experiência
das estratégias de mobilização de recursos dessas parcerias (ONU, 2023c).
Neste contexto, o empreendedorismo tecnológico e digital constitui-se em poderosa ferramenta
para pôr em prática as ações referidas nos ODS. Em publicação seminal, Bailetti define o
empreendedorismo tecnológico como a implementação de um projeto envolvendo indivíduos
especializados e ativos heterogêneos que tenham conexão intrínseca com os avanços no
conhecimento científico e tecnológico, com objetivo de criar e capturar valor (BAILETTI,
2012). Em revisão da literatura, Bailetti evidencia o papel de destaque dessa forma de
empreendedorismo como motor para o desenvolvimento socioeconômico regional, o que
dialoga, pois, com os ODS supracitados.
No Brasil, uma das mais recentes iniciativas direcionadas ao fomento do empreendedorismo
tecnológico é o Programa Centelha. Com sua primeira edição realizada em 2019 (com
participação de 19 estados da federação), a ação foi desenvolvida por meio de uma parceria
entre diversos atores, como o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, a Financiadora de
Estudos e Projetos (Finep), o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico
(CNPq) e executada pelas Fundações de Amparo à Pesquisa (Faps) dos diferentes estados
(ALMEIDA e GRASSI, 2022).
O Programa Centelha incentiva a criação de empresas de base tecnológica por meio de ideias
inovadoras, oferecendo recursos financeiros, capacitação e suporte técnico aos empreendedores
selecionados, com o objetivo é impulsionar a economia, gerar empregos qualificados e
promover o desenvolvimento científico e tecnológico do país (ALMEIDA e GRASSI, 2022).

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No Espírito Santo, a Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação (Fapes), em parceria com a


Finep, foi a instituição responsável pela execução do Programa Centelha. O Programa
possibilitou que fossem desenvolvidos 53 projetos de apoio ao empreendedorismo tecnológico,
com aporte de R$ 3,2 milhões vindo do Governo, que, assumindo o risco da abertura de um
negócio e o desenvolvimento de um produto/serviço junto dos empresários, assumiu
características de empreendedor em plena pandemia do Coronavírus (LEAL et al., 2022).
Este trabalho tem por objetivo analisar os resultados da primeira edição do Programa Centelha
no Espírito Santo do ponto de vista dos membros das empresas proponentes e executoras dos
projetos contemplados com recursos. Para isso empreendeu-se a aplicação de um questionário
estruturado, com o intuito de capturar a percepção das empresas em sua participação da primeira
edição do programa. Adicionalmente, foi realizada uma avaliação por meio de reunião de grupo
focal, com a intenção de compreender qual é a situação atual das empresas participantes e suas
perspectivas futuras.
Por meio de indicadores e do relato das percepções dos empresários e empresárias, o estudo
pretende contribuir, nas implicações gerenciais, apontando caminhos para as próximas edições
do Centelha e de outros programas e iniciativas de fomento à inovação tecnológica, para a Fapes
e para outras agências no Brasil, buscando contribuir para a execução dos ODS, em especial os
destacados no início deste texto. Ainda no âmbito de práticas gerenciais, procura-se contribuir
para a discussão sobre implementação e ampliação de políticas públicas capazes de gerar
desenvolvimento socioeconômico e sustentável. No âmbito acadêmico, o presente estudo traz
luz às discussões sobre o papel do governo e políticas assertivas no impulsionamento do
desenvolvimento regional de forma sustentável.

2. Referencial teórico
Nesta seção, discutem-se os conceitos que fundamentam as discussões neste trabalho; partindo
do empreendedorismo tecnológico até chegar às motivações e à operacionalização do Programa
Centelha no estado do Espírito Santo.

2.1. Empreendedorismo tecnológico (e digital)


A inovação tecnológica desempenha importante papel no processo de aceleração do
desenvolvimento regional, e os mecanismos de apoio às empresas inovadoras que enfrentam
dificuldades para desenvolverem suas atividades são cruciais para elas (De Souza, 2016).
Fomentar o empreendedorismo tecnológico em suas vertentes é a principal razão de ser do

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Programa Centelha, motivo pelo qual é importante definir este conceito.


A definição de Bailetti (2012) para empreendedorismo tecnológico dá ênfase à geração de valor
por meio de avanços científicos e tecnológicos. Não obstante, desde que o autor propôs a
definição, há onze anos, o mundo experimentou uma revolução nos dispositivos móveis e
mídias sociais. Esta revolução mudou não apenas a forma como as organizações se conectam
com os consumidores, como, para Giones e Brem (2017), transformou também o sentido do
empreendedorismo tecnológico de tal maneira que demanda atualizar o conceito de Bailetti.
Giones e Brem (2017), propõem uma nova conceituação, como na Figura 1, com três conceitos
que se diferem, em especial, pelo tipo de tecnologia por trás da oportunidade e pelas atividades-
chave no processo.

Figura 1 – Representação conceitual de novo tipo de empreendedorismo tecnológico – o empreendedorismo


tecnológico digital

Fonte: Giones e Brem (2017), adaptada.

O empreendedorismo tecnológico gesta novos produtos com base em disruptividade vinda da


pesquisa em novas tecnologias, aplicando avanços baseados na Ciência de área específica do
conhecimento, como spin-offs vindas da Academia. Seu processo tem como atividades-chave a
análise de viabilidade da ideia e as primeiras validações com o consumidor.
Por sua vez, o empreendedorismo digital diz respeito a novos produtos e serviços baseados na
Internet, como aqueles que funcionam somente em nuvem, utilizando Big Data e Inteligência
Artificial. Nesse caso, buscar distanciar-se de competidores e tornar-se dominante na categoria
são as atividades-chave.
Finalmente, o empreendedorismo tecnológico digital lida com novos produtos baseados
somente em TICs (tecnologias da informação e comunicação), criando dispositivos inteligentes
utilizando as possibilidades da Internet das Coisas (IoT; Internet of Things). Suas atividades-
chave são o uso de tecnologias existentes, validação de mercado, crescimento e escalabilidade
(compatível, portanto, com o que vemos em startups da área de tecnologia).

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Uma forma de oportunizar o empreendedorismo tecnológico e digital e potencializar o


desenvolvimento regional, visando atingir os ODS, é a formação de ecossistemas de inovação,
definidos na subseção próxima.

2.2. Ecossistemas de inovação e o caso do ES


Ecossistemas de inovação são definidos por Still et al. (2014) como sistemas
interorganizacionais, políticos, econômicos, ambientais e tecnológicos que promovem a
inovação e criam um ambiente favorável ao crescimento empresarial. Para os autores, estes
ecossistemas são responsáveis por catalisar, sustentar e apoiar a criação de um ambiente
propício ao desenvolvimento de negócios, e são caracterizados pelo constante realinhamento
de relações sinérgicas que promovem o crescimento harmonioso do sistema, permitindo que
ele responda de maneira ágil às forças internas e externas em constante mudança.
Jackson (2011) aponta que esses espaços que possibilitam que as empresas otimizem suas
operações e viabilizam a inovação aberta, modelo em que empresas compartilham fatores de
produção, de modo que todo o ecossistema colha resultados. Assim, membros do ecossistema
podem estabelecer diretrizes conjuntas para a inovação, diluindo o risco e aumentando a
velocidade do processo inovador (Kon, 2016). Em virtude do que foi mencionado, Almeida e
Grassi (2022) concluem que o ecossistema de inovação é um organismo evolucionário que se
desenvolve em torno da inovação como estratégia competitiva.
No Brasil, a área de inovação está bastante ligada às comunidades acadêmicas. Da Rocha, De
Moraes e Fischer (2022), analisaram o papel do ambiente universitário na promoção do
comportamento empreendedor em diferentes regiões do país, e restou evidenciado que a
influência da Academia é positiva para o comportamento e as intenções empreendedoras dos
estudantes. Integração entre a academia e as dimensões externas dos ecossistemas, reforçam os
autores, é necessária para estimular uma atividade empreendedora mais robusta entre os
estudantes.
No estado do Espírito Santo, o conjunto de atores denominado Mobilização Capixaba pela
Inovação (MCI) tem sido responsável por ações para impulsionar o ecossistema local.
Coordenada pela Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), a MCI conta com a
participação de representantes do setor produtivo, como ArcelorMittal, EDP, Petrobras,
Suzano, e Vale e EDP; do Governo do Estado, como Bandes, Fapes, Sectides, Seag, Secult e
Seger; de instituições como ES em Ação, Sebrae, Sincades, TecVitória e Vale da Moqueca; e
da Academia, nominalmente Ifes, Ufes, Faesa, Multivix, Sinepe-ES e UVV (MCI, 2020).

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Entendendo que o Espírito Santo tem todos os elementos necessários para ser referência
nacional, o MCI estabeleceu três metas para até o ano de 2030, sendo elas:
a) Colocar o Espírito Santo entre os cinco Estados mais inovadores do Brasil.
O Ranking de Competitividade dos Estados coloca, em 2022, o ES na décima
posição entre os estados (CLP, 2023);
b) Ampliar o número de empresas inovadoras nascentes no Estado. De acordo
com a Associação Brasileira de Startups (2023), em 2023 são 36 startups no ES.
O objetivo do MCI é que o estado tenha mil startups até 2030;
c) Entre as 200 maiores empresas do Estado, ter 20% de empresas baseadas
em tecnologia e inovação. Segundo o Anuário do Instituto Euvaldo Lodi (IEL
– ES) em 2022, eram 2,5% (IEL, 2022).
No Planejamento do Ecossistema de Inovação, a MCI reforça a importância da promoção,
divulgação e encaminhamentos ao ecossistema de editais e outras oportunidades de fomento à
inovação como parte da estratégia para atingir as metas estabelecidas (CERTI, 2023).

2.3 O Programa Centelha no Espírito Santo


O Programa Centelha sucede o Programa Sinapse da Inovação (PSI). O PSI valeu-se do modelo
de startup enxuta, propondo um programa de pré-incubação, para criação de empresas
inovadoras e aprofundamento da base institucional de apoio ao empreendedorismo inovador
(ALMEIDA e GRASSI, 2022). A avaliação de Almeida e Grassi (2022) do PSI no Espírito
Santo mostrou que os investimentos públicos foram importantes para o surgimento de startups
inovadoras, com baixa taxa de mortalidade, dentre as quais algumas foram premiadas nacional
e internacionalmente.
O principal objetivo do Programa Centelha é estimular a criação de empreendimentos
inovadores e disseminar a cultura empreendedora no Brasil, através da oferta de capacitações,
recursos financeiros e outros tipos de suporte para projetos selecionados, a fim de impulsionar
a transformação de ideias em negócios de sucesso (MCTI, 2023).
No Espírito Santo, a instituição responsável pela execução da primeira edição do Centelha, em
2019, foi a Fapes. Através de edital (FAPES, 2019), cujas regras são detalhadas a partir desta
parte do texto, foi disponibilizado um montante de R$ 1.600.000,00, dos quais dois terços foram
oriundos do Governo Federal, e o restante do Governo do Estado (FAPES, 2019). Os projetos
candidatos deveriam encaixar-se em temáticas dentre as seguintes: Automação; Big Data;
Biotecnologia e Genética; Blockchain; Design; Eletroeletrônica; Geoengenharia; Inteligência

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Artificial e Machine Learning; Internet das coisas (IoT); Manufatura avançada e robótica;
mecânica e mecatrônica; Nanotecnologia; Química e Novos materiais; Realidade aumentada;
Realidade virtual; Segurança, privacidade e dados; Tecnologia Social; Tecnologia da
Informação (TI) e Telecom.
As contratações de cada projeto tiveram prazo de execução de até doze meses (não
prorrogáveis) e, para cada um, poderiam ser disponibilizados até R$ 60.000,00. Para a seleção
dos projetos, as avaliações foram feitas por dois avaliadores ad hoc, especialistas escolhidos
pela Fapes, e divididas em três fases:
a) Ideia Inovadora (Fase 1 - eliminatória). Neste estágio, foram avaliados a
oportunidade de mercado, o potencial inovador e a capacidade técnica da equipe
empreendedora para execução do projeto. Poderiam ser classificadas até 500
ideias (máximo de uma por proponente) para a Fase 2;
b) Projeto de Empreendimento (Fase 2). Na segunda fase, foram avaliados o
fator de risco, o fornecimento de valor do produto e o tamanho, abrangência e
tendências do mercado. Uma nota final foi atribuída a cada ideia, resultante do
produto das notas parciais para cada um dos três quesitos pontuados (risco,
produto, mercado);
c) Projeto de Fomento (Fase 3). Na fase final, foram avaliados o plano de
desenvolvimento de produto, plano de implementação da empresa, plano de
aplicação dos recursos do programa e competência técnica e gerencial da equipe.
A nota final da fase foi a média aritmética simples para os quatro quesitos.
A nota final foi dada pela média aritmética simples das notas das fases 2 e 3. A Figura 2 ilustra
o fluxo da seleção dos projetos:

Figura 2 – Fluxograma para seleção dos projetos no Programa Centelha - ES 2019

Fonte: Os autores, com base em informações de Fapes (2019).

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Nesta primeira edição do Programa Centelha, o Espírito Santo teve destaque nacional na
submissão de propostas, tendo sido o Estado com mais ideias submetidas. Foram 3.553 ideias,
mais que o dobro do segundo colocado, o Estado de Santa Catarina, e mais de 50% do total das
ideias submetidas por todos os Estados (MCTI, 2022).
Outros resultados importantes do Espírito Santo foram um total de 7.099 empreendedores
capacitados e 53 startups apoiadas; novamente, os maiores números para um Estado da
federação (MCTI, 2022).

3. Material e métodos
3.1 Avaliação por meio de questionário estruturado
Com o intuito de coletar dados sobre a percepção das empresas do Espírito Santo acerca de sua
participação na primeira edição do Projeto Centelha, aplicou-se, primeiramente, um
questionário estruturado com 32 perguntas. Os questionários foram enviados às empresas e as
devolutivas ocorreram entre os meses de setembro e novembro de 2022. Os assuntos abordados
englobam aspectos objetivos (através de questões fechadas) e subjetivos (com questões
dissertativas) sobre a participação da empresa.

3.2 Avaliação qualitativa por meio de grupo focal


A fim de melhor entender o estado atual das empresas e suas perspectivas para o futuro, em
abril de 2023, fizemos uma reunião com um grupo de empresários representando empresas
participantes da primeira edição do Centelha no Espírito Santo. Compareceram representantes
de seis empresas (aqueles com interesse e disponibilidade para a atividade), com as quais foi
conduzida uma dinâmica de grupo focal.
Um grupo focal utiliza a interação dos membros de uma amostra para produzir dados que seriam
mais difíceis de se coletar sem a interação (MORGAN, 1997). A dinâmica foi organizada como
nas fases indicadas no Quadro 1:
Quadro 1 – Estágios da dinâmica de grupo focal realizada com empresas participantes da primeira edição do
Centelha - ES
Estágio Método
Apresentação dos participantes. Apresentação e integração dos participantes.
Dificuldades, problemas e dores quanto à execução Em grupos de três participantes, formar frases,
do projeto e utilização dos recursos. positivas e negativas quanto ao objetivo da
atividade.
Sugestões de melhorias e/ou políticas públicas para Com os mesmos grupos, fazer sugestões com base
a empresa que inova. nas respostas da atividade anterior.
Situação atual da empresa. Preparar e apresentar, individualmente, um pitch
para a situação atual da empresa.
Fonte: Elaborado pelos autores.
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Ao final da dinâmica, a produção dos empresários foi recolhida para posterior análise.

4. Resultados
Nesta seção, são apresentados resultados da aplicação do questionário e da dinâmica de grupo
focal.

4.1 Resultados da aplicação dos questionários


De umas população de 53 empresas participantes do Projeto, uma amostra de 27 responderam
ao questionário (51% de retorno, portanto). Na Figura 3, é exibida a distribuição das empresas
por cidade em que estão localizadas:

Figura 3 – Distribuição das empresas respondentes do questionário por município de localização.

Fonte: Elaborado pelos autores.

A Figura 4 mostra as áreas de atuação indicada pelas empresas:

Figura 4 – Distribuição das empresas respondentes do questionário por área de atuação.

Fonte: Elaborado pelos autores.

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As áreas de atuação foram abrangentes, sendo elas: educação e inclusão (24%), tecnologia e
inovação (20%), saúde e tecnologia (20%), sustentabilidade (20%), socioeconomia (12%) e
alimentação (4%). Mais da metade das empresas localiza-se na região da Grande Vitória, e suas
áreas de atuação são abrangentes, com Educação e Inclusão tendo a maior frequência, seguida
por três categorias empatadas: Tecnologia e Inovação, Saúde e Tecnologia e Sustentabilidade.
Resumido o perfil das empresas respondentes, segue a análise de sua inserção no ecossistema
de inovação local e a importância do Projeto Centelha para o desenvolvimento de suas
atividades.
Dezoito empresas relataram não saber do que se trata o Ecossistema de Inovação Capixaba;
apenas nove, portanto, conheciam o ambiente. Para as empresas que responderam
positivamente, a maioria respondeu que participa do Ecossistema de Inovação Capixaba. Estas
empresas relatam envolver-se em diversas atividades no ecossistema, como participar de
eventos, reuniões e rodas de conversa com outras startups, desenvolvimento de soluções em
conjunto com outras empresas locais, programas de incentivo à inovação, além de ter presença
ativa em incubadoras e aceleradoras. Alguns dos benefícios da participação no ecossistema de
inovação relatados pelas empresas incluem a possibilidade de gestar tecnologias avançadas para
suas atividades específicas, o fornecimento de soluções que promovem maior produtividade
com economia e sustentabilidade e a ampliação de canais de difusão de seu produto.
Por outro lado, algumas empresas participantes do ecossistema também mencionaram que ele
tem potencial para ser mais ativo, indicando uma possível oportunidade de melhoria na atuação
e abrangência do Ecossistema de Inovação Capixaba.
Em meio a relatos que corroboram a necessidade de o ecossistema local abarcar mais empresas,
o Projeto Centelha proporcionou uma contribuição relevante para inserção das empresas: após
o Centelha, o número de empresas incubadas passou de duas a dez; indicador expressivo para
o potencial de o projeto gerar parcerias. Isto colabora para que a meta 17.1 do ODS 17, que
versa sobre mobilizar recursos internos para melhorar a capacidade nacional para arrecadação
de impostos e outras receitas, seja atingida.
Apesar do pouco conhecimento ou inserção no Ecossistema de Inovação, apenas cinco
empresas relataram não ter estabelecido nenhum tipo de colaboração com parceiros, fazendo
supor que os produtos/serviços não foram testados ou chegaram ao ponto de venda (carecendo
de maior investigação). Todas as demais relataram ter estabelecido colaborações para o
desenvolvimento do projeto, tendo sido os parceiros mais apontados pelas empresas, do mais
citado ao menos citado: clientes, universidades, fornecedores e institutos de pesquisa. Os

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achados reforçam a ligação da academia, no Brasil, com o fomento à inovação, como


descrevemos anteriormente.
De ordem mais prática, é importante mencionar os indicadores para geração de registros
consequentes do Programa Centelha, já que os recursos poderiam ser utilizados para financiar
registros). Estes resultados são postos na Figura 5.

Figura 5 – Distribuição das empresas que fizeram registros, por tipo de registro.

Fonte: Elaborado pelos autores.

Apesar dos resultados na Figura 5, 18 empresas (quase dois terços da amostra) relataram não
ter feito nenhum tipo de registro ou não responderam, o que aponta a necessidade de disseminar
conhecimento sobre propriedade intelectual dentre os participantes do programa.
Finalmente, as empresas relataram que o Programa Centelha foi crucial para que o projeto fosse
viável: 17 das 27 empresas afirmaram que não teriam conseguido executar seus projetos o apoio
dos recursos do edital.

4.2 Resultados da dinâmica de grupo focal


Todas as empresas participantes do Projeto foram convidadas a participar da dinâmica de grupo
focal. Seis delas mostraram disponibilidade ou interesse (alguns convidados confirmaram
presença, porém não compareceram), e foi com estas que a ação foi realizada.
Sobre os pontos positivos listados pelas empresas, destacam-se o crescimento da ideia e da
empresa de forma orgânica, proporcionada pelo Centelha. Os participantes reforçaram a
importância das mentorias e capacitações, fundamentais, para eles, para a modelagem do
negócio em alinhamento com o mercado pretendido.
Quanto aos pontos negativos, listaram especialmente a falta de mentorias e capacitações

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específicas para assuntos jurídicos da empresa (em particular, para o caso de startups). Também
foi recorrente a menção à dificuldade em administrar a jornada do Projeto com o dia a dia da
empresa, com suas atividades, demandas e prazos.
Como sugestões para futuras edições do Centelha ou outros programas de incentivo à inovação,
os participantes elencaram:
a) Disponibilizar conhecimentos de mercado e de inovação, seja por meio de mentorias
ou consultorias, bem como em participações em eventos relacionados ao negócio e a
inovação;
b) As mentorias e consultorias informadas no item anterior precisam trazer
conhecimentos do mercado pretendido e como acessá-lo, com exemplos práticos;
c) Disponibilizar mentorias ou consultorias para a constituição mais assertiva da
empresa;
d) Disponibilizar mentorias ou consultorias sobre precificação de novos produtos ou
produtos melhorados, com uso de tecnologias.
Quanto à situação atual, empresas presentes mencionaram crescimento com o Centelha, e
apresentaram diversos planos de futuro e novos projetos, incluindo expansão,
internacionalização, desenvolvimento de novos produtos e tecnologias, parcerias e
aprimoramento de produtos existentes.
Desafios também foram apontados, como dificuldade na validação do projeto, falta de acesso a
recursos humanos capacitados no mercado e dificuldades para inserir-se no mercado. Para
seguir com o desenvolvimento, algumas relataram hoje contar com (ou pleitear) recursos de
outros editais de fomento. Ademais, duas iniciativas se transformaram em empresas sem fins
lucrativos.

5. Considerações finais
Este trabalho teve por objetivo analisar os resultados da primeira edição do Programa Centelha
no Espírito Santo, por meio de dados coletados junto às empresas participantes através de
questionário estruturado e dinâmica de grupo focal.
Em seus Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, a Organização das Nações Unidas
evidencia o papel vital da inovação tecnológica e a importância do estabelecimento de parceria
entre diversos órgãos para atingir a prosperidade e o desenvolvimento sustentável em todo o
planeta.
No estado do Espírito Santo, uma das possibilidades recentes de estabelecimento de parcerias

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para fomento à inovação foi o Programa Centelha, em sua primeira edição executado pela
Fundação de Amparo à Pesquisa do Espírito Santo, contemplando 53 empresas, com o objetivo
de ajudá-la no desenvolvimento de produtos e serviços com potencial de inovação tecnológica.
Neste trabalho, realizou-se uma análise quantitativa e outra qualitativa para os resultados do
programa, nas palavras dos próprios empresários participantes. Com a aplicação de um
questionário estruturado e a realização de uma dinâmica de grupo focal, verificou-se que o
Programa Centelha teve papel fundamental para a viabilização dos projetos, seu
desenvolvimento e o estabelecimento de parcerias com participantes do ecossistema de
inovação local.
Verificou-se, não obstante, possibilidades de aprimoramento para os próximos editais, como a
disseminação da cultura de registro de propriedade intelectual entre as empresas, capacitação e
mentoria nesta área e outras do campo jurídico, além de maior assessoramento para a inserção
das empresas no ecossistema de inovação local e entrada dos produtos e serviços no mercado.
Os indicadores encontrados no levantamento de dados evidenciam o sucesso do Programa
Centelha no Espírito Santo, bem como sua contribuição para que se atinjam dos ODS. Através
da oferta de recursos, assessoria e capacitação, o programa foi ao encontro de algumas
importantes metas, das quais destacam-se:
a) ODS 9, meta 9.3: “Aumentar o acesso das pequenas indústrias e outras empresas,
particularmente em países em desenvolvimento, aos serviços financeiros, incluindo
crédito acessível e sua integração em cadeias de valor e mercados” (ONU, 2023b);
b) ODS 9, meta 9.5: “Fortalecer a pesquisa científica, melhorar as capacidades
tecnológicas de setores industriais em todos os países, particularmente os países em
desenvolvimento (...) aumentando substancialmente (...) os gastos público e privado em
pesquisa e desenvolvimento” (ONU, 2023b);
c) ODS 17, meta 17.1: “Fortalecer a mobilização de recursos internos, inclusive por meio
do apoio internacional aos países em desenvolvimento, para melhorar a capacidade
nacional para arrecadação de impostos e outras receitas” (ONU, 2023c).
Para trabalhos futuros, sugerimos investigar os resultados do Programa Centelha em outros
estados do Brasil, e de outras edições além da primeira, a fim de elaborar um banco de dados
mais robusto com forças e possibilidades do Programa.

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XLIII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO
"A contribuição da engenharia de produção para desenvolvimento sustentável
das organizações: Cadeias Circulares, sustentabilidade e tecnologias"
Fortaleza, Ceará, Brasil, 17 a 20 de outubro de 2023.

6. Agradecimentos
Os autores agradecem à Fundação de Amparo à Pesquisa do Espírito Santo (Fapes) pelo
financiamento do projeto de que deriva este artigo.

REFERÊNCIAS

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