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NÚCLEO DE INOVAÇÃO TECNOLÓGICA DA UNIVALI

Ebook de atividades Gestão 2018 - 2021

1. O Ecossistema de Inovação e a Universidade

A aquisição e apropriação de conhecimento para o desenvolvimento das economias


e sociedades pós-industrial concedeu às Universidades um papel fundamental e central
para a evolução dos ecossistemas e no desenvolvimento econômico e social das
regiões. Na busca por maior conectividade para alimentar a dinâmica da inovação em
seus diferentes níveis de atuação e abrangência, a nova centralidade da Universidade
torna-se entrelaçada com seu papel de orquestrar redes ou ecossistemas de inovação
com seus múltiplos atores. Desta forma, uma nova conectividadenasce em contextos
regionais de inovação entre Universidades, Governos / Órgãos de Fomento, Mercado e
Sociedade.

Figura 1. Ecossistema de Inovação

Fonte: Núcleo de Inovação Tecnológica da Univali – Uniinova, 2021

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Entende-se por Ecossistema de Inovação um “conjunto de indivíduos, comunidades,
organizações, recursos materiais, normas e políticas por meio de universidades,
governo, institutos de pesquisa, laboratórios, pequenas e grandes empresas e os
mercados financeiros numa determinada região, que trabalham de modo coletivo a
fim de permitir os fluxos de conhecimento, amparando o desenvolvimento tecnológico
e gerando inovação para o mercado” (WESSNER, 2007).

Gobble (2014) acrescenta que os ecossistemas de inovação também são


compreendidos como comunidades dinâmicas, reunidas intencionalmente, com
complexos relacionamentos, baseados na colaboração, confiança e cocriação de valor,
que compartilham tecnologias e complementam as competências. Jackson (2011)
corrobora afirmando que os ecossistemas de inovação modelam a economia e a
dinâmica das relações complexas, e são formados por atores ou entidades, cujo
objetivo funcional é permitir o desenvolvimento tecnológico e a inovação.

Neste sentido, inovação pode ser entendida como a implementação de um produto, bem
ou serviço, seja novo ou significativamente melhorado, um processo ou um novo
método organizacional nas práticas de negócios na organização (Manual de Oslo,
2005). Norman e Verganti (2012) afirmam que é possível identificar muitos tipos de
inovações e classificações variando de acordo com objeto da inovação. Algumas
categorias incluem inovações em sistemas socioculturais, ecossistemas, modelos de
negócios, produtos, serviços, processos, organizacionais, arranjos institucionais. Outras
classificações variam também de acordo com os drives de inovação, como tecnologias,
mercados, design, usuários, competências, conhecimentos entre outros, ou de acordo
com a intensidade da inovação.

Godin (2008) apresenta 12 tipos de inovação, podendo ser descrita como:

♦ Um processo do fazer algo novo (inovação como imitação, invenção, descoberta);

♦ Uma habilidade das atividades criativas humana (inovação como imaginação,


ingenuidade, criatividade);

♦ Mudança de todas as esferas da vida (inovação como mudança cultural, mudança


social, mudança organizacional, mudança política, mudança tecnológica);

♦ Comercialização de novos produtos (inovação como algo novo, como condutor de


mudança, um processo, drive de valor, uma invenção)

Na perspectiva de compreender a inovação, seja a partir de conceitos, características


e tipologias, Kotsemir e Abroskin (2013) abordam em sua pesquisa uma evolução das
discussões sobre os conceitos e tipologias de inovação e apresentam que as definições
de inovação não se conectam apenas com o algo novo, mas também com a mudança
e eficiência em termos de conquistas do mercado e rápida promoção de novos produtos
e/ou serviços.

O processo de transformação de oportunidades em resultados podemos chamar de


inovação, porém, somente novas ideias não garantem o sucesso, é necessário fazer a
ideia funcionar, isto é o que garante os resultados da inovação (MARKIDES, 1997). É

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necessário que a organização crie mecanismos que permitam colocar as ideias em
prática e reorganizar as suas diferentes atividades em torno disso (TIDD, BESSANT, &
PAVITT,2008).

Dentro de um cenário global de crescente demanda por inovação, a Universidade


se apresenta em uma nova e desafiadora posição. Seu papel como produtora de
conhecimento vem com demandas e expectativas que pressupõem novos modos de
desenvolvimento de identidade e perfis institucionais fomentando o capital humano.

A importância do capital humano para a inovação segundo a OECD (2015);Chen, Lin e


Chang (2019); Jones e Grimshaw (2012); se dá quando, pessoas qualificadas geram
conhecimentos que podem ser utilizados para criar e implementar inovações, bem
como, na absorção dessas inovações, visto que pessoas com maiores conhecimentos
e habilidades têm uma maior propensão a adoção e adaptação de inovações; na
interação e geração de inputs para o processo de inovação; na implementação e na
geração de feedbacks dos usuários para os geradores de inovação quanto a sua
experiência de uso.

A Universidade, intitulada Quarta Geração (PAWLOWSKI, 2009) ou Universidade


Inovadora e Empreendedora (AUDY e MOROSINI, 2006),é chamada a interagir,
cocriar e alcançar um impacto de longo alcance no desenvolvimento regional,
nacional e global, sendo atores que geram e difundem o conhecimento e promovem
o desenvolvimento regional sustentável por intermédio de suas conexões com o
ambiente socioeconômico (JIAO et al.,2016; POODS et al., 2010), por meio da inovação e
do empreendedorismo.

Universidade Inovadora e Empreendedora é aquela orientada para a inovação e para


o desenvolvimento de uma cultura empreendedora, no âmbito acadêmico (ensino,
pesquisa e extensão); ou da gestão universitáriae na relação da universidade com o
ecossistema (quádrupla hélice). Com fundamento em Audy; Morosini (2006), Janissek et.
al (2014), Aranha; Garcia (2014), consideram-se como Universidades Inovadoras e
Empreendedoras aquelas que:

a. Buscam mecanismos alternativos para a sua própria sustentabilidade e para a


sustentabilidade do seu entorno (estudantes, empresas, sociedade, etc.);

b. Conseguem enxergar a evolução e as necessidades da sociedade, acompanhando


esse processo como um agente ativo de transformação(e não de forma passiva e
reativa apenas);

c. Articulam-se com o governo e o setor produtivo de forma a estimular uma cultura


inovadora e empreendedora no seu entorno;

d. Atuam concomitantemente na geração, na disseminação e na aplicação do


conhecimento (ensino, pesquisa e extensão do conhecimento);

e. Promovem a verdadeira “extensão” do conhecimento de forma a gerar o


desenvolvimento econômico e social do seu entorno;

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f. Aceitam a “capitalização” do conhecimento como forma de buscar a
sustentabilidade;

g. Promovem pesquisa e geração de conhecimento em consonância com as


necessidades do seu entorno;

h. Apresentam uma postura inovadora e empreendedora no seu dia- a-dia,

i. Estimulam estudantes, professores, pesquisadores e colaboradores a serem


inovadores e empreendedores.

Compreende-se desta forma, como citado anteriormente que as Universidades são


apontadas na literatura como atores centrais dos ecossistemas de inovação e que
aparecem como verdadeiros propulsores do desenvolvimento econômico regional e da
inovação tecnológica, podendo desempenhar um papel essencial nos ecossistemas,
facilitando a interação entre a pesquisa e sua aplicação comercial (YOUTIE; SHAPIRA,
2008), assim como, estimulando a produção e difusão de conhecimento entre regiões
(FINEGOLD, 1999).

Nessa perspectiva, o papel das universidades pode ser de liderança em um


ecossistema de inovação em cidades devido a indução para o desenvolvimento e
a transferência de conhecimentos e tecnologias disruptivas (TEIXEIRA, AUDY E PIQUE,
2021). Desta forma, colaborações universitárias tornam-se mecanismos importantes para
as corporações, demodo a abrir caminhos de engajamento para um ecossistema de
inovação mais amplo (NAUWELAERS, 2011; AUTIO; THOMAS, 2014).

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1.1 Inovação na Univali: Breve Histórico

A Universidade do Vale do Itajaí, nas últimas duas décadas, tem como um dos seus
principais objetivos promover e desenvolver empreendimentos inovadores no seu
ecossistema interno, em meio a comunidade acadêmica, fomentando a criação de novas
oportunidades de negócios e empresas, integrados aos arranjos produtivos locais e
regionais. Suas ações consistem fundamentalmente, na articulação dos recursos
disponíveis na Instituição para buscar a disseminação e instalação da cultura
empreendedora, incentivar o desenvolvimento de empreendimentos inovativos, e na
instalação e operação de mecanismos que privilegiem a transformação de
conhecimento em riqueza.

Neste período de evolução, destacamos cronologicamente alguns eventose ações que


contribuíram para a constituição de sua base fundamental para o desenvolvimento da
inovação e da cultura empreendedora no contexto das instâncias de abrangência
da Univali.

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UM RETRATO DA INOVAÇÃO NA UNIVALI

1999

2003

2004

Alguns eventos realizados

Proposta de criação de uma Pré-incubadora


de empresas, aprovada em maio de 2004,
pelo Reitor.

Elaboração de projeto para captação de


recursos junto a Funcitec/Sebrae, visando a
implantação da Pré-incubadora da Univali. O
projeto foi aprovado e os recursos passam a
ser destinados efetivação do plano
estabelecido.

2005

Algumas ações realizadas

Criação do Movimento Empreendedor


Univali (MEU) que se insere na estrutura da
Univali vinculado ao Departamento de
Extensão, da ProPPEC, e com a função da
articulação com a PROEn, com os Centro de
Ensino, com empresários e agentes de
promoção e fomento ao empreendedorismo.
Em cada Centro de Ensino é representado
pelas SEPAI, subordinado ao respectivo
Diretor, com um professor para executar as
atividades necessárias aos processos do
MEU: Inovação e Propriedade Intelectual;
Incubação; Formação Empreendedora; e
Relações com o Mercado.

Elaboração de projeto para captação de


recursos junto a Funcitec/Sebrae, visando a
implantação da Pré-incubadora da Univali, no
campus de Biguaçu. O projeto foi aprovado
e os recursos passam a ser destinados para
a efetivação do plano estabelecido.
UM RETRATO DA INOVAÇÃO NA UNIVALI

2006

Algumas iniciativas

A inauguração formal da Pré-incubadora,


com a realiza- ção de evento apresentando
os projetos selecionados e seus devidos
planos de negócio.

As atividades do Movimento acontecem em


duas vertentes de formação: a primeira
trabalha o comportamento empreendedor,
por meio de tarefas e aprendizados que
venham a despertar, estimular e validar o
aspecto mais importante quando se fala em
empreendedorismo, ou seja a atitude
empreendedora, que envolve criatividade,
disciplina, persistência e coragem em
enfrentar riscos. A segunda vertente
envolve a gestão empreendedora, na qual
se utiliza de metodologias de plano de
negócios e temáticas tradicionais que são
os grandes problemas que os
empreendedores enfrentam. Assim, são
desencolvidos prioritariamente atividades
sobre pesquisa de mercado, gestão
financeira e tópicos sobre a formalização
do emprendimento (fiscais e abertura de
empresa).

O quadro abaixo destaca algumas ações desenvolvidas a partir do MEU no âmbito de


todos os campi:
UM RETRATO DA INOVAÇÃO NA UNIVALI
Quadro 1

Local Ações Observações

Formação Continuada.Palestras
300 professores (várias
Graduação, Calouros.
Formação Escolas).
Modelo Formação
Empreendedora Empreendedora 150 alunos graduação/
Produção Científica 600 ensino médio.
120 calouros
(artigos).
+ 3 Congressos
Instalada Out/2005 –CITEB.
Instalação dos Aporte FAPESCR$
BIGUAÇU Incubadora incubados. 70.000.
Consolidação do Univali, Sociesc,
Processo. Prefeitura, ACIBIG.

Inaugurado 30/03/2006. Aporte FAPESCR$


ITAJAÍ
Processo Capacitação (início 65.000.
Pré-incubadora
10/05/2006). Interno Univali.

Inauguração Aporte SebraeR$


TIJUCAS
25/05/2006. 35.000.
Incubadora
Processo Capacitação. Univali, Prefeitura, ACIT.

Projeto –
ITAJAÍ Incubadora Entregue (20/03/2006).Em Univali, Prefeitura, ACII,Sebrae.
fase de seleção de local.
Edital de Propostas –
BAL. CAMBORIÚ Maio de 2006. Levantamento de
Inauguração 2º recursos.
semestre de 2006.

Fonte: Acervo Uniinova, 2021.

No ano de 2007 até 2010 – O MEU fundamentava-se numa abordagem moderna por
meio de uma rede de cooperação, da qual participam: professores, alunos, funcionários
da universidade, empresários, representantes de instituições públicas e privadas e da
sociedade civil organizada. O foco volta-se para a solução de demandas, a partir da
aplicação de conhecimento, por meio das seguintes operações instaladas ou em
andamento. E neste sentido, cada iniciativa com seus representantesdos campi evoluem
concomitante ao mesmo movimento no estado de Santa Catarina, onde a Univali
procura seguir a tendência de progressão, exemplificada por algumas ações:

♦ Participação da Univali na RECEPET;

♦ Participação da Univali no PRONIT-SC;

♦ Incorporação da Incubadora Social – focada na Economia Solidária.(2008);

♦ Projeto do Parque Tecnológico de Itajaí (2008);

♦ Criação da resolução de Propriedade Intelectual da Univali. (2008);

♦ Criação do Uniinova – como Núcleo de Inovação Tecnológica e


UM RETRATO DA INOVAÇÃO NA UNIVALI
Propriedade Intelectual da Univali. (2009);

♦ 1º Simpósio Empreendedorismo da Univali (2009);

♦ Prêmio Santander Curso de Empreendedorismo em Babson College


– Marcelo Novaes (incubadora Marithimus) (2009);

♦ 2º Simpósio Empreendedorismo da Univali (2010);

♦ Recursos Sebrae para projetos específicos e implantação do CERNE


- Centro de Referência para Apoio a Empreendimentos (2010);

♦ Prêmios Santander de Destaque Empreendedorismo Univali– váriosprojetos


premiados (2010),

♦ Prêmio Santander Curso de Empreendedorismo em Babson College


– Prof. Ovidio Felippe Jr. (2010).
Já do ano de 2011 até 2021 – a história continua com legados importantes para o nosso
ecossistema de inovação e empreendedorismo, onde a Univali sempre teve um papel
como elemento protagonista relevante no município de Itajaí, na região da AMFRI e no
estado de Santa Catarina. Nesta etapa, destacam-se os eventos:

Criado a Resolução N. 149/CONSUN/2014 que estabeleceu as diretrizes da Política


Institucional de Pesquisa, Pós-Graduação e Inovação da Universidade do Vale do Itajaí,
e instituiu o Núcleo de Inovação Tecnológica - NIT Uniinova. A criação do NIT Uniinova
atende a Lei nº 13.243, de 11 de janeiro de 2016 que dispõe sobre estímulos ao
desenvolvimento científico, à pesquisa, à capacitação científica e tecnológica e à
inovação (2014);

♦ O Centro de Ciências Sociais e Aplicadas – CECIESA Gestão foi contemplado


pelo Edital de Chamada pública Sebrae – UCE nº 001/2013 com o projeto intitulado
Empreenduca e as ações foram realizadas por meio do Convênio nº 12/2013 -
Univali/SEBRAE, durante um ano (2014);

♦ O Centro de Ciências Sociais e Aplicadas – CECIESA Gestão foi contemplado


a pelo Edital de Chamada pública Sebrae/SC nº 002/2016 com o projeto intitulado
Empreenduca e as ações foram realizadas por meio do Convênio nº 04/2017 -
UNIVALI/SEBRAE, durante dois anos. 2017 – 2018

♦ Criação do Prêmio Univali de Inovação (2018);

♦ O Uniinova foi certificado pela Associação Nacional de Entidades Promotoras


de Empreendimentos Inovadores (ANPROTEC) na modalidade Cerne 1 (2019);

♦ Criação do Comitê de Inovação da Univali (2019);


UM RETRATO DA INOVAÇÃO NA UNIVALI
♦ Criação da Central de Empreendedorismo da Escola de Negócios –
Empreenduca (2020);

♦ Primeira patente concedida a Univali (2020);

♦ Criação do processo de incubação virtual da Incubadora Tecnológica e


Empresarial da Univali – ITE Uniinova;

♦ Criação da Coordenação da Central de Empreendedorismo da Escola de Negócios


– Empreenduca (2021),

♦ Criação do Prêmio Mérito Docente com uma categoria especial parainovação


(2021).

2. Rede Univali de Inovação

A Rede Univali de Inovação tem como objetivo fomentar a inovação e o


empreendedorismo junto ao Ecossistema de Inovação Univali. Essa rede pode ser
entendida como um grupo complexo e interconectado que se constrói a partir de
diversos atores, composto pelo ambiente interno da universidade, que cria um sistema
de inovação que fomenta a inovaçãoe o empreendedorismo por meio do ensino,
pesquisa, extensão e internacionalização e pelo ambiente externo, por meio de
atividades ligadas a criação, gestão e aplicação do conhecimento na sociedade;
governo e instituições de fomento; e empresas, organizações e indústria.

Figura 2. Ecossistema de Inovação Univali


UM RETRATO DA INOVAÇÃO NA UNIVALI
Fonte: Núcleo de Inovação Tecnológica da Univali - Uniinova, 2021

Essa rede tem o propósito de fortalecer o ecossistema de inovação, aumentando


os níveis de interação e de eficiência coletiva dos atores, facilitando o acesso a
diferentes recursos por meio de um processo de compartilhamento de informações
que facilita a forma de gerir a inovação dentro da universidade. O aprendizado
coletivo entre as áreas é uma caraterística dessa rede, pois existem as trocas de
experiência e são realizados desafios conjuntos buscando novas ideias para o
enfretamento dos riscos que norteiam a inovação.

A Rede Univali de Inovação permite a interseção de diferentes conjuntos de


conhecimento e a construção de muitos relacionamentos entreos diversos agentes
da inovação, abrindo a universidade para novos estímulos e experiências que
possibilitam a inovação. Com essa visão de trabalho coletivo, o processo se torna mais
assertivo, eficiente e tangibilizao conceito da quarta hélice abordada por Audy; Morosini
(2006).

Desta forma, sendo a Univali uma Rede de Inovação a partir das suas estruturas e
relações com os demais atores do ecossistema, baseadona criação e aplicação do
conhecimento, no desenvolvimento de novos produtos/serviços, processos, modelos
de negócios, ambientes e relacionamentos, potencializam o desenvolvimento territorial,
a geração de novos conhecimentos e o desenvolvimento da região onde está inserida,
cumprindo assim sua função como uma universidade inovadora e empreendedora.

Abaixo serão apresentados alguns dos atores que compõem o ecossistemade inovação
interno da universidade e suas inovações durante os últimos quatros anos de Gestão
do Plano Conectar e Inovar (2018 -2022).

3. Núcleo de Inovação Tecnológica – Uniinova

O Núcleo de Inovação Tecnológica da Univali – NIT Uniinova, é um ambiente de


inovação que fomenta práticas inovadoras e tecnológicas em um ambiente
produtivo, contribuindo para o desenvolvimento sociale econômico da região onde
está inserido. Tem como papel conectar diferentes partes do ecossistema, minimizando
riscos e maximizando ou acelerando os resultados associados aos projetos ali
desenvolvidos.

O NIT aproxima a universidade das empresas e se caracteriza como um ponto de


encontro não só de startups, empresas e investidores, mas também de todos os atores
da universidade, instituições de fomento e prestadores de serviços públicos e privados
que buscam por inovação.

Os objetivos do Núcleo de Inovação Tecnológica da Univali são:

1. Apoiar ações de incentivo à inovação científica e tecnológica no ambiente produtivo


com o objetivo de contribuir com a independência tecnológica e o desenvolvimento
cultural, econômico e social do país;
2. Requerer os direitos de propriedade intelectual para as criaçõesdesenvolvidas
UM RETRATO DA INOVAÇÃO NA UNIVALI
na Univali;

3. Divulgar as ações de inovação tecnológica da Univali nos meios


acadêmico e científico;

4. Apoiar ações que visem a integração da Univali com os diversossetores da


sociedade para a geração e transferência de tecnologia;

5. Buscar parcerias junto aos Núcleos de Inovação Tecnológica deoutras


instituições;

6. Captar recursos junto às agências de fomento,

7. Estimular o empreendedorismo visando à geração de processos,produtos e


serviços inovadores para a sociedade.

Esses objetivos estão contemplados na Resolução n.º 149/CONSUN/2014 que


estabeleceu as diretrizes da Política Institucional de Pesquisa, Pós- Graduação e
Inovação da Universidade do Vale do Itajaí, e instituiu o Núcleo de Inovação Tecnológica
– NIT Uniinova.

3.1 Conectar e Inovar

A base para a construção do Planejamento Estratégico do NIT Uniinova está associado


ao Plano de Gestão Conectar e Inovar - Gestão 2018 – 2022. Este plano foi desenvolvido
para conectar pessoas e ideias para o novo ciclo de desenvolvimento da Univali como
uma universidade comunitária inovadora, para além do seu tempo. Com este
propósito, todo planode gestão foi construído a partir das duas palavras centrais do
projeto, conectar e inovar.

Dentro dessa perspectiva, foi construído o Planejamento Estratégico da Univali e


definido os objetivos a serem desenvolvidos pelas equipes de trabalho da instituição
para que o Plano de Gestão seja alcançado. Para oNIT Uniinova, foram definidos cinco
objetivos e projetos estratégicos que estão descritos na figura abaixo.
UM RETRATO DA INOVAÇÃO NA UNIVALI

Figura 3. Objetivos Estratégicos NIT

Fonte: Planejamento Institucional 2018-2022

De acordo com as diretrizes apontadas pelo Planejamento Estratégico Institucional e


com os objetivos definidos na Resolução n.º 149/ CONSUN/2014 houve, a partir de
2018, uma restruturação no setor com a definição de novos eixos de atuação para
atender as novas demandas de inovação da universidade e também se adequar ao
cenário do ecossistemade inovação que está em constante mudança.

3.2 Eixos de Atuação

Atualmente, o NIT Uniinova está distribuído em cinco eixos: Incubadora, Propriedade


Intelectual, Coworking, Plataforma de Inovação Aberta e Gestão de Relacionamento e tem
a Coordenação de Inovação como gestora do NIT. A figura abaixo exemplifica esses
eixos.
UM RETRATO DA INOVAÇÃO NA UNIVALI

Figura 4. Eixos de atuação do NIT Uniinova

Fonte: Núcleo de Inovação tecnológica da Univali - Uniinova, 2021

3.2.1 Coordenação do NIT

A Coordenação de Inovação tem como objetivo estruturar a interação da ciência


(Universidade) com a tecnologia (Empresas) por meio da inovação.Suas ações estão
baseadas no desenvolvimento das pessoas e na criatividade, buscando estimular o
desenvolvimento de inovações dentro da Universidade e reforçando a interação da
Univali com as organizaçõesprivadas e governamentais.

A Coordenação está ligada diretamente a Vice-Reitoria de Pesquisa, Pós-Graduação


e Inovação e tem como responsabilidade atuar coordenando o Núcleo de Inovação
Tecnológica, nas seguintes funções:

♦ Elaborar o Planejamento Estratégico do NIT Uniinova conforme as diretrizes


estabelecidas pela Universidade;

♦ Realizar Parcerias Estratégicas com redes de Inovação Nacional e Internacional


visando fortalecer o Ecossistema de Inovação em nosso Estado;

♦ Organizar a base de dados do Uniinova para que possa ser utilizada de forma
consciente e gerando efeitos positivos para o NIT;

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UM RETRATO DA INOVAÇÃO NA UNIVALI

♦ Realizar a inomediação entre as áreas do Uniinova visando a integração e a busca


dos resultados planejados para o NIT.

Além de atuar diretamente no NIT Uniinova, a Coordenação de Inovação também tem


como responsabilidade participar em Conselhos / Comitês deInovação representando a
Univali e desenvolvendo ações que contribuampara o desenvolvido social e econômico
da região. Nesse sentido, ressaltamos dois projetos realizados que merecem destaque.

Núcleo de Inteligência Aplicada da Univali – NIA - projeto realizado pela Vice-


Reitoria de Pesquisa, Pós-Graduação e Inovação, Coordenaçãode Inovação e o Comitê
de Inovação da Univali que criaram a proposta do Núcleo de Inteligência Aplicada da
Univali – NIA que será implementado noCentro de Inovação Regional, na cidade de
Itajaí.

O NIA faz parte do Programa de Inteligência Aplicada da Universidadedo Vale do


Itajaí, que traz a pesquisa, o desenvolvimento e a inovação como cerne do Programa. Foi
criado com o objetivo de atender as necessidadesde inovação da região da AMFRI e
de promover a inovação gerada na Univali.

O Núcleo foi idealizado levando em consideração as áreas prioritárias do Distrito de


Inovação de Itajaí, as necessidades regionais, os objetivos de Desenvolvimento
Sustentável e as competências da Univali. O NIA consiste em cinco grandes eixos que
tem como objetivos:

♦ Inteligência de Negócios – Realizar coleta de dados para analisar aspectos


determinantes da competitividade e inteligência organizacional; contribuir com o
nascimento de empresas inovadoras potencializando a inserção no mercado
nacional e internacional; desenvolver pesquisas aplicadas em inteligência de
negócios (ex: patentes, propriedade intelectual e segurança jurídica) e promover a
capacitação de pessoaspara desenvolver talentos globais.

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UM RETRATO DA INOVAÇÃO NA UNIVALI

♦ Indústria Criativa - Potencializar a cultura da inovação a partir de um enfoque


cocriativo e multidisciplinar; criar uma rede de artistas e empresários que tenham
a capacidade de promover um crescimento sustentável no setor criativo; valorizara
criatividade individual ou coletiva,habilidades e talentos das pessoas e promover o
desenvolvimento sustentável e humano e não apenas o crescimento econômico.

♦ Cidades Inteligentese Sustentáveis - Desenvolver ideias e ferramentas inovadoras que


possam gerar cidades mais sustentáveis e inteligentes; conectar a região a uma
rede mundial de especialistas em cidades e empresas privadas especializadas;
desenvolver uma plataforma para fomentar um modelo de cidades inteligentes e
sustentáveis e promoversegurança jurídica quanto ao direito às cidades.

♦ Sistemas Inteligentes - Desenvolver soluções inovadoras baseadas em IA para


resolver problemas regionais; contribuir com empresas nascentes para o
desenvolvimento de produtos com potencial de comercialização em nível mundial;
promover a capacitação de pessoaspara acelerar o emprego de técnicas de IA na
indústria regional.

♦ Estratégias de Defesa - Realizar coleta de dados para analisar determinantes de


alinhamento público-privado; contribuir com o nascimento de empresas inovadoras
potencializando o tema da Defesa Nacional; desenvolver pesquisas no eixo da
defesa e promovera capacitação de pessoas e empresas para se alinhar ao tema
dos projetos apresentados

. Figura 5. Eixos de atuação NIA

Fonte: Núcleo de Inovação Tecnológica da Univali - Uniinova, 2021

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UM RETRATO DA INOVAÇÃO NA UNIVALI

Futuros Disruptivos – Geração de Criativos Sociais e Bio Inovadores


– projeto idealizado junto ao Plano Estratégico de Desenvolvimento Econômico - PEDEM
da cidade de Balneário Camboriú, desenvolvido em parceria colaborativa com o
Sebrae, Univali, Acibalc, Prefeitura Municipal de Balneário Camboriú e Credifoz. O
projeto tem como objetivo fomentar o espírito inovador e empreendedor nas crianças
da Educação Básica de Balneário Camboriú, a fim de que elas se tornem os futuros
transformadores criativos da cidade, trazendo um olhar disruptivo para os próximos
serviçose empreendimentos.
O Projeto consiste num programa de aprendizagem criativa com o uso de metodologia
LET (Lean Education Technology). O Lean Startup é uma abordagem voltada para o
empreendedorismo, inovação de impacto, que consiste na criação e gerenciamento
de negócios no desenvolvimento de novos produtos e o DesignThinking, é focado na
resolução de problemas e colocao ser humano como centro do processo. O Programa é
composto de 6 módulos: Autodescoberta e confiança Criativa; Empatia; Habilidades de
gestão de projetos; Colaboração e Co-Criação; Prototipagem de ideias e comunicação
não violenta

Figura 6. Identidade Visual - Programa Futuros Disruptivos

Fonte: Núcleo de Inovação Tecnológica da Univali - Uniinova, 2021

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UM RETRATO DA INOVAÇÃO NA UNIVALI

Figura 7. Módulos do Programa Futuros Disruptivos

Fonte: Núcleo de Inovação Tecnológica da Univali - Uniinova, 2021

O formato é híbrido (síncrono e assíncrono), intensivo, com duração de três meses, e


tem como público alvo alunos da Rede Pública de Ensino de Balneário Camboriú com
idade entre 9 a 14 anos. O projeto piloto foi lançado dia 14 de outubro de 2021 na Univali
- Campus Balneário Camboriú.

3.2.2 Incubadora Tecnológica e Empresarial da Univali – ITE UNIINOVA

A Incubadora Tecnológica e Empresarial da Univali – ITE Uniinova é responsável


por fomentar a cultura de inovação e empreendedorismo na universidade e na
comunidade em seu entorno, contribui para o desenvolvimento de negócios que
promovam, por meio da inovação, uma mudança de impacto positivo na sociedade.
Ela tem como função apoiar, microempresas e startups na estruturação e
desenvolvimento dos negócios e responsável por realizar as conexões com clientes,
parceiros einvestidores, contribuindo para aumentar a taxa de sucesso dos pequenos
empreendimentos inovadores, além de auxiliar na geração de empregos, qualificação
de mão de obra, facilitar a criação e a exploração de novastecnologias e modelos de
negócio e fomentar um ambiente empreendedorinclusivo, criativo e inovador.

O Uniinova possui Certificação Cerne 1 pela Associação Nacional de Entidades


Promotoras de Empreendimentos Inovadores (ANPROTEC).O Cerne é um sistema
de qualidade para incubadoras. O modelo de gestão que é implementado ao se aderir
ao certificado Cerne auxilia na administração geral da incubadora, bem como no
desenvolvimento de cada empreendimento incubado.

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UM RETRATO DA INOVAÇÃO NA UNIVALI
Os processos-chave que são utilizados na metodologia Cerne (principais atividades a
serem desenvolvidas pela incubadora) envolvem desde sensibilização, prospecção e
qualificação de empreendimentos, passando por seleção e desenvolvimento em si das
empresas incubadas, chegandoaté a gestão financeira e os planos de marketing da
incubadora, além do apoio após a graduação dos empreendimentos.

Dentro do desenvolvimento de cada empreendimento é preconizado por este método


o trabalho sob a ótica de 5 eixos norteadores, que são: comportamento (das
pessoas envolvidas), produto (tecnologias e processos empregados), marketing e
vendas (dos produtos desenvolvidos), captação de recursos (para o desenvolvimento
efetivo do negócio) e gestão do negócio em si (para assegurar o atingimento das
metas estabelecidas).

quanto na sociedade, por meio de diversos

3.2.2.1 Programa de Incubação Híbrida


A incubação híbrida se destaca como a principal atividade da incubadora, pois é por
meio deste programa que a incubadora consolida o que háde mais complexo no
mundo do empreendedorismo: a criação de uma startup.

O processo de incubação híbrida tem duração de até dois anos e são oferecidas
mentorias individuais, coletivas, eventos, capacitações em espaço físico para os
empreendimentos incubados.

As atividades ocorrem dentro das premissas do sistema CERNE de qualidade, o qual


determina boas práticas para o planejamento, agregaçãode valor e gerenciamento da
criação de negócios inovadores. Segundo este sistema, as atividades devem ser
desenvolvidas pela incubadora com o objetivo de maximizar o potencial de seus
empreendimentos incubados,tudo isso sob a luz de cinco eixos de desenvolvimento
dessas startups, jácitadas anteriormente. A figura a seguir apresenta um diagrama do
atual programa de incubação híbrida.

19
UM RETRATO DA INOVAÇÃO NA UNIVALI

Figura 8. Fluxo de Incubação Híbrida

Fonte: Incubadora Tecnológica e Empresarial – ITE Uniinova, 2021

Como pode ser observado na figura, o processo completo de incubação ocorre em um


período estimado de dois anos, podendo esse tempo ser reduzido ou estendido, de
acordo com as necessidades de cada startup.

Dividido em quatro etapas (Modeling, Problem Solution Fit, Product Market Fite Funding), o
processo é focado em um dos eixos de desenvolvimento de negócios inovadores do
sistema CERNE, sendo Modeling mais direcionada à Gestão, Problem Solution Fit mais
voltada ao Produto, Product Market Fit com foco no Mercado e Funding objetivando a
Captação de recursos.

O único eixo de desenvolvimento que é trabalhado constantemente durante toda a


incubação é o de Comportamento Empreendedor. Essa divisãotem a função de
permitir que as metodologias empregadas no processo possam ter um melhor
aproveitamento, gerando assim mais valor para os empreendedores e seus
empreendimentos durante o ciclo de incubação.

O acompanhamento dos empreendimentos incubados pela coordenação da


incubadora ocorre via avaliações trimestrais, nas quais são analisados os principais
marcos de entrega de cada etapa.

A elaboração dessas entregas representa a consolidação das metodologias empregadas


no processo, o que tem por objeto assegurar o desenvolvimento das startups e
potencializar o sucesso dessas no mercado.

20
UM RETRATO DA INOVAÇÃO NA UNIVALI

Durante a incubação híbrida cada equipe incubada recebe um acompanhamento de


um mentor, que pode ser presencial ou online, o qual atua como um padrinho da
startup, passando suas experiências empreendedoras para os incubados. Além disso,
por meio de workshops presenciais com especialistas, realizados em grupo com todas
as equipes incubadas, são repassados conhecimentos técnicos sobre as metodologias
empregadas no processo de incubação, permitindo assim o melhor desenvolvimento
dos empreendimentos e a construção dos marcos de entregas de cada etapa do
processo.

Além de todo o apoio técnico oferecido, os empreendimentos incubados contam com


espaço físico compartilhado, uso da rede de contatos da incubadora, espaço para
participação em eventos realizados pela ITE/ Uniinova e mais uma série de vantagens,
tudo isso extensivo para além do período de incubação, para aquelas startups que
concluem o processo e se graduam.

A forma de ingresso na incubação híbrida passa por duas etapas: apresentação do


projeto a ser incubado e banca com mentores. Ao final, sendo aprovada, a equipe firma
contrato de incubação e inicia o ciclo. Atualmente o ingresso ocorre duas vezes ao ano,
em outubro e abril.

O atual modelo de trabalho da ITE/Uniinova foi iniciado em 2018. Desde então, o


processo de incubação híbrida foi consolidado, chegando em 2021 na sua terceira
geração do modelo de incubação, obtendo a certificação CERNE 1 e em fase de
obtenção das certificações CERNE 2 e CERNE 3 (que aumentam a atuação da
incubadora na sociedade), tendo o ingresso de 8 incubadas, 2 empreendimentos
graduados e passando agora pela expansão da sua estrutura de incubação, que
permitirá atuar com até 15 startups incubadas simultaneamente.

3.2.2.2 Programa Flux.us – Programa de Incubação Virtual


Consiste no processo de incubação virtual que possibilita com que pessoasque possuem
ideias ou negócios em estágios iniciais possam aprimorar osseus conhecimentos para
construírem soluções inovadoras geradoras de valor e impacto. O programa ajuda
empreendedores em todas as fases de desenvolvimento dos negócios, desde a
identificação do problema, geraçãode ideias, modelos de negócio, validação, criação de
MVPs, conquista de clientes recorrentes e estruturação do negócio para a fase de
crescimentode mercado e escala.

21
UM RETRATO DA INOVAÇÃO NA UNIVALI

O programa teve seu primeiro ciclo em 2021 e foi realizado com apoioe parceria
da FAPESC e a gestão das atividades que foram realizadas de forma online, pela
empresa Sapienza – Gestão de Conhecimento para Negócios. O Flux.us é oferecido
anualmente e tem também a função de preparar os futuros incubados para a incubação
híbrida.

O programa possui encontros e mentorias coletivas semanais onde os participantes


podem aprender técnicas e o uso de ferramentas para o desenvolvimento de startups
e negócios inovadores. Além das mentorias os participantes têm acesso a um ambiente
de aprendizado - Plataforma deIncubação Virtual – que serve como repositório para
organizar conteúdos que oportunizem o aprendizado com auxílio de vídeos, artigos,
ferramentase desafios que possibilitam aplicar o conhecimento e criar um negócio a
partir da ideia inicial do empreendedor. O Programa é em formato 100% online e tem
duração de 12 semanas. Faz parte do programa a realizaçãode eventos online, além
de mentorias individuais.

A fase do Processo Seletivo é composta de seis variáveis que são analisadasdos projetos:

1. Relevância do problema;

2. Potencial de inovação;

3. Capacidade técnica;

4. Capacidade gerencial da equipe;

5. Experiência de vida e trabalho,

6. Disponibilidade de participação da equipe no Programa.

Já, a fase de desenvolvimento de negócio possui cinco etapas conforme


demostra a figura abaixo:

22
UM RETRATO DA INOVAÇÃO NA UNIVALI

Figura 9. Fases do Processo Seletivo e Desenvolvimento dos Negócios

Fonte: Incubadora Tecnológica e Empresarial – ITE Uniinova, 2021

A primeira fase consiste da ideia ao modelo de negócio, seguindo pela


prototipagem, protótipo, MVP e P&D, passando pela conquista dos primeiros
clientes recorrentes, estruturação do negócio e do plano estratégico, finalizando com
o ganho de mercado e escala de negócios.

3.3 Propriedade Intelectual – PI

Eixo responsável por auxiliar o processo de transformação da inovação promovida


dentro do espaço acadêmico em produtos e processos protegidos por exclusividade, e
passíveis de comercialização. Suas ações ocorrem tanto no processo da pesquisa
base, apresentando banco de patentes, sistemas protegidos, técnicas e processos de
domínio público, até o registro de marcas, patentes e softwares, garantindo o
fortalecimentodo ecossistema de inovação.

Cabe destacar a ação na promoção de apoio à transferência de tecnologia,aproximando


pesquisadores do mercado, e garantindo contratos que beneficiem a continuidade das
inovações.

É de responsabilidade desse eixo:

Criação da política de inovação: norma jurídica interna que visa estabelecer quais os
procedimentos de pesquisa que necessitam passar pelo aval do Núcleo de Inovação
Tecnológica, especificando percentuais derepasse econômico a pesquisadores, bem
como determinando quem são e quais são os projetos que devem receber recursos
para a promoção de novas tecnologias e processos.

23
UM RETRATO DA INOVAÇÃO NA UNIVALI

Registro de propriedade intelectual: sistema pelo qual patentes, desenhos industriais,


marcas e softwares são analisados (no campo técnicoe formal), para serem registrados
junto ao INPI.

Sistema para avaliar potencial de inovação: Software criado para identificar o


potencial de inovação de todos os trabalhos acadêmicos produzidos dentro da
universidade, buscando identificar possíveissoftwares, patentes, marcas e ideias para
serem incubadas na IncubadoraTecnológica e Empresarial da Univali – ITE Uniinova.

Portfólio de Inovação: Compilação de todas as produções tecnológicas produzidas


pela universidade, categorizando-as por tema e apresentando seus principais
elementos.

Fluxos de PI: mecanismo que padroniza e enquadra todas as produções internas da


universidade para análise, especificando a necessidade de aprovação documental e
técnica, para então ser levado aos setores Financeiro e a Reitoria.

Material didático sobre PI: conteúdos produzidos em formatos de vídeos,áudio para


podcast, artigos, videoaulas e e-book que trazem o tema apresentando-o de forma
didática e descomplicada, a fim de desmistificaro tema entre o público em geral. E desta
forma aproximar os diferentes setores da universidade ao NIT por meio do tema
Propriedade Intelectual.

Figura 10. Produção de Podcast Uniinova

Fonte: Núcleo de Inovação Tecnológica da Univali – Uniinova, 2021

24
UM RETRATO DA INOVAÇÃO NA UNIVALI

3.4 Plataforma de Inovação

As plataformas de inovação têm como caraterística reunir infraestrutura e


equipamentos compartilhados destinados à pesquisa, desenvolvimento e inovação
designados a fornecer serviços ou recursos. Esses ambientes estãoabertos a diversos
públicos, permitindo que a comunidade de usuários execute trabalhos colaborativos de
pesquisa e desenvolvimento, testes e produção de lotes-teste (GUIMARÃES &
PECQUEUR, 2015). Dentro desse contexto, surge a Plataforma de Inovação das
Instituições Comunitárias deSanta Catarina, denominada Plataforma ON.

Figura 11. Identidade Plataforma ON

A Plataforma foi concebida para diagnosticaros potenciais


e a atual situação do Sistema ACAFE (Associação
Catarinense das Fundações Educacionais) e propor modelos
de integração de ações de inovação em âmbito estadual, com
alinhamento num planejamento integrado das IES
para as práticas inovadoras de ensino, pesquisa,extensão e
serviços especializados.

Fonte: Sistema ACAFE - Plataforma ON, 2021

Atua com ações dinâmicas e colaborativas entre as instituições do sistema e com


projetos organizados pela plataforma, concebidos, organizados, executados e
gerenciados pelo núcleo técnico da ACAFE e pelas suas IES.

As ações são organizadas a partir de demandas que necessitam daintegração entre as


IES. Estas demandas podem ser de natureza diversas,como Demandas Internas ao
Sistema, identificadas pelas IES em conjunto com a gestão da plataforma, ou com
Demandas Transversais prospectadaspela plataforma. As demandas podem ser do
Setor Privado ou do Setor Público, bem como poderão ser próprias de cada IES ou do
sistema ACAFE. Estas demandas serão articuladas com o apoio da plataforma para a
organização de uma resposta rápida e de excelência.

Numa dinâmica de ambiente integrado entre as IES do sistema ACAFEa plataforma


tem como principal objetivo identificar e prospectar asdemandas e organizar os projetos
com e entre as IES do sistema ACAFE.A organização respeita a autonomia, vocação e
particularidades de gestão de cada IES. Enquanto a execução, os projetos são
executados pelas IES

25
que detêm a competência técnica de elaboração, execução e de gestão, deacordo com
o modelo organizado e estabelecido entre as IES no momentode elaboração de cada
projeto.

O NIT Uniinova tem como reponsabilidade orquestrar essas atividades dentro da


Univali fazendo com que a Plataforma esteja sempre atualizadapara poder gerar as
conexões entre os diversos atores do ecossistema e as universidades parcerias da
Plataforma. Atualmente a ACAFE congrega 15 instituições de Ensino Superior de
caráter comunitário, sendo todas parceiras do projeto.

Figura 12. Instituições plataforma ACAFE

Fonte: Plataforma ACAFE, 2021

3.5 Gestão do Relacionamento

Responsável por promover o relacionamento e o network entre todos os atores do


ecossistema de inovação, fomentando parcerias, concursos, eventos e capacitações
que visem incentivar os diferentes atores do ecossistema para a ação de atitudes e
pensamentos transformadores para promover a cultura da inovação em todas as
esferas, tanto no ambienteinterno como externo à universidade. Essa área trabalha
sempre em parceria com os demais eixos do Uniinova. As atividades desenvolvidas no
setor são:

Parcerias e Conexão com o Mercado - O desenvolvimento de parceriasestratégicas


além de ser um laço mútuo de cooperação é de grande importância para fortalecer e
empoderar as instituições, pois por meio do relacionamento estabelecido entre as partes
26
ambas obtêm bons resultadosfinanceiros e mercadológicos em seus negócios.

Essas parcerias beneficiam diretamente as empresas do setor privado envolvidas


numa ação de oferta de serviços complementares fortalecendoas marcas e ampliando
suas ações junto ao mercado auxiliando no atingimento de interesses comuns e
desenvolvimento para novaspossibilidades de atuação.

Com a alta concorrência, formar parcerias comerciais com o olhar paraa inovação
é essencial para ampliar receitas e abrir portas para novos mercados além de se tornar
um diferencial competitivo. Estabelecer parcerias com empresas para promover a
aproximação entre universidadee mercado é de extrema importância e necessidade do
mundo atual, e garantir a interação entre os dois meios é importante para
desenvolver a fundo a relação direta com o ecossistema de inovação da região. E
representando essa conexão é que está o Centro Regional de Inovação, um importante
parceiro e pilar central para conectar empreendedores, empresas aceleradoras, o setor
público, a comunidade e a universidade destinado a promover network, a troca de
ideias inovadoras, conduzindo os diversos atores a compartilhar, colaborar e cocriar,
formando um ecossistema saldável e que prioriza negócios de alto impacto de crescimento
a fim de atingir socialmente e economicamente todo o ecossistema da região. Por meio
dessa relação com foco na inovação é possível ampliar as possibilidades de atuação
da universidade para níveis de parcerias internacionais com outras universidades de
outros países onde estas sejam novas fontes externas de troca de ideias e
conhecimento elevando representativamente a gestão da inovação a um nível cada vez
mais alto.

O desenvolvimento constante de novas parcerias com o mercado noâmbito em que o


núcleo e a universidade atuam é de grande importância,uma vez que, por meio destas
relações é que se estabelecem novos acordos, novas conexões e ideias voltadas a
solucionar problemas de mercado, tanto dentro das instituições quanto na comunidade
e entorno.E por meio destas uniões é que se faz importante a realização de eventosde
inovação aberta, onde os diversos atores do ecossistema de inovação transitam e
fortalecem seus elos em busca de novos caminhos e ideias que surgem por meio das
parcerias e diálogo constantes presentes nos eventos, sempre com foco na evolução
e inovação. São eventos voltados ao fazer e agir com olhar disruptivo. Como é o caso
dos hackathons, maratonas nacionais ou internacionais, que fomentam soluções
específicas,direcionadas, segmentadas e inovadoras, organizadas e realizadas com
participação ativa de instituições de ensino, governo, empresas privadas e comunidade,
que se unem para atingir resultados efetivos e satisfatórios para o desenvolvimento
regional e suas escalas de atuação, com o objetivo de atingir resultado advindos de
casos reais com soluções reais num curto espaço de tempo. Por isso, é importante
ter uma estratégia de posicionamento bem desenhada para fortalecer a marca do
Uniinova para atender as demandas do público interno da Universidade e tambémo
público externo. Desta forma, é necessário, para que se tenha resultados no
fortalecimento da marca, desenvolver estratégias específicas para cadaárea e cada tipo
de público como descrito a seguir:

27
Público interno:

♦ Alunos do ensino básico, graduação e pós-graduação lato sensu e strictusenso;


♦ Professores do ensino básico, graduação e pós-graduação lato sensu e strictu
senso;
♦ Pesquisadores.
Público Externo:

♦ Egressos;
♦ Empresas privadas;
♦ Organizações governamentais;
♦ Comunidade.

Para cada público descrito é necessário desenvolver estratégias com objetivos


específicos para fortalecer a marca e criar identidade com seus potenciais
consumidores e clientes. Essas estratégias devem ser implementadas por meio de
táticas e ações periódicas previstas no plano de marketing anual do setor, como:

♦ Realizar estudo e analisar o produto e o mercado anualmente para identificar onde


o Uniinova está situado por meio de matriz SWOT/ Business Model Canvas;

♦ Criar e fortalecer o padrão de comunicação visual para criaridentidade com o


target;

♦ Desenvolver estratégias de marketing de conteúdo para aproximar clientes e


stakeholders;

♦ Se relacionar e ter presença nas redes sociais onde o público seencontra;

♦ Desenvolver uma comunicação onde se compartilhe valores ecultura;

♦ Desenvolver premiações e divulgar certificações;

♦ Investir na equipe para que sejam promotores da marca.

Captação de Recursos – A captação de recursos é um recurso desenvolvido pelo setor,


junto aos órgãos de fomento, a fim de disponibilizar investimento financeiro para o
desenvolvimento de estratégias e processos que mobilizem um determinado público
por meio de ações estratégicas que corroborem para a sustentabilidade institucional da
empresa/setor e contribua desta forma para o fomento de determinadas áreas que
necessitem de evolução,sejam elas por meio de ações de promoção de eventos para
fomentar apesquisa, a inovação tecnológica ou ainda para a inovação a nível regional,
nacional ou internacional.

28
Criar projetos que busquem fomentos para as áreas em que o núcleo atua são
primordiais para a saúde financeira e humana do setor, pois por meiodessas captações
é que se torna possível o crescimento e desenvolvimento das áreas de interesse, assim
como do capital intelectual, peça importantedentro da instituição de ensino. É por
meio desta linha de pensamentoque o núcleo tem buscado conquistar a cada ano mais
parcerias e projetospara atingir as metas do planejamento estratégico da instituição
para o pleno desenvolvimento das áreas de atuação. Assim, o núcleo de forma
contínua trabalha na pesquisa de editais de fomento para garantir o desenvolvimento
do setor e de suas ações de melhoria.

Prêmio de Inovação Univali - tem o propósito de valorizar os alunos que se dedicam


a pensar em atividades inovadoras, buscando soluções para um problema ou uma
necessidade do ambiente produtivo ou social onde estão inseridos. Ao final do projeto
os melhores protótipos desenvolvidos são premiados com valores em dinheiro,
consultoria em áreas diversas para contribuir para a construção de uma startups e
bolsas de estudo. As categorias contempladas visam valorizar alunos, egressos e
professores mentores participantes. Neste ano o prêmio está em sua 4ª edição. No ano
de 2020, na sua 3ª edição, o concurso teve um crescimento em seu número de
inscrições com um aumento de 69,56% com relação ao ano anterior, com 111 inscritos,
78 projetos recebidos sendo 46 direcionados para uma categoria especial para o
enfrentamento ao coronavírus.

Figura 13. Prêmio Univali de Inovação - Edições

Fonte: Núcleo de Inovação Tecnológica da Univali – Uniinova, 2021

Ações de Sensibilização – eventos e capacitações - têm como propósito incentivar e


promover ações que despertem o interesse e desejo pelo empreendedorismo
inovador na comunidade interna, entre alunos, professores e pesquisadores e
também entre a comunidade externa, alcançando egressos e a comunidade do
entorno onde existem campus da Univali. Os eventos de sensibilização categorizamos
da seguinte forma:

Evento de OPEN MIND:

Festival da Imaginação - tem como objetivo trabalhar o conceito de criatividade e não


só mostrar como ela é importante para desenvolver ideias, mas muito além disso,
trabalha o conceito de open mind para gerara ação e o agir para que essas ideias se
desenvolvam e se tornem negócios reais. Para os eventos são convidados profissionais

29
da área da criatividadee inovação de nível nacional para dar um start na mente e ativar
o olhar para a criatividade e para o processo de geração de ideias. A ideia principal é
trabalhar os conceitos de imaginação, criatividade e pensamentos inovadores que são
essenciais hoje em dia e tornam o profissional que detém essas características
desenvolvidas uma peça essencial nas corporações inovadoras. O evento é realizado
uma vez por ano.

Figura 14. Festival da Imaginação – 1 Edição, 2021

Fonte: Núcleo de Inovação Tecnológica da Univali – Uniinova, 2021

Evento de Conexão:

Innovation Boost Week - O evento tem como objetivo conectar e compartilhar


experiências; promover networking; ativar ideias inovadoras e estimular e impulsionar
a cultura da inovação por meio do diálogo e troca de experiências empreendedoras das
startups de destaque na região Sul do país e tem como foco compartilhar as
experiências vividas e que mesmo em tempos difíceis conseguem dar um salto de
inovação para seus negócios. Os palestrantes convidados são fundadores ou
representantes de Startups de destaque e renome no mercado e dialogam sobre o case
de sucesso de suas empresas, suas estratégias que tornam seus negóciosdiferenciados
e a importância da inovação para alavancar os seus negócios.

Figura 15. Innovation boost Week - 1ª Edição

Fonte: Núcleo de Inovação Tecnológica da Univali – Uniinova, 2021

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Empreenight - O evento tem por objetivo proporcionar um ambiente descontraído para
promover o relacionamento e a união de negócios, inovação e entretenimento com foco
na formação de redes de contato e relacionamento entre empresários. Foram realizadas
duas edições, uma em agosto de 2018 que teve como palestrantes Jorge e Denis –
Fundadores da Cervejaria Stannis e Iago Vailati – CEO do Hiper Sistemas no bar e
restauranteStannis PUB, e uma em dezembro de 2019 com os parceiros Empório Beer
House Cervejas Especiais, Beer House Cervejas, Cervejaria Faroeste, Green Coast
Cervejaria, Cervejaria Beer Bro, Oggin Craft Beer, Cervejaria Itajahy e Cervejaria Samurai
que realizou-se no restaurante ZEPHYR na Marina em Itajaí. O evento teve como
parceiros em suas edições o restaurante StannisPub e Hiper Sistemas. Em 2020 não foi
realizado nenhuma edição desse evento em virtude da pandemia.

Figura 16. Empreenight - 2ª Edição

Fonte: Acervo Uniinova, 2019

Evento de Soft e Hard Skills

Uniinova Skills - O evento tem como objetivo construir, aprimorar e qualificar as


habilidades dos empreendedores incubados na ITE-Uniinova, bemcomo, proporcionar
uma conexão entre os diferentes agentes de inovaçãoe empreendedorismo da Univali
e da região. Os eventos acontecem num calendário móvel durante o ano e aborda temas
voltados ao aprimoramento das Soft Skills que são as habilidades socioemocionais,
mentais e sociais e as Hard Skills que são as habilidades técnicas e de qualificação.

31
Figura 17. Uniinova Skills - Edições 2020

Fonte: Acervo Uniinova, 2020

Evento para docentes/pesquisadores:

Science Day - Esse evento é realizado em parceria com a Diretoria de Educação e a


Gerência de Pesquisa e Pós-Graduação da Univali e tem como objetivo conectar
líderes de grupos de pesquisa da Univali com professores da graduação visando o
fortalecimento da implementação do ensino por meio da pesquisa, inovação e a
construção do currículo conectado. O intuito é proporcionar um momento diferente para
que os professores possam verificar quais tema de pesquisa conversam com as
disciplinas por eles ministradas. O evento foi lançado em 2019 e teve duas edições
realizadas, um na Marina em Itajaí e outro no passeio São Miguel em Balneário
Camboriú.

Figura 18. 2ª Edição do Science Day

Fonte: Acervo Univali,2019.

32
Empreenday - Esse evento é realizado em parceria com a Diretoria de Educação e
consiste num simpósio que tem como objetivo discutir a relação do
empreendedorismo e da inovação com a educação. O evento reúne professores de
todas as Escolas do Conhecimento da Univali e ocorre em diferentes espaços. A última
edição realizou- se no Shopping Bravamall, na PraiaBrava, em Itajaí. Os diálogos foram
mediados por Marco Murara e o simpósio teve como parceiros o Sebrae SC, a Procave
e o Bravamall.

Figura 19. Encontro Empreenday em 12 de agosto de 2019

Fonte: Acervo Univali, 2019.

Semana Internacional de Empreendedorismo e Inovação - A primeira edição


realizou-se em novembro de 2019 e teve como apoio a Fundação de Amparo à
Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina - FAPESC por meio do edital
PROEVENTOS. O evento tem como objetivo integrar a comunidade interna e externa,
bem como a rede de pesquisadores fomentando a disseminação da educação
empreendedora, os sistemas de inovação e as práticas de desenvolvimento
sustentável, e desta forma compartilhar e provocar discussões sobre os desafios e
oportunidades relevantes no cenário regional, nacional e internacional. Na primeira
edição o evento teve como parceiros a Cerumar, FAPESC, Sebrae, INPI, UVVA, SBG
Fellow e JÁ Santa Catarina.

Figura 20. Semana Internacional de Empreendedorismo e Inovação- 2019

Fonte: Acervo Univali, 2019

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Meetup de Aceleração - O Meetup teve como objetivo apresentar as melhores práticas
no apoio às startups e programas de incubação eaceleração, e promover a troca de
experiência adquiridas nos programas de aceleração. Além disso, debater sobre o
propósito como base para os desafios. O meetup contempla painéis e na sua edição
de 2019 abordou temas sobre programas de aceleração e as melhores práticas no
apoio às startups, sob mediação de Murilo Domingos, da empresa Darwin Startups;
propósito, a base para os desafios de se empreender, com Paula Lunardelli, CEO da
Prevision e “Tudo o que aprendi com o programa de aceleração daDarwin Startups, com
Thiago Ribeiro, CEO da DBJubs.

Figura 21. Meetup de Aceleração – 2019

Fonte: YOUTUBE (https://www.youtube.com/watch?v=ssv81rSNUZo)

#vamojunto – o evento foi realizado em parceria com o Sebrae e diversos


empreendedores locais, nos meses de julho a agosto de 2019. São oferecidas
capacitações, oficinas e consultorias. As ações, alé, de colaborativas, têm como
objetivo potencialziar sua atuação no tema do Empreendedorismo e da Inovação, com
vistas a sustentação da cultura empreendedora na Univali e região e à criação de um
ecossistema Empreendedor de referência. Assim como também tem o objetivo de
desenvolver comportamentos, atitudes e habilidades Empreendedoras.

As atividades são oferecidas em diferentes formatos, para diferentes públicos,como alunos,


funcionários, professores e egressos da Univali e também empresários.

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Figura 22. #vamojjunto - 2019

Fonte: Acervo Univali, 2019

Eventos em parceria:

Global Legal Hackaton - O evento teve como focodesenvolver soluçõespara melhorar


o acesso à justiça por meio da tecnologia, em parceria com a Escola de Direito da
Univali e a Uniinova.

Foi uma maratona de 54 horas de duração, e teve como um dos seus objetivos reunir
cerca de 100 participantes entre os dias 06 e 08 de março de 2019, no Centro de
Conhecimento Compartilhado da Univali, em Itajaí. Participaram estudantes e
profissionais como designers, desenvolvedores, empreendedores, profissionais da área
jurídica e toda a comunidadeinteressada no assunto. O Global Legal Hackathon é um
evento que ocorre simultaneamente em 21 países. No Brasil, foram 40 cidades
participantes,entre elas as cidades escolhidas para sediar o evento foram Aracaju, Belo
Horizonte, Cuibá, Curitba, Florianópolis, Fortaleza, Manaus, Porto Alegre, Recife, Rio
de Janeiro e São Paulo, além de Itajaí e Balneário Camboriú que realizam a edição
regional em conjunto. Durante os três dias de competição, aproximadamente trinta
mentores e especialistas auxiliaram os participantes a desenvolverem seus modelos de
negócio para apresentarà banca julgadora no último dia. Os três primeiros colocados
receberam uma premiação, além de terem a chance de participar da etapa internacional
do evento, em Londres. O maior evento de desenvolvimento de soluções para o acesso
à justiça do mundo este ano aconteceu na Univali.

Figura 23. Global Legal Hackathon

Fonte: Acervo Univali, 2019


35
UM RETRATO DA INOVAÇÃO NA UNIVALI

3.6 Coworking

O NIT-Uniinova procura pautar suas atividades de acordo com as grandestendências


da área de negócios e aproximar a comunidade universitária dos novos
comportamentos do mercado. Nessa perspectiva e seguindo as tendências da
Economia Compartilhada e da Economia Colaborativa, surgiu a ideia de implantar
dentro do Uniinova um espaço de Coworking.

Entende-se por economia compartilhada um modelo em que as pessoas realizam


tarefas com otimização financeira, num modelo econômico para poder aproveitar
recursos físicos ao máximo com redução de custose otimização de espaços.
Essa ideia de compartilhamento nasceu da necessidade de poupar recursos
naturais e financeiros, principalmente após a crise mundial de 2008.

As organizações que têm adotado esse modelo geram em seus colaboradores e


parceiros um sentimento maior de pertencimento, benefício mútuo e responsabilidade
coletiva. Desta forma, faz com queum único bem de alto custo proporcione mais
valor a mais pessoaspor muito mais tempo. Neste novo modelo econômico todos
ganham, principalmente, o meio ambiente que passa a sofrer menos impacto devido
ao hiperconsumo que acomete especialmente nos grandes centroscomerciais. Nesta
relação, a economia compartilhada gera redução de custo para quem usa e renda para
quem fornece.

De acordo com o site da SBCoaching (2021), em oposição ao individualismo exacerbado,


essa abordagem traz de volta a noção coletiva e substituiu o “eu” pelo “nós”,
aproximando pessoas ao invés de afastá-las. É claro, queeste novo paradigma exige
uma mudança cultural significativa, em uma sociedade que nos ensina a temer
“estranhos”.

Com base nesse contexto, hoje, esse modelo tem ganhado cada vez maisadeptos em
todas as áreas de atuação, do microempreendedor individual as grandes
multinacionais, tornando muitas vezes espaços ociosos em grandes ambientes
colaborativos que muitas vezes abrem novos caminhose oportunidades para estabelecer
parcerias de negócios e relacionamento.

Segundo a Desk Coworking (2020), de acordo com o Censo Coworking Brasil2019, no


Brasil o Coworking deu as caras em 2007. Nesses últimos quatorze anos, a tendência
cresce no país, que hoje registra cerca de 1497 escritórios espalhados pelos 26 estados
e o Distrito Federal. O estudo ainda apontouque a adesão do modelo é mais forte no
estado de São Paulo, que possui663 escritórios registrados, sendo 388 deles na capital.

A Univali por meio do NIT – Uniinova, dá início a essa prática do compartilhamento


de espaço de trabalho, principalmente para alinhar aosseus propósitos:

36
UM RETRATO DA INOVAÇÃO NA UNIVALI

Favorecer parcerias: estar em contato com outros empreendedores, marcas e


empresas que trazem benefícios muito importantes para o NIT além da intensificação
do networking aproximando mercado, instituição e comunidade.

Aumentar a produtividade: para incubados, startups, empresas, estar emum ambiente


corporativo e organizado favorece o maior envolvimento no desenvolvimento e
realização de projetos, o que contribui para a redução de desperdício de tempo. Além
disso, o compartilhamento com outros profissionais estimula uma maior produtividade
pois permite a troca de ideias e o desenvolvimento de novos projetos.

Oferecer um ambiente independente e com maior liberdade: um espaço com


horário de funcionamento mais flexível permite que as pessoas estejam mais felizes
e confortáveis com sua rotina de trabalho e esse sentimento contribui para
pensamentos e ideias mais criativas. Essa forma de trabalho mais fluída e comunitária,
incentiva a formação de redes, como uma espécie de microcluster, onde seus
frequentadores se conectam por conhecimento, comunidade e organização.

Partindo desses princípios, o coworking do Uniinova busca impactar positivamente em


quatro esferas do desempenho organizacional:

01 Resul
Resul
tados
tados
Sociai
Polític
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Resultados
02 Resultados 04 Econômiscos
Técnicos
Operacionis -Financeiros
Mercadológic
os

Além de fomentar duas características

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UM RETRATO DA INOVAÇÃO NA UNIVALI

O modelo de estrutura física e de gestão têm como objetivo, a todomomento, buscar


estímulos nas relações interprofissionais. Desta forma oferece um ambiente aberto
sem interferência de paredes ou de quaisquer outros obstáculos visuais. Além disso,
promove workshops paraos residentes coworkers, assim como eventos, entre outras
capacitações que utiliza como recurso adicional para que os presentes e
participantes possam apresentar seus trabalhos e desenvolver suas habilidades além
deampliarem suas redes de contatos.

Além do espaço físico, o coworking conta também com diversos serviços que tornam
essa opção de espaço mais cômoda e versátil, como: acesso ao wifi, recepcionista,
segurança, serviço de limpeza, espaço de cafeteria/ copa compartilhado, etc. A
existência de espaços lúdicos, ameniza a rotinade trabalho, transformando a rotina
menos sufocante e flexível.

Figura 24. Estrutura Física Coworking Uniinova

Fonte: Acervo Univali, 2019

3.7 O NIT-UNIINOVA como um Hub de Inovação

Conexão é a palavra-chave para um hub de inovação. Dessa forma, o NIT- Uniinova foi
criado para contribuir na simplificação da estruturação de propostas de negócios e
estimular a cultura empreendedora. A funçãodo NIT- Uniinova na condição de
HUB de inovação, é de conectar as diferentes partes do ecossistema de inovação e
montar um grande quebra-cabeça com a parceria dos diversos atores que compõem
esse bioma diversificado e criativo. Além de articular, serve também, como um
grande espaço de colaboração promovendo o encontro entre a universidade,
empreendedores, startups, empresas e investidores, como também as instituições
de fomento e prestadores de serviços públicos e privados focados em estartar novas
ideias de negócios.

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UM RETRATO DA INOVAÇÃO NA UNIVALI

De acordo com Toivonen e Friederici (2015) o termo hub de inovação surgiu dafalta de
clareza em sua real essência, embora tenha sido uma característica que auxiliou em
seu sucesso, por não se prender a regras específicas. Em seus estudos, os autores
destacam alguns aspectos essenciais que ajudam a definir o conceito de hub:
constroem uma comunidade colaborativa, em que em seu centro existem
empreendedores individuais; membros com conhecimentos heterogêneos; facilita a
criatividade e colaboração no espaço físico e digital; reúnem uma cultura
empreendedora global. Aindapara os autores, entende-se como hub de inovação
“um espaço em que se reúnem empresas nascentes de base tecnológica com alto
potencial de crescimento – as startups –, além de médias e grandes empresas
epotenciais investidores. Um espaço voltado para a geração de negócios”. Neste
sentido, a palavra chave para entender o funcionamento dos hubs de inovação é
conexão.

Um hub de inovação não exige um espaço físico específico, desde que as conexões
necessárias aconteçam. É formado também por uma seleção dos residentes que
estimula as conexões e a geração de negócios.

Segundo Etzkowitz & Leydesdorff (1998), devido a sua afinidade em transgredir


barreiras em prol do conhecimento há, uma terceira missãoda universidade, além
do ensino e da pesquisa: trata-se de traduzir a pesquisa científica em
desenvolvimento socioeconômico. Youtie & Shapira (2008), alinhados com esta
visão, sugerem que há uma evolução dos papéis da universidade. No início, a
universidade funcionou como um armazém de conhecimento e, em um segundo
momento, evoluiu para uma fábrica de conhecimento. Mais recentemente, a
universidade deve agir como um hub de conhecimento, ampliando sua troca,
aprendizado e inovação entre agentes.

O NIT- Uniinova oferece o espaço físico nos quais empresas jovens — as famosas
startups — podem colocar em prática as suas ideias inovadoras. Neste ambiente,
esses empreendedores, que costumam estar no início dacarreira e muitas vezes não
contam com recursos abundantes, têm acessoa um espaço para trabalhar, conhecer
outros negócios, obter investimentose fazer parcerias com grandes empresas. O Hub
realiza uma série de atividades e benefícios para os que trabalham nele bem como
serve de vitrine para que startups, incubados e empresas sejam vistos. Durante
o processo, passam pela Universidade, investidores, representantes de órgãos
de fomento e grandes empresas, interessados em descobrir novos negócios, seja
para investir em uma ideia rentável ou para resolver problemas internos que
possuam.

E o que conecta isso tudo, é o networking. Dessa forma, esses atores não ficam
fechados em suas ideias. Podem trabalhar de maneira colaborativa, inspiram-se em
outras ideias, fazem parcerias. O resultado é um espaço de troca, aprendizado e
fomento da cultura da inovação e do empreendedorismo. É comum no hub, a prática
da inovação aberta (openinnovation), que ocorre quando negócios colaboram entre
si para criar produtos e serviços inovadores.

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UM RETRATO DA INOVAÇÃO NA UNIVALI

Ainda no contexto do networking, mais do que um espaço, é importante que o hub


foque na criação de conexões das diversas áreas da Universidade, tanto com as
startups, quanto com as empresas e investidores. O conceito do hub de inovação
NIT – Uniinova não se limita a um espaço físico. Atualmente, ele atua também
por meio de uma plataforma digital, que conecta universidades, startups e empresas
independentemente de sua localização.

No ecossistema interno da universidade, o NIT Uniinova atua gerando conexões com


o ensino, a pesquisa e a extensão por meio das Escolas do Conhecimento,
laboratórios de pesquisa, grupos de pesquisa, Incubadora Tecnológica de
Cooperativas Populares, Escritório de Projetos, setor de internacionalização e
parcerias institucionais. São desenvolvidas ações em conjunto com esses setores
gerando possibilidades de inovação e interações entre áreas. Essa aproximação
permite um trabalho em rede efortalece o ambiente de inovação da universidade.

No ambiente externo, o NIT Uniinova atua junto as empresas, organizações,indústrias,


governo, instituições de fomento e comunidade fomentando a inovação e
impulsionando o desenvolvimento da região. As ações realizadas são eventos,
consultorias, mentorias, hackaton, palestras, capacitações, desenvolvimento de
projetos e prestações de serviços sempre conectados com o ambiente interno da
universidade.

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