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Lucas Censi <lucasgcensi@gmail.

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[Passageiro #70] Os supostos profissionais mais influentes da rede


1 mensagem

Matheus de Souza <matheusdesouza@substack.com> 26 de março de 2024 às 20:52


Responder a: Matheus de Souza
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Para: lucasgcensi@gmail.com

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[Passageiro #70] Os supostos


profissionais mais influentes da
rede
"Tudo na vida tem dois lados", diz o Top Voice do LinkedIn.
MATHEUS DE SOUZA
MAR 26

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Para ler ouvindo¹: Holiday / Boulevard of Broken Dreams, por Green Day.
Cena de “Idiocracy” (2006).

1.

É sábado e estou na praça Louise Michel onde crianças – e alguns adultos –


divertem-se no carrossel de Saint-Pierre, aquele com vista para a Basilique
du Sacré-Cœur que, se você acompanha conteúdos de viagem no Instagram
ou no Tik Tok, o algoritmo já deve ter lhe mostrado (“5 lugares gratuitos para
você visitar em Paris”; “3 atrações imperdíveis em Paris”; “o melhor lugar
para você fotografar a Sacré-Cœur”); é realmente bem bonito.

Um grupo de mulheres estadunidenses na casa dos 40 dança a coreografia


de uma música country alegre. Elas usam colares de plumas e chapéus rosa
shock. Uma adolescente, que suponho ser filha de umas das mulheres, filma
tudo com um celular preso a um tripé.

– Alguém tem que acabar com o Tik Tok. – brinco com I. Não aguento mais
esse tipo de conteúdo. – dou ênfase na palavra “conteúdo” e faço um sinal
de aspas com as mãos.

– Deixa de ser chato. – ela retruca.

Uma criança pequena demais para estar em pé observa a cena com


atenção. Tiro meu celular do bolso e faço um vídeo bobo das mulheres
dançando e da reação da criança. Mais tarde transformarei o vídeo bobo em
conteúdo. Percebo a ironia, mas clico em “publicar” mesmo assim. Este tipo
de conteúdo é importante para os números do meu mídia kit; faz tempo que
não faço uma publi no Instagram.
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2.

“Conteúdo”.

Eu não aguento mais essa palavra.

3.

O pouco de visibilidade que tenho na internet (ou tive?) devo ao LinkedIn.

Em 2015 comecei a escrever qualquer coisa na rede (escrever mesmo, nada


de vídeo; mas ainda assim “conteúdo”), as pessoas foram gostando e no ano
seguinte saí na primeira lista de Top Voices, um afago ao ego dos supostos
profissionais mais influentes da rede (na época eu e mais 14; eu um CLT
fodido ganhando exatos R$ 1.632,00 por mês trabalhando numa empresa
ainda mais fodida no interior de Santa Catarina bem longe dos coletinhos da
Faria Lima).

É 2024 e estou em um grupo de WhatsApp com exatamente 325 outros Top


Voices (de onde saiu tanta gente?; já temos mais Top Voices do que ex-
BBB’S).

Um membro do grupo, um dos supostos profissionais mais influentes do


LinkedIn, sugere uma pauta aos outros membros:

Imagem retirada do exclusivo grupo de WhatsApp dos


supostos profissionais mais influentes do LinkedIn.
“A (sic) alguns meses um vídeo bombou devido (sic) um senhor que
expulsou o rapaz de sua padaria. Olha a notícia agora. Isso dá um bom
post para mostrar que tudo na vida tem dois lados. Igual a moeda. Quem
não postou nada hoje, talvez pode (sic) ser um ponto de partida”.

4.

A inteligência artificial vai tirar o emprego de muita gente. Já está tirando.

Especialistas em futuro do trabalho falam que devemos nos adaptar, o que


concordo, gosto desse vídeo do David Choe sobre como os artistas podem
bater a IA, da zoeira dele com o rolê Lars Ulrich x Napster, de não nos
tornarmos Boomers e etc, porém, é fácil cair nesse discurso quando um
cara rico pra cacete como o David Choe vem com esse papo de “ah, basta
ser autêntico, blá blá blá”, quando na real quem vai se foder é o redator ou
designer que mal consegue pagar um quarto e sala na região da
Cracolândia.

Mas tudo tudo na vida tem dois lados. Igual a moeda.

Com os prompts certos no ChatGTP você ainda pode ser Top Voice do
LinkedIn.
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para papear sobre escrita, produção de conteúdo, monetização, livros e
viagens – em encontros via Google Meet com duas ou mais horas de
duração.

Na próxima quinta-feira (28), 18h de Brasília, compartilharei com os


assinantes pagos da newsletter Passageiro o que já fiz (e o que tenho feito)
quando o assunto é 1) encontrar temas para as minhas publicações; 2)
encontrar os melhores canais e formatos para falar desses temas; e 3)
encontrar uma frequência de postagens que, ao mesmo tempo, seja
efetiva e não me enlouqueça.

[Clube Passageiro #11] Como criar uma linha e um


calendário editorial
MATHEUS DE SOUZA · MAR 22
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O que você precisa saber sobre o encontro de março do Clube Passageiro:

👨‍🏫 Tema: Como criar uma linha e um calendário editorial

🗓️Data: quinta-feira, 28 de março de 2024

⏰ Horário: 18h de Brasília

⌛ Duração: 1h15min de apresentação + 45min de discussão e perguntas e


respostas

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🧠 Para ler, refletir, assistir e ouvir

Se você não sabe o que é um Top Voice você tem muita, muita sorte.

Meu amigo Dimitri Vieira fez um vídeo sobre como esse negócio
de Top Voice ficou banalizado e eu queria muito que vocês
estivessem no tal grupo de WhatsApp para verem o que meus olhos
viram.

“Então você quer ser um artista. Você tem que começar um Tik
Tok?”. Ótima reflexão da Rebecca Jennings na Fox (em inglês).

The Summer Hunter é um dos perfis que mais consumo conteúdo no


Instagram. Gostei bastante dessa entrevista da Fast Company com o
Ricardo Moreno, um dos fundadores do projeto. Ano passado participei
de um episódio do Desenrola, o podcast do The Summer Hunter, sobre
a real dos nômades digitais.

Um IA confirmou que metade de uma peça do Shakespeare não é


dele.

Folha de S. Paulo denuncia que revista da Abril, além de usar IA,


cometeu plágio.

Magnatas do Crime, belo entretenimento na Netflix.

Pon Pón, a nova do Khruangbin (LA SALA, o álbum novo, sai dia 05 de
abril).

🗣 Call to action aleatória para gerar engajamento

Qual palavra banalizada pelos supostos profissionais mais influentes da


rede você não aguenta mais?

✍️Notas de rodapé

1 Você sabia que a newsletter tem uma playlist com todas as músicas
indicadas aqui? Ela é atualizada semanalmente.
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