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Dedicatória

“Às minhas filhas Pietra e Betina Santo, que passavam no quarto (que virou
escritório durante a Pandemia) quando eu redigia os capítulos, e diziam uma
para outra: “não pode fazer barulho, a mamãe está escrevendo o livro...”.
Obrigada amores da vida para a vida inteira.

Ao meu marido, que teve bastante paciência comigo e ficou ao meu lado,
muitos dias com sono, mas, sempre firme para me fazer companhia. Obrigada
Guto Baptista, muito da construção dessa minha história devo a você.

E a Vera Lúcia Vieira, que me convidou para participar desse processo e


sempre acreditou em mim. A sua aposta foi muito importante.

Pode ser clichê, mas preciso terminar agradecendo a Deus, que me deu a mão
para esse projeto, assim como, me sustenta sempre! Como gostaria que cada
um acreditasse, assim como eu, no poder da oração!”

Concretização do Podcast como nova mídia digital

Por Roberta Santo

Muitos são os canais de comunicação que podemos utilizar para direcionarmos


nossas mensagens, algumas pessoas e empresas já os conhecem, outras estão
aprendendo pela necessidade do mercado e, até mesmo por toda a situação
atual que vivemos com essa pandemia. Mas, este capítulo destacará, em
especial, uma ferramenta que alguns dizem ser nova, porém existe mais de 12
anos. Estou falando do podcast, que cresce no Brasil mesmo em meio a tantas
crises que vivemos atualmente.

Passar informações, mensagens, agradecimentos, estreitar o relacionamento de


empresas com seu público de interesse, deixar a relação mais humana e direta,
são alguns dos resultados que o podcast traz.

Para assegurar que a ferramenta é realmente eficaz, que tal você conhecer
alguns números do mercado. Segundo a Associação Brasileira de Podcasters
(ABPod), a quantidade de podcasts de origem brasileira já ultrapassa a marca
de dois mil, e indo mais além, 63% dos entrevistados afirmam ter comprado
algum produto ou serviço anunciado durante o streaming de áudio. Já o Ibope
Inteligência revelou por meio de uma pesquisa que 40% dos 120 milhões de
usuários da internet no Brasil já ouviu - pelo menos uma vez - um programa de
podcast. Isso representa mais de 48 milhões de pessoas.

Cada episódio tem aproximadamente de 35 a 50 minutos, e mais de 90% dos


ouvintes consomem o episódio inteiro, se fizermos uma comparação ao tempo
de engajamento do público nos posts de Instagram, Facebook ou em um Tweet,
entendemos o porquê a ferramenta veio para ficar. Além disso, metade das
pessoas consomem de duas a três horas por dia de conteúdo.

O podcast é de fato um canal de informação extremamente versátil. É distribuído


em várias plataformas e os ouvintes podem receber a informação a hora que
quiser, seja no trânsito, na academia, fazendo tarefas em casa, entre outras.

Grandes players entraram de cabeça neste formato, por exemplo o Spotify, no


ano passado, desembolsou mais de US$ 300 milhões para adquirir empresas
como a Anchor e a Gimlet Media, software e produtor de conteúdo para
podcasts, respectivamente. A mais recente novidade, é a parceria com a Warner
e a DC Comics para a produção de conteúdo originais em áudio: áudio books +
podcast = áudio HQ. Teremos um novo formato dessa consagrada linguagem?

Movimentação do podcast no Brasil e no mundo

A euforia do podcast no Brasil acompanha uma tendência mundial. O mercado


cresce e as empresas, cientes disso, se mexem para se adequarem e
conseguirem resultados.

Não são apenas as empresas citadas acima que rumam à plataforma. O Google
lançou o Google Podcasts buscando alcançar pessoas que nunca ouviram um
podcast. Para isso, focam nos usuários do sistema operacional Android. Quando
fazem uma busca por qualquer tema, sugestões de podcasts relacionados ao
assunto aparecem na tela. O diferencial aqui é que o usuário não precisa baixar
um aplicativo, fica mais fácil e atraente para quem pesquisa. E como sempre o
Google facilitando a vida dos usuários.

Se falarmos de expectativa a curto prazo, o Spotify prevê que 20% do tráfego


gerado na plataforma pertencerá aos conteúdos não musicais — ou seja,
podcasts. Outras empresas também fazem previsões e planos otimistas. A Apple
Productions aumenta a sua produção de podcasts, e afirma que já detém entre
50% e 70% de audiência de podcasts na América do Norte. O Deezer, por sua
vez, relatou que seus podcasts obtiveram um aumento de 40% em número de
ouvintes nos últimos anos.

No futuro talvez a briga seja ditada pelos direitos de hospedagem e exclusividade


de transmissão. No Brasil já temos casos assim, como, por exemplo, a Folha de
S. Paulo e o Spotify, que produzem o podcast Café da Manhã, que não aparece
nas plataformas concorrentes como Google Podcasts, Apple Podcasts ou
Deezer.

Em julho de 2019, o CEO e cofundador do Spotify, Daniel Ek, disse à CNBC que
tinha planos de investir US$ 500 milhões em podcasts originais. Mas por que
tamanha empolgação dele? É simples, os consumidores de vídeo gastam
aproximadamente a mesma quantidade de tempo consumindo áudio e vídeo.
Porém o vídeo é um mercado de um trilhão de dólares e a indústria da música e
do rádio vale apenas cerca de 100 bilhões de dólares. Aí chegam os
questionamentos, será que os olhos valem tanto mais do que os ouvidos? Sendo
que as pessoas ainda passam mais de duas horas por dia ouvindo rádio, parece
um mercado muito promissor.

Se aqui 40% dos internautas brasileiros já ouviram pelo menos uma vez um
podcast, nos Estados Unidos, a realidade é outra, cerca de 70% da população
com mais de 12 anos já consomem podcast. Lembrando que os Estados Unidos
é o país que dita as tendências de marketing, foi assim com as redes sociais, o
YouTube, o marketing digital e outras vertentes do mundo online. As estatísticas
brasileiras tendem a seguir a mesma perspectiva que a América do Norte, até
porque o Brasil é um mercado que adota novas mídias e tendências de maneira
rápida.

Podemos afirmar, que o podcast já conquistou o coração dos brasileiros e mudou


de patamar, deixou de ser uma promessa para ser percebido como tendência, e
está no radar de empresas de mídia, influenciadores digitais, departamentos de
marketing das companhias. Afinal, ouvir podcast é uma experiência simples. A
pessoa precisa ter um smartphone com um mínimo de desempenho e
capacidade de armazenamento para baixar os episódios. Aqui temos cerca de
230 milhões de celulares. Portanto um cenário perfeito para o consumo de
podcasts.

É desejável uma transmissão 4G ou o aparelho conectado a uma rede wi-fi. A


conexão é uma boa saída para ouvir os episódios, assim libera espaço de
armazenamento, uma vez que os podcasts precisam disputar o disco com as
músicas, séries do Netflix, vídeos pessoais e tantos outros componentes que
esgotam os smartphones.

Assim como ocorre com as plataformas de streaming de vídeos, os podcasts


ficam à disposição dos usuários para que ouçam os programas quando puderem.
Nesse aspecto, entra também um fator relevante, que é o hábito dos ouvintes
brasileiros. Eles consomem podcasts quando estão com as mãos ocupadas ou
fazendo alguma outra coisa. A Podpesquisa, da Associação Brasileira de
Podcasts, em 2017 mostrou que eles apertam o play de seus programas
favoritos quando estão:

• Se deslocando em transporte público ou particular (79%)


• Ocupados em tarefas domésticas como lavar a louça ou arrumar a casa
(68%)
• Malhando na academia (46%)
• Trabalhando (39%)
• Navegando na web (39%)
• Se preparando para dormir (35%)

Em entrevista concedida ao e-book Como Fazer um Podcast, Javier Piñol, Head


of Studios do Spotify na América Latina disse: “somos a primeira empresa de
áudio do mundo. O que fazemos melhor do que ninguém é a curadoria, o que
permite às pessoas descobrir novos conteúdos que elas amam. É uma das
coisas que nossos usuários mais apreciam. Nós os conhecemos e damos a eles
coisas que eles nem sabiam que queriam. Tudo programado exatamente para
eles”. Por isso, o Spotify tende a se tornar uma espécie de YouTube dos
podcasts. Segundo dados internos, as horas dedicadas aos podcasts aumentou
250% entre 2017 e 2018, mantendo essa aceleração no ano passado.
Com todos esses dados, o podcast se mostra uma ferramenta interessante do
ponto de vista financeiro, pois os anúncios que envolvem os episódios garantem
monetização para as empresas que distribuem os programas.

E o Brasil sem dúvida é a menina dos olhos, acha vista que foi o primeiro país a
sediar um evento focado exclusivamente em podcast. Realizado no final do ano
passado, na Cinemateca Brasileira, em São Paulo, o Spotify for Podcasters
Summit apresentou a força dessa mídia, que tende a crescer muito com o apoio
dos meios de comunicação (os veículos já ingressaram para divulgar notícias e
comentaristas já têm seus podcasts para analisarem o mercado), sem contar as
empresas de áudio e de criadores de conteúdo.

Atualmente os brasileiros consomem assuntos diferenciados, mas, neste mar de


oportunidade o que não faltará serão temas. Os mais procurados hoje são:

• Sociedade/cultura;
• Comédia;
• Educação;
• TV/filmes;
• Notícias gerais;
• Negócios/empreendedorismo;
• Música;
• Espiritualidade;
• Lazer;
• Esportes.

A importância do podcast como mídia

Criar um podcast é relativamente simples, explicaremos superficialmente neste


capítulo como elaborar um, mas aqui o foco principal é abordarmos a importância
que ele ganhou como mídia e o crescimento que teve nos últimos anos,
especialmente nessa época, em que o mundo parou e o isolamento tomou conta
da vida das pessoas. Até por essa nova realidade, os ouvintes se dedicaram a
ouvir mais assuntos que agradavam a sua mente e novos podcasts ganharam
espaço no mercado.

A criação de um podcast passa necessariamente pelo aspecto editorial. Joe


Pulizzi, um dos mais respeitados experts em content marketing do mundo,
recomenda que toda empresa ou pessoa que se proponha a lançar um canal
tenha em mente uma declaração de missão editorial, ou seja, um parágrafo de
três ou quatro linhas que determine quem é o público-alvo, a quem o conteúdo
se destina, o que será entregue a ele. Em entrevista ele ainda ressaltou: “não
importa o tema, o importante é que você seja capaz de enxergar a existência de
um público-alvo e oferecer conteúdo de qualidade. Pode ser sobre economia,
física, carros, moda entre outros”.

É importante destacar que como mídia ele ganha um papel dentro das
corporações e pode ser utilizado de diversas formas, afinal, ajuda e muito o
diálogo, a união entre os interlocutores e seus públicos, o incentivo nas ações
das companhias e torna todos membros em uma só voz.

Utilizar o podcast como uma forma de manter o endomarketing pulsando é, sem


dúvida, uma decisão assertiva, ainda mais no novo normal onde muitos
trabalharão home office.

É um canal que aproxima as pessoas, faz todos ficarem unidos em busca do


mesmo objetivo, por isso, muitos dizem que a podosfera é o maior incentivo a
criar e fortalecer comunidades. Pessoas com a mesma diretriz se fortalecem com
os episódios. Utilizar como um canal de comunicação só impulsiona a marca,
solidifica as ações e fideliza o público de interesse.

Para o especialista Felipe Mangabeira, Diretor de Operações da PodcastHub,


produtora especializada em podcasts, "o podcast é uma ferramenta única de
branding para as marcas. O formato promove uma sensação de proximidade
para o ouvinte, com a facilidade desta experiência ser vivenciada de forma
"handsfree". A praticidade está em toda a experiência: novos episódios chegam
até o ouvinte sem nenhum esforço, você carrega no bolso e consome enquanto
está em viagem, no trânsito, praticando exercícios, lavando a louça, arrumando
a casa. Centenas de grandes marcas já adotam esse canal de comunicação com
seus clientes pelo mundo”.

Vale destacar que seja o podcast um hobby ou um projeto de marketing, o ideal


é sempre abordar assuntos os quais se tem conhecimento, pois o que dá
veracidade ao programa é justamente o conteúdo. Falar sobre o que se tem
expertise fortalece a produção do programa, enriquece as entrevistas e garante
o relacionamento com a audiência.

As empresas precisam utilizar as suas redes sociais, para potencializar os


podcasts, ter interação, sorteios, pesquisas, lançar tendências, comportamentos,
a ferramenta é versátil e pode ser elaborada de diversas maneiras. Cada
corporação precisa entender melhor o seu público e ir atrás do formato
adequado. Lembrando que dentro de um mesmo cenário podem existir vários
podcasts. É possível lançar podcast só com colaboradores, só com o público
final, só para networking. É por essas e outras que o canal vem ganhando
espaço, tem versatilidade para consumir, para produzir e é repleto de conteúdo
qualificado que agrega, ajuda o ouvinte.

Sobre formatos possíveis para podcast

Temos vários formatos para lançar um podcast, é necessário escolher o que


dialoga melhor com o público selecionado. Porém, é importante construir um
vínculo com a audiência e manter aquele conteúdo distribuído igualmente nos
episódios.

Pode ser individual ou solocast, que consiste em apenas um âncora no comando.


Neste caso é necessária muita expertise nos assuntos para não ficar cansativo
e monótono; bate-papo ou mesa redonda, com dois ou mais âncoras
apresentando um programa, esse formato traz leveza e mais pontos de vista,
mas é preciso não perder o foco; entrevista, quando um apresentador conduz
uma ou mais entrevistas ao longo do episódio. É uma oportunidade para
aprofundar os temas; storytelling um ou mais apresentadores contam histórias
reais ou ficção. Com criatividade, roteiro bom e efeitos de voz e som, é fácil de
viciar os ouvintes.

Depois dos formatos é interessante saberem que a maioria dos podcasts contam
com uma agenda e horários estabelecidos para a veiculação, isso porque a
periodicidade gera vínculo e hábito com o seu público.

Isso é tão verdade, que alguns dos podcasters mais relevantes do Brasil, como
Luciano Pires, do Café Brasil, e Léo Lopes, da Radiofobia, se uniram à rádio
CBN e realizaram uma edição da Podpesquisa. A amostra foi de 22,9 mil
respondentes e mostrou que 51% dos brasileiros que ouvem podcasts o faz
todos os dias. Outros 33% ouvem de três a seis dias por semana e, quando
começam a ouvir um episódio, nove em cada dez não param no meio eles
escutam até o fim. Tudo isso indica que os ouvintes não são apenas assíduos,
são fiéis também.

Ainda foi revelado, segundo essa pesquisa, que os ouvintes ficam em média
2h52 por dia dedicadas a ouvir podcasts. Isso talvez explique por que 42%
preferem programas com 1h a 1h30 de duração. Em segundo lugar (25%),
aparecem episódios com 30 a 60 minutos. E 80% concordam que a frequência
ideal é semanal. Estes dados podem servir de referência para escolher o melhor
para sua empresa ou programa.

Outra dica para aproximar o seu público é adicionar seus seguidores de redes
sociais ao seu podcast. Você também pode criar episódios exclusivos e
disponibilizar apenas para grupo de ouvintes e, aproveitando a nova onda, agora
é possível fazer lives com interação de ouvintes diretas por chat.

Tendências online

Que o mundo online veio para ficar ninguém tem dúvida, se havia alguma
desconfiança, caiu por terra com a pandemia gerada pelo Covid-19. A
Transformação Digital era falada em todas as apresentações, workshops, fóruns,
salas de aula, internamente dos departamentos das empresas e até em bares e
restaurantes.

O pânico que tomou conta do mundo, no entanto foi propício para o mercado
digital. Muitas empresas cresceram, outras se adequaram, algumas aprenderam
a ser online, teve até quem preferiu o novo formato e deixou o offline para trás.

Dados recentes divulgados pela Social Media Trends 2020 apresentam uma
jornada de compra mais digital, provando que as marcas exploraram a
integração com o público por meio das redes sociais. Com isso, a mídia social
está deixando de ser apenas uma inspiração para ser uma experiência completa.
Os números provam essa afirmação: 60% das pessoas são influenciadas a
comprar pelo conteúdo digital, 55% dos comerciantes utilizam as plataformas
digitais para gerar vendas.
Tudo isso é envolto por conteúdos influenciadores, sejam por pessoas ou canais
com credibilidade, como podcasts, e é exatamente por isso, que a ferramenta
vem se destacando com louvor para os profissionais de marketing.

Não podemos também deixar de lado a questão da proteção dos dados, apesar
de ser tudo muito online, hoje existe a preocupação relacionadas à informação,
seja ela verdadeira ou falsa, ou se ainda circulará para muitas pessoas, em redes
não confiáveis. Aí novamente o podcast se destaca com sua veracidade de
conteúdo e exclusividade nos temas, pois traz fidelidade aos ouvintes e gera a
podosfera, como muitos já apelidaram, pessoas que se relacionam com o
mesmo conteúdo, deixando assim os núcleos mais fechados e sólidos.

Conforme o consumo de conteúdo for aumentando, as pessoas encontram


novas maneiras de se envolver com o que mais gostam. No ano passado, a
explosão ficou por conta justamente dos podcasts e microblogs. Dados
apresentados no Social Media Trends 2020, mostram que as marcas tiveram
uma imersão por experiências nessas novas plataformas que gira em torno de
175% de crescimento referente ao ano passado, e que este ano, a previsão é de
um aumento de 50% novos usuários só de podcast. Já para 2025, a tecnologia
obrigatória, segundo a pesquisa, estará voltada a realidade aumentada.

O que todos esses dados comprovam é que a versão áudio se tornará uma parte
cada vez mais importante do marketing à medida que as marcas exploram novos
conteúdos atrativos, uma narrativa mais personalizada, que a experiência levará
a uma melhor aceitação do propósito das marcas, construindo assim afinidade
com seu público.

Monetização do podcast

Agora chegou a melhor hora para alguns, para outros conhecer a força da mídia
podcast para construir marca, estabelecer canais diretos de comunicação,
educar um nicho sobre um assunto específico, já valeu a pena.

Não poderíamos terminar esse capítulo em que apresentamos a ferramenta no


mundo, dados de mercado, crescimento, expectativa de evolução, e que
evolução, sem falar que ele também pode e deve ser rentável.

O ecossistema de monetização do podcasts tende a ser bem diversificado. São


permitidas diversas formas de monetização que variam de acordo com o
alcance, a criatividade do podcast e fatores tecnológicos. Entre as formas mais
comuns de monetização no Brasil, estão as inserções da marca por meio de
branded content (na pauta entram os entrevistados da empresa), testemunhos
ou menções lidas pelo apresentador. Existem também opções como a venda de
produtos licenciados (camisetas, canecas, bonés, mochilas etc)

Lembrando que o podcast é uma mídia digital, vale considerar o crescimento


expressivo dos anúncios chamados programáticos. Nos Estados Unidos em
2017, a realidade voltada a esses comerciais era de 0,70%, em 2018 cresceu
para 1,3%, segundo dados da consultoria global PwC em parceria com a IAB
(Internet Advertising Bureau), instituição americana que desenvolve estudos dos
negócios do setor da publicidade.

Já em 2019, os podcasters ficaram ainda mais felizes, pois dados divulgados


pela Voxnest, empresa de tecnologia em áudio, pertencente ao Spreaker, mostra
que fora do Brasil, houve um crescimento de 138,5% no faturamento advindo
dos anúncios programáticos.

A publicidade nos podcasts seguem a mesma linha conceitual de toda a


plataforma. Ela é versátil e pode ocorrer em trechos selecionados pelo produtor
do episódio, variando de acordo com a geolocalização e o perfil do ouvinte.
Como a métrica utilizada para validar o anúncio é o CPM (custo por mil
impressões), o retorno acontece por cada mil reproduções.

Conheça algumas dicas interessantes:

• A monetização pode se dar pelo match entre marca e podcast, e não


necessariamente pelo volume de ouvintes;
• O anúncio não fica gravado no episódio, o que facilita caso você não
queira mais vincular o conteúdo do podcast aquela marca;
• É possível monetizar o seu episódio inteiro ou apenas alguns capítulos
dele ou ainda trechos específicos no início, meio ou fim;
• São contabilizadas as reproduções em todos os distribuidores;
• Aqui ainda o mais usual são os anúncios em formato de testemunhal. É
mais espontâneo e tem mais aceitação.

Se o Brasil está certo ou errado neste último item relacionado aos anúncios nos
podcasts não podemos afirmar, mas vale uma provocação. Se fizermos uma
retrospectiva de dez anos atrás, e perguntássemos aos youtubers se o público
deles aceitariam anúncios no meio dos conteúdos todos diriam que não. Hoje a
realidade é outra. Com os podcasts acontecerá o mesmo. As propagandas se
popularizarão e a percepção mudará.

É importante destacar que neste caso falamos de podcasters que já contam com
milhares de ouvintes, que são influenciadores digitais e os canais de
comunicação prioritários são podcasts. Eles podem facilmente negociar
patrocínios diretamente com as marcas. Porém, a partir do momento que essa
comunicação se torne uma fonte de receita interessante, a resistência tende a
diminuir. Afinal o podcast também é um business.

Isto não significa que as empresas de mídia — como TVs, jornais, sites, revistas
e rádios — reagem mal aos anúncios em seus podcasts, afinal a publicidade
sempre foi uma importante fonte de receita em seus modelos de negócios.

Mas essa resistência não é apenas uma característica brasileira. O mesmo


estranhamento ocorreu no mercado americano. Agora os números lá indicam
que a roda da publicidade já começou a girar. Os podcasts americanos
hospedados no Spreaker inscritos no programa de monetização, que contam
com pelo menos 5 mil downloads mensais, gerando juntos US$ 1 milhão de
faturamento em apenas 90 dias.

O programa de monetização por aqui ainda é embrionário, nasceu em setembro


de 2019, mas segundo a Voxnest, já conta com a participação de nomes de peso
como o Tricô de Pais, um dos principais podcast sobre paternidade.

Existem estudiosos que preveem um cenário mais otimista, em que a


combinação da monetização programática ideal para o patrocinador é o
crowdfunding, que somam todas as ferramentas digital para potencializar a
marca.

O eMarketer, site americano de análise de dados relacionados a diversas áreas


do marketing, lançou um estudo em que aponta um crescimento de 110% em
anúncios publicitários nos podcasts dentro dos Estados Unidos até o início de
2020. Isso mostra um mercado que movimentou aproximadamente US$ 659
milhões em um ano.
Se falarmos em audiência, o crescimento é exponencial, em 2018 eram 72,7
milhões de americanos com os ouvidos ligados nos podcasts. Em 2019, o
número saltou para 76,4 milhões. Um crescimento que representa mais do que
5% em um mercado já consolidado, mas que ainda mostra bastante interesse
pela mídia, isso indica que ainda está em pleno crescimento.

A aposta, segundo o ebook Como Fazer um Podcast é que o Brasil ficará entre
as maiores potências de podcasts do mundo num futuro próximo. Em algum
momento, alcançará o segundo lugar na quantidade de ouvintes, atrás apenas
dos Estados Unidos. Com isso, o mercado publicitário focado nesses ouvintes
será igualmente grande. É uma questão de tempo. E é seguro afirmar que, pela
movimentação, as marcas brasileiras estarão cada vez mais interessadas em
explorar os anúncios em podcasts e, por conseguinte, no investimento em mídia
programática.

Para finalizar este capítulo, não poderíamos deixar de mostrar os dados mais
atualizados que citam mais de 150 mil novos podcasts produzidos a partir de
março, segundo observação do Spotify.

Sem dúvida, a pandemia mudou o cotidiano das pessoas, porém o consumo dos
podcasts continuou crescendo, só que de maneira diferente. Não se ouve mais
no trânsito, no transporte, indo à escola. Os hábitos passaram a ser em casa e
o tempo para ouvir o conteúdo se deu nas tarefas do lar, nos treinos, até na hora
do descanso.

O interessante é que o CEO da Chartable, Dave Zohrob, disse que sua empresa
de análise de podcasts registrou uma queda de 20% em sua plataforma no início
de março, porém essa realidade foi logo modificada e a tendência se inverteu no
final do mesmo mês, quando começou uma nova subida. Já para Jonathan Gill,
CEO da empresa de análise Backtracks, a plataforma mostrou que a escuta geral
aumentou 2,78% em março, em comparação a fevereiro.

Para nossa referência, o Spotify apresentou durante a divulgação dos lucros no


primeiro trimestre em abril, que cerca de 19% dos usuários ativos mensais
ouvem podcasts, contra 16% no último trimestre.

O aumento do consumo por podcasts de jornalistas reverenciados também foi


uma verdade durante a pandemia, assim como, podcasts de programas de
televisão e alguns articulistas das já consolidadas rádios. A população passou a
ouvir na hora que podia as opiniões políticas, de saúde e comportamental. De
novo esse é o grande diferencial do podcast, é atemporal.

Espero que tenham gostado da apresentação dessa mídia que eu


particularmente adoro, aposto, e estou segura de que veio para melhorar a
qualidade do conteúdo e enriquecer as pessoas com informações.

Referências Bibliográficas:

• E-book: Como Fazer um Podcast;


• https://www.cnnbrasil.com.br/business/2020/06/15/spotify-apostou-em-
podcasts-e-entao-a-pandemia-mudou-o-que-ouvimos;
• https://www.inteligemcia.com.br/aumenta-a-demanda-por-conteudo-em-
podcast/;
• https://jornal.usp.br/radio-usp/pandemia-aponta-para-aumento-de-
consumo-do-jornalismo-digital/;
• http://abpod.com.br/;
• https://podcast.com.br/rss-news/os-10-mandamentos-dos-podcasts/
• https://guiacorporativo.com.br/rssnewsepisodio72/
• https://www.buzzsprout.com/1235063
• https://open.spotify.com/episode/2E3hfcSPLXqT5aRLYFEQnf?si=quIX6s
mfToiWpDt-d01R6w
• https://blog.spreaker.com/spreaker-prime-podcasters-generate-1m-in-ad-
revenue/
• https://blog.voxnest.com/podcastuniversereport/
• https://exame.abril.com.br/tecnologia/empresas-incluem-podcasts-em-
estrategias-de-marketing-m0084438/
• https://www.podcastinsights.com/start-a-podcast/
• https://www.tecmundo.com.br/internet/146951-consumo-podcasts-brasil-
cresce-67-2019-aponta-pesquisa.htm

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