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EDUCAÇÃO FÍSICA

NO ENSINO
FUNDAMENTAL:
PRÁTICA DOCENTE
Práticas corporais
nos anos finais do
ensino fundamental
Salma Hernandez

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM

>> Planejar atividades de ensino dos esportes de invasão e de combate nas


aulas de educação física.
>> Elaborar um plano de aula que proponha experimentação, improvisação e
criação de danças urbanas e de salão.
>> Identificar práticas corporais de aventuras urbanas e na natureza, centradas
em situações de imprevisibilidade.

Introdução
As práticas corporais são aquelas realizadas em tempo livre, isto é, fora de
obrigações profissionais, domésticas, higiênicas, religiosas, etc. Seu propósito
é específico e sem caráter instrumental. Essas práticas formam um conjunto
de ocupações em que o indivíduo pode se entregar de livre vontade, seja para
repousar, divertir-se, recrear-se ou entreter-se. Desse modo, elas servem para
desenvolver a informação ou formação desinteressada, a participação social
voluntária ou livre capacidade criadora após as obrigações profissionais, familiares
e sociais (DUMAZEDIER, 2001).
As unidades temáticas que sustentam as proposições em educação física no
ensino fundamental são: brincadeiras e jogos, esportes, ginásticas, dança, lutas
e práticas corporais de aventura. A unidade temática brincadeiras e jogos explora
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atividades voluntárias exercidas dentro de determinados limites de tempo e


espaço, caracterizadas pela criação e alteração de regras, pela obediência de cada
participante ao que foi combinado coletivamente, bem como pela apreciação do
ato de brincar em si. Já a unidade esportes reúne tanto as manifestações mais
formais dessa prática quanto as derivadas (BRASIL, 2018).
Neste capítulo, você vai aprender a planejar atividades de ensino dos esportes
de invasão e combate, além de aprender a elaborar um plano de aula relacionado
à prática das danças urbanas e de salão. Por fim, você vai identificar práticas
corporais de aventura tanto na natureza quanto em ambiente urbano, que poderão
ser aplicadas em suas proposições práticas docentes.

Esportes de invasão e combate


O período do ensino fundamental é caracterizado por aquele em que os
alunos possuem vários professores, exigindo mais interação, capacidade
organizacional e sistematização dos estudos. Esses anos compreendem os
6º, 7º, 8º e 9º anos, sendo a proposição da educação física dividida em dois
blocos: 6º e 7º anos e, posteriormente, 8º e 9º anos (BRASIL, 2018).
De acordo com a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), Brasil (2018), os
esportes de invasão e combate devem ser objetos de conhecimento durante
o ensino fundamental, em especial nos 8º e 9º anos, em que devem ser
desenvolvidas as seguintes habilidades.

„„ Experimentar diferentes papéis (jogador, árbitro e técnico) e fruir os


esportes de rede/parede, campo e taco, invasão e combate, valorizando
o trabalho coletivo e o protagonismo.
„„ Praticar um ou mais esportes de rede/parede, campo e taco, invasão
e combate oferecidos pela escola, usando habilidades técnico-táticas
básicas.
„„ Formular e utilizar estratégias para solucionar os desafios técnicos
e táticos tanto nos esportes de campo e taco, rede/parede, invasão
e combate como nas modalidades esportivas escolhidas de forma
específica.
„„ Identificar os elementos técnicos ou técnico-táticos individuais, combi-
nações táticas, sistemas de jogo e regras das modalidades esportivas
praticadas, bem como diferenciar as modalidades esportivas com base
nos critérios da lógica interna das categorias de esporte: rede/parede,
campo e taco, invasão e combate.
Práticas corporais nos anos finais do ensino fundamental 3

„„ Identificar as transformações históricas do fenômeno esportivo e


discutir alguns de seus problemas (doping, corrupção, violência, etc.)
e a forma como as mídias os apresentam.
„„ Verificar os locais disponíveis na comunidade para a prática de esportes
e das demais práticas corporais tematizadas na escola, propondo e
produzindo alternativas para utilizá-los no tempo livre.

Nessa etapa escolar, ao planejar atividades envolvendo os esportes de


invasão e combate, deve-se ter em mente o porquê da escolha da modali-
dade, o que pode ser trabalhado, vivenciado e aprendido com a proposição
e quais ligações culturais e sociais poderão repercutir a partir dessa prática.
A modalidade selecionada ainda pode ser apresentada mediante o interesse
dos próprios alunos, ou seja, a partir de quais são seus interesses atuais e
suas vivências anteriores. Nesse sentido, antes de tudo, é preciso conhecer as
regras das modalidades escolhidas e praticá-las. A vivência é indubitavelmente
uma maneira muito eficiente de aprender e reconhecer possibilidades para
a aplicação prática docente, de acordo com a Unesp (2012). A seguir, estão
ilustrados exemplos de como planejar atividades de esportes de invasão e
combate voltadas para os anos finais do ensino fundamental.

Esportes de invasão
Os esportes de invasão são aqueles em que há existência de duas equipes,
cujos objetivos são a defesa e a invasão entre elas. Esse processo de defesa e
invasão ocorre durante todo o tempo de jogo. A manutenção da posse de bola
é um aspecto importante para um ataque eficiente e também para a defesa
adversária, que deve se posicionar com a finalidade de impedir a invasão em
seu espaço de jogo. São exemplos de esportes de invasão: futebol, basquete,
rúgbi, handebol, voleibol, polo aquático, hóquei na grama, futebol americano,
entre outros (BRASIL, 2018).
Frequentemente, os esportes de invasão são utilizados nas aulas de
educação física, visto que são modalidades que podem ser trabalhadas em
conjunto (professor-aluno), envolvendo toda a turma em uma única atividade.
Eles também representam excelente ferramenta para desenvolver habilidades
múltiplas, como interação entre cognição e habilidades motoras, proprio-
cepção, atenção espacial, lateralidade, entre outras. No entanto, antes da
prática ou do conhecimento técnico e tático do esporte, é preciso despertar
o interesse do aluno para a modalidade escolhida. Para isso, é necessário se
perguntar: qual seu histórico? Como e em que contexto cultural se desenvolveu
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a modalidade? Que adaptações sofreu? Quem são seus maiores expoentes?


(ROSE JUNIOR et al., 2009).
Dentro desse contexto, destaca-se que a prática docente dos esportes não
deve ser limitada à metodologia de estudar e aprender, mas inserida como
prática corporal e social e como produto da construção histórica e social,
tida em relação dialética entre prática e teoria, conteúdo e forma, por meio
de perspectivas interdisciplinares (FERNANDEZ, 2008).

Exemplo de esporte de invasão


Vamos tomar o ensino da modalidade basquete para uma aplicação de esporte
de invasão, levando em consideração que os adolescentes dos anos finais do
ensino fundamental já tenham vivenciado os fundamentos da modalidade,
ainda que de forma básica.

„„ Contextualização: proponha uma roda de discussões sobre o conheci-


mento da modalidade, diagnosticando inclusive quais são as vivências
anteriores dos alunos. Contextualize a presença do esporte nas mídias
e sua relação com a cultura do hip hop como elemento da expressão
cultural, por exemplo. Instigue os alunos a conhecerem mais sobre o
esporte.
„„ Controle de bola e manejo de corpo: deixe que os alunos percebam
o controle de bola e o deslocamento. Proponha que eles corram li-
vremente pela quadra, conduzindo a bola pelas mãos, desviando dos
colegas. Ao sinal do apito, devem parar bruscamente de se movimentar
e passar a caminhar realizando dribles.
„„ Drible: com uma bola, cada aluno deve efetuar dribles caminhando
livremente pela quadra. Ao sinal do professor, devem se locomover
em sentido contrário.
„„ Passes: em formação de pequenos grupos, propicie a prática do funda-
mento passe, a partir de diferentes posicionamentos e organizações, por
exemplo, um de frente para o outro, ao lado, atrás e assim por diante.
„„ Arremessos: organize os alunos em duplas para que pratiquem o ar-
remesso um para o outro e, posteriormente, para a cesta.
„„ Rebote: em duplas, os alunos lançam a bola para o alto e agarram no
ponto mais alto que conseguirem.
„„ Situações de jogo e integrações: proponha situações de jogos em escala
reduzida, como 2 x 2 ou 3 x 3, utilizando apenas uma tabela da quadra,
por exemplo. Também poderá ser realizado um torneio integrativo
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cujo objetivo é a vivência do jogo em si, permitindo adaptação de


regras quando necessário, facilitando a realização dos fundamentos
treinados anteriormente. Nesse momento, podem ser realizados jogos
em que os gestos técnicos são exigidos com maior intensidade e com
elementos mais complexos, reestruturando os processos cognitivos,
como o corta-luz, as fintas e as jogadas combinadas em um jogo sob
as regras oficiais.
„„ Finalização: ao final de cada aula, estimule para que os alunos expres-
sem e compreendam o que sentiram e experimentaram durante as
atividades propostas tanto em relação a si quanto ao outro.

Exemplo adaptado dos livros Basquetebol: técnicas e táticas, uma abor-


dagem didático-pedagógica, de Aluísio Elias Xavier Ferreira e Dante de Rose
Júnior; e Esporte e atividade física na infância e adolescência: uma abordagem
multidisciplinar, de Dante de Rose Júnior et al.

Esportes de combate
Os esportes de combate propiciam o enfrentamento de dois adversários,
corpo a corpo. Esses esportes são sempre individuais e culminam sempre na
vitória de um jogador sobre o outro. São exemplos desse tipo de esporte:
judô, caratê, boxe, esgrima, sumô, taekwondo, entre outros (BRASIL, 2018).
Ao proporcionar esportes de combate para os alunos, é necessário ter em
mente a lógica interna inerente a esses esportes, como, por exemplo: toques,
desequilíbrios, imobilizações, exclusão de determinado espaço, contusões,
combinados entre ataques e defesas. A proposta curricular do estado de
Pernambuco considera que:

A luta, assim como os outros temas da cultura corporal, precisa ser abordada levan-
do em consideração, em primeiro lugar, os aspectos de organização da identificação
e da categorização dos movimentos de combate corpo a corpo. Depois, abordando
a iniciação da sistematização desses movimentos, a partir da compreensão do
sentido/significado de cada uma de suas formas. Por fim, chegando até a amplia-
ção dessa sistematização, de maneira que sejam compreendidas as técnicas mais
aprimoradas e sejam criadas outras formas de combate (PERNAMBUCO, 2010, p. 26).

No ensino fundamental, o judô se apropria de desenvolver a prática des-


portiva em suas aplicações de uma forma limpa e honesta, proporcionando
melhora das capacidades físicas e intelectuais, reverberando para a formação
do caráter e do convívio em sociedade (RUFINO; DARIDO, 2015).
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Exemplo de esportes de combate


Vamos tomar o ensino da modalidade judô para os anos finais do ensino
fundamental.

„„ Contextualização: proponha uma roda de discussões sobre o conhe-


cimento dessa modalidade, diagnosticando inclusive quais são as
vivências anteriores dos alunos. Contextualize a presença do esporte
nas mídias, sua relação com a cultura japonesa como elemento da
expressão cultural e seu expoente como equilíbrio entre corpo e mente,
por exemplo. Instigue os alunos a conhecerem mais sobre o esporte.
„„ Postura corporal: deixe que os alunos percebam as diferenças entre
bases diferentes formadas pelo posicionamento dos pés, com o pé
direito à frente ou o esquerdo, e as mudanças no centro de gravidade
para a postura defensiva. Dois a dois, os alunos poderão experimentar
pequenos desequilíbrios a partir dessas bases para analisar quais
consideram mais estáveis.
„„ Movimentação no tatame: em formação livre, proporcione as duas
movimentações clássicas do judô (a comum/normal e com uma perna
à frente, sempre iniciando o deslocamento com a mesma perna). Deixe
que os alunos explorem o tatame como um todo, prestando atenção
especialmente nessas duas movimentações.
„„ Giros do corpo: em formação livre, proporcione mudanças nas direções
do corpo, visando leveza e eficiência sem perder o equilíbrio. Depois,
proporcione os giros em relação ao amigo, por exemplo, girar e parar
ao lado do outro, saindo com o pé em deslocamento para frente, para
o lado ou para trás, etc.
„„ Pegadas: para que um golpe ocorra de maneira eficiente, a pegada é
primordial. Instrua as diferentes pegadas do esporte — pela esquerda,
direita, na gola, manga e calça.
„„ Quedas, imobilizações e controle: como a finalidade do judô é der-
rubar o adversário, as quedas são de suma importância. Para isso,
proporcione diferentes quedas para os alunos. Todos no tatame po-
dem experimentar quedas para trás, para frente, para os lados, além
de rolamentos. As imobilizações e técnicas de controle devem ser
aplicadas com supervisão. Proporcione aos alunos o descobrimento
de formas de imobilizar e controlar o adversário, antes de passar as
técnicas específicas.
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„„ Situações de jogo e integrações: simulando as situações de jogo,


poderão ser treinadas ainda as habilidades de lançar o adversário.
Proporcione o jogo entre alunos com graus e habilidades diferentes,
sempre pautando o respeito mútuo e os princípios do esporte.
„„ Finalização: ao final de cada aula, estimule para que os alunos expres-
sem e compreendam o que sentiram e experimentaram durante as
atividades propostas tanto em relação a si quanto ao outro.

Exemplo adaptado dos livros Jogos de combate: atividades recreativas e


psicomotoras: teoria e prática, de Carlos Alberto Cartaxo; e A pedagogia das
lutas: caminhos e possibilidades, de Luiz Gustavo Bonatto Rufino.

No livro Educação física e atividades para o ensino fundamental,


de Kim C. Graber e Amelia Mays Woods, você encontra importantes
ferramentas para a aplicação, o desenvolvimento e a avaliação de atividades
físicas voltadas para o ensino fundamental.

Plano de aula para dança


A dança é uma das modalidades de práticas corporais mais negligenciadas na
fase escolar. Isso porque muitos docentes ainda possuem receio da proposição
de uma atividade que muitas vezes não foi vivenciada por eles próprios, além
do preconceito de que a modalidade é relacionada e/ou voltada apenas para
as pessoas do sexo feminino. Essa atividade está elencada pela BNCC, Brasil
(2018), compreendendo as seguintes habilidades.

„„ Experimentar, fruir e recriar danças de salão, valorizando a diversidade


cultural e respeitando a tradição dessas culturas.
„„ Planejar e utilizar estratégias para se apropriar dos elementos cons-
titutivos (ritmo, espaço, gestos) das danças de salão.
„„ Discutir estereótipos e preconceitos relativos às danças de salão e
demais práticas corporais e propor alternativas para sua superação.
„„ Analisar as características (ritmos, gestos, coreografias e músicas)
das danças de salão, bem como suas transformações históricas e os
grupos de origem.
„„ Experimentar, fruir e recriar danças urbanas, identificando seus ele-
mentos constitutivos (ritmo, espaço, gestos).
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„„ Planejar e utilizar estratégias para aprender elementos constitutivos


das danças urbanas.
„„ Diferenciar as danças urbanas das demais manifestações da dança,
valorizando e respeitando os sentidos e significados atribuídos a elas
por diferentes grupos sociais.

A proposição da dança não é algo tão distante das práticas corporais


mais conhecidas, como a ginástica, por exemplo, sendo uma modalidade
para todos os professores e alunos que estejam abertos para essa vivência.
Ela pode também ocorrer por meio da construção contínua e necessária da
educação física inclusiva. Segundo Marques (1997, p. 21.):

A escola é um lugar privilegiado para se aprender dança com qualidade, pro-


fundidade, compromisso, amplitude e responsabilidade, para que isto aconteça
e, enquanto ela existir, a dança não poderá mais continuar sendo sinônimo de
festinhas de fim de ano.

A declaração da autora reforça a importância da postura atitudinal docente


frente à modalidade. Assim, antes de tudo, é preciso acreditar na dança,
conhecer suas ferramentas e possibilidades.
A Figura 1 apresenta a proposição de um plano de unidade, que promove
experimentação, improvisação e criação de danças, voltado aos anos finais
do ensino fundamental. Nesse sentido, antes de implementar um plano de
aula específico, deve-se ter em mente o plano de unidade da disciplina, isto
é, que competências ela visa atender e de que forma ela irá acontecer. Em
ordem hierárquica, o plano de unidade está acima do plano de aula. Trata-
-se do plano pedagógico da disciplina. Didaticamente, é como se o plano
de unidade representasse um “bolo completo”, enquanto os planos de aula
seriam as “fatias” desse “bolo”.
Práticas corporais nos anos finais do ensino fundamental

Figura 1. Plano de unidade de dança criativa.


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Fonte: Czelusniak (2013, p. 34).


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Depois de visualizar o plano de unidade de maneira global, deve-se partir


para a criação dos planos de aula em si. Como exemplo, será analisada a pro-
posição das modalidades danças urbanas e dança de salão, duas habilidades
requeridas nos anos finais do ensino fundamental.

Plano de aula “experimentação, improvisação e


criação em danças urbanas”

Objetivos
Apresentar o plano de unidade a fim de que o aluno tome conhecimento do
processo pedagógico que será desenvolvido. Possibilitar a vivência inicial do
conteúdo, bem como a reflexão em torno das questões problematizadoras,
possibilitando a percepção em relação ao processo de síncrese (conhecimento
concreto-empírico) em que os alunos se encontram.

Contextualização e conceituação
Questione os alunos em relação às danças urbanas. O que já conhecem/
sabem? O que já vivenciaram? O que gostariam de saber/conhecer? O que
gostariam de vivenciar? Contextualize a presença da dança nas mídias, sua
relação com a cultura urbana e sua presença nas periferias como elemento da
expressão cultural. Instigue os alunos a conhecerem mais sobre a dança. Faça
o registro de texto coletivo sobre as respostas dadas, levantando a vivência
dos alunos em relação à modalidade. Conceitue as questões anteriores com
utilização de vídeos, figuras e demonstrações, abordando tópicos como: o
que são danças urbanas? Como, onde e por que surgiram danças urbanas? O
que precisamos fazer para dançar essa modalidade? Quais são os elementos
básicos da modalidade?

Movimento e música
A partir de músicas típicas dessa modalidade (constam batidas bem marcadas),
distribua os alunos para que escutem e, posteriormente, “marquem” o tempo
da música (batida mais forte). Podem ser utilizados diferentes mecanismos,
como palmas, batendo os pés, utilização de pequenos pedaços de cabo de
vassoura, por exemplo. Permita que os alunos encontrem a tônica musical
e se locomovam pelo espaço. A única condição para esse deslocamento são
as batidas da música. Instigue os alunos a descobrirem formas diferentes
para se locomoverem dentro da mesma batida. Nesse momento, podem ser
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utilizados referenciais como os planos (alto, médio e baixo), frente, atrás, lado
e diagonal da sala, por exemplo. Observe os alunos com maiores dificuldades
de encontrar e seguir o ritmo e dê a eles uma batida mais lenta, ou fixe mais
a marcação do tempo.

Experimentação e improvisação
Leve em consideração e identifique aos alunos os elementos base das danças
urbanas, como: movimentos fortes, sincronizados e harmoniosos, movimentos
rápidos, simétricos e assimétricos de pernas, braços, cabeça e ombros, e
movimentos coreografados. Permita que os alunos possam se movimentar
livremente utilizando esses elementos. Instigue a utilização de todos os
espaços e planos da sala, bem como todas as possibilidades de movimentos.
Instruções como “ocupem todo o espaço da sala”, “restrinjam os movimentos
para o plano baixo”, “utilizem um segmento do corpo, por exemplo, o cotovelo,
como a fonte do movimento” podem ser utilizadas durante a realização do
exercício.
Outra possibilidade para a utilização do improviso é colocando um aluno
de frente para o outro sob ordens de comandos, como: “vocês devem realizar
movimentos buscando preencher os espaços entre os corpos de vocês”, “não
há movimento certo ou errado, apenas experimentações de movimentos”.
Dessa maneira, por exemplo, um aluno poderia afastar as pernas, enquanto
outro busca ocupar o espaço por entre as pernas, agachado, e, em seguida, um
novo movimento pode ser proposto com nova adaptação do espaço. Instigue
para que os alunos promovam essa dinâmica de forma cada vez mais fluída
e contínua, com e sem a utilização da música, alternadamente.

Expressão
Realize um pequeno jogo entre os alunos dispostos em círculo. Papéis com
representações das emoções (feliz, bravo, triste e assim por diante) devem ser
sorteados e os alunos devem representar de forma não verbal as emoções.
Logo em seguida, eleve a complexidade do jogo, passando a envolver letras
de músicas (podem ser estrofes, mas o aluno deverá conhecer a melodia
também), que deverão ser interpretadas sem a linguagem verbal. Os demais
tentam adivinhar qual é a música. Posteriormente, inclua a temática das
injustiças sociais e suas possibilidades de expressão verbal, por exemplo:
“como expressar resistência ou contrariedade com o corpo”. Nesse elemento,
ainda poderá ser inserido o elemento rap, realizando interdisciplinaridade
com as aulas de português, em que os alunos poderão elaborar pequenos
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textos que deverão, além de expressar temas pertinentes, ser ritmados em


sua apresentação. Batalhas entre raps e movimentações corporais podem
ser experimentadas.

Coreografia
A partir de todos os elementos vivenciados anteriormente, elabore uma
sequência pequena de danças urbanas, podendo inclusive ser uma cópia de
alguma já existente (credite os autores). Passe a sequência de forma lenta,
em pedaços e em forma sequencial. Realize os seguintes passos: primeiro,
sem música (um pequeno trecho/pedaço); depois, esse pequeno trecho com
música; em seguida, acrescente mais um pedaço sem música e assim sucessi-
vamente até que se obtenha toda a sequência. Depois de memorizada, deve-se
repetir diversas vezes a sequência, buscando estimular outros elementos,
como a expressão facial e corporal (“coloque intenção no seu movimento”).
Para finalizar a coreografia, os alunos terão que elaborar os passos res-
tantes, podendo formar pequenos grupos para essa elaboração, ou então
individualmente cada aluno deverá executar um passo característico. Esses
passos deverão ser realizados sem a música. Em seguida, serão “costurados/
ligados” uns aos outros e inseridos no ritmo da música, dando sequência à
coreografia anterior.

Plano de aula “experimentação, improvisação e


criação em dança de salão”

Objetivos
Apresentar o plano de unidade a fim de que o aluno tome conhecimento do
processo pedagógico que será desenvolvido. Possibilitar a vivência inicial do
conteúdo, bem como a reflexão em torno das questões problematizadoras,
possibilitando a percepção em relação ao processo de síncrese (conhecimento
concreto-empírico) em que os alunos se encontram.

Contextualização e conceituação
O jogo se chama “Que dança é essa?”. Após falar brevemente que a dança
de salão envolve uma gama de danças com características bem estabeleci-
das e diferentes, inicie um jogo para avaliar o conhecimento dos alunos em
relação à modalidade. Selecione músicas dos diferentes tipos de dança de
salão e instigue os alunos a dizerem a que tipo de dança de salão pertencem.
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Posteriormente, mostre trechos de diferentes tipos de dança de salão, mas,


dessa vez, sem o áudio. Instigue os alunos a reconhecerem. Por fim, apresente
o vídeo e o áudio, passando por cada um dos tipos, exaltando suas carac-
terísticas próprias tanto em passos como em ritmo musical. Contextualize
os diferentes tipos de dança de salão no mundo e no Brasil, relacionando
aspectos culturais e sociais.
As atividades a seguir poderão seguir o mesmo raciocínio para os dife-
rentes tipos de dança de salão. Para fins didáticos, será utilizada a dança
chá-chá-chá, que tem origem em Cuba e é derivada do mambo e da rumba
tocados nas décadas de 1940 e 1950.

Movimento e música
Na dança de salão, cada estilo tem seu próprio tempo. Não há abertura para
explorar de forma livre os passos ou tempos da música. Trata-se de uma dança
formal realizada em pares, sendo um de frente para o outro. Para introduzir
o chá-chá-chá, inicie mostrando a música e a identificação dos tempos for-
tes e fracos (em especial, o “chá-chá-chá” da música). Em seguida, realize a
contagem da música. Esse ritmo é classificado como quaternário, ou seja,
conta-se quatro tempos da seguinte forma: “dois, três, chá-chá-chá”, sendo o
“chá-chá-chá” marcado pelos dançarinos com três minipassos. Assim, realize
com o aluno diferentes formas de marcar o tempo: com as mãos, os pés ou
objetos, desde que fiquem evidentes as batidas diferentes. Depois, coloque
os alunos de frente para o espelho ou todos de frente para um mesmo espaço
e realize a contagem novamente para posteriormente realizar a contagem um
de frente para o outro. Inicie o passo básico do chá-chá-chá de acordo com
a contagem e explore novamente possibilidades de direções na sala. Após a
fixação do passo básico, inicie algumas variações do estilo, como o “passo
com leque” ou o “dile que no”.

Experimentação e improvisação
Como na dança de salão os estilos são desenvolvidos um de frente para o
outro, as habilidades de realizar um movimento não espelhado, lateralidade,
coordenação e condução são extremamente requeridas. Atividades extras
que treinem essas habilidades poderão ser inseridas para o aprimoramento.
Permita que os alunos sejam conduzidos pelos colegas, com segurança,
com os olhos vendados. Instigue para que deem comandos corporais uns
aos outros sem a utilização da linguagem verbal, explorando os diferentes
espaços, planos e direções. Algumas brincadeiras, como “cair para trás”,
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podem ser realizadas. Nessa proposição, os alunos estarão dispostos em


pequenos grupos em que um aluno deverá cair para trás mantendo o corpo
bem ereto e se deixará ser segurado pelos demais, em segurança, evitando
que bata o corpo no chão. Estimule os alunos a encontrarem novas formas de
movimento dentro do mesmo ritmo, isto é, explorando outros movimentos
dentro desse mesmo tempo.

Expressão
Ressalve o contexto cultural em que se insere o estilo ensinado, o que ele
representa e como se expressa nessa cultura. No chá-chá-chá, a cultura latina,
alegre, é muito forte. Ao som de músicas características do chá-chá-chá,
instrua os alunos a se moverem no tempo da música, realizando o tempo
do chá-chá-chá, ao mesmo tempo que expressam alegria. Nesse momento,
os alunos perceberão que não poderão mudar o padrão de movimento das
pernas e, portanto, terão que utilizar os braços, o tronco, a cabeça e a face para
expressar tal alegria. Experimente diferentes formas de realizar a atividade:
frente a frente, um de cada vez, todos ao mesmo tempo, etc. Termine a aula
mostrando um vídeo de bailarinos profissionais em chá-chá-chá e debata
suas expressões.

Coreografia
A partir de todos os elementos vivenciados anteriormente, elabore uma
sequência pequena de chá-chá-chá, podendo inclusive ser uma cópia de
alguma já existente (credite os autores). Passe a sequência de forma lenta,
em pedaços e em forma sequencial. Realize os seguintes passos: primeiro,
sem música (um pequeno trecho/pedaço); depois, esse pequeno trecho com
música; em seguida, acrescente mais um pedaço sem música e assim sucessi-
vamente até que se obtenha toda a sequência. Depois de memorizada, deve-se
repetir diversas vezes a sequência, buscando estimular outros elementos,
como a expressão facial e corporal, estimulando que os alunos coloquem
intenção no seu movimento. Para finalizar a coreografia, os alunos terão que
elaborar os passos restantes. Poderão ser formados pequenos grupos para
essa elaboração, ou então individualmente cada aluno deverá executar um
passo característico. Esses passos deverão ser realizados sem a música. Em
seguida, serão “costurados/ligados” uns aos outros e inseridos no ritmo da
música, dando sequência à coreografia anterior.
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Práticas corporais de aventuras urbanas e


na natureza
As práticas corporais de aventura representam excelentes ferramentas prá-
ticas nas aulas de educação física escolar, sobretudo, nos anos finais do
ensino fundamental, em que está ocorrendo a transição da infância para a
adolescência. Nesse período de vida, a necessidade de afirmação, a supe-
ração de limites próprios e externos e o desenvolvimento e aprimoramento
motor, cognitivo, sensório e afetivo são muito evidentes (GALLAHUE; OZMUM;
GOODWAY, 2013).
A proposição desse tipo de prática corporal oferece justamente a interação
de todos esses elementos e pode ser realizada de forma sistematizada e orga-
nizada, proporcionando segurança e prazer. Assim, a grande diferença entre
as práticas corporais de aventura e os esportes tradicionais está justamente
em seus objetivos, suas condições de prática, seus meios de desenvolvimento,
etc. Os benefícios dessas práticas estão para além das habilidades motoras
exigidas para sua performance e constituem uma possibilidade totalmente
inclusiva e formativa (MARINHO, 2004; FREIRE; SCHWARTZ, 2005).
Para Melo (2009), os esportes de aventura englobam as atividades físicas
praticadas em meio natural, que respeitam um conjunto de regras e são
praticadas concomitantemente com situações de imprevisibilidade e de
conotação de risco e incerteza. Ao delinear a proposição dessas práticas,
pode-se partir da classificação do ambiente, por exemplo, terrestre, aquático
e aéreo, conforme Betrán e Betrán (2015). A classificação também pode se dar
de acordo com a caracterização de sua manifestação, como ação e aventura,
ou conforme o constructo histórico, social, de risco, as faixas etárias e os
campos específicos da educação física (PEREIRA; ARMBRUST; RICARDO, 2008).
De acordo com a BNCC, Brasil (2018), os esportes de aventuras devem ser
inseridos dentro de dois contextos bases: em ambiente urbano e na natureza,
com a finalidade de adquirir as seguintes habilidades.

„„ Experimentar e fruir diferentes práticas corporais de aventuras urba-


nas, valorizando a própria segurança e integridade física, bem como
as dos demais.
„„ Identificar os riscos durante a realização de práticas corporais de
aventuras urbanas e planejar estratégias para sua superação.
„„ Executar práticas corporais de aventuras urbanas, respeitando o pa-
trimônio público e utilizando alternativas para a prática segura em
diversos espaços.
16 Práticas corporais nos anos finais do ensino fundamental

„„ Identificar a origem das práticas corporais de aventura e as possibili-


dades de recriá-las, reconhecendo as características (instrumentos,
equipamentos de segurança, indumentária, organização) e seus tipos
de práticas.

Embora os esportes de aventura remetam ao ambiente em natureza, eles


podem ser realizados em ambientes urbanos. Trata-se de modalidades que
buscam simular as mesmas sensações vividas na natureza, porém, dentro do
ambiente urbano. Quando realizadas na natureza, são excelentes ferramentas
para proporcionar aos alunos a sensação de liberdade e expressividade,
uma vez que os tiram do ambiente cotidiano e urbano. É preciso ressaltar os
aspectos de segurança, que devem acompanhar todas as proposições em
práticas corporais, garantindo a integridade dos alunos tanto no ambiente
escolar como não escolar. A seguir, serão identificadas algumas possibilidades
de práticas corporais de aventura que podem ser aplicadas aos anos finais
do ensino fundamental.
Em sua proposição inicial, o parkour tinha como características traçar
uma rota de um ponto até outro e executá-la diversas vezes, encontrando
diferentes níveis de dificuldades nas mesmas rotas, buscando alcançar a
rota mais difícil e transpô-la da maneira mais eficiente possível. Desde sua
criação, diversas modificações ocorreram, mas sua essência continua a mesma.
São habilidades requeridas nesse esporte: corridas, escaladas, vaults (salto
com as mãos), travessias, exercício de equilíbrio ou outros movimentos para
percorrer um determinado trecho. Apesar de não preconizar equipamentos
específicos de segurança, a utilização de capacetes, joelheiras, cotoveleiras e
luvas é importante no quesito segurança, segundo Pereira e Armbrust (2010)
e Bernardes (2013). A Figura 2 ilustra essa prática.
Práticas corporais nos anos finais do ensino fundamental 17

Figura 2. O parkour é um esporte de aventura urbana, que pode ser adaptado dentro do
ambiente escolar e no entorno, proporcionando uma prática muito prazerosa e desafiadora.
Fonte: Schwalbenschwanz/Pixabay.com.

O buildering ou escalada urbana é a aplicação de habilidades da escalada


convencional em qualquer estrutura urbana construída para outra finalidade,
como, por exemplo, prédios, casas e estruturas da construção civil. Entre
as principais habilidades dessa prática, pode-se destacar a disciplina, a
resolução de problemas, os desafios e a criatividade. Entre os equipamentos
de segurança individuais relacionados com essa modalidade, podem ser
destacados: o mosquetão, que serve para prender dois equipamentos; capa-
cete; cadeirinha e sapatilha (calçado apropriado para a escalada em rocha,
bem justo ao pé, que possui um solado de borracha extremamente rígido e
aderente) (PEREIRA; ARMBRUST, 2017; BERNARDES, 2013). A Figura 3 apresenta
um exemplo desse tipo de atividade.
18 Práticas corporais nos anos finais do ensino fundamental

Figura 3. O buildering ou escalada urbana é um esporte de aventura urbana que pode ser
adaptado nos diferentes ambientes urbanos.
Fonte: Zabavna/Shutterstock.com.

O slackline também é um esporte de aventura que pode ser realizado


em ambiente urbano. Seu fundamento é transpassar por um fita elástica,
que é presa entre dois pontos, nas extremidades. Requer muito equilíbrio,
propriocepção, atenção, concentração e força de membros inferiores. Os equi-
pamentos de segurança dessa modalidade incluem a utilização de capacete
e também mosquetões e cordas, sobretudo quando realizada em grandes
alturas. Além disso, preconiza-se a utilização de protetores de árvores, que
irão preservar tanto as árvores como os equipamentos, evitando o desgaste
(PEREIRA; ARMBRUST, 2017; BERNARDES, 2013). A Figura 4 ilustra essa atividade.
Práticas corporais nos anos finais do ensino fundamental 19

Figura 4. O slackline pode ser praticado tanto em ambientes urbanos como em ambientes
em meio à natureza.
Fonte: 422737/Pixabay.com.

A corrida de aventura consiste em competições realizadas em equipes


com várias modalidades esportivas, como, por exemplo, trekking (corridas ou
caminhadas longas em trilhas ou estradas, vencendo desníveis topográficos),
mountain bike, canoagem e atividades verticais (desníveis verticais a serem
transpostos se utilizando de técnicas de escalada). Nesse tipo de esporte,
é necessário se utilizar de conhecimentos de orientação e navegação para
poder passar pelos postos de controle marcados no mapa, tomando os ca-
minhos mais curtos ou mais rápidos. Os equipamentos de segurança estão
relacionados com as modalidades envolvidas na competição: capacetes,
joelheiras, luvas, entre outros (PEREIRA; ARMBRUST, 2017; BERNARDES, 2013).
A Figura 5 ilustra esse tipo de atividade.
20 Práticas corporais nos anos finais do ensino fundamental

Figura 5. A corrida de aventura é composta por várias modalidades, que devem ser realizadas
em equipes, buscando, através da boa orientação geográfica e espacial, cumprir algumas
tarefas em menor tempo possível.
Fonte: Free-Photos/Pixabay.com.

O rapel é uma prática vertical com a utilização de cordas e outros equi-


pamentos para descer paredões rochosos e vãos livres. A técnica é oriunda
do alpinismo e exige atenção, concentração, equilíbrio e coordenação de
membros superiores. Os equipamentos de segurança desse esporte envolvem
a utilização de mosquetão, capacete, cadeirinha, freio oito (serve para auxiliar
a descida durante o rapel) e sapatilha (PEREIRA; ARMBRUST, 2017; BERNARDES,
2013). A Figura 6 ilustra essa prática.
Práticas corporais nos anos finais do ensino fundamental 21

Figura 6. O rapel pode ser realizado sozinho ou em um grupo de pessoas e consiste em descer
por paredões rochosos em meio à natureza.
Fonte: Simon/Pixabay.com.

A tirolesa é uma modalidade muito fácil de ser praticada. Nela, o pra-


ticante é preso com mosquetões e uma cadeirinha de alpinismo e realiza
um deslocamento de um ponto a outro, deslizando através de um cabo em
grande altitude, passando por árvores e outros ambientes naturais. Entre
os equipamentos de segurança, pode-se destacar a utilização de capacetes,
cadeirinhas e mosquetões (PEREIRA; ARMBRUST, 2017; BERNARDES, 2013). A
Figura 7 ilustra essa modalidade.
22 Práticas corporais nos anos finais do ensino fundamental

Figura 7. A tirolesa pode ser aplicada em diferentes contextos ambientais e proporciona ao


praticante uma sensação agradável.
Fonte: NOWAYNOSELF/Pixabay.com.

Em conclusão, pode-se refletir que as diversas manifestações das prá-


ticas corporais de aventura, bem como os esportes de invasão e combate,
além da dança, em ambientes artificiais, urbanos ou naturais, são possíveis
e importantes ferramentas na prática docente do profissional de educação
física para o desenvolvimento de aspectos motores, cognitivos e afetivos-
-comportamentais, sobretudo, nos anos finais do ensino fundamental, em
que a transição da infância para a adolescência ocorre.

Referências
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Leituras recomendadas
ARTAXO, I.; MONTEIRO, G. A. Ritmo e movimento: teoria e pratica. 4. ed. São Paulo:
Phorte, 2008.
CARTAXO, C. A. Jogos de combate: atividades recreativas e psicomotoras: teoria e
prática. 2. ed. Petrópolis: Vozes, 2015.
24 Práticas corporais nos anos finais do ensino fundamental

FERREIRA, A. E. X.; ROSE JUNIOR, D. Basquetebol: técnicas e táticas, uma abordagem


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FERREIRA, V. Dança escolar: um novo ritmo para a educação física. Rio de Janeiro:
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GRABER, K. C.; WOODS, A. M. Educação física e atividades para o ensino fundamental.
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LABAN, R. Domínio do movimento. São Paulo: Summus, 1978.
RUFINO, L. G. B. A pedagogia das lutas: caminhos e possibilidades. Jundiaí: Paco, 2012.
SÁ, I. R.; GODOY, K. M. A. Oficinas de dança de expressão corporal para o ensino fun-
damental. São Paulo: Cortez, 2009.
SCHWARTZ, G. M. (org.). Aventuras na natureza: consolidando significados. Jundiaí:
Fontoura: 2006.

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