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O Livro que eu escolhi para apresentar chama-se A corregedora.

PAUSA
O autor deste livro é Leopoldo Alas.
Alas era um escritor e jurista espanhol, era professor na
Universidade de Zaragoza e na Universidade de Oviedo, além de
crítico literário. É conhecido principalmente pelas suas novelas de
curta duração e por estar associado ao movimento realista e
naturalista.
Começou com composições religiosas e satíricas que se tornaram
um grande êxito e que acabavam por ser consideradas uma
afronta à sociedade da época.
A prosa de Leopoldo Alas é caracterizada pela sua linguagem
rica, descritiva e satírica.
Na sua versão original, la regenta trata-se de um romance
panglossiano, tendo sido publicado em 1885.
Este romance é considerado o seu magnum opus, isto é, uma obra
prima.
A narrativa de La Regenta desenvolve-se numa sociedade fictícia
Vestuscana do século XIX, numa altura em que Espanha estava
dividida entre os republicanos e os nacionalistas.
Esta história é o reflexo do desgosto amoroso do autor, pois
através das personagens são enaltecidos alguns sentimentos, dos
quais a tristeza e a sensação de desapontamento com o mundo.
A corregedora desenvolve-se através do pecado de adultério e o
consequente infortúnio social na cidade de Vestusca.
Vestuca era caracterizada pelo seu vento que vinha do sul, quente
e preguiçoso, que empurrava as nuvens esbranquiçadas que se
rasgavam enquanto corriam em direção ao norte. Nas ruas não
havia mais barulho do que o som estridente dos redemoinhos de
poeira, trapos, pás e papéis, que iam de riacho em riacho, de
calçada em calçada, de esquina em esquina, esvoaçando e
perseguindo uns aos outros, como borboletas procurando um para
o outro e eles fogem e que o ar se envolve nas suas dobras
invisíveis. Como uma multidão de rapazes, aquelas migalhas de
lixo, esses restos de tudo, amontoados, pararam como se
estivessem a dormir por um momento e levantaram-se de novo,
assustados, dispersando-se, uns a subir pelas paredes até o vidro
trêmulo das lanternas, outros até os cartazes de papel que estavam
mal colocados nos cantos, e havia canetas que chegavam ao
terceiro andar, e areia que ficava cravada durante dias, ou anos, na
montra de uma loja, agarrada a uma grafite.
O adultério que ocorria em Vestusca gira em torno de 3
personagens:
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Ana Ozores, a personagem principal, era a jovem esposa de Dom
Víctor. Esta aparenta ser uma mulher de caráter atormentado,
desajustada e insatisfeita com a sua vida. Apesar disso, ela é uma
personagem admirada e invejada por outras mulheres devido à
sua beleza e moral irrepreensível. Esta era apaixonada pelo Dom
Fernando, o cónego magistral (padre que pertence à direção da
igreja) e confessor de Ana. Este cónego era um homem ambicioso
que afirmava ter nas mãos o poder de gerir toda a cidade,
especialmente Ana Ozores. Dom Fernando pensa que Ana lhe
pertence e às vezes age de forma autoritária, controlando a sua
mente e revoltando-a contra a sociedade Vetuscana.
Pelo contrário, Ana estava apaixonada por outro sicrano, Dom
Álvaro. Este era um trivial conquistador, um ser desprezível e
vulgar. Dom Álvaro não podia oferecer-lhe a vida que ela
procurava, por representar a classe baixa da sociedade, ou seja,
tinha condições económicas precárias, e representava uma
vertente da sociedade hipócrita e sem aspirações que empurra e
arrasta a protagonista.
Conclusão
Eu gostei e recomendo este romance porque faz juz à sociedade
do século 19, às suas revoltas e aos seus ideais. Neste livro
conseguimos observar vários eventos dramáticos e
emocionantes que criam uma narrativa envolvente.
A mulher sempre teve um papel central em casa, era a cuidadora
das crianças como dos jovens, todavia quando a revolução
industrial aconteceu teve um papel de maior visibilidade por
começar a ter um papel mais profissional, e menos preocupado
com o lar. Com isto, assistimos a uma mudança tanto a nível
económico, como a nível social, na base familiar, com a entrada
da mulher no mercado de trabalho, logo passasse da mulher
cuidadora para a mulher trabalhadora, pois começa a desenvolver
atividade rural, por isso tem menos disponibilidade para as
funções domésticas, como por exemplo, protetora dos mais
velhos. No século 18, deu-se a Revolução Industrial.
Mais tarde, no século 19, a sociedade feminina tinha pouca
liberdade, era oprimida, sofria muita violência doméstica, acatava
ordens contra a sua vontade e como tal deram início a
manifestações contra a submissão a que estavam sujeitas ao longo
de séculos pelos seus parceiros masculinos e a lutarem pelos seus
direitos enquanto seres humanos inseridos na sociedade. Mais
tarde, os movimentos feministas ocorreram em prol de um
estabelecimento de igualdade e paridade de relações entre o
Homem e a Mulher. Nos finais do século XIX, com o surgimento
da sociedade industrial, o contexto social mudou. A igreja
idealizava a realidade, escondia tudo aquilo que achava que era
mau do ponto de vista da igreja, os textos dos bispos e dos
mosteiros exageram o papel das igrejas. Esta teve ainda um papel
importante no apoio da saúde, dos doentes (a nível hospitalar),
como por exemplo, a ida dos mesmos para os hospitais. Em
contrapartida, esta controlava a sociedade formada por sicranos
quer sejam mais abastados ou menos.

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