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Delegacia Liturgica 00292 – Colíder MT

Sublime Capitulo Rosa Cruz Lodovico Pedro Favero – 30400


Vale de Sorriso – Fundado em 08 de Abril de 2023.
Obreiro: Wander Bosco Souza do Prado IME 070798

Peça de Estudos
Tema: Comente sobre a divisão do grau 16, o que representa?

O Grau também é constituído de um Conselho denominado dos Príncipes de


Jerusalém; o Templo é dividido em duas partes, a primeira na cor rosa (Corte de Dario)
e a segunda, em vermelho (Corte de Zorobabel; na parte rosa são colocadas 25
lâmpadas.

Grau 16 – Príncipe de Jerusalém (REAA)

Avental do Grau 16 – Príncipe de Jerusalém


Painel do Grau 16 – Príncipe de Jerusalém

Preside todas as Lojas Salomônicas e trabalha com a espada da coragem em uma


mão e a trolha na outra. Os Cavaleiros do Oriente e da Espada que se distinguiam por
sua constância e firmeza, eram “príncipes de Jerusalém” sagrados. Eles não puderam
evitar a ruína da casa de Deus, que foi destruída por aqueles mesmos que golpearam
Hiram, no entanto, tudo se renova, para melhor ou para pior. Nossos esforços não são
inúteis: “Não é necessário esperar para empreender, nem ter êxito para perseverar.”

I) Segundo RIZZARDO DA CAMINO


Os samaritanos opuseram-se à reconstrução do Templo de Salomão porque haviam
construído um Templo próprio e não desejavam que Zorobabel sobrepujasse a
edificação; além disso, cientes de que Zorobabel trazia os tesouros do Templo, haviam
decidido apoderarem-se dos mesmos para colocálos em seu próprio Templo. Foram
tantas as incursões dos samaritanos a partir da luta na ponte de Gabara, para impedir
o objetivo de Zorobabel, que em certa oportunidade parecia sairiam vitoriosos, o que
levou Zorobabel a pedir ajuda a Dario, sucessor de Ciro.
O Livro de Esdras, nos capítulos 5 e 6 descreve minuciosamente esta passagem. Com
a ajuda de Dario o Templo pôde ser concluído. O Grau também é constituído de um
Conselho denominado dos Príncipes de Jerusalém; o Templo é dividido em duas
partes, a primeira na cor rosa (Corte de Dario) e a segunda, em vermelho (Corte de
Zorobabel; na parte rosa são colocadas 25 lâmpadas. O Presidente, que representa
Zorobabel, tem o título de Justíssimo.
Príncipe; os dois Vigilantes são denominados de Iluminadíssimos Príncipes e os
Irmãos de Valorosos Príncipes. Antigamente o traje era oriental com luvas vermelhas;
na atualidade, o traje é negro com luvas vermelhas. O Avental é vermelho bordado em
rosa. O Colar rosa bordado em ouro, apresentando uma Balança, na Abeta era-
Punhada pela mão da Justiça; no centro, uma réplica de um Templo; disseminados,
punhais, estrelas, triângulos e Esqualo; a Faixa é dourada, tendo à direita, bordados,
uma balança, cinco pequenas estrelas, duas coroas, dois punhais; a Jóia uma pá de
pedreiro (Trolha); há uma medalha de ouro, tendo no verso uma Balança e no reverso
uma Espada e aos lados, as letras D (Dario) e Z (Zorobabel)
A idade é de 25 anos completos.
A Bateria de 25 golpes espaçados por 5.
Abertura dos trabalhos: "quando surge o dia"; encerramento: "as estrelas
começam a aparecer".
***
Eis a versão maçônica da Lenda (do fato histórico):
"Após recebido o decreto de libertação, e todos os objetos preciosos pertencentes ao
Templo de Salomão furtados pelos babilônios, Zorobabel, no dia 22 de março, chegou
sem dificuldades às margens do rio que separava a Síria da Judéia. Ali chegado,
construiu uma ponte para poder atravessar o rio, junto com seu povo. Porém, os
moradores da margem oposta (samaritanos) atacaram Zorobabel, dispostos a não
permitir a sua passagem.
O Príncipe, contudo, demonstrando valor, repeliu o ataque numa sangrenta batalha,
onde perdeu o distintivo que o rei Ciro lhe havia ofertado. Auxiliado pelos Maçons que
o acompanhavam e munido com uma Espada sagrada, que não poderia perder,
enquanto vivo, venceu os inimigos e chegou a Jerusalém, vitorioso. Com a invasão de
Nabucodonosor, Jerusalém fora destruída, e ainda vagavam nela alguns eleitos que
haviam conseguido esconder-se sem serem conduzidos cativos, sobrevivendo com
muito sacrifício, conservando a sua tradição, reunindo-se, secretamente, para chorar
as suas desditas e para praticar as Cerimônias de sua Ordem. Esses zelosos Maçons
encontraram entre as ruínas do Templo, a Abóboda secreta, que passara
desapercebida pelos invasores, quando destruíram o Templo.
Assim, chegarem ao pedestal da Ciência e retiraram a Prancha A ouro que estava
depositada sob a Pedra Cúbica. Com a finalidade de preservar aquele jóia das mãos
dos invasores babilônios, romperam-na e fundiram, reduzindo-a a pequenos
fragmentos. Assim, a preciosa ágata onde estava esculpida a Palavra Sagrada,
desapareceu, resolvendo os Maçons revelá-la e transmiti-la daquele dia em diante,
exclusivamente de forma oral de ouvido para ouvido. Eleito Ananias seu chefe, plenos
de fé e esperança, aguardavam dias melhores, até que chegou Zorobabel.
Ananias procurou Zorobabel, instruiu-o sobre os mistérios da Ordem, até que foi nela
admitido, com pompas e alegrias, sendo eleito e proclamado Chefe da Nação e
naquelas mesmas ruínas, foi reiniciada a construção do Templo. Iniciados os trabalhos,
não tardaram a chegar os inimigos, obrigando Zorobabel se pôr na defensiva; assim
passou ele e seus auxiliares, a trabalhar com espadas nas mãos, enquanto manejavam
os instrumentos de construção. Dessa atitude é que surgiu o nome de Cavaleiro da
Espada."
***
Esclarece o Ritual:
"O Recipiendário, partindo para a viagem, deve estar armado de Espada e Escudo,
revestido de todas as insígnias que possuir, à imitação de Zorobabel que partiu de
Jerusalém, com uma embaixada de Príncipes. O caminho que faz, em Loja, representa
o que faz a embaixada de Jerusalém até Babilônia; os combates que simula durante a
viagem, figuram os que a Embaixada teve de sustentar durante a passagem.
Chegando à Babilônia, o Recipiendário apresenta-se a Dario e expõe sua missão.
Recebida a resposta do rei, regressa pela mesma estrada, tendo de vencer, também,
os mesmos obstáculos. Assim, imita a célebre Deputação que foi à Babilônia
apresentar suas queixas a Dario.
A carta recebida do rei representa a ordem formal que ele entregou à Deputação. De
volta de viagem, o Recipiendário é introduzido na sala cor da "aurora" onde entrega a
carta de que é portador. Depois de demonstrar o bom êxito de sua missão, retira-se da
sala para, em seguida, voltar com todas as honras, o que recorda a magnificência real.
Em seguida, é instruído nos mistérios, o que representa os poderes que a cidade
outorgou a seu Embaixador como recompensa de sua gloriosa Deputação. Acendem-
se, na sala encarnada, muitas luzes para lembrar as fogueiras que, por tal motivo,
foram levantadas em uma das praças da cidade. A primeira sala é iluminada por 25
luzes, dispostas em grupos de 5. O Muito Justo Príncipe (Presidente) dá-lhe, então, os
Sinais, Palavras e Toque. Depois de circular o Tronco de Solidariedade, o Secretário
procede à leitura do resumo dos trabalhos.
***
A decoração do Templo no Grau 16:
Há duas salas que se comunicam por um corredor. A primeira, fica no Oriente e
representa a corte de Zorobabel, rei de Jerusalém; é forrada de cor "da aurora" e
iluminada, na última fase de Iniciação, por 25 luzes, divididas em grupos de cinco. A
Porta de entrada é guardada por dois Príncipes, um fora e outro, dentro, armados de
"lança" e "alfange", tendo capacete no cabeça e escudo no braço esquerdo.
A segunda sala, representando a corte de Dario, sucessor de Giro, é forrada de
encarnado, com Trono e Dossel de cor da aurora (a cor de aurora é branco-azulado),
ou cor de “aço”.
O corredor que conduz o Recipiendário de uma à outra sala, representa a estrada de
Jerusalém à Babilônia .O Conjunto de Loja denomina-se de Conselho.
Por RIZZARDO DA CAMINO,
Rito Escocês Antigo E Aceito Loja De Perfeição (Graus I° AO 33°)
2a Edição.

II) Segundo ANTÔNIO JULIANO BREYNER.

Video Canal YOUTUBE MAÇONARIA REVISTA TRIPONTO.


Titúlo: GRAU 16 - PRÍNCIPE DE JERUSALÉM - CAPÍTULO ROSA CRUZ REAA.
Autor:Antônio Juliano Breyner.
Endereço: https://www.youtube.com/watch?v=9FEM4tQBH-Y

III) Segundo JOÃO ANATALINO RODRIGUES.

O fundamento do grau
O Príncipe de Jerusalém, título que corresponde ao grau 16 da Maçonaria do Rito
Escocês, desenvolve ensinamentos que encarecem o valor da fidelidade, da coragem
e do zelo. A lenda do grau refere-se às lutas que os judeus empreenderam contra os
palestinos- povos que ocuparam Jerusalém e outras cidades de Israel após eles serem
levados cativos para a Babilónia – e que, vendo os judeus voltarem para Jerusalém
após a derrota dos caldeus frente aos persas, iniciaram contra eles uma guerra que até
hoje está sendo travada.
Assim, já nesta época (Século V a. C.) uma atmosfera de conflitos, intrigas políticas,
escaramuças e não raramente, verdadeiras guerras, sacudiam aquela região que os
antigos israelitas chamavam de Terra Prometida.
Como já dissemos em estudos anteriores, a Maçonaria dos graus filosóficos utiliza-se
fundamentalmente da metáfora da reconstrução de Jerusalém como alegoria para a
sua proposta de reconstrução do carácter do homem e da sua sociedade. E em todos
os graus, do 14 ao 18, iremos encontrar temas referentes á construção e reconstrução
da cidade santuário, pois esta simboliza a própria humanidade nas suas ascensões e
quedas. No grau 16 encontraremos as alusões aos conflitos entre os judeus
repatriados da Babilónia, que comandados por Zorobabel, intentam reconstruir
Jerusalém e voltar a ter nela o seu Templo e torná-la novamente a sua capital. Os
povos que habitam a região veem nisso um perigo e armam uma série de intrigas
tentando atrair a ira e a desconfiança do rei persa contra os judeus.
Historicamente toda a temática do ritual do grau é fundamentada nas crónicas de
Esdras e nos trabalhos de acomodação e de defesa que o rabino Zorobabel montou
para defender os judeus e os trabalhos de reconstrução que estavam fazendo em
Jerusalém. A Bíblia diz que eles “com uma mão operavam a trolha e na outra
mantinham em guarda o escudo e a espada”. Nesta metáfora está a proposição firme
de reconstruir a sua civilização destruída e defendê-la a custo da própria vida.
Encontraremos também, como destaque no ensinamento do grau o propósito de se
buscar o justo equilíbrio entre os interesses que se defende e a verdadeira justiça. Esta
proposição encontra fundamento na informação bíblica que diz que Zorobabel, após ter
obtido o apoio do Rei Ciro para a reconstrução do Templo e das muralhas de
Jerusalém, nomeou cinco dos seus melhores mestres para fazer a administração da
Justiça. Esta medida foi uma grande jogada política de Zorobabel, pois acalmou o povo
palestino e amainou os conflitos entre estes e os judeus, obtendo do monarca persa
uma impressão favorável, o que muito contribuiu para que este tratasse os habitantes
da região com simpatia. Desta forma, pode os trabalhos de reconstrução prosperar e a
administração foi novamente recomposta. Aqui se reforça mais uma vez uma das vigas
mestras da prática maçónica, que é tolerância.
Assim, no sexto ano do reinado do Rei Ciro, os judeus terminaram a reconstrução do
seu Templo e a paz voltou àquela região.
A Bíblia fala da Nova Aliança firmada por Zorobabel e os israelitas que voltaram com
ele do cativeiro da Babilónia com o Senhor. O ritual do grau 16 é uma metáfora deste
novo compromisso. Em todos os sentidos esta Nova Aliança deveria ser uma reedição
do pacto firmado por Moisés, com a promessa de que, doravante, o agora povo judeu
(o reino de Israel desaparecera dois séculos antes destruído pelos assírios), não
transgrediria as leis de Deus. Diz Esdras que

“todos os que tinham discernimento deram palavra pelos seus irmãos;


os seus magnates e os que vieram prometer e jurar que andariam na
lei de Deus, que o Senhor tinha dado à Moisés, servo de Deus , que
guardariam e observariam todos os mandamentos do Senhor Nosso
Deus e as suas ordenanças e cerimónias, e que assim não daríamos
nossas filhas ao povo da terra, nem tomaríamos as filhas deles para
esposas dos nossos filhos”. (Esdras, 28,30)

Nota-se, nas entrelinhas deste texto, a disposição dos judeus de conservar a pureza
racial, religiosa e cultural do seu povo, evitando, a todo custo a miscigenação. A antiga
ideia, que sempre esteve presente na cultura desse povo, de que Israel é uma
“Confraria”, uma nação diferenciada, unida pelos laços da Irmandade, ainda sobrevivia
na alma deles, mesmo depois de todas as vicissitudes sofridas ao longo da sua sofrida
saga. É esta disposição, aliás, em grande parte conservada até hoje, que manteve viva
a comunidade de Israel por todos esses séculos, malgrado os ataques e as tentativas
de extermínio que os judeus têm sofrido ao longo da sua história.
Por isto, talvez, que a moderna Maçonaria se tenha inspirado na saga de Israel para
desenvolver o seu próprio conceito de Irmandade. Nenhum outro povo jamais foi tão
firme, mais fiel e mais apegado à sua tradição do que o povo de Israel. A sua
conformação como povo, como comunidade e como nação, assemelha-se realmente à
uma Confraria, viva onde eles viverem e seja qual for a cultura em que eles estiverem
inseridos. Nem os caldeus, que os levaram cativos para a Babilónia, ou os romanos,
seiscentos anos mais tarde, que os espalharam pelo mundo, ou os nazistas com a sua
proposta de solução final para os que eles entendiam ser o “problema dos judeus”,
conseguiram fazer com que eles deixassem de existir.
O exemplo de resistência dos judeus é a prova cabal de que a maior defesa de um
povo está no respeito às suas tradições e no apego à uma crença de que existe um
Ser maior que nos protege, e que a história tem um sentido escatológico que se
cumpre segundo a Vontade desse Ser. E ao vivermos as nossas vitórias e derrotas, as
nossas ascensões e quedas, estamos dando cumprimento a esse processo. Não
precisamos sofrer por isso nem temer apocalipses futuros, pois o destino da
humanidade está nas mãos de Deus e só ele sabe o que se deve fazer com ela.
Por isto, enquanto outros povos, mais fortes e mais desenvolvidos, cultural e
cientificamente do que os judeus já viraram apenas referências nas páginas da
História, Israel continua vivo. A sua história é um exemplo de tenacidade, resistência,
esperança e fé num destino traçado pela mão de Deus, e não apenas a consequência
de um materialismo histórico, governado por leis exclusivamente naturais.
Mais do que isto, a história de Israel mostra-nos que a ideia de Fraternidade, de
Confraria, e “Eleição” por um poder maior, e no compartilhamento de um ideário
formado de símbolos, mitos, crenças e esperanças comuns, é que fazem a força de um
grupo. Israel sobreviveu a todas as tragédias que se abateu sobre o seu povo graças
ao seu “kitch” cultural.
É neste simbolismo, onde se releva o valor da Fraternidade, o apego à tradição
comum, o zelo pela cultura e a fé na sua crença ancestral, que a Maçonaria moderna
se estriba para mostrar aos seus iniciados quais as virtudes que devem ser cultivadas
pelos Irmãos.
O ritual do grau refere-se também a uma batalha que os judeus repatriados teriam
travado com os samaritanos na passagem de uma ponte no Rio Tigre. Esta batalha é
conhecida como a “Passagem da Ponte” e tem um valor simbólico muito importante
dentro do ensinamento do grau. Significa que quando há propósito a ser cumprido toda
acção é uma batalha para a conquista de uma ponte. E ela deve ser travada com
coragem e confiança na vitória, pois haverá sempre um “inimigo” para nos tentar
afastar dos nossos propósitos.
Os ensinamentos do grau 16 procuram, pois, integrar a tradição israelita de eterna
construtora e reconstrutora de um edifício que é destruído e reconstruído muitas vezes,
até que atinja a sua forma perfeita (tal como o carácter do homem e a sua sociedade)
com a ideia de que, para atingir esta formulação é preciso que o homem aprenda a
viver em verdadeira Fraternidade, buscando a verdadeira Justiça. (…)
Bibliografia

BREYNER, Antônio Juliano. GRAU 16 - PRÍNCIPE DE JERUSALÉM - CAPÍTULO


ROSA CRUZ REAA. Canal Youtube MAÇONARIA REVISTA TRIPONTO. Acessado
em https://www.youtube.com/watch?v=9FEM4tQBH-Y , Março 2024.

CAMINO, Rizzardo Da. RITO ESCOCÊS ANTIGO E ACEITO - LOJA DE PERFEIÇÃO


-(GRAUS Io AO 33°). 2a Edição – MADRAS EDITORA São Paulo, 1999.

RODRIGUES, João Anatalino. – Conhecendo a Arte Real – Ed. Madras, São Paulo –
2007

RODRIGUES, João Anatalino. BIBLIOT3CA FERNANDO PESSOA - Grau 16 –


Príncipe de Jerusalém (REAA). Acessado em https://bibliot3ca.com/grau-16-principe-
de-jerusalem-reaa/ Março 2024.

Sinop, 14 de março 2024

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