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Valorizando Jogos que Você Nunca viu

Ou
Parem de dar palco pra isso (...palco pra esses jogos)

Okay, eu admito que eu pensei muito se eu faria esse vídeo ou não, e eu


QUASE desisti, algumas vezes... mas aí eu lembrei que vocês sempre
pedem pra eu voltar com os vídeos mais “pessoais e opinativos”, já que o
canal deu uma bela focada em conteúdo de reviews nos últimos tempos, e
o que vai ser esse vídeo aqui? Aah você pode chamar de uma... “reflexão
sobre jogos indies na internet” ou pode ser também um vídeo de “crítica
social” ou sei lá como você quiser chamar... mas enfim, HOJE, eu
finalmente vou dar continuidade à aquela tal trilogia sobre “JOGOS
INDIES” que eu falei que ia trazer há 1 ano e 4 meses atrás. ENTÃO, TÁ
BOM! JÁ QUE VOCÊS QUEREM OPINIÃO, HOJE EU VOU VALORIZAR JOGOS
QUE MERECEM, E PISAR EM JOGOS QUE NÃO MERECEM.

(uma aberturinha legal :D – JOGOS INDIES PT.2)

Eu sou um cara que consome muito jogo indie, eles fazem parte da minha
vida desde que eu era pequeno, quando o gravzinho que não tinha
nenhum console de vídeo-game era obrigado a explorar a dark web... que
é a steam, pra procurar por jogos que rodasse naquela máquina de 1995.
E eu posso confirmar uma coisa, jogos indies sempre foram experiências
nichadas, eles são tão especiais justamente porque eles não tão tentando
agradar o mundo inteiro com aquilo que eles sabem que faz sucesso, não!
Eles vão na direção contrária, e quando você não segue aquilo que todo
mundo faz, uma coisa é certa, você tem PERSONALIDADE! Mas ser indie
não se resume à isso, e é aí que eu quero chegar. Porque as coisas
mudariam depois de 2014.
Antes de 2014 pouquíssimos indies se destacavam, isso porque tinha
muito indie merda, tipo sei lá Slender, mas os que se destacavam eram
maravilhosos: Limbo, Journey, Braid, Amnesia, Hotline Miami, Papers
Please... games que sim, tem personalidade, sim tem um estilo muito
único e uma estética muito autoral, mas... que vão muuuito além disso, ou
eles são jogos extremamente artísticos, ou eles trazem mecânicas insanas
que ninguém botava fé que aquilo poderia funcionar, sabe? E isso torna
eles algo especial, algo diferente, algo único e isso é tão lindo... só que
esse vídeo não é sobre o lado bom dos jogos indies, é sobre o lado
sombrio dos jogos indies.
(2014.)
Pm 2014 tudo mudaria com o sucesso desproporcional de um fatídico
jogo... esse jogo era Five Night’s at Freedys, também conhecido como
FNAF. Olha, eu confesso que eu nunca fui muito fã de FNAF, mas até aí
tudo bem né, eu não preciso gostar de tudo... Five Nights trazia uma
mecânica diferente, era um jogo que você era um guarda noturno de uma
pizzaria e tinha que gerenciar câmeras de segurança, você ficava olhando
as câmeras e notava que coisas estranhas estavam acontecendo “pera
aquele animatrônico... se mexeu?” (JUMPSCARE) e okay, até era
legalzinho... nas primeiras duas vezes, porque depois meu irmão... que
gameplay insuportável de repetitiva, você fica que nem um maluco
trocando de câmera pra lá e pra cá com o cu na mão, mas não porque o
jogo faz um bom trabalho de terror em criar uma atmosfera, um clima... e
sim, porque ele apela sem um pingo de vergonha na cara pra jumpscare,
tipo... literalmente, a mecânica do jogo é baseada em jogar um
animatrônico sinistro na sua tela com um som alto pra cacete, pô aí é fácil
ficar com medo né e se eu fizer isso... (grav jumpscare). Viu? Qualquer um
consegue fazer isso.
Enfim, o jogo era no máximo um “legalzinho” e na época eu pensei “ah
okay, mais um jogo tipo slender desses que vem a vão todo ano, um jogo
inofensivo” mas eu tava bem errado, não era um jogo inofensivo...
(transição – coisas de fnaf)
FNAF VIROU UM FENÔMENO EM 2014, foi a primeira vez que eu vi a
internet parar pra falar de uma só coisa, a internet abraçou FNAF como se
fosse a volta de Jesus, existiam milhares de vídeos sobre FNAF, canais
focados em FNAF, músicas de qualidade surpreendente sobre FNAF,
fanfics, até fan-games inteiros baseados em FNAF, foi um sucesso tão
desproporcional que nem o próprio criador tava esperando, e claro, ele
não parou por aí... ele lançou uma sequência, depois outra, depois outra...
e outra... e mais uma... e outra... e outra... (e outra... e outra...[continua
falando]). E isso aqui é outra coisa que devia ser considerado crime, fazer
qualquer franquia com mais de 10 títulos, porque é basicamente
impossível, não se perder no meio desse processo, a ganância sempre fala
mais alto e o resultado disso, é você se vender no meio desse caminho:
você faz sequências desnecessárias, jogos ruins, uma lore completamente
absurda e sem sentido... uma franquia, que não merecia o sucesso que
recebeu. Hoje em dia FNAF tem mais de 12 jogos, 5 livros e até a porra de
um filme!!
Okay, eu tô me precipitando um pouco, até porquê, o alvo desse vídeo,
não é FNAF.
(transição)
O que eu quero dizer com isso é... o sucesso desse jogo foi prejudicial, foi
prejudicial porque nesse momento, um indie não era mais um simples
jogo feito com amor e carinho, ele se tornou um produto comercial,
marketing! FNAF não intencionalmente acabou criando uma subcategoria
de jogos indies, jogos que são muito semelhantes em vários aspectos e
que apelam pra esse público muito específico que parece que só existe na
internet, esses tais jogos olharam pro sucesso estrondoso de FNAF e
pensaram “Hmmm, por que será que esse jogo tão simples deu tão
certo?” eu não sei quem foi, mas desvendaram e seguiram a fórmula do
sucesso de FNAF. E de lá pra cá essa subcategoria de jogos indies se
espalhou como um câncer, ano após ano, surgiam esses indies de
qualidade duvidosa... mas que por alguma razão, a internet amava!!
Bendy and the Ink Machine: um jogo de terror CURTO com uma gameplay
bem da genérica, só que lenta e nem um pouco intuitiva, resultado?
SUCESSO DE VISUALIZAÇÃO!!!.
Hello Neighbor: um jogo com uma premissa interessante, mas que
consegue falhar miseravelmente em tudo que se propõe a fazer, tipo
TUDO MESMO. SUCESSO DE VISUALIZAÇÃO!!!
Poppy Play Time: esse aqui na verdade é bem competente, ele tem a
mecânica das mãozinhas que eu sinceramente acho bem interessante e
ele faz umas sequências de terror até que bem feitas, mas os puzzles são
muito fracos é basicamente ficar apertando botão pelo mapa. Dito isso...
SUCESSO DE VISUA...
E tem uns que chegam a ser toscos velho, tipo... Granny, Baldi’s Basics,
Garden of Banban kkkkkkj por que que isso faz sucesso??
E... eu como uma pessoa que joga muitos indies eu já conheci cada obra-
prima, cada jogo maravilhoso que tem o poder de mudar vidas, como
CELESTE que eu foi o jogo que me tirou de um momento deprê da minha
vida e eu trouxe aqui na primeira da série, ou Night in the Woods que eu
ainda não trouxe vídeo pro canal mas eu com certeza vou porque esse
jogo mora no meu coração, mas até recentemente, tipo em outubro eu
zerei um chamado FAR: CHAGING TIDES, um jogo de pilotar barco,
literalmente você só pilota um barco e mesmo assim ele consegue te
prender, ou um que eu zerei no início de novembro chamado Tails Noir,
um jogo de investigação policial todo pixelado com uma arte linda de
doer, um mundo interessantíssimo com hierarquia de animais,
personagens com conflitos e dualidades... que eu confesso que eu me
decepcionei bastante com o final desse, mas ainda sim sabe, era um jogo
com bastante potencial, e o lance é que eu fico triste por ver que esses
jogos feitos com tanto carinho... não recebem um terço da atenção que
um FNAF recebe.
Eu me peguei refletindo muito sobre isso, porque eu real não entendo
porque a internet dá tanto valor pra alguns jogos enquanto outros
morrem sem nem ser conhecidos, por que esses jogos fazem tanto
sucesso? Foi então eu decidi investigar por mim mesmo.

(transição- A investigação)

minha primeira suspeita foi o que chamamos de “fator mistério”: Todo


mundo ama um bom mistério, quem nunca teve aquela fase de ficar
pesquisando e vendo teorias infinitas na internet sobre um suposto
mistério dentro de um vídeo game, tinha a Lenda do Pé-Grande do GTA
San Andres, o Temido Heronbrine do Minecraft... no final nenhuma delas
era real, mas a sensação de incerteza durante aqueles 10 minutos de
teoria, era muito satisfatória. E reparem que esses jogos sempre deixam
algo muito aberto na sua história, em FNAF você tem mini games
escondidos que contam a história do jogo de uma maneira bem implícita,
é contar algo sem usar palavras. Eles querem que você fique curioso e vá
fazer teorias e teorias pra fomentar cada vez mais o jogo deles. (suspiro)
Mas eu logo descartei essa suspeita, porque esses outros jogos indies que
citei também sofriam do mesmo fator: em FAR você tá em mundo coberto
por água onde você consegue ver vários indícios de uma civilização
devastada, então são jogos com muito mistério também, mas a diferença
é que ninguém tá fazendo teoria sobre LIMBO e FAR. Então não pode ser
isso.
Minha segunda suspeita foram... “Os Temas pesados”: Sejamos sinceros,
desde que o ser humano é humano ele sempre se interessou por temas
mórbidos: serial killers, ass4ssln4tos, e essas coisas que desmonetizam
vídeos... E meu amigo, se tem uma coisa que esses jogos fazem é apelar
pro gore, tipo, five nights at freddys é literalmente sobre crianças m0rt4s
dentro de animatronicos... É possível eles apelem pra esse tipo de
temática delicada justamente pra atrair os jovens curiosos... mas não,
também descartei porque... jogos como Hotline Miami e Tails Noir não
fazem sucesso.
Eu tava ficando sem opções, eu não sabia mais pra onde ir em minha
investigação... até que algo clicou na minha mente, era tão óbvio! Como
eu não tinha pensado nisso antes??
Não era nada disso, a resposta para minha investigação era muito mais
simples e broxante do que eu suspeitava... era por causa da estética. E isso
é muito triste.
(transição)
Eu comecei a traçar paralelos entre esses jogos e entendi porque eles
eram tão parecidos, é porque todos eles nasceram da mesma ideia, a ideia
de pegar algo de teor infantil e juntar com algo macabro. E quando eu
entendi isso, tudo fez sentido: Five Nights at Freddys: Animatronicos de
uma pizzaria infantil, só que possuídos.
Bendy: personagens cartoons baseados em desenhos antigos da disney, só
que são do mal e querem te matar.
Poppy Play Time: É LITERALMENTE UMA FÁBRICA DE BRINQUEDOS.
E foi aí que eu entendi algo muito decepcionante, internet só liga pra isso,
pra estética, pro visual desses jogos, pros design dos monstros e dos
personagens ao ponto de que só isso sozinho já é suficiente pra ele se
tornar um fenômeno na internet e na moral, isso é deprimente, não pela
estética porque isso realmente é maneiro, todos esses jogos tem uma
ambientação muito boa, tem um estilo muito próprio... mas é só isso, eles
não tem mais nada a oferecer além de uma estética legal. E talvez eu seja
louco, talvez eu viva em mundo onde isso é mais importante que todo o
resto mas pasmem, eu acho que um bom jogo vai muito além de uma boa
estética.
E a questão é... eu não acho que esses jogos existirem é um problema, na
verdade eu acho que sempre vai ter espaço pra eles, quer dizer... jogos
fracos e medíocres sempre existiram e sempre vão existir, não tem o que
fazer, então o problema mesmo não tá nos jogos, e sim na...
(transição - fanbase)
Fanbase é um problema social, fanbase é uma coisa que precisa ser
estudada e tratada na sociedade. Na moral, eu costumava achar que a
fanbase de Dark Souls era ruim por sempre ver as pessoas cagando regra
de como você deve jogar o seu jogo, que se você joga algo no modo fácil
você tá jogando errado e bla bla bla... mas nossa, como eu era ingênuo,
porque se você frequenta alguma rede social você sabe muito bem que as
fanbases desses jogos que eu citei ganham esse título de lavada, assim...
com uma certa folga, eu diria. Eu nunca, em toda a minha vida, vi tanta
toxicidade como eu vi nessas fanbase. São lugares sombrios da internet
habitados por crianças e adultos amargurados que dedicam o seu precioso
tempo pra ofender você e toda a geração da sua família caso você fale mal
do joguinho que ele é fã. Então se por acaso esse vídeo furar a bolha e
tenha chegado até você aí que tá me xingando nos comentários, parabéns
amigo, você acaba de provar o meu ponto. E querendo ou não, essa
toxicidade mancha não só a imagem do jogo, mas também de todo o
cenário indie. E isso me causa dor física, ter que colocar os jogos que eu
amo na mesma gaveta que esses jogos, sei lá... só parece errado.
(finalização)
E depois de tanto refletir eu só cheguei a conclusão de que... a internet
adora dar palco pra coisa medíocre, (ainda to escrevendo essa parte)

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