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500 dias de Elden Ring

(o vídeo começa mostrando uma cena do dia 500) o dia em que eu tinha finalmente
platinado Elden Ring, mas aí vem a narração, e retrocede toda a contagem)

- Essa é a história de um garoto que não era bom em vídeo games, um garoto
que acreditava nunca conseguir apreciar a beleza de jogos difíceis como a
série Souls, Hollow Knight e Flappy Bird…

(Retrocede os dias para 1)

E esse garoto sou eu. Eu gosto de vídeo games desde que eu me conheço por
gente, quando eu era criança eu não tinha nem metade do acesso que eu tenho à
games hoje em dia, mas eu sempre dava o meu jeito, seja legitimamente ou… ou
não tão legítimo assim, tá? Não me julguem, a gente tem que começar de algum
lugar né, e o meu foi num pczinho que era passado de geração pra geração na
minha família, até que enfim tinha chegado em mim. E foi aí que eu me tornei o que
chamam de… “GAMER CASUAL” (olha eu odeio esses títulos, mas se é assim que
vocês querem me chamar, que assim seja). Eu sempre fui um jogador casual
mesmo, eu gosto de uma boa história, uma boa aventura e… é isso, eu acho, eu
evito me estressar kkj principalmente com coisas que eram pra ser o meu lazer!
Jogos online? éeeh… eu tive a minha fase, mas aquele senso de competitividade
mútua entre você e 300 pessoas que você nunca viu na sua vida sempre acabava
na mesma coisa: Tóxicidade. Você pode falar que não é assim, mas você sabe que
é verdade. Então por muito tempo eu fui feliz e tranquilo jogando meus jogos
singleplayer, porque… eles não me estressam! Pra tu ter noção eu amava aqueles
jogos de narrativa interativa, um dos primeiros jogos que eu zerei na vida foi o The
Walking Dead da Telltale, muita gente critica esse tipo de jogo, e… eu entendo,
afinal, é um jogo onde você mais assiste do que joga, mas era tão agradável pra
mim, acompanhar uma história profunda e bem contada, mas… eu tava ali também,
sabe? eu tava fazendo parte daquela história, entre aqueles personagens, seja
escolhendo entre apertar o botão “A” ou “B”, era perfeito pra mim, não havia
stress… não havia… dificuldade! Mas… quem diria que isso ia acabar virando um
problema.

A zona de conforto pode parecer… confortável, mas, ela também te impede de


conhecer coisas novas, e quando você não conhece coisas novas, as coisas velhas
meio que perdem a graça. A verdade, é que quando você não tem um desafio, nada
que faça o teu humor sair um pouquinho do sério… aquilo não era mais suficiente,
eu precisava de algo que me fizesse sentir coisas, adrenalina, medo… raiva! Eu
precisava de… DARK SOULS!!
Dark Souls sempre foi o nome que vem a mente das pessoas quando se fala de
jogos difíceis, e isso em um mundo que sempre quer facilitar mais e mais as coisas
pros seus consumidores, é ouro! Esse movimento foi tão, mas TÃO influente pro
mundo dos games que não só marcou seu nome, mas literalmente Batizou um novo
gênero de jogos: o Souls Like. E o Souls Like veio crescendo de uma forma absurda
nos últimos anos, de um jogo super nichado que só era comentado entre alguns
nerdolas fãs de RPG num subreddit, virou a MAIOR MODA DO MOMENTO, todos
queriam fazer parte desse novo gênero que tinha surgido, poder falar que derrotou o
tal Boss de primeira, ou que morreu mais de 800 vezes pro Ornstein e Smough, ou
seja lá o que é PLIN PLIN PLON. EU TAMBÉM QUERO FAZER PARTE DISSO,
mas… era como uma parede de 2 metros e meio na minha frente que eu não
conseguia atravessar chamada “jogar mal pra caralho”. Mas eu sabia, eu nunca iria
sair da zona de conforto se eu continuasse ali, foi então que eu fui atrás do… DARK
SOULS 3!!! (sim, eu sei que o nome do vídeo é 500 dias com Elden Ring, mas ele
não foi o meu primeiro) Meu primeiro Soulslike foi Dark Souls 3, e como eu posso
resumir esse jogo… Digamos que foi uma experiência… éh… variada. Eu comecei
tipo: “Ah isso até que é bem simples é só bater, rolar e defender” aí eu enfrentei
esse bicho e matei de primeira e fiquei tipo “cARACA, EU SOU MUITO FODA
MULEKE” (era o boss do tutorial) daí eu andei mais um pouco e cheguei aqui, e…
pra onde eu vou?? Eu devo ter ficado uns 20 minutos tentando descobrir o que fazer
nessa área porque… o jogo não te explica que você tem que botar a espada na
fogueira e se teletransportar pra Lothric, como eu iria saber?? Mas depois de
algumas horas de jogo eu já tinha pego o jeito de como as coisas funcionam em
SoulsLike, eles não pegam na sua mão e guaim você, eles só te soltam e te
permitem explorar, e foi o que eu fiz e… éh complicado, às vezes era maravilhoso,
eu me lembro de ficar impressionado com o level design de um vilareijozinho que
fica próximo do castelo, mas… o local tava totalmente desolado, como se algo
tivesse matado todos os moradores dali, eu me lembro de explorar um castelo
enorme e muito desafiador onde eu terminei lutando contra uns padres sinistros…
só pra descobrir depois, que esse lugar era totalmente opcional, mas eu também me
lembro de um pântano de merda que você tinha que atravessar um lago enorme e
cheio de inimigos chatos e você ficava o tempo todo envenenado naquela merda,
AH e tinha aquela dungeon cheio de esqueleto que morriam mas depois voltavam a
vida e tinha armadilhas EM TODO SANTO LUGAR!!! Mas só pra depois de sair
daquela dungeon você se deparar com isso, “irithyll do vale boreal” que momento,
amigos.

Eu tive altos e baixos com Dark Souls 3, eu parei de jogar o jogo algumas vezes
porque a frustração foi grande demais, eu cheguei a ficar semanas pra matar 1
único boss daquele jogo, e isso… isso devia ser considerado forma de tortura em
presídios. Eu zerei o jogo com um total de 130 dias, e não porque eu joguei muito
ele, foi mais porque a pausa entre essas jogatinas eram bem longas. Eu reconhecia
que é um ótimo jogo, mas hmm aquele estilo ainda não tinha clicado pra mim, eu
não me sentia pertencente a esse gênero.
(TRANSIÇÃO resetando os dias)

Até que fevereiro de 2022 saiu o tão aguardado Elden Ring, a grande colaboração
entre George R.R Martin, o autor de Game of Thrones e Hidetaka Myazaki, o pai do
gênero Souls se juntaram para criar uma história jamais vista sobre um continente
distante chamado Terras Intermédias, e claro que eu não ia ficar pra trás, comprei
Elden Ring.

(dia 1)

Com o Elden foi tudo diferente, desde o primeiro dia, eu lembro que eu tinha coisas
pra fazer naquela noite, mas eu tava tão ansioso que não abri o jogo mesmo assim,
e no momento que eu abri aquela porta e dei de cara com Limgrave pela primeira
vez… (cena) é difícil descrever a porrada que você leva, é tanta informação na sua
cara de uma vez que você não sabe nem por onde começar, primeiro você fala com
esse cara e aí ele te zoa por ser solteiro(?) Então você descansa em uma graça
próxima dali numa igrejinha destruída, depois você ganha um cavalo de uma moça
misteriosa YAY, aí você sobe essa montanha e encontra ele… Margit, o Caído. O
considerado o primeiro boss de… Okay, aí você leva um surra, percebe que você
deveria um pouquinho mais forte e vai explorar, e explorar em Elden Ring é
definitivamente uma coisa. Lembra daquela coisa que eu falei sobre o Dark Souls 3
não pegar na sua mão e te mostrar o caminho? Então, Elden faz isso ao quadrado,
porque o mundo é aberto e INSANAMENTE GRANDE, eu chamei o Margit de
primeiro boss mas não existe primeiro boss, o primeiro boss é o primeiro que você
encontrar, como o jogo não é linear você pode literalmente ir pra áreas finais do
jogo, ficar extremamente poderoso, e voltar pra área inicial como se nada tivesse
acontecido. E se eu não me engano… foi isso que eu fiz, eu queria fazer uma build
foda de Samurai, eu nunca fui muito de joga com escuto então, eu me livrei do meu
e consegui duas Uchigatanas, e coincidentemente eu achei um daqueles
acampamentos randomicos, que tem em monte no jogo, mas no topo da torre desse
acampamento em específico tinha um um inimigo com o “Corte Sangrento” que
claro, eu roubei, depois foi só upar tudo em Destreza e vambora, eu tava pronto pra
enfrentar esse tal de Margit (batalha contra Margit).
Depois de derrotar Margit eu pude entrar no Castelo Tempesvéu e pensei “Ah em
Dark Souls 3 a gente tinha castelos e eram profundos, densos cada sala importava
e tinha baús escondidos, corredores que bifurcavam e os caralhos, mas Elden Ring
é mundo aberto, não tem como ele ter o mesmo nível de detalhe de Dark Souls…”
não, ele tem exatamente o mesmo nível de detalhe de Dark Souls. O que é muito
impressionante e uma coisa raríssima de se ver em jogos assim, em jogos lineares
eles tem mais tempo e recurso pra focar em cada detalhe, de cada cômodo, então é
lógico que você não iria esperar a mesma qualidade vindo de um mundo aberto
porque eles tem que dividir essa atenção pra mais UM TRILHÃO DE COISAS,
então... COMO ELES FIZERAM ISSO??
( dia 12)

Depois de alguns bons dias jogando Elden Ring eu já tava completamente


encantado pelo jogo, eu sentia que não importava o que eu fizesse ali dentro,
sempre ia ter mais coisas pra explorar, mais coisas legais que eu tinha passado
batido, tipo, sabia que o jogo é totalmente recheado de quests? mas se você não
ver aquele npc, naquele momento específico do jogo, você talvez tenha perdido
uma invocação de três lobos que com certeza teriam te ajudado e muito nas últimas
4 batalhas kkkj (sim aconteceu comigo) então eu tentava ao máximo explorar cada
canto do mapa, claro que nem sempre eu conseguia, às vezes era estressante
demais morrer em lugares imbecís pra pegar um… eu sei lá o que é isso, eu nunca
usei.
Mas apesar do estresse essas são áreas que estranhamente me causam uma
certa… paz? E eu sei que isso é meio irônico porque em Elden Ring praticamente
tudo é agressivo e tudo quer te matar, eu não sei dizer exatamente o porquê eu
sinto isso, talvez, seja porque Limgrave e Liurna dos Lagos me lembram, nem que
seja só um pouco, do mundo de Senhor dos Anéis, e acho que inconscientemente
eu me conectava com esse sentimento bom de jornada, de descoberta, de estar a
todo momento descobrindo algo novo sobre esse mundo… que eu me lembro de
sentir na época que eu conheci Senhor dos Anéis, e meio que Elden me
proporcionou viver isso de novo, tudo que eu aprendi sobre as Terras Intermédias foi
lendo e indo atrás por mim mesmo, e nossa… é bizarro como todo lugar desse jogo
carrega uma história, seja aqueles destroços jogados por limgrave, seja aquela
cabana abandonada no topo da colina, ou seja uma área inteira do mapa que tá
apodrecida.

(dia 28)

Eu ODEIO Caelid, mas acho que eles atingiram exatamente o que eles queriam
com esse local, esse lugar exala tristeza, desesperança, e é um contraste enorme
com o quão tranquilo e agradável era Limgrave e Liurna dos Lagos, Caelid é assim
por causa de uma batalha que rolou aqui há anos atrás, durante o The Shattering, é
assim que eles chamam a guerra que se iniciou nas Terras Intermédias depois que
o Elden Ring foi despedaçado, nessa guerra, os semideuses se enfrentaram com o
intuito de pegar fragmentos do Elden Ring que caíram sobre as Terras Intermédias
para si, e assim se tornarem o novo Elden Lord, mas isso não deu muito certo aqui
em Caelid… General Radahn, o Flagelo Estelar travou uma batalha intensa contra
Malenia, Lâmina de Miquella, ambos lutaram bravamente até um impasse, porém…
o impacto dessa batalha espalhou a podridão escarlate por toda a terra de Caelid,
Malenia saiu com alguns ferimentos daquela batalha, mas Radahn, foi
completamente consumido pela podridão escarlate, se tornando apenas uma
sombra do que ele um dia já foi, é como se ele fosse só um corpo ambulante que se
recusa a cair, ele fica vagando por esse campo aberto em busca de qualquer coisa
que ele possa matar. É muito louco você cavalgar por essas terras vermelhas e
pensar que tudo isso aconteceu por causa de uma única batalha, um único evento
dentro do jogo, e é exatamente por isso que você vai até Caelid, pra dar um fim ao
velho corpo de Radahn. Existe esse festival onde os habitantes se juntam uma vez
ao ano pra tentar derrubar o Radahn de uma vez por todas, e é interessante ver que
apesar da gente tá indo pra batalha, as pessoas aqui enxergam o General Radahn
com um grande respeito, é como se toda essa batalha fosse pra dar um fim digno
pra ele, e não algo egoísta como normalmente batalhas são. Então em todo
SoulsLike, essa é única batalha que eu vi que o jogo te incentiva a invocar o
máximo de npcs possíveis, pra te ajudar na batalha, afinal, isso aqui é um festival, e
é por isso que com certeza, essa é uma das melhores batalhas do jogo (mostrar
batalha contra Radahn).

(DIA 51)

É engraçado como uma das melhores memórias que eu tenho desse jogo, foi a de
explorar a academia de Raya Lucaria, um lugar que parece que a maioria das
pessoas esquecem quando falam de Elden Ring mas pra mim foi um dos momentos
mais marcantes. Liurna dos Lagos já é um lugar lindo por si só, e exatamente no
centro dessa área tem um castelo enorme que é quase como se ele te chamasse
até ele, e essa é a grande academia de Raya Lucaria. Sabe, no início do ano eu
joguei Hogwarts Legacy, e definitivamente a melhor coisa desse jogo, é Hogwarts, e
basicamente, Elden Ring tem uma Hogwarts inteira dentro dele. a Academia de
Raya Lucaria é conhecida como o lugar onde surgiu os maiores magos nas Terras
Intermédias, então você já imagina quais são os inimigos dessa área, sim, MAGOS!
E meu pai, como é irritante enfrentar inimigos que te atacam à distância com uma
cadência quase ininterrupta putaquepariu. Quando eu entrei no elevador da
academia pela primeira vez, eu senti como se eu tivesse ido pra outro jogo, a
atmosfera muda completamente, aqui dentro o céu é escuro por alguma razão e dá
literalmente ver como a magia corre por esse lugar, tipo, literalmente olha ali! Mas
não é só isso, tem algo estranho nesse lugar, você passa por esse cemitério que tá
cheio desses inimigos mortos-vivos, aí você enfrenta um grandão deles e sobe no
castelo usando uma roda, essa roda gira e coloca no andar de cima e aqui a gente
consegue ver como as coisas estão realmente caóticas na academia. Os itens
dizem que Raya Lucaria é comandada atualmente pela Família Real Cariana, e
dentro dessa família, um nome se destaca: Rennala, ela que sempre foi uma jovem
prodígio dentro da academia, dominava magia como ninguém, então não demorou
muito pra Rennala se tornar a mestra de Raya Lucaria e botar ordem no lugar, mas
onde ela está agora??
Ao sair você dá de cara com um pátio, e da pra ver que tem uma enorme rampa na
direita, que leva até uma torre, e óbvio que eu fui subir essa rampa e… QUE
PORRA É ESSA? (bola gigante que rola pra cima de você)
Um elevador te leva até o topo daquela torre que parece tá protegida ao máximo, e
quando você abre a porta, é um sala escura e sinistra até que algo morde o seu pé,
são crianças se arrastando pelo chão, e lá está Rennala. A batalha da Rennala é
uma das minha favoritas porque ela é bem diferente de todas as outros do jogo, a
Rennala sempre foi obcecada com essa coisa do renascimento mas não há esse
ponto, alguma coisa aconteceu que fez essa mulher se trancar no quarto e ficar
criando e criando essas filhas, e na batalha, essas filhas criam um escudo envolta
da sua mãe, então antes de tudo você tem que achar qual dessas filhas tá cantando
o feitiço e matar ela pra assim você poder bater na Rennala que tadinha, ela não
parece muito capaz de lutar, pelo menos era o que eu achava… (cena da segunda
fase Rennala) de repente ela te leva pra esse lugar lindíssimo e é aqui que a
batalha começa de verdade, não é uma batalha muito difícil mas acho que não é
isso que importa no final das contas, parece que os jogadores de Soulslike só
sabem olhar pra isso, dificuldade, mas as vezes não, ás vezes pra uma batalha ser
memorável ela só precisa ser criativa e bonita, e é por isso que eu gosto tando da
Rennala, ela usa todo tipo de magia contra você, ela invoca lobo, invoca dragão, ela
literalmente vira uma lua e explode na sua cara! (mostrar batalha). Mas diferente
das outras batalhas, você não mata ela, e foi aí que eu entendi, de todos os
semideuses que a gente enfrenta no jogo, a Rennala é a única que com certeza não
merecia isso, ela é só uma vítima dessa história toda, vítima… de uma história de
amor.
Em Elden Ring a gente tem essa entidade chamada: A Grande Vontade, ela é como
uma figura religiosa dentro desse mundo, mas Rennala e seus seguidores
adoravam um outro deus que era… a Lua. Então, a força maior enviou um de seus
para por um fim à Raya Lucaria, esse homem, era Radagon. Mas quando Rennala e
Radagon se encontraram, algo muito inesperado aconteceu… eles se apaixonaram,
a rainha da lua havia se apaixonado por um guerreiro da Térvore, o seu casamento
deu início a uma aliança entre as duas casas, a dos Carianos, e a dos seguidores
da Força Maior, e por um tempo tudo ficou bem, ambos tiveram paz, até que… A
Rainha Marika, por razões que ninguém até hoje conhece, havia simplesmente
expulsado seu marido Godfrey da Térvore, ou seja… Marika tá na área rapaziada, e
quem foi convocado para governar as Terras Intermédias ao seu lado… foi
Radagon, tomando o título, de Segundo Lorde Pristíno, e o mistério perdura até
hoje, por que Radagon abandonaria Rennala? A Rainha da Lua não conseguiu lidar
nada bem com esse abandono, após perder o seu amor, ela entrou em uma
depressão profunda, Rennala não era mais capaz de liderar a Academia, foi então,
quando os alunos se revoltaram e tomaram o poder da Academia, trancando
Rennala em sua torre, onde agora, ela passa o resto de seus dias em tristeza,
renascendo criaturas das quais ela chama de “filhas” pra tentar suprir, o seu vazio,
Éh… Agora tudo faz sentido.

(Dia 468)

Malenia. Esse é um nome que eu escuto relacionado à esse jogo desde o comecei
a jogar ele na época do lançamento, mas QUEM SERIA ESSA TAL MALENIA??
Aconteceu muita coisa nesse tempo: eu parei de jogar por um tempo… voltei a
jogar! Daí eu decidi que eu queria platinar o jogo e claro, eu teria que matar todos os
bosses, tanto principais quanto opcionais, e eu já tava na arena pro último boss
quando eu me toquei que… Eu ainda não tinha achado essa tal de Malenia, então
eu parei tudo que eu tava fazendo pra analisar o mapa do jogo e descobrir aonde eu
ainda não tinha ido, e amigos… essa desgraçada simplesmente não tava em lugar
nenhum, eu procurei nos esgotos de Leyndell que é um dos lugares mais
asquerosos desse jogo, eu procurei na península das lágrimas, que tinha sido um
dos poucos lugares que eu não tinha explorado direito ainda, mas não, nada. Até
que eu me toquei, que láa em cima do mapa, tinha alguma coisa, um local
descolado do mapa, como se a gente não tivesse acesso à ele, não havia como
chegar lá, mas eu tinha que começar de algum lugar, então eu fui até esse castelo
que era a coisa mais próxima dessa área, e ao chegar lá, não tinha nada, só uma
barreira que não me deixava atravessar pra aquela área, até que eu finalmente
entendi que… era um puzzle, eu precisaria acender uma vela em 4 estátuas
escondidas e acredite, isso foi mais difícil do que parece, mas agora que eu acendi,
a barreira se desfez e eu poderia interagir com o teleporte… (cena do teleporte).
Sejam bem vindos à Árvore Sacra de Miquella, um dos meus MAIORES
PESADELOS NESSE JOGO. Mas pelo menos, eu tinha uma pista, por que Miquella
é o irmão de Malenia, e se ele veio pra cá, a sua irmã deve ter vindo também, não é
mesmo? Então eu atravessei aquela Árvore pelos galhos até chegar numa certa
estrutura, e… isso aqui é um labirinto cara, é tão confuso a porra desse lugar, vocês
não tem ideia do quanto eu me perdi, do quanto eu morri nessa merda desse lugar,
mas eu consegui… eu tava descendo e descendo cada vez mais até que… (mostrar
suporte do castelo) tinha um castelo inteiro embaixo da árvore, e a porra do castelo
era enorme e tinha andares e andares e pqp eu não aguento mais… sério, eu devo
ter levado uns 2 dias só explorando esse lugar, porque parecia que não acabava
nunca, até que eu FINALMENTE entrei numa sala que tinha as raízes da árvore,
que me guiaram até aqui, uma cachoeira de prodridão escarlate, e lá embaixo…
algo me esperava, foi um caminho longo, difícil, mas eu tava no fundo do poço, não
tinha como ela não estár ali… (mostrar cena da Malenia).
Lá estava ela, sentada e esperando por algo, eu sabia que o que estava pela frente
era pura dor e sofrimento mas naquele momento eu só consegui dizer… “uau, que
lindo!” foi quase emocionante finalmente ver ela na minha frente depois de tanto
tempo, tanto tempo ouvindo falar dela, tanto tempo caçando ela… e eu tô aqui, nas
raízes de uma árvore no fim do mundo, e a luta com ela me lembra muito da batalha
contra a minha boss favorita do Dark Souls 3 que é a Sister Friede, onde tá tocando
uma música calma e linda… enquanto a batalha era extremamente rápida e
frenética e… assim como a Sister Friede eu adorava a Malenia, eu adoro sua
armadura, seu capacete com asas, sua espada com o dobro do seu tamanho, suas
marcas de cicatriz no rosto… Agora é só matar a Malenia e… (sequência de morte).
Okay, não é “só matar a Malenia” porque ela é simplesmente uma das coisas mais
difíceis que já existiu. Na maioria dos Bosses desse jogo, se você tiver com a arma
certa e com o nível certo, você vai ter uma certa vantagem sobre ele, mas com a
Malenia não, não importa o quão upado e que arma tu esteja usando, ela sempre
vai conseguir te matar com essa sequência ridícula de golpes (mostrar cena), e
você até pode dar um bom dano nela, mas não é sobre isso que é essa batalha,
porque se ela te acertar, ela recupera vida, entenderam? Lutar contra a Malenia é
como jogar Fruit Ninja, só que você é a fruta. Eu já tinha morrido tanto que eu
estava beirando a loucura, até que eu finalmente consegui (mostrar cena da
segunda fase dela) ela estava caída no chão, e eu me deixei distrair pelas folhas
voando sobre aquelas grandes raízes e quando eu notei… ela tava num casulo
renascendo como uma FÊNIX, ELA TINHA SE TORNADO O RECEPTÁCULO DA
PODRIDÃO, AGORA ELA POSSUÍA ASAS, E ELA VOOU PRA CIMA DE MIM NUM
PISCAR DE OLHOS QUE EU NEM PUDE REAGIR… e morri de novo.
Okay, já deu pra mim por hoje, eu vou enlouquecer…
Eu não tinha desistido dela, não ainda, eu só precisava de um tempo…

(dia 490)

Eu ODEIO a Malenia, eu odeio essa sua armadura enferrujada velha, eu odeio esse
capacete ridículo com asas que tapa seus olhos, eu odeio essa espada ridícula que
dá 3x o meu tamanho, eu odeio, odeio essas cicatrizes de podridão no seu rosto,
EU TE ODEIO MALENIA.
Essa desgraçada conseguiu acabar com o meu sono, ela me atormentava até nos
meus sonhos, eu sonhei… eu sonhei com a Malenia, EU TAVA FICANDO LOUCO.
Eu pensava que eu nunca ia conseguir derrotar ela, se passaram dias e eu tava
ficando sem esperanças. Eu… até hoje não sei exatamente o que aconteceu, mas
teve uma noite, que eu tava me sentindo bem, eu tava confiante e tranquilo, sabe?
eu pensei “Ah, por que não tentar mais uma vez né?” (CINEMATIC DA BATALHA
CONTRA MALENIA). Foi de primeira… eu nem tava acreditando… eu simplesmente
matei a Malenia…

(FINALIZAÇÃO)

Depois disso, acho que não tem muita coisa, eu zerei o jogo, completei a platina e
pensei: “é isso… acabou. Talvez eu nunca mais tenha uma experiência assim com
um jogo de novo” Mas apesar de ter acabado, eu me senti tão satisfeito, por todos
os momentos incríveis e todos os momentos frustrantes que eu tinha passado com
esse jogo, eu fiquei satisfeito porque… imagina se eu não tivesse tentado, se eu
tivesse me rendido ao meu medo de jogar mal e simplesmente ter desistido antes
de tentar, todos esses momentos, todas as essas emoções… nunca iriam existir.
Levou 500 dias, mas eu finalmente sinto que eu faço parte dessa comunidade.

(dia 500)

E… isso não significa que é o fim, ainda tem muitos SoulsLike pra mim jogar por aí,
e eu já sei qual será o próximo… (pegando o bloodborne).

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