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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

Faculdade de Filosofia, Letras e


Ciências Humanas - FFLCH

Departamento: Ciência Política


Disciplina: FLP0102 – Política II
(Teoria Política Moderna e Contemporânea)
Docente: Prof. Dr. Rúrion Soares Melo
Turma: Vespertino

Reflexões e Análises sobre a Dialética entre


Liberdade e Igualdade na Teoria Política
Contemporânea: Estudo Comparativo das
Perspectivas de Jürgen Habermas e Adam
Przeworski

Discente Prof. Dr. Número USP

Walter Vieira Poltronieri 1732012

Ensaio Criativo apresentado como parte dos


requisitos necessários de uma aprendizagem
significativa na disciplina.

1º SEMESTRE

2024
Comando inspirador do Ensaio

1
Fotoquadrinho elaborado pelo discente de forma livre. Em função de ser um neologismo, a palavra
merece uma explicação. Fotoquadrinho, também conhecido no passado como Fumetti, é uma forma
de narrativa visual que combina elementos de fotografia e histórias em quadrinhos (1). Neste formato,
as imagens fotográficas são organizadas em sequência, semelhante aos quadros de uma história em
quadrinhos, para contar uma história, mas podem conter somente uma que seja emblemática (1 e 2).
As fotografias podem ser acompanhadas por balões de texto e legendas, permitindo que as imagens
fotográficas sejam manipuladas para funcionar como os quadros sequenciais dos quadrinhos (1). No
entanto, as fotografias funcionam de maneira diferente das imagens de um quadrinho desenhado,
pois, sem a parafernália textual dos quadrinhos, elas parecem perder a justaposição e direção
sequencial que os textos verbais proporcionam e voltam a ser fotografias, ao invés de imagens
narrativas¹. Portanto, o Fotoquadrinho representa uma forma híbrida e única de narrativa visual,
explorando os limiares entre as linguagens quadrinística e fotográfica, mas com a possibilidade de
colocar em outras cores as palavras-chave de uma narrativa (3). Fontes: (1) A fotografia nas histórias
em quadrinhos sem palavras. https://www.revistas.usp.br/nonaarte/article/download/156736/152273/;
(2) O que é uma história em quadrinhos e quais são seus principais
https://www.domestika.org/pt/blog/8054-o-que-e-uma-historia-em-quadrinhos-e-quais-sao-seus-princi
pais-elementos e (3) FOTOQUADRINHO: CATEGORIZAÇÃO DOS NÍVEIS DE INTERAÇÃO ENTRE
AS .... https://jornadas.eca.usp.br/anais/4asjornadas/q_l_generos/pedro_jose_arruda_brandao.pdf.
Aberturas Criativas Habermasianas
2

2
Fotoquadrinhos didáticos elaborado pelo discente com imagens de Habermas e conteúdos do balão
parodiado. Fontes: ARCARO, Matheus. A urgência de Habermas para o Século XXI. São Paulo: Isso
Compensa, 2018. Disponível em: <A urgência de Habermas para o Século XXI - Isso
CompensaIsso Compensa>. Acesso em: 15 jan. 2024.
Resumo
O ensaio realiza uma análise crítica e comparativa das contribuições de Jürgen Habermas
e Adam Przeworski para a compreensão das tensões democráticas. A tese central é que as
teorias políticas, polissêmicas e coexistentes, desafiam a democracia, que se configura como
construção coletiva inacabada, abrigando múltiplas vozes, ameaças e desafios. A estrutura
compõe cinco partes interconectadas: Introdução, Desenvolvimento, Considerações Finais,
Referências Bibliográficas Comentadas e Apêndices, além de notas de rodapé
transdisciplinares.

Na Introdução, apresenta-se a coexistência desafiadora das teorias políticas e suas


implicações para as promessas e tensões democráticas, sem negar desafios para uma sociedade
mais justa. O Desenvolvimento aborda abreviadamente as biografias e obras dos autores,
destacando três conceitos centrais de cada. Apesar de Habermas e Przeworski serem peças
centrais no 'xadrez acadêmico', outras 'vozes' são essenciais para o enfoque próximo à 'festa do
conhecimento' de Foucault convergente com o gênero do ensaio.

As Considerações Finais sintetizam os pontos principais, retomando de maneira crítica as


aberturas criativas do fotoquadrinho de Habermas na forma de uma narrativa próxima ao arco
dramático. O documento ilustra as complexidades das contribuições para a interpretação das
forças dinâmicas na esfera pública democrática. Enfatiza que a abordagem transdisciplinar
requer diversidade de perspectivas, evidente nas propostas andragógicas com exercícios
estruturados que ampliam a democracia em sala de aula com a sua “natural” polifonia,
resultando na criação dos neologismos "democratividade" e "magnanimidade do bem"
baseados em Przeworski e Arendt respectivamente, como operadores analíticos que podem
combater as tensões democráticas com suas crises e ameaças.

Palavras-chave: Democracia, tensões, teorias políticas, transdisciplinaridade, exercícios


andragógicos.
Estrutura do Ensaio
Segundo Habermas, a modernidade ainda está em construção e, por essa simples razão,
pode-se fazer um deslize semântico para a democracia: ela também é inacabada. Nesse viés,
esse ensaio é algo ainda que mereceria outros aprimoramentos, mas possui uma estrutura a ser
apresentada. As seis partes interconectadas desse trabalho são: Introdução, Desenvolvimento,
Considerações Finais, Referências Bibliográficas Comentadas, Anexos e Apêndices. Trata-se
de oferecer uma visão panorâmica desse documento, assemelhando-se a um mapa com
bússola que orienta as leituras que virão de forma subsequente. Na Introdução, apresenta-se
da tese da coexistência desafiadora das teorias políticas e seus desdobramentos compreensivos
para as promessas e tensão na democracia.
No Desenvolvimento, as biografias e obras principais dos autores são apresentadas de
forma concisa, destacando apenas três conceitos centrais, em função da limitação de páginas.
O propósito é evidenciar a complexidade e a interdependência das contribuições de Jürgen
Habermas e Adam Przeworski para a compreensão das forças vetoriais que estimulam
conflitos, confrontos, resistências e pressões na esfera pública democrática e da metodologia
analítica na Política. Ressalta-se que os conceitos dos autores escolhidos não são os melhores,
nem os piores, mas se apresentam com fortes operadores analíticos para o comando do
trabalho. Realizaremos, de antemão, uma pequena análise crítica dessas teorias, adotando uma
perspectiva interdisciplinar e levemente transgressora com neologismos curiosos.
Embora Habermas e Przeworski sejam os principais cientistas políticos escolhidos neste
ensaio, é importante ressaltar que outros autores, não necessariamente do campo político,
serão citados de forma contextualizada e pontual1. Isso se deve ao fato de que a abordagem
transdisciplinar nos planos habermasianos ou de AP exige uma variedade de perspectivas e
vozes. Assim como cada peça do xadrez possui movimentos e poderes distintos no jogo,
somente quando observamos todas é que podemos traçar estratégias localizadas no tabuleiro

1
Inicialmente, a seleção de Karl Marx (1818—1883) e Hannah Arendt (1906—1975), a única mulher entre os
autores, ambos integrantes do currículo obrigatório da disciplina, foi considerada. No entanto, o estudante
decidiu adotar uma abordagem inclusiva, voltando-se para autores de outras áreas do saber. Ele relembrou, com
entusiasmo, sua experiência como professor na Unisa, onde, durante as décadas de 90 e início do século XXI,
lecionou a disciplina “Orientação Vocacional e Profissional” para os alunos do último ano do curso de
psicologia. Primeiramente, destacam-se as teorias behavioristas da escolha, que postulam que os indivíduos
buscam atingir resultados ótimos, os quais tangenciam semanticamente a razão instrumental de Habermas que é
voltada para o sucesso. Em contraponto, as teorias cognitivas propõem uma avaliação racional entre esforço e
benefício na escolha, buscando um equilíbrio, não necessariamente vinculado ao sucesso. Por último, as teorias
psicanalíticas, de natureza mais profunda ao incorporar emoções e pulsões, sugerem que as escolhas sejam
predominantemente inconscientes, em vez de racionais. Nesse viés, emergem objetos internos, representados por
autores que não foram contemplados neste ensaio, os quais "demandam" reparações e ajustes. Talvez, aqui esteja
a razão principal de uma abordagem interdisciplinar nesse ensaio: dar voz e passagens aos autores estudados
além de Habermas e Przeworski.

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para o desejado xeque-mate no rei do adversário. Da mesma forma, embora os dois autores
sejam peças centrais soberanas em nosso ‘xadrez acadêmico’, as contribuições de outros
“atores” falantes nas perspectivas da disciplina são essenciais para o enfoque mais abrangente.
No segmento de Considerações Finais, os pontos principais serão sintetizados, retomando
de maneira crítica e problematizadora as aberturas criativas, uma narrativa próxima ao arco
dramático. Assim, esse ensaio também engloba uma Bibliografia Referencial Comentada,
Anexos e Apêndices. Os últimos incluem sugestões humildes e andragógicas criativas 2 para
uma perspectiva mais aprofundada. Trabalhou-se no trinômio fundamental que são: ensino,
aprendizagem e avaliação, considerando o autor como psicólogo-pedagogo3 com insights para
tornar a disciplina ainda mais andragógica e participativa.

Introdução
Neste ensaio serão elaboradas análises das interações entre liberdade e igualdade na
democracia, explorando as perspectivas distintas de Jürgen Habermas (JH de agora em diante)
e Adam Przeworski (AP, doravante). Serão exploradas humildemente as contribuições,
tangencializações e divergências entre esses dois proeminentes pensadores da política. A
dialética entre liberdade e igualdade na teoria política emerge como tema central desta

2
Andragogia, derivada do grego ‘andros’ (adulto) e ‘gogos’ (educar), é uma abordagem educacional focada na
compreensão da complexidade do aprendizado adulto. É uma arte e ciência que orienta os adultos a aprender,
aproximando-se da didática e realizando pesquisas experimentais para validar ou refutar suas descobertas. Este
termo, cunhado na década de 1970 por Malcolm Knowles (1913—1997), evoluiu modernamente para o conceito
de “aprender a aprender”, onde os adultos escolhem não apenas o conteúdo de seu interesse, mas também o
ritmo e o método de aprendizado.
3
Na minha adolescência, durante o período em que desempenhava a função de menor aprendiz no Banco do
Brasil nos anos 70, tive meu primeiro contato com as teorias marxistas, influenciado pelo forte interesse em
histórias em quadrinhos. Naquela época, as redes sociais ainda não existiam, tampouco a modalidade de
relacionamentos coloridos ou o conhecido "ficar", uma forma de intimidade sexual descompromissada que
facilita o conhecimento de futuros parceiros para o namoro. Aos 13 anos, desejava demais ter experiências
sexuais, uma vez que o auto prazer (hoje denominado masturbação) já não era suficientemente satisfatório.
Contudo, a entrada de menores em locais de prostituição era e ainda é proibida, algo que inclusive é previsto
pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Nesse contexto, um funcionário do sindicato dos bancários
apresentou-me uma proposta intrigante: fornecer livros sobre Marx, Engels e a história de Cuba, com a promessa
de facilitar minha entrada em uma casa de prostituição cuja proprietária contava com a proteção policial. Esse
detalhe permitia a presença discreta ou velada de menores mediante um acréscimo na taxa para serviços sexuais,
cerca de 10%. Esta proposta me cativou, pois oferecia a oportunidade de acessar garotas de programa e alcançar
a satisfação no nível 3 da famosa pirâmide de Maslow. Para concretizar tal oportunidade, era imprescindível que
eu interpretasse e reproduzisse, com minhas próprias palavras, o conteúdo que havia lido — uma tática
pedagógica eficiente de esquerda, próxima das técnicas de evangelização e catequização, porém substituindo a
salvação da alma pelos prazeres do orgasmo. Assim, percorri diversas obras do campo marxista, destacando o
livro "Cuba para Principiantes" do cartunista Rius (1970), que se tornou uma das principais razões para minha
inclinação política à esquerda, uma posição que me traz conforto por causa da crença de estar no lado certo da
história. Essa trajetória íntima estava na área do segredo, mas em função das terapias e análises que fiz e ainda
faço (somente análise agora), fui abandonando essas ameaças e assumindo o ônus da revelação no meu
memorial. É realmente muito peculiar explicar como os anseios sexuais e a busca por prazer podem influenciar o
posicionamento político, evidenciando, de forma confluente, a complexidade e autonomia das motivações
humanas, tal como pensou o psicólogo norte americano Gordon Allport (1905-—1980).

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investigação, de importância crucial para compreendermos a complexidade da democracia
moderna. Ao analisar a relação interdisciplinar entre a questão social, a transformação política
e as promessas da democracia, buscou-se enriquecer o entendimento, a compreensão e a
interpretação das tensões que marcam a democracia contemporânea.
Nesse viés hermenêutico, haverá a defesa de que as teorias dos autores podem ser
compreendidas na tese da coexistência desafiadora entre as promessas políticas da
modernidade e as dinâmicas sociais. Assim, as teorias são tratadas como dinâmicas e
interligadas, formando um prisma tridimensional com cores variadas que se refletem de
acordo com o autor e evoluem diacronicamente ao longo do tempo.
JH, proeminente representante da Escola Crítica, construiu uma teoria do agir
comunicativo que coloca a razão instrumental como um elemento crucial na ciência e
tecnologia, visando desenvolver soluções para diversas problemáticas sociais. Sua abordagem
contrasta com a condenação da razão instrumental pelos frankfurtianos da primeira geração,
responsabilizando-a pelos eventos catastróficos das guerras mundiais, nazismo, fascismo e
stalinismo. JH sustenta que essa razão pode ser aplicada à política, não apenas para resolver
questões pontuais como a falta de moradia, desemprego, fome, miséria e poluição, mas
também para abordar problemas estruturais que desafiam governos e sociedades globalmente,
como eleições de outsiders, negacionistas da ciência e genocidas.
A escolha da frase emblemática de JH na abertura criativa - "Os argumentos são
considerados como 'meios’ instrumentais com os quais é possível obter o reconhecimento
intersubjetivo de uma pretensão de validade levantada pelo proponente de forma hipotética" -
introduz de maneira didática a essência do agir comunicativo habermasiano. Ela ilustra com
propriedade a perspectiva habermasiana da importância dos argumentos como ferramentas
cruciais para alcançar o reconhecimento intersubjetivo, destacando a dimensão discursiva na
formação de consensos políticos. Ao inserir essa citação de forma didática, buscou-se
preparar o terreno discursivo para uma análise detalhada e interdisciplinar das tensões entre as
promessas políticas da modernidade e as dinâmicas sociais contemporâneas, conforme
proposto pelo professor Rúrion Soares Melo.
Ademais, serão exploradas de forma humilde as contribuições, tangencializações e
divergências entre esses dois proeminentes pensadores da política, porque há uma limitação
no número de palavras. A dialética entre liberdade e igualdade na teoria política é um tema de
grande relevância nesta área tão polissêmica, multifacetada e que tem o poder e suas
complexas interações como principais objetos de estudo.

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A epígrafe escolhida de JH em fotoquadrinho pode ser compreendida como um tapete
vermelho para essa casa que é o ensaio. A mensagem enfatiza a importância do entendimento
mútuo e do reconhecimento intersubjetivo na política, pois sugerem que a dialética entre
liberdade e igualdade não pode ser compreendida sem considerar as semânticas na esfera
pública de construção do entendimento mútuo. Não se pode ignorar que muitos conflitos,
mal entendidos, disputas ou lutas por redistribuição ou reconhecimento podem ser as
causas superficiais das tensões que vemos na democracia, uma vez que esses
acontecimentos da esfera pública podem esconder promessas da modernidade não
cumpridas, invisibilizadas ou mesmo deturpadas. Assim, o conteúdo do fotoquadrinho é
uma base sólida para a análise interdisciplinar proposta neste ensaio. JH e AP foram
escolhidos em função de suas possibilidades analíticas interdisciplinares, ao mesmo tempo em
que houve a desistência de dois outros políticos4. No entanto, eles também possuem
perspectivas diferentes sobre a tensão existente na modernidade, uma vez que iluminaram
pontos distintos na análise da política da modernidade.

Desenvolvimento

Perspectivas de Habermas
JH é um renomado filósofo e sociólogo alemão da segunda geração da Escola de
Frankfurt, cujo impacto nas áreas de teoria crítica e filosofia política é amplamente
reconhecido, cujo resumo aqui apresentado é de natureza humilde em função de sua grande
produtividade acadêmica. Ele testemunhou os tumultuados eventos históricos do século XX,
incluindo a ascensão do nazismo e a reconstrução pós-Segunda Guerra Mundial. Sua obra
abrange uma variedade de temas, desde a Teoria do Agir Comunicativo, TAC doravante, até a
ética discursiva, tornando-o uma figura central na tradição filosófica continental. Habermas é
conhecido por seu comprometimento com a defesa da esfera pública, do diálogo racional e da
democracia deliberativa. Suas contribuições teóricas desempenharam um papel crucial na

4
Motivos adicionais para a escolha dos autores. Houve a ancoragem na perspectiva de Michel Serres (1930—
2019), que defende que todo aprendizado deve visar o novo e desconhecido. Aliás, essa recomendação para a
escolha está alinhada com os componentes essenciais da zona de desenvolvimento proximal, conceito
introduzido por Lev Vigotski (1896—1934). Neste conceito, a transição do conhecido para o desconhecido é
marcada por ansiedade, erros e muitas tentações de desistir. Retornando à Psicologia da Escolha, é importante
destacar que, segundo a teoria objetal psicanalítica de Melanie Klein (1882-—1960) sobre o inconsciente
emocional das escolhas, os autores da disciplina de Política II que não foram selecionados “reclamam” por não
terem sido escolhidos. Eles são como objetos que clamam por participação escrita, assim como o grande ensaísta
alemão, Walter Benjamin (1892—1940) expressou em suas obras. Portanto, este ensaio inclui notas de rodapé
para dar voz a esses outros pensadores que não foram as escolhas principais. Isso é feito com o objetivo de
garantir uma abordagem mais completa, inclusiva e interdisciplinar na análise da tensão política.

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crítica ao positivismo e na busca por uma compreensão mais reflexiva e participativa da
sociedade. Essa trajetória intelectual tão interessante consolidou JH como figura seminal no
panorama da filosofia e política contemporâneas, uma das razões de estar na bibliografia
obrigatória para os alunos. Destarte, qualquer resumo ou síntese de sua biografia será sempre
um recorte parcial e tendencioso, bem longe de abarcar toda a complexidade de sua obra.
No entanto, os três conceitos habermasianos escolhidos foram: Esfera Pública e
Racionalidade Comunicativa; Ética Discursiva; e Crítica à Razão Instrumental e
Tecnológica fundamentais para a compreensão das dinâmicas políticas, suas tensões
democráticas e ameaças que podem se concretizar na realidade concreta. A Esfera Pública e
Racionalidade Comunicativa - representa a base de sua teoria, na qual a esfera pública é
concebida como um espaço de diálogo racional entre cidadãos. Em outras palavras: a
participação é esperada, mas não de forma compulsória, haja vista que há um aprendizado
para se comunicar para a escolha dos melhores argumentos no debate 5. É por essa e outras
razões que JH enfatiza a importância desse diálogo aberto para a construção de consenso e
deliberação pública.
O segundo conceito, a Ética Discursiva que destaca a necessidade de normas éticas
emergirem de processos comunicativos inclusivos, oferecendo uma base para a avaliação da
legitimidade das decisões políticas. Tal conceito pressupõe condições ideais de participação
na esfera pública, algo que garante a tão importante polifonia na democracia. Assim, se
houver bloqueios, resistências ou mesmo impedimentos da liberdade de participação nessa
esfera, eles não apenas tensionariam a democracia, mas também estariam no plano da
violência estrutural que nos ensinou Johan Galtung. Por fim, a Crítica à Razão Instrumental e
Tecnológica é central na obra de JH, apontando para os perigos da colonização do mundo da
vida pela lógica instrumental e tecnológica, aqui compreendidos como as ações individuais ou

5
No campo da psicologia organizacional, aquela que realiza recrutamento, seleção e treinamento, há uma
distinção semântica e pragmática entre discussão e debate, principalmente nos momentos de seleção de pessoal
com a técnica da dinâmica de grupo com estudo de caso. Essa discriminação está baseada na pirâmide da
discordância de Paul Graham, na qual a base contém as estratégias dos que discutem. Nesse referencial, a
discussão envolve uma atitude de confronto e hostilidade, na qual os interlocutores assumem que possuem o
monopólio da verdade sobre o tema em questão. Esse comportamento é típico dos chamados “lacradores” nas
redes sociais, que podem ser também “haters”, ou seja, pessoas que odeiam e tentam silenciar aqueles que
consideram inimigos,quando não praticam o cyberbullying ou excluem com um clique de cancelamento. O
debate, por outro lado, pressupõe uma postura de respeito e diálogo, na qual os interlocutores reconhecem a
diversidade de opiniões e argumentos sobre o tema em debate. Essa perspectiva se alinha com os pressupostos
habermasianos de uma comunicação racional e democrática, que busca o entendimento mútuo e a validade das
pretensões de verdade, normatividade e sinceridade. Uma analogia com jogos pode ilustrar essas diferentes
atmosferas comunicacionais entre discussão e debate. Nos jogos competitivos, como tênis ou ping-pong, o
objetivo é fazer o adversário errar o lance, enquanto que no frescobol, o objetivo é manter a bola no ar o maior
tempo possível, em uma cooperação entre os jogadores.

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grupais voltadas para o êxito e sucesso. Esses conceitos, ao serem aplicados na análise das
promessas políticas da modernidade, proporcionam uma abordagem crítica e reflexiva sobre
as interações entre a esfera pública, a ética discursiva e os desafios tecnológicos na busca por
uma sociedade mais justa e democrática.
JH (2020), no início de sua obra, destaca uma série de desafios que as democracias
precisam superar para garantir sua manutenção e aprimoramento. Ele aborda questões como a
globalização econômica, a crescente interdependência mundial, o enfraquecimento do Estado-
nação, a perda de poder das estruturas governamentais estabelecidas e a emergência de
governança global. Além disso, o frankfurtiano ressalta a pressão social para uma participação
ampliada na esfera pública política e as resistências institucionais a esse desenvolvimento, o
esgotamento do modelo de integração da União Europeia, o crescente peso político da religião
no mundo globalizado, a crise do sistema partidário e os novos movimentos sociais. Ele
também menciona o aumento dos riscos estratégicos, o recrudescimento da violência coletiva
e a erosão da confiança social em instituições políticas responsáveis pela colonização
normativa do mundo da vida. Em termos culinários, esses desafios podem ser vistos como
ingredientes complexos que, se não forem adequadamente gerenciados, podem comprometer
a qualidade do “prato principal democrático”. É como se estivéssemos tentando preparar um
prato gourmet, mas enfrentando dificuldades com a qualidade dos ingredientes, a
complexidade da receita e a habilidade do cozinheiro. É realmente muito perturbador pensar
que, se esses desafios não forem adequadamente abordados, o “prato principal democrático”
pode acabar sendo um prato exclusivo para uma elite, enquanto o restante da população fica
com as sobras, quando não a fome que os obriga a disputar ossos num lixão. Assim, o
trabalho de AP, permeado por esses conceitos, fornece operadores analíticos matizados para
desvendar as complexidades da interação entre compromissos políticos, como narrativas
atraentes ou discursos impactantes, e as dinâmicas sociais no mundo moderno, incluindo
estratégias para conquistar, desafiar ou manter o poder.
Ademais, JH concebe a modernidade como um projeto inacabado que delineia promessas
fundamentais de emancipação, democracia e racionalidade. Ancoradas na noção de razão
comunicativa, antes demonizada pela primeira geração da Escola de Frankfurt, essas
promessas pressupõem a habilidade humana de argumentar e negociar com base em critérios
universais de validade. Aqui, pode-se pensar numa ágora em que todos possuem voz, podem
participar para escolher de forma consensual, o que caracteriza a polifonia da democracia. No
entanto, o pensador frankfurtiano da segunda geração reconhece a não realização plena dessas

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promessas ao longo da história, evidenciada pela colonização do mundo da vida através dos
processos de racionalização do capitalismo e da burocracia6. Esses sistemas, regidos pela
lógica instrumental de controle e eficiência, impõem-se sobre o domínio das relações sociais.
A dualidade entre as promessas democráticas e as realidades colonizadoras dos sistemas
destaca a necessidade crítica de reavaliar e aprimorar o projeto moderno. O alemão destaca a
urgência de superar as contradições que ameaçam a plena realização das promessas políticas
da modernidade, justificando sua aposta na TAC na esfera pública como instrumento para
esse fim.

Visões de Przeworski
AP é um cientista político polonês-americano que se especializou em política comparada.
Ele é professor emérito do Departamento de Política da Universidade de Nova York. Na obra
"Democracy and the Market", publicada em 1991, analisou as relações entre democracia,
capitalismo e desenvolvimento econômico, usando dados empíricos de vários países. Assim,
ele contribuiu para o debate sobre as condições e os desafios da transição democrática, numa
perspectiva de escolha racional, que foi uma inovação na ciência política.
Ademais, na obra "Crises da democracia" (2020), ele aborda uma dimensão mais
complexa e adicional que tem contribuído para o enfraquecimento da democracia: a descrença
na política com seus ataques sistemáticos às instituições como estratégia manipulativa. O
autor sustenta que, além do analfabetismo político, a falta de confiança nas instituições
políticas é um fator determinante para o surgimento de candidatos autodenominados "fora da
política" ou outsiders, exemplificados por figuras contemporâneas como Donald Trump, Jair
Bolsonaro, Tiririca, Javier Milei entre outros. Nessa perspectiva, AP propõe uma reflexão
aprofundada sobre a crise política, incentivando o diálogo com os cidadãos e os movimentos
sociais engajados na busca por transformações políticas mais significativas. Não há como
desligar as relações políticas e suas crises com os desdobramentos nas esferas públicas e

6
Dois pensadores abordaram de forma diferente a modernização política, que se conceitua pela representação
dos cidadãos por meio de eleições: Benjamin Constant (1767—1830) e Max Weber (1864—1920). Constant
sustentou que, na liberdade moderna, ao contrário da antiga, os cidadãos transferem o poder a representantes
eleitos, sem participar diretamente das decisões públicas como faziam na Ágora grega. Weber, por meio de seus
tipos ideais, distinguiu dois tipos de políticos: os vocacionados, que agem por convicção e compromisso com o
bem comum, e os profissionais, que perseguem vantagens pessoais ou de grupos. Assim, nas perspectivas dos
autores, a escolha de políticos vocacionados propiciaria a realização da justiça, o que diminuiria a tensão no
campo. Ademais, ela poderia ser redistributiva, que visa diminuir as desigualdades socioeconômicas, ou
identitária, que busca reconhecer e valorizar as diferenças culturais, conforme analisado por Axel Honneth e
Charles Taylor.

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privadas, porque todas essas dimensões e se influenciam reciprocamente, pois as existências e
coexistências se apresentam como interligadas.
Na obra de AP, três conceitos-chave foram escolhidos: “Escolha Racional”,
“Democracia como Método” e “Raízes Econômicas do Conflito Político”. Esses conceitos
serão explicados para contrapor com as dinâmicas políticas e sociais contemporâneas,
advindas das tensões entre as promessas políticas da modernidade e a realidade do mundo
atual. O conceito de “Escolha Racional” explora como as decisões políticas são moldadas
pelos interesses e preferências individuais na perspectiva processual do autor. Um exemplo
contemporâneo desse conceito pode ser observado nas estratégias de tomada de decisão dos
líderes políticos ao considerar políticas econômicas em meio a desafios globais de um
geodésico planeta Terra em aquecimento. Essas estratégias refletem a busca por escolhas que
maximizem os benefícios políticos prometidos no campo da economia, aludindo não apenas à
materialidade da infraestrutura de Marx, mas também à razão instrumental habermasiana, a
qual é orientada para o sucesso.
O conceito de “Democracia como Método” transcende a mera definição de democracia
como um sistema de governo. Ele propõe a democracia como um meio eficiente para
administrar e harmonizar interesses divergentes na busca pela concretização de compromissos
políticos, sob uma ótica substancial. Esta metáfora retrata a democracia como uma estrada
onde vários participantes percorrem juntos, superam obstáculos, resolvem desavenças e
tomam decisões coletivas para atingir metas compartilhadas, embora possam surgir tensões,
conflitos ou até desistências durante essa “jornada”. A distinção entre democracia
procedimental e substancial reside na maneira como cada uma dessas visões compreende a
participação cidadã na política. Enquanto a democracia procedimental enfoca os processos
formais que asseguram a participação e a representação, a substancial enfatiza a importância
de todos os cidadãos terem voz ativa e serem considerados nas decisões. Portanto, esta última
não é apenas tangencial à TAC habermesiana, mas também convergente, pois pressupõe a
participação dos cidadãos na esfera pública de maneira efetiva ou “substancial”.
Outro aspecto relevante é a exploração do conceito de “Raízes Econômicas do Conflito
Político”, que investiga a complexa relação entre fatores econômicos e contendas políticas,
analisando como as condições socioeconômicas afetam a realização ou impedimento dos
compromissos políticos. Na analogia da jornada democrática, seria como tomar decisões
sobre o destino com base no saldo bancário, na existência de dívidas, na escolha do local de
hospedagem, entre outros. Nesse contexto, é imprescindível considerar o materialismo

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dialético de Marx como uma camada de análise, que sugere que os compromissos políticos
carregam a semântica da distribuição material como um atrativo evidente. Isso, no entanto,
não descarta a possibilidade de um anúncio atraente para a implementação das lutas por
reconhecimento.

Tensões & Desafios na Democracia


Ao explorar as tensões complexas na democracia através das obras de JH e AP, é crucial
considerar a natureza intrínseca da linguagem política e seu impacto tanto no comportamento
individual na esfera privada quanto nas dinâmicas envolvendo pautas e retóricas de grupos,
movimentos sociais e partidos políticos. Bobbio, Matteucci e Pasquino (1998) proporcionam
uma perspectiva esclarecedora ao afirmar que:
“Nenhum termo da linguagem política é ideologicamente neutro. Cada um deles
pode ser usado como base na orientação política do usuário para gerar reações
emocionais, para obter aprovação ou desaprovação de certo comportamento, para
provocar, enfim, consenso ou dissenso. Apesar do esforço em se evitar o uso da
linguagem prescritiva, a presunção do dever ser, e apesar de se haver preferido a
descrição dos diversos significados ideológicos em que um termo é usado à
imposição de um deles, ou seja, apesar de se ter procurado falar da maneira mais
neutra possível de termos que em si mesmos nunca são neutros, não se pode excluir
que os autores dos verbetes, sobretudo daqueles em cujo conteúdo mais se agitam e
mais são agitadas as paixões partidárias, tenham deixado transparecer suas simpatias
ou antipatias” (BOBBIO; MATTEUCCI; PASQUINO, 1998, p. V-VI, negrito
nosso).

A análise de Bobbio, Matteucci e Pasquino (1998) ressalta a complexidade inerente à


linguagem política e como ela pode ser habilmente utilizada para influenciar a opinião
pública, um aspecto crucial ao abordar as tensões na democracia. Destarte, as escolhas
vocabulares e os léxicos, com suas respectivas semânticas, jamais serão neutros, uma vez que
refletem posições e ideologias. Assim, é através das eleições periódicas e do sentimento de
que os candidatos tiveram condições justas de vencer no pleito pelo voto consciente que
fazemos uma justiça democrática.
No cenário proposto, a comparação das abordagens de JH e AP acerca da relação entre
liberdade e igualdade na democracia se configura como um desafio andragógico singular,
destinado a esclarecer as tensões inerentes ao sistema democrático, as quais se manifestam em
eventos como golpes, estados de sítio, guerras civis e conflitos internacionais, dentre outras
manifestações. É importante lembrar que, para JH, a democracia não é um fim em si mesma,
mas um projeto inacabado e em constante construção. Ao privilegiar a deliberação e o
discurso na esfera pública, JH, e de maneira complementar, AP, ao focar na inclusão política e
na responsabilidade cidadã, oferecem perspectivas que enriquecem a compreensão analítica

Página 9
dos desafios enfrentados pela democracia contemporânea. Exemplos no cotidiano político da
'Esfera Pública e Racionalidade Comunicativa', aliados às práticas que refletem a 'Democracia
como Método', contribuem para a compreensão desses conceitos em ação.
Em um contexto contemporâneo, a polifonia de vozes presentes nos debates públicos nas
redes sociais sobre questões políticas exemplifica a 'Esfera Pública e Racionalidade
Comunicativa' de JH. Quando os participantes se envolvem de maneira respeitosa, apresentam
argumentos racionais e buscam uma compreensão mútua, esse ambiente virtual pode ser
considerado uma extensão da esfera pública. A troca de ideias racional e informada,
representando uma verdadeira polifonia de opiniões, contribui para a formação de opiniões
públicas e o exercício da cidadania.
No âmbito político delineado por Adam Przeworski, as "definições minimalistas" aludem
a interpretações que buscam simplificar a concepção de democracia, ao passo que as "não
minimalistas" englobam visões mais complexas e abrangentes do termo. A "incorporação
econômica" refere-se ao modo como os indivíduos se integram na economia de uma
sociedade, enquanto a "incorporação política" trata da integração na esfera política. Portanto,
é crucial salientar que a democracia não é um regime econômico per se, já que pode ou não
coexistir com o capitalismo, considerando que não esteve sempre presente ao longo da
história humana. Os processos de inclusão no mercado, embora prometam participação e
prosperidade, coexistem com uma exclusão perversa.7, gerando tensões, especialmente em
meio a desigualdades históricas. Essas questões, muitas vezes negligenciadas ou minimizadas
e centradas na concentração de renda, representam ameaças persistentes às promessas
democráticas de igualdade e liberdade.
Apesar das recentes críticas às urnas eletrônicas brasileiras, elas exemplificam de maneira
prática a visão de AP sobre a 'Democracia como Método'. O processo eleitoral, quando
transparente e justo, proporciona aos cidadãos a oportunidade de escolher seus representantes
livremente, evidenciando a competição entre candidatos, o engajamento dos eleitores e a
aceitação do resultado como elementos que validam a eficácia desse método na gestão de
interesses e resolução de conflitos políticos.

7
Segundo Bader Sawaia, pesquisadora e professora brasileira, com formação em Psicologia Social pela PUC-
SP, os desempregados ou desalentados (aqueles que desistiram de procurar emprego) não estão à parte da
sociedade capitalista neoliberal, contrariando a crença ingênua de alguns. Eles estão incluídos de maneira
perversa, sendo considerados como operadores do temor para aqueles que estão empregados. Tal dinâmica
possibilita que os trabalhadores não apenas vendam sua mão-de-obra, mas também sua "alma-de-obra",
aceitando, por vezes, condições laborais que se assemelham à escravidão em nome da sobrevivência. Fonte:
Sawaia, Bader. (2002). As Artimanhas da Exclusão. Vozes.

Página 10
O autor destaca diversas ameaças que democracias enfrentam, podendo contribuir para
seu enfraquecimento gradual, sistemático e invisível para os olhares dos ingênuos ou
alienados na política. AP alerta sobre governos adotando políticas antidemocráticas ou
ampliando suas prerrogativas para formular ações públicas, tornando a democracia menos
efetiva e representativa. Adicionalmente, critica políticos agindo em nome de um “povo”
insatisfeito e oferecendo soluções simplistas para problemas complexos, uma estratégia que
continua hipnotizando muitos. O autor também aponta a polarização política intensa e
duradoura como obstáculo ao debate respeitoso de ideias, os quais promovem a “lacração”
nas redes e evita a busca consensual habermesiana e criativa de soluções comuns. Ressalta o
desgaste da confiança em instituições políticas, como eleições e processos judiciais, e a
desigualdade social e econômica resultando em grupos excluídos e políticas ineficazes.
Didaticamente, as ameaças identificadas por AP podem ser compreendidas pela analogia
do futebol: um juiz com sanha de riqueza favorecendo uma equipe, um treinador ignorando
táticas cruciais fora do permitido, torcidas não alfabetizadas no esporte adorando as
polaridades em campo e fora dele, jogadores desconfiando imerecidamente do juiz e
celebridades milionárias dominando o jogo para a torcida que sofre. São claros sinais
metafóricos de uma democracia ameaçada por diversos vetores sociais negativos. É
indignante pensar que, persistindo essas tendências causais aludidas por AP, o “time
democrático” pode ser expulso do campo com um cartão vermelho injusto, deixando o jogo
político nas mãos de poderosos que relembram déspotas medievais. Nesse contexto, pode-se
fazer um deslize semântico para o conceito de "agir esportivo" antidemocrático, equiparando-
o ao alto custo do ingresso no estádio que, de forma análoga, exclui os menos privilegiados da
participação política, uma violência estrutural evidente que pode trazer o sentimento de “paz”.
A reflexão analítica crítica, embasada em um diagnóstico acurado do cotidiano
democrático ou autoritário, é um passo fundamental. Esta reflexão, enriquecida por analogias
didáticas, aprofunda nossa compreensão dos desafios enfrentados. A identificação e análise
dos perigos iminentes e das falhas na prática democrática são vitais para direcionar esforços
rumo a uma sociedade mais justa e equitativa. Neste cenário, as ideias de AP são
particularmente pertinentes. Ele defende que o aumento das desigualdades é um indicativo
claro de que as instituições falharam em cumprir a promessa de concretizar os Direitos
Humanos através das políticas públicas. Esta situação pode ser comparada aos fãs de futebol
que são forçados a assistir aos jogos apenas pela televisão, acreditando erroneamente no
“destino”, quando na verdade essa exclusão foi maquinada de forma perversa. Esta visão nos

Página 11
lembra que a busca por menor desigualdade e justiça equitativa, tanto em termos materiais
quanto identitários, juntamente com uma educação de qualidade para todos, devem ser as
prioridades máximas para neutralizar as ameaças que as democracias enfrentam.

Comparações dos autores


No contexto proposto, a comparação das abordagens de JH e AP acerca da relação entre
liberdade e igualdade na democracia configura-se como um desafio andragógico singular.
Este desafio visa esclarecer as tensões inerentes ao sistema democrático, manifestando-se em
eventos como golpes, estados de sítio, guerras civis e conflitos internacionais. Ao privilegiar a
deliberação e o discurso na esfera pública, JH e, de maneira complementar, AP, ao focalizar
na inclusão política e na responsabilidade cidadã, oferecem perspectivas que enriquecem a
compreensão analítica dos desafios enfrentados pela democracia contemporânea. A
exploração meticulosa desses conceitos, à luz de suas distintas perspectivas, constitui a
fundação para uma visão mais abrangente, holística e matizada das funções desempenhadas
pelas democracias na contínua resolução dos problemas e dilemas sociais persistentes. Nesse
sentido, torna-se evidente que os conceitos desses autores se entrelaçam em um horizonte de
coexistência, sem desconsiderar suas inevitáveis tangencializações, divergências e
contradições.
Nesse contexto, os três conceitos mais importantes para o ensaio em questão, a saber,
liberdade, igualdade e democracia, emergem como pilares fundamentais nas obras de JH e
AP. Ambos os autores dedicam atenção considerável a esses conceitos centrais, abordando
suas implicações e nuances. JH destaca a soberania popular como procedimento, enfatizando
seu papel crucial na busca pela liberdade e igualdade na democracia, com análises
aprofundadas sobre suas implicações na esfera pública. AP, por sua vez, direciona o foco para
a importância da inclusão política e da responsabilidade cidadã, destacando sua relevância
para promover e manter uma democracia saudável e justa, pois ela seria mais um processo do
que um produto acabado. Esses conceitos, entrelaçados nas obras dos dois autores,
proporcionam uma compreensão multifacetada e abrangente das complexidades inerentes à
democracia moderna.
Ademais, a democracia figura como um fio condutor que percorre toda a obra desses
autores, essencial para a compreensão de suas perspectivas sobre os dois ideais bradados na
Revolução Francesa de liberdade e igualdade, mas deixando de fora a fraternidade. A análise
desses conceitos, em conjunto, proporciona uma compreensão mais profunda da dialética
entre liberdade e igualdade, elementos intrínsecos às discussões políticas contemporâneas, e

Página 12
estabelece a base para a reflexão crítica necessária à transformação e aprimoramento
contínuos da sociedade. É realmente muito intrigante que a fraternidade da tríade francesa
tenha sido “esquecida”, mas pode-se inferir que ela seja o resultado das duas anteriores
quando implementadas por políticas públicas que pensem nas minorias ou no povo.
No âmbito do pensamento político contemporâneo, a Democracia Deliberativa (DD) de J
H representa um conceito essencial, destacando a importância da igualdade participativa
como pilar fundamental. Ele argumenta que a igualdade não apenas recai sobre a distribuição
justa de recursos e oportunidades, mas também sobre a participação igualitária na esfera
pública. Nesse sentido, a esfera pública, considerada um espaço de debate e deliberação
democrática, emerge como uma dimensão crucial interligada ao conceito da TA. A igualdade,
quando entendida como um princípio norteador na esfera pública, contribui para a construção
de uma sociedade mais justa e inclusiva. Ao concentrar-se na deliberação e no diálogo, os
conceitos exploram diferentes nuances dessa experiência política, assegurando que a
participação equitativa seja reconhecida não apenas como um ideal, mas como uma prática
essencial para o funcionamento eficaz da democracia. Assim, ao degustar as camadas desses
conceitos como partes intrínsecas de um bolo multicamadas, percebemos que cada aspecto
tem sua própria textura e sabor, revelando outras visões ao longo do tempo e em diferentes
contextos políticos. Portanto, a conjunção entre o conceito de Democracia Deliberativa de JH
e a ênfase na escolha racional na esfera pública evidenciam contribuições significativas e um
horizonte convergente para o desvendamento das promessas e tensões presentes na política
contemporânea.
Sob essa perspectiva comparativa, as visões de JH e AP proporcionam um entendimento
multifacetado da política contemporânea, sem necessariamente resultar em contradições
claras. JH, por meio da TAC e da ‘Ética do Discurso’, propõe uma abordagem que destaca o
diálogo e o entendimento mútuo como elementos fundamentais na esfera política
democrática. Essa abordagem rompe não só com concepções simplistas e alienação, mas
também defende que, na esfera pública, os debates devem se pautar pelo melhor argumento. A
TAC ressalta a importância do diálogo, criando um cenário polifônico não silencioso,
enquanto a ética do discurso enfatiza a relevância do entendimento mútuo na interação social.
Em outras palavras, na democracia, o argumento vencedor nem sempre é o melhor, mas sim
aquele que tem maior probabilidade de ser implementado nas políticas públicas. Essa
concepção prescritiva é benéfica, pois contribui para a liberdade que surgiu com a Revolução
Francesa, uma das promessas da modernidade, e alivia temporariamente as demandas dos

Página 13
movimentos sociais. A combinação desses conceitos habermasianos com a dialética entre
liberdade e igualdade expande a análise interdisciplinar da questão social, da transformação
política e da democracia.
Dessa forma, o debate respeitoso continuará tanto na esfera pública presencial quanto
virtual, sendo que esta última requer debates democráticos robustos para sua regulamentação.
Isso se torna essencial diante dos inúmeros problemas decorrentes das ‘fake news’ – ou
‘mentinotícias’, um neologismo do autor – que influenciaram eventos como o Brexit8 e a
eleição de políticos não vocacionados, de acordo com Max Weber (1864—1920). Sem contar
os ‘outsiders’ que propagam frases absurdas, vociferam discursos impróprios para trabalhos
acadêmicos sérios. Afinal, a Internet e as redes sociais são partes integrantes de nossa
democracia, porque não deveriam ser ‘terra devastada e sem lei’. Nessa perspectiva, é urgente
a necessidade de uma regulamentação para prevenir novos genocídios resultantes do
negacionismo científico disseminado por influenciadores, haters ou ‘Youtubers’, que, de
maneira análoga, lembram o flautista de Hamelin9, mas que encantam os ‘ratos’ para o mal ou
para banalizá-lo, um aceno semântico à filósofa Hannah Arendt10.

8
Brexit, abreviação de “British Exit”, refere-se à saída do Reino Unido da União Europeia (UE). O referendo
ocorreu em 23/6/2016, com a saída oficial em 31/1/2020. As consequências incluíram o fim da livre circulação
de pessoas entre o Reino Unido e a UE, novas regras para empresas e tensões negativas políticas internas. Fonte:
BBC NEWS. Brexit: What has happened since 31 January? Disponível em:
<https://www.bbc.com/news/explainers-54455261>. Acesso em: 18 jan. 2024.
9
A história do Flautista de Hamelin é uma lenda folclórica alemã, popularizada pelos Irmãos Grimm. A lenda
conta que, no final do século XIII, a cidade de Hamelin estava sofrendo com uma praga de ratos. Um flautista foi
contratado para acabar com a praga, que tocou uma melodia encantadora capaz de atrair os ratos para fora da
cidade, levando-os a um rio onde se afogaram. No entanto, quando os cidadãos de Hamelin se recusaram a pagar
pelo seu trabalho, o flautista usou sua música para atrair as crianças da cidade. As crianças seguiram o flautista
para fora da cidade e nunca mais foram vistas. Essa lenda pode ser compreendida como uma metáfora para o
poder da retórica, da narrativa sedutora e da manipulação que pode estar presente na TAC ativa na esfera
pública. O flautista, com sua música encantadora, é capaz de influenciar tanto os ratos quanto as crianças,
levando-os a seguir seus comandos sem questionar. Isso ressalta a importância da alfabetização política e do
pensamento crítico para resistir à manipulação de falsos profetas ou eleições de políticos não vocacionados,
principalmente quando se pretende defender a democracia de retrocessos nos Direitos Humanos. Fontes:1)
AVENTURAS NA HISTÓRIA. O flautista de Hamelin: conheça a lenda e as principais teorias sobre o
personagem. Disponível em:
<https://aventurasnahistoria.uol.com.br/noticias/reportagem/o-flautista-de-hamelin-conheca-a-lenda-e-as-
principais-teorias-sobre-o-personagem.phtml>. Acesso em: 18 jan. 2024. 2) HISTÓRIA PARA DORMIR. O
Flautista de Hamelin – Uma história para dormir. Disponível em:
<https://www.historiaparadormir.com.br/o-flautista-de-hamelin/>. Acesso em: 18 jan. 2024.
10
Hannah Arendt (1906—1975) foi uma filósofa política alemã de origem judaica, que se tornou uma das mais
influentes do século XX. Ela estudou filosofia na Universidade de Marburg, na Universidade Albert Ludwig de
Freiburg e na Universidade de Heidelberg, onde recebeu um doutorado em filosofia em 1928. Em 1933, devido à
ascensão do nazismo, Arendt, que era judia, foi forçada a fugir para Paris. Ela se mudou para os Estados Unidos
em 1941. Arendt é mais conhecida por sua análise do julgamento do criminoso de guerra nazista Adolf
Eichmann, que resultou em sua famosa expressão "banalidade do mal". Ela argumentou que Eichmann, um
burocrata comum, cometeu atos terríveis sem intenções malignas, devido à sua “falta de pensamento”, um
desligamento da realidade de seus atos malignos. Segundo Arendt, Eichmann agiu sem qualquer motivo além de
avançar diligentemente sua carreira na burocracia nazista. Tal conceito foi estudado no constructo da obediência

Página 14
Em contraponto, AP propõe uma abordagem distinta, focada na inclusão política e na
responsabilidade cidadã, complementando a ênfase de JH na deliberação e no discurso
público. Segundo AP, a alfabetização política e o retorno da esperança na política são vetores
fundamentais para aliviar as tensões na democracia e mitigar as crises inerentes ao sistema
capitalista. Para que a TAC se concretize nos debates da esfera pública, é necessário que os
cidadãos sejam politicamente alfabetizados, tenham esperança nas eleições e acreditem que os
eleitos os representarão de forma a favorecer a justiça social. Aliás, essa é uma das razões de
não se fazer sorteios para a escolha dos representantes políticos, pois nesse cenário aleatório,
as expectativas de representação seriam descartadas pelos votantes. Além disso, a esperança,
nesse contexto, está intrinsecamente ligada à percepção de que todos os candidatos tiveram as
mesmas chances de vitória no pleito. A combinação dessas perspectivas divergentes
possibilita uma visão mais ampla e matizada das tensões contemporâneas, superando a
ingenuidade e incentivando uma análise crítica. A compreensão profunda das abordagens dos
autores contribui para moldar essa reflexão crítica, destacando as potencialidades e os
desafios enfrentados pelas democracias contemporâneas.
Assim, torna-se evidente que a política e a democracia possuem suas complexidades bem
matizadas, suas tensões, com promessas cumpridas ou negadas, mas todas bem distantes de
uma lógica causal simplista, tal como querem os “lacradores” das redes sociais.

Considerações Finais
Neste ensaio, as visões de JH e AP foram exploradas e contextualizadas, proporcionando
um entendimento multifacetado da política contemporânea com suas tensões e ameaças. JH,
através da Teoria do Agir Comunicativo (TAC), destaca a importância do diálogo e do
entendimento mútuo na esfera política democrática. Esta abordagem pode contribuir para o
aumento da esperança democrática, aliviando a pressão por revoluções. Por outro lado, AP
defende a alfabetização política, a qual se relaciona com a TAC, uma vez que essa pressupõe
cidadãos acreditando na participação política para concretizar suas pautas. Além disso, AP
enfatiza a necessidade de inclusão política e responsabilidade cidadã, sublinhando sua
importância na promoção e sustentação de uma democracia robusta e equitativa. A
democracia, neste contexto, é compreendida como um processo contínuo em evolução, e não
como um produto finalizado. Não participar da esfera pública, não votar nem querer se

por Stanley Milgram (1933—1984), o renomado psicólogo e pesquisador em Psicologia Social. O Experimento
de Obediência, conduzido por Milgram, foi publicado em 1963, lançando luz sobre os complexos mecanismos
psicológicos por trás do cumprimento de ordens autoritárias. Fontes:

Página 15
alfabetizar politicamente contribuem muito para aumentar as ameaças democráticas, haja
visto que o voto impulsivo costuma eleger políticos não vocacionados, outsiders, os quais
estão mais interessados em seus privilégios do que no povo. Nesse horizonte político, fica
bem forte o afastamento da democracia dos modernos defendida por Benjamin Constant,
como exemplo mais antigo. A interligação desses conceitos nas obras de ambos os autores
centrais oferece uma visão abrangente e matizada das complexidades presentes na democracia
contemporânea, fornecendo operadores analíticos para diversas respostas ao comando. Assim,
este ensaio contribui de forma esperançosa11 para uma compreensão mais profunda das
tensões e desafios enfrentados pela democracia na era moderna, mas sem querer ter o
monopólio da verdade.
Com base neste ensaio e nas leituras realizadas, apresentaremos sugestões modestas para
uma abordagem andragógica na disciplina de Política II. Afinal, Przeworski ofereceu uma
análise perspicaz das causas minimalistas das crises democráticas, o que reforça a ideia de que
há muito trabalho a ser feito dentro do que ele chamou de democracia procedimental.
Portanto, são necessárias soluções pragmáticas que sejam não apenas consensuais ao estilo
habermasiano, mas, sobretudo viáveis e que vão além das teorias políticas que iluminam as
raízes das crises democráticas. Assim, talvez seja essencial um pouco de “democratividade” -
um neologismo transgressor que combina os pressupostos da Teoria da Ação Comunicativa
(TAC), da democracia processual e da criatividade - para sugerir propostas andragógicas que
favorecem a busca dessas soluções.
Além disso, essas propostas de solução estão alinhadas ao pensamento de Gordon Allport
(1886—1946), citado na nota de rodapé 2, uma vez que o psicólogo acreditava que os
intelectuais deveriam oferecer soluções importantes para a sociedade12. Nesse sentido,

11
Ao inverter a expressão "banalidade do mal" de Hannah Arendt, podemos criar o neologismo
"magnanimidade da esperança", em referência à "Pedagogia da Esperança" de Paulo Freire (1921—1997). Freire
defendia a educação como um meio de conscientização e libertação, com a "esperança" sendo um elemento
central em sua pedagogia. Assim como a "banalidade do mal" de Arendt descreve a capacidade de pessoas
comuns de cometer atos terríveis sem intenções malignas, a "magnanimidade da esperança", inspirada em Freire,
descreve a capacidade de acreditar na bondade inerente das pessoas comuns e em sua competência para buscar a
libertação de suas bolhas ideológicas. Na esfera pública, essas pessoas lutariam contra as desigualdades e a favor
da justiça social por meio de uma educação não bancária, alfabetização política e conscientização — um
contraponto à ingenuidade ou alienação. Além disso, pessoas imbuídas dessa "magnanimidade da esperança"
seriam menos propensas a eleger déspotas, falsos ou verdadeiros messias, mantendo uma clara separação entre
religião e política, o que garantiria a laicidade na sociedade. Esta visão otimista de responsabilidade cidadã seria
fundamental para a construção e manutenção de uma democracia robusta e equitativa, sentimento propício para a
construção da “Teoria da Esperança No Agir da Esfera Pública”.
12
A disciplina da Sociologia, conforme articulado por Pierre Bourdieu (1930—2002), um sociólogo francês
conhecido por suas contribuições à sociologia da educação, deve desempenhar um papel combativo. Essa
perspectiva se alinha com a “festa do conhecimento”, expressão cunhada por Michel Foucault (1926—1984), um
influente filósofo-psicólogo e historiador francês no estudo das relações entre poder, saber e conhecimento,

Página 16
enfatiza-se a importância da polifonia discente em fóruns específicos, intitulados ‘Sugestões
para a disciplina’, incentivando não apenas a emancipação e a consciência da TAC na
democracia dos alunos, mas também além de seus papéis tradicionais como ‘estudantes’, algo
muito próximo da “alfabetização para estudar e aprender significativamente”13. Sugeriu-se,
também, a promoção de exercícios estruturados, debates e psicodrama pedagógico em sala de
aula, tanto presencial quanto virtual, como um dos legados positivos da pandemia da Covid-
19. Ressalta-se que na abordagem andragógica, há o estímulo à participação ativa dos alunos
por meio de desafios, pois os adultos só se interessam verdadeiramente quando percebem uma
razão pragmática no aprendizado.
Finalmente, para respeitar o limite máximo de páginas, foram incluídos Apêndices com
sugestões andragógicas de leituras adicionais, exercícios estruturados14 e atividades práticas
que promovem o aprofundamento e a aplicação das teorias estudadas. O apêndice X é um
barema que mereceria ser aprimorado e solicitado aos alunos que entregassem com a nota que
acreditam merecer, dentro do referencial da avaliação formativa e transparente que pressupõe
democracia no ambiente acadêmico. Afinal, o autor deste ensaio possui não apenas a
imaginação andragógica, mas também a esperança democrática de que, se algumas das
práticas andragógicas sugeridas forem adotadas, a disciplina de Política II poderá tornar-se
ainda mais interessante, participativa e enriquecedora não apenas para os alunos, mas também
para monitores do PLEA e docentes com suas didáticas centradas em aulas semi-expositivas.

conceitos presentes na episteme. De maneira transdisciplinar desses dois autores, destaca-se a “imaginação
sociológica” de Charles W. Mills (1951—2021), um filósofo jamaicano e professor no Graduate Center, cujo
conceito favorece todas as ciências humanas. Essa imaginação é necessária não apenas para formular propostas
alportianas (motivações múltiplas que variam no tempo) para o combate social bourdiniano, mas também para
celebrar vitórias parciais da democracia, tão ameaçada na contemporaneidade neoliberal. Ressalta-se que
resistências e engajamentos podem se transformar em militância, passeatas, protestos e outros eventos
midiáticos, tanto presenciais quanto virtuais (linchamentos nas redes, por exemplo).
13
David Paul Ausubel (1918—2008), psicólogo educacional americano, é amplamente reconhecido por sua
defesa da aprendizagem significativa, que contrasta com a aprendizagem mecânica ou memorística - a prática de
memorizar informações para passar em provas. Ausubel criticou métodos de ensino que priorizam a
memorização em detrimento da compreensão, tendo ele mesmo experimentado tais métodos. No entanto, ele
reconheceu que a memorização não é inerentemente negativa. Após a ocorrência de uma aprendizagem
significativa, a aprendizagem mecânica pode servir como um atalho útil que evita a necessidade de análise
prévia. Por exemplo, a memorização da tabuada, após a compreensão dos conceitos de multiplicação e adição,
pode facilitar significativamente as operações aritméticas e outros cálculos.
14
Os exercícios estruturados foram desenvolvidos com base na andragogia, um paradigma educacional para
adultos criado pelo norte-americano Malcolm Knowles (1913—1997). A andragogia orienta o planejamento de
atividades que sejam não apenas interessantes, desafiadoras e criativas, mas também progressivamente
complexas, levando em conta o nível de desenvolvimento cognitivo do aluno (conforme a teoria de Piaget), a
zona de desenvolvimento proximal (teoria de Vigotski) ou a maturidade emocional, especialmente para
estudantes de nível superior.

Página 17
Referências Bibliográficas Comentadas

ARENDT, Hannah. Origens do Totalitarismo: antissemitismo, imperialismo e


totalitarismo. São Paulo: Cia das Letras, 1989. Explora o crescimento do antissemitismo e o
imperialismo colonial europeu, analisando como esses movimentos políticos totalitários se
desenvolveram e operaram.

BOBBIO, Norberto; MATTEUCCI, Nicola; PASQUINO, Gianfranco. Dicionário de


política. Tradução de Carmen C, Varriale et al.; coordenação de tradução de João Ferreira;
revisão geral de João Ferreira e Luis Guerreiro Pinto Cacais. 11. ed. Brasília: Editora
Universidade de Brasília, 1998.

CONSTANT, Benjamin. Da liberdade dos antigos comparada à dos modernos. In:


Filosofia Política n. 2, Porto Alegre: L & PM 1985 [1819], p. 7-25. Constant contrasta a
liberdade individual dos tempos modernos com a liberdade coletiva dos antigos,
argumentando que cada uma é adequada a um momento histórico específico.

ENGELS, Friedrich; MARX, Karl. Manifesto comunista. São Paulo: Boitempo, 2002. Neste
manifesto, Marx e Engels apresentam uma crítica ao capitalismo e suas consequências sociais
e culturais, defendendo a ideia de que os trabalhadores não são obrigados a viver como
prisioneiros da ideologia burguesa.

HABERMAS, Jürgen. “Soberania popular como procedimento”. In: Habermas, Jürgen.


Facticidade e validade. São Paulo: UNESP, 2020. p. 623-652. Aborda a crise contemporânea
da democracia e se concentra no conceito de soberania popular com suas implicações na
esfera pública. Habermas analisa as transformações dos contextos democráticos atuais,
incluindo a ascensão do populismo, as novas tecnologias de manipulação e controle da esfera
pública, a revitalização da desobediência civil como modelo significativo de ação política, e a
decomposição das formas clássicas de separação de poderes15.

HABERMAS, Jürgen. Teoria do Agir Comunicativo: bases conceituais. São Paulo:


Edições EACH, 2021. 124p. ISBN 978-6588619043 versão em pdf. Propõe uma abordagem
sociológica com diversos autores importantes para construir a compreensão das ações

15
Fonte: A TERRA É REDONDA. Facticidade e validade. Disponível em:
https://aterraeredonda.com.br/facticidade-e-validade. Acesso em: 11 jan. 2024.

Página 18
humanas como fruto da comunicação entre os indivíduos na esfera pública. A teoria do agir
comunicativo se fundamenta em quatro pilares: ação, sentido, entendimento e comunicação.

KELLY, Paul et al. O livro da política. Tradução de Rafael Longo. 1 ed. São Paulo: Globo,
2013. 352 p., il., 24 cm. A obra é uma viagem fascinante e ilustrada pela história das ideias
políticas, apresentando os conceitos fundamentais de forma clara, simples e com infográficos
interessantíssimos em função das intenções andropedagógicas. Ele oferece uma visão
abrangente das teorias políticas, desde os filósofos da Antiguidade Clássica até os pensadores
contemporâneos, delineados em contexto, ideologia, foco e datas com autores que
antecederam e precederam, numa análise próxima da arqueologia. Trata-se de uma leitura
essencial para quem deseja entender as complexidades diacrônicas do mundo político atual.

PRZEWORSKI, Adam. Crises da democracia. Rio de Janeiro: Zahar, 2020. Parte III; no
livro pp. 173-233. Apresenta não apenas as principais causas da crise atual, mas também
diferentes perspectivas para enfrentá-las dentro dos sistemas democráticos. O autor enfatiza a
importância da inclusão política e da responsabilidade cidadã. Przeworski examina a natureza
da crise das democracias contemporâneas para tentar entender a explosão do populismo de
perfil autoritário nos últimos tempos16.

TROMBLEY, Stephen. 50 pensadores que formaram o mundo moderno. Rio de Janeiro:


LeYa, 2014. Este livro é uma viagem pela história das ideias humanas, desde os filósofos da
Antiguidade Clássica até o século XVIII europeu. Trombley explora o desenvolvimento do
pensamento humano, passando pelos escolásticos cristãos da Idade Média e o
desenvolvimento do pensamento renascentista, culminando na filosofia de Descartes. O autor
apresenta uma sequência de perfis acessíveis dos pensadores mais influentes em todos os
domínios da atividade intelectual desde 1789. Este livro é uma leitura introdutória para quem
quer saber em linhas gerais as ideias e as teorias de grandes gênios que participaram da
construção da modernidade.

WEBER, Max. “A política como vocação”. In: Ciência e política: Duas vocações. São
Paulo: Cultrix, 2011 [1919]. Weber define o Estado como a entidade que possui o monopólio
do uso legítimo da ação coercitiva, e argumenta que a política deve ser entendida como
qualquer atividade em que o Estado tome parte.

16
Fonte: Crises da Democracia, de Adam Przeworski | Conversas ... - PUCRS.
https://revistaseletronicas.pucrs.br/index.php/conversasecontroversias/article/view/42896. Acesso em: 12 jan.
2024.

Página 19
WEFFORT, Francisco C. (Org.). Os clássicos da política. v.2. 1. ed. São Paulo: Ática, 2011.
Este livro, organizado por Francisco C. Weffort, com a colaboração dos professores da área
de ciência política da Universidade de São Paulo, reúne textos de pensadores cujas ideias
sobreviveram ao seu próprio tempo. O leitor encontra textos fundamentais para a
compreensão de Maquiavel, Hobbes, Locke, Montesquieu, Rousseau, "O federalista". A obra
é uma referência na área de ciência política, apresentando uma análise aprofundada das ideias
que moldaram o pensamento político moderno.

Página 20
Apêndice I – Trabalhos individuais
Para serem realizados com base nas leituras obrigatórias da disciplina de Política II:
1. Como a liberdade dos antigos se compara com a dos modernos na perspectiva de
Benjamin Constant? Quais são as principais diferenças e semelhanças?
2. Quais são as principais críticas que os autores Marx e Engels fizeram ao capitalismo? Eles
apresentam alguma solução para os problemas que identificam?
3. O que é a “política como vocação” para Max Weber? E como isso se relaciona com os
problemas políticos contemporâneos?
4. Como Hannah Arendt compreende o desaparecimento do mundo? E qual é a relação entre
esse conceito e sua teoria política mais ampla?
5. Faça uma pequena análise das diferentes formas de participação política e cidadania na
obra de Hannah Arendt, a partir da leitura dos capítulos "Ação" e "O declínio da esfera
pública" de "A Condição Humana".
6. Quais são as principais características da esfera pública, conforme conceituado pelo
Jürgen Habermas? Como ela se relaciona com o ideal democrático?
7. O que é democracia e suas crises na concepção de Adam Przeworski? E quais são os
principais desafios que ela enfrenta nas sociedades contemporâneas?
8. Em que medida a teoria da revolução em Marx pode ser considerada atual ou obsoleta
para Michael Löwy? Como ela dialoga com as outras leituras da disciplina?
9. Como o conceito de “poder” é definido por Bobbio, Norberto; Matteucci, Nicola;
Pasquino, Gianfranco (Orgs.) em sua obra “Dicionário de Política”, e qual é a sua relação
com as outras leituras da disciplina que abordam o tema do poder nas sociedades
contemporâneas?
10. Em que sentido as concepções de liberdade em Arendt, Hannah e em Marx, Karl são
semelhantes e/ou diferentes, levando em conta os contextos históricos, políticos e filosóficos
em que eles desenvolveram suas respectivas obras “A Condição Humana” e “O 18 Brumário
de Luís Bonaparte”?
10. Qual é o papel do líder na democracia plebiscitária proposta por Weber, Max em seu
ensaio “Política como Vocação”, e como essa proposta se compara com os ideais
democráticos mais amplos defendidos pelas outras leituras da disciplina?

Página 21
Apêndice II – Questões Grupais de Aprendizagem
Sugestões de questões abertas para a verificação da aprendizagem, os quais poderão ser
realizados em grupo (dupla ou trio) para a disciplina contemplando os demais políticos na
disciplina.
Alunos,
Para a dissertação, que pode ser feita em DUPLA ou TRIO, vocês devem escolher apenas
um entre os 9 comandos inspiradores abaixo:
1) Elabore um ensaio dos conceitos de poder e dominação propostos por Max Weber e de sua aplicação
em diferentes contextos, a partir dos textos "Os três tipos puros de dominação legítima" e "A política
como vocação". Apresente argumentos convincentes sobre as implicações do carisma e da burocracia
na política, a partir do texto "O carisma e a burocracia na política", de Raymond Aron.

2) Analise as diferentes formas de participação política e cidadania na obra de Hannah Arendt, a partir
da leitura dos capítulos "Ação" e "O declínio da esfera pública" de "A Condição Humana" e faça
comparações com os níveis participativos na contemporaneidade marcada pelas redes sociais.

3) Apresente as relações entre democracia, representação e opinião pública na obra de Jürgen


Habermas, a partir da leitura dos capítulos "A esfera pública burguesa: sua estrutura e transformação"
e "A esfera pública política: o modelo ideal e a realidade histórica" de "Mudança Estrutural da Esfera
Pública".
4) Quais são as diferenças, semelhanças e tangencializações entre democracia procedimental e
democracia substancial segundo Adam? Explique com alusões históricas do campo da política e uma
analogia didática.

5) De que forma a teoria da escolha racional e a teoria do agir comunicativo, de Adam Przeworski e
Jürgen Habermas, respectivamente, permitem uma análise mais profunda da democracia enquanto
processo político?

6) Como as teorias de Jürgen Habermas e Adam Przeworski dialogam na reflexão do papel do estado
com suas políticas públicas no processo político democrático atual?

7) De que maneira a ênfase de Jürgen Habermas no diálogo e entendimento mútuo e a ênfase de Adam
Przeworski na escolha racional na esfera pública contribuem para a análise das tensões presentes na
política contemporânea?

8) Em que sentido as perspectivas de Habermas e Przeworski permitem uma análise aprofundada do


conflito político a partir de uma abordagem econômica, cultural e social brasileira?
9) Como a teoria deliberativa de Jürgen Habermas se relaciona com a alfabetização política defendida
por Adam Przeworski e em que medida essa relação ajuda na compreensão das tensões ou distensões
presentes na política brasileira polarizada nas redes sociais?

A dissertação deve ter entre 4 e 10 páginas no máximo, espaço 1,5 -- fonte Times New
Roman tamanho 12 e seguir as normas da ABNT. Os elementos pré (capa, sumário) e pós
textuais (referências bibliográficas, apêndices e anexos) não entram no cômputo da
numeração de páginas.
- Entrega da dissertação final: DD/mm, até 23h59 (Para quem quiser, com possibilidade
de recuperação).
- Entrega da dissertação final: DD/mm, até 23h59 (Para quem optar por fazer apenas a
recuperação).

Página 22
Apêndice III – Habermas & Przeworski: Fatos & Mitos
Exercício Estruturado: “FATOS & MITOS sobre Jürgen Habermas (JH) e Adam Przeworski
(AP) 17”
Nome: Data: ......./......./ 2024

Aquecimento relâmpago em 4 minutos. Utilize o seu potencial criativo. Através da imaginação, fantasia,
piadas e frases-feitas conhecidas, elabore, no verso desse exercício, um SLOGAN (frase de impacto ou grito de
guerra), uma FRASE FEITA parodiada ou um LOGOTIPO sobre JM, AP ou ambos.

INSTRUÇÕES sobre a tabela: Leia as asserções abaixo e assinale uma das três colunas de acordo com a
concordância C, tenho dúvidas ? e Discordo. Toda vez que você marcar a coluna da dúvida (?), justifique ou
argumente brevemente a sua opção no verso da folha. Vá numerando as frases para fazer uma pesquisa
indexada na fase grupal. Tempo individual sem consulta: 5 minutos. Depois, você participará de um pequeno
grupo de no máximo 5 integrantes, montado pelos facilitadores e terão 25 minutos para chegar a um consenso.
Escrevam a letra correspondente na coluna do Grupo. Nessa fase, é permitida a consulta a qualquer fonte dentro
do tempo estabelecido. A última coluna está reservada para a construção coletiva democrática de um “gabarito”
e a letra F => Facilitadores.

INDIVIDUAL
G FA

AFIRMAÇÕES R CILI
TA
U DORE
C ?D PO S

1. Para Jürgen Habermas (JH), “Os votos são como balas de papel nas batalhas políticas” e
“Se as desigualdades crescem, isso é um sinal inequívoco de que as instituições
democráticas falharam”..

2. Adam Przeworski (AP) reconhece as falhas da democracia, mas acredita que é o melhor
sistema disponível.

3. A democracia pode ser comparada a um jogo em que todos precisam não apenas a
perder com dignidade, mas também a se submeter à tirania da maioria segundo AP.

4. AP argumenta que a estabilidade democrática depende de vários fatores, incluindo a


distribuição de recursos, mas não especificamente de um estado de bem-estar social.

5. JH vê a democracia deliberativa como um ideal a ser buscado, não como uma realidade
já existente.

6. O político polonês argumenta que a democracia pode sobreviver sob várias condições,
mas não necessariamente sob todas as condições econômicas.

7. A linguagem e a comunicação desempenham um papel central na teoria do agir


comunicativo do filósofo da segunda geração da Escola de Frankfurt.

8. Przeworski reconhece que as teorias sobre a democracia podem ser influenciadas por
elites, mas argumenta que ela também oferece oportunidades singulares para a
participação popular.

17
Fontes: ENGEL, Herbert M. Handbook of Creative Learning Exercises. Gulf Pub. Co., Book Pub., 1973.
KOLB, D. A.; RUBIN, I. M.; MACINTYRE, J. M. Psicologia Organizacional: Uma Abordagem Vivencial.
São Paulo: Atlas, 1978.

Página 23
9. Habermas considera que a esfera pública e a sociedade civil são componentes
essenciais da democracia deliberativa consensual, daí as condições ideais de participação
na polifonia que é a democracia.

10. AP argumenta que a democracia não é inevitável e que seu sucesso depende de várias
condições e contextualizações, mas que jamais será um regime econômico.

11. JH vê a democracia deliberativa como um ideal a ser buscado, mas reconhece de forma
humilde que ela jamais resolverá todos os problemas ou mazelas sociais.

12. Przeworski argumenta que a democracia pode ser estável, embora seja vulnerável a
várias ameaças, entre elas a de que os analfabetos políticos escolherão políticos outsiders
em função do cansaço de votar sempre nos mesmos sem resultados positivos na vida
cotidiana.

13. A democracia deliberativa requer comunicação racional e consenso, mas não


necessariamente a escolha do melhor argumento, mas sim do mais viável em determinado
contexto sócio político de acordo com Habermas.

14. O político polonês reconhece que a democracia pode ser influenciada por elites
poderosas, mas argumenta que ela também oferece oportunidades para a participação
popular, daí a poliarquia.

15. JH vê a democracia deliberativa como um sistema que favorece muito mais as elites
educadas do que os trabalhadores com baixa escolaridade.

16. AP argumenta que a democracia pode levar à igualdade econômica ou enfrentar as


desigualdades sociais, mas não é um sistema que inevitavelmente leva à igualdade ou à
justiça social.

17. Na democracia deliberativa é esperada que ela seja alcançada através da imposição de
uma única visão de mundo de acordo com o autor de .

18. A participação popular é um componente essencial da democracia, segundo o autor de


Crise na Democracia.

Total de assinalamentos nas Células (A1+B2+C3) = 18?


D4= Número de acertos com o “gabarito” construído. A1 B2 C3 D4

SUA OPINIÃO E PARTICIPAÇÃO PESSOAL SÃO IMPORTANTES

1. Opinião geral sobre o exercício 2. As 5 (cinco) afirmações de minha


RESPONSABILIDADE para pesquisar na
fase grupal são (colocar apenas o
número):

3. Prazo para entrega do resultado da 4. As duas afirmações mais polêmicas no


pesquisa será ................... (antes do grupo foram (colocar apenas o número):
início da próxima aula)

5. Fiquei com muita necessidade de entender e discutir mais o(s) seguinte(s) assunto(s): (para
pesquisar em outras fontes)

Página 24
6. Opinião sobre o número de acertos PESSOAIS em comparação com os acertos
GRUPAIS: (o que foi maior? por que razão?)

7. Opinião geral e SINCERA SOBRE esse exercício estruturado com todas as suas fases:
Excelente Muito Bom Bom Razoável Poderia ser melhor Ruim/péssimo
MOTIVO(S)

5. DESAFIO INTELIGENTE: Cite duas formas de utilização de um exercício como esse para
sua realidade escolar.
1-
2-

6. Sugestões para melhoria do exercício ou acréscimo de frases (escrever no verso se for


necessário).

Página 25
Apêndice IV – Palavras-chave na Política
Exercício estruturado para preencher as lacunas com base nas suas pesquisas:
1) O conceito de __________________ (10 letras) é fundamental para compreender
a autoridade política (Max Weber, 1864-1920).
2) A _________________ (10 letras) é interpretada como o poder máximo de um
Estado (Jean Bodin, 1530-1596).
3) A _________________________ (20 letras, duas palavras) é uma forma de
mediação na política (Edmund Burke, 1729-1797).
4) A _______________________ (10 letras) remete a direitos e deveres políticos
(Thomas H. Marshall, 1893-1981).
5) A ______________________ (19 letras, duas palavras) é uma forma de
envolvimento na política (Carole Pateman, 1940-).
6) O conceito de _________________________ (10 letras) é central na teoria
política (Robert Dahl, 1915-2014).
7) _________________________ (12 letras, duas palavras) é um conceito que
remete à discussão pública (Jürgen Habermas, 1929-).
8) A ___________________________ (14 letras, duas palavras) é um fenômeno
social e político (Walter Lippmann, 1889-1974).
9) A _______ (5 letras) é um ator importante na política (Noam Chomsky, 1928-).
10) O _____________________ (11 letras) é um modelo de organização política
(James Madison, 1751-1836).
11) A ________________________ (18 letras, duas palavras) marcou a
transição da sociedade feudal para a sociedade capitalista (Alexis de Tocqueville,
1805-1859).
12) A ___________________________________ (20 letras, duas palavras) foi
um período de grandes mudanças tecnológicas (Karl Marx, 1818-1883).
13) O ________________________________ (16 letras, duas palavras) é um
princípio democrático (John Stuart Mill, 1806-1873).
14) A __________________ (13 letras, duas palavras) é um conceito marxista
(Karl Marx, 1818-1883).
15) A ____________________ (9 letras) é uma forma de governo (Friedrich
Engels, 1820-1895).
16) O ___________________ (10 letras) é uma ideologia política (Karl Marx,
1818-1883).
17) O ____________________ (11 letras) é uma teoria política (Robert Owen,
1771-1858).
18) O __________________ (13 letras) é um fenômeno político e social (Ernesto
Laclau, 1935-2014).
19) A __________________ (13 letras, duas palavras) é um conceito que
remete à distribuição equilibrada de oportunidades (John Rawls, 1921-2002).
20) O _________________ (15 letras) busca valorizar a diversidade cultural
(Charles Taylor, 1931-).
21) O conceito de ______________ (13 letras) se refere a diferentes formas de
progresso (Amartya Sen, 1933-).
22) A ______________ (12 letras) é um fenômeno que pode afetar a política em
diferentes níveis (David Held, 1951-2019).
23) A __________________ (5 letras) é uma dimensão moral na política
(Hannah Arendt, 1906-1975).

Página 26
Gabarito:
1) Legitimidade 9) Mídia 17) Socialismo
2) Soberania 10) Federalismo 18) Populismo
3) Representação política 11) Revolução Francesa 19) Justiça social
4) Cidadania 12) Revolução Industrial 20) Multiculturalismo
5) Participação política 13) Sufrágio Universal 21) Desenvolvimento
6) Democracia 14) Luta de Classes 22) Globalização
7) Espaço público 15) Ditadura 23) Ética
8) Opinião pública 16) Comunismo

Página 27
Apêndice V – Carta/podcast para Políticos
Redação: Carta ou Podcast para um político na Disciplina de Política II – Em Duplas

INSTRUÇÕES
1. Objetivo da Tarefa: Cada estudante deverá redigir uma carta ou criar um podcast
direcionado a um dos políticos mencionados nas referências bibliográficas da disciplina. A
ideia é que você escolha um colega para revisar e depois responder como se fosse o político
escolhido.

Leituras obrigatórias Leituras complementares

Benjamin Constant (1767-1830) Benjamin Constant (1767-1830)


Karl Marx (1818-1883) Norberto Bobbio (1909-2004)
Friedrich Engels (1820-1895) Renata Romolo Brito (19??- )
Max Weber (1864-1920) Patrick Hayden (1949- )
Hannah Arendt (1906-1975) Yara Frateschi (1960- )
Jürgen Habermas (1929- ) Felipe Freller (1968- )
Adam Przeworski (1940- ) Michael Löwy (1938- )

2. Tom da Carta/podcast: Deverá ser dirigida a um colega, portanto, pode ter um tom
mais informal. No entanto, é importante evitar gírias e abreviações, mantendo-se fiel aos
aspectos da língua formal e seguindo as normas da ABNT.

3. Possíveis tópicos para a carta/podcast: A correspondência deve tratar de aspectos


interessantes, conceitos elucidados e termos fundamentais mencionados na obra política do
autor selecionado. É crucial destacar no mínimo dois conceitos principais e suas aplicações
na vida pessoal, na carreira ou como futuro docente, pesquisador ou escritor das ciências
sociais. Adicionalmente, a carta deve incluir referências bibliográficas.

4. Fontes: Utilize os capítulos, artigos, textos e vídeos que já foram trabalhados na disciplina,
bem como outros que achar complementar e aulas disponibilizadas nas plataformas do
Youtube, E-disciplina etc. Outros materiais ou conteúdos pesquisados podem ser utilizados,
desde que citados adequadamente na bibliografia consultada.

5. Extensão: A carta pode ter até 2 páginas, não contando páginas de rosto, aberturas criativas,
bibliografia e possíveis anexos ou apêndices. Se for um podcast, ele não poderá ultrapassar a
minutagem dos 12 minutos.

Sugestões de Etapas para a Elaboração


1. Escolha dos Conceitos-Chave : Selecione dois conceitos-chave do político escolhido e
pesquise os materiais necessários para a produção da carta.
2. Escolha da Dupla : Escolha um colega com quem gostaria de trocar a carta e obtenha o
contato dele (e-mail, WhatsApp, etc.).
3. Projeto do trabalho: Antes de começar a escrever, faça um esboço do que pretende
dizer ou escrever, tal como se fosse um radialista elaborando o seu roteiro. Nesta fase, você

Página 28
decide o que comunicará, a sequência, o estilo, o exemplo, etc. Sugestão extra: grave tudo o
que vier à mente, como se estivesse numa sessão de análise deitado no divã.
4. Primeiro Rascunho: Escreva um primeiro rascunho e depois leia em voz alta, gravando
novamente sua fala. Escute o que leu, pois esse método permite detectar falhas, lacunas
explicativas, erros gramaticais, lógicos, ausência de progressividade temática, etc. Quanto
mais detalhado estiver o seu roteiro, menos estresse de decisão terá na fase escrita.
5. Revisão dos conteúdos. Revise sua carta para que ela fique bem escrita, explicitando os
motivos da escolha do político e se outros autores estiveram no leque de possibilidades, mas
com as razões da desistência.
6. Formatação da Carta: Utilize a formatação adequada para o gênero da CARTA. Atente
para a coesão, coerência, progressividade temática e, sobretudo, objetividade e clareza nas
ideias.
7. Correção Ortográfica : Passe o corretor ortográfico para que a carta fique sem erros e
revise o estilo. Se optar pelo podcast, evite que o som de fundo fique muito alto, pois isso
prejudica a audição.
8. Envio para o colega : Envie a carta para o colega por e-mail, no Google Classroom ou
grupo do WhatsApp criado somente para essa tarefa criativa.
9. Leitura pelo colega : O colega deverá ler e apontar correções, sugestões de escrita e de
desenvolvimento para aprimorar a carta/podcast. Isso deverá ser feito entre vocês, o docente e
o monitor não terão acesso! A sugestão é que utilizem o Google Docs ou o programa de
código aberto Audacity, com ferramentas de inserir comentários gentis ao lado do texto/áudio
do colega.
10. Postagem no Fórum : Após a leitura, troca entre vocês para aprimorar a escrita,
correções e resposta à carta do colega, a dupla deverá postar um arquivo com as duas cartas
aprimoradas e respostas no FÓRUM do Google Classroom: Carta 1, resposta, Carta 2,
resposta.

Prazo: A data limite para a postagem no FÓRUM pela dupla é DD de mmmmm de 2024,
até hh:mm0.
Observações : É permitido, mas não recomendável, que um mesmo aluno seja escolhido
simultaneamente por dois outros colegas. No entanto, ele deverá consentir isso, mas também
saber que comentará duplamente.
Esperamos que essa tarefa criativa seja de muito aprendizado acadêmico espírita
significativo para vocês!

Página 29
Apêndice VI – Barema para a Carta/podcast
Barema para avaliação da tarefa de escrita espírita/elaboração de um podcast para um
político na disciplina de Política II
Barema é um termo que tem origem no francês "barème", que por sua vez vem do nome do
matemático François Barrême (1638-1703), um dos pioneiros no desenvolvimento da Contabilidade.
Em termos simples, um barema é uma tabela ou conjunto de quadros numéricos que apresenta os
resultados de determinados cálculos. Ele serve como um registro gradual para a avaliação de diferentes
dados e pode ser usado como uma lista de itens que permitem atribuições com pesos18.
Imagine que você é um revisor de cartas/podcasts acadêmicos. Cada material que você recebe tem
diferentes critérios que precisam ser avaliados, como clareza, originalidade, rigor metodológico,
relevância do tema, entre outros. Assim, o barema funciona como uma ferramenta de avaliação. Ele
fornece uma estrutura numérica para avaliar cada critério. Por exemplo, a clareza pode ser avaliada em
uma escala de 0 (zero = nenhuma ou bem confuso); 0,25 (um pouco); 0,5 (clareza média); 0,75 (muito
boa) e 1 significa “extremamente claro”. Da mesma forma, a originalidade pode ser avaliada em uma
escala de 0 a 1, onde 1 significa “nada original” e 1 = “extremamente original”.

BAREMA PARA A CARTA/PODCAST POLÍTICO


Número do item seguido do(s) descritor(es) e pontuação máxima. Nota atribuída
1- Postagem: postar no Fórum do Google Classroom.
Prazo e ordem respeitados. 0,5 ponto.
2- Planejamento: formato, conteúdo e estilo do texto ou áudio.
Adequar ao gênero, tema e público-alvo. 0,25 ponto para cada aspecto, totalizando 1 ponto.
3- Escrita: formatar, escrever ou falar em um estilo claro, coeso e coerente.
Texto ou áudio com objetividade, clareza e coerência. 0,25 ponto para cada aspecto, totalizando 1 ponto.
Normas da língua portuguesa e da ABNT. 0,25 ponto para cada aspecto, totalizando 1 ponto.
4- Revisão: fazer e corrigir o rascunho do texto ou áudio.
Identificar e sugerir mudanças corretivas nos problemas. 0,25 ponto para cada aspecto, totalizando 1 ponto.
5- Interação: interagir com o colega.
Comentar e fornecer opinião adequado à carta ou podcast dele. 0,5 ponto para cada aspecto, totalizando 1
ponto. Respeito, cordialidade e criatividade. 0,5 ponto para cada aspecto, totalizando 1,5 pontos.
6- Pesquisa: pesquisar e citar os materiais que usou.
Usar fontes relevantes, confiáveis e atualizadas. 0,5 ponto para cada material, totalizando 1,5 pontos. Seguir
as normas da ABNT. 0,5 ponto para cada material, totalizando 1,5 pontos.
7- Escolha de conceitos: escolher e justificar os conceitos-chave da política.
Usar critérios pertinentes, consistentes e interessantes. 0,5 ponto para cada escolha, totalizando 1 ponto.
8- Explicação dos conceitos: explicar e aplicar os conceitos-chave da política.
Ser preciso, coerente e pertinente. 0,5 ponto para cada conceito, totalizando 1 ponto.
9- Contextualização histórica: contextualizar o antecedente histórico do tema escolhido.
Há correção, relevância e respeito ao contexto histórico escolhido. 0,5 ponto para cada informação do
antecedente histórico, totalizando 1 ponto.
10- Análise: analisar e aplicar os conceitos-chave no tema escolhido.
Ser preciso, coerente e pertinente na aplicação dos conceitos. 1 ponto.
Nota final: máximo 50 pontos.

18
Fontes: CONCEITO.DE. Barema - O que é, conceito e definição. Disponível em: https://conceito.de/barema.
Acesso em: 6 jan. 2024. DICIO. Barema - Dicionário Online de Português. Disponível em:
https://www.dicio.com.br/barema/. Acesso em: 6 jan. 2024. PRIBERAM. Barema - Dicionário Online Priberam
de Português. Disponível em: https://dicionario.priberam.org/barema. Acesso em: 6 jan. 2024.

Página 30
Apêndice VII – Questões Objetivas - ENEM, FUVEST e CNU
Exercício Andragógico: Desenvolvimento de Questões Objetivas de Política para o
ENEM/FUVEST ou CNU - Concurso Nacional Unificado – “Enem dos Concursos”

Objetivos de Aprendizagem:

1. Discutir a relevância da Política no currículo do ensino médio;


2. Fomentar a criatividade dos alunos na elaboração de questões, testes ou exercícios
estruturado e assim, aumentar o banco de atividades na disciplina;
3. Incentivar a troca de ideias e colaboração entre os alunos por meio do
compartilhamento de questões inéditas no Moodle e em outras plataformas de ensino.

Tarefa: Levando em consideração que o ENEM, a FUVEST e agora a novidade do “ENEM


dos Concursos” = CNU não reutilizam questões em seus exames, você foi selecionado para
criar uma questão objetiva inédita no campo da política crítica. Esta questão deve abordar
pelo menos um dos autores, temas ou assuntos previstos no plano de ensino disponível no
Júpiter.

Sua tarefa é elaborar uma questão com enunciado claro e direto, sem armadilhas, e com cinco
alternativas que sejam interessantes e envolventes, sendo apenas uma delas a correta. Após a
elaboração da questão, você deve justificar a resposta correta com um breve texto dissertativo,
explicando claramente o conteúdo escolhido.

Por fim, publique apenas a questão e as alternativas (sem a justificativa) no fórum aberto da
disciplina no E-disciplina. Lembre-se, a justificativa deve ser mantida em segredo para
estimular o debate e a aprendizagem entre os colegas.

Página 31
Apêndice VIII – Respostas do Desafio Andragógico
Respostas Sugestivas para o Desafio do Exercício Andragógico anterior:

Questão simulando o ENEM: De acordo com a Teoria do Agir Comunicativo (TAC) defendida por Jürgen Habermas, que
contrasta a esfera pública com a esfera privada, qual das seguintes afirmações melhor descreve esses espaços para os debates
que favorecem a democracia participativa?

A) Exclusivamente as elites, devido ao seu status e educação, têm a capacidade de se envolver em discussões racionais e
críticas na esfera pública, enquanto a esfera privada é limitada a debates emocionais e pouco fundamentados.

B) Na esfera pública, os cidadãos podem se engajar em debates emocionais e pouco fundamentados, enquanto a esfera
privada é o espaço para discussões racionais e críticas entre indivíduos.

C) Independentemente de seu status ou educação, os cidadãos têm a oportunidade de se envolver em discussões racionais e
críticas na esfera pública, enquanto a esfera privada serve como um espaço para diálogos pessoais e subjetivos.

D) Apenas os políticos, devido à sua posição e influência, têm a capacidade de se engajar em discussões racionais e críticas
na esfera pública, enquanto a esfera privada é o espaço onde os cidadãos comuns discutem suas preocupações diárias.

E) A comunicação na esfera pública é limitada e pouco efetiva, enquanto a esfera privada é o espaço onde ocorrem as
verdadeiras discussões racionais e críticas.

Justificativa: De acordo com Jürgen Habermas, a esfera pública é um espaço onde os cidadãos, independentemente de seu
status ou educação, podem se envolver em discussões racionais e críticas (alternativa C). Nesse espaço, as pessoas têm a
oportunidade de discutir livremente questões políticas e sociais, com o objetivo de alcançar um consenso com base no
entendimento mútuo. A esfera privada, por outro lado, é um espaço para diálogos pessoais e subjetivos. Para Habermas, a
esfera pública é essencial para o funcionamento da democracia, pois permite que os cidadãos sejam informados e participem
ativamente do processo político.

Questão simulando a primeira fase da FUVEST baseada no conceito de Adam Przeworski de que a teoria
democrática pode ser classificada em normativa ou prescritiva. De acordo com o conceito de AP, a teoria
democrática pode ser classificada em normativa ou prescritiva. Com base nessa classificação, qual das seguintes
afirmações melhor descreve essas categorias?

A) A teoria democrática normativa é aquela que se concentra em maximizar os interesses individuais, enquanto a
teoria prescritiva se concentra em alcançar o bem comum.
B) A teoria democrática normativa é aquela que estabelece como a democracia deve funcionar idealmente,
enquanto a teoria prescritiva é aquela que descreve como a democracia funciona na prática.
C) A teoria democrática normativa é regulada pelo estado, enquanto a teoria prescritiva é livre e não
regulamentada.
D) A teoria democrática normativa é caracterizada pela participação ativa dos indivíduos, enquanto a teoria
prescritiva é marcada pela passividade.
E) A teoria democrática normativa requer que os indivíduos sigam rituais e procedimentos formais, enquanto a
teoria prescritiva não impõe obrigações formais.

Justificativa: De acordo com o conceito de AJ, a teoria democrática normativa é aquela que estabelece como a
democracia deve funcionar idealmente, enquanto a teoria prescritiva é aquela que descreve como a democracia

Página 32
funciona na prática (alternativa B). A teoria normativa se concentra em questões de justiça, igualdade e direitos
humanos, enquanto a teoria prescritiva se concentra em questões de eficiência, estabilidade e governança. Ambas
as teorias são essenciais para entender a democracia e suas implicações sociais.

Estudo de caso baseado na política brasileira que possa ser uma questão complexa para o CNU ou “Enem
dos Concursos” para escolher um professor de política para o INEP. Apresente com um possível barema
de solução para a avaliação entre zero e dez a resposta.

Caso: Durante as eleições presidenciais de 2018, um candidato foi eleito com sua plataforma incluindo a
promessa de privatizar as empresas estatais brasileiras. O então Ministro da Economia, baseado em sua
expertise financeira, apoiou fortemente essa proposta e afirmou que ela seria crucial para reduzir o déficit
orçamentário do país. No entanto, sindicatos de trabalhadores das empresas estatais e outras organizações
da sociedade civil manifestaram-se publicamente contra a proposta de privatização, argumentando que
ela prejudicaria os interesses da população e que a desestabilização de setores estratégicos seria
contraproducente para a economia brasileira em longo prazo.

Questão: Com base nos conceitos de Jürgen Habermas sobre a esfera pública e na perspectiva de Adam
Przeworski sobre a estabilidade democrática, como você justificaria a decisão de privatizar ou não
empresas estatais brasileiras? Quais seriam os possíveis impactos econômicos e sociais da privatização
dessas empresas? E qual o papel do Estado na Gestão das Empresas Estatais segundo a Constituição
Federal de 1988?

Barema: A resposta adequada deve incluir uma descrição detalhada do contexto histórico e político da economia
brasileira, bem como uma análise dos prós e contras da privatização de empresas estatais à luz dos conceitos de
Jürgen Habermas e de Adam Przeworski. Deve mencionar possíveis impactos econômicos e sociais, como a
mudança na gestão dessas empresas, a possibilidade de aumento da eficiência, a possibilidade de demissões em
massa, a perda de receita fiscal e a diminuição do controle público sobre setores estratégicos da economia. Além
disso, deve discutir o papel do Estado na Gestão das Empresas Estatais, segundo a Constituição Federal de 1988,
citando artigos e dispositivos. A resposta deve ser bem estruturada e deve mostrar como as perspectivas de
Habermas e Przeworski podem contribuir para a análise do cenário. O barema de avaliação seria de 0 a 10, com
10 pontos sendo concedidos para respostas completas e precisas, incluindo referências aos conceitos aplicáveis
de Habermas e Przeworski, além de uma abordagem crítica e equilibrada. Respostas incompletas, superficiais ou
equivocadas receberiam pontuações menores.

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Apêndice IX – Fotoquadrinhos para Adam Przeworski

Página 34
Apêndice X – Barema Sugestivo para o Ensaio Político

Alun................................................................ Data...........

Pontuação
Descrição Atribuída
1 Hipótese ou tese devidamente explicitadas no trabalho
0-1,5 pontos
2 Coesão, Coerência e progressividade temática crescente e
produtiva
0-1,5 pontos
3 Uso eficaz de evidências, citações, exemplos e analogias para
apoiar argumentos
0-1,0 ponto
4 Enfrentamento adequado e pertinente do comando inspirador
0-1,0 ponto
5 Adequação da escrita para o gênero de ensaio dentro do português
normativo
0-1,0 ponto
6 Justificativas adequadas e coerentes das escolhas dos autores
0-1 ponto
7 Clareza e precisão na linguagem e no estilo de escrita
0-1 ponto
8 Habilidade em relacionar as teorias estudadas no decorrer da
disciplina de maneira aprofundada e reflexiva
0-0,5 ponto
9 Marcas autorais durante as argumentações
0-0,25 ponto
10 Pequena biografia dos autores escolhidos no ensaio
0-0,25 ponto
11 Conclusão eficaz que resume os pontos principais e reafirma a tese
0-0,25 ponto
12 Percepção de que o ensaio atende plenamente aos objetivos da
disciplina de Política II
0-0,25 ponto
Total

Observações qualitativas:

Nome de quem atribuiu as notas e assinatura

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Sumário
Estrutura do Ensaio .......................................................................................................................................................... 1
Introdução ............................................................................................................................................................................ 2
Desenvolvimento ............................................................................................................................................................... 4
Perspectivas de Habermas ............................................................................................. 4
Visões de Przeworski...................................................................................................... 7
Tensões & Desafios na Democracia ............................................................................... 9
Comparações dos autores ............................................................................................ 12
Considerações Finais ....................................................................................................... 15
Referências Bibliográficas Comentadas ........................................................................... 18
Apêndice I – Trabalhos individuais ................................................................................... 21
Apêndice II – Questões Grupais de Aprendizagem .......................................................... 22
Apêndice III – Habermas & Przeworski: Fatos & Mitos ..................................................... 23
Apêndice IV – Palavras-chave na Política ........................................................................ 26
Apêndice V – Carta/podcast para Políticos...................................................................... 28
Apêndice VI – Barema para a Carta/podcast ................................................................... 30
Apêndice VII – Questões Objetivas - ENEM, FUVEST e CNU......................................... 31
Apêndice VIII – Respostas do Desafio Andragógico ....................................................... 32
Apêndice IX – Fotoquadrinhos para Adam Przeworski ................................................... 34
Apêndice X – Barema Sugestivo para o Ensaio Político ................................................. 35

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