Livro Campanha

B
 Introdução
Este é o livro de aventuras de desConfronto. Nas próximas páginas,
você irá encontrar informações sobre os heróis deste jogo e instruções
sobre como preparar cada capítulo, incluindo os eventos de estrada
que poderão ser rolados pelos jogadores entre determinadas missões.
Cada capítulo deste livro foi criado de maneira episódica em
uma estrutura de “pergaminhos” isolados, portanto essa não é uma
narrativa linear. Isso foi feito para que os jogadores possam ter acesso
a informações diferentes em momentos distintos de sua jornada. Os
jogadores podem percorrer todo o livro de campanha, pergaminho
por pergaminho, ao longo de diversas sessões de jogo. Ou então, jogar
de maneira livre sem se conectar com a aventura principal da narrativa.
O capítulo Pergaminho 1: Anel do Lamento começa com um
Prólogo. Se você vai jogar a aventura em seu Modo Campanha, nós
sugerimos que o grupo escolha alguém para ler o Prólogo sem revelar
o conteúdo desse capítulo para os demais jogadores. Esse jogador,
a partir desse momento, será o líder do grupo, e deverá guiar os
demais jogadores durante a narrativa da campanha, lendo os textos e
relatando aos jogadores, com as suas palavras, o conteúdo dos textos
que poderão ser revelados aos seus colegas.
Desejamos para todos uma excelente jogatina!
Nos vemos em Sempreterna!
Guilherme e Valves.

Créditos
Game Design Supervisão de Projeto Revisão
Guilherme Haenisch Guilherme Haenisch Maria Luiza
Art Design Design do Logo Fabio Calligaris
Vanderson Alves Guilherme Haenisch e Vanderson Alves Gustavo Luis da Silva
História Playtesters Principais Jean Luca
Guilherme Haenisch Danylu Franklyn Leonardo Fujita
Diagramação Eryk Thiago Luis Fillipe Xavier Borba
Guilherme Haenisch Felipe Augusto Rubens Chioca Anater
Design de Personagens Gilberto Pinto Tatá Vassoler
Vanderson Alves Lucas Takashi Wellington Gonçalves dos Santos
Arte da Capa Luiz Ferrarini Agradecimentos Especiais
Vanderson Alves Marcello Major “Board & Geek”
Direção de Arte Rafael Paulin “Caverna RPG”
Vanderson Alves Túlio Carneiro “Eu acho pra vc”
Livro de Regras e Campanha Mídias Sociais e Relações Públicas “Game Design de Bolso”
Guilherme Haenisch e Raoni Kachillé Ana “Dabs” “Leandro Zombie”
Modelagem 3D Diego Simioni “Lord Zebulon Games”
Andres Ocampo e Rafael Coutinho Itanã “Capitão” Volta “Nick BGG”
Vídeo de Marketing Produção de Colecionáveis “Pra quem Gosta”
Rick Arroyo Apollo “O Encadernador” “RPGBrasil”
“Tipo War”

02
 Os Heróis de Sempreterna
Kandra, a Asak-Hai
Kandra é uma combatente tribal de uma brava sociedade
de guerreiros e guerreiras que habitam as Tundras de Rharak,
no extremo norte de Sempreterna. Uma mulher forte e
poderosa, tanto fisicamente quanto mentalmente.
Desde cedo, a jovem exibia um intelecto ímpar, com
grandes habilidades de raciocínio tático, mesmo sob a
pressão do combate, tornando-a uma grande expoente
durante o conflito civil de Rharak.
Mas diferente dos antigos líderes dos povos
nortenhos, ela não seguiu o caminho da conquista
pela opressão e pela violência, mas sim um caminho
de humildade, honra e valor que inspirava a todos
ao seu redor. E mesmo ela abnegando
qualquer liderança sobre essas
pessoas, seu carisma cativava
aqueles que conheciam a jovem
de cabelos vermelho-carmesim.
Kandra advém de uma
pequena família sem grande
importância política em suas terras: a
Casa de Kalaire. Fundada por sua avó, a
Casa de Kalaire passou a ganhar destaque quando
dois pequenos irmãos gêmeos, a jovem Kandra e
o jovem Kalnor, começaram a protagonizar uma
grande sequência de vitórias em combate, apesar de seus tenros 15
anos de idade.
Durante a guerra civil do norte, após várias batalhas e lutas
pela unificação de seu povo, ambos se voluntariaram para o que
seria a grande virada da guerra. Uma pequena comitiva, formada
pelos guerreiros de elite que buscavam a então sonhada unificação
das tribos, deveria escoltar um representante do Povo Livre para
03
negociações com dissidentes localizados na costa leste das tundras de
Rharak, sua terra natal.
Porém, em um combate contra os piratas da costa leste, nas falésias
de Ionstorm, Kalnor acaba sendo traído por um de seus amigos e cai
em uma armadilha juntamente da irmã. Após 3 dias e 3 noites
combatendo sem parar contra hordas inteiras de homens
e criaturas, Kalnor morre nos braços da irmã. Poucos
sobreviveram a essa batalha terrível e poucos ainda ousam
falar sobre a figura de longos cabelos ruivos, cobertos
de sangue, que serpenteava por entre os batalhões
e lancinava ataques devastadores sobre as frentes
inimigas, completamente sozinha, e consumida pela
fúria primal natural ao povo nortenho.
Foi após a cruel perda de seu irmão que Kandra
jurou unificar as tribos do norte para que nunca
mais o sangue de outra criança fosse derramado em
solos nortenhos. Após essa batalha, ela marchou
carregando o irmão em seus braços desde a costa de
Ionstorm até a região central das tundras de Rharak.
Aqueles que vislumbravam sua figura, caiam de
joelhos e se juntavam à sua marcha. Combates eram
encerrados, vendetas e contendas cessavam somente
pela presença que emanava da mais imponente mulher
que já pisou em Sempreterna.
Alguns diziam que ela era a arauta do próprio
deus Baram’Dir, o Senhor das Tempestades. Outros
diziam que ela possuía sangue do Povo Antigo. Houve
quem dissesse, no entanto, que como qualquer outro
nortenho, ela apenas estava cansada de ver o sangue
de seus irmãos escorrer entre seus dedos.
E foi assim, sem derramar mais nenhuma gota de sangue, que
Kandra, da Casa de Kalaire tornou-se a Asak-Hai, que na língua antiga
daquele povo significa: “a tempestade aprisionada”.
Ao pôr um, fim à guerra civil do povo nortenho, Kandra renegou
todo e qualquer comando, deixando que a liderança do povo fosse
realizada pelo próprio povo. O Conselho Livre se formou, e então ela Recuperação Bestial (x02): carta de cura.
se isolou pois julgava ser apenas uma ferramenta e que não era mais Escolha um alvo: cure-o em 3 pontos de Vigor.
necessária ao seu povo.
Forças dos Ermos (x01):
Mas, tudo isso mudou quando a Corrupção se lançou sobre o carta de ataque. Ataque com 2
mundo de Sempreterna e um velho mago buscou a ajuda da Asak-Hai dados de dano físico e compre 2
dessa geração... cartas de seu baralho.
Resistência Selvagem (x01):
Estilo de Jogo: “Bruiser” carta de defesa. Aplique 2 escudos
Kandra é uma heroína que possui um estilo de jogo muito agressivo. em um alvo e receba uma ação
Com poucas cartas de dano mágico e várias de dano físico, o foco do extra.
baralho de Kandra é em seu dano brutal em ataques devastadores. Chamado para Caçada (x01): carta de
Ao jogar com Kandra, procure sempre redirecionar para você a utilidade. Receba 2 ações extras.
maior quantidade de ataques que iriam para seus companheiros. Dessa Conhecimento Primal (x01): carta de
forma você conseguirá maximizar suas habilidades passivas, podendo utilidade. Compre 3 cartas de seu baralho.
revidar realizando ataques pesados sem a necessidade de gastar cartas
para isso.

Cartas do Baralho Cartas Assinaturas

Ataque Poderoso (x01): carta de Fúria Selvagem (x01): destrua os escudos do seu alvo (em
criaturas, anule-os até seu próximo turno)e compre um número de
ataque. Ataque com 2 dados de dano
cartas do seu descarte igual ao número de escudos destruídos. Então
físico e, após isso, aplique a condição
inflija 2 ferimentos no alvo.
Trovão a este mesmo alvo.
Golpe Brutal (x03): carta de ataque básica. Ataque Giratório (x01): o alvo sofre 2 ferimentos. Todos os
inimigos recebem a condição sangramento.
Ataque com 3 dados de dano físico.
Trespassar (x03): carta de ataque. Retaliação (x01): Gatilho: você realiza um ataque. Reação: sofra 1
ferimento. Você tem vantagem e +1 ponto de dano em todo dado de
Ataque com 4 dados de dano físico e sofra
ataque durante esse turno.
1 ferimento.
Golpe Defensivo (x01): carta
Ataque Imprudente (x01): reação: até seu próximo turno,
direcione 1 ou mais ataques para você. Acumule um número de dados
defensiva. Aplique 1 escudo em um alvo e a
igual aos dados dos ataques sofridos. No seu próximo turno, consuma
condição Sangrando em qualquer alvo.
suas 2 ações para atacar com a soma dos dados acumulados e compre
Investida (x01): carta de ataque. Ataque 2 cartas.
infligindo 2 pontos de dano mágico e aplique
atordoamento nesse mesmo alvo. Subclasses
Movimento Rápido (x01):
Ao seguir pela história como Kandra, você encontrará e enfrentará
carta de ataque. Ataque com
um dos antigos Asak-Hai da sua tribo: o lendário Sigvrd. De acordo com
2 dados de dano físico e receba
suas escolhas nesse momento do jogo, você escolherá qual caminho irá
uma ação extra.
trilhar em sua jornada: o caminho da Purificação, se tornando uma
Zealot ou o caminho da Corrupção, se tornando uma Berserker.

04
 ZEALOT
Ao seguir o caminho da Purificação, Kandra se tornará uma
poderosa líder, abençoada pelo deus nortenho Baram’Dir — o Senhor
das Tempestades. Kandra inspirará e guiará seus companheiros nos
campos de batalha com poderosos gritos de combate. Nada além da
vitória ficará em seu caminho.
Nessa subclasse, Kandra terá acesso a uma nova habilidade passiva
que se somará às suas habilidades normais, além de acessar 2 novas
cartas Assinatura.
Habilidade Passiva: Até seu próximo turno, seus ataques são rolados
com desvantagem para que um ataque de cada aliado seja rolado com
vantagem. Caso um ataque seu inflija ferimentos em um alvo, cure
seus aliados em 1 PV (somente 1 vez por turno).
Novas Cartas Assinatura
Grito Sagrado: mantenha essa carta ativa. Você pode ter somente 1
carta de grito ativa. Uma vez por turno, ao rolar no dado um símbolo
de Purificação durante um ataque, em vez de infligir o dano crítico,
coloque 1 token de Purificação em qualquer alvo.
Grito de Comando: mantenha essa carta ativa. Você pode ter
somente 1 carta de grito ativa. Uma vez por turno, ao rolar, durante
um ataque, um simbolo de Purificação no dado, em vez de infligir o
dano crítico, escolha 1 aliado e jogue uma carta de sua mão (menos
Assinaturas ícones de ações extras não surtem efeito durante o ataque
do aliado).
Tesser, a Arauto de Üiala
Tesser Marbleshine foi a única sobrevivente do
terrível ataque realizado pelas crias da Corrupção
ao grande Mosteiro de Üiala nas montanhas de
Kronengrak. Nascida nas Florestas de Nahaat, Tesser
foi levada ainda jovem ao mosteiro de Üiala — a deusa
da cura e da compaixão — por conta de um antigo
costume da sua vila, que dizia que os órfãos deveriam
seguir nos caminhos da deusa. E como Tesser foi abandonada
desde cedo, sem conhecer sua mãe ou pai, estava selado o
destino que a aguardava quando a idade certa chegasse.
05
BERSERKER
Ao trilhar pelo caminho da Corrupção, o coração de Kandra se
banhará com a fúria bestial de seus antepassados, deixando-a em um
estado constante de excitação e busca pela única coisa que saciará o
vazio de seu espírito: um combate glorioso.
Nessa subclasse, Kandra terá acesso à uma nova habilidade passiva
que se somará a suas habilidades normais, além de acessar 2 novas
cartas assinaturas.
Habilidade Passiva: A qualquer momento pode-se infligir
1 ferimento para aumentar 1 dado o dano de qualquer carta de
qualquer alvo. Durante um combate, use essa habilidade um número
de vezes igual ao seu nível.
Novas Cartas Assinatura
Grito Imprudente: mantenha essa carta ativa. Você pode ter
somente 1 carta de grito ativa. Até seu próximo turno, seus ataques
e de seus atacantes são rolados com desvantagem. No início de todo
turno você pode reativar este grito.
Grito Impetuoso: mantenha essa carta ativa. Você pode ter somente
1 carta de grito ativa. Com essa carta ativa, a qualquer momento, sofra
1 ferimento para transformar a falha de um dado em 2 espadas. Você
só pode ativar essa carta um número de vezes igual o seu nível.
Desde cedo em sua nova vida, Tesser logo
conquistou a simpatia do líder do mosteiro,
o grande Prior Kórin Ghanyr (descendente
do lendário clérigo Ruffin Ghanyr). Ele a
adotou como sua protegida e passou a iniciá-
la pessoalmente na arte do combate com
escudo, uma famosa variação da 3ª forma de
combate dos antigos manuais marciais da Ordem
dos Ghanyr.
Os treinos eram exaustivos ao extremo. Por
muito tempo Tesser achou que o Prior a treinava
daquela forma como algum tipo de punição, ou
por crueldade, pois nenhum outro acólito era tão
exigido fisicamente e mentalmente quanto ela
era. Após os treinamentos, todos recebiam curas
mágicas dos clérigos mais antigos da ordem para que se recuperassem
rapidamente.
Todos menos Tesser.
Ela aprendeu a conviver com as dores, os ossos quebrados e as
lesões sem depender da ajuda divina para se recuperar, o que não
fazia sentido para um clérigo. Mas, aos poucos, Tesser se tornou uma
verdadeira fortaleza, tanto em corpo quanto em alma.
baralho é repleto de cartas de cura e condições que dão grande
variedade de suporte para os demais jogadores.
Ao jogar com Tesser, procure sempre redirecionar para você a maior
quantidade de ataques que iriam para seus companheiros. Dessa forma
você conseguirá maximizar suas habilidades passivas, podendo revidar
realizando ataques pesados sem a necessidade de gastar cartas para
isso.

Tesser era uma acólita exemplar: séria, focada e estoica, que mais
parecia uma estátua de mármore. Mas mesmo com todo o duro
treinamento, por dentro, Tesser não havia esquecido de uma certa
promessa feita muitos anos atrás quando ainda era jovem e corria por
entre as árvores e os rios de Nahaat: uma promessa que alimentava o
fogo ardente de seu coração e lhe dava os motivos para continuar a
sempre seguir em frente.
Mas quando a Corrupção tomou as florestas e avançou sobre as
montanhas, todos os acólitos e clérigos de Üiala foram convocados
para ajudar os habitantes da região e usar os poderes da luz e da
Purificação de Üiala contra as crias das Trevas. O Prior encabeçou
pessoalmente as frentes de batalha contra as crias das trevas, tendo
sempre Tesser à sua esquerda, protegendo-o com suas técnicas de
combate com escudo. A Corrupção era voraz e devorava toda a vida
que havia em seu caminho.
Além disso, mantenha sempre em mente que seu objetivo é curar
e auxiliar seus amigos, utilizando suas habilidades passivas e a grande
quantidade de escudos em seu baralho como uma esponja de dano,
a fim de que seu grupo não precise se preocupar com as criaturas os
atacando.
Cartas do Baralho
Coluna de Chamas (x01): carta de
ataque. Ataque aplicando a condição
Fogo em seu alvo, e após isso compre 1
carta de seu baralho.
Escudo de Luz (x03): carta de defesa.
Aplique 2 escudos em um alvo e a condição
Atordoado em qualquer alvo.

Nem mesmo o grande Prior foi capaz de se manter de pé contra Curar Ferimentos (x02): carta de
as trevas e ruína da Corrupção. E foi ao ver o corpo de seu querido cura. Escolha um alvo: cure-o em 3 pontos de Vigor.
mentor cair logo ao seu lado que fez Tesser despertar uma conexão Bênção de Üiala (x03): carta de
com Üiala nunca vista antes. Uma explosão de luz partindo da clériga cura. Escolha um alvo: cure-o em 2
banhou toda a região, transformando a noite em dia. Tesser andou pontos de Vigor, e após isso aplique a
pelos campos de batalha como uma arauta da deusa, purificando e condição Purificação em qualquer alvo.
restaurando tudo o que tocava. Abençoada pela luz de Üiala, foi a
jovem acólita quem purgou toda a montanha da influência maligna Muralha Divina (x01): carta
da Corrupção. de defesa. Aplique 3 escudos em
um alvo. Após isso escolha um
Agora, Tesser parte seguindo o chamado de um velho mago de alvo: cure-o em 1 ponto de Vigor.
Kalahad, como uma portadora da luz divina, trazendo resignação e
esperança para os corações daqueles que vivem em meio ao medo e Infligir Ferimentos (x01): carta
ao horror que as Trevas trazem consigo. de ataque. Inflija 2 pontos de dano
mágico em um alvo e aplique a condição
Estilo de Jogo: “Tank/Suporte” Sangrando nesse mesmo alvo.
Canalizar Divindade (x01): carta de
Tesser é uma heroína que possui um estilo de jogo totalmente
defesa. Aplique 2 escudos em um alvo e a
defensivo. Sua capacidade de dano depende quase que exclusivamente
condição Trovão em qualquer alvo.
da sua habilidade passiva de revidar ataques físicos recebidos. Seu

06
 Arma Espiritual (x01): quanto os Priores da ordem dos Ghanyr. Tocada pela magia divina
carta de ataque. Ataque com como uma enviada da própria deusa Üiala, Tesser andará pelas terras
1 dado de dano físico e receba de Sempreterna com um único objetivo: curar o mundo das feridas
uma ação extra. causadas pela Corrupção.
Barreira de Lâminas (x01): Nessa subclasse, Tesser terá acesso a uma nova habilidade passiva
carta de ataque. Ataque com 2 que se somará às suas habilidades normais, além de acessar 2 novas
dados de dano físico e aplique 1 cartas Assinatura.
escudo em um alvo. Habilidade Passiva: Você se torna imune à Corrupção. Ao curar
Armadura Santa (x01): carta de defesa. Aplique 3 1 alvo, ele restaura o mesmo número de cartas do seu cemitério para
escudos em um alvo. seu baralho (máximo de 2 cartas).

Auxílio Divino (x01): Novas Cartas Assinatura

carta de utilidade. Compre 1
carta de seu baralho e receba
2 ações extras.
Cartas Assinatura
Destruição (x01): destrua todos os escudos de um herói adversário
ou, em criaturas, anule-os por 1 rodada. Então inflija 2 ferimentos no
alvo.
Revigorar (x01): gatilho: um alvo sofre dano fatal. Reação:
Descarte essa carta e retire a Exaustão do alvo, sem perda de nível.
Cure-o em 5 pontos de Vigor.
Santuário (x01): gatilho: um alvo sofre um ataque. Reação: anule
o ataque realizado contra o alvo. Seus adversários ficam incapazes de
atacá-lo por 1 rodada.
Purificar (x01): coloque 4 tokens de Purificação em um alvo. Caso
o alvo seja um aliado, cure-o em 2 pontos de Vigor, caso seja um
adversário, inflija 2 ferimentos.
Subclasses
Ao seguir pela história como Tesser, você encontrará e enfrentará
um dos fundadores da Ordem de Üiala: Ruffus Ghanyr. De acordo com
suas escolhas nesse momento do jogo, você escolherá qual caminho
irá trilhar em sua jornada: o caminho da Purificação, se tornando uma
Hierofante ou o caminho da Corrupção, se tornando uma Ceifadora.
HIEROFANTE
Ao seguir o caminho da Purificação, Tesser se tornará tão poderosa
Escudo de Fé: até seu próximo turno, seus aliados recebem a mesma
quantidade de escudos que você tem ativa em seu tabuleiro.
Cura em Massa: gatilho: você baixa uma carta de cura. Reação:
baixe essa carta sem custo. Todos os seus aliados recebem o valor da
carta de cura baixada.
CEIFADORA
Ao trilhar pelo caminho da Corrupção, Tesser passará a usar a maior
arma do inimigo contra ele mesmo. Quanto maior a luz, maiores são
as trevas, e Tesser levará esse ensinamento até o fim de sua jornada,
trilhando um caminho sinuoso guiado pela deusa e senhora da morte:
Demiel.
Nessa subclasse, Tesser terá acesso a uma nova habilidade passiva
que se somará às suas habilidades normais, além de acessar 2 novas
cartas Assinatura.
Habilidade Passiva: cartas de cura podem agora infligir
ferimentos em 1 alvo mas, ao fazer isso, seus aliados também devem
sofrer em conjunto a mesma quantidade de dano (que pode ser
distribuído pelo grupo).
Novas Cartas Assinatura
Mortalha Espiritual: marque um alvo. Quando esse alvo for
derrotado, aplique o dano que o derrotou nos demais alvos em jogo.
Palavra de Comando: Exaustão: inflija 4 dados de dano em
um alvo, ou 5 se ele estiver abaixo de seu Vigor máximo. Derrote-o
instantaneamente se tiver 6 ou menos pontos de Vigor.

07

Pharanor, o Guardião
Mais de 1500 anos se passaram entre o fim da grande Calamidade
e os tempos atuais. Pharanor é último dos Magi, um concílio de
poderosos magos que juraram dedicar suas forças e conhecimentos
para proteger Sempreterna.
Conhecido como “velho Guardião”, Pharanor carrega consigo o
fardo de proteger a última Pedra D’Alma, um poderoso artefato capaz
de canalizar os três tipos de energias mágicas que sustentam e edificam
a cosmoestrutura planar de Sempreterna: a Magia Divina, a Magia
Primal e a Magia Arcana.
Mas nem sempre foi assim. O peso e
responsabilidade que recai sobre os cansados
ombros de Pharanor antes estavam sob a
tutela de sua mestra, Anárien, de longe a
mais poderosa Arcanista que já caminhou
sobre Sempreterna.
Alguns chegavam a pensar que Anárien era a
própria deusa da Magia, Celendallë, encarnada.
Foi ela, quem fundou originalmente o concílio
dos Magi e reuniu por primeiro todas as 9 Pedras
D’Alma, distribuindo-as para os grandes heróis e
líderes daquele tempo. Além disso, foi ela quem
os ensinou a canalizar os poderes das pedras de
forma a elevar a civilização de Sempreterna para
seu apogeu durante a 4ª Era. E essa ficou conhecida
como a Era de Anárien.
Mas a história de Anárien é um conto de
tragédia e sofrimento, algo que, ainda hoje,
perturba os pensamentos do velho mago. Sabe-
se que a poderosa maga se sacrificou para selar
em seu próprio corpo a entidade responsável
pela quase destruição de Sempreterna durante os
eventos da grande Calamidade: o terrível Senhor das
Trevas. E foi seu discípulo, o jovem Pharanor, quem
naquela época recebeu a incumbência de realizar o ritual que baniria
sua querida mestra para um plano-prisão de tormento eterno, pois
dentro dela havia sido selada a essência da terrível entidade de pura
Trevas e ruína que estava prestes a devorar por completo a energia
vital do mundo.
Quando todas as Pedras D’Alma foram destruídas por estarem
corrompidas pela influência do Senhor das Trevas, apenas a Pedra que
jazia em posse de Anárien, e que fora passada para Pharanor, restou
como símbolo da ascensão e queda de uma Era de paz e prosperidade,
que chegou a um trágico fim devido a ruína e a destruição espalhadas
pela terrível Corrupção.
O concílio fora dissolvido, os grandes heróis que lutaram ao lado
de Anárien e Pharanor haviam sido derrotados e apenas ele restou
como testemunha de uma batalha que abalou o próprio tecido da
realidade em Sempreterna.
Mas a vida perseverou.
Após o banimento da Corrupção, Pharanor passou a reunir
novamente os líderes dos povos de Sempreterna e o mundo
voltou a seguir seu curso natural. Foram 1.500 anos de
reconstrução. O mago viajou por todos os cantos onde a
Corrupção havia estendido seus tentáculos de ruína, de
forma a utilizar suas forças para reconstruir aquilo que
havia sido consumido pelas forças do mal que emanavam
do Senhor das Trevas.
Tudo havia sido reconstruído. Tudo
menos o próprio Pharanor. Tudo o
que ele viu e tudo o que perdeu, fez
com que o mago se tornasse aos poucos,
desconectado com a humanidade em seu
coração. Como se algo de fundamental tivesse
sido arrancado dele e ele vivesse completamente
vazio por dentro.
Agora, novamente, Pharanor percebe a
movimentação das forças das trevas e se vê
incumbido de investigar de onde emana a fonte
dessa Corrupção e ruína, que há muito deveriam
estar selados em sua prisão. Algo de muito errado
está acontecendo com o mundo e cabe ao discípulo
de Anárien, o último dos Magi, convocar uma nova
geração de heróis para proteger Sempreterna.
Estilo de Jogo: “Controller”
Pharanor é um herói que possui um estilo de jogo que controla os
08
 inimigos no campo de batalha. Sua capacidade de dano baseia-se em nesse mesmo alvo. Após isso, cure 1 ponto de Vigor de um alvo.
seus ataques mágicos e sua capacidade de aplicar diversas condições
Clarividência (x03): carta
aos seus alvos. Seu conjunto de habilidades faz com que Pharanor seja
de utilidade. Compre 2 cartas
uma das únicas classes a conseguir recuperar constantemente cartas de
de seu baralho e receba 1 ação
sua pilha de descarte, inclusive cartas Assinatura.
extra.
Ao jogar com Pharanor, tenha em mente que você constantemente
Proteção Arcana (x01):
deverá buscar cartas em sua pilha de descarte por meio de suas
carta de defesa. Aplique 3
habilidades passivas, montando combos de cartas que lhe concedam
escudos em um alvo e compre 1
várias ações em um só turno.
carta de seu baralho.
Além disso, mantenha sempre em mente que seu objetivo é aplicar
Velocidade (x01): carta
a maior quantidade de condições em seus alvos, procurando encaixar
de utilidade. Compre 1 carta
grandes combos em sua mão e, claro, em aproveitar ao máximo a
de seu baralho e receba 2
interação entre as condições elementais disponíveis em seu baralho.
ações extras.
Cartas do Baralho Recuperação Arcana (x01): carta de utilidade.
Compre 3 cartas de seu baralho.
Mãos Flamejantes (x02): carta de
ataque. Ataque com 2 dados de dano
físico e aplique a condição Fogo nesse
mesmo alvo.
Cartas Assinaturas
Rajada de Gelo (x02): carta de Cone Prismático (x01): para cada alvo em jogo, inflija 1 condição
ataque. Inflija 2 pontos de dano mágico e elemental à sua escolha.
aplique a condição Gelo nesse mesmo alvo. Chuva de Meteoros (x01): O Alvo principal sofre 2 dados de
Mísseis Mágicos (x02): carta dano e os demais alvos sofrem 1 ferimento. Todos os alvos afetados
de ataque. Inflija 2 pontos de sofrem a condição fogo.
dano mágico e receba uma ação Parar o Tempo (x01): Faça 3 jogadas. Cartas de ação extra não
extra. tem efeito. Seus alvos não podem revidar caso sejam atacados.
Névoa Tóxica (x01): carta de Transferir Vigor (x01): Troque os PV de dois alvos, no máximo de
ataque. Ataque com 2 dados de dano 4 pontos trocados entre Criaturas e 6 entre Chefes/Heróis (pvp). Os
físico e aplique a condição Veneno valores resultantes não podem exceder o vigor máximo dos alvos.
nesse mesmo alvo.
Descarga Arcana (x01): carta de ataque. Ataque Subclasses
com 3 dados de dano físico em seu alvo.
Ao seguir pela história como Pharanor, você encontrará e
Toque Vampírico (x01): carta de enfrentará uma das mais poderosas magas de Sempreterna: Gwenivere.
cura. Cure 2 pontos de Vigor de um De acordo com suas escolhas nesse momento do jogo, você escolherá
alvo e aplique a condição Sangrando qual caminho irá trilhar em sua jornada: o caminho da Purificação, se
em um alvo. tornando um Arcanista ou o caminho da Corrupção, se tornando um
Enervação (x01): carta de utilidade. Necromante.
Inflija 1 ponto de dano mágico em seu
alvo e aplique a condição Atordoado

09
 ARCANISTA
Ao seguir o caminho da Purificação, Pharanor terá acesso à
totalidade do poder dos grandes Arquimagi e poderá controlar
todos os elementos da natureza com facilidade. Sendo o último dos
guardiões de Sempreterna, Pharanor carregará consigo o legado de
uma ordem de protetores que foi os responsável pela oposição à onda
de ruína trazida pela Corrupção.
Nessa subclasse, Pharanor terá acesso a uma nova habilidade
passiva que se somará às suas habilidades normais, além de acessar 2
novas cartas Assinatura.
Habilidade Passiva: descarte 1 carta para encantar 1 ataque
com mais uma condição ou trocar a condição de 1 ataque seu. Você
ganha acesso aos elementos de vento e trovão.
Novas Cartas Assinatura
Aura Arcana: mantenha essa carta ativa. Você pode ter somente 1
carta de aura ativa. Gatilho: Um aliado realiza um ataque. Reação:
Descarte 1 carta qualquer e troque o número de dados de ataque da
carta do alvo e aplique esse número como dano mágico.
Aura Elemental: mantenha essa carta ativa. Você pode ter somente
1 carta de aura ativa. A cada 2 condições elementais aplicadas, sua
próxima carta elemental aplicará a condição em todos os demais alvos
na mesa.
Gëlien, o Fugitivo de Aliel
Gëlien clama ser apenas um dos vários patrulheiros das Florestas
Profundas e do Círculo Druídico dos Vaniel, mas a verdade por trás
do sorriso maroto, do jeito despojado e da postura descarada é que
Gëlien carrega um grande dilema consigo. Logo quando nasceu,
Gëlien fora abandonado nas regiões mais remotas de Aliel (como os
elfos chamam as Florestas Profundas) e foi criado por uma loba a quem
ele mesmo chamou apenas de Nina.
Após anos vagando pela floresta e aprendendo a viver e caçar a
loba Nina, Gëlien acaba sendo encontrado por uma druida chamada
NECROMANTE
Ao trilhar pelo caminho da Corrupção, Pharanor aprenderá a
manipular a energia diretamente do Abismo. Poucos se arriscaram
por esse caminho. Manipulando a magia arcana e divina, Pharanor se
tornará um escolhido da deusa e senhora da morte, Demiel, trazendo
um fim para aqueles que estão sujeitos às forças da Corrupção.
Nessa subclasse, Pharanor terá acesso a uma nova habilidade
passiva que se somará às suas habilidades normais, além de acessar 2
novas cartas Assinatura.
Habilidade Passiva: ao derrotar um alvo, consuma sua essência.
Gaste 1 ação para invocar 1 Esqueleto por essência para lhe servir
(máximo de 2 esqueletos). Gaste 1 ação para escolher atacar ou
defender com o esqueleto selecionado.
Novas Cartas Assinatura
Maldição: Podridão: mantenha essa carta ativa. Você pode ter
somente 1 carta de maldição ativa. Marque um alvo. Enquanto o alvo
estiver de pé, a condição Sangrando dura indefinidamente naquele
alvo.
Maldição: Pestilência: mantenha essa carta ativa. Você pode ter
somente 1 carta de maldição ativa. Marque um alvo. Enquanto o
alvo estiver de pé, a condição Veneno inflige 1 ponto extra de dano
naquele alvo.
Marzak. Inicialmente, ele se assusta pelo fato de a druida ser uma orc
mas como sua loba parece ter algum tipo de sintonia com a estranha,
logo ele baixa a guarda e se dispõe a conversar e conhecê-la. Marzak,
então, explica ser uma enviada do Círculo Druídico e convida Gëlien
para treinar sob sua tutela, a fim de se tornar um Patrulheiro de Aliel,
uma casta de poderosos guerreiros abençoados por Tawartári, a Deusa
das Florestas e da magia primal. Gëlien aceita o convite pois sente que
sua vida precisa de algum objetivo, e talvez os tais druidas pudessem
ajudá-lo nisso.
Os anos se passam, e Marzak e Gëlien desenvolvem uma relação
muito mais intensa do que apenas tutora e aluno. Os dois sentiam-se
genuinamente conectados e chegaram a formar uma das duplas mais
eficientes de todo o Círculo Druídico. Mas tudo isso, infelizmente,
estaria para mudar.
10
 Seguindo em seu treinamento, Gëlien acaba tendo acesso à
pergaminhos antigos dos Arquidruidas, que relatavam o evento da
Noite Eterna conhecido como o “Expurgo da Lua Carmesim”, que
contavam sobre o nascimento de uma criança destinada a ser a
chave para que o Abismo se fundisse ao mundo material. Essa criança
carregaria os traços da influência da Corrupção em Sempreterna:
cabelo lilás, pele escura e olhos roxos. Todos os elfos de Sempreterna
possuíam os cabelos e olhos pretos e ficou bem claro naquele momento
para Gëlien que a profecia regia sobre ele. Esse que com certeza fora o
motivo de ter sido abandonado ainda recém-nascido.
Gëlien imediatamente busca pela ajuda de Marzak,
revelando para ela o conteúdo do pergaminho selado. Com
pesar, a druida conta para ele que já sabia disso. Disso e
de muito mais. Foi ela quem o arrancou de seus pais e o
levou para os confins das Floresta Profundas. E que cabia
a ela, por ordem da Arquidruida
Orianna, eliminar a criança da
profecia. Mas ela não conseguiu.
O amor que sentiu por aquele
bebê fez com que a druida rogasse por
ajuda da deusa Tawartári e pelos espíritos
guardiões, os Akari. Então, o poderoso
Ter’Rah - o Akari protetor das florestas,
manifestou-se quando as lágrimas da druida
tocaram o solo de Aliel. Marzak implorou por
ajuda do guardião, e dele formou-se uma
criatura majestosa de pura luz que aos poucos
se reduziu à forma de uma loba.
Assim, Marzak sabendo que o jovem estaria
seguro, abandona o recém-nascido em companhia
da loba e parte de volta aos Vaniel para encarar seu
castigo junto aos Arquidruidas. Os anos então se passaram,
e o remorso e o amor impeliram Marzak a rastrear o agora
crescido e belo Gëlien, de forma a trazê-lo para junto de si
e mantê-lo sob sua guarda e tutela.
Gëlien fica estarrecido com toda a história. Em um rompante de
ódio, dispara uma flecha contra a druida, que corta seu rosto e se
crava na árvore atrás dela. O elfo, então, vira as costas para Marzak
e com uma voz embargada de ressentimento e frieza, afirma que ele
fugirá dos Vaniel e descobrirá por contra própria se ele é ou não o que
a profecia dizia. Marzak então também lhe dá as costas e, escondendo
suas lágrimas, arranca a flecha do tronco e ordena que ele permaneça:
11
caso ele realmente fuja, ela pessoalmente irá caçá-lo até os confins
de Sempreterna. Quando se vira, Marzak apenas vê a loba sentada
e nenhum sinal do elfo de olhos roxos. Marzak e aproxima de Nina,
acaricia a cabeça da loba e sopra algo em seu ouvido. Prontamente a
loba sai correndo floresta adentro e o que resta daquilo tudo é apenas
uma ponta de flecha quebrada na mão da druida...
Estilo de Jogo: “Carry”
Gëlien é um herói que possui um estilo de jogo focado em grande
quantidade de dano físico. Sua maior diferença em relação às
outras classes se dá pelo fato de sua companheira animal, Nina,
também poder atacar. Várias cartas de seu baralho possuem
efeitos para as ações de Gëlien e para a ação de Nina. Além
das duas ações padrões do Gëlien, Nina também ganha 1
ponto de ação que pode ser usado somente mediante
o atendimento de condições específicas,
descritas a seguir.
Ela pode usar sua ação para que
as cartas do baralho de Gëlien que
contenham o símbolo de garra
possam efetivamente dar o dano
total da carta. Mas isso não significa
que Nina pode usar sua ação para
comprar cartas ou , de alguma forma,
garantir ações extras para Gëlien. As
ações de Nina servem exclusivamente para
que os ataques que possuem um símbolo
de garra sejam contabilizados no cálculo do
dano infligido. Isso significa que habilidades
que concedam vantagem ou desvantagem
para Gëlien não são aplicáveis a Nina. Nesse
sentido, os ataques de Nina estão sujeitos às
condições aplicadas a ela.
Cartas de compra, cura, escudo e ação
extra não podem ser utilizadas consumindo a ação de Nina, mas ela
pode ser alvo de cartas de escudo e cura. Além disso, vantagens e
desvantagens são tratadas de maneira independente de Gëlien,
ou seja, existirão momentos em que Gëlien poderá receber uma
desvantagem e Nina poderá receber uma vantagem.
Caso você já tenha gasto a ação de Nina e ainda queira baixar outra
carta que também contenha ações com a simbologia dela, a parte da
carta que diz respeito a ela, não terá efeito, portanto administre bem Garras Venenosas (x02): carta
seu uso de ações pois elas não são intercambiáveis. de ataque/defesa. Aplique a condição
Nina não é considerada um herói, mas pode ser considerada como veneno em 1 alvo. Utilizando a ação de
um aliado ou até como uma criatura. Isso significa que ataques cuja Nina, ataque o mesmo alvo com 1 dado
descrição de alvo contenha a palavra-chave “herói” não a afetam, mas de dano físico.
ataques em área podem afetá-la, além de que ela também está sujeita Camuflagem (x01): carta
a todas as condições presentes no jogo. de cura. Cure 2 pontos de
Quando Gëlien cai exausto, Nina ainda pode executar sua 1 Ação vigor de um alvo e compre 1
para baixar suas cartas de ataque (perdendo o feito de qualquer outro carta do seu baralho.
símbolo presente na carta). Se, por algum motivo, Nina ficar exausta, Defesa Animal (x02): carta
a mesma métrica de Exaustão é aplicada sobre ela, ou seja, se Nina de ataque/defesa. Aplique 1
entrar em Exaustão, Gëlien perderá 1 nível, e ela ficará 1 rodada escudo em 1 alvo. Utilizando a
inteira sem poder jogar e voltará somente na próxima rodada com 2 ação de Nina, ataque com 2 dados de dano físico.
pontos de Vigor.
Sacar Armas (x01): carta
Além disso tudo, mantenha em mente que seu foco será sempre
de ataque. Ataque com 2
“buffar” o máximo possível sua companheira animal. Portanto,
dados de dano físico e compre
mantenha sempre escudos sobre ela, já que sua fonte de dano é
1 carta do seu baralho.
majoritariamente ela.
Flecha Seguidora (x01):
Outra mecânica exclusiva de Gëlien são as suas Marcas do Caçador.
carta de ataque. Ataque
Através dessas marcações, Gëlien poderá infligir mais dano em seus
infligindo 2 pontos de dano
alvos, então sempre mantenha-os marcados durante a maior parte do
mágico em um alvo e receba 1 ação extra.
tempo. Com o tempo, Nina ganhará a capacidade de revidar golpes,
além de receber mais pontos de Vigor e escudos sempre ativos, que, Inimigo Favorito (x01):
juntamente com a versatilidade do uso de seu poder, a faz uma parte carta de ataque. Ataque com
fundamental do estilo de jogo desse herói. Portanto, proteja-a e 1 dado de dano físico e receba
maximize seu uso extraindo o máximo de sua companheira animal. 1 ação extra. Utilizando a ação de Nina
ataque com 1 dado de dano físico.
Cartas do Baralho Defesa do Caçador (x01): carta de
defesa. Aplique 3 escudos em um alvo.
Ataque Coordenado
(x01): carta de ataque. Estudar Caçada(x01):
Ataque com 1 dado de dano carta de utilidade. Compre 1
físico. Utilizando a ação de Nina, ataque com 1 dado de dano físico. carta de seu baralho e receba
1 ação extra.
Emboscada (x02): carta
de ataque. Ataque com
2 dados de dano físico.
Cartas Assinatura
Utilizando a ação de Nina, ataque com 2 dados de dano físico. Sintonia Feral (x01): Gatilho: você é o Herói Ativo. Reação: sem
Flecha de Gelo (x03): carta de custo de ação, equipe essa carta em Nina. Até ela ser exausta, ela
ataque. Ataque com 2 dados de dano recebe +1 para ataques e defesas.
físico e aplique a condição Gelo nesse Comandar Investida (x01): Use a ação de Nina para quebrar
mesmo alvo. todos os escudos de um alvo (em criaturas, anule-os por 1 round).

12
 Então, inflija 2 ferimentos em seu alvo.
Consciência Primal (x01): Gatilho: um alvo sofre 1 condição.
Reação: remova todas as condições desse alvo (menos Corrupção).
Por 1 turno, todos os ataques feitos contra ele são rolados com
desvantagem.
Chuva de Flechas (x01): realize um ataque com 2 dados em todos
os alvos e aplique neles a Marca do Caçador (essa marca acumula com
a sua habilidade passiva). O próximo ataque não defendido por um
alvo marcado, inflige 1 ferimento extra.
Subclasses
Ao seguir pela história como Gëlien, você encontrará e enfrentará
Nahla, a Guardiã. Esse encontro exigirá de Gëlien uma grande decisão
a ser tomada. De acordo com suas escolhas nesse momento do jogo,
você escolherá qual caminho irá trilhar em sua jornada: o caminho da
Purificação, se tornando um Guardião ou o caminho da Corrupção, se
tornando um Vingador.
GUARDIÃO
Ao seguir o caminho da Purificação, Gëlien e Nina irão aprimorar
a sua conexão ao aceitar o passado que o atormenta desde sua
juventude. Ambos recordarão a origem da loba de Aliel e a partir
da sua escolha, lutarão como uma só mente, compartilhando seus
sentidos e pensamentos. Nina passará a ser uma extensão do corpo e
consciência de Gëlien, possibilitando que ele se torne um verdadeiro
Guardião das terras de Aliel.
Nessa subclasse, Gëlien terá acesso a uma nova habilidade passiva
que se somará às suas habilidades normais, além de acessar 2 novas
cartas Assinatura.
Habilidade Passiva: agora você luta montado em Nina. Uma vez
por turno, descarte 1 carta e use a ação de Nina para que ela execute
1 ataque com 4 dados de dano. Se esse ataque causar ferimentos,
Gëlien recebe 1 ação extra.
Novas Cartas Assinatura
Comando: Morder e Agarrar: mantenha essa carta ativa. Você
pode ter somente 1 carta de comando ativa. Ao realizar um ataque
com a Nina e causar ferimentos, em seu próximo turno você pode
trocar o alvo de posição usando a ação de Nina. Ao fazer isso, tenha
13
vantagem ao atacar o alvo.
Comando: Carga: mantenha essa carta ativa. Você pode ter
somente 1 carta de comando ativa. Ao realizar um ataque com Nina
e obter 1 dado purificado, sacrifique esse dado para quebrar 1 escudo
de seu alvo.
VINGADOR
Ao trilhar pelo caminho da Corrupção, Gëlien não conseguirá se
livrar do remorso e do rancor que ferem seu coração. Para que ele não
caia em um abismo de ódio, Nina se sacrificará deixando-se tomar
pela Corrupção, lavando a alma de seu grande companheiro. Mas o
sacrifício da loba servirá apenas para redirecionar o ódio do coração
do elfo. Como um agente soturno do deus Quingatar, Gëlien caçará
e punirá as trevas alimentando-se da própria ruína que ele deixa em
seu rastro.
Nessa subclasse, Gëlien terá acesso a uma nova habilidade passiva
que se somará às suas habilidades normais, além de acessar 2 novas
cartas Assinatura.
Habilidade Passiva: Nina torna-se um espectro corrompido.
Ela não rola mais os dados para atacar pois seus ataques passam a
ser mágicos e infligem 1 Corrupção no alvo. Quaisquer cartas que
concedam aumento de dano, vantagem ou desvantagem não têm
mais efeito sobre ela. Quando ela entra em Exaustão, Gëlien recebe 1
dado de dano adicional em todas as suas cartas de ataque.
Novas Cartas Assinatura
Marca Implacável: mantenha essa carta ativa. Você pode ter
somente 1 carta de marca ativa. Sua marca agora consome 1 ação,
mas aumenta em 1 dado o dano infligido e concede vantagem em 1
ataque realizado contra o alvo até o fim do turno.
Marca da Retaliação: mantenha essa carta ativa. Você pode
ter somente 1 carta de marca ativa. Como uma reação você pode
direcionar qualquer ataque para a Nina um número de vezes igual a
metade do seu nível (mínimo 1).

Artan, o Renegado
Artan não é um paladino como aqueles cavaleiros honrados
de armadura brilhante e cavalo branco dos contos das crianças de
Sempreterna.
Artan passou sua vida inteira renegando o chamado
dos deuses em seu peito por não se sentir capaz de
atendê-lo. Desde criança, ele ouvia o chamado dos
deuses, cada vez mais forte e mais presente em sua
dia a dia.
Por anos, Artan tentou ignorar
as vozes que o comandavam. Ele foi
privado de uma vida normal como as
demais crianças de Kephyr, privado
de sua intimidade e privado até
de seu sono, fazendo com
que seus pensamentos
se perdessem e se
misturassem com os
desígnios dos deuses.
Constantemente, Artan se via andando
normalmente pelas vielas de sua cidade
e, de repente, tudo se tornava vermelho
aos seus olhos. E quando ele recuperava a
consciência, lá estava ele, novamente com as
mãos banhadas em sangue e bandidos caídos à
sua frente suplicando de joelhos pelas suas vidas.
Seu senso de justiça deturpado, em sua mente
açoitada pelas vontades dos deuses, a cada dia
ia se deformando cada vez mais e mais.
Afogando a urgência por essa justiça quebrada
que corria em suas veias com muita bebida e
amargura, Artan afastou tudo e todos que
amava se tornando um pedinte, um pária
largado às margens da sociedade de Kephyr.
Infelizmente, mendigos não são bem-vindos na capital do
comércio, e após ser expulso da cidade pelos guardas, Artan passou a
rumar para o leste.
Mas todos os anos em que abusou da bebida para calar as vozes
dos deuses que ressoavam em sua cabeça além das privações de água
e alimentos, fizeram com que o grande homem caísse, pequeno e
desnutrido, pela estrada próximo à pequena vila de Anhill.
Ironia ou destino, Artan foi resgatado por
uma jovem moça chamada Iris e sua filha,
Lily, devotas do deus Ancale, pai dos deuses.
Por semanas elas cuidaram das suas feridas e o
alimentaram até que ele tivesse forças para se erguer
novamente.
Como forma de gratidão, Artan passou a trabalhar nos
campos durante a colheita da cevada, ajudando mãe e filha com
o pouco dinheiro que ganhava.
Mas o chamado divino era incessante e cruel para a
mente quebrada de Artan. As vozes dos deuses o ordenavam
constantemente. Aquilo era excruciante, uma tormenta sem
fim.
Aquilo precisava parar.
E durante a pequena e humilde festa da colheita
organizada em Anhill graças à boa safra daquele ano,
Artan se entregou novamente ao vício da bebida
como forma de calar as vozes que o atormentavam.
Tudo aconteceu muito rápido.
Enquanto Artan estava jogado próximo
ao poço da cidade, afogado em cerveja
em uma sarjeta, ele começou a ouvir
os gritos de horror e desespero que
passariam a atormentá-lo pelo
resto de sua vida, martelando seus
sonhos e sua consciência.
Ele se ergueu, ou tentou, pelo
menos. Mas sem muito sucesso. Então
foi cambaleando e se arrastando até a
casa de Iris, mas acabou caindo em
alguma sarjeta devido ao torpor da bebida.
Na manhã seguinte, quando os raios de sol começaram a
esquentar seu rosto, Artan ergueu-se para uma imagem que ficaria
impressa para sempre em sua mente.
A Corrupção havia tomado a vila e a vida de todos ao seu redor.
14
 Todos menos ele. Tudo ao seu redor havia sido consumido, pervertido Vingança (x03): carta de ataque.
e destruído pela Corrupção. Tudo menos ele. Ataque com 4 dados de dano físico e
Sua cabeça zumbia como nunca, suas mãos tremiam quando ele aplique a condição Corrupção no alvo
tocou o rosto gélido da pequena Lily envolta nos braços de Iris. O desse ataque.
coração disparado, o suor escorria pela nuca, os pelos eriçados pelo Redenção (x03): carta de cura. Cure
vento fresco da manhã. E tudo, tudo, de repente se calou. Uma calma 2 pontos de vigor de um alvo e aplique
e uma frieza tomaram o coração e invadiram a mente de Artan. a condição Purificação em qualquer alvo.
Silêncio. Canalizar Ataque (x01): carta de ataque/
Algo que ele nunca havia experimentado. Um silêncio ensurdecedor defesa. Ataque com 2 dados de dano físico. Se
tomou conta da sua cabeça e, desde aquele dia, ele passou a rumar estiver com sua Aura de Redenção
novamente ao leste, sempre ao leste, em direção à Kalahad, atraído ativada, cure um alvo em 2 pontos
por algo que emanava de lá. de vigor. Se estiver com sua Aura
de Vingança ativada, some uma
Estilo de Jogo: “Carry” espada ao resultado dos dados do ataque realizado.
Proteção Divina (x01): carta
Artan é um herói que possui um sistema único de auras que
de escudo. Aplique 2 escudos
modificam suas cartas. Dependendo da aura que estiver ativa, o
em um alvo e compre 1 carta do
paladino pode ter acesso a uma configuração de baralho mais ofensiva
baralho.
ou mais defensiva e estratégica.
Conhecer e entender a mecânica de auras, como elas alteram o
Implacável (x01): carta de
ataque/utilidade. Se estiver com
estilo de jogo desse herói e como suas habilidades passivas também
sua Aura de Redenção ativada,
se aprimoram conforme ele ganha níveis, é essencial para um jogador
receba 3 ações extras. Se estiver
que queira se arriscar nesse personagem.
com sua Aura de Vingança ativada, ataque com 3 dados de dano físico.
O paladino não é uma classe aconselhada para jogadores iniciantes
por exigir que o jogador conheça com detalhes as mecânicas do jogo, Medo (x01): carta de ataque. Ataque com 2
mas se torna uma classe extremamente versátil quando utilizada de dados de dano físico. Se estiver com sua Aura de
forma a aproveitar toda sua capacidade. Redenção ativada, aplique a condição atordoado
no mesmo alvo. Se estiver com sua Aura de
Além disso, tenha sempre em mente que seu objetivo é alternar Vingança ativada, aplique a condição gelo no
constantemente sua aura ativa de forma a maximizar seu dano e suas mesmo alvo.
demais capacidade de cura e defesa, trazendo grande versatilidade
para seu grupo. Consagração (x02): carta de ataque. Aplique a
condição Purificação em um alvo. Se estiver com sua
Cartas do Baralho Aura de Redenção ativada, aplique a condição
trovão em qualquer alvo. Se estiver com sua Aura
Punição Divina (x01): carta de ataque. de Vingança ativada, aplique a condição fogo em
Ataque com 2 dados de dano físico. Se estiver qualquer alvo.
com sua Aura de Redenção ativada, Sentinela (x01): carta de defesa.
aplique a condição Sangrando em seu Aplique 3 escudos em um alvo e
alvo. Se estiver com sua Aura de Vingança receba 2 ações extras.
ativada, adicione uma espada ao resultado
dos dados do ataque realizado.

15
Halo Sagrado (x01): carta de
cura/utilidade. Se estiver com sua
Aura de Redenção ativada, cure
um alvo em 3 pontos de vigor. Se estiver com sua Aura de Vingança
ativada, compre 2 cartas do seu baralho.
Caminho do Justo (x01): carta
de defesa/utilidade. Se estiver com
sua Aura de Redenção ativada,
aplique 3 escudos em um alvo. Se estiver com sua Aura de Vingança
ativada, receba 2 ações extras.
Cartas Assinatura
Absorver Corrupção (x01): extraia a Corrupção de um alvo e
aplique-a em você. Em aliados, cure-os 3 pontos de vigor. Em inimigos,
inflija 3 ferimentos.
Cura pelas Mãos (x01): cure até 5 pontos de vigor de um ou mais
aliados. Você pode distribuir esses pontos como quiser. Se aplicado
somente em você, ao invés de curar, remove toda sua Corrupção.
Compelir Duelo (x01): Gatilho: um alvo realiza um ataque.
Reação: aplique Corrupção sobre o alvo que realizou um ataque. Até
você ou ele serem derrotados, todos ataques realizados por ele são
direcionados a você e rolados com desvantagem.
Purgar Corrupção (x01): Gatilho: um alvo foi corrompido ou
purificado. Reação: remova totalmente essa condição desse alvo. Até
o fim de seu turno, todos os seus ataques são rolados com vantagem.
Subclasses
Ao seguir pela história como Artan, você encontrará e enfrentará
Nahla, Paladina de Valatar. Pouco se sabe sobre essa paladina e muito
menos sobre seu deus (Valatar). Não há escritos sobre essa divindade e
sobre sua posição no panteão dos deuses criadores, apenas uma antiga
tradição oral passada entre os anciões do antigo mundo de Anorea.
Sabe-se apenas que Nahla foi uma poderosa heroína que caminhava
em paz na linha tênue entre luz e escuridão, um bastião da penumbra.
Esse encontro fará Artan conhecer mais sobre a razão do seu
chamado, e ele deverá escolher um caminho a seguir. De acordo com
suas escolhas nesse momento do jogo, você escolherá qual caminho
irá trilhar em sua jornada: o caminho da Purificação, se tornando um
Cavaleiro ou o caminho da Corrupção, se tornando um Algoz.
CAVALEIRO
Ao seguir o caminho da Purificação, Artan purgará todo o ódio e
ressentimento do seu coração, deixando-se tomar pela palavra e pelo
chamado de Ancale, o Pai da Alvorada. Tornando uma extensão de
sua vontade, Artan purgará as trevas que se rastejam pelo continente
de Khelinor. Carregando em si uma parte da chama da criação, o
paladino de Ancale queimará tudo em seu caminho, desde que seja
essa a vontade do Pai-de-Todos.
Nessa subclasse, Artan terá acesso a uma nova habilidade passiva
que se somará às suas habilidades normais, além de acessar 2 novas
cartas Assinatura.
Habilidade Passiva: Você se torna imune à Corrupção. Ao curar
um alvo, remova toda a condição de Corrupção e aplique 1 condição
de fogo para cada condição de Corrupção removida.
Novas Cartas Assinatura
Aparar Ataque: Gatilho: um aliado sofre um ataque. Reação: anule
completamente o ataque e aplique Atordoado no atacante.
Compelir Ataque: Gatilho: um aliado é purificado. Reação: ative
o aliado e realize um ataque com uma carta da mão dele (menos
assinatura; cartas com ação extra não se beneficiam desse efeito). Esse
ataque é rolado com vantagem.
ALGOZ
Ao trilhar pelo caminho da Corrupção, Artan abraçará as trevas
que crescem dentro dele. Entregando seu coração e sua espada
ao misterioso deus Valatar, o paladino se alimentará da Corrupção
aumentando seu próprio poder com isso. Mas, ao subverter as trevas a
sua vontade demandará sacrifícios do paladino: sua vida e sua sanidade
mental. Artan carregará em si o legado de uma entidade misteriosa
que emana uma força gêmea à Ancale, o Pai da Alvorada. Agora, o
paladino carregará em si o chamado de Valatar, o Pai do Crepúsculo.
Nessa subclasse, Artan terá acesso a uma nova habilidade passiva
que se somará às suas habilidades normais, além de acessar 2 novas
cartas Assinatura.
Habilidade Passiva: Corrupção e Purificação têm efeito
inverso em você, porém, no início de todo turno em que você esteja
corrompido, você: ou perde seu nível de corrupção em pontos de
16
 Vigor ou realiza um ataque de 2 dados contra um aliado.
Novas Cartas Assinatura
Tormenta: todos os aliados atacam com desvantagem até seu
próximo turno. Para cada aliado nessa condição, aumente em 1 dado
o dano de uma carta em sua mão e jogue-a imediatamente.
Tainara, a filha de Nahaat
Tainara Yamandú é uma monja nascida na região de Nahaat, as
Florestas do Sol, que fica aos pés das montanhas de Kronengrak.
Tainara e Tesser cresceram juntas, e desde pequenas criaram uma
relação especial e de profunda ligação que poucos entendiam.
Quando as duas atingiram a idade
em que, segundo os costumes de suas
tribos, deveriam escolher os caminhos
que deveriam trilhar, foi com muito
sofrimento que Tesser rumou para os
mosteiros em Kronengrak, enquanto
Tainara decidiu tornar-se uma monja em sua
vila.
Logo no início de seu treinamento, Tainara
mostrou muita aptidão para os estudos dos antigos
manuscritos da ordem monástica de Nahaat.
Ela aprendeu com certa facilidade a realizar a
canalização da energia interior, o Chi, de forma a
moldá-la e utilizá-la ao seu favor em combate. Devido
ao seu autocontrole e sua resiliência moral, Tainara logo
se mostrou uma forte candidata à posição de Sypave - Mãe do
Povo - a posição máxima das guerreiras do povo de Nahaat.
Tainara logo aprendeu, juntamente com a manipulação do
Chi, a canalização das forças naturais de cada um dos quatro
Akari, os 4 espíritos guardiões do mundo de Sempreterna.
Através do poder deles, ela conseguia utilizar a magia elemental
durante seu treinamento. O exaustivo treinamento lhe concedeu
uma resistência física incrível além de uma estamina fora do normal,
17
Golpe Abissal: em um alvo com Corrupção, aplique um golpe
com o número de dados igual ao nível de Corrupção do alvo como
dano mágico. Para cada dado rolado, você e seus aliados sofrem,
coletivamente, 1 ponto de ferimento.
mesmo quando comparada com as demais candidatas a Sypave.
O treinamento era excruciante. Tudo pelo que ela passou lhe
dava razões para desistir. Ou quase tudo, se não fosse por uma certa
promessa feita por juras ofegantes em uma noite quente de verão
em Nahaat, mais de 5 anos atrás. Isso era algo gravado na mente de
Tainara, como fosse esculpido em mármore.
E foi então que houve a grande invasão das Crias das Trevas.
Não se sabe ao certo de onde elas vieram, ou
porque elas vieram. Mas a Corrupção avançava
vorazmente, devorando a natureza e
consumindo toda a vida em seu caminho.
Quando as criaturas corrompidas invadiram
a grande vila em Nahaat, o povo de Tainara
foi pego desprevenido. Os guerreiros e as guerreiras
estavam combatendo mais ao norte no momento que
uma verdadeira explosão de ruína e destruição tomou
parte da vila principal. Fendas eram abertas no tecido da
realidade, fazendo brotar seres horrendos e indescritíveis
de locais que emanavam puro ódio e terror. As criaturas
devoravam e mutilavam as crianças e os idosos que corriam
em desespero.
Mas esse horror não foi capaz de quebrar a mente
treinada e afiada de Tainara. Ela lutou até seu limite, e mesmo
quando outras guerreiras caíram, ela se manteve de pé. Até
quando foi cercada pelas criaturas horrendas e teve seu corpo
rasgado e maculado pela Corrupção, o espírito e a força de
vontade de Tainara se mantiveram inabaladas graças à sua fibra
moral e ao amor que nutriam a sua alma.
Uma grande noite sem fim, iluminada por uma lua de
sangue, se lançou sobre Nahaat enquanto até mesmo os clérigos
que desciam do Mosteiro de Kronengrak eram devorados pela
ruína da Corrupção. E foi nesse momento que um rompante de
luz explodiu no grande mosteiro e se alastrou como uma onda de Punho Trovejante (x02): carta de
choque e calor que calcinava as crias das trevas. Ao receber o impacto, ataque. Ataque com 2 dados de dano
Tainara conectou-se imediatamente com a fonte de tanta energia. E físico e aplique a condição Trovão no
essa conexão despertou em Tainara um poder latente que passou a mesmo alvo.
ressonar com a fonte original como um farol que se conectava a outro
Chute Ciclone (x01): carta de ataque.
em uma escuridão infinda.
Ataque com 3 dados de dano físico e
A noite sangrenta cessou, as criaturas das trevas foram expurgadas aplique a condição Vento no mesmo alvo.
e as poucas vidas restantes de seu povo, salvas. E nisso tudo, em
Golpe Atordoante (x01): carta de
todo caos e sofrimento, erguia-se ao horizonte e caminhava pelas
ataque. Ataque com 3 dados de dano
terras destruídas uma figura de pura luz e calor. Uma figura que
físico e aplique a condição Atordoado no
representava a própria deusa Üiala, mas que para Tainara, acima de
mesmo alvo.
tudo, representava a concretização de uma preciosa promessa.
Alma Adiamantada (x01):
Estilo de Jogo: “Carry/Suporte” carta de defesa. Aplique 3 escudos
em um alvo. Após isso, escolha um
Tainara é uma heroína que possui um estilo de jogo que se molda alvo e cure-o em 1 ponto de Vigor.
de acordo com a necessidade do grupo. Isso é possível devido aos
Serenidade (x02): carta de
seus mantras que focam em: ataque, cura e defesa. A mecânica de
defesa. Aplique 1 escudo em um
Tainara depende exclusivamente de seus pontos de Chi, que devem
alvo. Após isso, escolha um alvo e
ser controlados em seu playmat. Ao acumular Chi suficiente, a monja
cure-o em 2 pontos de Vigor.
pode executar grande parte das suas habilidades especiais tais como
sua principal habilidade passiva: a rajada de golpes. Barreira Ártica (x01): carta de defesa.
Aplique 2 escudos em um alvo e a condição
Tainara não é uma personagem aconselhada para iniciantes, pois
Gelo em qualquer alvo.
depende de uma experiente compreensão das mecânicas de ataque,
defesa e cura presentes no jogo. Ao jogar com Tainara, procure Palma Vibratória (x01): carta de ataque.
identificar a necessidade do seu grupo, e o mais rápido possível ativar o Inflija 2 pontos de ataque mágico ao alvo.
mantra referente ao estilo de jogo que você pretende seguir. A grande
Pureza Corporal (x02): carta de
vantagem dessa heroína é que, a qualquer momento, você pode
cura. Cure 2 pontos de Vigor de um alvo
alterar completamente seu estilo de jogo simplesmente alterando sua
e imponha a condição Purificação em um
carta de mantra e seu estilo de combate.
alvo qualquer.
Além disso, mantenha sempre em mente que sua personagem
Meditação(x01): carta de utilidade. Compre 3
depende muito da acumulação de Chi, mas não seja muito conservador
cartas do seu baralho.
com essa reserva de pontos, pois tanto em Descansos Longos quanto
Curtos ela é perdida. Acumule e use de acordo com sua estratégia, Canalizar Chi (x01): carta de
lembrando que seu time precisará de você como suporte e como fonte utilidade. Cure 1 ponto de Vigor
de dano durante o combate! de um alvo e compre 2 cartas de
seu baralho.
Cartas do Baralho
Cartas Assinaturas
Palma Explosiva (x03): carta de
ataque. Ataque com 2 dados de dano Ofensiva dos 5 Punhos (x01): gaste 1 ponto de Chi por dado
físico e aplique a condição Fogo no alvo. de dano e realize um ataque com o total de dados acumulados (esse

18
 ataque não gera pontos de Chi). Você pode distribuir cada um desses
dados de dano por 1 ou mais alvos.
Mantra da Cura (x01): ao baixar essa carta, descarte qualquer
carta de mantra ativa e distribua 4 pontos de cura entre seus aliados.
Após isso, enquanto esse mantra estiver ativo, gaste 2 pontos de Chi
para curar 1 ponto de Vigor de qualquer alvo.
Mantra da Proteção (x01): ao baixar essa carta, descarte
qualquer carta de mantra ativa e conceda 1 escudo para cada aliado
seu (incluindo você). Após isso, receba 1 ponto de Chi por ponto de
escudo utilizado ao defender um ataque.
Mantra da Retaliação (x01): ao ativar essa carta, descarte
qualquer carta de mantra ativa e realize um ataque de 3 dados (esse
ataque não acumula Chi). Após isso, uma vez por rodada, ao receber 1
ataque, como uma reação, revide com 2 dados de dano (esse ataque
não acumula Chi).
Subclasses
Ao seguir pela história como Tainara, você, como uma candidata
ao título de Sypave, passará pela “prova valor”e enfrentará o espírito
guerreiro do povo de Nahaat: Hines, o Ancião. Esse guerreiro
defendeu seu povo durante a Guerra D’Alma e foi um dos escolhidos
para o ritual de criação dos Akari. De acordo com suas escolhas
nesse momento do jogo, você escolherá qual caminho irá trilhar em
sua jornada: o caminho da Purificação, se tornando uma Sábia ou o
caminho da Corrupção, se tornando uma Predadora.
XAMÃ
Ao seguir o caminho da Purificação, Tainara fará parte do conselho
ancião do seu povo como uma Sypave. Canalizando as forças dos
elementos e a luz da Purificação, a monja será agraciada com as
bênçãos da deusa da natureza: Tawartári — a Rainha Selvagem, e se
tornará uma Xamã.
Nessa subclasse, Tainara terá acesso a uma nova habilidade passiva
que se somará às suas habilidades normais, além de acessar 2 novas
cartas Assinatura.
Habilidade Passiva: Você pode gastar 2 pontos de Chi para:
- curar 1 alvo em 1 PV ou
- transformar o efeito de cura de uma carta em 1 Purificação.
19
Novas Cartas Assinatura
Epifania: gaste suas duas ações para baixar essa carta: todos os seus
aliados podem baixar 1 carta de ataque (menos assinatura; cartas com
ações extras não são se beneficiam desse efeito).
Dobra de Purificação: escolha 1 inimigo corrompido. Gaste
2 pontos de Chi e troque 1 nível de corrupção por uma condição
elemental. Você pode fazer isso até 3 vezes por combate, desde que
tenha Chi suficiente para isto.
PREDADORA
Ao trilhar pelo caminho da Corrupção, Tainara renegará seu título
de Sypave. Em vez disso ela passará a caçar as criaturas da Corrupção.
Até que sua terra natal seja vingada a monja seguirá predando sobre
aqueles que foram tocados pela ruína. Protegida pelas estrelas e com
as bênçãos da Senhora da Noite — Silhyne, Tainara vestirá o manto da
noite e se tornará uma predadora que caçará as trevas e a Corrupção
sem descanso.
Nessa subclasse, Tainara terá acesso a uma nova habilidade passiva
que se somará às suas habilidades normais, além de acessar 2 novas
cartas Assinatura.
Habilidade Passiva: você pode consumir 2 pontos do seu Vigor
para gerar 1 ponto de Chi. Você causa 1 dano extra em seu ataque
para cada ponto de Chi gerado dessa forma.
Novas Cartas Assinatura
Pontos Vitais: escolha 1 alvo. Role 1 dado de dano para cada 3
pontos de Vigor perdidos por ele(máximo de 5 dados). Até o seu
próximo turno, se o alvo não for eliminado, todos os ataques dele são
rolados com desvantagem.
Dobra de Corrupção: escolha 1 aliado corrompido. Troque 1 nível
de corrupção por 2 ferimentos. Se seu aliado permanecer acima da
metade de seu Vigor máximo, coloque essa carta de volta em seu
baralho de compras e reembaralhe-o.

Fildon, o Escriba
Fildon é um Bardo, da cidade de Kalahad,
a capital de Khelinor, o continente principal
de Sempreterna. Famoso por suas baladas que
inspiram as pessoas ao seu redor e por seus contos
das eras antigas, em especial sobre a batalha
final da Guerra D’Alma durante a Noite Eterna.
É sabido que o grande Bardo estudou magia
na imponente Torre dos Magi, no centro de
Kalahad, tendo como seu tutor ninguém mais
que o poderoso Pharanor, o último dos Magi.
Mas, é sabido também, que seu peculiar gosto
por tabernas duvidosas, confraternizações escusas e
o uso constante de certas “ervas medicinais” fizeram
com que o velho Pharanor expulsasse Fildon e o
forçasse a se retirar dos estudos arcanos.
Mas isso não o abateu: pelo contrário! Pois assim
Fildon pode se dedicar ao que, para ele, realmente
importa na vida: inspirar os outros (seja com sua música,
com sua magia ou com suas ervas alucinógenas). Ele
estudou com afinco a relação entre a forma com a qual
a magia ressonava sobre o tecido arcano e a analogia
em como o som ressona sobre o ar e a superfície das
coisas. Juntando seu conhecimento musical e arcano,
Fildon conseguiu desenvolver um método único de canalização da
magia através da música, utilizando os harmônicos como fontes de
poder arcano.
Por anos, Fildon peregrinou pelos templos da deusa da magia
Celendalle, em busca de tomos antigos que o ajudassem a compreender
o mecanismo por trás daquilo que Pharanor chamava de tecido arcano
ou, na língua antiga: Virya. Ele aprendeu sobre a cosmoestrutura de
Sempreterna, sobre os planos superiores e inferiores, sobre o Mar Astral
e sobre os Pilares da Criação. Isso o inspirava a escrever mais e mais
canções sobre o fantástico mundo que os deuses haviam criado no
plano material.
O menestrel ficou conhecido como “o Prodígio de Kalahad”, pois o
conhecimento depositado em sua música inspirava todos aqueles que
o ouviam a buscar as respostas para suas dúvidas na vida. Até mesmo
Pharanor decidiu o aceitar novamente para concluir seus estudos na
Torre dos Magi, mas Fildon havia descoberto que era a liberdade que
acendia o fogo do questionamento e da vontade em conhecer mais e
mais as coisas em seu coração.
Para compor sua balada Ecos do Vazio, Fildon debruçou-
se sobre textos muito antigos, alguns ainda nem traduzidos
da língua antiga, sobre uma era longínqua onde o mundo
parecia ser outro. Um mundo sobre o qual os deuses
andam livremente. Um mundo que foi castigado
pelo rancor e pela traição, pelo frio pungente
das trevas e pelo calor escaldante da luz.
Hoje, Fildon segue rumando por
Sempreterna, coletando mais e mais
fragmentos da história desse mundo
fantástico. Seu objetivo é compor uma peça
definitiva. Uma sinfonia que conte a história do
mundo desde a sua criação até sua destruição. Uma
música de pura magia que se componha e que se
toque sozinha. Uma música que dure por toda a
eternidade.
Quem sabe, respondendo ao chamado de seu
antigo professor, Pharanor, o menestrel consiga as
respostas para que ele possa finalizar sua obra-prima.
Ou quem sabe, essa seja a última aventura de um bardo
curioso. De qualquer forma, o desfecho dessa peça
teatral será, para ele, épico.
Estilo de jogo: “Suporte”
Fildon faz parte dos heróis de nível complexo dentro do jogo.
Portanto, ele não é um personagem sugerido para um jogador
iniciante. A mecânica principal de Fildon é o acumulo de:
• Acordes Ressonantes Simples e Duplos;
• Acordes Dissonantes Simples e Duplos;
20
 • Acordes mistos; compre 1 carta de seu baralho e receba 1 ação extra.
Canção Revigorante (x03): carta de
cura. Cure 2 pontos de Vigor de um alvo
e imponha a condição Purificação em um
Toda vez que Fildon baixa uma carta de sua mão, considera-se alvo qualquer.
que ele está tocando um acorde de sua melodia arcana. Ao fazer isso
Canção do Gelo (x01): carta de
ele distribui 1 token de Acorde Ressonante simples (nota amarela)
ataque. Ataque com 2 dados de dano físico
ou dissonante simples (nota preta) para um número alvos da mesa
e aplique a condição Gelo no mesmo alvo.
(aliados e inimigos) de acordo com seu nível. Quando ele fizer isso
uma segunda vez, transformando os acordes Simples em acordes Canção do Fogo (x01): carta de
Duplos (amarelo com dois círculos ou preto com dois “x”) ou em um ataque. Ataque com 2 dados de dano
acorde Misto (branco com um círculo e um “x”), a habilidade passiva físico e aplique a condição Fogo no
de Fildon — “Grand Finale” — entra em ação de acordo com sua árvore mesmo alvo.
de habilidades. Canção de Sangue (x01): carta de
Diferente das outras classes que precisam comprar suas habilidades ataque. Inflija 2 pontos de ataque mágico ao
conforme sobem de nível, Fildon inicia o jogo já com acesso a todas alvo e aplique a condição Sangramento no
as suas habilidades, sem necessidade de comprá-las ou sem o ônus de mesmo alvo.
perdê-las caso entre em Exaustão e perca níveis. Canção do Trovão (x01): carta de
Tendo dois tokens acumulados em um alvo, Fildon pode, em ataque. Inflija 2 pontos de ataque mágico ao
qualquer momento, trocar o token de Acorde Duplo/Misto que ele alvo e aplique a condição Trovão no mesmo
colocou sobre o alvo pelo efeito da habilidade respectiva descrita em alvo.
sua árvore de habilidades (ao fazer isso, remova o token do alvo).
Canção Defensiva (x01): carta de defesa. Aplique
Tenha em mente que o objetivo desse personagem em uma partida 4 escudos no alvo.
é manipular as condições e os dados do jogo, atribuindo seus acordes
Canção da Celeridade(x01): carta de utilidade.
para seus alvos e com isso atuando como um suporte essencial para
Receba 3 ações extras.
sua equipe. Tão logo você acumule os tokens de Acordes Duplos ou
Mistos, use-os para ter uma vantagem estratégica sobre seus alvos. Canção do Conhecimento (x01): carta de
utilidade. Compre 3 cartas do seu baralho.
Lembre-se também que, como Pharanor, seu baralho possui um
vasto acesso a cartas de condições elementais e, como Tesser, seu Canção Inquietante (x01):
baralho também possui acesso a várias cartas de cura e de controle de carta de utilidade. Compre 1
campo. Use-as ao seu favor. cartas do seu baralho e receba 2
ações extras.
Cartas do Baralho
Cartas Assinatura
Canção Fascinante (x03): carta de
cura. Cure 2 pontos de Vigor de um alvo Inspiração Bárdica (x01): todos os alvos curam 2 ferimentos.
e imponha a condição Atordoado em um Além disso, todos os alvos rolam o próximo ataque com vantagem.
alvo qualquer. Caso o alvo acerte seu próximo ataque em seu turno, ele cura +1
Canção de Combate (x02): ferimento.
carta de ataque. Inflija 2 pontos de Zombaria Viciosa (x01): todos os alvos sofrem 2 ferimentos. Além
ataque mágico ao alvo. Após isso, disso, todos os alvos rolam o próximo ataque com desvantagem. Caso

21
o alvo erre seu próximo ataque em seu turno, ele sofre +2 ferimentos.
Dominar Alvo (x01): Gatilho: um alvo sofre um ataque. Reação:
redirecione o ataque de 1 alvo para qualquer outro alvo (não pode
ser ele mesmo).
Enfraquecer Intelecto (x01): até seu próximo turno, todos os
dados rolados na definição de ação das criaturas são baixados em 1
nível.
Subclasses
Ao seguir pela história como Fildon, você se encontrará com o
eco uma entidade auto denominada Escriba. Durante seus estudos,
você teve contato com vários tomos antigos que remetiam a uma
pessoa, um(a) mortal escolhido(a) pela própria deusa da magia e do
conhecimento Celendalle — a Donzela do Conhecimento e Senhora
de Vyria. Esse mortal, o escolhido de Celendalle, teria a função
de catalogar e documentar toda a história do mundo e mantê-la
atualizada na divina bilioteca da deusa da magia. Esta alma viveria
normalmente e respeitaria o ciclo natural de vida e morte de seu
corpo mortal, reencarnando sua alma imortal quando findasse esse
ciclo, mantendo a jornada do aprendizado e o fogo da curiosidade e
do conhecimento sempre aceso em sua mente.
De acordo com suas escolhas nesse momento do jogo, você
escolherá qual caminho irá trilhar em sua jornada: o caminho da
Purificação, aceitando seu destino, ou o caminho da Corrupção,
desviando-se do propósito designado para você.
VIRTUOSI
Ao seguir o caminho da Purificação, Fildon se redescobrirá e
aceitará sua função, entendendo que seu corpo nada mais é que uma
vestimenta momentânea para sua alma imortal. Utilizando o poder
como escriba de Celendalle e entendendo o funcionamento do
tecido da realidade ao seu redor, ele manipulará a magia pela vibração
do plano material na forma de música arcana.
Nessa subclasse, Fildon terá acesso a uma nova habilidade passiva
que se somará às suas habilidades normais, além de acessar 2 novas
cartas Assinatura.
Habilidade Passiva: Gatilho: Um aliado é ferido. Reação:
Consuma 1 token de Acorde Duplo que esteja sobre o alvo para lhe
curar 1 ferimento.
Novas Cartas Assinatura
Canção de Celendalle: Gatilho: um aliado realiza um ataque.
Reação: Consuma todos os tokens de acorde dele e aumente em 2
dado seu ataque.
Canção da Criação: como uma reação, consuma todos os tokens
de acorde de seus aliados (mínimo de 2 por aliado). Distribua 6 pontos
de cura entre eles.
THAUMATURGO
Ao trilhar pelo caminho da Corrupção, Fildon renegará seu destino
como escriba de Celendalle. Em vez disso ele decidirá se tornar uma
ferramenta do caos, tornando-se o escolhido da deusa da mudança
e da liberdade: Ahyare, acreditando que somente o caos é capaz de
parar o avanço da Corrupção pelo mundo.
Nessa subclasse, Fildon terá acesso a uma nova habilidade passiva
que se somará às suas habilidades normais, além de acessar 2 novas
cartas Assinatura.
Habilidade Passiva: como uma ação, consuma 2 Tokens
de acorde de um alvo para lhe causar 1 dado de dano (máximo
4 dados).
Novas Cartas Assinatura
Canção de Terror: atordoe todas as criaturas até o seu próximo
turno ou atordoe 1 criatura pelos seus próximos 3 turnos.
Canção do Abismo: até seu próximo turno, todos os ataques
realizados contra seus aliados terão desvantagem. Além disso, ataques
não podem reduzir a vida de seus aliados para menos de 1 ponto de
Vigor.
22

Marzak, dos Vaniel
Marzak é uma das várias Druidas do Círculo de Vaniel. Responsável
pelo treinamento dos candidatos a dominar
a magia Primal, Marzak é especialmente
dotada de uma facilidade única de assumir
suas formas animais de lobo e urso. Alguns
dizem que isso se dá pelo fato de sangue
orc que correr em suas veias.
Não se sabe ao certo qual é a idade de Marzak,
visto que seus poderes druídicos e sua conexão
com a energia vital que flui de Sempreterna lhe
concedem uma enorme resistência aos efeitos do
tempo, mas sabe-se que Pharanor e ela possuem
uma grande amizade, visto que o velho sempre
está chamando-a de “Pequena Presa”.
Durante a Noite Eterna, evento final que
culminou no fim da Guerra D’Alma, período onde
o plano material esteve tão próximo do Abismo que
até mesmo o dia foi engolido por uma escuridão sem
fim, Marzak presenciou o nascimento de várias
crianças elfas que sofreram a influência da magia
das trevas. Como a magia corre nas veias do povo
élfico, essas crianças nasceram de certa forma
tocadas pela influência do Abismo. Traços notáveis
como uma pela mais escura, cabelos cinzas com tom
lilás e olhos roxos traziam à tona a influência da magia
que a Corrupção carregava consigo.
Muitos dos druidas do principal Círculo Druídico de Sempreterna
(os Vaniel) tiveram presságios sobre uma criança que, nascida com o
toque do Abismo, seria a principal chave para o domínio da Corrupção
sobre o mundo material. Por esse motivo, os Vaniel tomaram a difícil e
terrível decisão de eliminar todos aqueles que manifestassem os traços
físicos descritos nos presságios. Esse comando, dado pela Arquidruida
Orianna ficaria conhecido para sempre na história dos elfos da floresta
de Aliel como o Expurgo da Lua Carmesim, pois naquele tempo o
apenas a luz vermelha da lua iluminava a escuridão que havia tomado
conta do mundo.
23
Sendo uma das principais druidas dos Vaniel, foi incumbido
à Marzak eliminar o elfo da sua região que havia apresentado as
características físicas da noite eterna. A druida tomou o bebê com os
traços da profecia em seu colo e partiu para as profundezas da floresta
de Aliel, em direção ao local onde é hoje o templo de Ter’Rah, o
Akari. Então, Marzak encontrou uma clareira, preparou sua faca,
olhou para a criança e...
Hesitou.
O amor e a conecção que sentiu por
aquele bebê fez com que a druida rogasse
por ajuda da deusa Tawartári e pelos espíritos
guardiões, os Akari. Então, o poderoso
Ter’Rah — o Akari protetor das florestas, se
manifestou quando as lágrimas da druida
tocaram o solo de Aliel. Marzak implorou
por ajuda do guardião e dele formou-se uma
criatura majestosa de pura luz que, aos poucos,
se reduziu na forma de uma loba.
Assim, Marzak sabendo que o elfo estaria seguro,
abandonou o pequeno em companhia da loba e partiu
de volta aos Vaniel para encarar seu castigo junto aos
Arquidruidas.
Os anos então se passaram, e o remorso e o amor
impeliram Marzak a rastrear o agora crescido e
belo Gëlien de forma a trazê-lo para junto de
si e mantê-lo sob sua guarda e tutela.
Dessa forma, Marzak tornou-se a tutora de
Gelien por décadas quando ele ainda fazia parte do
Círculo Interno dos Druidas, e quando ele se rebelou
contra ela e contra os druidas após tomar conhecimento dos eventos
do expurgo, ela foi a única que esteve ao seu lado, secretamente,
mesmo em seu período de exílio. Ela ainda carrega em seu pescoço,
uma ponta de flecha lascada, o símbolo de um amor que rompeu a
barreira das raças e das desaprovações de uma sociedade inteira.
Estilo de jogo: “Controller”
Marzak é uma heroína que possui um estilo de jogo focado em
controlar os inimigos no campo de batalha. Sua capacidade de
dano divide-se entre seus danos físicos, mágicos e sua capacidade de
impor diversas condições aos seus alvos. Sua principal característica (e
habilidade passiva) é a capacidade de assumir formas animais, e com Hibernação (x01): carta de
isso, ter efeitos adicionais em suas cartas, portanto, assumir a forma cura. Cure 2 pontos de vigor de
certa, na hora certa, é fundamental para extrair o maior poder possível um alvo. Se estiver em sua forma
de suas cartas. de urso compre 2 cartas de seu
Ao jogar com Marzak, tenha em mente que você constantemente baralho.
deverá alterar entre suas formas animais de modo a otimizar os efeitos Golpe Lupino (x01): carta
da suas cartas. Fora isso, saiba que cada carta de árvore de habilidades de ataque. Ataque com 3 dados
dessa heroína é destinada a uma forma específica, portanto, é de dano físico. Se estiver em sua
importante conhecer bem suas árvores de habilidade e saber em qual forma de lobo, receba 2 ações
momento comprar qual talento. extras e aplique a condição Vento em um alvo.
Além disso, mantenha sempre em mente que seu objetivo é aplicar Agilidade Feral (x01): carta de
a maior quantidade de condições em seus alvos, procurando encaixar defesa. Aplique 2 escudos em um
grandes combos em sua mão e, claro, em aproveitar ao máximo a alvo. Se estiver em sua forma de
interação entre as condições elementais disponíveis em seu baralho. urso, receba 2 ações extras.

Cartas do Baralho Raio Solar (x02): carta de ataque.

Ataque com 2 dados de dano físico e
Garras Flamejantes (x02): carta de aplique a condição Atordoado no mesmo
ataque. Ataque com 2 dados de dano alvo.
físico. Se estiver em sua forma de lobo, Comunhão Natural (x01):
aplique a condição Fogo no mesmo alvo. carta de utilidade. Cure 1 ponto
Couraça de Urso (x01): carta de vigor de um alvo e compre 3
de defesa. Cure 2 pontos de Vigor cartas do seu baralho.
de um alvo. Se estiver em sua forma
de urso, aplique 3 escudos em um alvo. Cartas Assinatura
Relâmpago (x01): carta de ataque. Tempestade da Vingança (x01): para cada alvo em jogo, abaixo
Ataque com 2 dados de dano físico e
da sua meia-vida, inflija 1 condição à sua escolha. Caso o alvo esteja
aplique a condição Trovão no mesmo alvo.
com 3 ou menos pontos de Vigor, o alvo ainda sofre 1 ferimento.
Presas Glaciais (x02): carta de ataque. Círculo da Cura (x01): Gatilho: um aliado sofre um ataque.
Ataque com 2 dados de dano físico. Se
Reação: você tem 8 pontos de cura para distribuir entre seus aliados.
estiver em sua forma de lobo, aplique a
condição Gelo no mesmo alvo. Metamorfose em Massa (x01): transforme todos seus aliados em
lobos ou ursos.
Ataque de Urso (x01): carta de
ataque. Ataque com 2 dados de dano Lobos: os Aliados recebem +2 dados de dano para seu próximo ataque.
físico. Se estiver em sua forma de urso, Ursos: os Aliados recebem 3 escudos extras.
aplique a condição Sangramento no mesmo alvo.
Muralha de Espinhos (x01): Gatilho: um alvo sofre uma
Raio Lunar (x03): carta de quantidade qualquer de ferimentos. Reação: reflita a mesma
ataque. Inflija 2 pontos de ataque quantidade de ferimentos para o atacante.
mágico ao alvo e receba 1 ação
extra.

24
 Subclasses
Ao seguir pela história como Marzak, você confrontará a antiga
Arquidruida dos Vaniel: Orianna. Foi Orianna quem tomou a difícil
decisão durante a noite eterna que levou aos eventos do Expurgo
da Noite Carmesim. De acordo com suas escolhas nesse momento
do jogo, você escolherá qual caminho irá trilhar em sua jornada: o
caminho da Purificação, se tornando uma Arquidruida ou o caminho
da Corrupção, se tornando uma Fogo Selvagem.
ARQUIDRUIDA
Ao seguir o caminho da Purificação, Marzak ingressará no antigo
círculo dos Arquidruidas de Aliel. Fazendo parte desse grupo de
anciões chamados de Vaniel, Marzak receberá com as bênçãos da
deusa da natureza: Tawartári, a Rainha Selvagem, tendo acesso à
poderosas invocações como os Filhos de Twartári: os Treants.
Nessa subclasse, Marzak terá acesso a uma nova habilidade passiva
que se somará às suas habilidades normais, além de acessar 2 novas
cartas Assinaturas.
Habilidade Passiva: Como uma ação, descarte até 02 cartas para
Invocar até 02 Treants (um por alvo). Cada alvo pode usar 1 ação dele
para escolher se curar ou se defender com o Treant selecionado.
Novas Cartas Assinatura
Pétalas de Aliel: todos os alvos que estejam com Treants podem
consumi-los para:
· curar-se em 3 pontos, ou
· aumentar em 3 espadas o dano de 1 ataque.
Bulbo Protetivo: coloque 1 escudo em cada alvo. Alvos que estejam
com 1 Treant, recebem 1 escudo extra e também 2 pontos de cura.
25
FOGO SELVAGEM
Ao trilhar pelo caminho da Corrupção, Marzak utilizará os poderes
da chama primordial para queimar e purgar o mundo da influência
da Corrupção. Então, como arauto do deus que carrega em si o fogo
da criação — Ancale, o Pai-de-Todos, Marzak não descansará até que
o fogo e a luz de Ancale purgue até o último resquício de trevas do
mundo .
Nessa subclasse, Marzak terá acesso a uma nova habilidade passiva
que se somará às suas habilidades normais, além de acessar 2 novas
cartas Assinaturas.
Habilidade Passiva: como uma ação, consuma a condição
Fogo de qualquer alvo para invocar um Espírito da Brasa (máximo de
2 espíritos). Gaste 1 ação para escolher atacar ou defender com o
espírito selecionado.
Novas Cartas Assinatura
Ascensão da Fênix: Gatilho: um aliado sofre dano fatal.
Reação: descarte essa carta e retire a exaustão do alvo (sem
perda de nível). Cure-o 1 ponto de Vigor e todos os alvos
sofrem a condição Fogo.
Penas de Brasa: mantenha essa carta ativa. Enquanto essa carta
estiver ativa, em qualquer ataque realizado contra você ou contra seu
espírito, o atacante sofre 1 condição de Fogo.
 Worldcrawler
A partir de agora, vamos demonstrar o funcionamento
de como a história irá se desenrolar, de acordo com a área de
influência que os jogadores terão durante sua jornada.
Conforme o jogo progride, o mapa será aberto pelos jogadores
e, para cada camada (abaixo indicado), pergaminhos da história
serão contados pelo jogador que está narrando os textos dessa
aventura.
A área vermelha é onde está ocorrendo a missão tutorial
iniciada pelo Pergaminho 2: O Cerco a Kalahad.
Todo pergaminho terá uma introdução sempre que o grupo
entrar pela primeira vez na área de influência indicada, e uma
conclusão que deverá ser lida sempre que o grupo deixar a área
de influência.
Os pergaminhos que contam a história da aventura são
divididos, portanto, em:
• Área Vermelha: Pergaminho 2: O Cerco a Kalahad;
• Área Azul: Pergaminho 3: No Rastro da Corrupção;
• Área Verde: Pergaminho 4: Ecos do Passado;
• Área Laranja: Pergaminho 5: Confissões;
• Área Amarela: Pergaminho 6: Os Akari;
• Área Vermelha: Pergaminho 7: De Volta a Kalahad;
Em especial, as regiões em laranja são regiões opcionais que os
jogadores não precisam obrigatoriamente visitar para dar sequência decidir ir para qualquer local da área azul, o jogador narrador
à história. deverá ler a conclusão do Pergaminho 2 (área vermelha) e
Além disso, para cada área amarela, onde estão localizados os deverá também ler a introdução do Pergaminho 3 (área azul).
templos dos Akari, haverá um texto exclusivo para leitura. Nesse Além disso, ao andar pelo mapa, o grupo encontrará cartas
momento, é aconselhável que jogador narrador que leia somente com a simbologia de Pontos de Interesse. Ao entrar nas cartas que
os textos relacionados às cartas onde o grupo está localizado no possuem esse indicador, os jogadores deverão se direcionar até a
momento, seja ela a carta R1, T3, F7 ou P8. parte desse livro de aventuras que se destina às Missões Secundárias
Portanto, como estamos na área de influência vermelha, (que serão detalhadas logo abaixo).
acabamos de ler a introdução do Pergaminho e, se o grupo É importante lembrar que as missões secundárias, possuem

26
 algumas condições para serem executadas.
As missões de Armas Lendárias (as primeiras missões secundárias
que devem ser realizadas) exigem que o grupo finalize com sucesso
o encontro referente à carta onde ela está alocada.
As missões secundárias de Classe de Prestígio (ou subclasse),
além da condição de vitória sobre o combate normal informado
na carta, somente podem ser iniciadas quando o personagem em
questão estiver no nível 6 e após o personagem ter conseguido sua
Arma Lendária.
A distribuição das posições das Missões Secundárias devem
seguir de acordo com a regra exposta no Manual de Regras.
Missões Secundárias
Premissas do Capítulo
Durante todo esse capítulo, iremos abordar exclusivamente
os eventos indicados nas cartas com o símbolo de Ponto de
Interesse. Lembrando que este símbolo serve para definir em qual
carta as missões das Subclasses e as missões para adquirir as armas
lendárias estão posicionadas.
Para determinar a ordem de escolha, seguiremos a orientação
do manual de regras. O jogador narrador (e o primeiro jogador da
ordem dos turnos de combate) escolherá 1 carta do mapa com o
símbolo em questão e posicionará seu token de Classe sobre ela. O
segundo, terceiro e quarto jogadores farão o mesmo.
Após essa rodada de escolhas ser finalizada, uma segunda
rodada de escolhas se inicia sendo que agora o quarto jogador
será o primeiro a escolher onde posicionará seu token de classe. O
terceiro, o segundo e o primeiro jogador seguirão fazendo o mesmo
até que o mapa tenha os 8 tokens (dois de cada jogador).
27
Dando início à aventura, após a leitura da introdução localizada
no Pergaminho 1, os jogadores devem realizar a leitura da
introdução do Pergaminho 2. Somente após isso, deverão realizar a
configuração do combate, rolando os dados indicados na carta K0
e montando o combate.
Imediatamente após a vitória, o jogador narrador pode seguir
para a leitura na conclusão do Pergaminho 2 (indicado abaixo).
Após a leitura da conclusão, o grupo pode decidir para onde
irá e dar sequência à leitura da introdução da nova área explorada.
Lembre-se que: a primeira missão da sua classe é a missão
da sua Arma Lendária. A segunda missão é a da sua Classe de
Prestígio, onde você receberá novas cartas assinaturas, uma carta
de invocação e seu Artefato Pessoal.
Ao realizar qualquer missão do seu ponto de interesse, retire seu
token da carta, indicando que você teve sucesso naquela missão.
O texto referente às missões dos desses pontos de interesse
devem ser lidos somente após a conclusão vitoriosa do combate
configurado na carta em questão.
Sugerimos que os jogadores leiam em voz alta SOMENTE
a missão que diz respeito àquele momento da aventura, para
evitar tomar conhecimento das demais missões, estragando a sua
experiência de jogo.
Portanto, ao realizar a missão secundária que dá acesso à sua
arma artefato, não leia os demais textos, aguarde o momento
correto para realizar essa leitura.
 Missões da Bárbara
Arma Lendária: Lâmina da Manhã
Ao derrotar as criaturas, vocês notam algumas ruínas ao lado
da estrada principal. Ao entrarem, Kandra identifica rapidamente
runas do alfabeto Rharakiano presentes em algumas colunas das
ruínas. Elas mencionam uma arma de um antigo guerreio do seu
povo, que lutou pela Aliança durante a Guerra D’Alma.
Seguindo as runas, Kandra identifica um local com um pedestal.
Sobre ele, uma arma iluminada por um feixe de luz vindo de uma
rachadura do teto da ruína. A luz banhava a arma e clareava as
runas abaixo do pedestal. Lá, apenas uma palavra estava escrita:
Lâmina do Amanhã.
Classe de Prestígio
Vocês decidem seguir viagem após derrotar as últimas criaturas
em seu caminho.
Kandra sente seu machado Lâmina da Manhã vibrando.
Pharanor nota a estranha aura mágica emanando do artefato. Ele
se concentra um pouco e, quando abre os olhos, fala para o grupo:
“Preparem-se, ele acordou”.
Pegue a carta do chefe chamada Sigvrd do baralho de Chefes.
Coloque-a no tabuleiro central e realize um combate do grupo contra
Sigvrd utilizando as cartas de Ações de Criaturas.
Após derrotar Sigvrd, e somente após derrotá-lo, leia o texto
abaixo:
Quando Kandra realiza o último golpe contra o espírito do
antigo herói, Sigvrd levanta a mão e diz:
— Basta! Você se mostrou valorosa em combate. Há muito
tempo eu aguardo, preso a esse mundo, alguém com valor e poder
suficiente para brandir novamente a Lâmina da Manhã. Poderia ser
você aquela capaz de carregar novamente o poder de Baram’Dyr, o
Senhor das Tempestades, domar sua fúria e se tornar a comandante
que o povo de Rharak tanto precisa?
Sigvrd foi um herói que inspirou gerações de Rharakianos. O
povo nortenho moldou sua cultura pelos valores que o primeiro
Asak-hai e Zealot de Baram’Dyr passou para as demais gerações.
Mas com o tempo, os Rharakianos deixaram que seus desejos
individualistas tomassem lugar do bem coletivo. Isso ocasionou
conflitos entre os clãs que culminaram na guerra civil. Kandra
encerrou essa guerra após a morte de seu irmão. O sonho do jovem
Kalnor era se tornar o Asak-hai e trazer a paz para o norte. As
palavras de Sigvrd tocaram o coração e as lembranças de Kandra.
Mas ao mesmo tempo eram palavras que moldavam correntes que
aprisionariam o espírito livre da nortenha...
Após derrotar Sigvrd, faça a escolha abaixo:
1. Aceitar sua responsabilidade como Asak-hai, tornando-se
uma Zealot, guiando seu povo para a prosperidade.
2. Abraçar a fúria do seu espírito e manter-se fiel aos seus desejos
de liberdade, tornando-se uma verdadeira Berserker.
Ao escolher a opção 1, leia:
Você aceita suas obrigações para com seu povo. Uma estática
elétrica percorre seu corpo enquanto a figura de Sigvrd desaparece
lentamente da sua frente. A fúria que antes queimava em seu peito
agora cede lugar a um poder que estava latente em você. Um
vórtice aos poucos se forma ao seu redor, e quando você ergue seu
machado e grita, um raio se forma entre você e as nuvens. O poder
do Senhor das Tempestades agora é seu para governar.
Ao escolher a opção 2, leia:
Nada e nem ninguém é capaz de conter a fúria que está latente
em você. As palavras de Sigvrd despertaram em você a revolta e a
força de seus antepassados. Nenhum Rharakiano dobrará o joelho
novamente para um deus que os abandonou. Nada mais trará
paz para seu coração. Nada além do descanso após um combate
glorioso. E se para isso for necessário que todos caiam perante sua
fúria, então assim será. Até que o último oponente caia, você se
manterá de pé, pela força da fúria primordial.
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 Missões do Bardo
Arma Lendária: Allegro
Há dias, o eco de uma música ressoava na cabeça de Fildon.
Algo como um pensamento que ele havia tido há muito tempo,
mas custava a tomar forma completa em suas lembranças. Em uma
noite, durante um descanso que o grupo resolveu fazer, Fildon
sentiu uma vontade incontrolável de tocar.
Mas algo dessa vez estava diferente, pois ele via claramente
as vibrações de seu instrumento perturbar o tecido arcano que
permeia o mundo material. Era como se estivesse navegando em
um oceano astral e a sua magia fosse tão real quanto as ondas
que se chocam durante uma tempestade. A magia se projetava
materialmente em sua frente conforme suas notas eram tocadas.
Fildon via como Pharanor olhava e sorria marotamente para ele.
A noite decorreu tranquilamente e, quando Fildon acordou,
ele estava abraçado em um curioso instrumento. Algo único mas
que ele sentia ser estranhamente familiar.
Classe de Prestígio
Os dias e as noites se seguiram após Fildon receber, de alguma
forma, aquele estranho instrumento. Em seus sonhos, ele se via
em uma biblioteca mágica, com centenas de milhares de livros e
pergaminhos. Em um grande balcão, no centro dessa biblioteca,
carregando um colar feito de chaves e uma pena na mão, Fildon
resolveu conversar com a figura que se sentava e fitava-o com um
olhar felino.
Ele se sentia estranho estando lá naquele local. Era como se
estivesse dentro de um espelho, vivendo os reflexos de um mundo
que estava lá fora. Mas ao mesmo tempo ele se sentia em um
corredor infinito com espelhos em ambos os lados, sendo incapaz
de dizer qual era a imagem original.
— Você demorou dessa vez, Escriba. — disse a figura, apertando
os olhos — Estava imaginando quando você finalmente viria para
cá. Talvez dessa vez estejamos consumindo muita erva de fumo,
não acha?
29
Fildon estava tonto. Em um momento se via como a figura
na bancada, olhando para ele mesmo, de fé em sua frente, e em
outro se via de pé olhando para a figura na bancada.
— Quem é você? — perguntou o bardo, com a voz trêmula.
— Nós somos o Escriba, a pena e o livro de Celendalle. —
respondeu o próprio Fildon, do balcão olhando para a sua própria
imagem refletida no corredor de espelhos infinitos.
Ele via a sua imagem se misturando com a imagem de centenas
de outras pessoas. E conforme ele andava pelo corredor, os reflexos
também andavam e copiavam seu movimento.
— Nós parecemos confusos... — disseram os infinitos reflexos
dos espelhos. — Talvez um teste seja necessário para sabermos se
estamos prontos para seguir dessa vez...
Pegue a carta do chefe chamada Loggas do baralho de Chefes.
Coloque-a no tabuleiro central e realize um combate do grupo contra
Loggas utilizando as cartas de Ações de Criaturas.
Após derrotar Loggas, faça a escolha abaixo:
1. Pena e livros.
2. Erva de fumo.
Ao escolher a opção 1, leia:
Ao estender sua mão em direção à pena e aos livros, Fildon
se reconhece como aquilo que ele sempre foi, desde o início dos
tempos: o Escriba de Celendalle. Mas, dessa vez, utilizará suas
habilidade como um Virtuosi para que a história seja cantada em
canções em vez de somente escrita em livros.
Ao escolher a opção 2, leia:
O mundo não precisa de penas e escribas nesse momento. A
ordem do mundo o levou à Corrupção que se instala hoje nele.
Talvez seja necessário um pouco de caos para quebrar a roda da
história. Quem sabe Ahyare, a deusa do caos, seja a protagonista
necessária para o espetáculo que está por acontecer nesse mundo.
 Missões da Clériga
Arma Lendária: Alvorada
Vocês seguem viagem após a última batalha contra as criaturas
corrompidas que encontraram em seu caminho. Após algum tempo
de caminhada, Tesser reconhece a região local como sendo um
posto avançado da Ordem dos Ghanyr. Um local importante para
a Ordem.
— Havia algo de importante para a Ordem aqui neste local...
LEMBREI! Aqui era um antigo local onde se produziam poderosos
encantamentos para os escudos da Ordem! Com sorte, podemos
encontrar algo de valioso.
Lançando uma magia de detecção, capaz de revelar traços
de magia divina, Tesser vasculhou animadamente o local entre
as colunas. Lá, a clériga encontrou antigos pergaminhos que
continham um poderoso feitiço de aprimoramento utilizado há
muito tempo pela Ordem para produzir os poderosos escudos dos
Priores dos Templos de Üiala: o encantamento da Alvorada.
Classe de Prestígio
Os dias seguiram após Tesser conseguir executar o ritual de
encantamento de seu escudo, utilizando o pergaminho encontrado
nas ruínas de um templo da sua antiga Ordem. Mas desde aquele
dia, ela sentia estar sendo acompanhada de uma forte presença.
Ela conseguia sentir a vibração vinda de uma forte aura de magia
divina. Era uma presença acolhedora, quente, mas ao tempo dura
e incisiva. Ela já havia sentido isso antes, durante a sua juventude
em seu mentor, o Prior Kórin. Em um momento de oração e
meditação, Tesser foi interrompida pelos seus companheiros, na
clareira onde estavam acampados.
— Esse homem diz que deseja falar com você, Tesser. — disse
Pharanor coçando a longa barba acinzentada — Por Celendalle,
não faço ideia como ele nos encontrou nesse canto de Khelinor,
mas ele insiste falar com você. Ele diz que tem uma mensagem
importante.
O homem se aproximou e fez uma reverência que indicava
o seu pertencimento à Ordem do Ghanyr. Tesser ficou chocada.
Ela tinha certeza que era a única sobrevivente do massacre em
Kronengrak.
— Desculpe o espanto, — disse a clériga, surpresa — mas eu tinha
certeza de que nossa ordem havia sido dizimada depois do ataque
ao Templo de Üiala.
— Acontecimentos recentes me fizeram vir de encontro a você
minha filha. — os olhos do homem brilharam quando ele fitou o
grande escudo ao lado da Clériga.
— Mas antes, preciso avaliar se você foi treinada adequadamente
nos nossos costumes e se é merecedora do fardo que carregará,
Escolhida de Üiala. — um glorioso martelo de combate e escudo
largo formaram-se de pura energia nas mãos do homem, e seus
olhos flamejaram quando ele bradou — EM GUARDA!
Pegue a carta do chefe chamada Ruffus do baralho de Chefes.
Coloque-a no tabuleiro central e realize um combate do grupo contra
Ruffus utilizando as cartas de Ações de Criaturas.
Após derrotar Ruffus, faça a escolha abaixo:
1. Contenha-se e cure os ferimentos de Ruffus.
2. Não há salvação para ele, acabe com seu sofrimento.
Ao escolher a opção 1, leia:
— Basta! — disse o antigo Prior, enquanto caia com um
dos joelhos em terra e se debruçava no outro — Você carrega a
força dos Ghanyr dentro do seu coração, agora eu vejo. Minha luz
nesse mundo está se esvaindo mas minha missão será acompanhá-
la, Escolhida de Üiala. Aceite meu poder e torne-se o farol de luz
em um tempo de trevas.
Ao escolher a opção 2, leia:
— Eu sinto uma força... Não. Uma fome dentro de você. Uma
fome de luz, de vida. Eu trilhei por esse caminho uma vez e vejo
que você está seguindo os mesmos passos que me acorrentaram
nesse mundo, aguardando aquela que fosse capaz de me livrar do
tormento. Mas você é algo a mais. Mais voraz, mais sedenta. E não
há nada que eu possa fazer por você, Ceifadora...
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 Missões da Druida
Arma Lendária: Foice Lunar
Em seus caminhos você encontram uma grande árvore em
estado de podridão. Veios roxos pulsam em seu tronco e suas
raízes se retorcem quando vocês se aproximam. Essa árvore é uma
das mudas da Árvore da Vida, plantada no fim da grande Guerra
D’Alma com o objetivo de trazer proteção e nutrir a terra ao seu
redor.
Você tenta de todas as formas purificar a árvore e trazê-la de
volta ao seu estado natural, mas algo parece impedi-la. Fazer um
ritual de Purificação desse porte exige que um druida esteja em
paz com seu espírito primal e com o coração limpo de influências
tóxicas. E você sabe que há algo dentro de você, um espinho em
seu coração, que a deixa exatamente igual a essa muda da Árvore
da Vida. Talvez essa árvore esteja aqui justamente para isso. Assim
como a terra precisa ser limpa da Corrupção, você aceita que é
hora de purgar seu coração dos remorsos do passado. E como a luz
destrói as trevas, o amor destruirá os ressentimentos do passado.
Classe de Prestígio
Após realizar a Purificação da muda da Árvore da Vida, Marzak
conseguiu se conectar mais uma vez com a Rainha Selvagem e
os demais espíritos na natureza. Isso a fez ouvir mais uma vez um
chamado que há muito tempo ela não ouvia. Mas agora Marzark
sabia o que fazer. Há muito tempo, a Arquidruida Orianna tomou
uma difícil decisão durante a Noite Eterna que levou aos eventos
do Expurgo da Lua Carmesim.
Uma profecia revelada à Arquidruida dizia que uma criança
de pele escura como a noite e olhos púrpuras como a Corrupção
traria ruína para o mundo de Sempreterna. Os elfos sempre foram
seres profundamente conectados com a magia de Sempreterna e a
influência nefasta do Abismo no mundo material durante a Noite
Eterna fez com que vários dessa raça herdassem esses traços físicos.
Orianna tomou a difícil decisão de proteger seu povo eliminando
as possíveis ameaças, ato que atormentou e prendeu seu espírito
no plano material, entoxicado pelo remorso e rancor. Marzak
conhecia esse sentimento e sabia que era necessário acabar
31
com essa culpa que a acompanhava de uma vez por todas. A
antiga Arquidruida precisava ser julgada por Tawartári. Invocando
os espíritos primais de Aliel, Marzak consegue se conectar com o
fantasma de Orianna.
— Eu vim por você, Orianna. — disse Marzak de forma seca.
— Após todos esses anos, Pequena Presa, você me perdoaria por
o que fiz ao nosso povo?— A voz do fantasma uivava sob o luar.
— Não. — disse a druida secamente. — Mas o seu perdão não
cabe a mim dá-lo ou não. A Rainha Selvagem será sua juíza. Eu sou
apenas a mão que executará os comandos.
— Pequena Presa... Nisso você sempre foi boa. Sempre apenas
uma mão que executava comandos, não?
— Já basta! — os olhos de Marzak emanavam uma chama mágica.
— Prepare-se para enfrentar o julgamento de Twartári!
Pegue a carta do chefe chamada Orianna do baralho de Chefes.
Coloque-a no tabuleiro central e realize um combate do grupo contra
Orianna utilizando as cartas de Ações de Criaturas.
Após derrotar Orianna, faça a escolha abaixo:
1. Perdoe Orianna e aceite as bênçãos de Tawartári.
2. Purgue o espírito de Orianna com as chamas primais.
Ao escolher a opção 1, leia:
— Eu a perdoo. — disse Marzak enquanto o espírito de
Orianna se dissipava como uma brisa norturna. — Mas isso não
significa que você não tenha ainda a pior parte da jornada pela sua
frente. Pois agora, Arquidruida, você precisa se perdoar. E isso nem
eu nem a Rainha Selvagem conseguiremos fazer. Venha comigo e
me empreste seu poder. Prove que você ainda consegue trazer o
bem para esse mundo.
Ao escolher a opção 2, leia:
— Não há salvação para você, Orianna. Você será queimada
e purgada pelas chamas do fogo primal. O mundo não lembrará
das suas ações e você será apagada da história, como uma brasa que
perde seu calor e se esvai em fumaça e esquecimento. Queime e
leve seus pecados para o fundo do Abismo.
 Missões do Mago
Arma Lendária: Tomo D’Alma
— Você a sente, não? — o velho mago apertava o anel de sua
mão enquanto olhava para o calado paladino. — Eu sei que você a
sente. Eu vejo como você olha para a ela quando estamos lutando.
E eu já vi você manipulando-a, usando-a a seu favor. Você sabe...
A Corrupção... — O paladino cerrou os punhos e olhou friamente
para o mago.
— E o que você sabe sobre isso? O que você sabe sobre o que
a Corrupção é capaz de fazer com o coração de uma pessoa,
velho? — Artan segurava firmemente o colar em sua mão enquanto
conversava com o mago.
— Eu também perdi todos com quem me importava, paladino.
Eu também fui jovem. Eu também amei. Incondicionalmente. São
lembranças de eras passadas, mas elas também estão aqui — o mago
tocava o peito como se tivesse segurando um fardo em suas mãos.
— Mas agora, são apenas isso. Meras lembranças. Eu me
pergunto... O que você faria para livrar esse fardo do peito?
Classe de Prestígio
— Chegamos. — O velho mago apontava com seu cajado em
direção a uma ruína logo à frente do grupo. Um ar gelado tomava
conta do ambiente. A cada passo que eles davam em direção à
ruína, era como se estivessem entrando em uma nevasca densa.
— Não temam! O poder que jaz aqui será essencial para
seguirmos em frente. — Pharanor apertava forte o anel em seu
dedo.
Uma voz ecoou pelas ruínas. As sílabas cortavam o ar e gelavam
a espinha do grupo.
— Você tem muita coragem de voltar aqui depois de tudo,
Pharanor. E vejo que está com um grupo... Outro? Eles sabem o
que lhes aguarda? Eles sabem o destino de todos aos quais você se
alia? Se afeiçoa? Todos os que você ama?
— Basta, Faey, eu vim pelas antigas runas, me poupe da conversa.
— Não me chame assim, eu não permito! Eu sou Faeydar,
guardiã das antigas runas dos Magi. Eu guardo o poder dos
dos elementos naturais de Sempreterna. A magia de
Cellendale corre por mim. Você perdeu o respeito pelos nossos
costumes?
— Eu sei disso, Faey. Na verdade é por esse motivo que estou
aqui. — O mago agarrou as duas mãos em seu cajado para se segurar
dos ventos gélidos e lancinantes que se projetavam sobre o grupo.
A pedra de seu cajado brilhava como se estivesse ressoando com a
aura mágica das ruínas. — Os Magi acabaram Faey. Nada mais da
ordem resta...
— E mesmo assim aqui está você, Phar... — o espírito de uma
bela humana se formava em frente ao grupo, esboçando um sorriso
irônico — Eu sou a guardiã das runas. Se você busca esse poder, sabe
que ele só pode ser herdado de uma forma, certo?
— Só pode existir um guardião. — disse Pharanor — E eu carrego
esse título. Chegou a hora de tirar esse fardo de você, Faeydar...
Pegue a carta da chefe chamada Faeydar do baralho de Chefes.
Coloque-a no tabuleiro central e realize um combate do grupo contra
Faeydar utilizando as cartas de Ações de Criaturas.
Após derrotar Faeydar, faça a escolha abaixo:
1. Absorva o poder das Runas elementais.
2. Absorva o poder pulsante do espírito de Faeydar.
Ao escolher a opção 1, leia:
— Faey! Libere o poder! Me dê o poder das Runas!
— Você sempre foi o mais forte de nós, Phar... Perdia apenas
para ela... Mas sua magia e domínio sobre o tempo o deixou preso
em um ciclo do passado. Incapaz de seguir para o futuro, Phar... As
Runas são suas... Que Celendalle nos perdoe.
Ao escolher a opção 2, leia:
— Eu não cederei, Phar! Vá embora enquanto há tempo!
— Mas eu não preciso do poder das Runas quando eu posso
ter o poder sobre você, Faeydar! — O mago cravou seu cajado no
chão. Um círculo com estranhas gravações se formou. Correntes
eclodiram do chão e se cravaram na maga enquanto seu espirito
era tragado para a pedra no cajado do mago. Algo muito errado
tinha acabado de acontecer ali...
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 Missões da Monja
Arma Lendária: Yeoui
— Eu lembro dessa região. Lembro de ter visitado aqui enquanto
treinava para Sypave — disse Tainara com tom de remorso.
— Lamento pelo que aconteceu em Nahaat, Tai... Se eu tivesse
chegado antes, você não teria...
— Não foi culpa sua, Tess! — disse Tainara, interrompendo a
clériga. — E vamos mudar de assunto, meu amor. Devemos estar
nos aproximado do templo que comentei com vocês. É por aqui
certo, Pharanor?
— Sim, se não estiver enganado, Hines manteve aqui um dos
seus artefatos usados durante as Guerras D’Alma. — disse o mago.
— Ali! Acho que Nina encontrou algo ali! — Gëlien gesticulava
em direção a uma estrutura esculpida em uma grande árvore.
— Sim! Finalmente nós achamos! Eu disse que íamos conseguir
Tess, não disse? — disse Tainara enquanto abraçava e rodopiava com
a Clériga. — Esse é o local do lendário bastão de Hines, Yeoui!
Classe de Prestígio
— Você realmente conheceu ele? — disse a monja, se dirigindo a
Pharanor, que estava sentado próximo ao fogo do acampamento.
— Sim, Tai. — o mago respondeu — Tive o prazer de lutar ao
lado dele. Mesmo não sendo um Magi, era impressionante como
Hines conseguia manipular as magias dos 3 Pilares: Arcana, Primal e
Divina. Mas isso foi há muito tempo...
— Eu consigo sentir seu espírito vibrando na Yeoui. Como se
estivesse tentando me alcançar, se comunicar comigo — refletiu a
monja enquanto segurava com força o bastão.
— Seu povo possui uma conexão excepcional com a magia de
Sempreterna, mas entenda que uma certa estabilidade espiritual é
essencial para que essa ligação ocorra. — ponderou o mago.
— Eu preciso tentar. Desde que coloquei as mãos em Yeoui
eu sinto como se algo estivesse tentando se libertar. Eu sei como
acessar a alma dos que estão presos nesse mundo, mas mesmo assim,
você me ajudaria? — As palavras da monja ressoaram em Pharanor.
33
— Certamente isso é algo que gostaria de aprender. — Os
olhos do mago emitiram um leve brilho.
— Então vamos lá. — A jovem monja de Nahaat se concentrou
por um tempo e iniciou a dança cerimonial de seu povo, uma
dança mágica capaz de conectar o usuário ao tecido mágico de
Sempreterna. Pharanor observava atentamente cada movimento.
Logo, um espiral de luz azul formou-se ao redor da monja. Partículas
de pura energia flutuavam e seguiam o fluxo dos seus movimentos.
De repente, o chão tremeu. — Ele está vindo, eu sinto, Phar! Ele
está confuso, agitado, caótico. Não sei se consigo contê-lo!
— Não pare agora, Tainara! Você está indo muito bem! Você
precisa seguir mais um pouco! — gritou o mago, enquanto se
segurava em seu cajado devido a pressão mágica que fluía.
— Se preparem! Não consigo mais segurá-lo! Ele está vindo!
Pegue a carta do chefe chamada Hines do baralho de Chefes.
Coloque-a no tabuleiro central e realize um combate do grupo contra
Hines utilizando as cartas de Ações de Criaturas.
Após derrotar Hines, faça a escolha abaixo:
1. Contenha a força de Hines e comungue com seu espírito.
2. Absorva completamente a força que emana do bastão.
Ao escolher a opção 1, leia:
— Você conseguiu conter o caos do ritual, jovem monja. Eu
sinto em você o poder do nosso povo. Você tem a chance de se
tornar poderosa e capaz de proteger esse mundo. Por isso Yeoui
te aceitou tão rapidamente. Mas cuidado, as luzes mais brilhantes
escondem as trevas mais terríveis.
Ao escolher a opção 2, leia:
— Ele está fora de controle, Tainara! Acabe com isso! Contenha
o caos e absorva a energia que está descontrolada! Tome todo o
poder para você ou tudo será destruído! Como em Nahaat!
— Nahaat.... Jamais vou permitir que aquilo ocorra novamente!
E se tiver que consumir as trevas para evitar outro desastre, assim
eu farei!
 Missões do Paladino
Arma Lendária: Luar Escarlate
— Eu conheço bem o panteão de Sempreterna, Artan. — disse o
mago, olhando com desconfiança. — E dentre os deuses Criadores
e mesmo dentre os deuses Traidores, nunca ouvi falar do seu deus.
— Valatar é um deus muito antigo e reservado, mago. E esse é
um dos poucos templos reservados para ele. — O paladino sempre
esboçava um ar estoico ao falar de seu deus.
— Mesmo assim, é curioso como mesmo entre os antigos escritos
dos Magi, nunca houve uma menção a Valatar. – retrucou o mago.
— Às vezes — o paladino olhou com repreensão para o colega
— as pessoas só esquecem dos deuses. Mas aqui, nesse templo,
encontraremos o símbolo da sua presença no mundo material. Um
lembrete para que as pessoas se recordem dele.
— Sim, apenas achei curioso o nome que você diz esse artefato
ter... Luar Escarlate? Espero que isso seja apenas uma enorme
coincidência. — resmungou o mago em tom tremulante.
Classe de Prestígio
— Você tem certeza que esse é o local? — curiosamente, o tom
de Kandra sempre soava mais suave ao falar com Artan.
— Sim.... Eu sinto a espada cada vez mais pesada conforme
nos aproximamos da tumba de Nahla. E com ela, as respostas que
busco. — O paladino mostrava-se cansado por algum motivo.
— Não é um deus ou uma paladina morta que trarão as respostas
para o seu coração, Artan. Elas já estão em você. Tudo isso, toda
essa sua jornada são somente mais e mais dúvidas que são plantadas
na sua mente. — Disse a bárbara enquanto tocava a mão espalmada
no peito da armadura do paladino.
— Você não entende, Kandra... As vozes. É como estar andando
em uma neblina densa. Eu já não consigo saber o que é real.
— Eu sou real. — disse a bárbara se aproximando do paladino,
que por sua vez, deu um passo para trás e virou a cabeça apertando
fortemente o amuleto em seu pescoço.
— Lily e Iris também eram. E veja só o que aconteceu.
— Por muito tempo — a bárbara avançou um passo,
pressionando Artan — eu também andei na neblina densa, sem
saber o que era real. Quando Kaldor morreu, eu parecia estar me
afogando em um mar de sangue e ódio. Acredite, Artan, eu sei o
que é andar pelas sombras.
— Esse é o problema. — O paladino olhou dentro dos olhos da
bárbara, e seus olhos pareciam se iluminar com uma luz carmesim.
— Eu sou a sombra. E ela se que espalha no mundo por mim. — O
paladino fez a espinha da bárbara se gelar, por um segundo seu
instinto foi pular e arreganhar os dentes. Mas ela conteve o instinto.
— Chegamos. — O mago interrompeu a conversa de forma seca.
— Preste a atenção Artan. Eu não sei o que acontecerá ao invocar
o espírito de Nahla. Uma estranha aura paira sobre esse mausoléu.
Uma aura antiga. Se prepare para o pior. — Disse o mago, que pela
primeira vez se mostrava apreensivo com a situação.
Pegue a carta do chefe chamada Nahla do baralho de Chefes.
Coloque-a no tabuleiro central e realize um combate do grupo contra
Nahla utilizando as cartas de Ações de Criaturas.
Após derrotar Nahla, faça a escolha abaixo:
1. Aceite e escute a voz de Ancale, o Pai da Alvorada.
2. Siga o caminho de Valatar, e o destino que o acompanha.
Ao escolher a opção 1, leia:
— Artan, abandone o caminho das trevas, aceite a luz do
Pai-de-Tudo, Ancale, e purgue seu coração! — disse o espírito
de Nahla.
— Eu... que Ancale seja meu novo guia. Que sua voz lidere meu
caminho. Que as trevas nunca mais guiem meu espírito! Ancale!
Eu sou a sua luz, a sua voz e a sua espada contra a escuridão!
Ao escolher a opção 2, leia:
— Valatar! Invoco teu nome e tua força! Me guie pelo
caminho das sombras e empreste do poder do submundo! Nem
luz, nem trevas, apenas o Nada! Eu sou o cerne da tua espada!
— Não, Artan! Valatar, ele...você está... — o espírito da Nahla
aos poucos se dissipava, sumindo e sendo tragado pela espada
carmesim do paladino. Um silêncio ensurdecedor tomava conta do
mausoléu enquanto o paladino se erguia como uma sombra.
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 Missões do Ranger
Arma Lendária: Gaia
— Mas o que foi!? — Gëlien olhava para Nina enquanto a
loba revirava os olhos e bufava. — Eu consigo sentir daqui seu mau
humor, ouviu? De todos os animais, Ter’Rah tinha que escolher o
mais rabugento para me acompanhar? — a loba de Aliel cerrou os
olhos em desaprovação e mordiscou a perna do Ranger.
— Ai! — reclamou o Ranger, demasiadamente alto.
— O que aconteceu? Criaturas da Corrupção? — A druida
avançou na direção de Gëlien em prontidão.
— Quem me dera, tá mais para Criatura da Aporrinhação. —
disse Gëlien, em tom de deboche, balançando a cabeça de forma
jocosa para Nina.
— De qualquer forma, preparem-se, estamos nos aproximando
da clareira onde está o santuário de Kaw. Lá encontraremos seu
poderoso arco, Gaia, e quem sabe alguma pista sobre a natureza
real da Corrupção. Sigamos. — disse Pharanor a passos rápidos.
Classe de Prestígio
— Pequena Presa, — disse o mago em tom carinhoso —
recentemente notei algo característico na assinatura mágica que
contorna a Nina. Tem algo que eu deva saber sobre a loba?
— Desculpe Phar, mas... — disse a druida de forma hesitante.
— Não continue, eu entendo seus motivos. Apenas eu achei
curioso do porquê a loba carrega a assinatura do espírito da Kaw
dentro dela — comentou Pharanor coçando a barba.
— O que? — a druida se surpreendeu. — Você tem certeza disso?
— Absoluta. Aparentemente quando Ter’Rah criou a loba, ele
a imbuiu com a sua magia e com o espírito de Kaw. Ele deveria ter
algo em mente ao fazer isso. Me pergunto se a loba tem consciência
de quem ou o que ela realmente é. Imbuir almas em cascas ou
homúnculos é algo... — disse o mago, cautelosamente.
— Profano! — completou a druida, rapidamente. — Kaw foi um
humano tocado pela magia da Noite Eterna, assim como Gëlien.
Talvez ambos tenham alguma conexão com a profecia?
35
— Com a profecia? Hum, quem sabe podemos tentar algo.
— O tom do mago mudou drasticamente. — Gëlien! Precisamos
fazer um teste com você e com Nina, talvez a conexão entre vocês
possa nos ajudar a desvendar alguns mistérios acerca da Corrupção
que tomou conta de Ter’Rah.
— Claro, o que... — respondeu Gëlien, sendo interrompido no
mesmo momento.
— Pois bem, coloque sua mão sobre a cabeça de Nina e não
importa o que aconteça, não se mova. Entendeu? — disse Pharanor.
Rapidamente, o cajado do mago brilhou e a Pedra D’Alma em
sua ponta começou a ressoar violentamente.
— Era como eu suspeitava! — gritou o mago em meio ao
turbilhão que se formava ao redor dos heróis — Gëlien, prepare-se,
teremos que contê-lo à força!
Pegue a carta do chefe chamada Kaw do baralho de Chefes.
Coloque-a no tabuleiro central e realize um combate do grupo contra
Kaw . Nina não participa desse combate.
Após derrotar Kaw, faça a escolha abaixo:
1. Contenha o espírito de Kaw e devolva-o para Nina.
2. Não há mais volta, a energia caótica presa ser contida!
Ao escolher a opção 1, leia:
— Nina! — gritou Gëlien. — Eu sei que você ainda está
aí! Agora eu me lembro! Eu vejo suas memórias! Kaw, Nina,
Gëlien... Todos somos parte de um todo! Ter’Rah estava certo
em nos colocar nessa jornada! Não somos a criança da profecia,
mas seremos aqueles que trarão a luz para as trevas! Nós somos o
Guardião de Aliel! — Uma luz verde e dourada tomou conta de
todos, e emergindo dela, um cavaleiro montado em um enorme
lobo se erguia como um bastião da luz.
Ao escolher a opção 2, leia:
— AH! O ódio, as trevas, NÃO! — Gëlien começava a ser
envolto por uma aura de Corrupção, quando Nina subitamente
recuperou a consciência e começou a absorver a energia das trevas
que serpenteava por Gëlien, salvando-o de um terrível destino.
No processo, seu corpo fora destruído, e agora apenas restava um
espectro, uma sombra do que a loba fora um dia.
 Pergaminho 1: O Anel do Lamento
Introdução
– Damas, cavalheiros e prezados colegas bêbados presentes
hoje nessa noite linda, aqui reunidos na ilustre taberna do Texugo
Caolho. Eu, Fildon, o escriba, lhes contarei a história de suas
vidas. Um conto de amor, ressentimento, esperanças e traições.
Tudo o que peço em troca é um pouco de seu tempo e algumas
moedas de ouro de suas gordas bolsas — Disse o falastrão menestrel
gesticulando e elevando seu tom enquanto subia no balcão de
bebidas de uma não tão ilustre taberna em Kalahad portando um
adorável alaúde a tiracolo.
– Nossa história poderia se iniciar 1.500 anos atrás, durante o
período da Noite Eterna, no último dia que colocou fim à Guerra
D’Alma, mas isso seria muito clichê, não acham? — o menestrel
esboçava um sorriso maroto e um ar irônico enquanto estendia
o chapéu para coletar algumas moedas jogadas sobre o balcão da
taberna.
– Antes contarei a história de um pai e um filho. De uma família,
digamos assim, um pouco não convencional.
– Pois bem, nossa história começa no momento exato em que um
jovem mago perde sua mestra e amada devido aos acontecimentos
da terrível guerra que assolava nosso mundo. Enquanto esse
mago lamentava, inconsolável, no campo da batalha final, a
perda daquela que significava tudo para ele, o jovem notou uma,
digamos, estranhamente familiar assinatura mágica, algo como um
resquício da alma de sua mestra que pairava próximo a ele, como a
sombra ou o eco de algo que um dia existira.
– O mago sabia que aquilo não era um eco mágico qualquer.
Aquela aura, aquela assinatura energética estava bem clara em
sua mente: um fragmento da consciência de sua amada restava
ali. Rapidamente, ele tomou uma atitude impensável. Apesar
de jovem, o mago possuía habilidades ímpares no que tange à
manipulação da energia arcana que flui pelo véu mágico que
cobre a matéria de nosso mundo.
– Em uma rápida conjuração, o mago conseguiu conter
aquele fragmento de energia em um invólucro que, ironicamente,
também se tratava de um fragmento. Assim, fragmento de alma
e fragmento de Pedra D’Alma foram unidos pela poderosa magia
arcana de nosso jovem conjurador.
– Muitos anos se passaram desde esse evento, e durante quase
1.200 ciclos do poderoso Sol de Sempreterna, o mago estudou e
aprimorou seu conhecimento arcano na manipulação das energias
fundamentais que permeiam nosso mundo material. Assim, em uma
noite onde a Lua prateada, Rhana, estava oculta e a Lua vermelha,
Lomea, estava cheia e banhando os céus com seu brilho carmesim,
nosso, agora velho, mago conseguiu o inimaginável: vincular uma
alma (ou no caso, um fragmento de alma) em um simulacro, um
homúnculo sem vida.
– Ao fazer isso, o velho quebrava todos os tabus dos ensinamentos
de sua deusa e protetora, a poderosa Celendalle (e claro, era uma
afronta direta ao panteão inteiro dos deuses de Sempreterna). Mas
seu amor e ressentimento pela perda da amada eram maiores que
todas as regras e tabus deste e de qualquer outro mundo dentro
da criação.
– Mas isso, meus caros ouvintes, teve um resultado, imaginem,
inesperado! A alma se vinculou ao simulacro com sucesso, e
despertou a vida (se é que podemos chamar isso de vida) em um
estágio curiosamente infantil. Como se a parte da alma que ali
estava fosse de fato apenas um recorte específico de um todo.
– Ah! Mas isso era irrelevante para nosso velho mago. Assim
sendo, ele poderia cuidar e amar aquele ser de maneira muito mais
forte e sublime, pois agora, meus caros, seria um amor de pai para
filho.
– Os anos se seguiram, e o velho mago decidiu treinar sua
criação nas antigas artes dos Magi. Sua esperança era de que um
36
 dia sua ordem voltasse à plenitude daquilo que um dia havia
sido. O filho, por outro lado, pouco se interessava pelas aulas
enfadonhas sobre a teoria da cosmo estrutura da Criação. O
jovem, na realidade, sempre se interessou pela história de seu pai
e pelos eventos da antiga Guerra. E mesmo que o velho mago se
esgueirasse do assunto, o pequeno sempre estava lá, curioso sobre
os acontecimentos daquela era tão longínqua, mas estranhamente
familiar para ele.
– Curiosamente o velho mago nunca ensinou ao seu filho a
utilização dos poderes que sua ordem havia desenvolvido para
controlar a força das lendárias Pedras D’Alma, ou melhor, da
lendária, visto que todas as demais haviam sido perdidas ou
destruídas ao término da guerra e apenas uma restava intacta e sob
a guarda de seu pai.
– Com o tempo, o filho foi se mostrando potencialmente
superior ao pai e tutor, mas sua imaturidade e instabilidade
emocional acabaram fazendo com que o velho mago diminuísse
o ritmo dos treinamentos de combate e passasse a realizar intensos
treinamentos de controle mental e resistência arcana. Seu objetivo
era preencher o vazio e a instabilidade daquela alma, com o intuito
de torná-la completa.
– Infelizmente, não foi exatamente assim que aconteceu. O
jovem garoto sofria constantes transtornos de personalidade.
No início, o velho acreditava ser normal devido ao processo de
maturidade que filho estava passando. Mas as constantes alterações
de humor e profunda aptidão que a criança mostrava quanto ao
controle arcano levaram o mago a pensar que algo, evidentemente,
não estava certo.
– Quem poderia imaginar que um eco de uma consciência
mortal ao ser enxertado em um simulacro poderia dar errado,
certo? — O bardo sorriu. Seus olhos faiscaram com o reflexo da
fogueira que queimava próximo à lareira.
– Bom, o mago sabia que precisava treinar o jovem. Aos poucos
ele construía barreiras arcanas sobre a mente do jovem durante
exercícios de meditação. Selos mágicos que estabilizavam a energia
mágica que fluía naturalmente pelo corpo do filho. E foi em uma
dessas sessões de meditação e supressão arcana que, subitamente, o
jovem perdeu o controle. Por algum motivo, todos os selos, todas
37
as barreiras foram rompidas. O velho tentou controlá-lo de
todas as formas, mas o filho o atacava com todas as suas forças.
– O velho claramente se mostrava superior em habilidade e
técnica, mas força mágica bruta que fluía através do filho não via
limites. O mago tentava, de todas as formas, conter a crescente
onda mágica de choque que pulsava de seu filho enquanto tudo
ao seu redor era destruído pela vibração da energia arcana.
– O velho mago decidiu, então, invocar os poderes da Pedra
D’Alma que mantinha selada em seu cajado para que seu poder
se tornasse superior ao poder do jovem, mas essa foi uma terrível
decisão tomada por ele.
– No momento em que o mago invocou o artefato, o filho
lançou sobre ele rajadas mágicas que se manifestavam como
tentáculos púrpuras de sombras e trevas que se projetavam de
seu corpo, devorando tudo o que tocavam em seu caminho. As
trevas serpentearam e colidiram contra a Pedra D’Alma com uma
voracidade caótica, com o intuído de penetrar e devorar o cristal.
– O mago não poderia permitir isso. O velho e antigo guardião
usava todas as suas reservas arcanas para moldar e distorcer o tecido
da própria realidade ao redor de seu filho, de forma a congelá-lo,
aprisioná-lo em um casulo de força, uma contenção momentânea
onde o tempo não fluísse. Mas o poder do filho se mostrava cada
vez mais caótico e colossal. Já o pai, estava velho e cansado.
– E por esse motivo, o velho falhou. A barreira de contenção
não foi capaz de isolar as ondas arcanas que pulsavam do filho.
Tudo o que restava para o mago era se render ao poder do caos ou
de alguma forma banir o filho para longe daquele plano.
– Nisso, ao menos, o mago obteve sucesso e, com muito custo,
a batalha encerrou-se quando o velho conseguiu conjurar um
portal que sugasse e enviasse o filho para muito longe dali.
– O mago caiu de joelhos, exausto. Ao seu lado, sua Pedra
D’Alma ainda pulsava, ressonando com resquícios da aura arcana
trevosa que há pouco tentara corrompê-la. O mago pegou a Pedra
aparentemente intacta em suas mãos e notou que de alguma
forma, uma lasca, um fragmento da mesma fora arrancado.
– Seus olhos ficaram turvos. Seu corpo pesou e caiu no chão de
sua torre. Por dias, o mago dormiu em um estado de suspensão
 arcana. Nesse período, ele sonhou com sua juventude, com
o tempo que passou com sua amada, e com o terrível fim que ela
levou, presa em uma em uma luta eterna contra o próprio Abismo.
– Mas essa, meus amigos, não é, exatamente, o fim dessa história.
E antes que suas lágrimas caiam e seus bolsos se esvaziem – disse
o bardo, chacoalhando o barrete que tilintava ávido por mais
Pergaminho 2: O Cerco a Kalahad
Introdução
— Vocês todos se lembram, não? Da noite do cerco? Não
aconteceu há muito tempo. Não? Nada? Ninguém? — O bardo
revirou os olhos em desaprovação, como se esperasse uma resposta
diferente de seu público.
— Ótimo, meu público é composto por trolls — disse o bardo
resmungando — Pois bem, dias antes da noite do cerco, nossa
cidade recebeu heróis e heroínas de todos os 4 cantos de Khelinor.
Todos vieram em resposta ao chamado do grande (e rabugento)
— disse sussurrando — Pharanor, o Guardião, o último dos Magi!
— Há meses, as terras de Khelinor estavam sendo contaminadas
e destruídas por uma força maligna! Nossas caças eram devoradas,
as criaturas estavam agressivas e até monstros começavam a eclodir
de dentro da terra. Era como se a escuridão tomasse forma física!
— Tentáculos grossos de uma massa púrpura avançavam
serpenteando sobre toda e qualquer vida que encontrasse pela
frente. Gavinhas eclodiam dos tentáculos, se multiplicavam e
avançavam como se estivessem devorando e se alimentando da
própria luz de tudo o que tocavam. E o que restava para trás era
apenas uma matéria seca, sem vida, deformada e pervertida pela
maldade que ecoava da massa disforme que ganhava mais volume e
violência quanto mais ruína e trevas ela deixava para trás.
— A vinda desses heróis para cá, obedecendo ao chamado
moedas – vou lhes contar como realmente tudo isso acaba.
– E se as damas e os cavalheiros me permitirem: taberneiro,
uma rodada para todos! Na conta de quem? – Um sorriso maroto
se esboçou por baixo da barba grossa do menestrel – Coloque na
conta do Escriba! – Ele ergueu o caneco e deu um longo gole. –
Agora sim! Vocês estão prontos?
do Guardião trouxe esperança ao povo de Kalahad e aos
habitantes de Khelinor. Mas um grupo, uma comitiva de heróis
como essa precisava de um líder à altura. E eu, Fildon, o Escriba,
tive a honra de ser escolhido em unanimidade para guiar e inspirar
todos os bravos heróis que atenderam ao chamado. — Um bocejo
foi ouvido vindo do fundo da taberna, e parecia certo que os ratos
que estavam aos pés da mesa de Fildon riam de algo.
— Hum-hum — pigarreou o menestrel, quebrando o silêncio
constrangedor que se fazia em uma taberna que nunca havia
experimentado tal fenômeno desde sua construção.
— Como eu estava dizendo, a comitiva de heróis humildemente
liderada pela pessoa que vossos olhos podem admirar, abriu
caminho por entre a Corrupção que se acrescia fora dos portões da
bela Kalahad e adentrou os muros internos da cidade rumo à torre
dos Magi, localizada na praça central da cidadela.
— Guiados por seu destemido líder, a comitiva foi ao encontro
do Mago. Ele os recebeu e agradeceu com profunda reverência a
oportunidade de rever... — a porta da taberna abriu violentamente.
Uma silhueta robusta e de cabelos vermelhos que flamulavam
como as chamas da lareira, esvoaçaram com o vento cobrindo o
rosto do recém-chegado cliente. Fildon sentiu um característico
frio na espinha que há tempos não sentia. Ele se aprumou e
apertou o barrete repleto de moedas com as duas mãos ao mesmo
tempo que mordia levemente o lábio inferior. Enquanto a robusta
silhueta avançava e se sentava de costas para ele no bar, o
38
 bardo continuou sua bravata, ou melhor, sua história.
— Como dizia, meus caros e minha caras, a comitiva de heróis foi
recebida pelo velho mago da torre — deu sequência o menestrel
em tom estranhamente mais lúcido.
— Em sua torre, o mago nos contou o motivo do chamado,
o qual já suspeitávamos: as Trevas avançavam pelas terras de
Khelinor na forma de uma massa tentaculosa de Corrupção. Ele há
dias estudava e procurava a origem desse mal que assolava nossas
fazendas e corrompia as criaturas do continente. Aparentemente o
mago estava bem convicto de que essa onda de ruína estava ligada
de alguma forma ao ocorrido cerca de 1.500 anos atrás durante a
Guerra D’Alma. Ele sentia o pulsar e o ressonar do poderoso
Pergaminho 2: O Cerco a Kalahad
Conclusão
— Ao chegarmos nas muralhas norte, avançamos sobre as crias
da escuridão! Como um bom líder, mantive distância da... hum...
sujeira, dando todo suporte e apoio moral para meus intrépidos
liderados!
— Conforme a batalha seguia, as criaturas eram derrotadas,
mas, surpreendentemente não eram mortas pela comitiva, pois
quando ficavam exaustas do combate, nossa companheira clériga
aproximava-se das vis e corrompidas criaturas, tocando-lhes com
sua mão envolta por uma luz divina e uma aura que emanava
grande calor. Seu toque era capaz de arrancar das criaturas,
pequenos fragmentos de cristais pretos que estavam encrustados
em seus corpos.
— Confesso que na primeira vez eu não entendi o que estava
acontecendo, mas logo ficou claro para mim. As criaturas estavam
sofrendo, em agonia, com suas mentes sequestradas e presas em um
corpo corrompido que não as obedecia. E tudo isso era fruto dos
39
artefato que carregava consigo, a última Pedra D’Alma,
aumentar quanto mais a Corrupção ganhava forças e influência.
— E enquanto ele explicava para nós sua teoria que fazia
a ligação entre o antigo artefato e as ondas de trevas que
serpenteavam ao redor da cidadela, algo terrível aconteceu. Nós
ouvimos quando o sino da guarda da muralha ao norte começou
a badalar freneticamente. O mago fechou os olhos e uma imagem
mágica formou-se em nossas mentes: as muralhas ao norte
estavam em ruínas. Criaturas das trevas, deformadas e açoitadas
pelos tentáculos de Corrupção que eclodiam de fendas do chão
avançavam para dentro da primeira muralha da cidadela.
— Sem pensar duas vezes, seguimos para lá.
pequenos cristais que haviam sido, de alguma forma, cravados
nelas.
— Foi surpreendente ver o corpo corrompido de um Bicudo
voltar ao normal depois que nossa companheira arrancou o cristal
preto, que emanava uma terrível aura vermelha, da cabeça do
pobre animal e usou sua luz para transformá-lo em uma cristalina
gema azulada. Os tentáculos de Corrupção que avançavam
caoticamente sobre nós se retorceram e derreteram como uma
pasta roxa e negra quando o paladino Artan retirou seu almo e
tocou o chão com sua palma estendida, fazendo com que ondas
de uma aura azulada pulsassem sobre toda a área que estávamos.
— A partir daquele momento nós sabíamos como controlar o
avanço da Corrupção, mas não sabíamos exatamente para onde
ir. E foi aí que o velho mago nos explicou o que estava ocorrendo.
— Ele nos contou que, há muitos anos, durante a batalha final
contra a primeira onda de Corrupção que destruiu boa parte do
mundo de Sempreterna, o Deus Esquecido foi banido do plano
material para um plano prisão. Segundo o mago, parece que de
 alguma forma a entidade das trevas está conseguindo exercer
seu poder e contaminar novamente o mundo com sua influência.
— O antigo Guardião ainda nos contou que, ao término da
guerra, um portal fora construído para selar o Deus Esquecido de
forma que ele nunca mais pudesse exercer sua influência no mundo
material. O concílio dos Magi juntamente com os anciões do povo
de Nahaat e a ordem clerical do Ghanyr utilizaram os três tipos de
magia (arcana, primal e divina) para criar os Akari, personificações
da magia pura dos elementos desse mundo, tornando-se as chaves
necessárias para manter o Portal de Anárien para sempre fechado.
— Acontece que o portal foi arrancado de seu local de proteção
e os Akari não responderam ao chamado do mago. Ele temia que
algo tivesse acontecido com esses seres que eram tidos como as 4
chaves do portal.
— Então, Pharanor decidiu enviar um chamado para que heróis
dessa geração atendessem à convocação e formassem uma comitiva
responsável por refrear o avanço da Corrupção. Nossa missão era
ir até cada um dos 4 templos dos Akari, com a esperança de que
desvendássemos o que estava ocorrendo com eles. Dessa forma
teríamos acesso aos artefatos que são fonte do poder dos
Pergaminho 3: No rastro da Corrupção
Introdução
— Ao sairmos de Kalahad algo surpreendente aconteceu. Como
se algo estivesse aguardando a nossa saída e espreitando as muralhas
da cidade, podíamos ver ao longe uma cúpula preta com raios roxos
se formando ao redor da cidade. Não havia nada que poderíamos
ter feito para impedir. A cidade fora selada dentro de uma esfera
de Corrupção. Kalahad, a capital de Khelinor, estava prisioneira
das forças das trevas. Mas por quê? Por que logo quando saímos?
— Voltamos à toda velocidade para os limites da cúpula de
trevas. Tentamos de tudo. Magias arcanas, primais, divinas e até
ataques físicos. Nada era capaz de penetrar a densa barreira
Akari, as Pedras-Coração. Juntando-as, poderíamos descobrir
a localização do Portal de Anárien, e com isso tentarmos selar
novamente a Corrupção em seu plano prisão.
— Poderíamos ir ao Noroeste de Khelinor, nas antigas ruínas de
Anorea, em busca da Pedra-Coração de Fogo, em posse do Akari do
Fogo: Pyrah. Ou então, poderíamos seguir para Nordeste, passando
pelas Tundras de Rharak até o templo de gelo de Aquarah, protetor
da Pedra-Coração da água. Caso fôssemos primeiro ao sudoeste,
deveríamos adentrar as profundezes da floresta de Aliel atrás de
Ter’Rah, o Akari da terra e protetor da Pedra-Coração da terra. Ou
quem sabe, rumando pelo sudeste, poderíamos passar pelas terras
de Barhet e seguir até pico onde fica o templo das nuvens e nele o
Akari guardião da Pedra-Coração do trovão: Thunda’Rah.
— A missão estava dada, meus caros e minhas caras. Sabíamos que
dependíamos de todos da comitiva para seguir viagem. E sabíamos
exatamente aonde ir e o que fazer. E fomos! Mas para onde? Me
digam, qual história querem saber por primeiro? Escolham uma
direção e eu lhes contarei tudo o que ocorreu no caminho!
que se formou ao redor da cidade.
— Voltar não era mais uma opção. Agora nosso único objetivo
era seguir o rastro de ruínas deixado pela Corrupção, encontrar os
Akari e usar as Pedras-Coração para encontrar o Portal de Anárien.
— Eu sabia, eu sentia que algo estava errado, convenientemente
errado, talvez se eu tivesse...— um barulho forte e irritante tomou
conta da taberna quando a robusta figura de cabelos vermelhos
se levantou do banco em que estava, e carregando um enorme
caneco de cerveja, sentou-se no fundo da taberna, bem longe
da lareira onde o menestrel gesticulava e rodopiava ao contar sua
história. A quebra de ritmo da história foi um golpe ao bardo, mas
40
 ele se recompôs e seguiu em sua prosa.
— Bom, como eu dizia (antes de ser mal educadamente
interrompido) — resmungou bem baixinho com o canto dos lábios
— não havia o que fazer. O mago nos apressava constantemente e
sua urgência com certeza demandava a atenção de todos nós.
— Alguns dias de viagem e mais algumas batalhas vencidas e
todos da comitiva sentiam-se realmente parte de um grupo.
Tesser e Pharanor estavam sempre juntos conversando sobre
como a jovem clériga era capaz de feitos incríveis, purificando as
criaturas corrompidas de uma forma que nem o velho mago havia
presenciado. Marzak também estava sempre junto de Pharanor.
O velho mago constantemente a chamava de “Pequena Presa”,
o que fazia a druida sorrir largamente mostrando que nada
pequenas eram suas presas, mas acima de tudo, Marzak corava ao
olhar para o misterioso e falastrão elfo Gëlien (que claramente
lançava olhares de desprezo para a pobre orc, olhares esses
veementemente repreendidos por sua companheira animal uma
doce e enormemente não natural loba).
— Quando não estava compartilhando conhecimento com o
velho mago, Tesser agarrava-se de forma aconchegante à monja
Tainara. Preciso confessar, as duas formavam um casal capaz de
derreter qualquer coração. A anã referia-se sempre à monja
como “Anyn’Dra”, que no dialeto das montanhas de Kronengrak
significava algo como “joia de minha vida”.
— Já Artan, nosso paladino, seguia sempre estoico. Nada
Pergaminho 3: No rastro da Corrupção
Conclusão
Novamente, a porta da taberna se abriu e três figuras, envoltas
pelo manto da noite, adentraram o salão principal e sentaram-se
ao fundo com a bela mulher de cabelos de fogo. A ebriedade
41
parecia alterar sua determinação, eu diria, voraz. Artan
claramente era um homem atormentado por seu passado.
Poucas vezes víamos ele dormindo mesmo no turno de guarda de
outros. E raramente, quando o grande homem cochilava, a dor de
seus gritos aterrorizava nossos corações. Apenas Kandra era capaz
de imobilizá-lo até que ele se acalmasse e dormisse.
— Mas confesso aqui meus amigos, quem não resistiria àquela
mulher? Seus braços rígidos como pedra, suas coxas grossas, seu
olhar rígido e seu rosto quadrado adornado por verdes olhos
amendoados, adornados por um cabelo vermelho que cheirava a
mirtilo e framboesa, frutas típicas de sua terra. E as mãos? Por todos
os deuses mãos enormes e graciosas, dedos grossos mais ao mesmo
tempo gentis... Ah, mais alguém está com calor aqui? Garoto, abra
a janela! — disse o bardo enquanto se recompunha e ajeitava calça.
— Como dizia, todos pareciam obstinados em nossa missão.
Todos, menos Pharanor. Ele não parecia exatamente obstinado,
sabe... Ele parecia atormentado.
— A cada criatura purificada por Tesser, Pharanor rapidamente
investigava o cristal extraído, realizando anotações em seu grande
grimório. Não me levem a mal, meus amigos, eu conhecia o velho
já fazia alguns anos, acreditam que até estudei com ele?
— Eu conhecia aquele olhar por trás dos pequenos óculos
redondos. Ele parecia estar em busca de algo. Como um cão
farejador que persegue o rastro de sua presa. Ele sabia de algo e não
compartilhava conosco. Mas mesmo assim, seguimos viagem.
causada pelo hidromel, junto com as ervas pitadas em seu
longo cachimbo de carvalho, impediram que o bardo discernisse
as figuras novas de sua plateia. Por um momento, ele parou e se
deleitou com a tontura e a leve euforia de estar, após tanto tempo
afastado, com uma plateia à sua disposição. Abriu os olhos
 olhando fixamente para a chama da lareira e recomeçou sua
história:
— Alguns dias e muitas lutas após o cerco de Kalahad, seguimos
em direção à localização do primeiro Akari. Durante a viagem,
Pharanor nos contou um pouco sobre os antigos eventos da guerra
contra a Corrupção. O mago nos disse que naquele tempo ele
também buscou por heróis dispostos a formar uma aliança contra as
forças da fonte do mal que assolava Sempreterna: o deus Esquecido,
uma entidade que personificava o vazio e as trevas do Abismo.
— Sete heróis representando os povos de toda Sempreterna se
uniram a ele em uma jornada para encontrar as Pedras D’Alma.
Segundo ele, o deus Esquecido estava atrás do poder desses
artefatos dados ao povo mortal pelos próprios deuses criadores
durante a Era da Fundação, período onde o mundo material
fora moldado pelos deuses e pelos primeiros humanos, de forma
que ele pudesse se tornar habitável para a segunda geração dos
Primeiros Filhos (nome dado aos primeiros mortais criados pelos
deuses e habitantes originais do mundo que conhecemos hoje).
— Esses sete heróis foram decisivos durante o desenrolar da
guerra e acabaram se tornando o bastião da esperança do mortais,
depois que o Conclave Magi fora derrotado pelas forças do deus
Esquecido. Bom, — disse o bardo com um sorriso malicioso —, é
o que acontece quando um grupo de velhos arrogantes assumem
uma responsabilidade muito além das suas capacidades.
— Sim, sim, eu sei o que as histórias e as canções antigas contam
sobre a grande ordem dos Magi: poderosos magos que se sacrificaram
para atrasar o avanço da Corrupção enquanto a resistência era
formada pelos exércitos de Sempreterna. Mas, se querem saber a
minha opinião, não foi exatamente isso que aconteceu.
— Os velhos subestimaram a força das trevas. Estavam tão
apegados e se sentiam tão protegidos pelo seu juramento arcano
de incorruptibilidade que acabaram caindo como moscas quando
foram atingidos pelas seguidas ondas das criaturas do Abismo que
brotavam da terra durante a Noite Eterna.
— Incorruptíveis, meu ovo esquerdo!
— Eram velhos arrogantes apegados às suas leis e costumes e
foram incapazes de ver o seu fim, a não ser quando ele já estava
estampado em suas caras.
— Todos eram assim, digo, todos menos ela. Ela era realmente
sublime. Quem? Não seja tolo, seu bêbedo sem cultura, é lógico
que estou falando de Anárien. Alguns diziam que ela era a própria
Celendalle, a deusa da magia, encarnada em um corpo mortal.
— Ela era... era... como dizer isso respeitosamente? Ela era
graciosa. Isso! Ela ela a pura graça em um mundo selvagem e
tórpido. Ou pelo menos foi como me contaram... — o bardo coçou
a barba como se estivesse tentando lembrar de algo, mas sem muito
sucesso.
— De qualquer forma, voltando ao que importa: sim, os heróis
da Guerra D’Alma! O velho nos contou quem eles eram e como
ele conseguiu persuadi-los a se uniram à Aliança. Bom, não é como
eu já não soubesse certo? Afinal, eu estudei com o velho e vaguei
por anos pelos quatro cantos do mundo atrás dos contos escritos e
falados que relatavam a história de Sempreterna desde sua criação.
— Ele sempre foi muito astuto... — disse o menestrel parecendo
que falava para si, como se lembrasse de algo.
O bardo sentou e recurvou-se, apoiando um dos cotovelos
sobre o joelho enquanto segurava o cachimbo em outra.
— Nunca foi à toa. Ele nunca disse uma só vírgula sem ter a
certeza que aquela informação poderia ser utilizada para algo em
seus planos. O miserável era um gênio, eu preciso admitir isso...
— Enquanto ele nos enchia de esperança pois agora “éramos
nós os heróis dessa geração” — disse com sarcasmo — ao mesmo
tempo ele nos preparava para uma terrível tomada de decisão
acerca daqueles que nos precederam. É como eu disse, o miserável
estava sempre dez passos à frente em tudo.
42
 Pergaminho 4: Ecos do Passado
Introdução
— Aos poucos fomos conhecendo mais e mais sobre a
Corrupção. Os fragmentos que extraíamos das criaturas que nos
atacavam foram essenciais pra isso. Com o tempo e a prática,
descobrimos que aqueles fragmentos não eram, como eu posso
dizer, verdadeiros. Eles eram cristais não naturais, cópias baratas
das antigas pedras. Alguém ou alguma coisa estava criando cópias
sintéticos que imitavam os fragmentos das Pedras D’Alma e estava
usando esse poder para lançar essa onda de Corrupção sobre o
nosso mundo...
— Mas — ponderou o bardo quanto passava uma moeda por
entre os dedos, demonstrando uma clara aptidão de prestidigitação
— com qual objetivo? — A porta da taberna novamente se abriu.
Uma jovem de cabelos pretos como azeviche entrou no salão,
acompanhada de uma anã vestida em uma bela armadura de
batalha, por mais que um manto sujo escondesse, era impossível
não notar os símbolos de um martelo e um raio esculpidos
delicadamente nas placas da armadura. A jovem de cabelos pretos
caminhava ao mesmo tempo graciosamente e de forma imponente
por entre os demais aventureiros da estalagem exalando um
delicioso aroma de waná, uma fruta característica da região de
Nahaat. O bardo sorriu, e continuou.
— Eram muitas dúvidas e já estávamos nos aproximando do nosso
primeiro destino. Ponderamos durante dias qual caminho tomar
inicialmente. De alguma forma, sabíamos que encontraríamos
respostas junto aos Akari.
— Quanto mais nos afastávamos de Kalahad mais a Corrupção,
de intensificava. Era como seguir um rastro. Sabíamos que a barreira
mágica que selava Kalahad também tinha algo a ver com tudo isso.
Mas quem faria isso? Com qual objetivo e por que Kalahad? Uma
magia como aquelas não era uma proeza ordinária. Pelo contrário,
poucos saberiam como lançar um feitiço daqueles. Na verdade,
o único usuário de magia capaz de conjurar aquela barreira
estava conosco e parecia, ao menos ao meu ver, tão surpreso e
preocupado quanto qualquer um da nossa comitiva.
43
— Vejam, não me entendam mal, meus queridos e minhas
queridas, — o bardo ergueu a taça de forma a reverenciar em
especial as curiosas figuras que se mantinham sentadas e caladas
no fundo da taberna — o velho tinha, sim, uma agenda paralela,
e não estava sendo totalmente transparente conosco. Mas ele não
era um crápula. Apesar dos pesares, ele era sim o último dos Magi,
o guardião de Sempreterna — disse em voz jocosa, girando o corpo
sobre os calcanhares, erguendo a taça e derramando bebida para
todos os lados.
— Mas... — de repente, ele parou. O semblante do bardo fechou-
se e os mais atentos e empáticos sentiriam uma frieza e um vazio nos
olhos do menestrel. Aos poucos, ele baixou a taça, levando-a aos
lábios e resmungando, ele continuou antes de um longo gole — Eu
só gostaria de ter notado a situação anteriormente. Isto teria nos
poupado um grande perda. — E então, após um longo gole, seu
rosto ficou rosado novamente e um grande sorriso de deboche se
formou no rosto do bardo.
— Uma jornada como essa, meu caros, teria um preço a ser
pago! — Novamente o menestrel estendia o barrete para os mais
próximos, dando a entender que chegava a hora de esvaziar os
bolos e encher os canecos. — E não falo de qualquer preço não!
Minha companhia de subordinados — ouviu-se um grunhido ao
fundo da taverna — digo, meu grupo de amigos, assim como eu,
teríamos que tomar difíceis decisões no decorrer da nossa jornada!
— Mas não se preocupem, não seriam decisões tomadas sem
ajuda, pois ao nosso lado teríamos os antigos heróis de nossa
história! Sim! Saímos em busca de poderosos artefatos utilizados
na antiga Guerra D’Alma e muito além disso, saímos em busca dos
conselhos dos antigos heróis daquele tempo que sem mantiveram,
convenientemente, aguardando os heróis dessa geração para
concluírem sua missão de proteger o nosso mundo, e guiar aqueles
que estavam destinados a encontrá-los.
— Eles eram ecos de um passado. E nós? Bom, nós estávamos
obstinados a usar tudo ao nosso favor para acabar com a maldita
Corrupção que tomava conta do nosso mundo.
 Pergaminho 4: Ecos do Passado
Conclusão
— Por dias, nós andamos por todos os cantos de Khelinor.
Das Tundras de Rharak até as profundezas da Floresta de Aliel
nós seguimos derrotando a Corrupção e purificando as criaturas
tomadas pelas trevas e pelo mal. — Disse o bardo de peito estufado,
empinado em uma pose que seria heróica se não tivesse sido
articulada para uma platéia de bêbados e desocupados.
— Com o poder das armas ancestrais, perdidas na Guerra D’Alma
e encontradas por nós, e com a ajuda dos antigos heróis que agora
estavam ao nosso lado, nós seguimos na jornada para salvar o
mundo de Sempreterna da Corrupção que se alastrava varrendo
campos e sugando a vida de tudo o que tocava, deixando para trás
apenas cascas ocas preenchidas de um vazio ancestral.
— Vazio... vocês imaginam algo estar cheio de Vazio? — o bardo
olhava fixamente para sua caneca cheia até a boca de hidromel.
Claramente ele estava fazendo uma pergunta retórica, e não
esperava nenhuma reposta da sua plateia.
— Nós usamos o conceito do Vazio de uma forma errada —
continuou o menestrel, concentrado em sua própria fala, como se
estivesse falando para si mesmo. — O Vazio não é ausência de algo,
mas sim a presença de um anti-algo. Pode parecer que no final
das contas o resultado seja o mesmo, mas existe uma sutileza nessa
interpretação que fomos, aos poucos, aprendendo.
— A Corrupção agia em duas ondas distintas. Primeiramente
ela drenava a vida, retirando-a das criaturas e deixando uma casca
oca para trás. Depois, como um fazendeiro que semeia em terreno
fértil, aguardando a época da colheita, a Corrupção semeava e
implantava o Vazio naqueles receptáculos. Era como se a vida fosse
aprisionada, sequestrada daqueles corpos e uma anti-vida fosse
enxertada naquelas criaturas.
— E não se iludam. O Vazio não é tranquilo e silencioso. O Vazio
é caótico e inconstante mas acima de tudo, o Vazio é horroroso. Os
terrores que rastejam à espreita nas trevas do Vazio é algo que me
falta palavras para descrever. — O bardo se calou.
— Eu sinto.... — a voz do menestrel tremulou e prendeu-
se na garganta. Ele engoliu fundo como se estivesse tomando
coragem e continuou. — Eu sinto até hoje, quando fecho os olhos,
os horrores que nós vivemos nas noites que nos aproximávamos dos
locais onde os Akari deveriam estar.
— Conforme nos aproximávamos dos templos dos Akari, mais
e mais, a Corrupção parecia ganhar força, como um sorvedouro
de vida, da própria esperança, estivesse naqueles locais. Um ralo
obscuro sugando toda a luz, todas as cores do mundo.
— Não lembro ao certo qual Akari foi o primeiro que visitamos
e, para ser bem sincero muitas vezes eu sinto como se nunca tivesse
saído de lá, como se estivesse vivendo em uma ilusão da minha
mente e o mundo fora devorado completamente pelos horrores
que se lançavam das trevas sobre nós.
— Se não fosse por ela... — rapidamente a feição de Fildon ficou
mais leve, parecia que um peso fora removido dos seus ombros. a
luz retornou aos olhos do bardo enquanto o vigor da bela voz do
menestrel voltava a preencher o salão da taberna — Se não fosse
por Tesser, não sei o que teria sido de nós. Pois a enviada de Üiala
parecia uma gigante de luz em meio a nós, que rastejávamos nas
trevas como vermes acovardados. Ela era o calor no frio pungente, a
cor em um mundo cinza, a luz em um vazio de trevas. — O menestrel
abaixou a cabeça e fez uma profunda reverência. O cintilar da
fogueira reluzia nas lágrimas que escorreram discretamente pelo
rosto do bardo.
— Mas ele... Ao contrário dela, ele se erguia poderoso nas
sombras. Como uma coluna sólida de brumas, Artan desafiava
tanto luz quanto trevas. Não era o amor, não era o ódio, mas a
vingança que alimentava o coração do paladino. Ele parecia
conhecer a Corrupção. Sinceramente eu acho que era a Corrupção
quem temia Artan. — Disse o menestrel, com um sorriso amarelo.
— E assim seguimos. Estávamos perto de entendermos os motivos
da nossa jornada. Estávamos perto da revelação que mudaria para
sempre as nossas vidas. E, curiosamente, apenas um de nós se
mantinha inabalável frente aos horrores que encontrávamos.
44
 Pergaminho 5: Confissões
Introdução
— Muitos dias haviam se passado desde que partimos de
Kalahad. — O bardo franzia o cenho enquanto a apertava os olhos.
— Lembro daquela noite como se fosse essa. — O menestrel
finalmente dedilhava o alaúde depois de tanto falatório.
— Havíamos encontrado um ponto para passar a noite depois de
uma batalha e tanto contra algumas criaturas corrompidas. Nossos
corpos estavam cansados, nossas mentes, exaustas. A busca pelos
Akari se mostrava excruciante. Mas finalmente eu decidi sentar e
conversar com o mago. Eu precisava entender tudo o que estava
acontecendo. — Conforme o bardo tocava, era como se todos
pudessem ver e ouvir uma memória que se iniciava da seguinte
forma em suas mentes:
— É uma boa noite para se alongar, comer algumas frutas, purgar
a Corrupção do mundo e quem sabe ser textos antigos não acha,
Pharanor? — Disse Fildon, se dirigindo ao antigo mago sentado
longe da fogueira e dos demais. Ele parecia estar lendo seu grande
grimório enquanto fazia anotações nele mesmo.
— Além de uma audiência para suas piadas desnecessárias, há
algo que você precisa Fildon? Ou estamos conversando apenas
para você matar as saudades do seu antigo treinamento? — O mago
respondeu sem desviar os olhos das páginas que lia atentamente.
— Alguém já te disse como você é irritante? — retrucou Fildon.
— Sim, você, várias vezes. Lembra-se? — Pharanor mantinha-se
focado.
— Uhr, você é irritante mesmo. Olha, eu lamento por tudo o
que houve, lamento por ter abandonado você e o treinamento,
lamento por ter que chamado de...
—Sociopata? — O mago fechou o tomo e cortou o falatório do
bardo. — Foi assim, não? Foi assim que você definiu aquele que o
acolheu, que lhe alimentou, que lhe ensinou tudo o que você sabe
hoje. Que lhe tratou como um...
— Filho? — disse o bardo, também cortando a conversa.
45
— Olha... Me desculpa, tá? Eu nunca quis que fosse assim.
Mas eu me sentia preso, contido, quase refém lá na torre, ok?
Eu precisava ver, conhecer, ler, viver o mundo fora de Kalahad.
Alguma coisa dentro de mim gritava por isso. Era como se o mundo
estivesse lá para mim, e eu só pudesse vê-lo de uma janela. Eu
sei que você queria meu bem. Mas era como se você estivesse me
protegendo de algo que nunca vinha. E era sufocante.
— E eu estava! Olhe ao seu redor, Fildon! — por um momento o
mago se exaltou. Curiosamente Fildon possuía a habilidade natural
e exclusiva de tirar o mago do sério — Mas me diga, — o mago
se acalmou e continou — o que você encontrou? Valeu a pena
abandonar todo o seu futuro?
— Sim, valeu. Eu encontrei a história, Phar. Eu vivi a história.
Phar, eu encontrei algo que você nunca vai conseguir entender.
— O bardo se aproximou, fez menção de tocar o ombo do mago
mas hesitou.
— Eu sou Pharanor, o último dos Magi. Eu protejo esse mundo
há mais de 1.500 anos, meu jovem. O que você poderia ter
encontrado que eu jamais entenderia? — disse o mago, em tom de
deboche enquanto se levantava do tronco onde estava sentado.
— A felicidade em estar vivo, Phar — Disse o bardo com os olhos
marejados enquanto virava de costas e se afastava do mago. A frase
atravessou Pharanor como um raio. Ele fechou os olhos, deu um
longo suspiro e disse:
— Fildon, espere... — disse o mago, enquanto estendia a mão
em direção do bardo. — Eu amo esse mundo acima de tudo. Ela
me ensinou isso. E eu não tenho escolha... Mas não há como estar
feliz sem ela. E nem sempre foi assim. Só parece que toda vez que
eu chego perto, algo terrível se coloca no caminho. É como se esse
mal, essa Corrupção fosse um lembrete constante, uma punição
eterna... — O mago parecia se lembrar de algo trancado em sua
memória em eras passadas.
— Phar... — disse o bardo abalado pelas palavras do mago — O
que... o que exatamente você fez?
 Pergaminho 5: Confissões
Conclusão
— O que eu fiz? — perguntou o mago, como se estivesse
acordando de um sonho — Eu condenei esse mundo.
— Como assim, condenou? — disse o bardo, dando um passo
para trás.
— Você sabia — o mago inclinou a cabeça olhando para o
céu escuro da noite — que ele tem um nome? Você sabe, o deus
Esquecido — continuou o mago — ele tem um nome. Eu descobri
depois de muito tempo estudando os pergaminhos antigos dos
Magi. Antes de ser chamado de deus Esquecido e ser apagado do
panteão de Sempreterna, ele tinha um nome. Chamavam-no de
Gûrthur. Muitos de nós achávamos que ele era um ser vindo de
outra realidade, de um local fora dos planos superiores e inferiores.
Mas, na verdade, ele só estava banido. O próprio Pai-de-Tudo,
Ancale, o havia banido para o Vazio.
— Ok? Estou ainda esperando a parte na qual você condena
o nosso mundo, sabe... — disse o bardo curioso com o rumo da
conversa.
— Chegarei lá — respondeu o mago — No fim da terceira Era,
após a Guerra da Calamidade, quando os deuses criadores andaram
e lutaram ao lado dos mortais contra os deuses traidores, Ancale
aprisionou cada deus traidor em um local dos planos inferiores. Por
algum motivo, Gûrthur não foi aprisionado, mas sim banido para
além dos planos, em uma região misteriosa chamada de Vazio, um
local fora da compreensão mortal, um local que se alimentava de
toda a luz, vida e até do tempo. Quase como a própria...
— Corrupção! — interrompeu o bardo.
— Precisamente — continuou Pharanor — A Corrupção é apenas
uma fração do que nos aguarda no vazio. E para banir Gûrthur,
Ancale construiu um portal que conectava o plano material, o
mundo de Sempreterna, ao Vazio. Esse portal somente poderia ser
acessado por meio de 8 chaves. Oito artefatos capazes se conectar
com os três tipos de magia que da criação. Esses artefatos foram
chamados de...
— Pedras D’Alma... — interrompeu, novamente, Fildon.
— Sim — O mago sorriu levemente — E não foi ao acaso que
essas pedras foram deixadas no plano material. Pois aqui é o único
local onde as três energias fundamentais (a magia primal, divina
e arcana) conseguem fluir concomitantemente. Mas mesmo
depois de banido por quase uma era e as chaves, as Pedras D’Alma
escondidas, Gûrthur direcionou sua atenção para Sempreterna,
orientado pela própria assinatura mágica das Pedras, rompendo
o tecido da realidade e fazendo com que o Vazio vertesse pelas
brechas criadas por ele, pois o deus em si era incapaz de se
materializar em nosso plano.
— E assim a Guerra D’Alma iniciou — continuou o mago —
Gûrthur, agora como o deus Esquecido, lançava-se sobre o plano
material, usando o Vazio como sua arma, como seu exército.
Sugando a luz e a vida de tudo, deixando para atrás apenas um
rastro de ruína. Cascas vazias onde o próprio Gûrthur preenchia
com um pouco da sua essência, das suas trevas. E nós chamamos
isso de Corrupção. Vários Magi tentaram parar Gûrthur. Todos
falharam. Nenhuma ajuda veio dos planos superiores. Então,
nossa líder, Anariel, decidiu enfrentar e fechar as brechas por onde
a Corrupção vertia em nosso mundo. Brecha a brecha, Anariel
conseguia fazer o que vários falharam. Mas, ao chegar na maior e
principal brecha, Anariel caiu para a influência maligna de Gûrthur.
— O deus Esquecido — disse o mago, com pesar — tomou o
corpo de Anariel como receptáculo e passou a caminhar pelo nosso
mundo, recuperando todas as Pedras D’Alma. Todas menos uma. —
disse enquanto tocava seu cajado — Com o poder dessa Pedra que
carrego, e com a ajuda de 7 heróis do passado, nós conseguimos
dividir momentaneamente Gûrthur do corpo de Anariel. E ela
ainda estava lá, consciente de tudo, vivendo os horrores do Vazio.
— Sabendo que não havia outra opção, Anariel nos forçou a
aprisioná-la, dentro do Vazio, fechando a última brecha com ela lá.
Assim, Gûrthur teria seu corpo como prisão física e o Vazio como
prisão astral. Mas eu... Eu não consegui. Eu tinha que tirá-la de
alguma forma de lá. Eu a amava demais para abandoná-la.
46
 Pergaminho 6: Os Akari
Introdução
— Ela era tudo pra mim. — o mago continuou, sem esperar
qualquer comentário do seu antigo discípulo — E eu não consegui
aceitar a sua decisão. Para o mundo, era uma troca justa. A maior
maga de todos os tempos em troca do fim da guerra? Parecia justo
para todos, menos para mim. Imaginar o sofrimento, a agonia e o
terror que ela viveria no Vazio em uma luta eterna pelo controle
do seu próprio corpo, dos seus próprios pensamentos... Cellendale
me perdoe, mas imaginar as torturas e o sofrimento que Anariel
enfrentaria em um local de trevas onde o próprio conceito de
tempo não existe, me quebrou por dentro.
— Mas ela foi irredutível. Havíamos conseguido enfraquecer
Gûrthur momentaneamente, e cada minuto que se passava
arriscávamos o momento em que ele poderia reassumir o controle
sobre Anariel. — Pharanor parecia estar desenterrando algo
de dentro do seu coração. Memórias que estava trancadas nas
profundezas da sua mente.
— Com a ajuda dos poderosos Shamãs de Nahaat, os Priores
da Ordem dos Ghanyr e dos antigos livros dos Magi, eu repliquei
a magia conjurada por Ancale ao fim da guerra entre os deuses e
recriei uma versão menor do Portão Divino. Ao invés de usar as
Pedras D’Alma como as chaves para a prisão nós criamos as Pedras-
-Coração. Foram criadas quatro pedras. E para cada uma delas,
um elemental foi escolhido como seu protetor. Assim surgiram os
Akari: criaturas formadas de pura magia elemental com o objetivo
de proteger as chaves para a prisão final de Gûrthur, onde Anariel
passaria o resto da eternidade lutando contra a Corrupção do
Vazio.
— Ter’Rah, Pyrah, Thunda’Rah e Aquarah. Unindo as 3 fontes
de magia do mundo (Primal, Divina e Arcana) nós conseguimos
enviar Anariel para o Vazio através da última brecha que ainda
estava aberta, selando-a no processo e acabando com a Guerra.
Mas condenando a nossa grande salvadora a uma eternidade
de tormento... — As palavras de Pharanor eram carregadas de
sofrimento e ressentimento.
47
— E — continuou o mago — para garantir que o Portão para
o Vazio não fosse aberto novamente, os Akari partiram para os
quatro cantos do que havia sobrado do mundo de Sempreterna.
Com seus poderes eles formaram o que é hoje o continente de
Khelinor, e cada povo ficou responsável por guardar a entrada
dos templos dos Akari. Ao sudoeste, os elfos de Aliel guardariam o
Templo de Ter’Rah. Ao sudeste, o povo de Nahaat ficariam como
guardiões do Templo de Thunda’Rah. No norte gélido a nordeste,
protegido pelo bravo povo bárbaro, ficaria Aquarah e nos desertos
à noroeste, dentro do grande vulcão das ruínas de Anorea ficaria
o Templo de Pyrah. Cada chave estaria protegida e a salvo de
qualquer ameaça, e o continente reconstruído de Khelinor seria
novamente um local de prosperidade.
— Mas e o Portal em si, Phar? — questionou, atento, o bardo.
— No centro de tudo. Eu ergui minha torre e a cidade de
Kalahad sobre ele. Para que eu pudesse passar o resto de minha
vida vigiando-o de perto. O portal para o Vazio forma os alicerces
da minha própria torre.
— Então a barreira que nos impede de entrar em Kalahad tem
algo a ver com o portal? Mas — continuou o bardo — foi assim que
você nos condenou?
— Não. Mas eu sei exatamente o que ou quem criou a barreira.
Logo que fechamos o Portal — explicou o mago — ainda era possível
sentir a assinatura mágica de Anariel. Era como se um reflexo, um
eco, ainda estivesse em nosso plano material. Eu havia estudado
profundamente os textos dos antigos Magi e neles havia uma
menção a uma forma de manter uma alma para sempre no mundo
material. Eles chamavam de Philacteria. Um repositório capaz
de armazenar a alma mortal e, assim, através de um receptáculo,
um homúnculo, alcançar a imortalidade. Não pensei duas vezes.
Utilizando a última Pedra D’Alma, prendi aquele eco da alma de
Anariel em um corpo sintético, e contrariando todos os tabus dos
deuses, indo contra tudo o que eu havia defendido a minha vida
toda, eu consegui algo inimaginável. Vida! Eu consegui criar vida!
Ou eu achava que havia conseguido, até tudo ruir ao meu redor.
 Pergaminho 6: Os Akari
Conclusão
— Você o quê? — gritou o bardo, chamando a atenção de todos
os que estavam próximos a fogueira. — Você ficou maluco?! Você
tem ideia do que fez?! Pharanor, existem limites éticos e morais
para o uso da magia e você quebrou todos eles!
— Cale-se, Fildon! Quem é você ou qualquer um aqui para me
dizer o que é ou não moral? Eu sacrifiquei tudo por esse mundo.
Eu dediquei a minha vida inteira pela minha missão! — bradou em
represália o mago.
— Você e seu discurso moralista! Você não se importa com nosso
mundo ou com nada além de você! Eu não acredito que... — dizia
o bardo quando foi abruptamente cortado pelo mago.
— Pois acredite. Eu tive sucesso onde vários antes de mim
falharam. E ele era perfeito. Não era exatamente Anariel, mas eu
via ela nele. Ele era algo a mais. Tomei a criatura como meu filho
e dediquei todo meu amor para aquela criança de lindos cabelos
púrpura.
— A profecia! — Em um estalo, um rompante eufórico, o bardo
arregalou os olhos. — A profecia dos elfos! Orianna estava certa!
Uma criança de cabelos e olhos púrpura capaz de trazer a ruína ao
mundo novamente! Afinal de tudo não era Gëlien ou qualquer
outro elfo, mas sim esse... essa...
— Daegur. Seu nome é Daegur. E ele é meu filho. — O mago
se ergueu olhando para Fildon. Por um momento o bardo teve
a impressão que o mago havia se tornado um gigante. Sua capa
parecia rodeá-lo e sua sombra engolia toda a luz da fogueira. Sua
presença era sufocante — Ele é meu filho, e o ser mais precioso para
mim — subitamente o bardo despertou. Não havia mais sombra ou
presença sufocante. Apenas um velho, cansado e consumido pelo
remorso. Impotente em lidar com o que o destino guardava para
ele.
— Phar... — o bardo tocou o ombro do mago — Me desculpe.
Mas... O que você fez, o que você criou... Não é natural. Se os
deuses...
— O deuses nos abandonaram, Fildon, não seja tolo. Eles
foram para nunca voltarem. As Pedras D’Alma foram um presente
de despedida, você não entende? Eu não criei esse poder, eu
apenas usei. Elas foram feitas para isso.
— Você não sabe — De repente, ao lado de Pharanor, a figura
de Tesser avançou para a conversa — Você não tem certeza. Você
se perdeu do caminho de sua deusa, Celendalle, quando deixou a
soberba de seu poder tomar conta de você. E agora você busca a
redenção e o perdão pelo seu grande pecado.
— Talvez... — ponderou o mago respeitosamente ao se dirgir à
clériga de Üiala — Talvez eu esteja tentando corrigir meu erro do
passado. Ou talvez eu seja só um pai buscando seu filho perdido.
Quem sabe ainda os dois...
— Continue, Phar. — os olhos púrpuras de Gëlien refletiam a luz
da lua enquanto o Ranger se sentava onde estavam agora todos
sentados. — Nós precisamos, eu preciso, saber mais sobre o que se
passa. Você nos deve isso, você me deve isso.
— Pois bem — iniciou Pharanor — Mil e quinhentos anos se
passaram desde que a guerra acabou e fundi o remanescente da
aura mágica de Anariel em um homúnculo que se tornaria Daegur,
meu filho. Logicamente para ele, sendo uma criatura mágica, o
tempo fluía diferente. Todo esse tempo passou, e era como se ele
fosse ainda um jovem ingênuo. Eu, por outro lado, envelheci e
enfraqueci. Mesmo sendo o guardião da Pedra D’Alma, meu corpo
ao poucos sofria com o passar dos séculos. Mas eu estava decidido
em treinar Daegur e torná-lo meu sucessor. Quem sabe ele seria
capaz de reerguer a ordem dos Magi a sua antiga glória? Ele tinha
o potencial. A energia mágica que fluía dele era algo ímpar,
comparado apenas com a própria Anariel.
— Ele era rápido, sagaz, compreendia as runas e os escritos
arcanos, era como se a magia fluísse naturalmente dele. Por outro
lado — ponderou o mago — ele era inconstante, perturbado, muitas
vezes instável. Constantemente ele dizia se sentir incompleto. Dizia
que buscava o sentido para as coisas, como se ele não se conectasse
com o mundo real. No fundo, ele sabia que algo estava errado.
48
 Pergaminho 7: De volta à Kalahad
Introdução
— Os anos passavam e eu ensinava tudo o que sabia para ele.
Eu me via nele, eu via Anariel nele. Mas também, em alguns
momentos, eu via o caos e, às vezes, trevas nele. Mas sabia que ele
se tornaria alguém capaz de trazer equilíbrio novamente ao nosso
mundo.
— Até que, alguns anos atrás, treinávamos em minha torre algumas
técnicas de projeção astral. O domínio astral é importantíssimo
para um mago de alto nível. Através dele conseguimos acessar a
fonte pura da magia arcana. Mas fazer isso não é tarefa fácil. Para
tal, é necessária a expansão da nossa consciência e do nosso campo
de domínio mágico.
— Estávamos meditando, quando tudo começou. Notei que
algo estava errado na Trama, no tecido arcano. Era como se
estivéssemos sendo puxados para algo com uma força avassaladora.
Quando me dei conta, fui atingido por uma onda de impacto
tremenda. Acordei do transe e Daegur estava de pé em minha
frente. Olhos fechados e senho carregado como se lutasse contra
algo dentro dele. Quando me aproximei e o toquei ele abriu os
olhos.
— No lugar de seus olhos púrpura, havia apenas uma escuridão
horrível. Me senti olhando para o centro do Abismo, em uma
queda eterna de agonia e horror repugnante. Quando me dei
conta, fui arremessado para trás. Senti como se pesasse dez vezes o
meu peso e era arrebatado por ondas de pressão que pulsavam de
Daegur conforme ele se debatia e lutava contra algo dentro dele.
— Tentei conjurar diversas magias de contenção contra ele
e contra a energia que pulsava dele, mas parecia que elas eram
devoradas. Ele estava absorvendo tudo ao seu redor e eu não vi
outra alternativa se não usar todo o meu poder para sobrepujá-lo.
— Invoquei meu cajado, pois nele estava a Pedra D’Alma, e
ela amplificaria meus poderes. Certamente assim eu seria capaz de
encerrar a agonia de Daegur. Mas esse foi meu grande erro.
— Ao canalizar minha magia pela Pedra D’Alma, Daegur
49
imediatamente se acalmou. As ondas de pressão que pulsavam
dele encerraram. Ele pendeu a cabeça para o lado em uma posição
não natural, me encarando com seus olhos pretos que sugavam a
luz e esboçou um sorriso horrendo.
— Nesse momento, dele partiram tentáculos púrpuras que
serpenteavam pelo chão e pelo ar. As gavinhas de pura trevas
se enrolaram em meu cajado e atacavam a Pedra D’Alma como
brocas, batendo e ricocheteando de forma caótica, como se
quisessem fazer de tudo para penetrar dentro do artefato.
— Não tive outra opção se não conjurar minha magia mais
forte. Concentrei todas as minhas forças e amplificando minha
magia pela Pedra D’Alma consegui congelar o tempo ao redor de
Daegur. Era como se toda a minha reserva arcana fosse sugada para
manter o casulo criado ao redor dele.
— Eu sentia minha consciência desvanecendo e meus olhos
fechando. Apesar de tudo, eu estava velho demais para manter
aquilo por muito tempo. Daegur apenas olhava para mim, com
uma feição macabra, enquanto pulsava dele uma força arcana que
eu jamais havia sentido. A luz da Pedra D’Alma havia derretido os
tentáculos de trevas que me atacavam, mas eu estavam a um passo
de cair inconsciente.
— Usando minhas últimas forças eu conseguir rasgar o tecido
do espaço para conjurar um pequeno portal. Eu pretendia enviá-
lo para qualquer canto o mais longe possível dali, na esperança
de ganhar tempo. Ainda lembro quando caí de joelhos, apoiado
apenas por meu cajado, quando o tempo ao redor dele voltou a
correr.
— Ele se aproximou de mim. Seu rosto havia voltado ao normal.
Mas algo estava diferente nele. Ele parecia frio. Como se seu corpo
estive sugando o calor ao seu redor. Não só o calor, a própria luz
dobrava ao tocar seu corpo. Ele me olhou. Tocou meu rosto e senti
a queimadura do frio. Ele tentou tocar a Pedra D’Alma mas hesitou.
— A última coisa que lembro foi ele entrando no portal que eu
mesmo criei. Após isso, fiquei desacordado por dias, por semanas.
 — Quando recuperei a consciência, tudo parecia normal.
Tudo menos um detalhe. A Pedra D’Alma de meu cajado havia
sido quebrada. Na verdade, apenas uma lasca dela havia sido
arrancada. Imaginei que teria sido devido ao combate. Tentei de
todas as formas rastrear Daegur. Passei anos atrás dele...
— Anos? — questionou Kandra sem conter sua expressão
estupefata.
— Sim, fazem mais de 50 anos do ocorrido. Desde então, eu
venho procurando Daegur por todos os cantos de Sempreterna.
Mas ele é inteligente e astuto. Ele saberia como apagar os traços
de sua aura mágica.
— E foi assim até alguns meses atrás. Eu senti quando aconteceu
pela primeira vez. O abalo na Trama. O tecido mágico de
Sempreterna foi brutalmente rasgado nas regiões dos Pântanos de
Brêtil.
— Foi justamente quando meu povo fugiu e migrou para
Nahaat. — interrompeu Tainara — E logo após isso o grande desastre
das montanhas de Kronengrak...
— Consumiu toda a região — completou Tesser enquanto
apertava a mão de Tainara — varrendo toda a vida e transformando
a região em um verdadeiro fosso de Corrupção.
— Sim — disse Pharanor, abaixando discretamente a cabeça.
— Nesse momento, eu sabia que Daegur estaria de alguma forma
envolvido com isso. Eu sentia as perturbações da Trama.
— Eu rastreei seus passos por toda a região — prosseguiu o
mago — e descobri alguns de seus esconderijos. Na verdade, alguns
de seus laboratórios. Aparentemente, Daegur estava obcecado
em reproduzir de forma sintética diversas Pedras D’Alma. Essa
Corrupção que vemos hoje, não é igual a da primeira guerra. Ela
foi criada como consequência dos experimentos de Daegur. Eu
tenho certeza de que ela foi criada no local de maior pureza do
nosso continente. A magia precisa de equilíbrio. E somente sobre a
luz mais forte pode-se formar a sombra mais terrível. Com certeza
ainda há algo nefasto naquelas terras. Basta procurar no local
certo...
— Mas o que ele tanto busca? — questionou Artan.
— Hum... — suspirou Pharanor enquanto chacoalhava a cabeça
— Por tudo o que eu consegui coletar de informações, me parece
que ele está tentando criar um novo tipo de Pedra D’Alma.
50
Para isso ele precisava dos poderes do Akari. E portanto ele foi atrás
de cada templo, corrompendo tudo em seu caminho, inclusive os
próprios Akari. Por sorte nós ainda conseguimos as Pedras-Coração,
mas em posse de parte da magia dos Akari, em posse das versões
corrompidas da Pedra D’Alma que ele criou, para mim está claro
que ele tentará abrir o porta para o Vazio.
— Por isso a barreira em Kalahad! Ele não quer que ninguém o
atrapalhe... — completou Marzak.
— É o que podemos supor. — continuou Pharanor — Mas com
o poder das Pedras-Coração, com a minha magia e a magia de
Tesser, conseguiremos romper a barreira e confrontá-lo. Ele estará
em minha torre, certamente.
— Durante toda a sua vida Daegur dizia não se sentir parte
das coisas, como se estivesse sozinho e até incompleto. E talvez
seja exatamente isso mesmo. Daegur é parte de Anariel, e
Gûrthur também é parte dela. De alguma forma a influência do
deus Esquecido pode ter ressonado na consciência de Daegur,
impelindo-o na busca por se tornar completo, na busca de que
sua existência não fosse mais vazia. Mais uma vez, Gûrthur nos usa
apenas como ferramentas descartáveis.
— Para Kalahad, então? Esse é o nosso destino? — disse Kandra
apagando a fogueira e movimentando todos do grupo.
— Destino? — comentou Tainara — Não há tal coisa como
destino. Temos os Akari ao nosso lado. Armas lendárias e o poder
dos antigos heróis ao nosso favor. Vamos à Kalahad para encerrar de
uma vez por todas essa história.
— Os deuses estarão conosco. A luz de Üiala não nos
abandonou até agora e não nos deixará. — disse Tesser erguendo-
se imponentemente.
— Em Kalahad teremos todas as nossas respostas. — continuou
Artan.
— Pois bem — disse o mago batendo seu cajado no chão —
Sei que alguns de vocês podem duvidar de minhas intenções. Mas
eu ainda sou o protetor desse reino. Há 1.500 anos eu defendi
nosso mundo de Gûthur, e agora o farei novamente. Mas não sem
a ajuda de todos. Temo que um destino sombrio ainda nos aguarda
em nossa jornada final.
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 Pergaminho 7: De volta à Kalahad
Conclusão
Repentinamente a música se encerrou, e com ela as memórias
que haviam sido compartilhadas com todos foi aos poucos foram
desvanecendo. O Bardo se ergueu de onde estava sentado
tocando seu alaúde, ajeitou a coluna, tragou um pouco do seu
longo cachimbo e deu um grande gole final em sua caneca.
— Ao chegarmos aqui, em Kalahad, nos deparamos com
uma cena terrível. Daegur havia destruído parte da cidade para
conseguir acesso ao Portal do Vazio. Era como se um pedaço da
terra tivesse sido arrancado do solo e estava flutuando nos céus.
— Criaturas tomadas pela Corrupção surgiam como enxames
sob o comando dele, e uma nuvem densa de trevas pairava sobre
a cidade, dentro da barreira, transformando-a em um território de
escuridão mágica.
— Reunimos as Pedras-Coração e graças à magia combinada
de Tesser, Marzak e Pharanor, foi possível adentrarmos a barreira
de Daegur. Mas eu sentia algo estranho com o nosso mago. Ele
parecia... Cansado. Vulnerável.
— De qualquer forma seguimos para a Torre dos Magi. Lá
encontramos de fato o pior cenário. Daegur havia usado a magia
dos Akari que ele havia roubado e suas Pedras D’Alma sintéticas
para criar grandes pilares de energia elemental corrompida. Ele
estava forçando a abertura do Portal para o Vazio. Era possível, até
para os não versados, ver o tecido arcano sendo rasgado. Parecia
que a própria realidade se distorcia e formava ao redor de onde o
jovem Mago das Trevas estava.
— Pharanor tentou impedir Daegur de continuar com tudo,
mas o jovem não parecia nem ao menos ser humano... A luta foi
excruciante. Passamos do limite da nossa exaustão. A habilidade
de Daegur em conjurar barreiras de proteção e seu poder sobre as
criaturas corrompidas era forte demais para nós.
— Aos poucos, conseguimos destruir os grandes pilares de magia
elemental corrompida e isso enfraqueceu as proteções de Daegur,
até o momento que o inimaginável aconteceu: o corpo do
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Mago das Trevas foi completamente tomado pela influência
da Corrupção. Ele se tornou algo verdadeiramente horroroso.
Uma espécie de versão materializada do próprio deus Esquecido.
Uma criatura nefasta de pura maldade e escuridão.
— Já estávamos exaustos. Apenas Artan e Tesser pareciam
munidos de uma força de vontade desumana. Pharanor, por sua
vez, mal tinha forças para conjurar suas magias. Desde que havíamos
chegado em Kalahad, o mago parecia estar perdido em seus
pensamentos. Na verdade, tamanho era seu desgaste aparente,
que mais parecia que o mago estava lutando duas guerras, uma
conosco contra Daegur e outra mental. E ele estava perdendo.
— O agora receptáculo de Gûrhur mantinha a pressão do
combate sobre nós, ao mesmo tempo que drenava a energia
das criaturas corrompidas ao nosso redor. Ao poucos, nosso vigor
também era sugado e parecíamos estar em um embate sem fim.
— Daegur não aparentava sinais de fraqueza, até que Gëlien
conseguiu destruir um dos grandes cristais que orbitavam a figura
colossal de Gûrthur, que se tornava cada vez mais material em
nossa frente. Pudemos ver que, ao explodir, o cristal sugou boa
parte da magia de nosso inimigo. Focamos nossos ataques no outro
grande cristal e assim conseguimos o impensável. Enfraquecemos
Daegur o suficiente para que ele revertesse para sua forma humana,
deixando à mostra algo que estava escondendo a todo custo: uma
brecha na Trama. Um portal rudimentar por onde vertia o poder
do Vazio.
— Nesse momento, Pharanor avançou sobre Daegur,
arrancando-lhe o cajado onde havia uma grande Pedra D’Alma
corrompida e lançou-se pelo portal, selando-o, e deixando para
trás apenas o corpo inerte do jovem Mago das Trevas e seu próprio
cajado, em cuja ponta restava sua Pedra D’Alma completamente
fragmentada.
— A batalha havia se encerrado, mas todas as perguntas para as
quais buscávamos respostas foram tragadas para o Vazio junto do
velho mago. O corpo inerte de Daegur se dissolvia em nossa frente
conforme os raios do sol penetravam as nuvens de trevas no céu
 de Kalahad.
— Repentinamente, começamos a cair. A plataforma que havia
sido arrancada do solo e pairava no ar perdeu conexão com a fonte
de energia que a mantinha lá.
— Foi graças à magia de Tesser e à força de Kandra que um
desastre maior fora evitado. Ainda atônitos pelo resultado da
batalha final, tínhamos ainda uma cidade repleta de criaturas
corrompidas que perambulavam pela cidade.
— É certo que elas estavam mais fracas, mas ainda era necessário
que nós arrancássemos delas os fragmentos das pedras corrompidas
que as subvertiam. Novamente, notei que Artan parecia intocado
com tudo o que acontecera. Seu vigor não diminuía e sua força de
vontade parecia inabalada.
FIM!!!
PARABÉNS!
Você finalizou o Modo Campanha do desConfronto!
O que fazer agora? Você pode terminar de explorar todas as
cartas do mapa se quiser continuar com a sua missão de purificar as
criaturas da terrível Corrupção!
Ou quem sabe você deixou escapar algumas dicas sobre o chefe
secreto da aventura? Não se preocupe, aqui falaremos exatamente
onde encontrá-lo!
Para acessar o chefe secreto, você pode, antes da batalha final
contra Daegur, ir para a carta P4. Lá você (somente se já derrotou
todos os Akari e leu a introdução do Pergaminho 7) poderá substituir
a carta pela sua versão corrompida que deve estar entre suas cartas
de ambiente. Aqui, você enfrentará o chefe secreto Tenebrah, uma
tentativa de Daegur de emular o poder dos Akari transformando
a energia elemental corrompida, juntamente com o poder de
Gûrthur em uma criatura capaz de servir como receptáculo do
deus Esquecido. Obviamente esse experimento não deu certo, mas
renderá ao seu grupo uma interessante batalha. Principalmente
pela forma que Tenebrah assumiu nesse mundo.
— Nossa missão havia sido concluída, mas nossa jornada
estava apenas em seu início. As Pedras-Coração deveriam ser
levadas novamente para seus santuários. As sombras e a Corrupção
serpenteavam para o sul, se acumulando próximo às ruínas entre
Brêtil e Kronengrak, mas de tudo algo ainda nos deixava em alerta.
— Do corpo liquefeito de Daegur, um estranho artefato se
revelou para nós. Ele era idêntico às Pedras-Coração dos Akari, mas
emana um brilho roxo e tinha em seu centro um símbolo envolto
por chamas púrpura.
— De alguma forma, a Corrupção se mantinha presente em nosso
mundo, e talvez esse era o começo de uma jornada muito maior que
teríamos pela nossa frente...
Caso você já tenha feito esse combate durante a aventura,
ainda há outros segredos para seu pós jogo.
FINAL EXTRA 1: Se seu grupo derrotou Tenebrah com tokens
de Purificação aplicados sobre ele e, se seu grupo possui Artan
como personagem, você receberão a poderosa Lança Solarion. Ela
faz parte da Tríade dos artefatos primordiais composta pela Lança
Solarion, pela Espada Seraphel e pelo Coração de Aiohr. Você
conhecerá mais desses poderosos artefatos no RPG de Sempreterna!
FINAL EXTRA 2: Se seu grupo já realizou o Final Extra 1 e
conseguiu derrotar Tenebrah, receber a Lança Solarion e se nele
está o mago Pharanor como personagem, você poderá realizar uma
última batalha contra uma versão corrompida do mago Pharanor.
Pegue a carta de Chefe especial (Pharanor Corrompido) e coloque
no tabuleiro de criaturas. O jogador que interpretou Pharanor
deverá realizar essa batalha no modo Mestre da Corrupção,
utilizando as cartas de Ações de Criaturas!
Obrigado e nos vemos em Sempreterna!
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 Registro de Campanha
JOGADOR 1 JOGADOR 2 JOGADOR 3 JOGADOR 4

HERÓI HERÓI HERÓI HERÓI

EQUIPAMENTOS EQUIPAMENTOS EQUIPAMENTOS EQUIPAMENTOS

AMBIENTES AKARI ANCIÕES LOCAIS DE INTERESSE

F1 T1 R1 P1 Ter’Rah Sigvrg
F2 T2 R2 P2 Aquarah Loggas
F3 T3 R3 P3 Pyrah Ruffus
F4 T4 R4 P4 Thunda’Rah Orianna
F5 T5 R5 P5 Faeydar
F6 T6 R6 P6 Hines
F7 T7 R7 P7 Nahla
F8 T8 R8 P8 Kaw
F9 T9 R9 P9

53
 Registro de Campanha
VIGOR VIGOR VIGOR VIGOR

NÍVEL NÍVEL NÍVEL NÍVEL

MÃO MÃO MÃO MÃO

DESCARTE DESCARTE DESCARTE DESCARTE

54
Título

55