EDIÇÃO 019

JULHO/ 2 1

NESTA EDIÇÃO:
ELDER SCROLLS V: SKYRIM
PARA SAVAGE WORLDS
E MAIS: UM GUIA HISTÓRIA PARA RASTRO DE CTHULHU
MONSTRO: NECTUROS, UM NOVO MONSTRO PARA SAVAGE WORLDS
GANCHOS: SOLUÇÕES PACÍFICAS PARA 4AD
Conecte-se ao nosso Universo
em plena expansão!

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EDITORIAL
Desafio do editorial: sobreviva até o final!
Imagine estar jogando Retropunk e ser procurade em
mais de 70 países, pois a sua existência é ilegal! Você não
tem para onde ir e não tem armas. Agora estamos em Dea-
dlands, mas o estranho do “weird west” que está sendo
caçado é você. Vamos então para Rastro de Cthulhu. Sua
aventura é tentar passar por cima do desespero das men-
tiras socialmente contadas para você. As criaturas lovecra-
fitianas são os seus vizinhos, a pessoa jogando contigo foi
queimada viva e sua expectativa de vida mal passa dos 30.
Em Castelo Falkenstein, sue inimigue está armadurade e
armade até os dentes, você tem só a sua voz para sobrevi-
ver e as cartas estão contra você.
O mês do orgulho LGBTQI+ não é apenas sobre amor. É
sobre aventureires e sobreviventes. Elus tem vários nomes:
Marsha P. Johnson, Marielle Franco, João Nery, Josephine
Baker, Alan Turing, Simon Nkoli, Judith Butler, Ifti Nasim
ou Nancy Cárdenas. Elus são nosses amores, amigues e co-
legas de trabalho. São pessoas que escrevem e trabalham
aqui na editora e tornam o RPG possível. Por isso, nesse
mês do Orgulho queremos agradecer a força, a resistência
e enaltecer a vida de todes! Também queremos reiterar o
compromisso da Retropunk em sermos aliades nessa luta!
Nesses cenários todos, queremos que, cada vez mais, os de-
safios e aventuras de todes possam ser cada vez mais igual-
mente desafiadores.
– Oliver Balbi
ÍNDICE
SKYRIM PARA SAVAGE WORLDS.........................03
Um dos maiores sucessos dos games da última década em sua mesa de Sava-
ge Worlds. Raças, criaturas e Regras de Ambientação para emular o mundo
de Tamriel.
ACERTOS CRÍTICOS.........................................17
Sabe aquelas cenas que a gente vibra quando vê nas telas ou lê em um livro?
No RPG provavelmente seriam os acertos críticos, mas como dar o devido
peso a essas cenas em sua narração?
NOVAS HERANÇAS E TRAÇOS............................20
Tiny Dungeon já está entre nós e com isso trazemos mais material para sua
mesa. Novas traços e heranças para você ter mais opções.
GUIA DE HISTÓRIA..........................................25
Rastro de Cthulhu está inserido nos anos 30 de nossa história, mas é fácil
encaixar em vários períodos históricos. Aqui vamos apresentar algumas
ideias de como usar a história a seu favor.
UNDERTALE E RESOLUÇÕES PACÍFICAS..............29
Nem tudo pode se resolver na porrada e trazemos neste artigo uma visão
apresentada no jogo Undertale para a lógica de Four Against Darkness.
NECTUROS....................................................33
Cansado de seu grupo sempre saber as forças e fraquezas de uma criatura?
Trazemos m novo monstro, direto da mente do autor, para sua mesa de
Savage Worlds.
COLABORADORES DESTA EDIÇÃO CRÉDITOS
EDITOR
CLARICE FRANÇA Fernando "del Angeles" Pires e Nina Bichara
Escritora, roteirista e editora do site Nebulla. É uma das roteiristas do
primeiro e segundo Gibi de Menininha e autora do romance A Guardiã do
CONSELHO EDITORIAL
Daniel Martins,
Sonhar.
G. Moraes e Rodrigo "Bigg" Campos

FRANCO GUGLIELMONI IDENTIDADE VISUAL

Escritor, Mestre de RPG, aspirante a arqueólogo e investigador do oculto. G. Moraes
Quando não escreve, está pensando no que escrever. Fanboy de Savage DIAGRAMAÇÃO
Worlds e Rastro de Cthulhu. Ainda em busca do TPK perfeito Fernando "del Angeles" Pires e
G. Moraes

LUIZ FERNANDO "ALFACE" MEDEIROS REVISÃO

Psicólogo e entusiasta de rpg no resto do tempo. Eternamente otimista, Daniel Martins
acredita que as histórias têm poder de mudar o mundo! ARTE INTERNA
Editoras originais e Internet (algumas editadas)

MATEUS HERPICH
Mestre em Neurociências, autor de fantasia, terror e mistério, produz
também conteúdo de RPG. Em seu canal no YouTube, narra e comenta
sobre vários sistemas - quanto mais, melhor!

MIGUEL "BEHOLDER"
Mestre de RPG em tempo integral, farmacêutico nas horas vagas. Podcaster do
RPGLendas e Mix do Universo. Aguardando o RPG de Mesa existir em realidade
virtual.

OLIVER BALBI
RPGista desde os 13 anos, professor, tradutor, revisor e escritor. Acredita
que a língua é a chave que abre todos os mundos. Quer tornar o RPG cada
vez mais inclusivo e seguro para todes.
 ADAPTANDO Savage Worlds

E
lder Scrolls é uma linha de jogos bem sucedida que
apresenta um mundo de fantasia cheio de perigos,
monstros, intrigas e magia.
Essa adaptação vai focar no 5° jogo da linha: Skyrim, que
se passa na província de mesmo nome e traz um mundo de
magia, lendas, dragões e gelo.
Skyrim é uma das 9 províncias de Tamriel, o continente no
qual todos os jogos da linha Elder Scrolls se passam. A geo-
grafia da província é montanhosa e seu clima é mais frio do
que outras regiões. No norte da província, as tundras predo-
minam: os mares e lagos costumam estar sempre congelados
e a neve é constante. No sul, no entanto, temos a prevalência
de áreas verdes, com florestas e bosques.

1 LUIZ FERNANDO ROSSAFA

 ADAPTANDO
Essa província é populada princi-
palmente pelos Nórdicos, uma raça
humana cujas crenças e costumes se asse-
melham muito com a cultura de mesmo nome do nosso
mundo.
A província é dominada por um Alto Rei ou Rainha
(apesar de atualmente não haver nenhum), que pos-
suem poder sobre os 9 distritos de Skyrim. Cada distri-
to, então, é dominado por um Jarl que faz as leis e é res-
ponsável pela defesa da região. Tanto a posição de Alto
Rei/Rainha quanto a de Jarl são hereditárias, apesar de
existirem exceções.
UM MUNDO DE PROBLEMAS
Em Skyrim, o perigo pode sempre estar a dois passos de
distância. Apesar de a vida nas cidades ser relativamen-
te segura (o que tem mudado agora com a chegada dos
dragões), as áreas selvagens são constantemente amea-
çadas por Salteadores, Trolls, Bruxas, entre outros, que
espreitam em busca de vítimas.
Como se isso não bastasse, vários outros problemas
têm surgido nas províncias:
O DOMÍNIO ALDMERI
O Domínio Aldmeri é uma união de supremacistas radi-
cais Altmer que advocam pela hegemonia dos Mer sobre
os Humanos. Atualmente ele é formado pelas provín-
cias dos Altos Elfos, dos Elfos da Floresta e dos Khajit.
O Domínio Aldmeri conseguiu reunir um invejável
exército que atacou o Império, causando uma guerra
que durou muitos anos. A guerra acabou com um acor-
do entre o Império e o Domínio chamado de Pacto Bran-
co-Ouro.
Os termos do pacto afetaram muito Skyrim, pois en-
volvem o banimento da religião de Talos, um dos deu-
ses mais adorados na província, e a dissolução dos Lâ-
minas, uma organização de inteligência do Império que
tinha Talos como seu patrono.
O Domínio Aldmeri mantém uma embaixada em
Skyrim e, às vezes, seus agentes capturam nórdicos e
servos de Talos para serem torturados e aprisionados.
A GUERRA CIVIL
O Pacto Branco-Ouro trouxe muito descontentamento
entre os Nórdicos, que se sentiram abandonados pelo Im-
pério. Esse descontentamento atingiu seu ápice quando
Ulfric Stormcloak desafiou e matou o Alto Rei Torygg,
afirmando que o Império estava deixando Skyrim fraca,
sendo necessária a retomada dos velhos costumes nór-
dicos. Esse foi o surgimento dos Stormcloaks, rebeldes
(aos olhos do Império) que seguem os ideais de Ulfric.
O Império considerou a morte de Torygg como assassi-
nato e declarou guerra contra Ulfric. Agora, os Jarls e distri-
tos estão divididos entre continuarem seguindo o Império
ou se juntarem à causa de Ulfric Stormcloak. Os distritos
que já assumiram lados têm vigiado bem suas fronteiras e
juntado exércitos, pois batalhas campais são comuns agora
que Skyrim está mergulhada nessa guerra civil.
2
Savage Worlds
DRAGÕES RESSURGINDO.
Como se não bastassem a guerra civil e o problema com
o Domínio, mais uma ameaça começou a aparecer em
Skyrim: O ressurgimento dos dragões.
Extintos há séculos, os dragões estão sendo trazidos de
volta a vida pelos planos de Alduin, o devorador de Mun-
dos. Segundo a lenda, Alduin destruiu o mundo antigo para
criar o atual. Se é isso que ele deseja, ao despertar os dra-
gões, ou se ele tem outros planos em mente, ninguém sabe.
O que é certo agora é que heróis são necessários para
impedir essa ameaça. Afinal, de que adiantam os muros
de uma cidade contra os poderes de um dragão?
LORDES DAEDRAS
Além do culto de ancestrais e o dos nove divinos, exis-
tem poderosas entidades em Tamriel, conhecidas como
Lordes Daedras, que constamente são adorados pelos
mortais e interferem diretamente no mundo.
Os Lordes Daedra estão acima dos conceitos mortais
de bem ou mal e são sempre ligados à sua essência. Para
eles, vidas mortais são pouco significantes e isso costu-
ma causar muitos problemas por toda Tamriel.
Alguns dos exemplos de atuação desses seres é o fato
de que mais de uma cidade já foi dizimada pelas pragas
de Peryite, o Príncipe da Doença e grupos de Lobiso-
mens também já fizeram incontáveis vítimas em nome
de Hircine, o Príncipe de Caça.
Os cultos desses velhos deuses podem representar um
grande perigo para Skyrim e uma ótima fonte de aventuras!
 ADAPTANDO Savage Worlds

CRIAÇÃO DE o centro do Império, aos goblins, que habitam cavernas e

masmorras esquecidas. No entanto, apesar de toda essa
Na província de Skyrim, a raça mais comum é a dos
Nórdicos, que chamam essa terra gélida de lar. Membros
PERSONAGENS variedade, 10 raças se destacam entre todas, por terem das outras 9 raças, no entanto, podem ser vistos andan-
uma cultura avançada e pelas interações que formam. do pelas cidades e áreas selvagens e às vezes, até mesmo
OS HERÓIS DE SKYRIM Cada uma das raças, com exceção dos Orsimer, clama ganhando posições de destaque na sociedade Nórdica.
Skyrim é aberto para um grande número de diferentes
uma das nove províncias de Tamriel como seu lar. Atualmente, esse fato é um ponto sensível e conflituoso,
arquétipos de heróis. Magos do colégio de Winterhold
são capazes de fazer feitiços incríveis, enquanto os va-
lorosos Companheiros vendem seus serviços, como um
dos melhores grupos armados da província. A guilda de
ladrões de Riften e o Colégio de Bardos de Winterhold
também são famosos por produzirem nomes de respei-
to, capazes de grandes feitos!
Em suma, basicamente todo o tipo de arquétipo dos
mundos de fantasia pode se encaixar em Skyrim.
Uma possibilidade que poderá surgir em suas mesas é
a de que algum jogador ou jogadora deseje ser um Dra-
gonborn, alguém nascido com sangue de dragão, capaz de
absorver a alma dessas criaturas para ganhar conhecimen-
tos do Caminho da Voz. Apesar disso não ser explorado
nessa adaptação, ainda é uma válida possibilidade, com
seu grupo fazendo todos os passos da missão principal do
jogo. No entanto, como o objetivo será enfrentar dragões,
é recomendado que o grupo seja pelo menos de nível Ex-
periente antes da introdução e exploração deste aspecto.!

AS RAÇAS DE TAMRIEL
O continente de Tamriel é dividido por uma grande va-
riedade de raças. Desde as raças humanas, que formam

3
 ADAPTANDO
pois a interferência de outras raças
no domínio nórdico de Skyrim (em
especial a do Domínio Aldmeri) motiva a
guerra civil enfrentada pela província atualmente.
As 10 raças de Skyrim acabam sendo divididas em 3
grupos diferentes: Mer, Humanos e as Raças Bestiais.
OS MER
Os Mer, também conhecidos como o povo Élfico, são um
grupo de raças de Tamriel que acredita ser descendente
dos Aedra, que sacrificaram sua imortalidade para criar
o mundo. Apesar de não serem imortais, eles podem
chegar a ter séculos de idade, o que os faz considerar os
Humanos ou o Povo Bestial como efêmeros.
Eles são nativos do continente Aldmeris e, apesar de
virem de uma única proto-raça, eles se separaram em
diversas variedades ao longo dos anos.
Atualmente, os Mer que vivem em Skyrim são:
ALTMER
Os Altmer, ou Altos Elfos, são a raça principal do Ald-
meri Dominion e nativos das Summerset Islands.
Tratados com um misto de receio e respeito, conside-
rados como arrogantes pelas outras raças, os Altmer se
consideram a cultura mais civilizada de Tamriel e vivem
em uma sociedade muito hierárquica, que se orgulha de
sua tradição militar, bem como de seus estudos de ma-
gia e encantamento.
□ Cultura: Pelo acesso mais integral à educação que todo
Altmer possui, eles começam com o atributo Astúcia
em d6. Isso aumenta a Astúcia máxima para d12 + 1
□ Afinidade com Magia: Devido à propensão natural
dos Altos Elfos à magia, eles recebem um bônus de
+2 sempre que utilizam a perícia Ocultismo.
□ Arrogante: Um Atmer não pensa que ele é o melhor.
Ele SABE. Portanto, um Altmer começa com a com-
plicação maior Arrogante.
BOSMER
Os Bosmer, também conhecidos como Elfos da Flores-
ta, são a raça de Mer que vive nas grandes florestas de
Valenwood. Eles são conhecidos por serem excelentes
arqueiros e por terem um contato muito próximo com a
natureza.
Eles rejeitam as formalidades do mundo civilizado,
vivendo entre a natureza, árvores e animais. Uma carac-
terística definidora da sociedade Bosmer é o Pacto Ver-
de, feito com Y'ffre, a divindade da Floresta. Esse pacto
proíbe os Bosmer de machucar qualquer vida vegetal e,
em troca, alguns deles conseguem moldar as plantas e
árvores,com isso fazem suas casas e construções a partir
da vegetação local.
□ Agilidade Aprimorada: Os Bosmer são conhecidos
por serem ágeis, hábeis e alguns dos melhores ar-
queiros de Tamriel. Portanto, eles começam com
Agilidade em d6. Isso aumenta a Agilidade máxima
para d12 + 1.
4
Savage Worlds
□ Afinidade natural: Por crescerem em contato com a
natureza, os Bosmer são muito hábeis em reconhe-
cer plantas e animais, assim como rastrear pessoas
em terreno natural. Portanto eles recebem um bônus
de +2 em testes de Sobrevivência.
□ Pacto Verde: Os Bosmer são proibidos de ferir di-
retamente qualquer planta. Eles podem usar pro-
dutos vegetais feitos por terceiros, se eles não pu-
derem evitar, mas fora isso, eles sempre devem
arranjar fontes animais ou minerais para se alimen-
tar e construir. Portanto, eles possuem a complica-
ção Voto maior.
DUNMER
Os Dunmer, também conhecidos como Elfos Negros,
são os moradores de Morrowind, conhecidos por serem
fortes, inteligentes e rápidos, mas também distantes, re-
servados e desfavorecidos pelo destino.
A sociedade Dunmer possui uma ligação muito for-
te com seus ancestrais e é dividida em dois grupos: As
Grandes Casas e os Ashlanders. As Grandes Casas pos-
suem influência em todas as cidades de Morrowind e,
constantemente, disputam influência através de espio-
nagem, sabotagem e assassinatos. Os Ashlanders, por
sua vez, vivem em campos com pequenas tendas mó-
veis. Eles acreditam ter o direito a saquear vilarejos e
tomar escravos. Naturalmente os seguidores das Gran-
des Casas e os Ashlanders constantemente entram em
conflito.
 ADAPTANDO
□Resistência Ambiental: Os Dunmer
têm uma afinidade natural com o fogo.
Portanto, eles possuem um bônus de +4
para resistir a calor e reduzem o dano de fogo em 4.
□ Guardião Ancestral: Os Dunmer costumam ser li-
gados ao espírito de um ancestral. Com isso, uma
vez por dia eles podem invocar esse espírito ances-
tral para auxiliá-los em combate ou para os aconse-
lharem. Trate-o como o aliado invocado no poder
Conjurar Aliado, com a ficha melhorando com o es-
tágio do usuário, igual descrito no poder.
□ Reservados: Os Dunmer não são muito sociáveis,
sendo normalmente bem reservados. Portanto, eles
não começam o jogo com Persuadir em d4.
ORSIMER
Os Orsimer, ou Orcs, são nativos de Orsinium e conhe-
cidos como bárbaros por toda Tamriel. Seu nome, Orsi-
mer, pode ser traduzido como "Povo Pária", o que fala
muito sobre o status deles com relação com outros Mer.
Esse preconceito talvez venha por não terem nascido com
a afinidade mágica dos outros Mer, vivendo em uma cul-
tura guerreira que valoriza muito o combate corporal.
Diferente das outras raças, os Orsimer não possuem
uma província só para eles, tendo a cidade-estado de
Orsinium como sua terra natal. Em Skyrim e no resto do
continente de Tamriel, os Orcs vivem em fortalezas com
papéis hierárquicos bem definidos, raramente aceitan-
do membros de outras raças dentro de suas muralhas.
Savage Worlds
□ Corpo musculoso: Os Orsimer possuem uma cons-
tituição maior e mais larga do que das outras raças.
Portanto, eles começam +1 de resistência e com o
atributo força em d6. Além disso, esse atributo pode
ser aumentado até um máximo de 1d12+2.
□ Povo Pária: Apesar de serem muito honrados, as
outras raças consideram os Orsimer apenas como
bárbaros sanguinários. Por isso, eles possuem uma
penalidade de -2 em testes de Persuadir com mem-
bros de outras raças.
OS HUMANOS
Os humanos é como são chamadas as quatro raças que
diferem fisiologicamente dos Mer e do Povo Bestial. Os
humanos, em geral, são mais musculosos do que os Mer
e vivem menos, raramente passando dos cem anos.
As raças humanas que habitam o continente de Tamriel
são:
BRETÕES
Vindos da província de High Rock, os Bretões descen-
dem de uma mistura de Elfos e Humanos, o que confere
a eles alguns traços parecidos com os Mer, assim como
uma afinidade com magia.
Chamados de a "Raça Vira-lata de Tamriel" pelos Mer,
o sangue élfico é bem diluido em sua aparência, que se
assemelha muito com a dos Imperiais e Nórdicos. No
entanto, alguns possuem orelhas pontudas, assim como
os Mer.
5
 ADAPTANDO
□Resiliência: Sua ancestralidade hu-
mana concede aos Bretões uma incrí-
vel força de vontade. Portanto, eles come-
çam o jogo com Espírito em d6 e podem aumentá-lo
até 1d12+1.
□ Pele de Dragão: A mistura do sangue humano com
o sangue Mer conferiu aos Bretões uma resistência
à magia que nenhuma das outras duas raças possui,
apelidada de Pele de Dragão. Eles começam o jogo
com a qualidade Resistência Arcana.
□ Arrogante: Infelizmente, não foi só a aptidão para
magia que os Bretões herdaram dos Mer, o senso
de importância e de que são os mais civilizados de
Tamriel também marcam sua sociedade. Bretões co-
meçam com a Complicação Arrogante.
IMPERIAL
Imperiais são os humanos nascidos em Cyrodill, a pro-
víncia que fica no centro de Tamriel. Eles são conhecidos
por serem os mais educados, ricos e sociais das raças de
Tamriel.
Por serem o centro do Império, a cultura dos Impe-
riais é conhecida tanto por suas leis bem estabelecidas
quanto pelas suas legiões, uma das forças militares mais
respeitadas em Tamriel. Sua cultura costuma ser muito
cosmopolita e suas terras abrigam pessoas de todas as
outras raças.
Cosmopolitas: Imperiais costumam ser mais abertos
a culturas diferentes do que outras raças, portanto, eles
também acabam sendo os mais sociáveis. Eles começam
com uma Vantagem em Estágio Novato gratuita de sua
escolha ou um bônus de +2 em todos os testes de Per-
suadir.
NÓRDICOS
Os nórdicos são os nativos de Skyrim e são conhecidos
pelo seu sangue quente, conveniente para compensar o
clima frio no qual vivem.
A cultura nórdica é centrada em Honra, Glória e Fa-
mília. Eles possuem um grande apreço pelas artes da
guerra e conquistas militares, ao ponto de que parte da
sua crença é baseada em que se um nórdico tiver uma
morte honrada em batalha, este será recebido em Sov-
ngarde, um paraíso nórdico que reúne vários heróis e
lendas.
□ Filhos de Skyrim: Por viverem em uma província
fria, os Nórdicos possuem corpos maiores e mais
resistentes do que os de outros humanos. Eles pos-
suem um bônus de +4 para resistir ao frio e reduzem
o dano causado por isso em 4. Além disso, eles co-
meçam o jogo com Vigor em d6 e podem aumentá-
-lo até 1d12+1.
□ Dívidas de Sangue: A cultura nórdica coloca uma
grande ênfase em honra e não deixar o nome de sua
família ser machado. Portanto, eles começam com a
Complicação Vingativo (menor).
6
Savage Worlds
REDGUARD
Os Redguards são os humanos que habitam a província
de Hammerfell. Eles são conhecidos como os maiores
guerreiros de Tamriel, tanto pela sua ferocidade quanto
versatilidade.
Sua cultura marcial faz com que todo homem e mulher
seja treinado nas artes da guerra, desde a infância, e esse
é o provável motivo pelo qual eles nunca foram derrota-
dos. Esse orgulho e independência fez com que os Red-
guards saíssem do Império após o Pacto Branco-Ouro, se
recusando a baixar a cabeça para o Domínio Aldmeri
Os Redguards também não são muito chegados à ma-
gia, em especial Conjuração e Ilusão, que envolvem a
alma e mentes dos indivíduos.
□ Adrenalina: Devido ao ensinamento marcial que
possuem, os Redguards aprenderam a utilizar a
adrenalina para se tornarem mortalmente rápidos
em combate. Isso faz com que eles possam ignorar 2
pontos de penalidades por Ações Múltiplas a cada
turno.
□ Independentes: Ensinados a lutar desde crianças,
os Redguards possuem um senso forte de indivi-
dualidade. Portanto, eles começam com a complica-
ção Teimoso.
RAÇAS BESTIAIS
O Povo Bestial recebe esse nome como parte do pre-
conceito que sofrem dos Mer e Humanos, que os consi-
deram apenas pouco mais civilizados do que animais.
ADAPTANDO
Diferentes dos Humanos e dos Mer, as raças do Povo
Bestial são realmente de espécies distintas entre si.
As duas raças do Povo Bestial que existem em Skyrim
são:
KHAJIT (CATHAY)
Originários da província de Elsweyr, os Khajit são
uma raça conhecida pela aparência felina e sotaque car-
regado. Sua sociedade se divide em dois estilos de vida
difentes: os Khajit que moram ao norte, em tribos nô-
mades e agressivas; e os Khajit que moram ao sul, em
uma sociedade focada na exportação de Açúcar da Lua
e cultura artística.
Os Khajit são, na verdade, um conjunto de 17 sub-ra-
ças, que não são definidas hereditariamente, mas pela
posição das duas luas quando eles nascem. Em Skyrim,
a única sub-raça conhecida são os Cathay, que possuem
um formato humanóide, com pelos cobrindo o corpo
todo, dotados de rosto e rabo felinos.
□ Agilidade de gato: Os Cathay são conhecidos por
serem rápidos e furtivos. Portanto, eles começam
com a Agilidade em d6 em vez de um d4. Isso au-
menta a Agilidade máxima para d12 + 1.
□ Garras Afiadas: Cathay muitas vezes desdenham de
armas e preferem usar suas garras, que são Armas
Naturais e causam Força+d4 de dano.
□ Visão no Escuro: Os Cathay possuem olhos como
os dos felinos e, por isso, ignoram penalidades por
Penumbra e Escuridão.
7
Savage Worlds
□ Khajit Não Gosta de Água: Os Cathay até podem
saber nadar, mas eles evitam ao máximo. Eles sub-
traem 2 nas rolagens de Atletismo (natação) e, cada
quadrado que se movem na água, custa 3 quadros
de Movimentação
□ Indesejados: Os Khajit, no geral, são vistos como
pouco mais do que contrabandistas e ladrões pelos
nativos de Skyrim, sendo muitas vezes, proibidos
nas grandes cidades. Portanto, eles começam com a
Complicação Maior Forasteiro.
ARGONIANOS
Os argonianos são a raça de repitilianos ovíparos na-
tivos de Black Marsh.
Suas cidades sempre são construídas ao redor das Ár-
vores Hist, que são sagradas em sua cultura. Todo Ar-
goniano, quando nasce, bebe a seiva da árvore, o que
moldará a aparência, gênero e, segundo sua cultura, dar
uma alma ao filhote. Os argonianos acreditam que, após
a morte, sua alma volta às Árvores Hist, reencarnando
com a ingestão da seiva por outro filhote.
Todo argoniano possui uma pele coberta de escamas,
guelras no pescoço e uma rosto repitílico cheio de den-
tes afiados.
□ Resistência Natural: Pelo ambiente em que são
acostumados, os argonianos são mais resistentes a
doenças e venenos, portanto, começam com o Vigor
em d6. Isso aumenta o Vigor máximo para d12 + 1
□ Boca Réptil: Devido aos dentes afiados, os argonia-
 ADAPTANDO
nos podem causar Força+d4 de dano
com sua mordida.
□ Aquáticos: Por conta das Guelras
em seus pescoços, os Argonianos não podem se afo-
gar em líquido oxigenado e contam sua movimenta-
ção completa quando nadam.
□ Histórico de Ódio: Por terem sido escravizados pe-
los Dunmer no passado, os argonianos ainda nutrem
muita raiva e ressentimento por esse povo. Assim,
eles sofrem uma penalidade de -2 em rolagens de
Persuadir quando lidam com um Dunmer e podem
ficar hostis com pouca provocação.
□ Forasteiros: Por serem considerados uma das raças
bestiais pelos Humanos e Mer, os Argonianos pos-
suem a complicação Forasteiro no nível menor.
□ Fraqueza Ambiental: Apesar de não terem o san-
gue frio como outros répteis, os Argonianos geram
menos calor corporal e, dessa forma, possuem uma
penalidade de -4 para resistirem a efeitos ambien-
tais de Frio. Caso sofram um ataque de Frio, eles
recebem +4 de dano.
NOVAS PERÍCIAS
Para o cenário de Skyrim, as seguintes perícias foram
adicionadas: Alquimia (Astúcia) e Voz (Vigor). Elas ser-
vem especificamente para o uso do Antecedente Arcano
respectivo, apesar da alquimia poder substituir a perícia
Ciência para identificar ervas e outros ingredientes na-
turais.
NOVAS VANTAGENS
ANTECEDENTE ARCANO (THU'UM)
Perícia Arcana: Voz (Vigor)
Poderes Iniciais: Atordoar
Aqueles que trilham o caminho da voz são estudiosos
da linguagem dracônica, sendo capazes de feitos incrí-
veis ao descobrir e unir as palavras de poder.
O poder básico daqueles que estudam o Thu’um é o
Fus (Força) + Ro (Equilíbrio) + Dah (Empurrar), um gri-
to poderoso que empurra os inimigos, causando ator-
doamento a estes.
ANTECEDENTE ARCANO (ALQUIMIA)
Perícia Arcana: Alquimia (Astúcia)
Poderes Iniciais: 2
Pontos de Poder Iniciais: 15
Com essa vantagem, o personagem é um estudioso da
Alquimia, sempre testando ingredientes para melhorar
suas receitas, no preparo de poções e venenos cada vez
mais poderosos.
Adquirir novos poderes nesse Antecedente Arcano
pode ser feito tanto ao ganhar novas receitas, quanto
através de experimentações e testes.
THANE
Essa vantagem concede os mesmos benefícios de Aristo-
crata (Página 42 da Edição de Aventura do Savage Worlds),
mas adicionalmente te liga a uma das nove províncias de
8
Savage Worlds
Skyrim. Ser um Thane significa ter deveres com aquela re-
gião, mas, ao mesmo tempo, te garante um extra que servirá
como Housecarl, um guarda-costas cuja missão é proteger
você e sua família. Para ficha do Housecarl, use o Soldado
da página 227 da Edição Aventura do Savage Worlds.
NOVA COMPLICAÇÃO
VAMPIRISMO (MAIOR)
Voluntária ou involuntariamente, o personagem foi afe-
tado pela maldição do vampirismo. Agora é preciso que
se alimente de sangue ou terá que viver escondido do
sol e longe do fogo. Na sociedade de Tamriel, vampiros
costumam sofrer preconceito e, dependendo das ações
do personagem, ele pode ser caçado por aventureiros ou
grupos como a Dawnguard, especializada em eliminar
vampiros. Para mais detalhes sobre o vampirismo, veja
sobre a doença nas regras de ambientação.
THU'UM, O CAMINHO DA VOZ
Um dos aspectos únicos de Skyrim é o fato de que al-
guns heróis e monstros são capazes de utilizar a lingua-
gem dos Dragões para formar gritos de poder imenso.
A linguagem dos dragões costuma ser formada por
sentenças de 3 palavras, assim, para se referir a uma pro-
fecia relacionada a um eclipse, um estudante do Thu'um
usaria Qostiid (Profecia) + Kren (Sol) + Vulon (Noite).
Através dessas palavras de poder, um estudante da
voz pode moldar o mundo e conseguir feitos incríveis,
 ADAPTANDO
como criar uma cópia sua, ficar in-
tangível, soltar uma baforada de fogo
e várias outros.
Para aprender o caminho da voz, é necessário muito
tempo de estudo. É dito que Ulfric Stormcloak, o líder da
rebelião que assola Skyrim, passou por volta de 10 anos
treinando com os Barbas Cinzas para aprender o Thu'um.
Além dos Barbas Cinzas, o conhecimento da voz pode
ser passado de uma pessoa para outra ou aprendido
através das Paredes-Mundo, que são Túmulos de gran-
des heróis com inscrições na linguagem draconica capa-
zes de ensinar uma palavra de poder!
Um personagem só pode usar o Thu’um, se comprar
o Antecedente Arcano apropriado. Para propósito de re-
gras, considere que o Caminho de Voz usa as regras de
ambientação “Sem Pontos de Poder” da página 167 da
Edição de Aventura do Savage Worlds. Isso é feito por-
que os gritos de Poder não vem da mesma fonte que a
magia e dependem mais do indivíduo do que de uma
força externa.
9
Savage Worlds
Basicamente, todos os poderes do livro podem ser
adaptados para Thu’um. De invisibilidade a poderes de
ataque, é bem comum que aqueles que sigam o caminho
da voz tenham diversas habilidades diferentes.
ALQUIMIA
A alquimia, a arte de juntar ingredientes para formar po-
ções e venenos, é algo bem comum em Tamriel. Basica-
mente, todas as cidades possuem uma loja de alquimia,
que vendem não só poções de curar doenças e venenos,
mas também poções que melhoram o desempenho das
pessoas em certas tarefas.
A alquimia funciona como Dispositivos Arcanos,
mas sem a necessidade da vantagem Artífice. Cada
poção criada requer pelo menos meia hora de traba-
lho e uma quantidade de moedas igual a 5x o custo
do poder embutido, para comprar ingredientes, do-
brando o valor para cada estágio acima do novato que
o poder possuir. Um teste de Sobrevivência permite
diminuir esse custo pela metade, pois o personagem
é capaz de achar ou caçar os ingredientes no mundo
natural. Em caso de ampliação, é possível encontrar
todos ingredientes necessários, sem precisar gastar
dinheiro para a poção.
Os seguintes poderes se encaixam nas poções e vene-
nos a serem criadas com alquimia: Ajuda, Aumentar/
Reduzir Característica, Cegar, Confusão, Cura, Invisi-
bilidade, Morosidade/Velocidade, Proteção Ambiental e
Sono.
 ADAPTANDO Savage Worlds

NOVA MAGIA Essa magia permite que a alma do alvo possa ser cap- Rock and Roll!, Engenhoqueiro, Guerreiro Sagrado/Pro-
turada por uma Joia da Alma, para ser usada posterior- fano, Mentalista, Ás e McGyver.
PRENDER ALMA mente, na criação ou recarga de itens mágicos.
Estágio: Novato Para que ela funcione, o alvo deve morrer dentro da CURA RÁPIDA
Pontos de Poder: 3 duração da magia. Se ele o fizer, a Joia é imediatamente Por ser um cenário muito heróico, os personagens de
Distância: Astúcia carregada e pode ser usada no mesmo momento. Skyrim costumam se curar mais rapidamente e, portan-
Duração: 5 O tipo de joia necessária para prender a alma depende
to, é usada a regra de ambientação Cura Rápida (Página
do alvo. Caso o conjurador não possua uma joia sufi-
Manifestações: Uma esfera de energia roxa que atin- 164 do Savage Worlds Edição Aventura).
cientemente grande, a magia é perdida.
ge o alvo.
Segue abaixo uma lista do tipo de alma que uma Joia
PRENDER ALMA consegue conter: ITENS MÁGICOS
Itens mágicos são muito comuns em Tamriel e é comum
TAMANHO TIPO DE ALMA.
DA JOIA
Animais menores que um humano e
REGRAS DE AMBIENTAÇÃO que magos poderosos possam viver confortavelmente,
apenas da venda para aventureiros e mercenários.
Joia da Alma maiores que insetos, como: galinhas, Porém, diferente dos itens mágicos tradicionais, em
Fraca raposas, coelhos, ratos etc. PERÍCIAS EXCLUIDAS
Animais grandes, Criaturas pouco Elder Scrolls não é apenas a magia que está envolvida.
As seguintes perícias não se encaixam com a ambienta-
Joia da Alma inteligentes ou Mortos vivos Fracos, ção de Skyrim: Ciência Estranha, Dirigir, Eletrônica, Fé, A alma dos mortos, aprisionadas em pedras mágicas,
menor como: Cavalos, Tigres, Trolls, Goblins, Foco, Hackear, Pilotar e Psiônicos. também precisa ser usada para criar e empoderar esses
Draugrs etc. objetos.

Joia da Alma
Criaturas com poderes ou animais COMPLICAÇÕES EXCLUÍDAS Considere que todos os itens mágicos do cenário são cria-
especiais, como: Bruxas, Spriggans, Em um continente como Tamriel, onde a magia é muito dos através da regra de Dispositivos Arcano (Página 184 da
Comum
Trolls da Neve etc presente na vida da população, a Complicação Incrédu- Edição Aventura de Savage Worlds) e, portanto, possuem
Criaturas realmente poderosas, como: lo (menor) não pode ser pega. uma carga antes de perderem completamente os poderes.
Joia da Alma
Draugr Senhor da Morte, Gigantes, Qualquer personagem pode recarregar um item utili-
Maior
Mãe dos Sussurros etc.
Seres sobrenaturais poderosos ou
VANTAGENS EXCLUÍDAS zando uma Joia da alma, que imediatamente recupera
Joia da Alma As seguintes Vantagens não existem no cenário de um número de pontos de poder do item igual ao nível
exemplares de suas raças, como: Dae-
Grandiosa da alma utilizado. Portanto, a regra de Ajustes de Dis-
dras, Dragões, Lichs etc. Skyrim: Antecedente arcano (Dom), Antecedente arca-
Joia da Alma Uma das 10 raças básicas, vampiros no (Milagres), Antecedente arcano (Psiônicos), Antece- positivos de Poder (Página 185 da Edição Aventura de
Sombria etc. dente arcano (Ciência Estranha), Atirar com duas armas, Savage Worlds) não é usada nesse cenário.

10
 ADAPTANDO Savage Worlds

SANGUINARE VAMPIRIS □ Resistência a Venenos e Doenças: O Vampiro rece- □ Visão no Escuro: Vampiros ignoram penalidade de
No mundo de Tamriel, o Vampirismo é be +4 para resistir a venenos e doenças. Penumbra e Escuridão.
uma doença chamada Sanguinare Vampi- Se o vampiro fica 2 dias sem se alimentar, suas carac- Ao ficar 3 dias sem se alimentar, suas características
ris. A infecção faz com que as vítimas sejam feridas pela terísticas se tornam: se tornam:
luz do sol e possam se alimentar de sangue, apesar de □ Fraqueza ao Sol: Além de não recuperar ferimentos □ Fraqueza ao Sol: Além de não recuperar ferimentos
não sentirem nenhuma compulsão para fazê-lo. ou pontos de poder, o vampiro deve fazer um teste ou pontos de poder, o vampiro deve fazer um teste
Contrair essa doença pode acontecer através de ata- de Vigor a cada 30 minutos exposto ao sol ou rece- de Vigor a cada minuto exposto ao sol ou receberá 1
ques desarmados, mordidas e outros meios de trocas de berá 1 nível de fadiga. nível de fadiga.
fluídos. Quando uma pessoa for exposta a essas condi- □ Imunidade a Venenos e Doenças: O Vampiro se □ Imunidade a Venenos e Doenças: O Vampiro se
ções, deve se realizado um teste de Vigor e em caso de torna completamente imune a venenos e doen- torna completamente imune a venenos e doenças.
falha, ocorre a infecção. ças. □ Fraqueza ao Fogo: O Vampiro possui -2 em tes-
Uma poção de curar doenças ou um teste de curar com □ Fraqueza ao Fogo: O Vampiro possui -1 em testes tes relacionados ao calor e recebe +2 de dano de
-1 podem acabar com a Sanguinare Vampiris, se for admi- relacionados ao calor e recebe +1 de dano de fogo. fogo.
nistrada em até 3 dias depois da infecção. Após esse prazo,
apenas um ritual mágico é capaz de curar o vampirismo.
Quanto mais sangue o vampiro toma, mais próximo
de sua condição humana ele se mantém. Paralelamen-
te, quanto mais tempo sem sangue, mais forte a doença
fica, tornando esse vampiro mais poderoso.
No entanto, vampiros sofrem muito preconceito em
Skyrim, geralmente sendo atacados em cidades assim
que são descobertos. Quanto mais tempo um vampiro
passa sem se alimentar de sangue, mais evidente vai fi-
cando sua condição vampírica.
Quando um vampiro se alimenta num dia, ou no dia
anterior, recebe as seguintes características:
□ Fraqueza ao Sol: Enquanto o vampiro estiver ex-
posto ao Sol, ele não consegue recuperar ferimentos
ou pontos de poder.

11
 ADAPTANDO
□Visão no Escuro: Vampiros igno-
ram penalidade de Penumbra e Escu-
ridão.
□ Encantar: Vampiros podem usar o poder fantoche
naqueles que atraem (critério do Mestre), usando
sua Astúcia como sua perícia arcana. Eles podem
lançar e manter o poder indefinidamente, mas afe-
tam apenas um alvo por vez.
□ Aparência de Morte: O vampiro fica pálido, seus
olhos se tornam amarelados e ameaçadores; Com
isso, recebe -2 em testes de Persuadir.
Por fim, após ficar 4 dias ou mais sem se alimentar o
vampiro chega ao seu poder total, se tornando comple-
tamente um morto-vivo:
□ Fraqueza ao Sol: Além de não recuperar ferimen-
tos ou pontos de poder, a pele do vampiro passa a
queimar no sol, recebendo 2d4 de dano por rodada
de exposição (absorvíveis pela armadura)
□ Imunidade a Venenos e Doenças: O Vampiro se
torna completamente imune a venenos e doenças.
□ Fraqueza ao Fogo: O Vampiro possui -4 em testes
relacionados ao calor e recebe +4 de dano de fogo.
□ Visão no Escuro: Vampiros ignoram penalidade de
Penumbra e Escuridão.
□ Encantar: Vampiros podem usar o poder fantoche
naqueles que atraem (critério do Mestre), usando
sua Astúcia como sua perícia arcana. Eles podem
lançar e manter o poder indefinidamente, mas afe-
tam apenas um alvo por vez.
Savage Worlds
□ Aparência de Morte: O vampiro fica com a aparên- Custo* e peso: Joia da Alma Fraca (Custo 10$ e Peso -),
cia de um predador. Com isso, recebe -4 em testes Joia da Alma menor (Custo 25$ e Peso -), Joia da Alma
de Persuadir, passando a ser bem evidente a condi- Comum (Custo 50$ e Peso -), Joia da Alma Maior (Cus-
ção vampírica. to 100$ e Peso -), Joia da Alma Grandiosa (Custo 200$ e
□ O Abraço das Sombras: Uma vez por dia, o vampi- Peso 0.5), Joia da Alma Sombria (Custo 500$ e Peso 1).
ro pode conjurar Invisibilidade, usando sua Astúcia *Esse é o custo de Joias da Alma vazias. Caso estejam
como perícia arcana. cheias, as joias custa 3x esse valor.
EQUIPAMENTO
JOIAS DA ALMA
Sendo naturalmente parte do mundo de Tamriel e em
Skyrim, essas pedras são mais comumente encontradas
embaixo da terra, nas esquecidas cidades Dwemer.
Muito utilizadas por magos e artífices, esses minerais
conseguem capturar a essência da alma de um ser vivo
(ver a Magia Prisão da Alma, acima), para depois ser
utilizada para imbuir um objeto com poder mágico ou
recuperar parte de seu e, por consequência, o seu uso.
Nem toda joia adquirida já vem com uma alma. Algu-
mas contém apenas o minério vazio e precisam da ma-
gia Prender Alma (ver acima) para enchê-la. Após o uso,
a Joia da Alma é destruída.
Existem 6 graduações de Jóias da Alma e cada uma
contém um número específico de pontos de poder a se-
rem usados para criar ou recarregar itens: Fraca (4 pon-
tos de poder), Menor (6 pontos de poder), Comum (8
pontos de poder), Maior (10 pontos de poder), Grandio-
sa (12 pontos de poder), Negra (20 pontos de poder).
12
 ADAPTANDO Savage Worlds

Líder da Rebelião Stormcloak, Ulfric aprendeu o caminho da voz com os Barbas Cinzas, antes
de se tornar o Jarl de Winterhold. Isso apenas faz dele um guerreiro ainda mais formidável.
□ Atributos: Agilidade d8, Astúcia d8, Espírito d10, Força d10, Vigor d12
□ Perícias: Atirar d6, Atletismo d8, Cavalgar d8, Conhecimento (Batalha) d10, Conhecimento Geral d8,
Intimidar d8, Lutar d12, Persuadir d6, Perceber d8, Provocar d6, Sobrevivência d8, Voz d10.
□ Movimentação: 6; Aparar: 8; Resistência: 10 (2)
□ Complicações: Guiado Maior (Virar o Alto Rei de Skyrim), Procurado Maior (Pelo Império e o Domínio
Aldmeri)
□ Vantagens: Antecedente Arcano (Thu’um), Aristocrata, Duro de Matar, Comando, Presença de Comando,
Fervor, Inspirar, Líder Nato
□ Equipamento: Armadura de Peles (+2), Machado de Batalha (Força+ d8)
□ Poder: Atordoar W ULFRIC STORMCLOAK

O Governador temporário da província de Skyrim, General Tullius foi enviado pelo Império para dar fim a rebe-
lião dos Stormcloaks.
□ Atributos: Agilidade d8, Astúcia d10, Espírito d10, Força d10, Vigor d10
□ Perícias: Atirar d8, Atletismo d6, Cavalgar d10, Conhecimento (Batalha) d12, Conhecimento Geral d6,
Intimidar d8, Lutar d10, Persuadir d8, Perceber d8, Sobrevivência d6.
□ Movimentação: 6; Aparar: 7; Resistência: 11 (4)
□ Complicações: Obrigação Maior (General), Voto Maior (Legiões Imperiais)
□ Vantagens: Aristocrata, Contra Ataque, Comando, Presença de Comando, Estrategista, Mestre Estrategista,
Líder Nato, Conexões
W GENERAL TULIUS □ Equipamento: Armadura da Legião (+4), Gládio Imperial (Força+ d6)

13
 ADAPTANDO
MONSTROS
Além dos arquétipos humanos, as
fichas de monstros apresentadas na Edi-
ção de Aventura de Savage Worlds que se encaixam no
cenário de Skyrim são: Aranhas Gigantes, Cão/Lobo,
Dragão (que no cenário possuem o Antecedente Arca-
no Thu’um) Elementais, Esqueleto, Fantasma, Goblins,
Lobo Atroz, Lobisomem, Troll, Urso, Vampiro*, Vampi-
ro Ancião* e Zumbi.
*Altere a ficha dos vampiros para a regra de vampi-
rismo apresentada no Capítulo Regra de Ambientação.
Além disso, o Compêndio de Fantasia também ofere-
ce várias fichas de personagens humanos e mais alguns
monstros que podem servir para suas campanhas de El-
der Scrolls: Bruxa, Cão do Inferno, Cavaleiro negro, Gár-
gulas de Pedra, Gigante Comum, Homem Árvore, Ma-
mute Comum, Tigre Dentes de Sabre e Urso Licantropo.
OS DRAUGR
Nas criptas e catacumbas de grandes heróis, os Draugr
costumam agir como guardiões mortos-vivos, atacando
qualquer um que ouse pisar em seu território.
□ Atributos: Agilidade d6, Astúcia d4, Espírito d4,
Força d6, Vigor d6
□ Perícias: Atirar d6, Atletismo d4, Lutar d6, Perceber d6
□ Movimentação: 4; Aparar: 5; Resistência: 7
□ Equipamento: Velha Espada Nórdica (Força+d6) e
Velho arco Nórdico (2d6)
□ Habilidades Especiais:
Savage Worlds
□ Morto Vivo: Resistência +2; +2 para se recuperar de
Abalado; Não recebem dano adicional por ataques
localizados são imunes a Medo e Intimidação
□ Thu'um: Alguns Draugrs são criados com almas de
grandes heróis e portanto, possuem o Antecedente
Arcano Thu'um com o poder Atordoar.
□ Raio de Gelo: Alguns poucos Dragur também
possuem capacidades de conjuração. Considere
como se eles fossem capazes de conjurar o poder
raio a vontade.
AUTOMATOS ANÕES
Além de suas cidades subterrâneas, tesouros e armadi-
lhas, os Dwemer também deixaram alguns moradores
em suas cidades: Construtos feito com um metal espe-
cial e animados com uma Joia da Alma. Sem seus an-
tigos mestres por perto, eles atacam qualquer um que
invadem as ruínas anãs.
ARANHA
O tipo mais comum de Autômatos, as aranhas são do
tamanho de tarântulas e costumam realizar trabalhos
de manutenção nas ruínas anãs. Mas podem ser mortais
para os exploradores desavisados.
□ Atributos: Agilidade d8, Astúcia d4, Espírito d6,
Força d6, Vigor d6
□ Perícias: Atirar d6, Atletismo d8, Furtividade d6,
Lutar d6, Perceber d6
□ Movimentação: 8; Aparar: 6; Resistência: 6 (3)
14
 ADAPTANDO
□Habilidades Especiais:
□ Pinças: For+d4.
□ Armadura +3: Aranhas são
construídas com Metal Dwemer e por isso muito
resistentes a ataques físicos.
□ Eletricidade: Aranhas podem soltar uma descarga
elétrica que causa 2d6 de dano e possuem PA 4;
□ Tamanho -2: Automatos aranhas pequenas.
□ Construto: +2 para se recuperar de Abalado; Sem
dano adicional por ataques localizados; Imunes a
venenos, doenças, medo e intimidação.
ESFERA
Rápidos e mortais, as esferas possuem a parte superior
de um corpo humanóide e a parte inferior de uma esfera
capaz de atravessar a maioria dos obstáculos. Em seus
braços, existem duas lâminas mortais feitas de Metal
Anão.
□ Atributos: Agilidade d8, Astúcia d4 (A), Espírito d6,
Força d10, Vigor d8
□ Perícias: Lutar d10, Perceber d6
□ Movimentação: 8; Aparar: 7; Resistência: 9 (3)
□ Habilidades Especiais:
□ Armadura +3: Esferas são construídas com Metal
Dwemer e por isso muito resistentes a ataques
físicos.
□ Construto: +2 para se recuperar de Abalado; Sem
dano adicional por ataques precisos; Imunes a
venenos, doenças, medo e intimidação.
□ Lâminas: For+d10.
□ Movimentação Rápida: Esferas possuem +2 de
movimento.
CENTURIÃO
Esses gigantes de metal existem apenas nas camadas
mais profundas das cidades anãs e são capazes de des-
truir os inimigos tanto com seus ataques poderosos,
quanto soltando vapor neles!
□ Atributos: Agilidade d6, Astúcia d4, Espírito d8,
Força d12+3, Vigor d12+1
□ Perícias: Lutar d10, Perceber d8
□ Movimentação: 6; Aparar: 6; Resistência: 15 (5)
□ Habilidades Especiais:
□ Armadura +5: centuriões são feitos com Metal
Dwemer e por isso muito resistentes a ataques
físicos.
□ Construto: +2 para se recuperar de Abalado; Sem
dano adicional por ataques precisos; Imunes a
venenos, doenças, medo e intimidação.
□ Varredura Aprimorada: Centuriões podem atacar
todas as criaturas adjacentes sem penalidade.
□ Projetar vapor: Centuriões podem soltar vapor
causando 3d6 de dano como um ataque de
Sopro (Pág 211 da Edição Aventura de Savage
Worlds)
□ Tamanho +3: Centuriões medem 4 metros de
altura.
15
Savage Worlds
FALMER
Antigamente conhecidos como Elfos da neve, os Falmer
eram um povo antigo e orgulhoso. Contudo, após a de-
cadência de sua sociedade eles se tornam criaturas ce-
gas, selvagens e cruéis.
□ Atributos: Agilidade d8, Astúcia d4, Espírito d6,
Força d6, Vigor d8
□ Perícias: Atletismo d6, Atirar d8, Furtividade d10,
Lutar d6, Perceber d6, Intimidar d6
□ Movimentação: 5; Aparar: 5; Resistência: 6
□ Equipamento: Espadas Falmer (For+d6), Arco
Longo (2d6).
□ Habilidades Especiais:
□ Cegos: Os Falmer são completamente cegos, mas
eles compensam com a audição e o olfato super
apurados. Portanto, eles não recebem quaisquer
penalidades relacionadas a visão.
□ Veneno: Os Falmer costumam criar Chaurus e
coletar o veneno deles, usando em suas armas.
Considere que o primeiro ataque de um Falmer
possuir um veneno moderado (Página 147 da
Edição Aventura de Savage Worlds)
□ Cajado de Gelo: Alguns Falmers especiais,
geralmente em posição de liderança, carregam
cajados mágicos capazes de soltar raios de gelo.
Trate como um dispositivo arcano com 10 pontos
de poder e a magia Raio, que soltada utilizando o
atributo Espírito do Falmer.
 ADAPTANDO
CHAURUS
Esses insetos enormes vivem em ca-
vernas profundas e sem luz. Eles foram
domesticados pelos Falmer, que os empregam como
cães de guarda e os usam para colher seus venenos e
fazer armaduras com sua carapaça.
□ Atributos: Agilidade d6, Astúcia d4(A), Espírito d6,
Força d8, Vigor d8
□ Perícias: Furtividade d6, Lutar d8, Perceber d6, Atirar d8
□ Movimentação: 6; Aparar: 6; Resistência: 9 (3)
□ Habilidades Especiais:
□ Armadura +3: Os Chaurus costumam ter uma
armadura grossa feita de quitina.
□ Pinças: For+d8, PA 2.
□ Veneno: Chaurus conseguem cuspir um veneno
ácido, que causa 2d6 de dano ao entrar em contato
e tem PA 4.
16
Savage Worlds
CONTOS SELVAGENS
Seguem abaixo algumas idéias de aventuras que podem
ser feitas na província de Skyrim:
□ Os heróis são contratados por um nobre para limpa-
rem a catacumba onde estão enterrados seus ances-
trais, que está infestada por Draugrs. Após os heróis
chegarem na última sala, eles se deparam com uma
pesada porta de pedra trancada e atrás delas existe um
covil de vampiros! Revelando aos heróis que o nobre é
apenas um servo e que eles foram usados para limpar
o covil, O senhor dos vampiros oferece a eles a bênção
de seu sangue ou os destruirá imediatamente!
□ A legião Imperial e os Stormcloacks querem cons-
truir um posto avançado em uma fortaleza Dwemer.
O problema é que o local está cheio de armadilhas
e conta com diversos Autômatos anões espalhados.
O grupo é contratado por um dos lados, mas ao in-
vés de ter que lidar só com os problemas do local,
também têm que impedir a outra facção de tomar o
posto antes deles!
□ O grupo é contratado por um Bardo assustado que
clama por proteção. Ele conseguiu provas que um
conselheiro de um Jarl importante tem vendido in-
formações chaves sobre o reino para agentes Thal-
mor! Ele pede proteção até chegar em Wildhelm,
mas o problema é que não apenas mercenários es-
peram emboscar o bardo, mas a Dark Brotherhood
também está atrás de sua vida! Conseguirão os he-
róis entregarem seu protegido em segurança?
 DE MESTRE PARA MESTRE Multissistema

ACERTOS CRÍTICOS

“M eu estandarte estava atrás de mim, e atrairia homens ambiciosos.

Eles queriam minha caveira como uma taça para beber, meu nome
como troféu. Olhavam-me enquanto eu os olhava, e viam não um
homem coberto de lama, mas sim um senhor de guerra com um elmo que tinha um
lobo na crista, braceletes de ouro, malha de elos apertados e um manto azul-escuro
com bainha de fios dourados e uma espada famosa por toda a Britânia. Bafo de Ser-
pente era famosa, mas mesmo assim eu voltei a embainhá-la, porque uma espada
longa não ajuda no abraço da parede de escudos. Em vez disso peguei Ferrão de
Vespa, curta e mortal. Beijei sua lâmina e em seguida gritei meu desafio ao vento
de inverno.
– Venham me matar! Venham me matar!
E eles vieram.”
As Crônicas Saxônicas – Morte dos Reis, página 326

POR OLIVER BALBI

 DE MESTRE PARA MESTRE
Quem nunca quis viver uma aven-
tura épica como as narradas por Ber-
nard Cornwell que rasgue a primeira ficha.
As descrições de combates, sempre ilustradas com arma-
duras belíssimas, elmos rachados que uma vez foram ba-
nhados em ouro, mas agora estão recobertos com aquele
tom terroso de sangue seco e seu cheiro acre característi-
co, embalaram meus RPGs de aventura por anos.
Eu sempre consegui ouvir o tilintar de espadas em
diversos livros, mesmo nos d’O Senhor dos Anéis, nos
quais eu curto mais as descrições belas de paisagens, as
batalhas sempre foram muito vívidas. Porém, quando
comecei a jogar RPG as cenas de combate se restringiam
a rolar dados e sonhar com aquele crítico para destroçar
o inimigo numa cena digna de um épico grego.
Magias sendo descritas de forma um pouco mais de-
talhada em jogo, mesmo que apenas com as palavras do
encantamento, eram algo comum. Rezas profundas com
uma fé que se espalhava no coração de todas as pessoas
jogando, dando esperança de matar finalmente aque-
le Beholder, também eram razoavelmente corriqueiras.
Entretanto, aquela batalha sangrenta era ambientada no
máximo com o som dos dados rolando na mesa.
Acabei começando a atropelar mestres na minha
vontade de ter meus ataques, principalmente críticos,
com descrições amplamente detalhadas. Meu clérigo em-
punhando sua espada longa, com aquela ampliação no
dado de dano que vai levar seu inimigo à morte, merece
ver a espada fazer um corte limpo na altura da jugular e
sentir o sangue quente respingado no rosto. Depois olhar
para o chão, perceber a expressão do rosto já sem vida
com olhos o encarando diretamente, quase como se pu-
dessem amaldiçoar o dia em que ele nasceu, cuspir no
chão e seguir seu combate infindável em nome da honra
de seu deus.
Esse atropelamento causou reações muito diversas.
Algumas pessoas do grupo vibraram, mestres me olharam
com surpresa e me deixaram terminar. Outras não curti-
ram e acabei sendo cortado, algumas vezes de forma bem
rude. Mesas nas quais eu continuei jogando depois disso
acabaram sendo aquelas em que, não só mestres curtiram,
mas começaram a pedir, tanto de mim, quanto do restante
do grupo, descrições com empolgação e detalhes.
Os combates se tornaram menos entediantes para
mim, apesar de maiores, o que algumas vezes fez com
que sessões inteiras fossem preenchidas com apenas uma
batalha. O role play nessas sessões acabava ficando em
segundo plano e algumas personagens não voltadas dire-
tamente para o combate podiam ficar um pouco de lado.
Outro momento em que esse tipo de descrição não
funcionou muito bem foi em one shots. Sessões mais cur-
tas exigem um ritmo de jogo mais acelerado, se não você
acaba não terminando as aventuras. Então as descrições
foram ficando meio maçantes e acabamos voltando para
a dinâmica anterior.
Acabou que, com anos de experiências com o mesmo
grupo e com diferentes grupos, comecei a encaixar cada
tipo de combate e dinâmica de descrições a diferentes ti-
18
Multissistema
pos de mesa. Percebi que algumas coisas devem ser leva-
das em consideração para que a gente possa tornar o jogo
o mais divertido possível para todo mundo.
A primeira coisa importante que aprendi: conheça
quem está jogando com você. Você não precisa começar
a primeira sessão conhecendo o grupo, até porque com a
internet acabamos jogando muito mais com pessoas qua-
se desconhecidas, mas o ideal é ir percebendo que tipo
de dinâmica funciona neste grupo. Se você tem em mesa
pessoas que curtem mais descrever, inicie deixando os
críticos por conta delas.
Isso vai fazer a conexão jogador-personagem ficar mais
intensa e o jogo mais divertido. Depois você pode ir abrin-
do espaço para que, nos outros ataques, as descrições se-
jam feitas, sempre mediando o tempo que cada momento
merece. Ataques que oponentes acabam errando em com-
bate também podem ser a base de criação de cenas incrí-
veis se você permitir. Descrições de quase acertos, aquele
que faltou muito pouco para pegar na personagem, pode
ser apimentado com imagens de escudos sendo levanta-
dos com os metais se batendo soltando faíscas.
Você pode testar descrever mais os combates se nin-
guém se interessar muito por descrever as próprias ce-
nas. Às vezes a vergonha e a timidez impedem que isso
flua bem inicialmente e se você estiver mestrando e per-
ceber que esse é o caso, você pode usar o clássico: “Me diz
como foi?” Apenas lembre de estar com ação preparada,
a postos para preencher um possível silêncio estranho
com a sua própria descrição.
DE MESTRE PARA MESTRE
Se nem assim demonstrarem interesse, ou se você per-
ceber que para a sua mesa ou tipo de jogo o tempo que
isso demanda é demais, apostar em músicas e imagens
prontas pode surtir um efeito maior do que a gente costu-
ma esperar. Se o barulho da chuva ou de pessoas gritan-
do já estiver tocando ao fundo, você não precisa passar
dez minutos descrevendo e ainda ambienta o combate.
Imagens dos locais onde a cena se passa também podem
ajudar e são um recurso rápido de ser colocado na maior
parte das plataformas usadas para jogar RPG online.
Se a plataforma que você escolheu permitir que você
insira mapas, isso também ajuda muito, principalmente
se eles forem marcados com as formas que o seu sistema
usa. Por exemplo, ter as linhas quadradas ou hexagonais
marcadas pode ajudar quem estiver jogando a ter noção
de espaço e a descrever os ataques, tanto os que recebe de
oponentes quanto os que infringe.
Também é importante entender que algumas pessoas
jogam apenas pelo amor ao caos que rolar dados, matar
goblins e roubar tesouros pode trazer para as suas vidas.
Para elas, apenas o barulho dos dados e a emoção de um
acerto ou erro crítico pode ser o suficiente para uma ses-
são muito divertida.
Quem está jogando também é responsável por um papel
tão relevante quanto. Aprender a interromper ou atrope-
lar, sem ser rude ou causar incômodos, pode parecer um
desafio à primeira vista, mas demonstrar que você quer ter
autonomia nas suas descrições é de extrema importância.
Algumas pessoas adoram mestrar quase como se estives-
19
Multissistema
sem escrevendo o próprio livro e costumam gostar mais
de estar no controle da narrativa. Acabam descrevendo
as imagens que estão na própria cabeça, esquecendo que
quem está jogando tem uma co-autoria nas histórias.
Esse tipo de jogo ou estilo de narrativa é um dos que eu,
particularmente, mais gosto de jogar. Principalmente quando
eu consigo escrever algumas linhas desses contos que cada
sessão representa. Me sinto inteiramente presente e dentro de
jogo. Apesar disso, já joguei muitos jogos divertidíssimos que
eram basicamente de entrar em dungeons, matar os mons-
tros e pegar tesouros, que foram tão bons quanto.
Entender que quase todas as rolagens de acerto crítico ren-
dem ótimas histórias e são momentos de ápice nos jogos,
onde toda a criatividade é usada, é um bom começo para
pensar sobre descrever ou deixar quem está jogando descre-
ver a cena. Todo mundo conhece pelo menos uma história de
como alguém conseguiu vencer um dragão na lábia, ou que
num ataque acabou com oponentes que foram criados para
ser grandes desafios. Essas cenas viram lendas que compõem
a história, não só do grupo, mas do RPG no geral.
O mais importante nisso tudo é encaixar o estilo que
você usa para mestrar e o estilo que a mesa mais gosta de
jogar ou que o jogo flui melhor. A diversão de todas as
pessoas do grupo é o maior objetivo de jogar RPG e bus-
car isso acaba tornando o nível de desafio de criar e or-
ganizar a sessão mais alto. Uma das grandes satisfações
de jogar RPG é de ter o grupo inteiro no fim da sessão
relembrando as cenas e quase aclamando o jogo é incrível
e sempre vale o esforço.
 FERRAMENTAS DO MESTRE Tiny Dungeon

NOVAS HERANÇAS
E TRAÇOS

C
omeçando com uma tentativa falha de evitar o trocadilho,
Tiny Dungeon 2ª Edição traz pequenas mudanças ao RPG
de Mesa que geram consequências enormes quando bem
exploradas.
Entre elas, duas das minhas favoritas são as Heranças e os Tra-
ços. A princípio, você pode se perguntar do que eu estou falando,
mas tenho certeza de que se você já jogou RPG, sabe muito bem.
São, respectivamente, as clássicas Raças e Classes ou conjuntos de
talentos, poderes etc. usados para construir um personagem.

POR MIGUEL "BEHOLDER"

 FERRAMENTAS DO MESTRE
Contudo, TD2E decidiu assumir
uma postura diferente, mudando a
terminologia Raça para Herança, argu-
mentando que o novo título engloba todo o aspecto cul-
tural, genético e ambiental de um indivíduo. Pessoal-
mente, achei a proposta muito legal, pois já encaminha
o jogador a ir além da simples aparência física.
Quanto aos Traços, o sistema faz questão de explicá-
-los de forma bem genérica, fornecendo bônus muito
simples de calcular e aplicáveis a diversas situações.
Resumindo! TD2E está te oferecendo regras simples,
práticas e rápidas, mas sem limitações de roleplay, pelo
contrário, influenciando o jogador a pensar além dos
números.
Dito isso! Quero ampliar o material oferecido pelo
manual com mais Heranças e Traços, não apenas para
aumentar o arcabouço de opções, mas para mostrar que
elementos de outros cenários/sistemas podem ser usa-
dos em TD2E tranquilamente!
NOVAS HERANÇAS
FADA
Essa Herança de incontáveis nomes e presente em
inúmeras lendas pode ser resumida como uma espé-
cie de seres parcialmente materiais, parcialmente es-
pirituais, com o poder de mudarem a sua aparência.
Costumam ser pequenas o bastante para se esconde-
rem em flores, mas também existem fadas tão grandes
quanto um humano comum. Além disso, suas apa-
rências variam em muitas cores vibrantes de cabelo,
olhos e roupas.
Estão diretamente ligadas às forças místicas da natu-
reza, seja como funcionárias em suas místicas mudanças
de estação ou guerreiras contra a industrialização e a
destruição da fauna e flora.
Ativas, espertas, corajosas, curiosas e até mesmo in-
sanas, estas criaturas feéricas podem tornar a vida de
qualquer um pura alegria e bom-humor ou o completo
contrário.
ATRIBUTOS DE FADA
□ 4 Pontos de Vida (PV).
□ Fadas começam com o Traço de Herança Disfarce
Feérico.
□ Disfarce Feérico: Sempre que for tentar enganar al-
guém através de um disfarce qualquer – sua voz,
sua aparência, seu tamanho etc. – as forças místicas
da natureza te ajudam com efeitos ilusórios. Você
recebe Vantagem no teste.
GOLEM
Golem é apenas um dos nomes que qualquer criatura
artificialmente construída e trazida à vida por magia ou
ciência pode ter. Arcanos tecnicistas chamariam essas
criaturas de Homunculus enquanto cientistas, à frente
de seu tempo, os denominariam Androides.
21
Tiny Dungeon
De qualquer forma, o Golem é uma Herança que cami-
nha entre as discussões de vida e morte, um ser dotado
de livre arbítrio ou apenas uma posse com consciência.
Suas aparências são diversas, variando de blocos de
rochas com magia por todos os lados até humanoides
perfeitamente engenhados para se passarem por hu-
manos.
Além disso, seus comportamentos podem ser limita-
dos, principalmente quando próximos da data em que a
vida lhes foi dada, contudo, dê tempo a eles e mesmo os
que não são capazes de falar podem desenvolver perso-
nalidades cativantes.
ATRIBUTOS DE GOLEM
□ 9 PV.
□ Golens começam com o Traço de Herança Coração
Artificial.
□ Coração Artificial: Você não pode ser curado por
nenhum outro meio além de conserto. Cada teste
bem-sucedido para consertá-lo rende 1 PV. Você
é imune a qualquer necessidade básica biológica –
como comer, beber, respirar, sono etc.
NAGA
Temidas por seus parentescos mágicos com as serpen-
tes, Nagas são criaturas que carregam elementos hu-
manóides em seu torso, braços e cabeça, mas possuem
uma cauda ofídica com quase o triplo do tamanho de
seu torso.
 FERRAMENTAS DO MESTRE
Outros traços de seus parentes são
os olhos reptilianos e as línguas bifur-
cadas. Suas cores e desenhos de escamas
variam tanto quanto as das cobras comuns. Algumas
Nagas chegam a ter escamas por todo o corpo e a cabeça
completamente ofídica.
Suas personalidades variam tanto quanto as dos hu-
manos, mas há uma forte tendência em sua Herança do
uso da ironia e de falas “ácidas”. Além disso, costumam
se vestir com roupas exóticas e bijuterias.
ATRIBUTOS DE NAGA
□ 7 PV.
□ Nagas começam com o Traço de Herança Cauda
Poderosa.
□ Cauda Poderosa: Você tem sua Cauda como Arma
Especializada. Você não pode usar itens para huma-
nóides da cintura para baixo.
NEFILIM
Criaturas celestiais e infernais permeiam inúmeros
universos fantásticos, sejam elas anjos, demônios ou
qualquer variação da leitura de uma entidade seme-
lhante.
Nas incontáveis mitologias onde essas criaturas estão
presentes, estão também suas relações com os seres mor-
tais e mundanos, muitas vezes incapazes de compreen-
der o poder divino, mas ainda assim possíveis fontes de
paixão e até mesmo, amor.
Tiny Dungeon
É dessa união entre um ser mundano e uma entidade
celestial, infernal, abissal etc. que surge um Nefilim e a
partir dele, outros da mesma espécie.
Apesar de carregarem muitos traços da raça mun-
dana, alguns elementos de sua Herança Nefilim se
destacam como olhos brilhantes, porte orgulhoso,
presença estonteante, língua bifurcada, cauda pontia-
guda, chifres, presas e garras ao invés de unhas. As
variações são diversas e dependem do seu ancestral
místico.
Quando jovens, raramente apresentam capacida-
des diferentes de sua Herança mundana, mas alguns
são capazes de desenvolver poderes impressionantes
que correm ocultos em suas veias (veja Novos Traços
adiante).
ATRIBUTOS DE NEFILIM
□ 6 PV.
□ Nefilins recebem um Traço adicional de uma outra
Herança mundana. Alguns exemplos são o Traço
Adicional humano, a Visão no Escuro anã ou a Agi-
lidade Goblin.
NOVOS TRAÇOS
ALQUIMISTA ARCANO
Apenas beba e veja meus poderes brotarem em você!
Você não está mais limitado a poções, venenos e eli-
xires. Agora, qualquer Magia que você conheça ou que
possua em pergaminho pode ser colocada em um frasco
22
 FERRAMENTAS DO MESTRE
na forma líquida. Decida com o Mes-
tre se a poção deve ser bebida, derra-
mada sobre um item ou jogada no adver-
sário para fazer o efeito da magia.
Pré-requisito: Traço Alquimista (veja sobre no manual).
ARTÍFICE
Eureca!
Você tem uma natureza inventiva quase incontrolá-
vel. Tendo as ferramentas adequadas, sempre que fizer
um teste envolvendo algum aparelho tecnológico ou de
engenharia, terá Vantagem.
ARTISTA NATO
Eu nasci para impressionar vocês!
Sempre que realizar um teste onde usa de uma perfor-
mance – cantar, dançar, atuar etc. – para ganhar dinhei-
ro, convencer alguém ou consquistar corações, receberá
Vantagem.
ASAS
Fugir de mim para o alto de uma torre? Não foi uma boa ideia!
Você é capaz de usar seu deslocamento ignorando
obstáculos terrenos – pedras, lama, personagens – além
de poder alcançar lugares altos sem testes para escalar
ou saltar. Voar é tão cansativo quanto correr.
A aparência das suas asas depende de sua Herança
e do seu gosto estético. Alguns exemplos são asas de
morcego para Nefilins de demônios ou asas semi-trans-
parentes e brilhantes para Fadas.
Pré-requisito: pertencer a uma Herança que possua
ancestrais com asas (como Nefilins ou Fadas) ou ser
construído com elas (Golens). Na dúvida, acorde com o
Mestre.
CURANDEIRO MÍSTICO
Acalme-se! Eu vou cuidar de você!
Suas habilidades vão além da medicina mundana.
Mesmo sem ser capaz de usar Magia, você sabe como
removê-la de um paciente, seja por causa de algum dom
ou de algum conhecimento secreto.
Uma vez por sessão, você consegue curar veneno,
doenças, e outras aflições físicas que são mágicas.
Pré-requisito: Traço Curandeiro (veja sobre no ma-
nual).
DIA DO CAÇADOR
Não dormirei até conseguir capturá-la!
Você se prepara o máximo possível para sua caçada.
Escolha uma criatura específica. Dentro das próximas
24 horas, você recebe Vantagem em qualquer teste para
localizar essa criatura e ignora qualquer Desvantagem
que possa prejudicá-lo.
Ao fim das 24 horas, esse Traço só poderá ser usado
após uma semana.
Pré-requisito: Traço Rastreador (veja sobre no ma-
nual).
23
Tiny Dungeon
INVESTIDA PODEROSA
Caaaaarga!
Ao acertar o alvo em um ataque com uma investida
montada, causa 1 Ponto de Dano adicional.
PISTOLEIRO
Bum! Headshot!
Armas de fogo como pistolas, mosquetes etc. passam
a ser Armas Especializadas para você.
PROTEÇÃO ELEMENTAL
Não pode me ferir com fogo! Ele já ferve em minhas veias!
Escolha entre fogo, eletricidade, frio ou ácido. Você é
imune a qualquer dano do elemento escolhido, seja na-
tural ou mágico.
Esse Traço só pode ser escolhido uma vez.
Pré-requisito: pertencer a uma Herança que possua
ancestrais imunes ao elemento escolhido (como Nefilins
ou Fadas) ou ser construído com a imunidade (Golens).
Na dúvida, acorde com o Mestre.
RIQUEZA
Cale a boca e tome meu dinheiro!
Você carrega uma riqueza nas costas e com ela vem
as responsabilidades e os benefícios. Converse com seu
Mestre para chegarem a um acordo sobre a fonte da sua
riqueza.
FERRAMENTAS DO MESTRE
Uma vez por sessão, você pode adquirir um item ou
serviço qualquer pago completamente pela sua fonte de
riqueza, com a permissão do Mestre.
TÉCNICA ESPECIAL
Essa é minha técnica… O meu golpe!
Este é um ataque que você desenvolveu sozinho ou
uma técnica passada de geração em geração. Seja qual
for a razão, ele é considerado Mágico!
Uma vez por sessão, você pode usá-lo em um ataque
para receber um bônus de 3 Pontos de Dano adicionais.
Esse ataque consome as duas ações e só é gasto se atin-
gir o alvo.
VIGOR INSANO
Tô pronto pra outra!
Mesmo cheio de ferimentos, você é capaz de seguir
lutando. Uma vez por sessão, você pode curar 3 PV sem
gastar nenhuma ação.
VISÃO NA PENUMBRA
Enquanto a lua brilhar, minha noite será tão clara quanto o
dia!
Seja por descendência, treino ou adaptação, você con-
segue enxergar na escuridão, desde que haja uma mí-
nima fonte de luz. Porém, se for exposto a explosões de
luz (magias, bombas de luz de alquimistas), você sofre
Desvantagem em seu próximo turno.
24
Tiny Dungeon
ACORDE COM O MESTRE
Quero aproveitar esse trecho de despedidas para co-
mentar sobre alguns Traços carregarem a “decisão do
Mestre”. Esse elemento não está presente só aqui, mas
também é muito citado em vários capítulos do manual.
Assim como TD2E evita a complexidade dos cálculos,
ele também busca evitar textos complexos para definir
as regras. Prezando a diversão, o sistema espera que o
Mestre e os Jogadores sejam capazes de entrar em acor-
do sobre o que vale ou não, o que será usado ou não etc.
Esse elemento não diminui o sistema uma vez que
mesmo em manuais mais complexos, discussões sobre
interpretações de regras são frequentes, mas mesmo as-
sim, deixo uma recomendação aos Mestres:
Na dúvida, permita. Se as regras de TD2E deixam a
regra para ser decidida pelo Mestre em acordo com os
Jogadores e não há um comum acordo, deixe acontecer.
Permita a regra (seja ela opcional, de prestígio etc.), dei-
xe os jogadores se divertirem! Afinal, é um jogo!
Desejo boas jogatinas a todos! Até a próxima!
TEORIA DE JOGOS Rastro de Cthulhu

GUIA DE HISTÓRIA

J
ogos investigativos são uma oportunidade única de misturar ficção e realidade, e Rastro de Cthulhu é
um dos que mais atrai novos jogadores por este motivo. Seus cenários sempre têm um pano de fundo
histórico — a Grande Guerra, os Anos Loucos, a Grande Depressão e outros —, e frequentemente têm
ambientações conhecidas, seja por seu encanto, seja pelos mistérios que escondem até os dias de hoje. Esse
apelo aos fatos históricos pode ser intimidador ao Guardião iniciante. Mas não deveria! E é para sanar esse
problema que esta coluna foi escrita.

POR MATEUS HERPICH

 TEORIA DE JOGOS
O VALOR DA HISTÓRIA
Os benefícios de usar a história real
como pano de fundo, ou mesmo elemento
central do cenário, começam com a expectativa: é a dife-
rença entre um jogo que envolve um conflito genérico e
outro que se passa na Grande Guerra; entre uma explo-
ração de ruínas sem nome ou de câmaras secretas sob
as Pirâmides de Gizé; entre impedir um culto de matar
desconhecidos ou de assassinar J. F. Kennedy. É a fami-
liaridade com o escopo do evento ou grandiosidade da
época e local que criam essa expectativa.
Da mesma forma, pense na Máquina de Anticítera,
nas Linhas de Nazca ou no Manuscritos de Cobre de
Qumran: estes artefatos evocam mistérios sobre quem
os fabricou, qual sua função e como era o mundo em
sua época — e mistérios são aquilo que move um jogo
de Rastro de Cthulhu.
NAS SOMBRAS DA HISTÓRIA
A melhor fonte de inspiração para novos cenários e mis-
térios são as lacunas do que se sabe. Sempre há uma
conexão que falta, um nome desconhecido, uma razão
inexplicada. E, mesmo se aparentemente não houver,
nada lhe impede de criar! Histórias de “realidade al-
ternativa” são muito populares e podem revigorar até
mesmo uma velha trama já conhecida.
Rastro de Cthulhu
IDEIAS PRÁTICAS
Algumas entidades, criaturas e temas do Mythos de
Cthulhu se encaixam melhor em determinadas situa-
ções. O restante dessa coluna será um guia rápido de
como inserir certos temas juntamente com Grandes An-
tigos e criaturas associadas a eles.
Oceano: Desde a antiguidade, Atlântida se manteve
no imaginário humano, e é inevitável associá-la à igual-
mente perdida porém insanamente terrível R’lyeh, lar-
-túmulo do morto Cthulhu. Navegações improváveis
como as dos fenícios, polinésios e nórdicos podem ter
recebido a bênção de Dagon ou Gol-Goroth e seus ser-
vos Abissais mediante sacrifícios humanos. Esse conhe-
cimento antigo pode ter ressurgido na época das Gran-
des Navegações, cobrando um alto preço dos marujos
em troca do domínio sobre as águas, e pode ser deter-
minante para as potências náuticas e a incipiente tecno-
logia dos submarinos do começo do século XX. Afinal,
navegar é preciso; viver, nem tanto.
Monumentos e maravilhas: Poucas obras dizem com
tanta clareza “eu estive aqui!” do que construções como
Stonehenge, Göbekli Tepe ou a pirâmide de Kukulcán, e
poucas coisas podem unir tantas pessoas sob um único
objetivo do que a fé — seja mundana, seja nos Deuses
Antigos. Templos a Yig, Tsathoggua, Mormo e certas fa-
cetas de Nyarlathotep podem estar ocultos sob ruínas
sem propósito claro, perdidas nas selvas tropicais da
América do Sul ou nos locais mais áridos da Ásia e Áfri-
ca. Se um mistério exigir que sejam conhecidas em sua
26
 TEORIA DE JOGOS
glória original, os Investigadores po-
dem acabar viajando através do tem-
po ou da Terra dos Sonhos. Além dos mo-
numentos, os resquícios deixados por esses adoradores
podem conter segredos codificados em tábulas de argila
fragmentadas e pergaminhos de couro apagados: pro-
fecias do fim do mundo, feitiços obscuros e estranhos
rituais a serem executados nestes monumentos — quan-
do as estrelas se alinharem, é claro.
Desastres naturais: A fúria dos Antigos é implacável,
e sua destruição é tremenda, mesmo quando nos piso-
teiam distraidamente como fazemos com formigas na
calçada. Além do típico despertar de Azatoth abrindo
crateras erroneamente interpretadas como quedas de
meteoritos, os movimentos de Dagon podem provocar
maremotos e Ithaqua pode trazer nevascas e furacões
nos extremos norte ou sul do mundo. A destruição des-
propositada causada pelo levante da natureza pode ser
uma manifestação sádica de Y’golonac, e vítimas vul-
cânicas transformadas em múmias de poeira — como
na erupção do Monte Vesúvio — podem ser demonstra-
ções do poder de Quachil Uttaus, talvez punindo aque-
les que não se curvaram como deveriam. E, se desejar
um horror que possa ser combatido, os Dhole são uma
ótima explicação para terremotos e destruição de cida-
des inteiras, como Lisboa em 1755 ou a derrocada dos
Jardins Suspensos da Babilônia.
Pragas e doenças: Das Dez Pragas do Egito à Peste Ne-
gra, da luta contra a malária na construção do Canal do
Panamá até a pandemia de Gripe Espanhola, as doenças
vêm e vão conforme a vontade dos Deuses. Intoxicações
em massa podem ser extravasamentos de Ghatanothoa,
e valas comuns são banquetes convidativos aos carni-
çais e seu Pai, Mordiggian. Canibais tcho-tcho podem
adquirir e espalhar doenças por meio de seus rituais an-
tropofágicos e, no pior dos casos, Shub-Niggurath pode
enviar uma terrível peste para extinguir a raça humana.
Ciência e Invenções: Os avanços desmedidos da Re-
volução Industrial certamente só podem ser explicados
por uma intervenção direta de Daoloth, o Dilacerador
de Véus. As descobertas da física no campo da Relativi-
dade podem ser uma interpretação cientificista de Yog-
-Sothoth, enquanto o conhecimento da radiação deriva
dos saberes proibidos de Hastur. Tecnologias anacrôni-
cas — artefatos tecnológicos encontrados em escavações
arqueológicas de sítios da antiguidade — podem ser
oriundas da Grande Raça de Yith ou dos Mi-Go, e pro-
piciar outros avanços para os quais a humanidade não
está preparada.
Guerras e ódio: Dentre os Deuses Antigos que mais se
deleitam vendo os seres humanos destruindo uns aos
outros, Nyarlathotep figura entre os primeiros, mani-
pulando cultistas — cientes ou não de sua existência —
em todos os lados da Grande Guerra, além de tragédias
como o Massacre de Tulsa e as atrocidades no Congo
Belga. Ali, serviçais como os horrores caçadores podem
ser responsáveis por desaparecimentos de quem tenta
acabar com o conflito. Místicos nazistas, magnatas ocul-
27
Rastro de Cthulhu
tistas e o povo-serpente infiltrado por todas as camadas
da sociedade também são grandes motivadores de ódio
e medo dentre a população, e todos sabemos como isso
leva ao lado negro.
Ascensão de cultos e religiões: Virtualmente todos os
Deuses Antigos podem ser confundidos com divinda-
des, e assim o foram durante a história humana. Chaug-
nar Faugn é particularmente ativo em deixar para trás
ídolos em seus locais de manifestação, Shub-Niggurath
é a origem do mito da Mãe-Terra e os deuses ofidianos
da América Central derivam de Yig. O espiritismo e
ocultismo modernos do Século XIX e XX podem invo-
luntariamente tocar outras realidades por meio de Yo-
g-Sothoth, como fez Aleister Crowley, ou talvez encon-
trar a Terra dos Sonhos por intermédio de Nodens em
uma ressurgência dos antigos mitos britânicos.
Assassinatos e desaparecimentos: Enquanto cultistas
de toda estirpe recorrem a sequestros para realizarem
seus sacrifícios humanos e assassinatos para remove-
rem obstáculos do caminho de seus planos, algumas
entidades são comumente responsáveis por desapare-
cimentos sobrenaturais. Nos polos Norte e Sul, Ithaqua
captura e dilacera viajantes e exploradores solitários,
enquanto Mormo abduz os blasfemos direto para a Lua
— e encontrar seus corpos ressequidos seria algo difí-
cil da NASA explicar. No meio dos Estados Unidos, in-
divíduos podem acabar na cidade perdida de K’n-Yan,
escravizados por seus habitantes psiônicos. No mais,
criaturas voadoras como os Byakhee e os Espreitadores
TEORIA DE JOGOS
Noturnos podem raptar suas vítimas sem deixar rastros
para a polícia — mas que talvez Investigadores com a
mente instável consigam seguir.
Astrologia e Astronomia: Mesmo que muitos Gran-
des Antigos venham das estrelas, alguns ocupam um
lugar especial na cosmologia: Azathoth habita o bura-
co negro (um conceito exótico nos anos 30) no centro
da Via Láctea, Cthugha orbita a estrela Formalhaut com
suas chamas eternas, Mormo ronda a Lua e Hastur cir-
cunda Aldebaran. Não só isso, mas as entidades do My-
thos podem ser a origem da vida na Terra, no melhor
estilo “Eram os Deuses Astronautas”. Tanto a astrologia
de culturas ancestrais quanto os novos avanços da as-
tronomia com telescópios e cálculos cada vez mais po-
derosos pode revelar facetas dessas entidades e transfor-
mar meros cientistas em cultistas involuntários. Eventos
inexplicáveis para a ciência podem ser manifestações de
Cores Vindas do Espaço ou dos Lloigor, e um descrente
pode ser forçosamente levado para dar uma volta pelo
espaço nas costas de um Byakhee.
Drogas e alucinações: Desde a antiguidade, credos
dos mais diversos utilizam alucinógenos leves ou inten-
sos em seus rituais, como o vinho de sangue de Gol-Go-
roth. Uma receita encontrada em inscrições antigas pode
dar acesso a feitiços do Mythos ou colocar o usuário em
um transe no qual fica cara a cara com um Deus Exte-
rior. Substâncias tóxicas e inebriantes podem derivar do
veneno de Yig e seu Povo Serpente, do leite de Shub-
-Niggurath e suas Crias Negras, do fúngicos Mi-Go e
28
Rastro de Cthulhu
todo tipo de gosma das raças ancestrais. Misturá-los em
fórmulas esquecidas promete ser um drink interessante,
uma experiência que talvez até valha a pena ser paga
com a vida.
Sonhos: Existem sonhos, e existem Sonhos. A influên-
cia psíquica de virtualmente todos os Grandes Antigos
pode provocar pesadelos dos mais terríveis. Contudo,
alguns sonhos são mensagens incutidas por entidade
como Cthulhu, Hastur e criaturas como as coisas-rato e
a Grande Raça de Yith, ou ainda as alucinações gélidas
que produzem visões de Ithaqua. Já nas Terras dos So-
nhos, acessadas conscientemente ou não, Nyarlathotep,
Mormo e Nodens mantêm suas existências, influências
e intrigas, interagindo com mortais por razões diversas,
fornecendo conhecimento e loucura ou os prendendo
para a eternidade. Essas terras também são habitadas
por espreitadores noturnos, bestas lunares, carniçais e
outros. E é através destes servos que os sonhadores po-
dem ser melhor perturbados: Um, dois, o Carniçal vai te
pegar...
Espero que este guia sirva de inspiração para as suas
sessões de Rastro de Cthulhu e ajude a perturbar o sono
dos Investigadores. Tome cuidado com tomos antigos
que encontram o caminho até você, e até o próximo arti-
go, na próxima conjunção estelar.
GANCHOS Four Against Darkness

UNDERTALE E
RESOLUÇÕES
PACÍFICAS
U
ndertale é um RPG independente, lançado em 2015. No jogo, você
controla uma criança que caiu no mundo dos monstros e sua missão
é escapar desse lugar. Enquanto você percorre esse novo mundo, co-
nhece vários monstros e um mistério que está por trás dos acontecimentos
recentes daquele lugar.
Algumas das características mais marcantes de Undertale são as opções de
resolução de conflitos, e de que maneira elas afetam diretamente o destino
de seu personagem. Estamos acostumados a escolher rotas agressivas e vio-
lentas em RPG, tanto os eletrônicos quanto os de mesa. Se há um monstro à
sua frente, um de seus primeiros instintos é rolar a iniciativa para atacá-lo.
Undertale colocou essa abordagem em outra perspectiva e apresentou aos
jogadores formas pacíficas de lidar com aqueles monstros.

POR CLARICE FRANÇA

 GANCHOS
Em Four Against Darkness, a cam-
panha se passa inteiramente dentro de
uma dungeon, onde os aventureiros encon-
tram inúmeras criaturas. A maioria dos monstros pode ser
derrotada com combate e alguns nem dão outras opções.
QUAIS SÃO AS SOLUÇÕES
PACÍFICAS?
□ Diplomacia: Nada como uma boa comunicação. An-
tes de pensar em bater e tomar uma postura defensiva,
por que só não conversar com a criatura à sua frente?
Mesmo que seja um monstro com uma aparência as-
sustadora, ou que os rumores digam que o monstro
é perigoso, não custa nada chegar falando que quer
conversar e sugerir que ninguém se machuque. Afinal
de contas, os monstros estão na casa deles, cuidando
das próprias vidas, e a última coisa que querem é um
aventureiro enxerido batendo em sua porta.
□ Lábia: Assim como os aventureiros desconfiam dos
monstros, os monstros desconfiam dos aventureiros
também. Quem é esse grupo que acabou de chegar,
querendo invadir a casa dos monstros e achando
que pode fazer o que quiser? Os monstros podem
não querer atacar primeiro, mas isso não significa
que vão acreditar que os aventureiros têm as me-
lhores intenções do mundo. Para isso, é sempre bom
que uma das personagens seja bem carismática para
convencer o monstro que aquele conflito pode ser
resolvido sem violência.
□ Barganha: Alguns monstros vão precisar de mais do que
uma personagem carismática, ou de um argumento pa-
cifista, para permitir que os aventureiros sigam adian-
te. Um favor por um favor parece uma boa ideia, não?
As personagens sempre podem perguntar se o monstro
precisa de alguma coisa, ou de algum favor específico,
e uma vez que essa missão seja resolvida o grupo estará
em bons termos com o monstro em questão.
□ Fugir: Não existe vergonha em correr de um combate
que não vai dar certo ou porque você não vê necessi-
dade de machucar um monstro. As personagens po-
dem tentar fugir do combate caso as outras opções
tenham falhado, podem tentar distrair o monstro ou
até mesmo passar sorrateiramente por ele sem serem
percebidas. Talvez o grupo receba menos tesouros,
mas morto não leva ouro para o caixão, né?
□ Combate como última alternativa: Pode ser que
você não consiga convencer o monstro, porque ele
já teve experiências ruins com outros aventureiros
ou só porque não foi muito com a cara de seu grupo.
Para piorar tudo, não deu para escapar! Se é para lu-
tar, então avante para o combate, mas isso não quer
dizer que a batalha precise ser levada até as últimas
consequências. De repente, quando o monstro esti-
ver muito machucado, uma das personagens pode
oferecer misericórdia e ninguém precisa morrer.
Além disso, alguma técnica que imobilize o mons-
tro pode aumentar as chances de ele escutar você.
Ou pelo menos ele fica preso enquanto vocês fogem.
30
Four Against Darkness
□ Consequência da matança: Talvez os jogadores não
entendam de primeira que o combate pode ser mais
violento do que o necessário. Assim, caso os jogado-
res matem um personagem que pediu misericórdia,
faça que eles encontrem aleatoriamente goblins ou
orcs, que estão lá para se vingar. Violência leva a
mais violência.
Se sua aventura de Four Against Darkness quiser apro-
veitar um pouco da ideia de Undertale, você pode seguir
as sugestões abaixo para tornar seu jogo mais pacífico.
EXEMPLOS DE MONSTROS
CAVALEIRA NOSTÁLGICA
Nível 5, 6 pontos de vida, 2 ataques, tesouro normal.
Por conta de sua armadura pesada, as jogadas de defesa
contra sua investida direta são roladas com -1. Além dis-
so, a Cavaleira Nostálgica carrega uma espada grande e
ameaçadora.
A Cavaleira Nostálgica é uma criatura de dois metros
de altura, que gosta de falar sobre a época em que ba-
talhava na superfície e conquistava muitas glórias. Não
se sabe se as histórias são reais ou aumentadas por con-
ta de um delírio nostálgico, mas a verdade é que elas
encantam outros monstros da caverna. A Cavaleira usa
uma armadura completa, prateada, que está gasta por
conta do passar dos anos. Pelas frestas da armadura po-
de-se ver que a pele da criatura é azul.
GANCHOS
Se os aventureiros derem chance, a Cavaleira Nostál-
gica contará algumas dessas histórias, que podem ser
verdadeiras ou não.
REAÇÕES
1, 2, pede suborno (50 PO). Não se fazem mais guerras
de monstros como antigamente! A Cavaleira Nostálgica
não encontra mais tantos oponentes a sua altura, e ela
também não tem dinheiro sobrando. Talvez ela possa ser
convencida a receber metade (35 PO). Role um d6, com
números pares – ela concorda em fazer um desconto.
3, 4 passa uma missão: Os aventureiros querem passar
sem uma luta? Então é bom que façam um favor para a
Cavaleira, afinal nada mais justo. Os malditos goblins
roubaram a medalha de ouro da Cavaleira Nostálgica,
é uma das memórias mais queridas dela, uma batalha
que ganhou contra um Ogro invicto! Se os aventureiros
conseguirem recuperar a medalha, ela os deixará passar
sem nenhum problema.
Na próxima vez que abrir uma sala e sair o resultado
capangas role 1d6, se cair 4,5 ou 6 use o resultado 2 da
tabela de capangas, caso contrário role normalmente.
5, 6 luta: Sinto muito, mas hoje a Cavaleira Nostálgica
acordou de mau humor e não está a fim de dispensar
uma boa luta! Mas ela não é de ferro, e se chegar perto
de morrer os aventureiros podem oferecer misericórdia
e ela assumirá a derrota. Um bom lutador precisa hon-
rar suas batalhas, mesmo que terminem em derrota.
31
Four Against Darkness
CIENTISTA ATRAPALHADA
Nível 4, 4 pontos de vida, 1 ataque, 2 testes de tesouro.
A cientista só ataca de longe com facas, porque ela tem
medo de confrontos diretos. Ela pode reagir com violên-
cia se ficar com medo dos aventureiros, mas não conti-
nuará o combate até o final.
A Cientista Atrapalhada parece um dragão-de-komo-
do, com a pele escamosa e esverdeada, e está sempre
usando cachecol e luvas. Ela costuma ser uma pessoa
muito amigável, mas seu laboratório na caverna é uma
bagunça, porque ela não é exatamente o monstro mais
organizado do mundo. Quem tem tempo de arrumar as
coisas, não é mesmo? Se ela for atacada pelos aventurei-
ros, vai gritar e, no próximo turno, 3 goblins aparecerão
para ajudá-la.
REAÇÕES
1, 2 deixa passar e ainda dá ajuda: A Cientista nem
percebe quando os aventureiros chegam. Ela toma um
susto, talvez até deixe alguns vidros quebrarem no meio
do caminho. A dragoa vai pedir desculpas e perguntar
se eles querem sentar ou descansar um pouco. Os aven-
tureiros podem passar algumas horas lá para recuperar
os pontos de vida perdidos. Depois, a Cientista os dei-
xará partir sem maiores problemas.
3, 4 passa uma missão: A Cientista está alerta e viu
vocês chegarem. Ela não quer pensar nada ruim dos
aventureiros, mas não é a primeira vez que um grupo
passa pelas cavernas e nem sempre é amigável. Promete
 GANCHOS
que deixa todos passarem, contanto
que cumpram uma missão para ela.
Ela precisa de uma flor chamada péta-
la de cristal, que garante ter propriedades incríveis. O
problema é que o lugar onde a flor pode ser encontrada
está cercado por goblins. Tragam a flor para a Cientista
e elas ficará feliz em deixá-los passar.
Na próxima vez que abrir uma sala e sair o resultado
capangas role 1d6, se cair 4,5 ou 6 use o resultado 2 da
tabela de capangas, caso contrário role normalmente.
5, 6 se esconde para atacar: Não só a Cientista notou a
presença dos aventureiros como se escondeu para atacá-
-los. Caso nenhum dos aventureiros consiga percebê-la,
ela irá atacar primeiro. Se não, é possível atacá-la antes
que faça qualquer coisa. Assim que receber o primeiro
golpe, a Cientista vai pedir misericórdia, falando que só
queria se proteger e que os últimos aventureiros que pas-
saram por lá quebraram todo o laboratório. Muito rude
da parte deles! Ela pode fugir ou só ficar quietinha en-
quanto vocês passam – depende do que o grupo quer que
ela faça e do quanto eles querem assaltar o laboratório.
IRMÃOS ZUMBIS – CRÂNIO E HIOIDE
Crânio: Nível 6, 4 pontos de vida, 3 ataques, 1 teste de
tesouro. Crânio é o irmão mais assustador dos dois; en-
tão, caso os aventureiros decidam encará-lo, precisam
rolar +4 ou ter -1 nas rolagens de defesa durante esse
combate.
Hioide: Nível 5, 3 pontos de vida, 2 ataques, 1 teste de
tesouro. Hioide é o irmão maior dos dois. Ele ataca com
+2 enquanto Crânio estiver vivo a seu lado. Juntos, eles
trabalham melhor!
Apesar de serem zumbis, os irmãos conseguem se co-
municar perfeitamente e não atacam sem pensar. Dizem
por aí que eles são experimentos da Cientista Atrapalha-
da, mas pode ser que tenham surgido no subterrâneo,
muito antes de ela chegar. Os dois são muito unidos e
também muito diferentes. Hioide é o mais simpático,
Crânio é o mais esperto. Talvez os aventureiros consi-
gam enganar o primeiro, mas dificilmente conseguirão
fazer isso com o segundo, que está sempre alerta e não
vai ter receio de atacar se forem hostis com ele ou com
seu irmão.
REAÇÕES
1, 2 deixa passar… Quero dizer, subornar (50 PO):
Hioide não vê nenhum problema em deixar os aven-
tureiros passarem; afinal de contas, devem estar mui-
to perdidos se encontraram os dois, né? Eles vivem em
uma parte da caverna que ninguém visita. Mas Crânio
não vai deixar ninguém passar sem algum dinheiro en-
volvido. Talvez, com sorte, vocês convençam o zumbi a
entregar menos PO do que ele pediu (35).
3, 4 passa uma missão: Crânio quer que os aventurei-
ros vão embora, porque esses grupos costumam causar
muitos problemas. Mas Hioide diz que eles podem aju-
dá-lo. Se chegaram tão longe na caverna, talvez possam
completar uma missão para eles! A missão? Hioide per-
32
Four Against Darkness
deu um livro muito valioso, e agora ele está preso no
meio das teias de uma Aranha Gigante. Recuperem o li-
vro e poderão passar! Os aventureiros mais curiosos po-
dem investigar e descobrir que o livro é um espaço com
várias receitas anotadas. O quê? Você acha que zumbis
só podem se alimentar de carne crua?
Na próxima vez que abrir uma sala e sair o resultado
monstros bizarros role 1d6, se cair 4,5 ou 6 use o resulta-
do 5 da tabela de capangas, caso contrário role normal-
mente.
5, 6 lutam: Crânio alertou Hioide dos perigos que es-
ses aventureiros podem causar, e hoje os irmãos estão
convencidos de que você é o problema. Os irmãos ata-
carão o grupo, mas vão pedir misericórdia quando um
deles cair. Eles podem até estar desconfiados de você,
mas estão mais preocupados com o bem-estar um do
outro. Caso chegue nesse ponto, vocês podem passar
e, se voltarem para essa sala depois, verão que o irmão
derrubado está se recuperando do combate anterior.
TABELA DE MONSTROS
Cavaleira Nostálgica 1-2
Cientista Atrapalhada 3-4
Irmãos Zumbi - Crânio e Hiode 5-6
 MONSTRO Savage Worlds

NECTUROS

A
ntes de tudo, gostaria de contar como surgiram os Necturos.
Era minha primeira Sessão como Mestre. Um completo zero à
esquerda em RPG. Sem preparo, sem noção. Fichas feitas. Al-
gumas ideias na cabeça, e a sessão começou. Um dos personagens che-
gava pela floresta, evitando a estrada. Seria uma cavalgada monótona,
mas eu queria mais. Queria intriga, queria mistério, queria pavor!

POR FRANCO GUGLIELMONI

 MONSTRO
“Ao cavalgar, você avista, distante, uma
luz de coloração azul. Conforme se aproxi-
ma, você percebe que é um par de orbes… São
olhos! Por breves segundos, avista uma criatura humanóide,
de olhos brilhantes. Pele acinzentada, cabelos longos e esvoa-
çantes, parece ter presas e carregar uma arma e… ela se desfaz
em fumaça, bem diante de seus olhos. Ela desaparece!”
E foi assim que arranquei olhares assustados e cap-
turei a atenção de 7 jogadores novatos pelas próximas
sessões. Devo dizer, eu mesmo fiquei intrigado, afinal,
nem eu sabia o que era aquela coisa, saída diretamente
das entranhas de minha imaginação.
Com o passar das sessões, tive de desenvolver mais
aquela criatura. Pensar em um nome. Hábitos, ca-
racterísticas, habilidades, histórico. Achei pertinente
compartilhar ela com outros mestres (jogadores, fi-
quem longe daqui, os Necturos precisam de mistério
para existir, hehe). É minha primeira aparição aqui,
nada mais justo que apresentar minha primeira cria-
tura autoral.
Imagine um homem das cavernas, agora considere
que ele possui caninos superiores e inferiores afiados.
Cabelos acinzentados e compridos, presos por vinhas
em longas tranças. Pés em forma de V, com garras e
membranas. Mãos com dois dedos e um polegar opo-
sitor, também com garras e membranas. De seus pul-
sos, projeta-se um pequeno esporão, cuja secreção é
um veneno paralisante, de aspecto viscoso. Sua pele,
em couro áspero enrijecido, passeia por tons de cinza
Savage Worlds
e marrom. No topo do crânio, possuem uma pequena
crista, que desce até um nariz largo e protuberante.
Seus olhos irradiam um brilho azulado, quase fantas-
magórico.
Necturos vivem em locais pantanosos e, vez ou ou-
tra, em esgotos. Para sobreviver, vivem em tribos,
divididas entre nômades e sedentários. Eles não cul-
tivam, preferem presas vivas como peixes, répteis, an-
fíbios, aves e mamíferos de pequeno e médio porte.
Sua dieta também inclui musgos, cogumelos, algas e
raízes. Possuem hábitos noturnos e são grandes caça-
dores. No geral, optam por uma vida isolada nas pro-
fundezas dos pântanos, evitando contato com outras
espécies.
Tendem a ser curiosos, mas se assustam facilmente
com outras criaturas, principalmente quando são gran-
des. Normalmente não oferecem perigo, mas não se en-
gane, caso se sintam ameaçados, irão revidar com selva-
geria. Costumam usar armas primitivas feitas em osso,
madeira e pedra, como clavas e azagaias.
Suas tribos possuem um líder, normalmente o mais
experiente, sem distinção de sexo. Necturos apresen-
tam a habilidade confeccionar adereços rústicos, como
colares e tecidos (para vestimenta e abrigo), além de
totens e símbolos “religiosos”. Para as pinturas, uti-
lizam pigmentos naturais, preparados de forma ru-
dimentar. Sua primitiva estrutura social possui dois
aspectos que os distinguem de meros animais, mas
ainda os distanciam das criaturas mais evoluídas. Es-
34
 MONSTRO
ses aspectos são a comunicação e a
devoção a um ser maior.
SOBRE A COMUNICAÇÃO
Não chega a ser um idioma, mas certamente é muito
mais que um uivo. Além de emitirem sons através das
cordas vocais, eles usam sons nasais. A crista em seu
crânio parece amplificar esses sons, e eles são profun-
damente horripilantes. Aparecem com consideráveis,
ainda que sutis, variações de tons. Provavelmente, cada
uma com seu significado e uso próprio. Esse meio de
comunicação é amplamente utilizado em caçadas e vi-
gílias, mas também estão presentes no cotidiano, em es-
pecial, relacionados ao seu outro aspecto característico
(a devoção).
SOBRE A DEVOÇÃO
A Origem dessas criaturas pode estar relacionada
com alguma entidade ou evento vinculado ao fim dos
tempos, pois, segundo as lendas, é isso que a presen-
ça dos Necturos pressagia. Em seu lares intocados, é
comum avistar efígies, totens e símbolos pitorescos,
interpretados como uma profecia macabra. A verda-
de é que, assim como muitas culturas, os Necturos ve-
neram algo maior (ser, entidade ou evento). O que é,
não se sabe com clareza, mas são tão devotos, que não
irão tolerar “blasfêmias” contra seus símbolos “sagra-
dos”. É comum ouvir uma espécie de cântico em ceri-
mônias fúnebres ou ritualísticas. Eles usam sua voca-
lização nasal para isso, o que torna a experiência mais
assustadora.
Antes de seguir adiante, há mais uma característica
impressionante sobre estas criaturas. Elas possuem a
habilidade (provavelmente sobrenatural/mágica) de se
transformar em figuras amorfas (que lembram fumaça
negra) por curtos períodos de tempo. Isso funciona como
mecanismo de defesa (semelhante aos Polvos quando
expelem tinta), utilizando este artifício para escapar de
predadores. O brilho azul de seus olhos permanece, ain-
da mais intenso e fosforescente, em forma de uma orbe
fumegante. Quando amorfos, podem se mover com ve-
locidade, e se mesclam fácilmente com a noite escura.
Apenas o azul etéreo pode ser visto. Uma visão aterra-
dora...
NECTUROS
□ Atributos: Agilidade d10, Astúcia d6 (A), Espírito d8,
Força d6, Vigor d8
□ Perícias: Atletismo d8, Furtividade d8, Intimidar d6,
Lutar d6, Perceber d8, Sobrevivência d8
□ Movimentação: 8; Aparar: 5; Resistência: 7
□ Vantagens: -
□ Habilidades Especiais:
□ Garras: For + d4.
□ Veneno: Paralisante.
□ Imunidade: Contra Venenos paralisantes.
□ Pele Enrijecida: O couro enrijecido dessas criaturas
concede +1 na Resistência.
35
Savage Worlds
□ Olhos Azuis: Necturos são criaturas noturnas.
Eles podem enxergar em Penumbra, Escuridão.
Penalidade de Escuro como Breu se torna -2 ao
invés de -4.
□ Som Horripilante: Necturos emitem sons nasais
horripilantes. Eles podem fazer um teste de
Intimidar +2, resistido com o Espírito do oponente,
para tentar afugentar seus inimigos.
□ Amorfo: Necturos podem assumir uma forma
amorfa como mecanismo de defesa (semelhante
ao Polvo, que secreta tinta se assustado). Isso
requer uma Ação e um teste de Furtividade.
Sucesso garante a transformação até o final de
seu próximo turno. Sua movimentação se torna
10 e ignora Terreno Difícil. Ampliação garante
o efeito por 1d4+1 turnos. Normalmente isso
é utilizado como último recurso, para fugir de
predadores.
COMO INSERIR OS NECTUROS
Necturos se encaixam perfeitamente em cenários de
Fantasia Sombria, Horror Sobrenatural e até Horror
Cósmico. Por serem criaturas misteriosas, cenários
de intriga e mistério se beneficiam deles. Como ci-
tado, Necturos normalmente não oferecem perigo,
apesar da curiosidade, eles costumam ficar longe de
outras criaturas. Portanto, eles não são apenas mais
um monstro para povoar uma masmorra qualquer.
Eles não serão os antagonistas da Aventura, mas
 MONSTRO
uma ferramenta para o mistério e a
intriga. A seguir, alguns conceitos de
aventuras envolvendo os Necturos:
FANTASIA SOMBRIA
Corpos de um grupo de construtores foram encontra-
do no pântano. Além dos corpos, há a presença de sím-
bolos profanos e efígies macabras. O líder local, com
medo que isso seja parte de um ritual profano, pede
que a Igreja (ou qualquer outra Ordem ou entidade)
envie um grupo para investigar o ocorrido. A verdade
é que o líder local mandou construir uma oficina de
trabalho com argila, para a produção de tijolos e cerâ-
micas. Durante o processo de construção, os Necturos
tiveram seu assentamento destruído e atacaram os tra-
balhadores.
HORROR SOBRENATURAL
Uma companhia de tratamento de esgoto relata que
um de seus empregados do turno noturno está de-
36
Savage Worlds
saparecido. Antes de sumir, ele comentou que ouviu
sons estranhos nas redondezas, e que constantemente
enxergava luzes azuis. Um grupo de investigadores é
chamado para descobrir o paradeiro do homem. Nas
redondezas, há um brejo. O homem, ao ir investigar
mais a fundo, se deparou com os Necturos, se assus-
tou e fugiu. Na fuga, caiu em um vala e acabou mor-
rendo.
HORROR CÓSMICO
Durante sua investigação principal, os investigadores
acabam encontrando um culto em uma cidade do inte-
rior. Esse culto está, periodicamente, realizando rituais
de sacrifício (ovelhas, galinhas, etc) para as criaturas do
pântano. Por sua vez, as criaturas são devotas a uma
das entidades cósmicas, e os cultistas, descobrindo isso
(através de símbolos e totens macabros espalhados pelo
local), acreditam que eles sejam os emissários dessa en-
tidade. O culto pretende realizar um sacrifício humano
em breve. Acostumados com a comida servida, os Nec-
turos não atacam os cultistas, mas irão atacar os inves-
tigadores por serem “estranhos” entrando em seu terri-
tório.
 APOIADORES PUNKVERSO
BIBLIOTECÁRIO:
Alexandre Ferreira da Silveira, André Luiz Marcondes Pontes, Bruno Vassalo da
Silva, Fabiano de Jesus da Silva, Gabriel Alves Rodrigues, Ismael da Silva Machado,
Jefferson de Araújo Lima da Silva, Joao Amadeu Nascimento Vieira, Leandro Cam-
pos, Luis Gustavo Remistico, Luiz Felipe Bruno, Matheus Gonzaga, Mattheus Belo,
Nina Bichara, Paulo Ramon Nogueira de Freitas, Roberto "Necrobeto" Barreto Mi-
yoshi Moreira, Thallys de Freitas Soares, Victor Hugo Scatamburlo, Victor Scudeler
Bechelli, Wallas Pereira Novo

INVESTIGADOR SELVAGEM:
Claus Tessmann, Felipe Dos Santos Silva, Gabriel Amabile Boscariol, Gene Ca-
valcante, Gustavo Aurélio Cooper, Icaro Victor Oliveira, Jack Bertin, Kaue Teixeira
Lima, Marcelo Augusto Galvao, Patricia Brito, Paulo Fabricio Maciel, Rafael da Silva
Lopes, Rafael Tokarski Ribas, Rodrigo Carvalho Dias, Rodrigo Giesta Figueiredo,
Tiago Luiz Mairink Barão, Ádilla Arantes Pereira

PUNKER:
Amauri Antunes Pereira Junior, Artur Barroso Mirço, Chrysthowam A. San-
tos, Denis Oliveira, Emanuel Guilherme, Fabio Carvalho, Felipe Figueiredo, Feli-
pe Menezes Machado, Fábio Corrêa, Gustavo José Jordan Prado, Hades Oneiroi,
Igor Luís, Jefferson Geovane, Kadu Araujo, Kirlian Silvestre, Lauro Ângelo Gon-
çalves de Moraes, Lucas Barros, Luiz Fernando Rossafa Dias Macedo, Lyonn Jar-
rie Valladares Mirandela dos Santos, Maiquel Leonel, Mateus Herpich, Maxwell
Araujo Santiago Tavares, Milton Diogo, Nicholas Ataide Minora, Rafael Panc-
zinski de Oliveira, Renata da Silva Bruscato, Ricardo Mallen Machado de Souza,
Sérgio Ricardo Almeida Matuda, Valdir Possani, Vitor Bornéo, Vitor Carvalho,
Vítor Alves Patriarcha

MESTRE:
Daniel Diego Lacerda Cirilo, Franco Guglielmoni, Fábio Medeiros, Lucas Mes-
tre Ferreira Alves, Luis Felipe Nadal Unfried, Miguel Souza Silva, Peter Bidel CATARSE.ME/PUNKVERSO
Schwambach, Stefano Aires, Thiago Jansen, Yuri kleiton Araújo Sanches
 EDIÇÃO 020
AGOSTO/21

NA PRÓXIMA EDIÇÃO:
CHRONO TRIGGER
O CLÁSSICO RPG PARA SAVAGE WORLDS
E MAIS: HABITANTES DA FLORESTA AMAZÔNICA PARA MOUSE GUARD
CONTO RASTRO DE CTHULHU: VISITANTE ILUSTRE
DE MESTRE PARA MESTRE: MENOS É MAIS