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NO CINEMA E AUDIOVISUAL
HEVERTON CAMPOS DE OLIVEIRA
TALITHA FERRAZ
SOPHIA PINHEIRO
ORGANIZAÇÃO
Copyright © 2024 Heverton Campos de Oliveira, Talitha Ferraz
e Sophia Pinheiro (orgs.)
É proibida a reprodução total ou parcial desta obra sem autorização
expressa da editora.
EQUIPE DE REALIZAÇÃO
Editor responsável: Luciano Dias Losekann
Coordenador de produção: Ricardo Borges
Capa: Adaptada da obra “Caçadores de Ficções Coloniais”, colagem
digital, tamanhos variáveis, 2021, gentilmente cedida pelo artista
Denilson Baniwa | PPGCine-UFF
Revisão: Carlos Otávio; Joyce Guimarães | MC&G Editorial
Normalização: Carlos Otávio Flexa | MC&G Editorial
Projeto gráfico e diagramação: Glaucio Coelho | MC&G Editorial
7 Apresentação
CAPÍTULO 1
13 Limites da alteridade em Terremoto
Santo: do outro ser ao ser outro
P E D R O C A E TA N O E B O L I
CAPÍTULO 2
51 Contestando a Branquitude e o Androcentrismo
no Suburbanismo Fantástico
PEDRO LAURIA
CAPÍTULO 3
93 Imagens para o fim do mundo: perspectivas do
curta-metragem nacional contemporâneo
LEONAM MONTEIRO
L E O N A R D O M A RT I N E L L I
CAPÍTULO 4
120 “Falar ao lado”: gestos pós-coloniais e
ensaísticos no cinema de Trinh Minh-ha e Safi Faye
JÚLIA VILHENA RODRIGUES
CAPÍTULO 5
154 O fundo do ar é vermelho: a montagem
como forma de militância
J U L I A FA G I O L I
CAPÍTULO 6
193 Irresolução, luto e elaboração em Orestes
(Rodrigo Siqueira, 2015): uma proposição histórica
C L Á U D I A M E S Q U I TA
REC HD 4K 25FPS 99%
CAPÍTULO 1
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Introdução
1
Conferir Souza e Magalhães (2002, p. 95), pois a Teologia da Prosperidade carregava, já em sua
origem, “um forte cunho de autoajuda e valorização do indivíduo, agregando crenças sobre
cura, prosperidade e poder da fé”. Mas, ao penetrar nas doutrinas protestantes pentecostais da
América Latina, valores como a prosperidade e o espírito de iniciativa, compreendidos como as
principais virtudes do capitalismo, foram largamente difundidos, ganhando um papel central em
denominações como a Igreja Universal do Reino de Deus, comandada pelo bispo e empresário
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Figura 1.1: Bárbara Wagner e Benjamin de Burca — Terremoto Santo (2017). Still do
videoclipe Terremoto Santo, de Cícero Eraldo.
Edir Macedo. Aqui, o pagamento do dízimo se tornou um meio para atingir a bênção desejada,
segundo uma dinâmica de trocas diretas entre Deus e o fiel, mediada pela igreja.
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Figura 1.2: Bárbara Wagner e Benjamin de Burca — Terremoto Santo (2017). Still do
videoclipe Despertai, de Cândido Carvalho.
Em torno do kitsch
2
Partindo de uma historiografia assincrônica, Jacques Rancière (2009) nega que a experiência da
arte, e mesmo as formas de sua identificação, constituam um contínuo atemporal. Em vez de
operar segundo a ideia de movimentos artísticos, e da lógica de sucessões com que a coaduna,
o filósofo prefere compreender a arte segundo suas condições históricas de possibilidade. Assim,
circunscreve a arte sob a égide de três regimes de identificação, listados segundo a ordem crono-
lógica de sua aparição: ético, representativo e estético.
[ 24 ]
3
De acordo com Jacques Rancière (2014, p. 146), a partilha do sensível consiste da “lei geralmen-
te implícita que define as formas do tomar-parte, definindo primeiro os modos perceptivos nos
quais eles se inscrevem”. Trata-se de uma “partilha do que é visível e do que não o é, do que se ouve
e do que não se ouve”.
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Figura 1.3: Bárbara Wagner e Benjamin de Burca — Terremoto Santo (2017). Still do
videoclipe Terremoto Santo, de Cícero Eraldo.
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Baseada no teórico marxista Antonio Gramsci, a filósofa Gayatri Spivak (2010, p. 12) utiliza o ter-
mo “subalterno” para designar “as camadas mais baixas da sociedade constituídas pelos modos
específicos de exclusão dos mercados, da representação política e legal, e da possibilidade de se
tornarem membros plenos no estrato social dominante”.
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estamos dizendo, ou que ele não diria. Esse jogo não nos inte-
ressa porque queremos existir diante desse outro sem disfarces.
Entramos, saímos e carregamos isso até o final da edição. Como
poderíamos mostrar uma coisa que sabemos que a outra pessoa
não quer? Muitas vezes deixamos no corte coisas que a gente não
diria. É esse o trabalho (WAGNER; BURCA, 2019, p. 302).
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Estes aspectos foram ressaltados pelo pastor Henrique Vieira por ocasião de um bate-papo com
a dupla de artistas e o crítico de cinema Hermano Callou, que se seguiu à exibição de Terremoto
Santo. O bate-papo ocorreu no Museu de Arte do Rio, no dia 29 de novembro de 2018, como parte
de Arte, Democracia e Utopia, exposição com curadoria de Moacir dos Anjos.
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Considerações finais
Referências
ALMEIDA, Alexandra Ozorio de. Evangélicos e política. Revista Pesquisa FAPESP: Fenô-
meno Evangélico, n. 1, v. 286, dez. 2019. Disponível em: shorturl.at/bpDP8 . Acesso em:
22 fev. 2021.
BARROS, Diogo Rodrigues de. Os evangélicos na produção visual brasileira contemporâ-
nea: análise da polêmica em torno do filme Terremoto Santo. Revista de Ciências Sociais.
Fortaleza, v. 50, n. 2, jul./out.,2019, p. 51–71. Disponível em: shorturl.at/dkBJW . Acesso
em: 22 fev. 2021.
BARTHES, Roland. O império dos signos. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2016.
BISHOP, Claire. Artificial Hells: Participatory Art and the Politics of Spectatorship. Lon-
dres: Verso, 2012.
BOHN, Simone. Evangélicos no Brasil: perfil socioeconômico, afinidades ideológicas e
determinantes do comportamento eleitoral”. Opinião Pública, Campinas, v. 10, n. 2, p.
288-338, Out. 2004. Disponível em: shorturl.at/wIQX5 . Acesso em: 22 fev. 2021.
BOURDIEU, Pierre. A Distinção: crítica social do julgamento. São Paulo: EdUSP, 2008.
BURITY, Juany. Onda conservadora e surgimento da nova direita cristã brasileira? a con-
juntura pós-impeachment no Brasil. Ciencias Sociales y Religión/Ciências Sociais e Reli-
gião, Campinas, SP, v. 22, p. 1-24, 2020. Disponível em: shorturl.at/doKMW . Acesso em:
22 fev. 2021.
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