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Aula | Microcorrentes aplicadas à Estética

Olá! Sejam bem-vindos à nossa quarta e última aula do curso Microcorrentes aplicadas
à Estética.

Nós vimos, nas outras aulas, um pouco mais do que são as correntes elétricas para
entendermos, de fato, o que são as microcorrentes. Vimos um pouco da história de
como elas surgiram, o mecanismo de ação, como podemos utilizar as microcorrentes
na nossa prática clínica e obter efeitos benéficos em diferentes afecções estéticas.
Além disso, falamos sobre as contraindicações e vimos vários artigos que embasam o
uso dessa técnica.

Vimos, na nossa última aula, uma introdução à prática clínica, e hoje, nós vamos ver
como esse recurso funciona na prática. Já estamos com a paciente, e podemos notar
que ela tem um pouco de acne, então, podemos utilizar as microcorrentes para efeito
anti-inflamatório com objetivo bactericida. Como vimos na nossa aula teórica, temos
estudos que utilizam as microcorrentes para esse fim.

Além disso, vamos ver a prática com o objetivo de aumentar a proliferação de


fibroblastos. Aqui, a minha dica é que se você tem um paciente que não pode receber
um processo inflamatório, seja com microagulhamento ou radiofrequência, as
microcorrentes atuam estimulando a proliferação de fibroblastos. No entanto, quando
o paciente puder receber um processo inflamatório por meio de outro recurso, as
microcorrentes entram como coadjuvantes. Então, entramos com microagulhamento,
por exemplo, esperamos 3 dias até cessar a fase inflamatória, porque queremos esse
processo inflamatório, e após 3 dias, podemos começar a aplicação de microcorrentes
para aumentar ainda mais a proliferação de fibroblastos.
Podemos pensar em, no dia 1, promover a inflamação com um recurso, e na outra
semana o paciente pode voltar para começarmos a usar as microcorrentes pelas
semanas subsequentes até um novo processo inflamatório.

Podemos aplicar todos os dias? Sim. As microcorrentes podem ser aplicadas todos os
dias ou em dias alternados até um novo processo inflamatório. No entanto, a realidade
da clínica acaba ficando um pouco distante disso, então, normalmente aplicamos uma
vez por semana até promover um novo processo inflamatório.

Vou mostrar, primeiramente, os parâmetros do equipamento, e depois vamos para a


prática. Então, eu já liguei o nosso aparelho. Aí, precisamos selecionar a modalidade,
optando por microcorrentes (MENS).

Temos o modo de aplicação. Aqui, selecionamos a polaridade. O nosso equipamento


diz que se deixarmos no positivo, significa que o eletrodo vermelho vai ser positivo, e o
preto vai ser o eletrodo negativo.

Nós vimos nas aulas teóricas que os fibroblastos tendem a migrar para o polo negativo.
Então, o eletrodo positivo (vermelho) é o eletrodo dispersivo,e nós vamos conectar a
placa aqui e deixar acoplada no nosso paciente, sem fazer nenhum movimento. O
eletrodo negativo (preto) vai ser o eletrodo ativo, ou seja, de trabalho. Então, é com
esse que vamos realizar a técnica.

Se fizermos a mudança para o negativo, isso se inverte, levando o eletrodo vermelho a


se tornar negativo, e o eletrodo preto, positivo. Além disso, podemos utilizar a forma
automática, de modo que os polos acabam se invertendo o tempo todo: ora um é
positivo, ora é negativo.

Como vimos que os fibroblastos migram para o polo negativo, nós deixamos
selecionado para que o eletrodo preto seja o de trabalho. Depois, nós selecionamos a
frequência. Nós vimos que as frequências até 10 Hz possuem efeitos benéficos. O
equipamento vai desde 0.1 até 1000 Hz. Nós vamos selecionar 10 Hz.

Depois, temos que selecionar o tempo. Existem estudos que apontam a aplicação
desde minutos até horas; eu vou deixar 30 minutos de aplicação, e vamos dividir 10
minutos por região: trabalhamos 10 minutos em cada hemiface, e mais 10 na região de
testa.
Depois, nós vamos selecionar a intensidade. Quando a corrente começar a ser emitida,
podemos selecionar a microamperagem. Nós vimos que, para efeito anti-inflamatório,
a maioria dos estudos traz 50 µA, e quando pensamos em estímulo de fibroblastos, os
estudos referem em torno de 100 a 200 µA.

Vou começar mostrando para vocês algumas opções de eletrodos que nós podemos
estar trabalhando. Nós temos os eletrodos de borracha, que podemos deixar fixos.
Mas, por conta da condução da corrente elétrica, a minha sugestão é optar pelos
eletrodos de metal. Nós temos o bastão acoplado em um rolinho, e temos, também, a
opção da esfera mais circular.

Por gosto, eu prefiro o circular, porque acredito que facilita anatomicamente a


aplicação. Mas, em termos de resultados, não há diferença. Com o circular (que vai ser
o eletrodo ativo), também temos o eletrodo dispersivo, que é colocado para fechar a
corrente e deve ser acoplado o mais próximo possível da região a ser tratada. Esse
eletrodo deve ser colocado dentro da esponjinha, e é importante que ela seja
umedecida. Como vimos que o equipamento faz uma corrente contínua pulsada, temos
que cuidar para não deixar esse eletrodo muito tempo em contato para não correr o
risco de queimadura.
Agora, vamos acoplar os nossos eletrodos. Sabendo que o preto é o eletrodo negativo,
ele vai ser o nosso eletrodo de trabalho, e o conectamos no aparelho.
O eletrodo positivo é colocado na placa, tratando-se de um eletrodo dispersivo.

Acoplo o eletrodo dispersivo na região do ombro direito da paciente, porque a aplicação


vai ser nessa hemiface. Já fizemos a higienização da pele, utilizando água micelar e
sabonete líquido, além de álcool 70% para assepsia. Nós vamos utilizar, então, um gel
neutro como meio de contato.

O que é importante na hora da aplicação? Fazer movimentos lentos para que a corrente
consiga chegar de forma efetiva no tecido.
Não temos um padrão de aplicação: pode ser feita de forma circular, de vaivém, e por aí
vai, o importante é que o eletrodo seja movimentado de forma lenta. Nós trabalhamos
nessa hemiface durante 10 minutos. É preciso ter cuidado para não deixar o eletrodo
parado para não correr o risco de gerar um queimadura. Quando vamos para outra
região, nós trocamos o local do eletrodo dispersivo, porque é importante deixarmos
sempre o mais próximo possível do local de aplicação para não ter risco de queimadura.

É importante lembrar que o paciente não vai referir desconforto, porque a


microcorrente é uma corrente de baixa intensidade que atua a nível subsensorial,
diferentemente da corrente russa, por exemplo, que promove contração muscular. A
microcorrente se assemelha à corrente endógena do nosso organismo, então, não
sentimos ela.

Fechando os 10 minutos de aplicação, retiramos o gel do local.

Agora, vamos trabalhar com o objetivo de gerar um efeito anti-inflamatório. Então,


como mostramos no início, a paciente tem acne ativa; por isso, utilizamos as
microcorrentes com o objetivo bactericida e anti-inflamatório. Nós vimos que as
bactérias têm a tendência a migrar para o polo positivo. Então, o que vamos fazer agora
no nosso equipamento? Nós podemos trocar as garras para que o eletrodo de trabalho
seja o positivo, ou podemos alterar no equipamento, colocando o polo negativo.

Então, colocamos o eletrodo, que vai ser o negativo, próximo da área de tratamento.
Diminuímos a intensidade do equipamento para 50 µA, que, de acordo com estudos,
promove efeito anti-inflamatório.

Como temos uma área menor, vamos elencar as microcorrentes de 3 a 5 minutos.


Finalizado o tempo, removemos o gel e o eletrodo dispersivo. Vamos terminar o
tratamento com a aplicação de um protetor solar ou um ativo tópico, dependendo do
objetivo de aplicação.

Finalizamos, assim, a nossa aula de microcorrentes aplicadas à Estética. A nossa


prática foi feita na face, mas a aplicação pode se estender à região corporal. Lembre-se
do objetivo: se for aumentar a proliferação de fibroblastos ou, então, ter efeito
anti-inflamatório, a forma de aplicação é a mesma, independentemente da região. As
microcorrentes são muitas vezes esquecidas, principalmente por serem mais antigas,
mas muitas vezes nós nem sabemos que os aparelhos de correntes têm essa
modalidade. Então, eu deixo vários artigos e formas de aplicação para obter efeitos
benéficos.

Espero que vocês tenham gostado, e que, a partir de agora, passem a usar as
microcorrentes na prática clínica de vocês. Te espero em um próximo curso. Obrigada,
e até a próxima!👋

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