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Universidade federal de Santa Maria

Equipe Carancho Aerodesign


Setor de Cargas e Aeroelassticidade
Projeto REGULAR 2020

CARGAS NO TREM DE POUSO

Lucas Furlan Rufino da Silva

25/05/2020

1
LISTA DE SÍMBOLOS

A Distancia do CG ao trem do nariz

av Aceleração máxima da aeronave (vertical) no contato com o solo

ac Aceleração centrı́peta máxima da aeronave em uma curva no solo

B Distancia do CG ao trem principal

BLCG Desbalanceamento lateral

DM Força frontal no trem do nariz (eixo x)

DN Força frontal no trem principal (eixo x)

g Aceleração da gravidade

h Altura do CG

n Fator de carga inercial no CG1

ng Fator de carga de reação ao solo2

SM Força lateral no trem do nariz (eixo y)

SN Força lateral no trem principal (eixo y)

T Distância entre as rodas do trem principal

VM Força de reação vertical ao solo do trem do nariz

VN Força de reação vertical ao solo do trem principal

W Peso da aeronave

µ Coeficiente de atrito com o solo

1
Em [9] aparece apenas como nz .
2
Em [10] aparece apenas como nz .

2
INTRODUÇÃO

O presente relatório tem como objetivo expor os principais pontos do cálculo re-
alizado para as cargas no trem de pouso, bem como as normas e bases bibliográficas
utilizadas e seus motivos. Será feita uma posterior análise da validade dos cálculos com
ensaios (FAR §23.725), além de ser necessária um estudo melhor do taxiamento.
Serão analisadas as condições descritas pela FAR Part 25 [6], que são basicamente
os mesmos casos previstos em [2], [3], [4], [5] e [7].

1. LEVEL LANDING CONDITIONS

As condições descritas pela FAR §23.479, para o pouso nivelado, são de um toque
do conjunto principal (MGL) e de nariz (NGL) ao mesmo tempo, e um toque de ambos
os trens do conjunto principal, com o trem do nariz limpo de contato com a pista. As
reações para este primeiro caso são dadas por [8]:

W av A − µh
VM =
2 g A+B

av B + µh
VN = W
g A+B
av
Onde = ng denota o fator de carga de reação ao solo. Para este fator foi
g
estipulado um valor de ng = 3, como a menor recomendação em [10]. Para o segundo
W
caso, pouso somente com o MLG, temos apenas VM = ng , já que o trem principal não
2
toca o solo. Em ambos os casos, pela norma, foram tomadas reações frontais como sendo
25% das reações verticais, respectivamente.

DM = 0.25VM

DN = 0.25VN

Além disso, segundo FAR §25.479(d)(2), na ausência de estudos mais aprofunda-


dos, foram analisadas as mesmas condições tomando 75% das cargas verticais calculadas
anteriormente, em adição à forças laterais e frontais de 20% e 40% das reações verticais,
respectivamente.

2. ONE-WHEEL LANDING CONDITION

Para as condições de um pouso com uma roda somente (FAR §25.483), foram toma-
das as mesmas reações obtidas para o pouso nivelado no respectivo lado do trem principal.

3. SIDE LANDING CONDITION

Para este caso (FAR §25.485), foi tomada metade da reação máxima vertical na
condição de pouso nivelado, juntamente com 60% e 80% desta reação como cargas laterais

3
para o interior e exterior da aeronave, respectivamente.

4. FRENAGEM SUBITAMENTE APLICADA

Para o caso de uma frenagem subitamente aplicada [7], caso crı́tico para condições
em solo do trem do nariz, temos:

 
W f Ahµ
VN = B+
A+B A + B + hµ
A equação utilizada, que também aparece em [3], é a mesma apresentada em [1]
com o fator de carga no solo.

5. FRENAGEM ASSIMÉTRICA

Para esse caso, supõe-se que somente uma roda do trem de pouso está freando. As
cargas serão dadas por [9]:

 
BLCG

hµ 0.5 +
 T 
VN = nz W B +
 
A + B + 0.5(hµ) 

 
BLCG
VM = nz W 0.5 + − 0.5(VN ) < 0.8VN (Trem que está frando)
T

BLCG − 0.5T
SN = DM
A+B

SM = 0.5SN
Foi adotado um fator de carga no solo de n = 1 para o MTOW, pela norma.

5. TAXIAMENTO (CURVAS EM SOLO)

Foi analisado também as curvas da aeronave em solo, segundo FAR §25.495. Foram
tomadas as reações laterais como sendo metade das reações estáticas. Além disso, supondo
ac como a aceleração centrı́peta máxima que a aeronave poderia ter em uma curva sem
tombar, foi calculado a carga lateral como sendo

ac
SN = W
g

ac
SN = W
g

4
6. CONCLUSÃO

A Tabela 1 abaixo mostra o pior caso possı́vel, com maior carga em módulo, obtida
dentre as análises citadas acima.

Tabela 1: Resultado: cargas no trem de pouso

Carga lateral [N] (eixo y)


Carga vertical [N] (eixo z) Carga frontal [N] (eixo x)
Dentro Fora
MGL 193.086 77.235 57.926 57.926
NLG 194.009 48.323 58.203

5
Referências
[1] Albuquerque. Structural loads handbook. Master’s thesis, Instituto Superior Técnico,
Lisboa, 2011.

[2] Civil Aviation Safety Authority (CASA). DESIGN CRITERIA FOR PRIMARY
AND INTERMEDIATE CATEGORY AEROPLANES WITH POSITIVE DIS-
PLACEMENT ENGINES - PICA26, 1999. http://www.aero.ing.unlp.edu.ar/
catedras/archivos/ligthair.pdf.

[3] European Aviation Safety Agency (EASA). Certification Specifications for Large Ae-
roplanes CS-25, 2007. https://www.easa.europa.eu/sites/default/files/dfu/
CS-25_Amdt\%203_19.09.07_Consolidated\%20version.pdf.

[4] European Aviation Safety Agency (EASA). Certification Specifications


for Normal, Utility, Aerobatic, and Commuter Category Aeroplanes CS-
23, 2012. https://www.easa.europa.eu/sites/default/files/dfu/
agency-measures-docs-certification-specifications-CS-23-CS-23-Amdt-3.
pdf.

[5] European Aviation Safety Agency (EASA). Joint Aviation Requirements – Very
Light Airplane (JAR-VLA), 2012. https://www.easa.europa.eu/sites/default/
files/dfu/CS-25_Amdt\%203_19.09.07_Consolidated\%20version.pdf.

[6] Federal Aviation Administration (FAA). Federal Aviation Regulations part


23 - AIRWORTHINESS STANDARDS: NORMAL, UTILITY, ACROBATIC,
AND COMMUTER CATEGORY AIRPLANES, 2003. http://elodieroux.com/
ReportFiles/FAR.pdf.

[7] Federal Aviation Administration (FAA). Federal Aviation Regulations part 25


- AIRWORTHINESS STANDARDS: TRANSPORT CATEGORY AIRPLANES,
2003. http://elodieroux.com/ReportFiles/FAR.pdf.

[8] P. H. ISCOLD. Introdução às cargas nas aeronaves. Belo Horizonte, 2002.

[9] T. L. Lomax. Structural loads analysis for commercial transport aircraft: theory and
practice. American Institute of Aeronautics and Astronautics, 1996.

[10] L. Pazmany. Landing gear design for light aircraft. Pazmany Aircraft Corporation,
1986.

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