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PEGADA DE CARBONO
SUMÁRIO
PÁGINAS
1. Enquadramento 3
2. Pegada de Carbono 5
3. Normas ISO para o cálculo da Pegada de Carbono 6
4. Greenhouse Gas Protocol 7
5. Normas para entidades verificadoras 8
6. Neutralidade Carbónica 9
7. Vantagens do inventário de GEE 10
8. Processo de implementação e melhoria contínua 11
9. Mercado de Créditos de Carbono 13
10. Verificação da Pegada de Carbono com a APCER 14
11. Formação sobre a Pegada de Carbono 15
12. FAQ’s sobre Pegada de Carbono 16
13. Sobre a APCER 21

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1.ENQUADRAMENTO
A elevada quantidade de emissões de gases de efeito estufa (GEE)
geradas pelas atividades humanas, têm um enorme impacto nas
mudanças climáticas e influência direta no aquecimento global. Esta
situação tem contribuído para uma crescente preocupação e para a
exigência de ações diretas e mais rápidas pelos governos e pela União
Europeia.

Face a esta realidade, a UE estabeleceu o objetivo de ser climaticamente


neutra até 2050. Este objetivo é um elemento central do Pacto Ecológico
Europeu e está em consonância com o compromisso assumido pela UE
no quadro do Acordo de Paris.

De acordo com o Inventário Nacional de Emissões (NIR 2021), as


emissões de GEE, não contabilizando as emissões de LULUCF (land use,
land use change and forestry), foram cerca de: 63,6 Mt CO2e em 2019 - um
aumento de 8,1% face a 1990 e uma diminuição de 5,4% face a 2018.

Considerando o setor LULUCF, o total de emissões em 2019 foi de 55,8Mt


CO2e - uma diminuição de 7,2% em relação a 1990 e uma diminuição de
NIR (National Inventory Report), APA, 2021
7,9% em relação a 2018.

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1.ENQUADRAMENTO
Para calcular a Pegada de Carbono de uma organização, são utilizadas as metodologias Greenhouse Gas Protocol, do World Resources Institute e o World
Business Council for Sustainable Development, e a ISO 14064, que trata especificamente das emissões de GEE.
Esta preocupação com a emissão de GEE e os seus impactos na mudança climática fez surgir o mercado de créditos de carbono. Com o protocolo de
Kioto, criado em 1997, e regulamentação CELE (Comércio Europeu de Licenças de Emissão), a redução das emissões GEE passaram a ter valor
económico.
A diminuição da emissão desses gases passa a ser convertida em créditos que podem ser negociados por indústrias e países. O tema tornou-se tão
relevante que as regras deste mercado foram o foco do debate da Conferência Global do Clima, a COP 26, realizada em Glasgow, na Escócia (entre os
dias 31 de outubro e 12 de novembro de 2021). Entretanto, a Assembleia da República aprovou a Lei n.º 98/2021, de 31 de dezembro - Lei de Bases do
Clima.
A APCER criou este e-Book como um guia para que a sua organização entenda a importância do cálculo da Pegada de Carbono, saiba como é o processo
de verificação e, se necessário, os métodos para diminuição de GEE.

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2. PEGADA DE CARBONO
A Pegada de Carbono é uma metodologia que permite às Organizações
determinarem a quantidade de GEE gerados nas suas atividades diárias,
em projetos e/ou produtos, e definirem medidas de compensação,
controlo, redução e mitigação para os mesmos.

A pegada de carbono incluí as emissões de CO2 e de outros GEE, como o


metano, óxido nitroso ou clorofluorcarbonos (CFCs), que são convertidos
em carbono equivalente (CO2e).

Apesar do CO2 ser um elemento essencial para a vida na Terra, a sua


presença e de outros GEE em excesso cria uma barreira na atmosfera
provocando o aumento da temperatura, colocando em risco o futuro da
humanidade.

A emissão de GEE tem crescido desde a primeira Revolução Industrial. Um


estudo publicado na revista Nature mostra que investigadores da
Universidade de Rochester, no Canadá, estimam que os níveis de CO2 são
40% mais altos que no período pré-industrial, e o metano mais que
duplicou, com crescimento de 150%.

Ter conhecimento das emissões de GEE, e calculá-las, passa a ser


indispensável para que a sua redução aconteça, desacelerando o https://descarbonizar2050.apambiente.pt/descarbonizar2050/base-cientifica/
aquecimento global e melhorando a vida no planeta.

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3. NORMAS ISO PARA O CÁLCULO DA PEGADA DE CARBONO

Existem 3 normas na família ISO dos Gases de Efeito Estufa (GEE) para o cálculo da Pegada de Carbono:

Organizações Projeto Produto


ISO 14064-1:2018 - Gases de Efeito ISO 14064-2:2019 - ISO 14067:2018 -
Estufa - Parte 1 Gases de efeito estufa - Parte 2 Gases de efeito estufa -
Pegada de carbono dos produtos

Especificação com orientação a nível da Especificação com orientação a nível de


projeto para quantificação, monitorização e Requisitos e diretrizes para quantificação.
organização para quantificação e reporte de
emissões e remoções de gases de efeito estufa. reporte de reduções de emissão de gases de
efeito estufa ou melhorias de remoção.

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4. GREENHOUSE GAS PROTOCOL
O GHG Protocol estabelece estruturas normalizadas globais para gestão e medição de GEE, com aplicação em setores públicos e privados, cadeias de valor e
ações de neutralização e/ou redução.

Surgiu da parceria de 20 anos entre o World Resources Institute e World Business Council for Sustainable, e é aplicado por empresas, organizações, cidades e
países, para as seguintes finalidades normativas:

Norma Corporativa Norma de Produto


O GHG Protocol Corporate Accounting e Reporting A Norma de Relatório e Avaliação do Ciclo de Vida
Standard fornecem requisitos e orientação para do Produto pode ser implementada para determinar
empresas e outras organizações que preparam um as emissões do ciclo de vida completo de um
inventário de emissões de GEE a nível corporativo. produto e focar os esforços nas maiores
oportunidades de redução de GEE.

Norma da Cadeia de Valor Corporativa (Âmbito 3) Protocolo de Projeto


A Norma de Avaliação e Relatórios da Cadeia de O GHG Protocol for Project Accounting é a ferra-
Valor Corporativa (Âmbito 3) permite que as menta de contabilidade mais abrangente e neutra
empresas avaliem o impacto das emissões de toda em termos de políticas para quantificar o benefícios
a sua cadeia de valor e identifiquem onde dos projetos de mitigação dos GEE nas mudanças
concentrar as atividades de redução. climáticas.

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5. NORMAS PARAENTIDADES VERIFICADORAS
A validação e verificação do cálculo da Pegada de Carbono por uma entidade externa permite às Organizações destacarem-se da sua concorrência, com a
publicação de resultados e metas com maior credibilidade.

As Entidades Verificadoras devem seguir os requisitos normativos:

ISO 14064-3:2019 - GASES DE EFEITO ESTUFA - PARTE 3

• Especificação com orientação para a verificação e validação de


D
declarações de gases de efeito estufa.

ISO 14065:2020 - GASES DE EFEITO ESTUFA

• Princípios e requisitos gerais para organismos de verificação e


validação de informação ambiental.

ISO 14066: 2011 - GASES DE EFEITO ESTUFA


• Determina requisitos de competência para equipas de validação de
gases de efeito estufa e equipas de verificação.

Fonte: Norma NP ISO 14064 –1: 2008


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6. NEUTRALIDADECARBÓNICA

Obter a neutralidade carbónica significa alcançar um ponto de equilíbrio entre as


emissões de GEE geradas e o seu sequestro na atmosfera, ou seja um balanço líquido de
emissões zero.

Os oceanos, solo e as florestas desempenham um papel crucial para o sequestro e o


armazenamento de carbono. São ecossistemas naturais com capacidade de absorver
mais carbono do que o que emitem, tendo a designação de "sumidouros de carbono".

No entanto, os sumidouro de carbono por si só não são suficientes para equilibrar o total
das emissões geradas pela atividade humana, sendo necessário também reduzir as
emissões de GEE tanto quanto possível. Apenas dessa forma será possível alcançar um
balanço líquido de emissões zero.

“Neutralidade climática é emitir menos e absorver mais”

https://www.consilium.europa.eu/en/5-facts-eu-climate-neutrality/

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7.VANTAGENS DOINVENTÁRIODE GEE
O Inventário de Gases de Efeito Estufa (GEE) tem como finalidade a quantificação de todas as emissões diretas e indiretas de GEE provenientes de uma
atividade.

O Inventário de GEE pode ser desenvolvido para dar resposta aos requisitos normativos para o cálculo da pegada de carbono, trazendo adicionalmente
inúmeras vantagens e servir vários objetivos ao nível da gestão para as Empresas, como:

Controlo mais eficiente para o cumprimento da legislação,


protocolos e padrões estabelecidos internacionalmente, Medição da remoção de GEE da atmosfera.
incluindo futuras regulamentações.

Criação de oportunidades de negócio ou de parcerias para a


Aumento da competitividade e da visibilidade da empresa em
implementação de melhorias na tecnologia ou processos e
relação ao mercado.
permitindo a redução de custos.

Definição de estratégias eficazes na gestão e redução e/ou Melhoria da imagem corporativa, através da responsabilidade
neutralização das emissões de GEE. socioambiental.

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8. PROCESSO DE IMPLEMENTAÇÃO E MELHORIA
CONTÍNUA
Para alcançar objetivos de redução de emissões de GEE ou neutralidade carbónica numa empresa, é essencial definir objetivos a curto, médio e longo prazo,
que sejam materializáveis para ao sustentabilidade do negócio.

Trata-se, assim, de um processo de melhoria contínua, em que se procura reduzir as emissões de GEE de forma cada vez mais eficiente e eficaz, seja em
produtos, processos ou serviços.
O modelo Plan-Do-Check-Act (PDCA) é a abordagem mais utilizada pelas empresas, para a implementação da melhoria contínua e segue as seguintes
etapas:

Plan (Planear) – Estabelecer os objetivos do


trabalho, os seus processos e os recursos Do (Fazer) – implementar o que foi planeado;
necessários para entregar resultados de acordo
com os requisitos estabelecidos;

Check (Verificar) – monitorizar e (onde aplicável)


medir os processos e os produtos e serviços resultantes
Act (Atuar) – executar ações para melhorar
em relação aos requisitos estabelecidos, e reportar os
desempenho, conforme necessário.
resultados;

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8. PROCESSO DE IMPLEMENTAÇÃO E MELHORIA
CONTÍNUA
Melhores Práticas para o cálculo da Pegada de carbono:

1 Obter um compromisso por parte das partes interessadas: administração, colaboradores, clientes e parceiros.

2 Selecionar as atividades e tipos de emissões e de remoções de GEE a incluir no inventário;

3 Selecionar as metodologias de quantificação que minimizem a incerteza e produzam resultados precisos,


consistentes e reprodutíveis.

4 Estabelecer um ano-base histórico para o cálculo das emissões e remoções de GEE, para fins comparativos ou
para atender aos requisitos do programa de GEE ou outros usos pretendidos do inventário de GEE

Definir objetivos, nomeadamente atividades de mitigação de GEE, para reduzir ou prevenir as emissões de GEE
5 ou aumentar as remoções de GEE.

Elaborar um relatório de GEE, consistente com os usos pretendidos do inventário de GEE, para facilitar a
6 verificação do inventário de GEE

7 Avaliar as tendências e envolver as partes interessadas nos resultados alcançados.

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9. MERCADO DE CRÉDITOS DE CARBONO
Um crédito de carbono é a representação de uma tonelada de carbono que deixou de ser emitida para a atmosfera, contribuindo para a diminuição do
efeito estufa.

Os créditos de carbono são gerados por países que já cumpriram suas metas de redução de emissão de gases de efeito estufa, ou seja, todo o excedente que
esses países deixam de emitir é considerado como crédito, que pode ser comercializado no mercado regulado. Outros países, que ainda não conseguiram
reduzir a sua emissão, podem comprar créditos e de modo a cumprir as metas estabelecidas.

O mercado voluntário funciona de forma semelhante, no entanto, para as empresas não existe muita regulamentação envolvida. Os créditos de carbono são
gerados quando a atividade de uma empresa apresenta uma emissão menor de gases poluentes, quando comparada com a atuação de outra empresa já
estabelecida no mercado.

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10. VERIFICAÇÃO DA PEGADA DE CARBONO COM A APCER

A APCER é detentora de um elevado know how no setor de verificação de emissões, nomeadamente:

▪ Na pegada de carbono, quer para a verificação do cálculo na organização, produto ou projeto;

▪ No CELE (comércio de Licenças de emissões), cooperando neste setor desde 2007.

▪ No CORSIA (Carbon Offsetting and Reduction Scheme for International Aviation);

▪ No Airport Carbon Accreditation;

▪ No âmbito de verificação de projetos de descarbonização da indústria;

▪ Na Certificação de empresas para o manuseamento de GFEE.

A APCER é detentora de uma marca reconhecida e que atesta credibilidade às Organizações que
publicam os seus dados verificados com a sua marca.

A Verificação da Pegada de carbono por uma marca reconhecida permite uma maior captação de novos
clientes e participação em programas de investimento e concursos com requisitos em matéria de
ambiente.

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11. FORMAÇÃO SOBRE PEGADA DE CARBONO

A APCER disponibiliza várias ações de formação que abordam a Pegada de Carbono:

DOWNLOAD DO FOLHETO INSCRIÇÃO ONLINE

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11. FAQ’s SOBRE PEGADA DE CARBONO
Metodologias de cálculo e normas de referência utilizadas Como iniciar o cálculo da pegada de carbono?
Os cálculos da pegada de carbono devem ser realizados de acordo com os objetivos da Cada vez mais as empresas desenvolvem políticas de sustentabilidade e
organização, pelo que o referencial selecionado depende muito dos objetivos deste estudo para a publicam relatórios de sustentabilidade que podem seguir ou não ferramentas/
organização, da decisão estratégica/interna e/ou de eventuais exigências de mercado que lhe referenciais específicos e incluem um capítulo sobre a pegada de carbono.
sejam impostas.
Para saber os princípios básicos do cálculo da pegada de carbono podem
Se uma empresa quiser promover a sustentabilidade do seu produto, poderá aplicar a norma de
consultar muita informação desde os referenciais já referidos às próprias
pegada de produto (Protocolo GHG ou ISO14067). No caso da pegada da organização, como
diretrizes do IPCC.
requerido por algumas plataformas, pode ser aplicado o Protocolo GHG ou ISO14064-1.
Finalmente, para um projeto que implique a redução ou a promoção de remoção de gases com
efeito estufa (por exemplo, concerto, construção de um edifício, florestação ou outro evento Ferramentas de apoio ao cálculo da pegada de carbono
previsto para futuro e limitado no tempo e geografia) que considera as emissões previstas para a
Umberto, SimaPro, entre outras, são ferramentas para apoiar na avaliação de
concretização do projeto ou não concretização do mesmo (se o mesmo ocorresse nos moldes
ciclo de vida. A avaliação de ciclo de vida é fundamental, particularmente no
habituais), pode ser aplicada a ISO14064-2.
cálculo das emissões indiretas de âmbito 3, e no cálculo das pegadas de carbono
A metodologia seguirá o processo de definição do âmbito, recolha da informação e análise da sua
de produto que incluem etapas a montante e a jusante da organização, sendo
qualidade (à luz do âmbito considerado), e cálculo das emissões (alocando as mesmas ao
muitas vezes difícil obter informação na cadeia de valor. Estes softwares de apoio
respetivos processos/atividades e avaliando a incerteza do cálculo). Para saber os princípios
incluem uma base de dados com fatores de emissão que podem ser considerados
básicos do cálculo da pegada de carbono, pode consultar os referenciais já referidos e as diretrizes
nos cálculos, mas deve ser realizada uma análise crítica dos mesmos, por
do IPCC.
exemplo, verificar, na base de dados do software, qual a origem do fator de
Para o caso particular das PMEs: existem guias para serviços disponíveis na internet, mas é mais
emissão para saber se há ou não um valor mais atualizado, adequado e
usual selecionar um referencial reconhecido, como os referidos anteriores.
representativo.
Para o caso particular da água: no caso da pegada de carbono e não da pegada hídrica, a extração
da água pode ter um consumo de energia elétrica associado, por exemplo, ou pode ser uma
emissão de scope 3 (outras indiretas) considerada significativa.
Também existem orientações específicas para o setor agrícola. 16
11. FAQ’s SOBRE PEGADA DE CARBONO

Principais dificuldades no cálculo da pegada de carbono Obrigatoriedade de verificação externa do cálculo e avaliação das
Para evitar dificuldades acrescidas durante o processo de cálculo da pegada de carbono, emissões
deve ser realizada uma análise do âmbito do cálculo da Pegada. Esta fase inclui a definição O cálculo e avaliação das emissões não obriga diretamente a verificação externa. No
das fronteiras temporais (anos considerados para recolha de dados) e geográficas (países e entanto, em muitos casos, os clientes ou outras organizações poderão assumir como
instalações, que serão importantes na definição dos fatores de emissão a considerar), bem requisito obrigatório, dependendo da solicitação do mercado. Algumas plataformas de
como a sua aplicabilidade (organização, produto ou projeto). Uma vez definido o âmbito registo de Cálculo de Pegada obrigam a submissão dos relatórios verificados.
será mais fácil saber que informação deverá ser recolhida para efeitos do cálculo.

Existem valores padrões otimizados de CO2, a atingir para as diversas


Obrigatoriedade de cálculo de pegada de carbono pelas PMEs atividades/agentes económicos?
Neste momento a única obrigatoriedade é a definida pelo mercado (clientes, alguns Existem orientações setoriais para algumas atividades/agentes económicos na
países consideram como requisito legal, ou promoção da sustentabilidade). Portugal não utilização de informação para o cálculo da Pegada de carbono. Estes deverão, sempre
definiu requisito legal que o obrigue. A pressão tem-se feito sentir muito na cadeia de que possível, ser consultadas no processo de cálculo da pegada de carbono, caso
valor, através de políticas de aquisição que implicam que os fornecedores tenham cálculo existam.
da pegada de carbono.

Em muitos casos, é o próprio mercado que solicita/impõe que o cálculo da pegada de


O pilar Social não envolve também os próprios colaboradores e
carbono seja realizado de acordo com determinadas normas específicas quando as há,
vizinhança (partes interessadas)?
em particular no sector da construção.
No caso exclusivo da pegada de carbono, não incluindo políticas e gestão da
No cálculo de pegada de carbono de produto em particular, os PCR (product category
sustentabilidade, no âmbito 3 existe uma categoria associada à deslocação dos
rules) devem ser seguidos para os produtos para os quais os mesmos já foram publicados
colaboradores, por exemplo.
e seguem as diretrizes aplicáveis.

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11. FAQ’s SOBRE PEGADA DE CARBONO

Na eventualidade de não se conseguir obter valores de fatores de emissão O fornecimento de energia está dependente do fornecedor de energia,
de forma direta, até que ponto é "correto" recorrer a bases de dados explicados nas faturas? Para a abordagem market based, cálculo de
secundárias que apresentam fatores emissão já calculados, ainda que as emissões de âmbito 2, qual a fonte do fator de eletricidade que utilizam?
situações em que foram calculados possam não ir totalmente de encontro à Muitas vezes essa informação não está disponível nos fornecedores de
situação da organização? eletricidade
O cálculo da pegada de carbono deverá seguir um processo de iterações que começa por Para o âmbito 2 (emissões indiretas resultantes da produção de eletricidade) juntamente
procurar os fatores de emissão mais próximos da realidade do âmbito do cálculo e depois com o consumo, devem ser consideradas as origens do fornecimento (origem renovável ou
fazer uma análise critica sobre os fatores de emissão mais ajustados considerando, mais não) e os fatores de emissão a considerar. Esta informação poderá ser obtida através das
uma vez, o âmbito, os objetivos e fronteiras do cálculo. Em última análise há informação faturas ou diretamente nos fornecedores, dependendo da tipologia de fornecimento.
que poderá ser excluída por não oferecer fiabilidade, nestes casos, a exclusão deverá ser Inserindo aqui conceitos mais específicos como a abordagem location e market based ao
justificada e garantir que os procedimentos de significância das emissões e de exclusão se scope 2, implica ter um conhecimento das normas (ISO 14064-1 e protocolo GHG, incluindo
mantem dentro dos limites definidos. um guia específico do scope 2 do protocolo GHG) que incluem requisitos de qualidade para
a informação fornecida pelos comercializadores da energia elétrica.

No âmbito 3, na categoria 1, no caso de não se conseguirem dados dos Em alternativa, para a abordagem location based poderá recorrer-se à informação

fornecedores, pode-se, por exemplo, estimar o cálculo considerando o fator disponível nos sites oficiais como, por exemplo, a informação disponibilizada pela APA (NIR

de emissão do principal constituinte das matérias-primas? - National Inventory Report (NIR) -


https://apambiente.pt/sites/default/files/_Clima/Inventarios/NIR20220707.pdf ),
Essa será uma possibilidade mas deverá ser considerada também a informação disponível
https://apambiente.pt/clima/fator-de-emissao-de-gases-de-efeito-de-estufa-para-
sobre as orientações sectoriais e a adequação dos fatores de emissão disponíveis por
eletricidade-produzida-em-portugal
geografia e o grau de atualização, ou seja, avaliar a sua fiabilidade, adequabilidade e
representatividade.

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11. FAQ’s SOBRE PEGADA DE CARBONO

Numa empresa de fabrico de rolhas que oportunidades podem existir Sendo a produção de resíduos industriais uma temática importante, há
decorrentes da utilização da cortiça? Algum benefício relacionado com a alguma empresa que faça a pegada carbónica da produção de resíduos? Com
retenção de carbono no balanço da pegada de carbono do produto final? a estimulação da economia circular e do eco-design, a pegada carbónica dos
Depende de como é abordado, quais os objetivos, o âmbito e as fronteiras do estudo mais produtos é reduzida?
uma vez e se estão a calcular a pegada corporativa ou de produto. Há a remoção de CO2 Não há muitas empresas de gestão de resíduos já com o cálculo da pegada de carbono de
associada à plantação e ao crescimento e manutenção dos sobreiros. Há retenção de que tenhamos conhecimento, mas acreditamos que há várias a fazê-lo. Há metodologias
carbono na cortiça (na rolha) (produto final). de cálculo referidas pelos referenciais em particular para os processos de reciclagem aos
quais se devem prestar atenção.

Perigo de greenwhasing. Exemplo: no caso de implementação da medida de Como calcular a pegada carbónica de uma ETAR ?
redução de emissões associada à contratação de um fornecedor de eletricidade Numa primeira fase deverá sempre definir-se o âmbito a considerar, por exemplo, para o
verde: as emissões passam a zero, mas o consumo de eletricidade pode aumentar Protocolo GHG poderá optar-se para o âmbito 1 (emissões diretas) e 2 (emissões indiretas
Existe risco de greenwashing, razão pela qual a verificação da pegada de carbono permite a resultantes da produção de eletricidade). Depois de definido o âmbito e conhecendo os
apresentação de resultados com maior fiabilidade e confiança. É importante perceber qual o processos e atividades da ETAR inicia-se a recolha da informação necessária para o cálculo
âmbito, objetivos e fronteiras do estudo. Quanto à utilização de um fator de emissão "0" para a (quantidades de produtos utilizados, emissões dos equipamentos, consumos, fatores de
energia elétrica, há requisitos de qualidade que devem ser cumpridos na informação emissão e equipamentos de medição) para depois, através da conversão da informação
transmitida pelos fornecedores da energia elétrica. para emissões de CO2, sempre que aplicável, obtemos a pegada de carbono. O grau de
incerteza e materialidade dessa informação deve sempre acompanhar o relatório de
cálculo.

As diretrizes do IPCC também podem ser uma boa ferramenta.

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11. FAQ’s SOBRE PEGADA DE CARBONO

O sequestro de carbono no solo, efetuado pelas empresas/explorações agro- A recuperação de áreas florestais poderá ser integrada numa das medidas a
pecuárias, pode ser utilizado como fator de compensação das emissões das integrar nos cálculos da pegada de carbono? As empresas nacionais têm esta
empresas industriais? consciência? Por exemplo a proteção dos recursos hídricos, proteção do solo, etc
A contabilização do sequestro de carbono pelo solo ainda se encontra a um nível muito Existem dois tipos de processos de contabilização de CO2: cálculo da pegada de carbono
académico e não existem valores transversais de fatores de sequestro de CO2 que sejam (emissões de CO2 para a atmosfera) e o cálculo do sequestro de carbono (sequestro de CO2 pela
aplicáveis. Havendo este tipo de informação aceite, documentada ou publicada, poderá floresta). A recuperação de áreas florestais está inserida no cálculo do sequestro de carbono que
então ser possível proceder a uma abordagem semelhante ao processo de cálculo de estima a quantidade de CO2 absorvida pela área florestal a ser recuperada. Poderá ser
sequestro para a floresta e, neste caso, a APCER poderá validar e verificar as emissões considerada como medida de compensação de emissões de CO2 para a atmosfera, através de
sequestradas por este processo. créditos de carbono. Este tipo de transações estão em forte crescimento mas sujeitas a critérios

Para estes casos depende se estão no âmbito do sistema/fronteiras do estudo ou não. de validação/verificação- específicos dos programas nos quais estão inseridos. Em Portugal

Estando dentro das fronteiras do estudo de emissões e remoções corporativas, por ainda não existe um programa de registo e de transação de créditos de carbono mas já existem

exemplo, tem que ser muito bem fundamentado e selecionados fatores de remoção fiáveis, empresas nacionais que recorrem a programas internacionais.

adequados e representativos. Se não estiverem, entra a questão da compensação e da Para estes casos depende se estão no âmbito do sistema/fronteiras do estudo ou não. De
validação/verificação do projeto e dos créditos de carbono. Relativamente à questão do qualquer maneira, estando dentro das fronteiras do estudo de emissões e remoções
solo, poderá ser apresentado o projeto/estudo à APCER como tem sido o caso das florestas corporativas, por exemplo, tem que ser muito bem fundamentado e selecionados fatores de
e analisa-se a viabilidade de validação/verificação do projeto/estudo. remoção fiáveis, adequados e representativos. Se não estiverem, aí entra a questão da
compensação e da validação/verificação do projeto e dos créditos de carbono. Relativamente à
questão do solo, poderá ser apresentado o projeto/estudo à APCER como tem sido o caso das
florestas e analisa-se a viabilidade de validação/verificação do projeto/estudo.

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12. SOBRE A APCER

VANTAGENS DE TRABALHAR COM A APCER

Proximidade com o Cliente

Competência

Credibilidade 21

Diversidade de Serviços

Notoriedade da Marca

Presença Mundial

21
11. SOBRE A APCER
SITE E REDES SOCIAIS

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Para mais informação, contactar:

Pedro Fernandes

pedro.fernandes@apcer.pt

+351 926 381 874

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