INSTITUTO DO APARELHO DIGESTIVO

Protocolo

PRO_016 Colangiopancreatografia Endoscópica Retrógrada

Versão inicial: Versão: nº 01 Data de Vigência: Data de validade: Páginas:

28.05.2021 28.05.2021 17/01/2024 17/01/2026 1 de 5

1. OBJETIVO

Padronizar os critérios para realização de colangiopancreatografia endoscópica

retrógrada, informá-los a toda a equipe multidisciplinar do Instituto do Aparelho
Digestivo, proporcionando um atendimento seguro e conduta clínica o mais uniforme
possível.

2. APLICAÇÃO
Este protocolo aplica-se aos pacientes adultos e crianças que serão submetidos a exame
de colangiopancreatografia endoscópica retrógrada no Instituto do Aparelho Digestivo e à
equipe multidisciplinar que deve ser a responsável pela aderência ao procedimento
específico.

3. DOCUMENTOS RELACIONADOS E REFERÊNCIAS

3.1. Procedimentos
Não aplicável.

3.2. Formulários
TCLE_001 – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
PRO_010 – Protocolo de jejum para procedimentos com anestesia ou sedação
PRO_006 – Protocolo de uso de antitrombóticos
PRO_011 – Protocolo de sedação
PRO_012 – Protocolo de deterioração clínica (MEWS)
IT 019 – Colangiopancreatografia Endoscópica Retrógrada

3.3. Referências
AMERICAN SOCIETY FOR GASTROINTESTINAL ENDOSCOPY. Adverse events
associated with ERCP. Volume 85, n. 1: 2017.
SOCIEDADE BRASILEIRA DE ENDOSCOPIA DIGESTIVA. Tratado ilustrado de
Endoscopia Digestiva. Rio de Janeiro: Thieme Revinter Publicações, 2018.
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4. SIGLAS E DEFINIÇÕES
4.1. Colangiopancreatografia endoscópica retrógrada (CPRE): é uma técnica que
utiliza simultaneamente a endoscopia digestiva e a imagem radiológica (fluoroscópica)
para diagnosticar e/ou tratar doenças associadas ao sistema biliopancreático, performada
por médico devidamente habilitado.

5. RESPONSABILIDADES
Multiprofissional (médico, enfermeiro, técnico de enfermagem, recepcionista):
atender e orientar o paciente no momento do agendamento e confirmação do exame;
realizar o procedimento com segurança e qualidade, estando a equipe acessível para
esclarecer dúvidas e atender intercorrências após a conclusão do mesmo.

6. INDICAÇÕES PARA A REALIZAÇÃO DO EXAME

São consideradas indicações para a realização de CPRE diagnóstica:
● Paciente com icterícia obstrutiva;
● Paciente sem icterícia, mas com alterações clínicas, exames laboratoriais e
exames de imagem sugestivos de doença das vias biliares ou pancreáticas;
● Avaliação de paciente com sinais e sintomas de doença pancreática maligna
quando os exames de imagem são inconclusivos ou normais, em especial
quando existe obstrução de via biliar;
● Avaliação de pancreatite de origem indeterminada;
● Avaliação pré-operatória de paciente com pancreatite crônica ou pseudocisto de
pâncreas;
● Manometria do esfíncter de Oddi.

São consideradas indicações para a realização de CPRE terapêutica:

● Tratamento de coledocolitíase;
● Tratamento de estenose de papila ou disfunção de esfíncter de Oddi;
● Papilectomia para ressecção de adenomas de papila;
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● Colocação de próteses biliares para tratamento de estenoses malignas ou

benignas, fístulas biliares pós-operatórias ou em pacientes de alto risco
cirúrgico com grandes cálculos;
● Dilatação de estenoses;
● Drenagem nasobiliar.

São contraindicações relativas para a realização de CPRE:

● Doença cardiopulmonar avançada;
● Pacientes com coagulopatia (principalmente se há planejamento de coleta de
biópsias ou procedimento terapêutico).

São contraindicações absolutas da realização de CPRE:

● Quando os riscos à saúde e à vida do paciente suplantam os benefícios do
procedimento;
● Quando outros exames não invasivos e disponíveis têm igual sensibilidade e
especificidade no diagnóstico de patologias biliopancreáticas.

7. RISCOS INERENTES AO EXAME

Como envolve sedação, elencam-se riscos cardiopulmonares, arritmias, parada
respiratória e reações anafiláticas, que são minimizados pela realização da sedação a
cargo de médico anestesista e checagem rotineira do estado clínico do paciente
previamente ao exame.
Outros riscos descritos são de perfuração, sangramento e infecções.
Pancreatite aguda é a intercorrência mais frequente associada à CPRE. A incidência geral
varia entre 3 e 10%. A maioria dos casos são leves, com taxa de mortalidade de 0,7%.
Outro evento adverso refere-se ao sangramento, que é mais comumente decorrente de
procedimento terapêutico que envolva esfincterotomia. A taxa de hemorragia após ERCP
é estimada entre 0,3 e 2%.
Colangite é a complicação infecciosa mais frequente após CPRE e sua incidência varia de
0,5 a 3%.
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Outra intercorrência descrita é a perfuração duodenal, que incide em aproximadamente

0,08 a 0,6% dos exames.

8. INFORMAÇÕES ADICIONAIS
● O exame endoscópico citado requer obrigatoriamente que o paciente esteja em jejum
por tempo mínimo determinado;
● Uma vez confirmado o procedimento diagnóstico/terapêutico e seu horário provável de
realização, a recepção e enfermagem serão responsáveis por esclarecer ao paciente o
período de jejum, a suspensão de determinados medicamentos (desde que de haja a
concordância do médico prescritor);
● Caso se verifique que as orientações não foram seguidas, os riscos e benefícios de
não realizar o exame serão avaliados pela equipe multidisciplinar, e o mesmo poderá
ser cancelado e remarcado;
● O pré-procedimento inclui a checagem da indicação do exame, idade, existência de
comorbidades e alergias, uso de medicações, histórico de cirurgias abdominais
prévias, existência de exames prévios, avaliação dos dados vitais e saturação de
oxigênio por oximetria de pulso;
● Orientações específicas serão passadas aos pacientes após os exames, conforme
padronização.
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9. APROVAÇÕES E CONTROLE DE REVISÕES

RESPONSÁVEIS
DOCUMENTO
Nome Função Assinatura

Elaboração Dr. Vanessa P. Dotti Médica Diretoria Técnica

Carlos Augusto Pagliarini

Validação Enfermeiro
Pedro Junior
Aprovação Dr Antonio M. Cortez Pereira Administrador

HISTÓRICO DE ATUALIZAÇÃO

Versão Nº01 Emissão – 28.05.2021