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Introdução
A operação de içamento de carga é uma tarefa crítica que requer planeamento meticuloso,
coordenação precisa e atenção aos detalhes para garantir a segurança e eficiência. Neste artigo,
vamos discutir as condições de aparelhamento e içamento de carga, destacando cinco aspectos
essenciais: a carga a ser içada, os acessórios a serem utilizados, os equipamentos necessários, a
área de trabalho onde ocorrerá o içamento e o pessoal envolvido na operação. Cada um desses
elementos desempenha um papel fundamental na execução bem-sucedida de uma operação de
içamento de carga, e compreendê-los é essencial para garantir a segurança e eficácia do
processo.
Antes de realizar o içamento de qualquer carga, é essencial avaliar suas características, como
peso, dimensões, formato e centro de gravidade. Essas informações são cruciais para determinar
os métodos de içamento adequados e garantir a segurança da operação.
a) Peso:
peso da carga é uma das informações mais importantes a se considerar antes do
içamento, pois determina o tipo de equipamento a ser utilizado, bem como os acessórios
necessários para realizar a operação com segurança. É crucial saber o peso exato da carga,
pois um içamento inadequado pode resultar em sobrecarga nos equipamentos,
aumentando o risco de acidentes.
▪ Informações do fabricante: Muitas vezes, o peso da carga pode ser obtido a partir
das especificações do fabricante. Se a carga é um produto fabricado, o peso pode
estar indicado no manual do produto, em uma etiqueta de identificação ou em
outro documento fornecido pelo fabricante.
peso. Embora essa abordagem possa não ser tão precisa quanto a pesagem direta,
ela pode ser útil quando não é possível pesar a carga diretamente.
Em qualquer caso, é importante garantir que o método escolhido seja adequado para o tipo
e tamanho da carga em questão, e que todas as precauções de segurança sejam seguidas
durante o processo de pesagem.
b) Dimensões:
As dimensões da carga referem-se ao seu tamanho em comprimento, largura e altura.
Essas informações são importantes para determinar o espaço necessário para a
movimentação da carga, bem como para garantir que ela possa ser acomodada de forma
segura nos equipamentos de içamento. Dimensões maiores podem exigir um planeamento
mais cuidadoso da operação e a utilização de acessórios específicos para garantir a
estabilidade da carga durante o içamento.
c) Formato:
formato da carga também é um aspecto relevante a se considerar, pois determina como ela
será engatada com os acessórios de içamento. Cargas com formatos irregulares ou
assimétricos podem apresentar desafios adicionais durante o içamento, exigindo o uso de
dispositivos de fixação ou estabilização adicionais para garantir a segurança da operação.
No entanto, para melhor entendermos sobre o formato das cargas, vamos recorrer a
categorização da carga fraccionada (breakbulk), em particular a carga de projecto,
concebida pelo Rickmeres (2009): Categoria A, Categoria B, Categoria C, Categoria D,
Categoria E, Categoria F, Categoria G e Categoria H
Categoria A:
Esta categoria inclui unidades pesadas e compactas com dispositivos de elevação
integrados, verticais sobre sua estrutura de base. Exemplos, Transformadores e Geradores.
Categoria B:
Esta categoria inclui unidades grandes e pesadas transportadas horizontalmente, não
apoiadas na sua base, com uma superfície macia ou apenas parcialmente rígida e por
vêzes sem apresentar pontos de elevação. Exemplos são colunas para a indústria química
e vasos de pressão de todos os tipos.
Categoria C:
Esta categoria inclui estruturas de aço pesadas e abertas com dispositivos de elevação e
fixação e uma área de assentamento definida ao longo da estrutura de suporte. Exemplos
são estruturas pré-fabricadas como economizadores e condensadores em estruturas de
aço para plantas industriais, centrais elétricas, etc
Categoria D:
Esta categoria inclui unidades vulneráveis e pesadas sem disposições especiais de
elevação. As áreas de elevação geralmente estão marcadas na unidade. As unidades são
cobertas por uma caixa de metal ou madeira comparativamente leve. Exemplos são caixas
de madeira e tambores de cabos.
Categoria E:
Esta categoria inclui unidades de carga desembaladas e de formato irregular, de peso
moderado, sem áreas de assentamento específicas e sem pontos de elevação ou pontos
de fixação específicos. Exemplos são peças de estruturas como lanças de guindastes e
vigas treliçadas.
Categoria F:
Esta categoria inclui veículos, lagartas, com ou sem pontos de fixação definidos. O
içamento geralmente será realizado por métodos definidos pelo terminal ou uma
combinação métodos, onde além disso, espalhadores de içamento especiais podem ser
necessários
Categoria G:
Esta categoria inclui todos os tipos de embarcações. Típico para estas unidades é uma
superfície de casco vulnerável e uma quantidade limitada de acessórios de convés com
resistência à ruptura mais ou menos limitada.
Categoria H:
Esta categoria inclui unidades ultra grandes e particularmente altas que devem ser
carregadas no topo (convés). Exemplos são guindastes de pórtico, RTGs, etc.
d) Centro de gravidade:
Centro de gravidade da carga é o ponto onde todo o peso da carga é considerado
concentrado. Conhecer a posição do centro de gravidade é crucial para garantir a
estabilidade da carga durante o içamento. Se a carga não estiver equilibrada corretamente
em relação ao seu centro de gravidade, ela pode balançar ou tombar durante o içamento,
aumentando o risco de acidentes. Por isso, é importante calcular e posicionar os
acessórios de içamento de forma a manter o centro de gravidade da carga alinhado com o
centro de gravidade do equipamento de içamento.
Imagine que você tem uma caixa grande e pesada que precisa ser içada por um guindaste.
Agora, queremos descobrir onde está o ponto exato no meio dessa caixa, onde todo o peso
dela parece estar concentrado. Isso é o que chamamos de centro de gravidade.
A maneira mais fácil de encontrar o centro de gravidade é pensar sobre onde a caixa é
equilibrada. Se você tentasse equilibrar a caixa em um lápis muito fino, onde seria o lugar
que ela ficaria equilibrada, sem cair para nenhum lado?
Vamos supor que a caixa seja retangular, como um grande bloco. Para encontrar o centro
de gravidade, dividimos a caixa em três direções: comprimento, largura e altura. Agora,
pensamos na metade do comprimento, metade da largura e metade da altura. Esses são
os pontos exatos no meio da caixa em cada direção.
Ou ainda, podemos usar o metodo dos eixos paralelos que consiste em dividir pela metade
o comprimento, a largura e altura, e onde esses se encontram é o centro de gravidade.
A escolha do equipamento para uma operação de içamento de carga depende de vários fatores,
incluindo o tipo de carga, o ambiente de trabalho, a capacidade de carga e as considerações de
segurança. É fundamental que os equipamentos estejam em perfeito estado de funcionamento e
devidamente dimensionados para a carga a ser içada. Além disso, o pessoal responsável pelo
manuseio desses equipamentos deve estar devidamente treinado e habilitado.
c) Empilhadeiras (Forklifts):
A área de trabalho deve ser previamente preparada para o içamento, garantindo que seja estável,
nivelada e livre de obstáculos. Além disso, é importante avaliar a presença de ventos fortes, chuva,
neblina ou outras condições climáticas adversas que possam afetar a segurança da operação. Em
alguns casos, pode ser necessário sinalizar a área e isolar o local para evitar a presença de
pessoas não autorizadas.
Para garantir a segurança e eficiência durante uma operação de içamento de carga, é essencial
que o pessoal envolvido seja devidamente treinado e qualificado para realizar suas funções
específicas. Aqui está uma descrição das responsabilidades e qualificações necessárias para
cada membro da equipe:
a) Supervisor:
▪ Responsável por supervisionar toda a operação de içamento de carga.
▪ Deve possuir conhecimento técnico sobre os procedimentos de içamento,
regulamentações de segurança e operações do equipamento.
▪ Responsável por tomar decisões rápidas e corretas para garantir a segurança e
eficiência da operação.
b) Coordenadores:
▪ Auxiliam o supervisor na coordenação e execução da operação.
▪ Podem ser responsáveis por atribuir tarefas específicas a membros da equipe e
garantir a comunicação eficaz entre todos os envolvidos na operação.
c) Encarregado:
▪ Responsável por supervisionar diretamente o trabalho dos operadores de
equipamentos, sinaleiros e pessoal de apoio.
▪ Deve possuir conhecimento técnico sobre os equipamentos utilizados e os
procedimentos de segurança.
d) Capataz
▪ Responsável por supervisionar as atividades especificas no porão do navio ou outro
local);
▪ Coordena as tarefas dos diferentes membros da equipe da estiva (pessoal de
apoio), garantindo que sejam executadas de acordo com os procedimentos
operacionais padrão e os requisitos de segurança.
▪ Monitora o progresso da operação e faz ajustes conforme necessário para garantir
eficiência e segurança.
É crucial que todos os membros da equipe sejam treinados, qualificados e conscientes de suas
responsabilidades para garantir a segurança de todos os envolvidos na operação de içamento de
carga. Além disso, a comunicação eficaz e o trabalho em equipe são fundamentais para o sucesso
da operação.
Conclusão:
Referências Bibliograficas
1. Rigging Handbook, 3ª edição, James F. Lincoln Arc Welding Foundation, Estados Unidos.
3. Rigging Manual, 6ª edição, Society of Naval Architects and Marine Engineers (SNAME), Estados Unidos.
4. Safety in Ports: A Guide to Health, Safety and Welfare at Ports, 2ª edição, International Labour Organization
(ILO), Suíça.
5. Crane Safety: A Guide to OSHA Compliance and Injury Prevention, 2ª edição, Carl O. Stinson, McGraw-Hill
Education, Estados Unidos.
7. https://www.rud.com.br/produtos/informacoes-tecnicas/angulo-trabalho-linga/
8. www.sestsenat.org.br/operador-de-guindaste-caderno-do-aluno
9. Atenew (2007). Curso de Rigger. Escola Técnica Atenew – Instituto Opus, 2007
11. Ferreira, F.P.V. (2008). Segurança no içamento e movimentação de carga com guindastes. Taubaté – SP
14. Rickmer Linie (2003). Standard for stowage and securing of Projet cargo, 3ª Edition, German.