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Nº 12

NOVEMBRO
2006

www.protecao.com.br
Suplemento da Revista Proteção Nº 179 para o Estado de São Paulo. Não pode ser vendido separadamente

PREVENÇÃO
NO SUBSOLO
Nesta Edição
A REGIÃO DE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS E
AS EXPERIÊNCIAS DA EMBRAER, GM E VIA DUTRA
ALMANAQUE
ALMANAQUE
da USP, na cidade de São Paulo,
no dia 1º de dezembro. O objeti-
PAPELEIROS GANHAM MANUAL SOBRE SST vo é apresentar e discutir o pro-
cesso saúde e doença do traba-
O Sintipel (Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias do Papel, Papelão e Cortiça lho, tomando como referência
de Piracicaba) desenvolveu o “Manual de Segurança e Saúde do Trabalhador em a metodologia sociodramática
Máquinas de Papel e Papelão em Piracicaba” em parceria com empresas do setor e e refletindo sobre a abordagem
a Subdelegacia do Trabalho da Região. O intuito do manual é promover a prevenção dessa metodologia como instru-
de acidentes em máquinas da indústria de papel, descrevendo os riscos existentes mento de diagnóstico da influ-
ência das condições e da orga-
e as medidas de prevenção. “É muito importante para o nosso setor porque as
nização do trabalho na saúde
máquinas de papel têm muitos riscos. Pretendemos gerar uma discussão para criar dos empregados. Serão discuti-
uma convenção para o setor”, afirma o presidente do Sintipel, Francisco Pinto Filho. das bases epistemiológicas,
O manual está sendo distribuído para entidades sindicais, DRTs, Centros de Refe- além de conceitos e diversida-
rência de Saúde do Trabalhador e para os SESMTs de indústrias papeleiras da Região des de aplicação do Sociodra-
de Piracicaba. O lançamento ocorreu no último dia 20 de setembro, quando se ma. Também se fará reflexões
sobre a saúde do trabalhador.
comemorou o Dia dos Papeleiros.
Saúde mental
Lançamento setembro ao dia 31 de outubro, exigências legais, estabelecidas O Programa de Saúde do Tra-
quando uma confraternização pela NR-5 (CIPA). O curso ori- balhador de Santo André, o
João Batista da Silveira

logo após o debate sobre “O enta os participantes para que CRST São Bernardo do Campo
SUS e a Saúde do Trabalhador” possam observar, relatar, solici- e o CRST Diadema realizaram
encerrou o Ciclo. Foram deba- tar e propor medidas que redu- o “I Seminário de Saúde Men-
tidos, ao longo dos encontros, zam, eliminem ou neutralizem tal e Trabalho do ABCD” no dia
temas como LER/DORT, asma os riscos existentes, tendo como 20 de outubro. O objetivo do
ocupacional, assédio moral e meta a prevenção dos aciden- evento, que ocorreu em Santo
saúde mental e trabalho. tes do trabalho e a manutenção André, foi promover uma refle-
Suplemento em Marília das condições de saúde dos tra- xão sobre o tema, envolvendo
CIPA balhadores. O intuito é fazer os profissionais ligados ao aten-
O Suplemento Proteção São Entre os dias 6 e 8 de novem- com que o curso seja realizado dimento de portadores de sofri-
Paulo, de agosto último, que bro, o Seconci-SP (Serviço So- mensalmente. mento mental e à saúde do tra-
trouxe o projeto especial sobre cial da Construção Civil do Es- balhador.
Marília e Região, foi lançado tado de São Paulo) promove Sociodrama
na cidade de Marília, no dia 31 curso para formação de cipeiros. O I Seminário de Sociodrama Gestão em SST
de agosto. Em parceria com o O objetivo é oferecer um treina- e Saúde no Trabalho acontece O 1º Fórum Nacional de Ges-
Senac São Paulo, foi realizado mento que atenda a todas as na Faculdade de Saúde Pública, tão em SST, ocorrido no final
o “Seminário Gestão de Segu- de agosto, na cidade de São
rança e Saúde do Trabalho na Paulo, contou com a presença
Indústria Alimentícia”. O intui- Técnicos têm juramento de 255 profissionais como en-
to do evento foi aprofundar as Os técnicos de Segurança do Trabalho agora têm um juramen- genheiros e técnicos de Segu-
discussões levantadas no suple- to profissional. A iniciativa partiu do vice-presidente da Fenatest rança, médicos do Trabalho, re-
mento e proporcionar um deba- Regional Sudeste, José Robson Cunha. “Fazia-se algo aleató- presentantes de órgãos públicos
te local entre os profissionais rio. Então, fiz o juramento com pessoas da área”, afirma Cunha. e entidades prevencionistas.
de SST. O Seminário contou O documento foi registrado no 2º Cartório de Títulos e Docu- Também estiveram presentes na
com a presença de mais de cem mentos Jurídicos de São Paulo. No juramento, o técnico afirma ocasião Alexandre Gusmão, di-
pessoas. dar o máximo de si “para manter a moral e a tradição do profis- retor da Proteção Publicações,
sional Técnico de Segurança do Trabalho”. Também assume “o e João Batista da Silveira, ge-
Aniversário compromisso ético de prevenir o ambiente e o habitat do traba- rente do escritório da Proteção,
Em comemoração aos 20 anos lhador brasileiro”. Antes em São Paulo. Organizado em
Renato Silva Melo

do CRST (Centro de Referên- mesmo de ser oficializado, parceria pelo Inpame e Institu-
cia em Saúde do Trabalhador) o juramento foi utilizado na to de Engenharia, foram discu-
de Campinas, foi realizado um formatura do Colégio Inaci, tidos temas como a Gestão em
Ciclo de Debates. Os eventos na cidade de São Paulo, no SST aplicada à implantação da
focalizaram os problemas de final de setembro. Na oca- NR-10 (Eletricidade) e da NR-
saúde do trabalhador que têm sião, foi realizada a I Jorna- 32 (Estabelecimentos de Saúde)
tido destaque na região de da Prevencionista de Segu- e a Gestão de SST como ferra-
Campinas atualmente. As ativi- rança e Saúde no Trabalho. Fenatest/SP: juramento registrado menta para melhoria do ambi-
dades aconteceram do dia 20 de ente de trabalho.

O Suplemento Especial São Paulo é uma publicação trimestral encartada na Revista Proteção.
Sede: Rua Lucas de Oliveira, 49 – cj. 401 – Fone/fax (51)2131-0400– proteção@protecao.com.br – www.protecao.com.br - 93510-110 – Novo Hamburgo – RS
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Redação: Cristiane Reimberg, Paula Barcellos e Daniela Bossle - Edição: Paula Barcellos - Foto capa: Odair Marcos Faria/Sabesp
Fotos Capa Especial São José dos Campos e Região: Arquivo Exposição Embraer

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REPORTAGEM

SOB O CHÃO DE SÃO PAULO


Subsolo da cidade abriga diversos serviços públicos onde os trabalhos realizados,
na sua maioria, em espaços confinados devem ser comunicados e controlados
São Paulo, com uma população de da prefeitura, são cerca de 100 mil quilôme- passadutos (shafts), dutos, tubos, tubulações,
10.927.985 habitantes segundo estimativas de tros de redes de infra-estrutura urbana no caixas e caixões; poços de válvulas; poços, cis-
2005 do IBGE, não é só a maior cidade brasi- subterrâneo da cidade de São Paulo, onde há ternas, tanques subterrâneos; construção de
leira, mas também a maior cidade do hemis- mais de 30 empresas prestadoras de servi- túneis; depósitos subterrâneos. Nesses am-
fério Sul. Ela ainda ostenta o título de cidade ços. Há 17 mil quilômetros de rede de água, bientes de trabalho, muitas vezes, caracteri-
mais rica da América do Sul. Com uma popu- 13 mil quilômetros de rede de esgoto, 1,5 mil zados por espaços confinados, os trabalha-
lação tão grande e sendo a maior economia quilômetros de galerias pluviais, 2 mil quilô- dores convivem com variados riscos como in-
do país, é natural que a cidade continue cres- metros de rede de gás e outros milhares dos toxicações, explosões, choque elétrico, indu-
cendo e vendo cada vez mais obras a serem mais variados serviços. ção de corrente, radiação não ionizante, cam-
construídas. No entanto, junto com a cidade Estes ambientes são formados por galeri- pos elétricos e magnéticos, radiação ionizante,
e a população crescem também os serviços as, canais e rede de águas e esgoto; estação ruído, vibração, calor (estresse térmico), hi-
de água, esgoto, energia elétrica, gás, telefo- de tratamento de águas e esgoto; estações potermia (frio), queda, além de ricos ergonô-
nia, TV a cabo e outros que cada vez mais de bombeamento; galerias e câmaras subter- micos e de contaminação biológica. “A pre-
ocupam o subsolo da cidade. Segundo dados râneas com instalações elétricas e de telefo- venção se dá através de um Programa de Per-
nia; reservatórios; caixas de água; galerias e missão de Entrada e Trabalho em Espaços
Texto: Cristiane Reimberg rede de gás; bueiros, poços de visita (PV); Confinados que envolve designação de res-
Odair Faria/Sabesp

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Odair Faria/Sabesp
ponsabilidades, treinamentos, exames médi- mento preciso, mas ele está sendo construído
cos, folha de PET (Permissão de Entrada e dia-a-dia. Para cada obra, é feita uma planta
Trabalho), EPCs (Equipamentos de Proteção cadastral, que é fornecida para a prefeitura e
Coletiva) e EPIs (Equipamentos de Proteção mostra o que foi efetivamente construído. Es-
Individual), programas de vacinação, proce- sas informações são lançadas em nosso ban-
dimentos de limpeza e higienização”, afirma cos de dados. Isso tem sido feito desde 1999”,
o tecnologista sênior da Fundacentro, Francis- explica Villani. Já o presidente da Abratt (Asso-
co Kulcsar. ciação Brasileira de Tecnologia Não Destru-
tiva), Sérgio Pallazo, acredita que há dificulda-
MAPEAMENTO des para se efetuar o mapeamento: “O Con-
Todo esse cenário é agravado pelo fato de vias, orgão da Secretaria de Infraestrutura da
que o subterrâneo da cidade não é totalmen- Prefeitura de São Paulo, assumiu a responsabi-
te conhecido. No entanto, as empresas vêm lidade de construir e administrar esse ma-
fazendo seus cadastros e a prefeitura um le- peamento. Tem feito seu trabalho, mas levará
vantamento para mapear o subterrâneo da muito tempo até que esteja total e confia-
cidade. Qualquer ação de empresas no sub- velmente operante”. Ele alerta que as pró-
solo da cidade passa por aprovação na pre- prias permissionárias variam quanto à obser-
feitura. As concessionárias, empresas que atu- vação das normas e prevenções, portanto,
Mapeamento está sendo construído
am no subsolo da cidade, são a Sabesp, a trata-se de um processo ainda em desenvol-
Comgás, a Eletropaulo, a Telefônica e a Tel- vimento e há falhas que podem, eventualmen- to que tenha seu tanque com vazamento, ou
comp, que congrega cerca de 30 empresas te, ser fatais. gás inflamável de um eventual rompimento de
de fibra óptica. Todas as obras de grande porte tubulação da companhia de gás da cidade.
passam por um planejamento, que deve ser LIMITAÇÕES
conciliado com a prefeitura e demais empre- A médica do Trabalho, Telma Nery, por sua TÉCNICA
sas. Depois que a prefeitura aprova o proje- vez, tem conhecimento de que algumas em- Uma técnica defendida pela Abratt que re-
to, a empresa em questão tem que levantar presas costumam se comunicar e informar duz a exposição do trabalhador aos riscos do
com as outras empresas o que já existe na procedimentos, mas ainda falta um mapea- trabalho no subsolo é o MND (Método Não
Região. Além disso, cinco dias antes da obra mento eficaz. “A falta de mapeamento dos Destrutivo). “Reduz substancialmente a entra-
a prefeitura divulga para as outras permissio- subterrâneos eleva, principalmente, os riscos da do operário em espaço confinado, toda-
nárias que a construção vai ser realizada. “Essa pela falta de conhecimento das características via, não evita em 100%, pois a identificação
é uma forma de prevenir acidentes”, afirma do ambiente, dificultando, inclusive, identifica- das redes no local das obras, muitas vezes
Ruy Villani, diretor do Convias (Departamento ção dos gases e situações existentes, além da requer a abertura de um PV (Poços de Visita)
de Controle de Uso de Vias Públicas), que é somatória de situações de imprevisibilidade para inspeção, e eventual entrada em galerias,
o órgão municipal responsável por disciplinar do conteúdo do trabalho”, avalia a médica. portanto, o uso da NBR é fundamental, pois
o uso das instalações de serviços nas vias públi- “O problema de piora no estado geral dessas em MND, caminha-se como num vôo por ins-
cas, inclusive o subsolo. Já no caso de manu- galerias deve-se à falta de integração e impre- trumentos, e uma não identificação de redes
tenção de obras existentes, a autorização é cisão de mapas entre concessionárias de servi- pode causar acidentes indesejáveis”, diz
dada pela sub-prefeitura. O engenheiro de Se- ços como telecomunicações, energia, água e Palazzo. O presidente da Abratt explica ainda
gurança do Trabalho da Superintendência de esgoto, TV a cabo, redes de gás e grande ati- que o trabalho por MND significa que uma tu-
Gestão de Projetos Especiais da Sabesp, E- vidade de contratadas para esses trabalhos. bulação será instalada, reparada ou reabilitada
néias Silva Gomes, confirma que as empresas Nos trabalhos de infra-estrutura para essas por uma inserção de máquinas ou ferramen-
que exploram o subsolo fazem seu controle: concessionárias, as empresas de perfuração tas. “Faria a analogia como o procedimento de
“Existe mapeamento do subterrâneo de São por método não destrutivo, operam por ins- cateterismo, utilizado na identificação e corre-
Paulo feito por cada concessionária de servi- trumentos e necessitam de informações pre- ção de problemas coronários. Assim, penetra-
ço que são seus cadastros técnicos onde se cisas de cadastro subterrâneo porque os equi- mos no subsolo, com um plano detalhado de
mostra a localização, profundidade e compri- pamentos poderão sofrer interferências, cau- todas as instalações em volta e navegamos por
mento das redes, amarrações de seus poços sando, por exemplo, a ligação de uma galeria entre as mesmas. Esse procedimento contri-
de inspeção e características das mesmas. No de esgoto com uma galeria de águas pluviais bui demais com a saúde dos operários que
entanto, existem as redes subterrâneas mais ou de energia elétrica ou mesmo telecomuni- deixam de estar em contato direto com as re-
antigas, cujo cadastramento pode não existir cações”, afirma Paula Scardino, membro do des e seus efluentes ou produtos conduzidos,
ou não ser totalmente confiável. Nestes ca- GTT (Grupo Técnico Tripartite) da futura NR- além de permanecerem a maior parte das ve-
sos, realmente os riscos se elevam e o ritmo 33 - espaço confinado. Ela explica que o re- zes na superfície”, afirma Sérgio Palazzo.
de avanço dos túneis deve ser diminuído ou sultado disso é complexo para os trabalha-
mesmo se adotar a escavação manual”. dores, pois se uma pessoa que trabalha em CONCEITO
O Convias recebe e centraliza todas as in- uma empresa de telecomunicação precisar Mas nem sempre o trabalho subterrâneo é
formações sobre obras da cidade, construindo abrir uma galeria dessas para encontrar “cabos caracterizado como espaço confinado. “Há
um banco de dados e, dessa forma, mapeando telefônicos”, poderá encontrar um local inun- muitos trabalhos subterrâneos que não confi-
o subsolo da cidade. “O subterrâneo é utiliza- dado de esgoto ou água de chuva, com con- guram situação de espaço confinado. Isso
do há mais de 100 anos. Não há um mapea- teúdo ignorado, ou gasolina oriunda de um pos- ocorre quando há satisfatórias condições de

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REPORTAGEM
aeração e adequadas posições para saídas de ficiência ou excesso de oxigênio, ou substân- H2S e o gás metano CH4”, afirma o auditor
emergência”, explica o auditor fiscal da DRT/ cias tóxicas, inflamáveis ou explosivas. O espa- fiscal, Sérgio Antonio.
SP, Sérgio Antonio. “Temos diversas atividades ço confinado não possui ventilação natural ou O engenheiro de Segurança do Trabalho da
que são realizadas com mais de um acesso e ela é insuficiente. Pode conter ainda outros Sabesp, Enéias Silva Gomes, explica que a in-
com aberturas com dimensões que podem riscos mecânicos, elétricos, ergonômicos, físi- toxicação pode ser causada pela presença de
facilitar os acessos em emergências como cos, biológicos, etc.”, explica Kulcsar. O traba- monóxido de carbono, gás sulfídrico, amô-
Porões de Estações Transformadoras”, exem- lhador pode ter que entrar num espaço con- nia, fumos de solda e outros metais pesados.
plifica o engenheiro de Segurança da Eletro- finado para executar diferentes tarefas como As substâncias tóxicas, relata, podem estar
paulo, Edson Carvalho, como um caso de tra- manutenções, medições, inspeções, leituras, depositadas em áreas de escavação de ater-
balho subterrâneo que não caracteriza espa- controles, regulagens, consertos, alterações, ros ou haver contaminação pela água subter-
ço confinado. Já o tecnologista sênior da Fun- substituições, limpeza, polimento, pintura, rânea que mina para o interior do túnel (len-
dacentro, Francisco Kulcsar, cita como exem- esmerilhamento, jateamento, construção, ins- çol freático contaminado). Já a explosão pode
plo uma mina subterrânea, que é projetada talação e resgates. acontecer pela presença de gases, vapores,
para ocupação humana permanente. No en- Na Comgás, por exemplo, os trabalhos poeiras e líquidos inflamáveis ou explosivos,
tanto, ele alerta que alguns lugares das minas subterrâneos costumam caracterizar espaço como são os casos do gás natural, GLP, gaso-
podem ser classificados como espaços confi- confinado. “Há normas específicas que classifi- lina, gás sulfídrico, metano, acetileno e hidro-
nados e necessitam de procedimentos e equi- cam os ambientes em relação a serem ou não gênio. Existe também a possibilidade da at-
pamentos especiais descritos na PET (Permis- espaços confinados. Então se deve proceder mosfera ser enriquecida com oxigênio e se
são de Entrada e Trabalho). “O que caracteriza a análise de cada um deles para se ter a certeza tornar explosiva.
um espaço confinado em primeiro lugar é a de que se caracteriza um espaço confinado. Os gases e vapores ainda podem ser encon-
sua geometria com aberturas de entrada e Mas, em princípio sim, uma vez que estes tra- trados na escavação do solo em determina-
saída de difícil acesso. Em seguida a caracteri- balhos ocorrem em lugares não projetados das áreas. “Podem surgir em locais de aterros
zação da ocupação é um item importante a para a permanência humana e possuem res- sanitários ou onde houveram vazamentos de
ser considerado, pois um espaço confinado trições com relação à entrada e saída”, avalia depósitos enterrados de combustível ou de
não é projetado para ocupação humana contí- o superintendente de SSMQ (Saúde, Seguran- tubulações de gás. Muitos gases são inodoros
nua. No espaço confinado, podem existir ris- ça, Meio Ambiente e Qualidade) e Confor- e se não monitorados, a ausência de oxigênio
cos atmosféricos como o ar, apresentando de- midades da Comgás, Edson Moro. só é percebida no limiar do desfalecimento,
dificultando o resgate”, explica Gomes. A fal-
ta de oxigênio pode causar asfixia e morte.
AGENTES INTENSOS DURANTE A ATIVIDADE Antes disso o trabalhador poderá ficar desori-
entado, confuso, agitado, parecendo passar
 Explosões, intoxicação, problemas ergonômicos, entre por uma crise nervosa. “A proximidade com
outros, são presenças fortes nos ambientes subterrâneos indústrias, em geral, que possam gerar eflu-
entes ou vazamentos que podem estar no in-
Um dos riscos em espaço confinado e, por ou fibras no ar prejudiciais à saúde. “Os maio- terior das galerias, resultam, muitas vezes,
sua vez, presente no ambiente subterrâneo é res riscos de atividades em espaços confina- em outros gases tóxicos como, por exemplo,
o de explosão ou intoxicação. Isso pode acon- dos são os de intoxicação e explosão. E isso o gás cianeto (HCN), Cloro (Cl2) ou Amônia
tecer pela deficiência de oxigênio, acúmulo devido a inadequados teores de oxigênio no (NH3). Em caso de suspeita de atmosferas
de gases ou de vapores tóxicos ou explosi- local ou presença de gases asfixiantes ou ex- IPVS (Imediatamente Perigosa à Vida e à Saú-
vos, concentrações de poeiras, névoas, fumos plosivos como, por exemplo, o gás sulfídrico de), onde o risco é desconhecido, os trabalha-
dores deverão fazer uso de respiradores ade-
Divulgação Comgás

quados, seguindo as normas da Fundacentro


e atendendo o PPR – Programa de Proteção
Respiratória”, completa o membro do GTT
da futura NR-33, Paula Scardino.
A corrosão de metais ou reações químicas
também pode causar a contaminação do ar
ou deficiência de oxigênio, e a deterioração
de material inorgânico, como no esgoto, pode
gerar gases tóxicos. Já a soldagem apresenta
geração de fumos, contendo metais pesados
tóxicos e a geração de atmosfera, contendo
gases inertes asfixiantes. “A presença de fon-
te de ignição em um ambiente confinado com
potencial de formar gases e vapores inflamá-
veis é um risco grave que deve ser controla-
do pela Permissão de Trabalho à Quente. Fu-
mar nestas condições é inaceitável”, explica
Permissão de trabalho à quente deve ser destacado nas atividades de soldagem Kulcsar.
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REPORTAGEM
ERGONOMIA peito às posturas corporais exigidas, muitas hospitalar ou efluente industrial. Esses locais,
Outro risco enfrentado por quem trabalha vezes, pelas características dos ambientes normalmente, também apresentam inúmeras
no subterrâneo da cidade é o Ergonômico. durante as atividades. “A rede de saneamento baratas, aranhas, às vezes, escorpiões e ratos”,
“Como os espaços confinados não são proje- de São Paulo é muito antiga, variável por re- afirma Paula Scardino. “Sabemos que a me-
tados para a ocupação humana, as dificuldades gião da cidade, com espaços de construção lhor prevenção seria a de manter nossos tra-
de adentrar, permanecer e executar ativida- de 50 anos ou mais. Estas posturas envolvem balhadores equipados devidamente, inclusive,
des são as piores possíveis. O desgaste físico torção de segmentos do corpo, desvios articu- com roupas impermeáveis e proteção respi-
e ergonômico deve ser controlado por espe- lares, sobrecarga muscular, deslocamento de ratória, mas isso é muito raro de vermos no
cialistas”, afirma o engenheiro de Segurança, equipamentos e esforços físicos”, diz Nery. Brasil”, completa.
Adilson Gutierrez Ensina, que atua na área. “Na cidade de São Paulo, algumas empresas, A Anamt recomenda um programa de vaci-
“Os riscos ergonômicos estão presentes em possuem um Programa específico em regiões nas para os trabalhadores subterrâneos con-
elevados níveis em todos os trabalhos desen- da cidade voltadas à prevenção de riscos tra tétano, hepatite A e B, vacina antigripal,
volvidos no interior de túneis, galerias e po- ergonômicos, que incluem levantamento do febre tifóide e, se necessário, contra febre a-
ços. Poderia até se afirmar que a NR-17 é uma ambiente e características das atividades, o- marela. Outro problema que pode atingir os
norma completamente ausente de tudo o que rientações específicas e realização de ginásti- trabalhadores é a leptospirose. “No caso de
se encontra nessas atividades”, acredita o au- ca laboral preventiva em função das caracte- leptospirose, não existe vacina para humanos,
ditor fiscal Sérgio Antonio. Ele cita como rísticas posturais e atividades desenvolvidas”, por essa razão, a roupa impermeável é tão
exemplo de irregularidades ergonômicas, completa a médica. importante também”, explica Scardino. Tam-
além de outras, as posturas corporais inade- bém existe a possibilidade de se adquirir vá-
quadas e prejudiciais ao trabalhador, esforços BIOLÓGICOS rias infecções de pele. “O risco bacteriológico
físicos com cargas pesadas e em situações de Já os riscos biológicos envolvem microrga- não se manifesta tão somente pela contami-
estabilidade precárias, péssimas condições nismos como vírus, bactérias, fungos, proto- nação de infecções agudas como também pela
ambientais quanto à iluminação, ruído, poei- zoários e parasitas, animais peçonhentos ou possibilidade de se contrair infecções assinto-
ras minerais, umidade, calor e animais outros organismos vivos presentes nos espa- máticas crônicas, que só vão se manifestar tar-
peçonhentos e organização do trabalho so- ços confinados e que podem ser capazes de diamente, às vezes, muitos anos após a expo-
bre lama e água, sem um piso definido e está- causar doenças ou ferimentos nos seres hu- sição (hepatite, por exemplo), o que torna es-
vel. manos. “São diversos, especialmente, porque se risco um dos mais importantes a ser consi-
A médica do Trabalho, Telma Nery, explica essas galerias costumam ter infiltração de derado nas políticas prevencionistas. Há de
que nas atividades confinadas em saneamento, águas de enchentes e, eventualmente, infiltra- se levar em conta também o risco da contami-
os principais riscos ergonômicos dizem res- ção de esgoto, que poderá ser doméstico, nação cruzada. Esse risco ocorre quando pes-

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REPORTAGEM

Sérgio Antônio
e fornecendo Equipamentos de Proteção In- uma explosão, com redes telefônicas que po-
dividual de qualidade”, completa o engenhei- dem deixar grandes porções de população
ro da Sabesp, Enéias Silva Gomes. Já o enge- isoladas e com redes da Petrobras para trans-
nheiro de Segurança da Eletropaulo, Edson porte de combustíveis. Para prevenção des-
Carvalho, afirma que “quanto aos agentes bi- tes riscos é feita intensa pesquisa de interfe-
ológicos são tomadas todas as medidas pre- rências com outras concessionárias de servi-
ventivas como mapeamentos das áreas com ços durante a execução do projeto executivo
maior risco de contaminação, adoção de pro- e a execução das obras”, afirma o engenhei-
cessos de higienização dos locais e uso de ro de Segurança do Trabalho da Sabesp, Enéias
vestimentas descartáveis”. Gomes.

OUTROS RISCOS TÚNEIS


Há outros riscos que podem estar presen-
O consultor em engenharia e diretor da A-
tes em ambientes subterrâneos. No caso dos
paest (Associação Paulista de Engenheiros de
físicos, pode haver ruído, vibração e radiações,
Segurança do Trabalho), Deogledes Monticu-
temperaturas, umidades extremas e pressões
co, considera os trabalhos em espaços confi-
anormais. Há ainda, de forma geral, riscos elé-
nados executados em túneis de 1,20 a 1,80
tricos, mecânicos, soterramento, afogamen-
m como uma das situações mais críticas do
to, queda de altura e engolfamento. O audi-
trabalho subterrâneo. Na primeira etapa, na
tor fiscal, Sérgio Antonio, aponta diversos e-
maioria dos túneis, executam-se os serviços
xemplos de onde esses riscos estão presen-
manualmente e em condições precárias. Em
tes: poeiras minerais estão presentes em aber-
um segundo momento, dependendo das con-
tura de túneis e poços, ruído na utilização de
dições do terreno, são feitos jateamentos de
equipamentos mecânicos ou pneumáticos no
cimento mais agregados e aditivos. “Apesar
Ergonomia é um problema nesta atividade interior dessas escavações, acidentes por des-
de se utilizar a ventilação e a avaliação de ga-
soas, que não estiveram presentes no ambi- moronamentos parciais e acidentes diversos
ses, o operador do jateamento e o auxiliar
ente contaminado, podem vir a se contami- pela utilização, nos apertados espaços de tra-
podem permanecer até 40 minutos na frente
nar por contato com instrumentos, equipa- balhos, de escavadeiras, caminhões, martele-
do túnel em condições precárias, numa ver-
mentos e peças do vestuário que vieram do tes, rompedores, compressores, tratores,
dadeira névoa de poeira. Muitas vezes, não
local sem passarem pela competente descon- bombas de sucção e lançadores de concreto
conseguem permanecer com a máscara e os
taminação. Um simples uniforme levado para projetado. Dependendo do local onde o tra-
óculos durante esse tempo. São forçados a
ser lavado com a roupa da família já pode ser balho for efetuado, há possibilidade de atro-
retirarem totalmente ou parcialmente para
um foco de contaminação cruzada”, conclui pelamentos ou inundações do espaço confina-
darem prosseguimento aos serviços, pois não
Paula Scardino. do. “Há o risco de queda de materiais, pois
conseguem permanecer com esses EPIs nos
Grandes empresas que atuam em trabalho se trabalha o tempo todo com carga suspen-
rostos, para permitir o posicionamento do
subterrâneo vêm tomando cuidado nesse sen- sa”, afirma a engenheira da Construcap, que
mangote nos locais a serem projetados”, ex-
tido. “Na área de saneamento básico, por realiza escavações de túneis, Valéria Florindo
plica Monticuco. O engenheiro afirma que,
exemplo, têm-se microorganismos, bactérias Pinto. “Sempre existem acontecimentos não
geralmente, esse trabalho é realizado por em-
e fungos, oriundos do esgoto. Nestes casos é previstos na escavação de túneis que se tradu-
presas subcontratadas das contratadas que ga-
necessário utilizar EPIs (Equipamento de Pro- zem em riscos. Podemos citar interferências
nharam a concorrência. Ele avalia ainda que
teção Individual) apropriados (macacões, bo- não cadastradas durante a escavação com re-
nem sempre os EPIs utilizados são apropria-
tas e luvas). Os locais também devem ser la- des elétricas, que podem ser muito perigo-
dos, necessitando de uma melhoria. “Alerto
vados e desinfetados antes de se adentrar ne- sas, com redes de gás que podem ocasionar
os profissionais da Engenharia de Segurança
les”, explica o engenheiro de Segurança Adil- do Trabalho a tomarem conhe-
Adilson Gutierrez Ensina

son Ensina. “Nos riscos biológicos, principal- cimento das fichas técnicas de
mente, nos serviços de esgoto, os emprega- todos os produtos usados no ja-
dos ficam expostos aos agentes infecciosos, teamento, pois aconteceu co-
tais como larvas, protozoários, fungos, vírus, migo que o fabricante de aditivo
riquétsias, bactérias e vermes. Estão intima- indicou um tipo de máscara e
mente ligados à carga poluente do lençol quando questionado reconhe-
freático (águas subterrâneas) de São Paulo na ceu que o EPI deveria ser usa-
fase de execução das obras e na carga bacte- do apenas a céu aberto e não
riológica dos esgotos domésticos na fase de para espaço confinado. Nessa
operação dos coletores, redes e estações de ficha técnica não havia nenhu-
esgotos. A Sabesp trabalha, principalmente, ma observação nesse sentido”,
na prevenção através de criterioso Programa aconselha Monticuco. O ideal
de Controle Médico Ocupacional, ministran- seria o uso de máscara de siste-
do vacinas, fazendo campanhas, tendo ainda ma de ar mandado e a realiza-
um procedimento para execução de tarefas Nos serviços de esgoto estão agentes infecciosos ção de escavação mecanizada.
10 PROTEÇÃO SP - NOV/2006
REPORTAGEM
PRIORIDADES NA PREVENÇÃO viços públicos, observa-se um bom trabalho
prevencionista nas respectivas áreas de atua-
Antecipação dos riscos, orientação e informação do trabalhador ção, havendo um bom intercâmbio de ações
com a DRT/SP”, afirma Sérgio Antonio. No
são medidas fundamentais para prevenir acidentes entanto, para as obras de construção e repa-
ros relativas aos serviços acima indicados e
Adilson Gutierrez Ensina

em obras rodoviárias, há dificuldades. “Para


este grupo, dada a heterogeneidade das em-
presas atuantes, são constatadas muitas falhas
na prevenção de acidentes, principalmente,
quando os trabalhos são subempreitados em
vários níveis: terceirização, quarteirização e
assim por diante. Como grande causa, verifi-
camos a dificuldade que há para serem
implementadas as normas de segurança no
fim da linha, lá no local da obra, onde os ma-
nuais, normas e procedimentos não chegam,
restando ao encarregado de um pequeno gru-
po de trabalhadores decidir como e quando
executar uma determinada tarefa que, infe-
lizmente, acaba em acidentes graves e fatais”,
lamenta o auditor. A DRT/SP costuma con-
vocar as empresas para análises prévias e
Estudo preliminar das condições do local é uma das medidas de proteção eventuais procedimentos tripartites para
A existência de inúmeros riscos faz com que mos nas buscas de metodologias de aplica- acompanhamento dos trabalhos a partir de
as empresas que atuem no trabalho subterrâ- ção das prevenções. Segundo Telma, é muito Comunicações Prévias de início de obras,
neo tenham que tomar diversas medidas de comum ainda em empresas de saneamento dependendo da complexidade, porte e riscos
proteção, que vão além do uso do EPI. “A os trabalhadores já atuarem há mais de 20 da obra.
prevenção se faz através de um estudo preli- anos no setor e resistirem a novos procedi-
minar das condições do local, da utilização de mentos. “Torna-se, então, fundamental uma EMERGÊNCIA
instrumentos de medição e controle da at- orientação participativa, antes de qualquer ou- Está claro que diante desse universo de ris-
mosfera do ambiente, do insuflamento ou e- tra mais específica”, relata a médica. cos no trabalho subterrâneo, a possibilidade
xaustão de ar, da utilização de equipamentos Além das orientações e prevenções espe- de vazamentos de gases, intoxicações e ex-
de resgate, equipamentos de ar autônomo e cíficas, é essencial um controle da atmosfera plosões são reais. E caso elas aconteçam,
de ar mandado, além dos EPIs”, enumera o onde, inicialmente, identificam-se os gases como proceder? O atendimento de resgate,
engenheiro de Segurança, Adilson Ensina. O contaminantes, suas fontes e liberação e pla- incêndio e explosões está a cargo do Corpo
tecnologista sênior da Fundacentro, Francis- neja-se o controle dos mesmos. A adoção de de Bombeiros, que deve estar capacitado tec-
co Kulcsar, aponta que os riscos devem ser dispositivos adequados para exaustão e elimi- nicamente para esse fim, como explica o coro-
antecipados na fase do projeto com a avalia- nação de gases, a ventilação local exaustora, nel aposentado do Corpo de Bombeiros, Luiz
ção qualitativa e quantitativa e controle dos drenando antecipadamente o gás metano, a Carchedi. Para ele, não há uma receita única
riscos através de um Programa de Permissão inspeção de equipamentos de solda, evitan- de resgate em espaço confinado, mas há pro-
de Entrada e Trabalho em Espaços Confina- do chamas, fumos de solda e o acompanha- cedimentos operacionais (POPs) básicos de
dos. “Para trabalhar com segurança em espa- mento da variação na concentração de gases entrada. Por exemplo, antes da entrada, deve-
ços confinados, a empresa deve providenciar também é necessário, assim como o uso re- se fazer a medição da atmosfera com apare-
a folha de PET (Permissão de Entrada e Tra- gular de Equipamentos de Proteção Individu- lho multigás. “Para um resgate bem sucedido
balho), treinamento e capacitação, exames al como máscaras e roupas adequadas, pro- e seguro o importante é ter disponível o tri-
médicos, vigia, supervisor de entrada, testes videnciando sistemas de retiradas específicas pé de resgate, constituído por: pessoal bem
da atmosfera, ventilação, sinalização, isola- como tripés com cintos. treinado, equipamento adequado e procedi-
mento, bloqueio ou liberação de energias pe- mento operacional escrito. Sem esses compo-
rigosas e Equipamentos de Proteção Indivi- DIFICULDADES nentes, a operação corre grande risco de fra-
dual, de resgate, comunicação e movimenta- Segundo o auditor fiscal da DRT/SP, Sérgio cassar”, avalia coronel Carchedi. “Os subter-
ção”, enumera Kulcsar. Antonio, a prevenção aos riscos do trabalho râneos de São Paulo são verdadeiras “bom-
Para a médica do Trabalho, Telma Nery, a subterrâneo é bem observada nas atividades bas” em potencial. Alguns são bombas de ver-
prevenção dos riscos deve priorizar a orienta- executadas em túneis, poços e galerias relati- dade porque estão contaminados com gases
ção e informação do trabalhador sobre as ca- vas às instalações e utilidades de serviços pú- inflamáveis e acabam explodindo, causando
racterísticas das atividades, para que ele tome blicos, como abastecimento de água e gás, li- vítimas entre trabalhadores e pobres transe-
conhecimento dos riscos e medidas preventi- nhas de esgotos, instalações elétricas e de untes, outros estão inundados com substân-
vas. Os treinamentos devem ser regulares e telefonia e assemelhados. “Neste grupo, tra- cias diversas como líquidos combustíveis, es-
periódicos, com participação ativa dos mes- tando-se de grandes concessionárias de ser- gotos e sabe-se lá que outros produtos quí-
12 PROTEÇÃO SP - NOV/2006
micos, provenientes de descartes clandesti- Segurança e Saúde nesse tipo de trabalho e
nos, vazamentos ou derramamentos por aci- por alguns pontos de algumas NRs, como a ELEMENTOS PARA UM PROGRAMA
dentes em vias públicas”, conclui o coronel. NR-18, que aborda o tema para a construção DE PERMISSÃO DE ENTRADA E
Outro órgão que atua em emergências é a civil. “Hoje, algumas empresas no Brasil, ado- TRABALHO EM ESPAÇOS CONFINADOS
Cetesb (Companhia de Tecnologia de Sanea- tam a norma ABNT 14.787 como legislação,  Designação de responsabilidades;
mento Ambiental do Estado de São Paulo), mesmo sem ser uma NR. Para os que não  Listar todos os espaços confinados com
que realiza a avaliação ambiental e orienta sabem, uma norma ABNT vale como lei, em seus riscos, cada espaço confinado requer
outros órgãos como os bombeiros sobre os caso de acidente no Brasil. Já a NR-18 é mais a realização da APR – Análise Preliminar
riscos existentes no local. Segundo a Cetesb, específica para construção civil e não atende de Risco;
a contaminação do subterrâneo da cidade, ge- a todo o universo de trabalhadores”, explica Sinalizar todos os espaços confinados;
ralmente, acontece por gás natural, GLP, sol- Paula Scardino. No entanto, a área será forta- Procedimentos escritos de entrada e tra-
ventes e combustível automotível. “Nosso lecida com a publicação da NR-33, que trata- balho seguro;
trabalho é de monitoramento da concentra- rá especificamente do espaço confinado. “Es- Elaborar a Permissão de Entrada e Tra-
ção de oxigênio, gases, vapores tóxicos e infla- tamos aguardando há muito tempo a norma balho (PET);
máveis. Detemos equipamentos de última ge- específica de espaços confinados no Brasil e Isolamento, trava e etiquetagem (Lock Out
ração”, afirma o gerente do setor de Opera- esperamos que essa NR-33 seja publicada ain- Tag Out);
ções de Emergência da Cetesb, Jorge Gou- da este ano, dando o norte dos procedimen- Verificação, inspeção e testes da atmos-
veia. É feito ainda o rastreamento até se che- tos operacionais necessários e infra-estrutu- fera;
gar à fonte de contaminação, exigindo-se que ra para controle dos riscos”, acredita Paula Limpeza, aeração, purga ou inertização;
providências sejam tomadas. De 1978 a se- Scardino. “Somente o simples fato de haver Ventilação;
tembro de 2006, a Cetesb atendeu 6591 uma lei irá propiciar a conscientização do ris- Supervisor de entrada e vigia;
emergências em todo o Estado de São Paulo. co num trabalho em espaços confinados. E Equipe de resgate;
Dessas, 9,1%, ou seja, 600 casos, referem- também será importante o fato de socializar Equipamento de movimentação, tripés,
se a postos e sistemas retalhistas (como abas- a informação já que poderá ser baixada da linha de vida, etc.;
tecimento de garagem de ônibus) de com- Internet no Portal do Ministério do Trabalho e EPI e EPC;
bustível que contaminaram o subterrâneo. Emprego. A NR-33 trará uma metodologia Coordenação das atividades de trabalho;
técnica de prevenção de mortes, doenças e Treinamento;
NORMAS acidentes em espaços confinados que envol- Exames médicos.
Até hoje, o trabalho em espaço confinado va a elaboração de um programa que gerencie
é orientado pela NBR 14187, que trata da todos os riscos presentes”, completa Kulcsar. Fonte: Francisco Kulcsar

PROTEÇÃO SP - NOV/2006 13
REPORTAGEM
EMPRESAS TÊM CUIDADOS CONSTANTES
Concessionárias cobram e oferecem SST para todos os trabalhadores
e mantém constante contato com os demais serviços
A exploração do subsolo é feita pelas con- Ambientais Energéticos”, no qual se analisa
cessionárias, mas as obras também são feitas todas as possíveis fontes agressivas para o tra-
por empresas terceirizadas por elas ou con- balhador com foco nas atividades no meio
tratadas pela prefeitura. Quando a prefeitura urbano. Um dos pontos analisados é o risco
vai realizar alguma obra como um túnel, cana- biológico, com um macrozoneamento
lização de córrego ou galerias, ela faz uma fi- ambiental para detectar os agentes que pos-
cha técnica do local e entrega para as permis- sam causar doenças. Outra área estudada é a
sionárias, que falam o que existem de ações ergonômica, na qual se avalia os aspectos
no lugar. Essas obras da prefeitura são feitas ergonômicos das tarefas realizadas no sub-
por empresas contratadas através de licitação. terrâneo. O método utilizado é da Universi-
O licitante contratado deve obedecer todas dade de Michigan, no qual se faz a avaliação
as normas de Segurança e Saúde no Trabalho da tarefa por filmagem e fotografia, verifican-
e conta com a fiscalização de um engenheiro do-se os esforços biomotores, de tração,
da prefeitura designado para acompanhar o compressão e torção, entre outros, para se
serviço. Já as concessionárias são fiscalizadas chegar a ações de controle. A empresa ainda
pelas subprefeituras. No caso das terceiriza- busca sempre discutir a SST. Dentro da
das, o engenheiro de Segurança, Adilson En- Eletropaulo, o serviço de rede subterrâneo é
sina, afirma que as mesmas devem ter a mes- próprio, sendo contratados terceiros somente
ma situação de segurança de quem contrata. para as obras civis. Essas terceirizadas devem
“A responsabilidade é compartilhada, sendo atender os padrões da contratante. Também
que o contratante deve, obrigatoriamente, há contato com outras empresas que utilizam
informar das condições ambientais de traba- o subsolo sempre que necessário.
lho”, diz Ensina.
SANEAMENTO
ELETRICIDADE A Sabesp solicita o cadastro de todas as
Segundo o engenheiro de Segurança da Ele- redes de serviços de todas as concessionárias
tropaulo, Edson Carvalho, todas as equipes nas áreas abrangidas pelos seus projetos. “Na
da empresa que atuam nos subterrâneos de Sabesp a maior parte das atividades subter-
São Paulo recebem treinamentos específicos râneas, isto é, debaixo da terra ou do nível
e equipamento de detecção para os gases do chão, são consideradas confinadas. Essas
mais comuns de se encontrar no meio urbano. atividades ocorrem na fase de obras e, pos-
A formação possibilita o conhecimento tanto teriormente, na operação dos sistemas de sa-
da parte elétrica quanto o conhecimento em neamento básico. Dependendo do processo
Segurança e Saúde. A Eletropaulo também construtivo e do equipamento utilizado, o mé-
está realizando um estudo que faz parte do todo de execução de túneis pode ou não ser
projeto “Programa de Prevenção de Riscos em espaço confinado”, explica o engenheiro
Flávio Durazzo/Sabesp

Sabesp: empresa solicita cadastro das redes de serviços de todas as concessionárias


14 PROTEÇÃO SP - NOV/2006
REPORTAGEM

Divulgação Comgás
de Segurança Enéias Gomes. Há belecidos e constantemente revisados
procedimentos de trabalho a serem sobre as atividades a serem desenvol-
seguidos conforme a atividade exe- vidas em espaços confinados. E, para
cutada como escavação de túneis, finalizar, pontos de monitoramento e
variando conforme o diâmetro e controle devem ser estabelecidos,
processo executivo. “Com o avan- como inspeções de segurança pe-
ço tecnológico, as máquinas para es- riódicas, assim como auditorias do Sis-
cavação de túneis de diâmetros de tema de Gestão de Segurança”, finali-
até 2500 mm não requerem mais o za o superintendente de SSMQ e Con-
operador em seu interior. A opera- formidades, Edson Moro.
ção do equipamento é feita a partir
de uma unidade de comando na su- ESCAVAÇÃO
perfície e todas as atividades para seu A Construcap realiza escavação de
funcionamento são a partir do poço túneis. Atualmente ela realiza para a
de serviço. A Sabesp já vem larga- Sabesp a execução de redes coletoras
mente utilizando estes equipamen- Comgás: treinamento para conhecer os riscos na atividade e interceptoras. Para realizar seu traba-
tos, que propiciam maior segurança na exe- de segurança praticados pela empresa para lho, a empresa utiliza monitor de gás e permis-
cução dos túneis”, exemplifica o engenheiro suas contratadas, através de um processo de são para trabalho em espaço confinado, esca-
Civil, Flávio Durazzo. Segundo o engenheiro qualificação prévio e monitoramento das das com guarda-corpo, entre outras medidas.
Gomes, a prevenção é feita com a utilização mesmas. Também troca informações com ou- No caso de umidade, usa-se bota de borracha
de equipamentos de segurança tais como: me- tras empresas que exploram o subterrâneo. cano longo, luvas de PVC e conjunto imper-
didores multigás, máscaras contra gases e po- Para prevenir os perigos do trabalho subter- meável. Visando prevenir riscos ergonômicos,
eiras, trava-quedas, preenchimento de ficha râneo, os trabalhadores são treinados para co- utilizam-se trilhos para deslocamento dos bal-
de Permissão de Entrada en Espaços Confi- nhecer os riscos envolvidos na atividade e para des cheios com material da escavação, reveza-
nados, treinamentos, entre outros. Também que possam avaliar os problemas locais. “Ou- mento de funcionários e treinamentos. A em-
são dadas informações preventivas aos tra- tro ponto importante é que aos empregados presa também se utiliza de terceiros. “Existem
balhadores. sejam disponibilizados equipamentos de mo- trabalhadores terceirizados, para os quais a
nitoramento calibrados e treinamentos para Segurança e Saúde do Trabalhador é igual a
GÁS utilização de equipamentos. Também é im- um funcionário da Construcap”, conclui a en-
Já a Comgás exige os mesmos requisitos portante que haja procedimentos bem esta- genheira Valéria Florindo Pinto.

16 PROTEÇÃO SP - NOV/2006
ESPECIAL SÃO JOSÉ DOS CAMPOS E REGIÃO

SEGURANÇA
NA INDÚSTRIA
AEROESPACIAL
RODOVIAS GESTÃO
Prevenção na Dutra Fábrica da GM investe
para usuários e em treinamento e
trabalhadores conscientização de SST
Página 28
PROTEÇÃO SP - NOV/2006Página 25 17
SÃO JOSÉ DOS CAMPOS E REGIÃO

PREVENÇÃO NO PÓLO TECNOLÓGICO


Indústria aeroespacial destaca-se pela tecnologia de ponta e
pelo acompanhamento da Segurança e Saúde do Trabalho
A Região de São José dos Campos/SP, com polarizado em torno do CTA, tendo a Em- espacial segue padrões internacionais, basean-
39 municípios, está localizada entre as duas braer, o ITA (Instituto Tecnológico de Aero- do-se em normas militares. Como é um seg-
principais metrópoles do país: São Paulo e Rio náutica) e o INPE (Instituto Nacional de Pes- mento de tecnologia de ponta, a área de Segu-
de Janeiro. Tendo como principais cidades São quisas Espaciais), em São José dos Campos, o rança e Saúde acompanha os padrões e toda
José dos Campos, Taubaté, Caçapava, Pinda- que acabou resultando num pólo tecno- a tecnologia empregada”, afirma o consultor
monhangaba, Guaratinguetá, Lorena, Jacareí, lógico”, explica a coordenadora do mestrado técnico da Uniseg, de São José dos Campos,
São Sebastião, Ubatuba e Campos do Jordão, em Gestão Integrada em Saúde do Trabalho Carlos César Silva. “As empresas do ramo ae-
a Região tem a quarta maior concentração po- e Meio Ambiente do Senac, Alice Itani. roespacial estão bem avançadas no que se diz
pulacional de São Paulo e ocupa 11,3% do A indústria aeroespacial se divide em três respeito a tecnologias de produção. E a segu-
território estadual. Por possuir um porto com segmentos. O aeronáutico que produz, avi- rança caminha junto com esta evolução”,
grande movimentação de carga em São Sebas- ões, helicópteros, seus conjuntos e partes completa o instrutor do Senai Lorena/Cru-
tião, tem fácil acesso a mercados externos. A estruturais, motores, componentes e peças, zeiro, Emerson William De Souza. No entan-
atividade industrial é a que gera mais recursos equipamentos de radiocomunicação e nave- to, Alice Itani alerta que a indústria aeroes-
para a região e tem como um dos seus maio- gação, sistemas e equipamentos embarcados pacial possui um grupo de médias empre-
res destaques a indústria aeroespacial, que se e para o controle de tráfego aéreo. O seg- sas que fabricam peças e possuem seu con-
desenvolveu em torno da Embraer, uma das mento de defesa que fabrica aeronaves para junto de riscos decorrentes de espaços de
maiores fabricantes de aviões do mundo, e os diversos tipos de missões militares, além trabalho, físicos e ergonômicos.
do CTA (Comando-Geral de Tecnologia Ae- de possibilitar a integração de sistemas, equi-
roespacial). “O Ministério da Aeronáutica cui- pamentos, componentes e partes, armamen- RISCOS
dou da formação da estrutura e do tecido so- tos não-guiados e inteligentes. E o espacial Como é uma indústria que envolve muitos
cial técnico pela formação de pessoal. Isso foi que é responsável por satélites pequenos e processos, suas atividades possuem diferen-
suas estruturas, seus equipamen- tes riscos conforme a função exercida e o seg-
tos de carga, incluindo cargas mento. O consultor Carlos Silva explica que
úteis, foguetes de sondagem há riscos químicos relacionados com poeiras,
e veículo lançador, além névoas, gases, vapores e fumos. Há uso de
de sistemas diversos e tintas, solventes, resinas e catalisadores, por
suas partes. Todo es- exemplo. Já os físicos, de uma maneira geral,
se universo se uti- envolvem ruído, vibração, calor, radiação ioni-
liza de alta tec- zante, radiação não ionizante e umidade.
nologia. “O Também há riscos ergonômi-
ramo aero- cos apresentados nos proces-
sos produti-
vos. No ca-
so da pro-
Arquivo Exposição Embraer

18
18 PROTEÇÃO SP - NOV/2006
Arquivo Exposição Embraer
dução de material bélico, os explosivos fazem
parte do arsenal de materiais utilizados. “Tra-
balhar com explosivo, por si só já envolve ris-
co intrínseco. A prevenção segue normas e
Sistemas de Gestão internacionais. Existe um
acompanhamento militar muito grande, e
qualquer atendimento de emergência, neces-
sariamente, terá o acompanhamento desta
Instituição”, explica Silva.
Um dos riscos físicos mais presentes na in-
dústria aeroespacial é o ruído. A Embraer, por
exemplo, destaca o uso de protetores auri-
culares e a análise audiométrica. A Mectron,
por sua vez, empresa de 200 funcionários que
produz mísseis, radares, sensores e subsiste-
mas para satélite, destaca que faz avaliações
quantitativas de ruídos no setor de usinagem,
marcenaria e pintura. Para a prevenção são
utilizados EPIs, conforme a NR-6, além do en-
clausuramento de fontes de ruídos e manu-
Projeto de ergonomia da Embraer previne e faz adequação dos postos
tenção preventiva das máquinas. Já a Avibras,
que produz foguetes, componentes eletrôni- CNEN para controle e monitoramento bio- Respiratória). Ainda há o acompanhamento
cos e PCA (Perclorato de Amônio) - matéria lógico periódico dos colaboradores expostos. médico e monitoramento biológico, previstos
prima para fabricação de propelentes com- no PCMSO (Programa de Controle Médico
posite (combustíveis usados em mísseis e fo- QUÍMICOS de Saúde Ocupacional), além de treinamentos
guetes - veículos lançadores de satélites) e Sobre os riscos químicos, o gerente da área de segurança para os envolvidos.
possui três unidades no Vale do Paraíba, apon- de Segurança no Trabalho e Meio Ambiente
ta a presença de ruído contínuo ou intermi- da Embraer, Luiz Alberto Ladewig, aponta o ERGONOMIA
tente, presente nos processos de fabricação uso de solventes nas áreas de pintura, adotan- Para prevenir riscos ergonômicos, a Avibras
mecânica e nos ensaios de queima controla- do máscara armandada e roupa tipo astronau- faz a manipulação de matérias-primas, com-
da de motores foguetes, realizados em bancos ta para proteger o trabalhador. Ainda há o ponentes e produtos com o auxílio de veícu-
de provas. Para a prevenção, ocorre o contro- controle desses materiais através de fichas de los, equipamentos e dispositivos que reduzem
le dos tempos de exposição, o uso de proteto- dados, que dá aos trabalhadores todas as ori- a possibilidade de sobrecarga física. “As ativi-
res auditivos de diversos tipos e a realização entações de como proceder de forma segura dades desenvolvidas não exigem, rotineira-
de treinamentos e monitoramento médico e como agir em caso de emergência. Já o téc- mente, posicionamentos ou movimentos que
periódico dos colaboradores expostos, con- nico de Segurança do Trabalho da Mectron, possam provocar patologias relacionadas a
forme o PCA (Programa de Conservação Au- José Mauro Ribeiro, aponta, além da questão LER / DORT”, afirma o engenheiro de Segu-
ditiva). da pintura, o uso de alodine para banho quími- rança da empresa, Paulo Smorigo. Já a Em-
Também há a presença da radiação ionizan- co das peças. Para proteção, faz-se o enclau- braer tem um projeto voltado para a área de
te, através dos processos de controle de qua- suramento da área e se usam EPIs como ócu- Ergonomia desde 2000, chamado Programa
lidade (ensaios não destrutivos) de peças, los, luva, máscara, calçado e avental. O enge- de Adequação dos Postos de Trabalho nas
componentes e motores foguetes. “Para a ra- nheiro da Avibras, Paulo Smorigo, por sua vez, Unidades Industriais. “Trabalhamos na pre-
diação ionizante são adotadas medidas de relata possíveis exposições a poeiras inorgâ- venção e com a adequação dos postos de pro-
proteção coletivas, aprovadas pela CNEN nicas (Alumínio e PCA-Perclorato de Amô- dução e a melhoria das instalações”, explica
(Comissão Nacional de Energia Nuclear) no nio), vapores orgânicos (Isocianatos Alifáticos, Ladewig. Para tanto, criam-se projetos na área
Plano de Proteção Radiológica da empresa”, MOCA-Metilortocloroanilina) fibras minerais de fabricação, através de análise dos riscos
explica o engenheiro de Segurança da Avibras, (Cerâmica) e vegetais (Celulósica), produtos para se estabelecer as modificações necessá-
Paulo Smorigo. Assim é feito o controle de ácidos (Sulfúrico e Clorídrico) e alcalinos (Sili- rias. O Programa possibilita a participação do
acesso às áreas de radiação, a interposição catos, Soda) e gases clorídrico, nitrosos, mo- usuário e conta com um Núcleo de Ergono-
de barreiras físicas para isolamento das fontes nóxido e dióxido de carbono. “Para preveni- mia, formado por profissionais de Segurança
emissoras, a operação e controle remoto das los são adotados sistemas de exaustão/capta- do Trabalho e engenheiros de produção. “É
fontes emissoras através de sistemas eletrôni- ção nas áreas de geração, eliminando ou ate- um trabalho em conjunto do setor de Segu-
cos e circuito interno de TV, a realização de nuando suas concentrações para abaixo dos rança do Trabalho com a Produção”, define o
treinamentos específicos e reciclagem perió- Limites de Tolerância estabelecidos”, diz Smo- gerente de Segurança do Trabalho e Meio Am-
dica dos Supervisores de Radioproteção, RIAs rigo. Os sistemas de ventilação geral ou local biente da Embraer.
(Responsáveis por Instalações Abertas) e ope- diluidora são previstos sempre que necessá- O Programa da Embraer já implantou 117
radores, acompanhamento permanente de rios, associados ao uso dos EPIs estabelecidos projetos e a meta é finalizar mais 23 ações de
exposição por meio do uso de dosímetros in- no PPRA (Programa de Prevenção de Riscos melhorias neste ano. Para realizar o progra-
dividuais encaminhados mensalmente ao Ambientais) e PPR (Programa de Proteção ma, foi firmada uma parceria com a Universi-
PROTEÇÃO SP - NOV/2006 19
SÃO JOSÉ DOS CAMPOS E REGIÃO
Arquivo Mectron

turas na realização de tarefas, levantamento explosivos. A prevenção para atenuação dos


de pesos na execução do trabalho, repetitivi- riscos de explosão acidental nos processos de
dade dos movimentos, entre outros quesitos. fabricação e manuseio de propelentes é feita
As informações levantadas possibilitaram que a partir de várias ações. “A prevenção das
se iniciasse a adequação dos postos e realiza- ocorrências inicia-se com boa seleção, basea-
ção dos projetos. Cada projeto possui um ma- da em perfil profissiográfico estabelecido, com
nual de boas práticas e é acompanhado pelo preferência para contratação de não fuman-
treinamento dos funcionários. Ainda há o Gru- tes, motivação, treinamento, adaptação, ma-
po de Reinserção que é responsável pela re- nutenção e acompanhamento médico perió-
colocação do empregado numa área em que dico dos colaboradores”, explica o engenhei-
possa exercer o trabalho sem dificuldade e ro de Segurança Paulo Smorigo.
sem prejudicar sua lesão. As áreas de fabricação e manuseio, classifi-
cadas como perigosas, são delimitadas com
EXPLOSÃO barreiras físicas e têm acesso controlado, per-
No caso da Embraer, como se fabrica a- mitido somente às pessoas autorizadas. O ma-
viões, não se faz o uso de explosivos. A Mec- nuseio das matérias-primas e produtos é fei-
Ramo segue padrões internacionais
tron que desenvolve mísseis também não tem to pelo menor número de colaboradores e
dade Federal de São Carlos para um levanta- esse risco, por ser responsável apenas pelo na menor quantidade possível necessária ao
mento antropométrico, que possibilitou que projeto e pela usinagem, o carregamento do processo. Já o desenvolvimento da atividade
se chegasse ao perfil corporal dos trabalha- míssel com explosivo fica a cargo do CTA. Já é feito em conformidade com normas e pro-
dores da Embraer. O passo seguinte foi fazer a Avibras utiliza-se de materiais, que sob cer- cedimentos de segurança, folhas de proces-
a descrição de cada atividade, análises das pos- tas condições, podem se comportar como so, folhas de operação e folhas de tarefa, sob

FORMAÇÃO ESPECIALIZADA Mirielly de Castro

 Força da indústria aeroespacial faz com que entidades


de ensino também se preocupem com o segmento
A força da indústria aeroespacial no Vale sim o desenvolvimento de uma área
do Paraíba faz com que entidades de ensi- que é indispensável para nossa Re-
no profissionalizante da Região também se gião”, explica Neves.
preocupem com o setor. “O aluno que faz O Senai é outra instituição com
o curso Técnico em Segurança do Trabalho ações voltadas para o setor. A uni-
no Senac estará perfeitamente apto a atuar dade de Cruzeiro tem uma parce-
nestas plantas industriais supervisionando e ria com a empresa Liebherr Brasil,
orientando os trabalhadores no que tange, de Guaratinguetá, que trabalha com
principalmente, às questões ligadas à pre- usinagem de alta precisão de peças Senai realiza ginástica laboral na aula
venção de acidentes”, afirma o gerente da para o segmento aeronáutico. O Senai for- desenvolvidos pelo homem com o auxílio de
unidade do Senac, em São José dos Cam- ma profissionais para atuarem na empresa software especiais), tecnologia de materiais,
pos, Alexsey Neves. “Estas empresas pos- através de cursos com conteúdos técnicos e fresagem (remoção de material com o auxí-
suem plantas industriais bastante grandes e já com informações sobre como realizar as lio de uma máquina ferramenta chamada
complexas, por isto, o trabalho sério, cor- funções com segurança, além de realizar na fresadora) convencional e CNC, entre ou-
reto e eficaz de um bom técnico em Segu- própria aula, ginástica laboral, orientando o tras. “O treinamento já recebido na área de
rança do Trabalho é indispensável para a futuro profissional. “A parceria surgiu por con- Segurança e Saúde nos permite contar com
segurança, produtividade e bem-estar dos ta da demanda da empresa por mão-de-obra mão-de-obra já previamente treinada e
trabalhadores envolvidos nestes ambien- especializada no segmento, devido à dificulda- conscientizada quanto à importância do as-
tes”, completa. A programação anual da de de encontrar no mercado profissional com sunto”, diz o gerente jurídico e de RH da
unidade procura contemplar este setor com o perfil voltado para operações de acabamen- LiebherrBrasil, Lázaro Silva. Além disso, to-
eventos que podem ser aproveitados pelos to e usinagens em peças aeronáuticas”, expli- dos os profissionais contratados pela empre-
colaboradores destas organizações. Além da ca o instrutor do Senai, Emerson De Souza. sa recebem informações sobre Segurança e
procura pelos cursos de Técnico de Segu- O curso aborda temas como Segurança e Hi- Saúde e os EPI´s necessários já na integração.
rança, os profissionais do ramo buscam a giene no Trabalho, qualidade, competências “Os pontos principais para a gestão em SST
área de Administração e Tecnologia da In- comportamentais, ISO 15100, tolerância de são a prevenção e conscientização, bem
formação. O Senac também faz atendimen- forma e posição, metrologia, desenho, pro- como procedimentos em caso de emergên-
to corporativo para a indústria aeroespacial. gramação manual e CNC (Comando Numé- cia. Há uma equipe que coordena todo o
“Estamos constantemente atendendo este rico Computadorizado, ou seja, o equipa- programa de Segurança e Saúde no Traba-
setor em nossas unidades e buscando as- mento faz usinagens através de programas lho”, conclui Lázaro Silva.

20 PROTEÇÃO SP - NOV/2006
SÃO JOSÉ DOS CAMPOS E REGIÃO
Arquivo Mectron

informatizados. Para fazer com que a Segu-


rança e Saúde seja uma realidade, os técni-
cos de Segurança do Trabalho ficam locali-
zados nas áreas de trabalho integralmente.
Dessa forma, é possível ele viver o dia-a-dia
da empresa. Há rodízios anuais para que os
técnicos passem por todas as áreas: estampa-
ria, montagem, usinagem, tratamento térmi-
co, célula (parte de montagem estrutural),
material composto (tecnologia de fabricação
de itens em material composto), pintura e
montagem final.
Quando ocorre um acidente de trabalho,
o técnico de Segurança analisa o acidente e
faz um relatório de ocorrência que vai para o
gestor da área para que seja estabelecido um
cronograma para que o acidente não se repi-
ta. Os acidentes são quantificados área por
área, e o que predomina são acidentes com
as mãos. Para evitá-los, a empresa vem inves-
Saúde e Segurança acompanha evolução da área tindo em treinamentos com o tema “Utiliza-
ção das Mãos”. Há outros treinamentos como
a supervisão de profissional capacitado, além ação imediata de brigadas internas para o de controle respiratório, o auditivo, cuida-
do uso de EPCs como sistemas para aterra- emergências formadas por bombeiros civis, dos com os olhos e utilização de veículos in-
mento de eletricidade estática, pára-raios, guardas patrimoniais, médicos, auxiliares de dustriais. Também é realizado, semanalmente,
controle ambiente de temperatura e umida- enfermagem e grupos de colaboradores trei- no setor de produção o Diálogo de Segurança,
de e EPIs como calçados especiais e vestimen- nados em combate a incêndios e primeiros no qual todos os trabalhadores da área falam
tas apropriadas. Há ainda equipes de brigada socorros, em conformidade com nosso Pla- sobre Segurança no Trabalho com a participa-
de incêndio treinadas para agirem na ocorrên- no de Ação para Emergências, o PAE”, ex- ção do técnico de Segurança da área e a super-
cia de fogo ou explosão. “Contamos com a plica Smorigo. visão. “Há uma interação muito forte entre a
área de Segurança do Trabalho e a área produ-
tiva, o que tem trazido excelentes resultados”,
EMPRESAS EM AÇÃO NA SAÚDE E SEGURANÇA diz Ladewig.

Sistema de Gestão oferece controle, minimização PIONEIRA


dos riscos e ajuda a trabalhar com melhoria contínua Fundada em 1961, em São José dos Cam-
pos, a Avibras foi pioneira na pesquisa e de-
A Região de São José dos Campos possui medida para controlá-lo. É feito um contro- senvolvimento de foguetes no Brasil, sendo
empresas que são destaques no cenário mun- le pela área de segurança através de relató- responsável pelos primeiros foguetes espaci-
dial nesta indústria. A Embraer, por exemplo, rios de ocorrências e todos os dados são ais do País – Sonda I, Sonda II e Sonda II-C.
foi fundada em 1969 pelo Governo brasileiro
Departamento de Comunicação da Avibras

e privatizada em 1994. Seu controle continua


em mãos brasileiras e ela é uma das maiores
empresas aeroespaciais do mundo. Já pro-
duziu cerca de 3900 aviões que operam em
65 países. Desde 2001, a empresa tem a Cer-
tificação OHSAS 18000, pela Gestão em SST,
e ISO 14000, pela gestão ambiental. “Isso é
muito importante porque nos ajudou no con-
trole dos riscos, ajudando-nos a minimizá-
los e a trabalhar com a melhoria contínua.
O Sistema de Gestão veio trazer esse bene-
fício para nós”, afirma o gerente da área de
Segurança e Saúde no Trabalho e Meio Am-
biente da Embraer, Luiz Alberto Ladewig.
Uma das atividades de destaque na Gestão
de Segurança e Saúde no Trabalho da empre-
sa é o gerenciamento dos riscos. Assim que
um risco é diagnosticado, prioriza-se uma Segurança completa é elemento essencial de gestão e fundamental para o sucesso da Avibras

22 PROTEÇÃO SP - NOV/2006
SÃO JOSÉ DOS CAMPOS E REGIÃO
Arquivo Exposição Embraer

CIPA na revisão dos procedimentos de gestão


de riscos e sobre mudanças nos locais de tra-
balho que se relacionem com a SST. As reco-
mendações de segurança são emitidas, como
instruções de serviço, em folhas de processo
e folhas de operação. Há ainda um ramal te-
lefônico específico, denominado Disk-CIPA e
caixas para recebimento de registros de ocor-
rências e sugestões de segurança, distribuí-
das estrategicamente nas diversas áreas da
planta, que podem ser utilizadas por todos
os trabalhadores.
Já a Área de Treinamento e Desenvolvimen-
to de Pessoal, em conjunto com a Medicina
Ocupacional e Segurança do Trabalho defi-
nem, quando cabíveis, os treinamentos da-
dos aos trabalhadores para executarem suas
tarefas com segurança. “A sensibilização e
conscientização dos colaboradores quanto às
Gerenciamento de riscos é destaque na Embraer conseqüências reais ou potenciais das ativi-
“Desde o início de nossas atividades, em 1961, de Gestão da empresa é baseado nos quesitos dades do seu trabalho e de como elas contri-
sempre acreditamos e estivemos comprome- da OHSAS 18001, que visam a melhoria da buem para atingir os objetivos e metas do Sis-
tidos com a idéia de que a Segurança Comple- qualidade de vida dos colaboradores, promo- tema de Gestão de Segurança e Saúde
ta, a segurança num sentido amplo, ou seja, a vendo a proteção da vida, da saúde e a manu- Ocupacional é feita através da realização de
segurança de nossos colaboradores, de nossas tenção de um ambiente de trabalho saudável treinamentos gerais, diálogos semanais de se-
instalações, de nossos produtos, serviços e e seguro, a preservação de instalações, produ- gurança, campanhas desenvolvidas pela CIPA,
informações, é elemento essencial de gestão tos e serviços, informações e ampliação do Semana Interna de Prevenção de Acidentes
e fundamental para o sucesso de nosso em- quadro de clientes e a prevenção de efeitos do Trabalho e, principalmente, através do
preendimento”, afirma o engenheiro de Segu- danosos ao meio ambiente. exemplo e ação de seus superiores hierárqui-
rança da Avibras, Paulo Smorigo. O Sistema A empresa também costuma envolver a cos”, explica Smorigo.

24 PROTEÇÃO SP - NOV/2006
SÃO JOSÉ DOS CAMPOS E REGIÃO

INVESTIMENTO EM INFORMAÇÃO
Para garantir a Segurança e Saúde do Trabalho de funcionários próprios, terceiros e usuários
na Via Dutra, são realizados treinamentos constantes, inspeções e manuais para orientação
Clóvis Ferreira/NovaDutra

A rodovia Presidente Dutra dá acesso às ci- usuários que podem atingir os funcionários. para atuar sozinho. Já as obras de manutenção
dades do Vale do Paraíba. Os seus 402 km tam- Para prevenir esse e outros riscos, há um ao longo da rodovia são feitas por terceiros,
bém ligam as duas regiões metropolitanas mais SESMT composto por um engenheiro, quatro que também passam por treinamentos para
importantes do país: Rio de Janeiro e São Pau- técnicos de Segurança do Trabalho que ficam proceder de acordo com as normas de segu-
lo. Construída há mais de 50 anos com apenas espalhados em escritórios ao longo da rodo- rança da NovaDutra. Eles aprendem a posi-
uma pista e duas faixas de rolamento, a Via via, um médico do Trabalho e quatro enfer- cionar a sinalização na rodovia e a realizar o
Dutra hoje funciona no sistema de concessão, meiros. Eles realizam trabalhos de treinamen- trabalho com segurança. Os técnicos de Segu-
ou seja, a transferência pelo Estado à iniciativa tos, inspeções, acompanhamento dos proce- rança da concessionária também acompanham
privada da administração do serviço da rodo- dimentos operacionais, elaborações de manu- o trabalho dos terceirizados para estarem cer-
via por um período pré-estabelecido. A con- ais, conscientização, campanhas de saúde e exa- tos de que eles estão preparados para agirem
cessionária NovaDutra é responsável por re- mes médicos. com segurança. “Todo o ano há reciclagem
cuperar, operar e administrar a rodovia. Para sobre o tráfego. Aperfeiçoamos os treinamen-
tanto, tem sido realizadas obras como pavi- TREINAMENTO tos constantemente, além de corrigir os ris-
mentação, dispositivos de drenagem, sinaliza- O atendimento ao usuário como o guincho, cos no dia-a-dia do profissional”, explica o
ção e cercas nas faixas de domínio e reformas o atendimento médico e o pedágio são feitos gestor da área de Segurança e Meio Ambiente,
de pontes, viadutos e passarelas. Novas vias por funcionários contratados pela concessio- Sérgio Bologniesi.
marginais foram abertas, barreiras rígidas de nária. Ao entrar na empresa, passam por trei-
concreto no canteiro central e novas sinaliza- namento de integração com orientação em Se- MANUAIS
ções foram implantadas. Tudo isso faz da rodo- gurança e Saúde de acordo com a função: Outra ação para garantir a segurança é a cons-
via um canteiro de obras a céu aberto, que como atuar em emergência de forma segura, trução de diversos manuais pela equipe de Se-
ainda conta com os trabalhadores que atuam como atravessar uma pista, como operar cada gurança no Trabalho. O manual de Sinalização
no pedágio, atendimento aos usuários e pro- veículo utilizado, como utilizar o guincho leve de Emergência, por exemplo, mostra como
fissionais de resgate 24h. A questão da Saúde e e o guincho pesado. Além disso, é feito um agir com segurança em uma emergência na ro-
Segurança conta com um risco diferente nesse acompanhamento por outro funcionário do dovia, explicando como trafegar e proceder
setor: os acidentes de trânsito provocados por novo contratado até ele ser considerado apto em um caso deste. Outro manual é o de Pre-
PROTEÇÃO SP - NOV/2006 25
SÃO JOSÉ DOS CAMPOS E REGIÃO

Clóvis Ferreira/NovaDutra
venção e Combate a Incêndio. Todos Para prevenir riscos ergonômi-
funcionários recebem o conteúdo do cos, por sua vez, os trabalhado-
manual e passam por treinamento prá- res da NovaDutra são orientados
tico para agir em situações como essa. a fazer alongamento antes do iní-
O manual de Direção Defensiva, por cio de suas atividades. Quem tra-
sua vez, instrui como dirigir com segu- balha na inspeção da rodovia é ori-
rança no tráfego de uma rodovia. Já o entado para fazer os exercícios
manual de Obras da NovaDutra mos- sem ajuda, pois trabalham sozi-
tra como os terceiros devem proce- nhos. “É importante conscienti-
der em relação à Segurança do Traba- zá-los a fazer o alongamento”, afir-
lho e sinalização. Se não for feita a si- ma Sérgio Bologniesi. Já para
nalização indicada nem seguidas as nor- quem atua no pedágio, a ginástica
mas estabelecidas, a obra é interrom- é feita em conjunto. Um perigo
pida até que o problema seja solucio- que também está presente no tra-
nado. Para tanto, há inspeções das con- balho em uma rodovia é o risco
dições de trabalho da obra e um proje- biológico para a equipe médica,
Manual de obras orienta sobre segurança na atividade
to de sinalização elaborado de acordo mas ela é especializada para reali-
com a característica de cada obra que deve ser sibilidade de vazamentos. Também é acionado zar a atividade de resgate com procedimentos
seguido. “Buscamos dar a parte prática e teóri- o Corpo de Bombeiros e o Órgão Ambiental. para não se expor a esse risco.
ca. Isso é fundamental”, diz Bologniesi. Ambos contam com o apoio dos funcionários
Também há o manual de Treinamento para da NovaDutra, que são treinados a não se ex- SAÚDE
os Membros da CIPA, distribuído toda vez que por. Já os profissionais de resgate da rodovia Além de exercícios laborais, a Saúde Ocupa-
os cipeiros tomam posse. O trabalho da CIPA possuem conjunto autônomo e cilindro de ar cional da NovaDutra realiza, através do Pro-
contribui para que as normas de segurança se- para fazer resgate das pessoas no local do va- grama de Qualidade de Vida, ações como orien-
jam cumpridas, pois há uma atuação conjunta zamento químico, mas a principal ação é dar tação nutricional, medições de pressão arterial,
com o SESMT. Há reuniões mensais com a apoio aos bombeiros e à Cetesb. “A equipe de glicemia, colesterol, índice de massa corpórea
participação de ambos e todas as solicitações resgate verifica se há vazamento, isola a área, e circunferência abdominal. Também são reali-
da CIPA são analisadas pelo SESMT para ver a sinaliza, remove pessoas sem que os colabo- zadas palestras sobre doenças sexualmente
necessidade e possibilidade de implantação. radores e usuários sejam colocados em ris- transmissíveis, campanhas preventivas sobre
co”, explica o gestor da área de Segurança e acidente do trabalho nas SIPATs, campanha de
RISCOS Meio Ambiente. vacinação contra a gripe e hepatite B e ofereci-
O levantamento de todos os riscos físicos, Outro risco para quem trabalha na rodovia é dos coquetéis retrovirais no centro de saúde
químicos e ambientais é feito através do PPRA o de atropelamento. “A rodovia está em movi- quando os colaboradores são as vítimas de aci-
(Programa de Prevenção a Riscos Ambientais). mento e nela se trabalha junto da velocidade. dente de trabalho com instrumentos pérfuro-
Um risco que é constantemente combatido é Há sinalização, mas, às vezes pode ter, por cortantes (agulhas).
o de acidentes com produtos perigosos. Para exemplo, um animal solto na rodovia que pode Como os trabalhos realizados pelos agen-
combatê-lo, existe um Plano de Ação de Emer- ser tirado e isso aumenta o risco”, relata tes de Atendimento Pré-Hospitalar (resgatis-
gência para Atendimento em Acidentes com Bologniesi. No caso do socorro de animais, há tas) junto ao SOS Médico baseiam-se em: busca,
Produtos Perigosos, aprovado junto à Secre- luvas e ganchos específicos para que o traba- salvamento, proteção e controle da cena, pri-
taria de Meio Ambiente. Há treinamentos para lhador não tenha contato com os mesmos. As meiros socorros, comunicação e transporte
isolar a área em caso de acidente devido à pos- viaturas da Nova Dutra também podem se en- dos pacientes até o hospital mais próximo de
volver em acidentes referência, eles estão constantemente em con-
Divulgação NovaDutra

de trânsito já que um tato com acidentes graves e que podem acar-


veículo desgover- retar problemas psíquicos nos mesmos. “Po-
nado de um usuário demos observar que todos os profissionais que
pode gerar batidas. atuam diretamente com as vítimas como, por
Para minimizar esse exemplo, bombeiros, profissionais nos prontos
risco, há treinamen- socorros, UTI´s, de Centros Cirúrgicos, co-
to em direção defen- mo médicos, enfermeiros, técnicos de enfer-
siva. Ainda se faz um magem, etc, apresentam comumente distúrbi-
trabalho constante os tais como estresse, ansiedade, medo, de-
de avaliação da rodo- pressão, insegurança, irritabilidade e insônia
via, no qual se pro- nos seus mais variados graus. Diagnosticado
põem melhorias pa- este problema, o médico líder da equipe, dá
ra o departamento suporte psicológico inicial encaminhando-o à
de obras através do Assistência Social e ao convênio médico, para
Programa de Redu- receber orientação e suporte médico psicoló-
ção de Acidentes da gico mais adequado”, explica o gestor da área
É dado suporte psicológico aos profissionais do resgate Rodovia. médica da NovaDutra, Renato Macedo.

26 PROTEÇÃO SP - NOV/2006
SÃO JOSÉ DOS CAMPOS E REGIÃO

COMPROMETIMENTO COM A SST


Unidade da GM, em São José dos Campos, realiza trabalhos
para gerenciar diferentes riscos e promover a Saúde e Segurança
Inaugurada em 1959, com a presença do tos em projetos, máquinas e equipamentos”, e CIPA.
então presidente Juscelino Kubitschek, a uni- completa o engenheiro. Para que o funciona- Já os outros elementos abrangem ações
dade da GMB (General Motors Brasil), em São mento do programa de Segurança e Saúde práticas, teóricas ou metodologias específicas,
José dos Campos/SP, foi a segunda fábrica da do Trabalho da empresa tenha êxito, foram conforme a função a que se propõem. O se-
empresa no Brasil. Hoje o Complexo Indus- estabelecidos, pela GMC, 18 elementos es- gundo elemento, por exemplo, denominado
trial Automotivo de São José dos Campos senciais de segurança. Cada elemento é co- “Caminhadas de Observações de Segurança”,
conta com 8950 funcionários. Para cuidar da ordenado por um diretor de planta, gerente consiste em caminhadas realizadas pelos di-
Saúde e Segurança desses trabalhadores, o ou profissional especializado. “Basicamente, retores nos diversos setores das fábricas, em
SESMT é composto por três engenheiros de fora as atribuições normais das profissões, o que são observadas as condições e atitudes
Segurança, 14 técnicos de Segurança, três SESMT assessora a liderança, os coordena- inseguras dos empregados. Essas atitudes
médicos do Trabalho, um enfermeiro do Tra- dores de cada elemento essencial e os pro- podem ser corrigidas no momento da abor-
balho e dois auxiliares de enfermagem do Tra- gramas em andamento. Atua também como dagem ou registradas e lançadas em um
balho. No entanto, as questões de Saúde e auditoria, procurando evidências da imple- logbook com planos de ações para as devidas
Segurança do Trabalho são mais do que ações mentação e funcionamento de cada elemen- medidas corretivas.
locais da unidade, pois seguem um programa to junto às fábricas”, afirma Carlos Pelizer. O terceiro elemento, “Práticas e Opera-
corporativo, estabelecido pela GMC (Gene- ções Seguras”, garante a revisão e atualiza-
ral Motors Corporation), que está embasado CONTROLE ção anual das normas e instruções de segu-
na responsabilidade da liderança e de cada O primeiro elemento funciona como um rança ou, quando necessário, mudanças de
empregado em ajudar a manter um ambien- gerenciador dos outros e é chamado de Co- máquinas e equipamentos, alterações nos
te seguro e livre de acidentes ou doenças do mitê Central de Segurança na Planta. De res- processos ou ações necessárias por exigênci-
trabalho. “Buscamos o comprometimento de ponsabilidade do diretor do complexo, o Co- as legais. Além disso, proporciona o treina-
cada empregado em se proteger, proteger o mitê conta com a participação de todos os mento de cada empregado envolvido, bem
colega de trabalho e também estender essa diretores de plantas, engenheiro de Seguran- como a sua reciclagem. Um outro elemento
consciência em segurança no lar e no lazer”, ça e médico do Trabalho, o presidente da que contribui para o gerenciamento da segu-
explica o engenheiro de Segurança do Traba- CIPA, representantes das engenharias de pro- rança e acaba servindo de exemplo para os
lho da GM, Carlos Roberto Pelizer. “A lide- cessos, produtos, planejamento e proteção funcionários da GM é o “Regras e Responsa-
rança, por sua vez, deverá servir como exem- patrimonial. As reuniões são mensais, bilidades Operacionais da Liderança”. Ele es-
plo e é vista como o principal instrumento de agendadas anualmente, e nelas se discutem o tabelece algumas regras para a liderança da
aplicação do Programa em Saúde e Seguran- andamento dos demais elementos e também empresa: ser exemplo em segurança, prati-
ça. Para auxiliar nesse processo, a GM todos os assuntos relevantes na área de se- car gerenciamento cooperativo, comunicar os
disponibiliza todos os recursos, materiais ne- gurança como revisão de acidentes ocorridos, resultados e os objetivos, acompanhar e
cessários e a melhor tecnologia disponível na diretrizes corporativas, diretrizes legais, SIPAT monitorar desempenhos.
condução de programas, comitês, investimen-
Arquivo GM

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NOV/2006
ACIDENTES A finalidade é despertar uma mentalidade em mente, ou num período menor, se necessá-
Há também elementos voltados para a segurança em todos os empregados. “Depois rio. Também há ações específicas para ativi-
questão de acidentes do trabalho como o “In- de despertada esta mentalidade, a dades de riscos. É o caso do elemento “Con-
vestigação de Acidentes”. Esta ferramenta implementação do Programa de Segurança trole de Materiais Perigosos”, que gerencia o
fornece todas as diretrizes necessárias para a fica mais fácil de evoluir positivamente. A de- uso dos produtos químicos utilizados na GMB.
elaboração de uma investigação de todos os monstração do conceito “Eu me preocupo”, “Para garantir a funcionalidade deste progra-
acidentes do trabalho. “A responsabilidade pela liderança, é fundamental em todo este ma, existe uma Comissão de Materiais Peri-
pelo processo de investigação é da liderança, Programa”, revela Carlos Pelizer. Também é gosos, que é responsável pela avaliação e
com o suporte do técnico de Segurança da importante conscientizar aqueles que visitam aprovação destes produtos químicos, garan-
área. Todos os acidentes são registrados e in- a empresa, por isso o sexto elemento, “Ori- tindo também o treinamento dos usuários
vestigados até se chegar à causa raiz e à defi- entação a Visitantes”, é composto por filme destes produtos, em todas as fases de pro-
nição das medidas de contenções e ações fi- educativo e pela entrega de um panfleto a cesso e descarte, com relação aos riscos as-
nais para se evitar a repetição do acidente. todos os visitantes que acessam as depen- sociados”, explica Pelizer. Outro elemento é
Os relatórios são enviados à Seção de Segu- dências da General Motors do Brasil, garan- “Entrada em Espaços Confinados”, que esta-
rança para aprovação, sendo feita a divulga- tindo que as informações básicas de segu- belece quesitos para a classificação, identifi-
ção do acidente para todos os empregados, rança sejam transmitidas na sua entrada na cação dos espaços confinados, as regras de
através das lideranças”, explica Pelizer. “Todo fábrica, seja qual for o motivo da visita. Ou- segurança para execução de atividades nes-
o esforço que a GMB empreendeu está sen- tro elemento que visa conscientizar é o “In- tes locais, treinamentos e aptidão dos empre-
do recompensado com uma redução expres- formação e Comunicação”, que tem como gados que irão executar as atividades.
siva no número de acidentes com e sem afas- finalidade a criação, promoção, elevação e a
tamento. A General Motors é uma empresa manutenção do alto nível de conscientização ESPECÍFICOS
que trabalha na redução do total de aciden- em Saúde e Segurança de todos os empre- Há ainda outros diretamente relacionados
tes e incidentes, além dos coeficientes de fre- gados, com a divulgação dos objetivos, me- a riscos específicos como o “Programa de
qüência e de gravidade”, completa o enge- didas e progressos em Saúde e Segurança. Controle de Ruído e Conservação Auditiva”.
nheiro. Outro elemento da empresa que tra- Para tanto, utilizam-se todos os recursos de Ele visa a melhoria nas instalações existentes
balha em torno dessa questão é o “Análise/ comunicação disponíveis na empresa, des- e monitora as áreas ruidosas, a instalação de
Solução e Comunicação de Acidentes e Do- de quadros de avisos até a intranet da GMB Equipamentos de Proteção Coletiva e a im-
ença do Trabalho”. Esse elemento garante a e da Corporação. plantação do uso de Equipamentos de Prote-
comunicação imediata de todos os acidentes ção Individual. Está diretamente associado aos
e doenças do trabalho, bem como os “quase EMERGÊNCIA controles médicos, através dos exames
acidentes”, que devem ser imediatamente in- A empresa ainda tem um elemento volta- audiométricos dos empregados. Já o elemento
vestigados e com o relatório preliminar pre- do apenas para as questões de emergência: “Controle de Prevenção de Quedas”, atua nos
parado e distribuído em 24 horas. “Plano de Evacuação de Emergência”. Esse trabalhos que são realizados em alturas su-
programa contempla diversos tipos de emer- periores a 1,80 metros. A condução deste
CONSCIENTIZAÇÃO gências, mostrando como cada empregado programa é baseada nos seguintes tópicos:
Para se alcançar esses resultados, a empre- deve agir no momento em que elas ocorrem, definição e identificação dos locais, definição
sa também trabalha a conscientização. Esse é de acordo com os procedimentos existentes. dos métodos de controle de riscos de que-
o lema do elemento “Programa de Compro- Estabelece também critérios para a formação das, habilitação dos empregados para ativi-
metimento dos Empregados com Segurança”. e ação das brigadas de emergência, com equi- dades em alturas, com exames específicos de
pes montadas, treinadas e recicladas anual- aptidão médica, treinamentos específicos e
elaboração da análise de riscos da atividade,
contemplando todos os riscos associados.
O elemento “Controles de Energias em
Máquinas e Equipamentos”, por sua vez,
proporciona o travamento de fontes de ener-
gias durante atividades de manutenção ou
serviços específicos em máquinas e equipa-
mentos, prevenindo a energização ou parti-
da inesperada, ou o descarregamento de
energias que possam causar lesões nos em-
pregados. Ainda há o elemento “Operação
de Veículos na Planta”, que consiste no pro-
cesso de autorização, treinamento de for-
mação e reciclagem dos empregados, plano
de manutenção preventiva de veículos, pla-
no de manutenção corretiva de veículos, pla-
no de inspeção prévia, treinamento em di-
reção defensiva para os motoristas profissi-
onais e campanhas educativas.

PROTEÇÃO SP
PROTEÇÃO SP -- NOV/2006
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SÃO JOSÉ DOS CAMPOS E REGIÃO

DESTAQUES NA SAÚDE E SEGURANÇA

Arquivo GM
 Programas de ergonomia e para terceiros
são vitoriosos na empresa há mais de dez anos
Um elemento que tem se destacado na atu- passam por um treinamento de integração,
ação em Segurança e Saúde da GM é o de quando são expostos os assuntos de seguran-
“Ergonomia”. Conduzido pelo Comitê Cen- ça contidos no Manual de Segurança para
tral de Ergonomia, esse programa é suporta- Empreiteiras, entregues para todas as empre-
do pelos Subcomitês de Ergonomia de cada sas que são cadastradas para trabalhar na
fábrica, que são assessorados pelas áreas de empresa. “No ano de 2005 tivemos uma
Segurança, Higiene e Medicina do Trabalho. marca histórica, ficamos 45 dias sem um úni-
Os conceitos de Ergonomia são adotados co acidente do trabalho entre todas as em-
desde a concepção de novos projetos até na presas, residentes ou não, no Complexo de
verificação da necessidade de melhorias nas São José dos Campos”, comemora o enge-
máquinas, equipamentos e processos. “Para nheiro de Segurança.
que se tenha uma idéia da dimensão deste
elemento, todos os empregados do Comple- MULTIPICIDADE
xo de São José dos Campos receberam trei- Todos esses 18 elementos acabam geren-
namento em Ergonomia, através de um Pro- ciando e minimizando os múltiplos riscos exis- Pelizer: comprometimento do empregado
grama especial iniciado no ano de 1994. E até tentes em uma indústria automobilística. No
hoje são reciclados periodicamente”, come- Complexo de São José dos Campos, há ope- senvolvido e implementado um Programa de
mora Carlos Pelizer. rações como fundição de alumínio, ferramen- Treinamento em Ergonomia, abrangendo:
Há também um elemento voltado para a taria, usinagens, fabricação de motores e treinamento de duas horas, com conceitos
ação dos terceiros. É o “Programa de Saúde transmissões, estamparia, fábrica de injeção básicos do programa, para diretores e geren-
e Segurança para Empreiteiras e Terceiros”, de plásticos, montagem de veículos (funilaria, tes, treinamento avançado, de 32 horas, para
introduzido na empresa há dez anos. Esse pintura e montagem), operações de CKD engenheiros e técnicos da manufatura e to-
programa busca fazer como que todos os ele- (embalagem e exportação de veículos des- dos os profissionais do SESMT, treinamento
mentos essenciais sejam estendidos e exigi- montados ou partes de veículos para o merca- específico, de oito horas, para os superviso-
dos nos desenvolvimentos das atividades de do de reposição). Ainda há 4000 emprega- res e coordenadores de times e treinamento
empreiteiras e terceiros dentro das operações dos de empreiteiras e terceiros, convivendo básico de quatro horas, para todos os em-
da GMB. “Temos um Centro de Treinamento com os 8950 empregados da GM. “Podemos pregados do Complexo. O Programa é reci-
dedicado ao atendimento desta população, concluir que reunimos quase todos os tipos clado a cada dois anos. Já o acompanhamen-
que se compara a uma empresa de grande de riscos contemplados nas NRs. Os riscos to da Saúde Ocupacional dos empregados é
porte com, aproximadamente, 4000 empre- químicos e físicos são gerenciados através de feito através da realização dos exames médi-
gados. Para o atendimento deste Programa, um programa conciso de monitoramento e cos periódicos, quando são realizados os exa-
três técnicos de Segurança da GMB são dedi- avaliações ambientais periódicas das áreas e mes específicos de cada empregado, depen-
cados exclusivamente para este fim”, conta adoção de Equipamentos de Proteção Cole- dendo da sua atividade ou função. Também
Pelizer. Os proprietários, presidentes e dire- tiva e Individual. Paralelamente, temos o Pro- são desenvolvidas diversas campanhas de saú-
tores dessas empresas prestadoras de servi- grama de Materiais Perigosos e o Programa de – como a Campanha de Vacinação Contra
ço participam das reuniões mensais de segu- de Controle de Ruído e Conservação Auditi- a Gripe, Catapora, Infarto e Tuberculose, to-
rança presididas pelo diretor do Complexo va”, diz Pelizer. Há 12 anos foi iniciado o pro- das divulgadas através de palestras informati-
de São José dos Campos desde agosto de cesso de conscientização e conhecimento téc- vas, da SIPAT, de comunicações internas, da
2004. Ainda são realizadas, mensalmente, reu- nico de todos os empregados. Foi, assim, de- intranet, de quadros de avisos e conversação
niões com os técnicos de Segurança de segurança. “Para se ter uma idéia
Arquivo GM

e os responsáveis técnicos das em- de como atuamos em segurança, a


presas, quando são repassados assun- obrigatoriedade dos serviços espe-
tos pertinentes ao Programas de Se- cializados em Segurança e Medicina
gurança da GM e são trocadas expe- do Trabalho ocorreu em 1972, porém
riências, através de divulgações das a GMB sempre contou com em-
boas práticas aplicadas e mesmo de pregados especializados nesta área.
acidentes e incidentes ocorridos. Nossa CIPA estará entrando, em
“São reuniões altamente produtivas 2006, na 44ª gestão. Vários profissio-
e muitos interessantes, pois reunimos nais renomados na área de Saúde, Se-
empresas de diversos ramos de ati- gurança e Higiene do Trabalho no Bra-
vidades que atuam nas dependênci- sil trabalharam para a General Motors
as da General Motors”, avalia Carlos do Brasil, em algum momento de suas
Pelizer. Todos os empregados que carreiras”, conclui o engenheiro
atuam nas dependências da GMB, Treinamento de operação de veículos é parte das ações Carlos Pelizer.
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