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Riscos Físicos

ESPECIALIZAÇÃO EM SEGURANÇA DO TRABALHO - TURMA 05

ALUNO: ELSON FERNANDO COSTA CUMARU


ÍNDICE
1.0 Riscos Físicos ..................................................................................................................... 3
2.0 Ruídos ................................................................................................................................ 3
2.1 Efeitos do ruído no trabalhador exposto ...................................................................... 3
2.2 Formas e metodologias de avaliação do ruído ............................................................. 4
2.3 Medidas de controle sobre o ambiente / proteção coletiva ........................................ 5
2.4 Decibelímetro ou medidor de nível de pressão sonora ................................................ 5
2.5 Dosímetro ...................................................................................................................... 5
3.0 Vibrações ........................................................................................................................... 6
3.1 Efeitos da Vibração........................................................................................................ 6
3.2 Formas e metodologias de avaliação da vibração ........................................................ 7
3.3 Medidas de controle sobre o ambiente / proteção coletiva ........................................ 7
3.4 Acelerômetros ............................................................................................................... 9
4.0 Radiações não ionizantes .................................................................................................. 9
4.1 Efeitos das radiações não ionizantes .......................................................................... 10
4.2 Formas e metodologias de avaliação .......................................................................... 10
4.3 Medidas de controle sobre ambiente / coletiva ......................................................... 11
4.4 Radiômetros, espectroradiômetros e dosímetros. ..................................................... 12
5.0 Umidade .......................................................................................................................... 13
5.1 Efeitos da Umidade ..................................................................................................... 13
5.2 Formas e metodologias de avaliação da umidade ...................................................... 14
5.3 Medidas de controle sobre o ambiente / proteção coletiva ...................................... 14
5.4 Propostas de proteção individual ............................................................................... 15
6.0 Calor ................................................................................................................................ 15
6.1 Efeitos do Calor ........................................................................................................... 15
6.2 Formas e metodologias de avaliação do calor ............................................................ 16
6.3 Medidas de controle sobre o ambiente / proteção coletiva ...................................... 17
6.4 Propostas de proteção individual ............................................................................... 18
6.5 Termômetros............................................................................................................... 18
1.0 Riscos Físicos

Riscos físicos são riscos ambientais que se apresentam em forma de energia como os
ruídos, temperaturas extremas, vibrações, radiações ionizantes, radiações não ionizantes, frio,
calor, pressões anormais e umidade. Neste trabalho consideraremos os efeitos no trabalhador,
as formas de avaliação, e medidas de controle no ambiente para os riscos físicos abaixo:

- ruídos;

- vibrações;

- radiações não ionizantes;

- umidade;

- calor.

2.0 Ruídos

As máquinas e equipamentos utilizados pelas empresas produzem ruídos que podem


atingir níveis excessivos, podendo a curto, médio e longo prazo provocar sérios prejuízos à
saúde. Dependendo do tempo de exposição, nível sonoro e da sensibilidade individual, as
alterações danosas poderão manifestar-se imediatamente ou gradualmente.

Quanto maior o nível de ruído, menor deverá ser o tempo de exposição ocupacional.

2.1 Efeitos do ruído no trabalhador exposto

O ruído age diretamente sobre o sistema nervoso, ocasionando:

- fadiga nervosa;

- alterações mentais: perda de memória, irritabilidade, dificuldade em coordenar idéias;

- hipertensão;

- modificação do ritmo cardíaco;

- modificação do calibre dos vasos sanguíneos;

- modificação do ritmo respiratório;

- perturbações gastrointestinais;

- diminuição da visão noturna;

- dificuldade na percepção de cores.


Além destas consequências, o ruído atinge também o aparelho auditivo causando a perda
temporária ou definitiva da audição.

2.2 Formas e metodologias de avaliação do ruído

Para avaliar o ruído e os níveis de exposição, a NR-15 estabelece parâmetros diferentes


para Ruído Contínuo e Intermitente e para o Ruído de Impacto. Para avaliar o ruído continuo e
intermitente determina-se que a medição dos níveis acústicos deve ser realizada próxima ao
ouvido do trabalhador, em decibéis, com instrumento de nível de pressão sonora operando na
curva de ponderação "A" e resposta lenta (SLOW).

Essa norma regulamentadora também estabelece que o limite máximo para exposição ao
ruído contínuo ou intermitente é de 115 dB(A), para indivíduos que não estejam devidamente
protegidos.

Em relação ao Ruído de Impacto, a NR-15 determina que os níveis acústicos devem ser
medidos em dB (linear) e com circuito de resposta para impacto. O limite de tolerância
estabelecido para o ruído de impacto é 130 dB (linear). Caso não seja possível medir os níveis
de ruído no circuito de impacto, as medições deverão ser realizadas no circuito de resposta
rápida (FAST). Neste caso, o limite de tolerância passa a ser 120 dB (C).

O ministério do trabalho por meio da FUNDACENTRO desenvolveu a norma de avaliação


de ruído ocupacional, denominada NHO-01 – Norma de Higiene Ocupacional – que estabelece
critérios e procedimentos para avaliação da exposição ao ruído ocupacional. Um dos
parâmetros estabelecidos pela norma para fins de avaliação da exposição ao ruído é a dose
diária de exposição. Segundo a NHO-01, a dose diária é a exposição ao ruído relativa à jornada
de trabalho diária, expresso em porcentagem de energia sonora, que tem como referência os
limites de tolerância estabelecidos pela NR-15. Além destes critérios de referência, a norma
NHO-01 considera o incremento de duplicação de dose igual a 3, enquanto a NR-15 considera
incremento igual a 5. Existem medidores integradores denominados dosímetros que registram
a dose de ruído diária. Entretanto, este parâmetro pode ser calculado medindo-se os níveis de
pressão sonoros e cronometrando o tempo de exposição a cada nível medido.

Para avaliação de ruído ocupacional utilizando a Dose diária de ruído, considera-se 100%
o valor de dose diária máxima permitida. Uma vez que este valor é excedido, medidas
imediatas devem ser iniciadas para atenuar a exposição do trabalhador ao ruído. A norma
NHO-01 determina também que a partir do valor de 50% da dose de ruído são necessárias
ações preventivas que minimizem os danos à saúde do funcionário causados pela exposição ao
ruído, bem como medidas que visem evitar que os níveis sonoros sejam elevados.
2.3 Medidas de controle sobre o ambiente / proteção coletiva

Para evitar ou diminuir os danos provocados pelo ruído no local de trabalho, podem
ser adotadas as seguintes medidas:

a. Medidas de proteção coletiva: enclausuramento da máquina produtora de ruído;


isolamento de ruído.
b. Medida de proteção individual: fornecimento de equipamento de proteção
individual (EPI) (no caso, protetor auricular). O EPI deve ser fornecido na
impossibilidade de eliminar o ruído ou como medida complementar.
c. Medidas médicas: exames audiométricos periódicos, afastamento do local de
trabalho, revezamento.
d. Medidas educacionais: orientação para o uso correto do EPI, campanha de
conscientização.
e. Medidas administrativas: tornar obrigatório o uso do EPI: controlar seu uso.

2.4 Decibelímetro ou medidor de nível de pressão sonora

Os aparelhos mais modernos possuem memória com armazenamento de dados, os


modelos mais simples ou antigos oferecem apenas a opção de leitura imediata dos níveis de
ruído no visor.

O microfone é peça vital na composição do equipamento, sua função é a de transformar o


sinal de pressão mecânica em sinal elétrico. Normalmente os decibelímetros usados
comercializados no Brasil operam entre 30 a 140 Decibéis.

2.5 Dosímetro

É usado para avaliar o ruído no qual o trabalhador está submetido durante determinado
período no ambiente de trabalho. Com o equipamento fixado no trabalhador ele permite a
medição do ruído com o cálculo automático da dose de ruído. O interessante desse
equipamento é que ele oferece o percentual de ruído no qual o trabalhador está exposto.
Tudo depende da configuração previamente programada no aparelho.

O dosímetro é considerado o aparelho mais eficiente e detalhista para as medições de


ruído, sendo por isso, preferência entre muitos profissionais.
3.0 Vibrações

As vibrações definem-se como o movimento oscilatório de um corpo em torno do seu


ponto de equilíbrio. O número de vezes que este ciclo se repete, por segundo, designa-se
por frequência e é medido em Hertz (Hz). No meio laboral, as vibrações constituem agentes
físicos nocivos que afetam a saúde e segurança dos trabalhadores. Encontram-se presentes em
quase todas as atividades, nomeadamente em construção civil e obras públicas, indústrias
extrativas, exploração florestal, fundições e transportes.

As vibrações transmitidas ao corpo humano podem ser classificadas em dois tipos, de


acordo com a região do corpo atingida: vibrações de corpo inteiro - são de baixa freqüência e
alta amplitude, situam-se na faixa de 1 a 80 Hz, mais especificamente 1 a 20 Hz. Estas
vibrações são específicas para atividades de transporte e são afetas à norma ISO 2631. As
vibrações podem ser de corpo inteiro, ou seja, são vibrações transmitidas ao corpo com a
pessoa sentada, em pé ou deitada. Normalmente esse tipo de vibração ocorre em trabalhos
com máquinas pesadas como tratores, caminhões, ônibus, máquinas de terraplanagem,
máquinas industriais, etc.

Vibrações de extremidades (também conhecidas como segmentais, localizadas ou de mãos


e braços): são as mais estudadas, situam-se na faixa de 6,3 a 1250 Hz, ocorrendo nos trabalhos
com ferramentas manuais e normatizadas pela ISO 5349. Ocorrem normalmente em
operações que demandam uso de ferramentas manuais vibratórias ou giratórias, alguns
exemplos são marteletes, britadores, compactadores, máquinas de polir, motosserras,
lixadeiras, peneiras vibratórias e furadeira.

As consequências da vibração no corpo dependem de quatro fatores, pontos de aplicação


no corpo, freqüência das oscilações, aceleração das oscilações e duração da ação.

O interessante é que ninguém fica exposto à vibração passivamente como ocorre no ruído,
no caso da vibração o contato faz parte do processo.

3.1 Efeitos da Vibração

Os efeitos da vibração no homem dependem, entre outros aspectos, das frequências que
compõem a vibração. As baixas frequências são as mais prejudiciais: de 1 até 80 a 100 hz.

Nessas faixas de frequência ocorre a ressonância das partes do corpo humano, que pode
ser considerado como um sistema mecânico complexo. Acima de 100 hz, as partes do corpo
absorvem a vibração, não ocorrendo ressonância.

Estudos revelam que as vibrações de baixa freqüência podem causar dores abdominais,
náuseas, dores no peito, perda de equilíbrio, respiração curta e contrações musculares.

A exposição de corpo inteiro e longa duração pode danificar o sistema nervoso central
autônomo, o resultado pode ser queixas de fadiga, irritação, cefaleia, problemas de coração
como aumento da freqüência cardíaca e até impotência no aparelho reprodutor masculino.
Problemas na espinha dorsal também foram relatados em pessoas com idosas, as jovens que
foram expostas passaram a ter tendência a desenvolver tensão muscular.

Motoristas de tratores, ônibus, caminhões, operadores de trens e operadores de


equipamentos pesados usados no asfaltamento tem tendência a desenvolver desordens
espinhais, problemas musculares e de juntas.

A vibração também pode causar problemas na visão o que aumenta o risco de acidentes.
Projetos ergonômicos inadequados, posturas incorretas ou forçadas, níveis de ruído elevado
pressão no trabalho, podem complicar ainda mais os problemas relacionados á exposição de
corpo inteiro.

A exposição a vibrações ocupacionais de curta duração de corpo inteiro também é


prejudicial, provocando efeitos fisiológicos, como aumento do batimento cardíaco por causa
da resposta ao estresse geral ou leve ou aumento da intensidade da respiração.

De forma geral a exposição à vibração também pode gerar outros efeitos catalogados,
entre eles estão: lentidão nos reflexos, falta de concentração para o trabalho, gastrites,
ulcerações, degeneração paulatina do tecido muscular e nervoso, principalmente para os
expostos a vibrações localizadas. Os trabalhadores expostos á vibrações nas mãos apresentam
a doença conhecida como dedo branco, que causa perda da capacidade de manipular e a
perda do tato nas mãos e nos dedos.

3.2 Formas e metodologias de avaliação da vibração

As medidas são realizadas na interface entre a pele e a fonte de vibração. Há dois tipos de
sensores de vibração: os sem contato (capacitivo e indutivo) e os com contato
(eletromagnético e piezoelétrico); enquanto aqueles permitem a medição fora do sistema
vibratório, estes são obrigatoriamente fixados no sistema vibratório.

O sistema básico para medição de vibrações é composto por sensor de vibração


(transdutor), amplificador e um integrador ou diferenciador que permite a transformação da
medida em sinal elétrico; o sistema ainda pode ser dotado de filtro de bandas para selecionar
frequências específicas.

Cada segmento do corpo humano possui resposta específica à vibração, em função da


freqüência, além do que, raramente é unidirecional, daí porque a necessidade de
estabelecimento de eixos para mensurar a exposição.

3.3 Medidas de controle sobre o ambiente / proteção coletiva

As principais medidas de controlo de risco das vibrações na indústria passam, então, por:
a. Adoção de medidas administrativas, que têm como objetivo a diminuição do tempo
diário de exposição às vibrações e incluem ações de organização do trabalho – como o
estabelecimento de pausas no trabalho e rotação dos postos de trabalho;
b. Adoção de medidas técnicas, que têm como objetivo a diminuição da intensidade
de vibrações que são transmitidas ao corpo humano – quer seja diminuindo a
vibração na sua origem, quer seja evitando sua transmissão até o corpo;
c. Proceder ao isolamento de fundações;

O método mais frequente para a implantação de máquinas é a construção de uma base


maciça de concreto, uma fundação mais rígida. O isolamento de fundações é a solução clássica
para evitar a transmissão das vibrações de equipamentos e maquinas.

As medidas de controle de risco das vibrações passam ainda pela redução


das vibrações na fonte. Normalmente consegue-se diminuir a intensidade da vibração na
fabricação das ferramentas ou na sua instalação (fase de projeto).

Em alguns casos é possível modificar uma máquina para reduzir o seu nível de vibração
trocando apenas a posição das partes móveis – modificando os pontos de fixação ou as uniões
entre os elementos móveis.

Medidas de isolamento de vibrações também são eficientes, com o uso isolantes de


vibração, tais como:

a. molas ou elementos elásticos nos apoios das máquinas;


b. massas de inércia;
c. plataformas isoladas do solo;
d. anéis absorventes de vibração nos punhos das ferramentas;
e. assentos montados sobre suportes elásticos.

Apesar de não diminuir a vibração original, impede que se transmita ao corpo evitando-
se, assim, danos á saúde do trabalhador.

Para se reduzir a transmissão de vibrações provocadas ao “conjunto” mão-braço, deve-se


privilegiar a aquisição de ferramentas e máquinas portáteis dotadas de punhos anti-
vibratórios.

Verifica-se ainda que a utilização de máquinas em velocidade de rotação mais reduzida


pode induzir a redução do nível de vibrações associadas.

Se não for possível reduzir a velocidade como medida de prevenção suplementar à


vibração transmitida ao trabalhador, deve-se recorrer a uso de equipamentos de produção
individual (EPIs): luvas, cintos e botas que isolam a transmissão de vibrações.

É conveniente também como medida de controle dos riscos das vibrações a realização de
exames médicos específicos para conhecer o estado de saúde dos trabalhadores exposto e,
assim, atuar nos acasos de maior susceptibilidade do trabalhador.
3.4 Acelerômetros

O sistema básico para medição de vibrações é composto por sensor de vibração


(acelerômetro), amplificador e um integrador ou diferenciador que permite a transformação
da medida em sinal elétrico; o sistema ainda pode ser dotado de filtro de bandas para
selecionar frequências específicas. O acelerômetro converte movimento vibratório em sinal
elétrico.

Os acelerômetros do tipo piezoresistivos (corpo inteiro) e piezoelétricos (mãos e braços)


são utilizados para medir a exposição à vibração.

Os piezoresistivos trabalham em baixa frequência (0 Hz) e são muito sensíveis, porém


grandes.

Os piezoelétricos trabalham bem em frequências mais altas, com pouca sensibilidade, com
a vantagem de serem pequenos e leves.

4.0 Radiações não ionizantes

Todas as ondas eletromagnéticas têm uma origem comum – a movimentação de cargas


elétricas. Elas variam em frequência, comprimento de onda e nível energético, produzindo
assim diferentes efeitos físicos e biológicos.

Radiação Ultravioleta: as fontes mais conhecidas são, além do sol, a solda e o corte
oxiacetileno e a solda por arco eléctrico. Os raios UV têm um poder de penetração
relativamente fraco, e os seus efeitos no organismo humano se restringem essencialmente aos
olhos e à pele, com inflamação dos tecidos do globo ocular e queimaduras cutâneas, podendo
ainda causar a fotossensibilização dos tecidos biológicos.

Radiação Infravermelha: pode ser utilizada em qualquer situação em que se queira


promover o aquecimento localizado de uma superfície. Este tipo de radiação pode ter
aplicação na secagem de tintas e vernizes e nos processos de aquecimento de metais. É
perceptível como uma sensação de aquecimento da pele, podendo causar efeitos negativos no
organismo como queimaduras de pele, aumento persistente da pigmentação cutânea e lesões
nos olhos.

Laser (Light Amplification by Stimulated Emission of Radiation): caracteriza-se pela alta


incidência e direção do feixe de luz e pela elevada energia incidente por unidade de área, com
utilizações em operações de solda, perfuração e corte, ou ainda como fonte de luz para a
aplicação na emissão de linhas luminosas. A utilização dos lasers pode ter efeitos negativos no
organismo humano, afetando o globo ocular ou a pele, dependendo da faixa de comprimento
de onda da radiação emitida, podendo causar queimadura da córnea, lesão grave da retina ou
queimaduras da pele.
4.1 Efeitos das radiações não ionizantes

Outros efeitos podem ser avaliados e detectados também nos seguintes tipos de radiações
não ionizantes, como:

- micro-ondas e radiofrequências que afetam o corpo principalmente com aumento


da temperatura (rádio e TV, forno de micro-ondas)

- infravermelha que normalmente está presente em fontes locais de emissão de calor;


a exposição é aumentada pela proximidade (fornos, fundições).

- radiações solares UVA com comprimento de onda entre 315 a 400 nm é constante
praticamente durante todo ano, tanto faz se for inverno ou verão, sua intensidade
varia pouco ao longo do dia, e é um pouco maior no período entre 10 e 16 horas; esta
radiação penetra profundamente na pele, sendo a principal responsável pelo
fotoenvelhecimento e tem participação importante nas fotoalergias.

- radiações solares UVB com comprimento de onda entre 280 a 315 nm cerca é
absorvida (em 90%) pela camada de ozônio, entretanto a incidência dos raios UVB
aumentam muito durante o verão, nos horários entre 10 a 16 horas os raios atingem
o máximo de intensidade; e apesar de penetrarem superficialmente na pele, os raios
causam queimaduras solares e alterações nas células que provocam o surgimento de
câncer de pele.

4.2 Formas e metodologias de avaliação

O valor do limite de tolerância para exposição ocupacional à radiação ultravioleta


incidente sobre os olhos ou pele, onde os valores de irradiação são conhecidos e o tempo de
exposição é controlado, é o seguinte:

a) a região do espectro ultravioleta próximo (320 a 400 nm), a irradiação total incidente
sobre os olhos ou pele desprotegidos não deve exceder 1 mw/cm2 para períodos
maiores que 103 segundos (aproximadamente 16 minutos), e para tempo de
exposição menor que 103 segundos não deve exceder 1 J/cm2.
b) para a região do espectro da ultravioleta actínico (200-315 nm), e exposição à radiação
incidente sobre os olhos ou pele desprotegidos não deverá exceder os valores a
valores médios de tabelados, durante um período de 8 horas.

Na legislação nacional, não se especificam valores máximos permissíveis para radiação


ultravioleta, mas no Anexo n° 7 da Norma Regulamentadora NR-15 da Portaria n° 3214 de 06
de Julho de 1978, determina-se: “as operações ou atividade que exponham os trabalhadores
as radiações não ionizantes, sem a proteção adequada, serão consideradas insalubres, em
decorrência de laudo de inspeção realizada no local de trabalho”.
As atividades ou operações que exponham os trabalhadores às radiações da luz negra
(ultravioleta na faixa 400-320 nanômetros), não serão consideradas insalubres.

Radiação infravermelha. Os valores dos limites de tolerância são estabelecidos em


conjunto para o problema “calor”, que é tratado separadamente. Porém, é interessante
destacar aqui que se encontram em fase de estudo e aprovação valores limites específicos
para o setor do espectro denominado de “infravermelho próximo”, que corresponde à faixa
mais próxima à da radiação visível.

A seguir especificam-se os valores propostos pela ACGIH em 1978. Proposta de limite de


tolerância para infravermelho próximo (1400 nm > λ >〉 770 nm): “para evitar possíveis efeitos
retardados sobre o cristalino dos olhos (cataractogênesis), a radiação infravermelha (λ > 770
nm) deve ser limitada a 10 mWxcm².”.

Avaliação da radiação laser. A radiação laser, direta ou refletida, pode afetar os olhos e a
pele, especialmente os primeiros, ainda que a potência seja baixa. Devido ao risco, que é
muito alto, e à variedade de lasers existentes, os limites de tolerância, assim como os
equipamentos de avaliação apresentam características de complexidade que aconselham que
esses dois pontos sejam abordados total e exclusivamente por especialistas.

4.3 Medidas de controle sobre ambiente / coletiva

Medidas de Prevenção de Radiação Ultravioleta: como prevenção, recomenda-se o


isolamento da fonte em cabines ou com cortinas de cor escura, redução do tempo de
exposição, proteção da pele com vestuário adequado, luvas ou cremes-barreira, e proteção
dos olhos com óculos ou viseira equipados com filtro adequado em função do tipo de
ultravioleta emitido.

Radiação ultravioleta:

- atuação em primeiro lugar sobre a fonte, mediante projeto adequado da instalação,


colocação de cabines ou cortinas em cada posto de trabalho, sendo preferencial a utilização de
cor escura;

- redução do tempo de exposição;

- manutenção dos equipamentos;

- proteção da pele através de vestuário adequado, luvas ou cremes barreira;

- proteção dos olhos através de óculos ou viseiras equipados com filtros adequados em
função do tipo de ultravioleta emitido, mesmo em curtas operações de soldadura, como o
“pingar” o trabalhador não deverá retirar a proteção;

- vigilância da saúde para detecção precoce de alterações nos órgãos alvo;


- formação e informação dos trabalhadores expostos à radiação ultravioleta de forma a
utilizar os procedimentos mais corretos.

Medidas de prevenção na utilização de Laser: as medidas preventivas dependem do


comprimento de onda, duração da exposição, potência do pico e frequência de repetição e em
particular da aplicação, sendo de referir, o evitar superfícies refletoras, iluminação ambiente
suficiente e homogénea (para limitar a abertura da pupila do olho) e evitar a exposição direta
dos olhos em relação ao feixe laser e aos espelhos.

Laser:

- dotar os equipamentos de laser com adequados sistemas de ventilação e exaustão;

- uso imprescindível do equipamento de proteção individual (óculos com proteção em


todo o redor e em conformidade com as frequências relevantes, vestuário e luvas adequados);

- evitar superfícies refletoras nas instalações (uso de acabamentos mate);

- assegurar iluminação suficiente e homogénea na instalação de forma a limitar a abertura


da pupila do olho;

- evitar a exposição direta dos olhos em relação ao feixe laser e aos espelhos;

- vigilância da saúde com especial atenção para as características e estado da pele e do


globo ocular;

- formação e informação dos trabalhadores expostos de modo a minimizar os riscos de


exposição.

4.4 Radiômetros, espectroradiômetros e dosímetros.

A radiação ultravioleta pode ser medida por detectores químicos ou físicos, geralmente
associados a dispositivos que permitem selecionar o comprimento de onda da radiação.
Detectores físicos incluem dispositivos radiométricos, cuja resposta depende do efeito de
aquecimento produzido pela radiação, e dispositivos fotoelétricos, cujos fótons incidentes são
detectados por efeitos quânticos, como a produção de elétron.

Detectores químicos incluem emulsões fotográficas, soluções actinométricas e filmes


plásticos sensíveis à RUV. Divide-se em três os tipos de sistemas de medição empregados na
detecção da RUV: radiômetros, espectroradiômetros e dosímetros. Os dois primeiros são
instrumentos de leitura direta que usam detectores eletro-óticos para converter a radiação
incidente em sinal elétrico. Radiômetros medem a potência radiante incidente, enquanto
espectroradiômetros medem a distribuição de energia radiante. Ambos atuam em uma ampla
faixa do espectro e podem ser modificados e calibrados para operar como dosímetros, nesse
caso, respondendo diretamente à dose incidente, ou seja, à exposição radiante.
5.0 Umidade

Operações realizadas em ambientes com umidade podem causar problemas de pele e fuga
de calor do organismo. A umidade está presente em ambientes alagados ou encharcados. A
legislação básica encontra-se na NR 15 em seu Anexo 10. As atividades ou operações
executadas em locais com umidade excessiva, capazes de produzir danos à saúde dos
trabalhadores (problemas respiratórios, quedas, doenças de pele), devem ter a atenção dos
prevencionistas por meio de verificações realizadas nesses locais para estudar a implantação
de medida de controle.

A umidade pode ser maléfica para nosso corpo, tudo dependerá de como ela está
presente no ambiente em maior ou menor quantidade e de como nos expomos a ela. A
legislação diz que as atividades ou operações executadas em locais alagados ou encharcados,
com umidade excessiva, capazes de produzir danos à saúde dos trabalhadores, serão
consideradas insalubres em decorrência de laudo de inspeção realizada no local de trabalho.

Podemos citar alguns segmentos onde a umidade está presente como as lavanderias, onde
sempre está presente de forma bem evidente, em lavanderias, em lava jatos, frigoríficos,
cozinhas, pesca, entre outras atividades.

5.1 Efeitos da Umidade

Os efeitos da umidade podem ser graves e podem envolver:

- doenças do aparelho respiratório,

- quedas,

- doenças na pele,

- doenças circulatórias,

- entre outras.

A forma de penetração pode ser cutânea ou respiratória. A umidade em si não entra pela
pele, no entanto, no caso de contato com algum tipo de umidade contaminada o risco do
agente agressivo passar pelos poros é real. Quando o líquido é aquecido ele evapora tornando-
se uma camada de água dispersa no ar. Quando esse líquido carrega consigo agentes nocivos
sejam eles químicos ou biológicos é necessário entrar com a proteção adequada.
5.2 Formas e metodologias de avaliação da umidade

A análise pericial da insalubridade devido à umidade é qualitativa (e não quantitativa) e


está fundamentada no Anexo 10 da NR-15. Por ser qualitativa, existem muitas controvérsias
em sua análise, não sendo incomum que ótimos peritos se divirjam em suas avaliações.

A umidade pode ser observada com ou sem a utilização de instrumentos de medição.


Uma ação judicial que confere insalubridade a uma professora de natação mostra um caso em
que não é necessária a utilização de instrumento de medição para medir a umidade da piscina,
por exemplo, neste caso há decisão judicial que diz que “as atividades ou operações
executadas em locais alagados ou encharcados, com umidade excessiva, capazes de produzir
danos à saúde dos trabalhadores, serão consideradas insalubres em decorrência de laudo de
inspeção realizada no local de trabalho”, sendo assim necessário laudo que observe que o
trabalhador tem exposição excessiva ao ambiente alagado ou encharcado.

Neste caso, a análise pericial é relativamente simples e consiste apenas em avaliar o local
de trabalho e enquadrá-lo (ou não) na situação acima.

No que se trata de instrumentos, higrômetro é o nome dado a um equipamento usado


para medir a umidade relativa do ar. São usados para medir o clima de ambientes onde o
excesso de umidade poderia causar danos, medindo a umidade a que trabalhadores estão
expostos.

5.3 Medidas de controle sobre o ambiente / proteção coletiva

Barreiras de contenção ou proteção podem ser criadas para evitar que o trabalhador
tenha contato com a umidade.

Em alguns locais o excesso de umidade é fruto da falta de luz solar e arejamento do


ambiente. Em ambientes assim, a simples ação de prover formas de proporcionar a entrada de
luz solar e circulação de ar no ambiente pode ser a solução. Em ambientes onde não for
possível prover iluminação solar e circulação de ar natural, a colocação de exaustores e ar
condicionado pode resolver o problema.

É preciso estar atento às tubulações para perceber possíveis vazamentos e infiltrações nas
edificações. Infiltrações além de doenças podem causar danos severos à estrutura da
edificação e inspeção realizada no local de trabalho”, sendo assim necessário laudo que
observe que o trabalhador tem exposição excessiva a ambiente alagado ou encharcado.

Podem ser instalados ralos, estrados de madeira, desvios de curso d’água dentre outros.
5.4 Propostas de proteção individual

O uso de EPI para evitar contato direto com a umidade pode ser muito eficiente se os EPI
forem escolhidos com critério. Luvas de PVC, botas, aventais de PVC, roupas de PVC, Touca,
Viseira Facial, Máscara, Jaleco são ótimos exemplos de EPI usados para limitar o contato com
umidade. No caso de motociclista deve ser acrescentado capacete, esse além de proteção
contra impactos protegerá contra a umidade proveniente da chuva.

Quando se fala sobre EPI é sempre importante lembrar que não basta fornecê-lo, é
necessário orientar e treinar sobre como usar, guardar e higienizar (NR 6 item 6.6.1).

6.0 Calor

Altas temperaturas são nocivas à saúde do trabalhador, podendo provocar doenças como:
erupções na pele, cãibras, insolação, distúrbio psiconeuróticos, etc. A sobrecarga térmica no
organismo humano é resultante de duas parcelas de carga térmica, uma carga externa
(ambiental) e outra interna (metabólica). A carga externa é resultante das trocas térmicas com
o ambiente. A carga metabólica é resultante da atividade física que exerce.

As trocas térmicas atingem o trabalhador através das seguintes formas:

- condução: quando existe o contato do trabalhador com ferramentas e superfícies, por


exemplo;

- convecção: atinge o trabalhador através do movimento de convecção do ar a sua volta;

- radiação: as trocas por radiação entre o trabalhador e seu entorno, quando há fontes
radiantes severas, serão as preponderantes no balanço térmico e podem corresponder a 60%
ou mais das trocas totais;

- evaporação: acontece através do suor, que alivia o trabalhador.

6.1 Efeitos do Calor

Quando submetido a altas temperaturas, pode haver queda de pressão sanguínea do


trabalhador, já que para aumentar o fluxo do sangue e tentar diminuir a temperatura do
corpo, os vasos sanguíneos se dilatam.

Além disso, pode haver também:

- golpe de calor (Hipertermia ou Choque Térmico);

- exaustão pelo calor;

- prostração térmica por desidratação;


- prostração térmica pelo decréscimo do teor salino;

- cãibras de calor;

- enfermidades das glândulas sudoríparas;

- edema pelo calor.

Se a exposição prolongada ao calor em excesso persistir, é possível que o indivíduo


desenvolva um aumento da irritabilidade, fraqueza, depressão, ansiedade e incapacidade para
se concentrar.

Nos casos mais graves podem ocorrer alterações físicas:

- desidratação,

- erupção (vesículas roxas na área afetada da pele);

- câimbras (espasmos e dor nos músculos do abdômen e das extremidades);

- alterações neurológicas.

6.2 Formas e metodologias de avaliação do calor

A avaliação do calor extremo deve obter a temperatura do ar, a velocidade do ar, a carga
radiante do ambiente a umidade relativa do ar e o metabolismo, por meio da atividade física
da tarefa.

Para medir a temperatura do ar utiliza-se a medição da temperatura de bulbo seco (TBS


o
C) com o termômetro comum, a umidade relativa do ar com o temperatura de bulbo seco
natural (TBN) e temperatura de bulbo seco psicrométrico. A velocidade do ar através do
anemômetro. O calor radiante através do termômetro de globo. O calor produzido pelo
metabolismo que pode ser medido através da calorimetria direta (câmara) ou indireta
(consumo de oxigênio) ou estimado através de tabelas e análises de tarefas.

Na avaliação do calor, o conjunto convencional para a determinação do IBUTG é


composto de termômetro de globo, termômetro de bulbo úmido natural e termômetro de
bulbo seco.

As temperaturas a serem medidas são a temperatura de bulbo úmido natural (TBN), a


temperatura de globo (TG) e a temperatura de bulbo seco (TBS). Quando não houver a
presença de carga solar direta não é necessária a medição da temperatura de bulbo seco.

Uma vez determinados os parâmetros relacionados no parágrafo anterior, deve-se


proceder aos cálculos necessários para a determinação do IBUTG médio e da Taxa Metabólica
média a serem utilizados na caracterização da exposição ao calor.
Deve ser calculado o IBUTG de cada situação térmica, utilizando-se as Equações
fornecidas pela norma, em função da presença ou ausência de carga solar direta.

Os dados a serem utilizados nestes cálculos são as temperaturas médias obtidas segundo
os critérios estabelecidos na norma.

Deve ser atribuído o valor da taxa metabólica (M) para cada atividade física identificada,
utilizando-se quadro fornecido em norma.

Uma vez determinados o “IBUTG” e o “M”, o limite de exposição ao calor será


considerado ultrapassado quando o “IBUTG” exceder o “IBUTG” MÁX correspondente ao “M”
obtido, conforme definido em tabela da norma.

6.3 Medidas de controle sobre o ambiente / proteção coletiva

Existem dois caminhos principais, ou seja, tornar a atividade menos crítica ou o ambiente
mais ameno.

Existem algumas medidas que auxiliam no combate aos problemas ocasionados pelo risco
físico do calor, uma delas é o trabalho em turnos, onde o trabalhador descansa e fica longe das
fontes térmicas.

Outra maneira de aliviar o incômodo das altas temperaturas é se beneficiando da troca


térmica do tipo convecção. Isso pode ser feito através do uso de ventiladores, ar-
condicionado, ambientes abertos (janelas, frestas, persiana), tubulações de ar, uso de
umidificadores (pode ser sprays com água) etc.

Os mesmos ventiladores, tubulações de ar e qualquer outro meio que provoque correntes


de ar, também ajudam na evaporação do suor da pele do trabalhador, pois estes evaporam
com o aumento da movimentação do ar e da redução da umidade.

Podem também ser blindadas as fontes radiantes (encerradas), cuidando-se para que os
revestimentos sejam de baixa re-radiância. A superfície final que faz fronteira com o ambiente
deve ser de um material de baixa emissividade infravermelha. Os metais polidos fazem esse
papel, sendo o mais prático o alumínio polido. Dessa forma, as fontes emitem menos calor, e,
portanto, perdem menos calor para o ambiente;

Outras medidas podem ser a redução da área exposta da fonte, redução da própria
temperatura de trabalho, retirada de gases quentes do ambiente, criando barreiras refletivas
entre o trabalhador e a fonte de calor, aumentando a distância da fonte e trabalhador. Ainda
existem medidas na forma de trabalho como mecanização do trabalho, realização do trabalho
em dupla, introdução de pausas, redução do peso unitário das cargas.
6.4 Propostas de proteção individual

O uso de EPI para evitar os efeitos do calor excessivo muitas vezes trazem efeito
contrário, ou seja, aumentam a sensação de calor do trabalhador impedindo inclusive, a
transpiração. Mas, mesmo assim, muitas vezes ainda devem ser utilizados equipamentos de
proteção individuais como:

- luva para contato com materiais de alta temperatura;

- avental térmico para trabalho próximo a altas temperaturas;

- proteção corpo inteiro aluminizada para altas temperaturas;

- balaclava para o rosto em locais de altas temperaturas;

- conjunto anti-chama.

6.5 Termômetros

Para chegarmos a um índice de sobrecarga térmica, necessitamos de sensores que sejam


capazes de “sentir” os parâmetros de temperatura do ar, velocidade do ar, carga radiante do
ambiente, umidade relativa do ar, metabolismo, por meio da atividade física da tarefa, pois
eles se relacionam com as trocas térmicas que influem na sobrecarga térmica do trabalhador.
Os sensores que veremos no índice que nos interessa, IBUTG, são:

- termômetro de bulbo seco: é um termômetro comum, cujo bulbo fica em contato com o
ar; teremos, dele, portanto, a temperatura do ar;

- termômetro de bulbo úmido natural: é um termômetro cujo bulbo é recoberto por um


pavio hidrófilo, o qual tem sua extremidade imersa em água destilada; outros arranjos de
sensores, pavios e reservatórios são possíveis, desde que se preserve uma boa aeração do
bulbo e pelo menos 25 mm de pavio livre de qualquer obstáculo, a partir do início da parte
sensível do termômetro;

- termômetro de globo: é um aparato que possui um termômetro (ou sensor equivalente)


posicionado no centro de uma esfera oca de cobre de diâmetro de seis polegadas; a esfera é
preenchida naturalmente com ar e a abertura é fechada pela rolha do termômetro; esfera é
pintada externamente de preto fosco, um acabamento altamente absorvedor da radiação
infravermelha.

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