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no livro A Diáspora Mina: africanos entre o Golfo do Benim e o Brasil
p. 385. Língua mina (língua gbe) como objeto de um dos mais importantes documentos
relativos a línguas africanasnoBrasil,aObranovadalínguageraldemina,porAntonioda
Costa Peixoto.
p. 385. História social da comunicação africanas e, por comunicação africana, entende-se
dilemas,escolhasepossibilidadesdecomunicaçãoeinteraçãolinguísticaqueseapresentaram
aosafricanosescravizadosnaexperiênciaamericana.Dessaforma,fez-seusonãosólínguas
africanas, mas também sua relação com o português e outras línguas existentes.
p.385/386.Particularidaderelevantedoperíodo:apossibilidadedeumalínguacomumentre
africanos de diferentes nações,provenientesdaCostadaMina,comoosdenominadosmahi,
fon, savalu, coura, jeje, adja e outros, que compartilharam o complexo linguístico gbe.
p. 386. A intercomunicação mina transposta e grafada na Obra Nova. Essa tradução se
organizou por palavras, frases, diálogos e tópicos, apresentados inicialmente na chamada
língua mina, a que se seguem os correspondentes em português.
p. 387/388. O uso da linguagem como elemento central da vida social, principalmente no
movimentodeestabelecercontatosevínculoseagirpoliticamentecomo,porexemplo,redes
de comércio, quadro de dinamismo econômico, urbanização e complexificação social. Ou
seja, as pessoas precisavam se comunicar.
p.400.Africanosfalantesdeminaexpressaramsuadistinçãoemrelaçãoaobranco,eotermo
básico para “branco” é ihabou e, a partícula no, gente, Assim, hihabouno designa,
genericamente, gente branca.
p.401.Nocontextoafricano,inúmerostermosnovosforamcriadosapartirdarelaçãocomos
agentes brancoso do tráfico, escravização e colonialismo, em um processo linguístico que
respondia àquela experiência. Na cultura material e alimentícia,porexemplo,váriostermos
compostos foram apontados como “algo do branco”.
p. 402. Há também uma marca para “mulher branca” ou “senhora”.
p.404.Naesferasocialadistinçãocomosbrancosébemmarcada,oquetambémocorrena
esfera religiosa. O que é designado por Peixoto como Deus Nosso Senhor,paraoafricano,
seria hihávouvódun, o deus do branco. Não é verossímil deduzir uma cristianização dos
africanos, como mostram inúmeras pesquisas que se debruçaramsobreváriosregistros,que
indicam a permanência e a recriação das religiosidades africanas, como os da Inquisição.