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Esta monografia foi escrita utilizando o modelo digital © Ian Wright, 2002

Paulo José Paschoalino

EXEGESE DE 1CORÍNTIOS 4.1,5

Exegese apresentada ao Prof. Paulo


Sérgio Proença, em cumprimento
parcial dos requisitos da Matéria de
Exegese do Novo Testamento.

CURSO DE BACHARELADO EM TEOLOGIA

SEMINÁRIO TEOLÓGICO DE SÃO PAULO


Igreja Presbiteriana Independente do Brasil

São Paulo

2004
SUMÁRIO

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Página

1 INTRODUÇÃO..................................................................................................................2

2 PASSOS INTRODUTÓRIOS.........................................................................................3
2.1 Escolha da perícope....................................................................................................3
2.2 Aproximação do texto..................................................................................................3
2.3 Delimitação do texto....................................................................................................4

3 TRADUÇÃO......................................................................................................................7
3.1 Tradução Literal e Análise gramátical......................................................................8
3.2 Comparação de Traduções......................................................................................11
3.3 Variações.....................................................................................................................13

4 MANUSCRITOLOGIA (CRÍTICA TEXTUAL).............................................................16


4.1 Primeiro Grupo de variantes.....................................................................................17
4.2 Segundo grupo de variantes....................................................................................18
4.3 Terceiro grupo de variantes......................................................................................20

5 CRÍTICA DAS FORMAS...............................................................................................21


5.1 Gênero literário...........................................................................................................21
5.2 Lugar vivencial (Sitz im leben).................................................................................23
5.3 Intencionalidade do Texto.........................................................................................24

6 BIBLIOGRAFIA CONSULTADA..................................................................................26
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1 INTRODUÇÃO

Esse trabalho é fruto de consultas a livros teológicos, anotações de

teólogos respeitáveis, troca de opiniões, estudos e meditações diretos das Sagradas

Escrituras.

Existem vários métodos de fazer exegese. sendo esses os

principais: Escolha da perícope; Aproximação do texto; Delimitação do texto;

Tradução literal do texto; Comparação de traduções ;Análise do Contexto;

Manuscritologia (Crítica textual); Análise do texto; Análise das formas; Análise

literária; Análise da redação; Análise das tradições e das fontes; Análise do

conteúdo; Análise teológica e Atualização hermenêutica. Assim procedendo abaixo.


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2 PASSOS INTRODUTÓRIOS

Como passos exegéticos introdutórios, reconhecemos que é

necessário uma explicação da escolha da perícope, seguido de uma aproximação

do texto e finalizando essa etapa com uma delimitação satisfatória da perícope.

2.1 Escolha da perícope

A decisão pelo texto de 1Coríntios 4.1,2, aconteceu, após algumas

meditações, no meu segundo ano do curso que em contato com esse texto, fui

desafiado a decorá-lo e praticar seu conteúdo, e esse texto se tornou o tema de

minhas meditações naquele ano, e nesse momento gostaria de desenvolver a

exegese desses versículos, que tem falado muito ao meu coração. E acredito que

pode ser de grande utilidade para o desenvolvimento do meu futuro ministério.

2.2 Aproximação do texto

Com essas meditações, o texto de 1 Coríntios 4.1,2, foi lido e relido

várias vezes em diferentes versões. Provocando desse modo uma impressão

primária sobre o testemunho que é exigido dos servos de Cristo, tanto pessoal como

também coletivo, e não apenas da necessidade de testemunho, mas também é


importante observar a continuidade das ações, é relevante que essas testemunhas

sejam constantes e fieis a todo momento, pois são responsáveis pelos feitos e

mistérios de Deus.

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Portanto, em contato com esse texto começo a pensar que devo me

importar mais com meu testemunho, e a fidelidade para com as coisas de Deus.

Esse texto apresenta a princípio, uma conclusão de como devemos agir perante

todos, mas será nescessário um estudo mais detalhado para saber o que o autor

quer dizer com “todos” e o que realmente deve ser feito para que os nossos

esforços sejam notados por esses “todos”.

Feito então, esse estudo, será interessante observar também que é

um texto que tráz uma relfexão direta para o indivíduo como também para as igrejas.

Sendo cada um chamado a ser responsável pelos mistérios de Deus. E

responsáveis integros e coerentes com aquilo que foram confiados. E com certeza

esse texto sirvirá como incentivo para minha dedicação pessoal, ou seja me auxiliará

no desenvolvimento da minha espiritualidade, se eu assim for encontrado de

maneira fiel.

2.3 Delimitação do texto

A delimitação ocorre devido ao fato de que os textos originais não

são divididos como nas traduções brasileiras, mas cada versão adota um critério

trazendo divergências entre uma e outra. João Calvino em seu comentário de 1


Coríntios1 delimita este texto como uma perícope de 1-5, pois ele entende que Paulo

continua no mesmo assunto.

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No verso 3 Paulo volta a atenção para sua pessoa, porém ele

continua no assunto, Paulo poderia ser considerado um despenseiro fiel, mas

julgado por Deus não pelos homens. Leon Morris 2 também delimita de 1-5. No

comentário de Champlin3, entende-se que 1-5 comprendem uma perícope apesar da

pequena mudança de foco a partir do verso 3 em que Paulo começa a tratar ou

relembrar, que os coríntios não estavam dando crédito devido ao seu apostolado, e

leva a questão da fidelidade como afirmação de sua integridade como apóstolo

mostrando que ele pode ser considerado como o despenseiro fiel, e Deus é quem

mostrará e recompensará quem ele achar fiel. Assim com essas defesas não se

pode dizer que existe uma delimitação única em 1-2 que a princípio era a minha

delimitação pessoal.

Com isso, gostaria se possível abranger o texto de 1Coríntios 4.1-2

para 1Coríntios 4.1-5 e não somente 4.1-2 como uma perícope autônoma, pois

após me aproximar melhor do texto percebi que não poderia ignorar esses outros

versículos. Então fica considerado a perícope anterior (1Co 3.18ss) que trata de uma

explicação do apóstolo Paulo, sobre a sabedoria do mundo, que se opõe a

1
CALVINO, João.Comentário à Sagrada Escritura 1 Coríntios. São Paulo: Paracletos, 1996. pp.124-132.

2
MORRIS, Leon. 1 Coríntios Introdução e Comentário. 3ª .ed. SãoPaulo: Mundo Cristão, 1986. pp. 59-61.

3
CHAMPLIN, Russel Normam. O Novo Testamento interpretado (versículo por versículo). Guaratinguetá: Voz Bíblica,
[s.d].
sabedoria de Deus e essa perícope termina com uma exortação para que ninguém

se glorie nos homens, pois todas as coisas são de Deus.

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Abordando assim um assunto próprio, diferente do tratado em

1Coríntios 4.1-5. E como perícope posterior (1Co 4.6,7) que inicia um novo assunto,

falando a respeito daquilo que era importante para Paulo, ser julgado por Deus e

não pelos homens. E apesar de demostrar sua fidelidade, ele recomeça a tratar o

assunto que ficou na perícope encerrada no capitulo 3, deixando.4,1-5 como se

fosse um parêntese, no meio do assunto.

E por ser esse trecho exclusivamente referente aos comportamento

dos demais crentes, é relevante que se considere como uma perícope completa,

pois a linguagem usada nesses versículos se difere, tanto da anterior, quanto da

perícope posterior.
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3 TRADUÇÃO

Concluido os primeiros passos já podemos avançar para a tradução

literal do texto, devendo ela ser mais literal possível, pois assim poderá ser visto as

diferenças das traduções com a verdadeira tradução do texto original, para isso é

indispensável a análise gramatical junto a tradução literal. Depois da tradução, é

hora de a comparar as possíveis diferenças de tradução, dando a cada diferença um

questionamento e uma resposta.

Para melhor visualização a tradução procederá em forma de tabela

gráfica, que está dividida em 11 colunas4:

Forma Tradução
Categoria Modo Tempo Voz Pess. Caso Gên. Num. Forma Léxica
(Grego)
Literal

4
Tabela baseada em: REGA, Lourenço Stelio e BERGMAMN, Johannes. Noções do grego Bíblico: gramática
fundamental. São Paulo: Vida Nova, 2004. pp 41,42.
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Tradução Literal e Análise gramátical
3.1
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Tradução literal melhorada: (1) Que nos considere(m) (os) homem(ens) como ministros

de Cristo e despenseiros dos Mistérios de Deus. (2) Além disso (o que se) requer (dos)

mordomos, que sejam achados de modo fiéis. (3) (porém) a mim é insignificante ser jugado

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pelas vossas Mãos ,(ou) por algum meio humano, (ou) corte humana, (e nem tampouco) eu

me julgo. (4) Pois nada contra mim mesmo (encontro), Minha conciência está desobistruida.

Mas nem por isso fui justificado, mas o Senhor é que(m) julga a mim. (5) De sorte que nada

julgueis antes d(o) tempo, até que venha o Senhor, O qual também iluminará as coisas

ocultas da(s) treva(s) e revelará as intenções dos corações, e então (assim), o reconhecimento

de cada um será dado por de Deus.

3.2 Comparação de Traduções

Após realizada a tradução literal, é importante fazer uma comparação com outras

traduções, para que assim possa avaliar a fidegnidade das traduções que estão em

uso em nossas comunidades, destacando as outras possíbilidades de tradução do

mesmo texto, revendo minha própria tradução e precebendo que a tradução já

implica em uma interpretação. Para esta etapa será usada algumas versões: sendo

Resvista e atualizada no Brasil; Edição Pastoral; Nova Tradução Linguagem de Hoje

e Bíblia de Jerusálem.
ARA NTLH EDIÇÃO JERUSALÉM
PASTORAL
1- Assim, pois, importa

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1-Vocês nos devem 1-Portanto,
que os homens nos tratar como servidores 1- Que os homens nos considerem-nos os
considerem como de Cristo, que foram considerem como homens como
ministros de Cristo e encarregados de servidores de Cristo e servidores de Cristo e
despenseiros dos administrar a administradores dos ministradores dos
mistérios de Deus. realização dos planos mistérios de Deus. mistérios de Deus.
secretos de Deus.
2 - Ora, além disso, o 2 -Ora, o que se 2- Ora, o que se requer
que se requer dos 2 - O que se exige de espera dos dos administradores é
despenseiros é que quem tem essa administradores é que que cada um seja fiel.
cada um deles seja responsabilidade é que eles sejam dignos de
encontrado fiel. seja fiel ao seu Senhor. confiança. 3- Quanto a mim,
pouco me importa ser
3 Todavia, a mim mui 3 - Mas para mim não 3- Quanto a mim, julgado por vós ou por
pouco se me dá de ser tem a menor pouco me importa ser umtribunal humano eu
julgado por vós ou por importância ser julgado julgado por vocês ou também não julgo a
tribunal humano; nem por vocês ou por um por qualquer tribunal mim mesmo.
eu tampouco julgo a tribunal humano. Eu humano. Nem eu julgo
mim mesmo. não julgo nem a mim a mim mesmo. 4- verdade é que a
mesmo. minha consciência de
4Porque de nada me 4-É verdade que a nada me acusa, mas
argúi a consciência; 4 - A minha minha consciência de nem por isto estou
contudo, nem por isso consciência está limpa, nada me acusa, mas justificado; meu juíz é o
me dou por justificado, mas isso não prova isso não significa que Senhor.
pois quem me julga é o que sou, de fato, eu seja inocente: quem
Senhor. inocente. Quem me me julga é o Senhor. 5-Por conseguinte,não
julga é o Senhor. julgueis
5 - Portanto, nada 5 -Por is so, não prematuramente, antes
julgueis antes do 5 - Portanto, não julguem nada antes do que venha o Senhor.
tempo, até que venha o julguem ninguém antes tempo; esperem que Ele porá às claras o
Senhor, o qual não da hora; esperem o chegue o Senhor. Ele que está oculto nas
somente trará à plena julgamento final, porá às claras tudo o trevas e manifestará os
luz as coisas ocultas quando o Senhor vier. que se esconde nas desíguinios dos
das trevas, mas Ele trará para a luz os trevas, e manifestará corações . Então cada
também manifestará os segredos escondidos as intenções dos um receberá de Deus o
desígnios dos no escuro e mostrará corações. Então, cada louvor que lhe for
corações; e, então, as intenções que estão um vai receber de devido.
cada um receberá o no coração das Deus o louvor que lhe
seu louvor da parte de pessoas. Então cada corresponde.
Deus os elogios que um receberá de Deus
merece. os elogios que merece.
3.3 Variações

Os textos nessas várias versões, apresentam algumas diferenças

que merecem seu destaque. Cada um segue uma linha de interpretação mas suas,

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traduções não causam problemas quanto a fidelidade ao texto original, o

interessante é observar algumas palavras que são traduzidas de modo diferente.

A palavra “logize,sqw“ aparece traduzida de duas maneiras mas todas

preservaram o mesmo sentido traduzindo por “considerem –nos”, NTLH, como

“vocês nos devem tratar”.

- Todas as traduções Substituiram “a;nqrwpoj“ (singular) para“homens”

(plural), a NTLH traduz por “vocês” (também no plural).

- Outra palavra que é traduzida de várias maneiras é a palavra

"u`phre,taj”que é traduzida por ministradores, servidores e também

encarregados. creio que todas estas traduções são aceitaveis, mas parece que elas

perdem o significado mais puro da palavra, que traz o sentido de escravo, aquele

que sofria muito no porão do navio, para locomover o navio. Que eram chamados de

remadores de baixo. Assim também acontece com a palavra “oivkono,mouj”

que aparece como despenseiros 5, administradores e ministradores já a NTLH fala

“encarregados de administrar”, nenhuma delas traduziu por mordomo, que seria fácil

de entender em português, e preservaria a idéia original.

5
Despenseiros, eram os responsáveis pela despensa da casa (estoque) e eles que destribuiam, os alimentos
necessários para a alimentação diária.
-E no segundo versículo a diferença é bem simples, loipo.n, algumas

traduções preservaram, a tradução de “requer”, mas aparece também como: pede-

se, espera ou ainda exige-se. E na Segunda parte algumas traduções optaram por:

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sejam fiéis, ou seja fiel; e outras por: mostrem fiéis, que eles sejam dignos de

confiança e também que se achem fiéis.

- No verso 3 encontarmos poucas variações para a palavra evla,cisto,n,, a

ARA traduz por “pouco se me dá de”;NTLH diz “não tem a menor importância”; a

pastoral traduz” pouco me importa”; e a de jerusálem traduz igual a pastoral.

-Já no verso 4 uma palavra relevante é o verbo su,noida, que é entendida

como “argúi a consciência” (ARA); “consciência está limpa”pela NTLH; a edição

pastoral e a de jerusálem optaram por “minha consciência de nada me acusa”;

-A expressão avllV ouvk evn tou,tw| é também diferenciada nas

traduções aparece assim “contudo, nem por isso me dou por”; “mas isso não prova

que sou”, de fato” ;” mas isso não significa que eu”; “mas nem por isto estou”.

-E na Seguência o verbo: dedikai,wmai, é traduzido por “justificado”e por,


inocente”.

-pro. kairou/, no verso 5 pode ser entendido como “Antes do tempo”, “antes

da hora”; ou ainda como “antes que chegue” e também - kri,nete, é traduzido na


3ª pessoa do plural pela Edição Pastoral, difente das outras traduções que traduzem

esse termo na 2ª pessoa do plural.

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- boula.j, é traduzido como: desígnios ou intenções. Outra possível

tradução seria a palavra “propósitos”.que traz o mesmo sentido.

Conclusão das versões,

Apezar das diferenças, em cada tradução, podemos nos dar como

satisfeitos pois é qualitativo o sentido atribuido em cada uma das palavras, trazendo

maior clareza para o entendimento. Não sendo nescessário uma comparação de

cada palavra, destacamos as principais diferenças. E percebemos que nenhuma

delas são prejudiciais ao conteúdo geral do texto. E Quanto as diferenças de uso

das preposições também não é relevante nesse texto, pois não alteram o sentido

genuino do texto.
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4 MANUSCRITOLOGIA (CRÍTICA TEXTUAL)

Após a comparação de traduções e as suas devidas variações, é

importante verificar se existe algum problema de variante textual (ou

manuscritológico) no texto escolhido, e se tem uma melhor posição do texto original.

Esse passo examina criticamente os vários textos apresentados pelos manuscritos

antigos, determinando qual deles tem maior aproximação do original. Abaixo segue

o texto grego com indicações das variantes6.

(1) Ou[twj h`ma/j logize,sqw a;nqrwpoj w`j u`phre,taj Cristou/ kai. oivkono,mouj
 
musthri,wn qeou/Å(2) w-de loipo.n zhtei/tai evn toi/j oivkono,moij( i[na pisto,j tij eu`reqh/|
Å(3) evmoi. de. eivj evla,cisto,n evstin( i[na u`fV u`mw/n avnakriqw/ h' u`po. avnqrwpi,nhj
h`me,raj\ avllV ouvde. evmauto.n avnakri,nwÅ (4) ouvde.n ga.r evmautw/| su,noida( avllV
ouvk evn tou,tw| dedikai,wmai( o` de. avnakri,nwn me ku,rio,j evstinÅ(5) w[ste mh. pro.

kairou/ ti kri,nete e[wj a'n e;lqh| o` ku,rioj( o]j kai. fwti,sei ta. krupta. tou/ sko,touj kai.

6
ALAND, Nestle Eberhard. eta lii. Novum Testamentum Graece. 27ª. ed. Suttgar-Alemanha: Deutsche Bibelgesellschaft,
2001.


Primeiro grupo de variantes: Substituição simples

 
Segundo grupo de variantes: Substituição simples


Terceiro grupo de variantes: Omissão Simples


fanerw,sei ta.j boula.j tw/n kardiw/n\ kai. to,te o` e;painoj genh,setai e`ka,stw| avpo. tou/
qeou/Å

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4.1 Primeiro Grupo de variantes

Substituição simples: ”w” por “o”

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Alguns manuscritos defendem que a palavra ” w-de” deveria ser

escrita com “o“ em lugar de ”w”, essa substituição aparece testemunhada pelo

manuscrito Maiúsculo (Uncial) D2 do século V; pelos manuscritos Minúsculos 1739

do século X, 1881 do século XIV; e no texto majoritário.()

E de acordo com Nestle Aland, (txt) aparece o papiro 46 do ano de

200d.C; os Unciais  do século IV; A do século V; B do século IV; C do século V;

D*(manuscrito importante sempre considerado na crítica textual); F do século IX; G

do século IX; P do século VI;  do século VII/VIII; seguidos pelos manuscritos

Minúsculos: 6 do século XIII; 33 do século IX; 104 cerca de 1087d.C; 1175 do

século XI; e poucos (p c) que divergem do texto majoritário; todos da versão

Latina(latt) e também na versão Siríaca(sy) e versão Copta (co).

AVALIAÇÃO:

Evidências externas: O termo o[de, é testemunhado por um número

menor de manuscritos, e mais recentes, exceto o manuscrito Uncial: D2 (que é

datado do século V). Já de apoio ao Nestle Aland,(txt) encontra–se muito mais

manuscritos e todos com muito peso de qualidade e com diferentes tipos (Papiro,

Unciais, Minúsculos e versões).


Evidência interna:a partícula o[, se explica como possibilidade de

ajuste de leitura, para facilitar a pronúncia, mas nesse caso mudaria a estrutura do

texto pois o[de, é um pronome demonstrativo, já o termo w-de, é um advérbio

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adjetivado, que pode ser traduzido como ” sob estas circunstâncias”, “ neste caso”,

“ou como“, “além disso”, e forma uma expressão completa com a próxima palavra do

texto “loipo.n” que também é um advérbio e pode ser traduzido por “além disso”,

fortalecendo a idéia de w-de.7

4.2 Segundo grupo de variantes

Substituição Simples: ai por e

Alguns manuscritos substituem zhtei/tai,, por zhtei/te, pois

consideram que a pronúncia é a mesma (ex itac?). isso é testemunhado pelos

manuscritos: papiro 46 do ano de 200 d.C; pelos Unciais: (*) do século IV, que é um

manuscrito importante sempre considerado; A do século V; C do século VI; D do

século V/VI; F do século IX; G do século IX; P do século VI; Minúsculos: 6 do século

XIII; 33 do século IX; 104 cerca de 1087 d.C; 1505 do século XII; 1739 do século X;

1881 do século XIV; 2464 do século IX; e também mencionado por outros

manuscritos que divergem do texto majoritário(al).

E os manuscritos que estão de acordo com o Nestle Aland (txt)

encontram–se os Unciais: B do século IV;  do século VII/VIII; 0289 do século

7
Tradução segundo o programa BibLe Works. BIBLE WORKS: 5.0. USA: The BibleWorks ™,2001.
XII/XIII; e no texto majoritário.(), versões: em todos da versão latina (latt); na

versão Sinaítica (sy) e versão Copta (co).

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AVALIAÇÃO:

Evidências externas: A palavra zhtei/tai,, seria melhor traduzida por

zhtei/te, devido a pronúncia do “ai” que é igual a pronúncia de ” e‘‘, e essa variante é

defendida por vários manuscritos de peso e de qualidade e de vários tipos (Papiro,

Unciais, Minúsculos e outros difrentes do majoritário).

E em apoio ao Nestle Aland (txt) aparece alguns manuscritos de

qualidade, porém mais recentes, sendo também de tipos diferentes (Unciais,

Majoritários e Versões).

Evidências internas: A escolha do Nestle Aland, por zhtei/tai,

demonstra um interesse maior em preservar a palavra original que era grafada antes

com a terminação “ai”. Entretanto a escolha dos manuscritos contrários é relevante

pois a junção das duas vogais (“ai”) pronuncia-se ”e‘‘, mas nesse caso mudaria a

estrutura do texto pois, zhtei/tai é um verbo no modo indicativo, no tempo presente

na voz passiva, e na 3ª pessoa do singular, Já o termo zhtei/te, também um verbo

no modo indicativo, no tempo presente, mas na voz ativa e na 2ª pessoa do plural,

que pode ser traduzido como: ”vós procurais” ou “vós requeirais”, perdendo o

sentido da frase.
4.3 Terceiro grupo de variantes

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Omissão Simples do termo: o]j

Alguns poucos manuscritos entendem, e omitem o termo o]j, e é

testemunhado pelos Unciais: D*do século V/VI que é um manuscrito muito

importante sempre considerado na crítica textual; F do século IX; G do século X.

AVALIAÇÃO:

Evidência externa não aparece essa omissão de o]j, em nenhum

outro manuscrito a não ser nestes poucos Unciais.

Evidência interna a omissão da partícula o]j, não traz prejuízo para

o conteúdo do texto se a palavra seguinte kai,, for traduzida por “e” ou “que”, o

sentido do texto será preservado.


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5 CRÍTICA DAS FORMAS

Terminado a crítica textual, podemos avançar em nossa pesquisa

para a crítica das formas, que tem sua relevância por ser ela que vai mostrar ou

determinar o tipo de linguagem, que um determinado grupo possa entender, e é na

crítica das formas que aparece a situação em que o texto foi escrito e qual a

intenção do autor ao escrever esse texto. Gerhard Lonfink8 define:

A crítica das formas consiste em descobrir formas fixas dos tipos de


linguagem, na vida de todos os dias, ou na literatura, nas manifestações,
orais ou escritas do homem, em descrevêlas, e, por fim em determinar a
intenção de sua linguagem e seu “Sitz im leben” (Contexto existencial).

E para a cumprir essa etapa, dividiremos em três partes a crítica das

formas sendo: A determinação do Gênero literário, o Lugar vivencial (Sitz im leben) a

situação onde o texto surgiu, e a intencionalidade do texto.

5.1 Gênero literário

Qualquer texto tem sua caracteristica própria, os textos bíblicos não

são diferentes, e com a abrangência de tipos de gêneros para determinar qual é o

8
LONFIK, Gerhard. Agora entendo a Bíblia: Para você entender a crítica das formas. 2. ed. São Paulo: Paulus, 1978.
p.29.
gênero do texto de 1Coríntios 4.1-5, Uwe Wegner9 sugere para facilitar a

determinação do gênero à consulta aos manuais de análise das formas, entretanto

com a escassês de material em português podemos dizer que o nosso texto (1Co

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4.1-5) está inserido em um texto maior que tem seu gênero expecífico.

1Coríntios é classificado como gênero epístola, que se difere do

gênero das cartas que tem caráter mais pessoal, A epístola é um estilo que se

destina à um grupo e não apenas pa um indivíduo.

E mesmo sendo uma epístola existe em seu conteúdo gêneros

diferentes, o capítulo 4 nos versos de 1-5, pertênce ao grupo do genêro

Simbulêutico, que pode ser entendico como gênero de conselhos, orientações. Esse

gênero visa apenas a exposição de uma idéia, mas busca indicar o melhor caminho

para quem ouve, pretendendo levar o ouvinte a uma ação diferenciada da situação

atual, O gênero Simbulêutico, frequentemente está direcionada para a 2ª pessoa,

tendo sua forma simples a admoestação e a mais completa á a argumentação

simbulêutica.

De acordo com Klaus Berger10 “o estudo dos gêneros visa num

texto, aquilo que para os ouvintes tem mais força de inovação, maior potêncial de

mudança”. Ou seja é o que atrai a atenção do ouvinte para uma possível alteração

de atitude.

9
WEGNER, Uwe. Exegese do Novo Testamento: Manual de Metodologia. 2 ed. São Leopoldo: Sinodal; São Paulo:
Paulus, 1998. p.221.

10
BERGER, Klaus. As formas Literárias do Novo Testamento. São Paulo: Loyola, 1998. p. 20.
5.2 Lugar vivencial (Sitz im Leben)

O assim chamado lugar vivencial, é exatamente onde ocorreram os

fatos do texto em questão, que no caso de 1 Coríntios acontece após o

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conhecimento do autor a respeito de vários problemas que estavam ocorrendo na

comunidade de Corinto, no caso do capítulo 4, são as questões referente as divisões

na Igreja, problema dos partidos como é escrito por Eduardo de La Serna. 11 E para

melhor esclarecimento do lugar vivencial o pesquisador Hermann Gunkel, citado por

Uwe Werger12, desenvolveu quatro perguntas que norteam os intrépretes para a

determinação do lugar vivencial de um determinado genero, desse modo

responderemos as perguntas para melhor determinar o lugar vivencial do texto

dessa exegese que são: Quem é a pessoa que fala? Quem são os ouvintes? Que

atmosfera é determinante na situação? Que reação é intencionada?

O Apóstolo Paulo é quem fala, para a comunidade da cidade de

Corínto, depois de ter recebido um carta com os questionamentos dos irmãos sobre

as divisões da Igreja por causa dos partidos que deveriam seguir, e o que Paulo

esperava como reação, era que ninguém tomasse partido por um ou por outro, mas

que individualmente cada um cumprisse seu papel de responsável pelos mistérios

de Deus.

11
DE LA SERRANA, Eduardo: Revista de interpretação Bíblica Latino–Americana: Paulo de Tarso militante da fé. Vol. 20.
Petrópolis-RJ: Vozes, São Leopoldo –RS: Sinodal. 1995. p.107.

12
WEGNER, Uwe. Op. cit. p.174.
5.3 Intencionalidade do Texto

Partindo do principio que ninguém se comunica sem motivo, o texto

escolhido também segue de acordo com sua intenção em relação aos seus leitores,

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podendo ser distinto por várias funções.

Nos versículos 1,2 é adotado a função diretiva (conotativa) que tem

a intenção de apelar, ou pedir, ao destinatário; 3,4 tem a função expressiva

(emotiva) que usa seus argumentos emocionais, para dar vazão aos sentimentos; e

o verso 5 apresenta a função diretiva na primeira parte do versículo (... Até que o

Senhor venha.) e termina usando a função referencial (informação).

Essas funçoes são determinantes para identificar a intencionalidade

do texto, fica notório o desenvolvivento dos argumentos do autor par atingir seus

objetivos.

Sobre esses termos em primeiro lugar, é evidênte que os dados

explicitos do texto sobre sua finalidade é dizer que os destinatários ou ainda nós

leitores de uma outra época, somos servos e encarregados dos mistérios de Deus e

quem vai trazer o reconhecimento ou julgamento de nossos serviços é o Senhor.

Um segundo fator é saber as intenções diretas ou indiretas para que

o pensamento e ação dos leitores possam ser estimuladas. Deste modo Paulo

(autor), pretende mostrar que nós,(leitores) é que temos as responsábilidades e não

outras pessoas, pois tanto ele Paulo quanto Apolo ou ainda nós, temos o mesmo
valor (quase nada), mas a cada um é dado uma função expecífica para o

desenvolvimento dos propósitos de Deus.

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E como terceiro fator, é nescessário levantar quais os problemas

que surgem na relação entre o autor e o leitor, e nesse caso, o autor desmostra que

para para ele não é relevante ser exaltado ou até mesmo ser julgado pelos leitores,

isso não é a questão mais importante.

E para concluir o quarto fator, é interessante saber quais os valores

que o texto desafia aos seus leitores. Aqui Paulo aconselha que seus leitores sejam

fiéis, a Deus em seu mistério pessoal sem que se preocupem em julgar o

desempenho dos outros cuidando somente da parte que lhe cabe, sem maiores

preocupações, como elogiar ou despresar o comportamento de outras pessoas no

desempenho de seu serviço à Deus. Tudo isso então mostra qual a intenção real do

texto de 1 Coríntios 4.1-5.


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