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Departamento de Ciências

Térmicas e dos Fluidos

MECÂNICA DOS FLUIDOS II

Profa. Dra Jacqueline Pedrera Yanes


Sala 4.11 – TEF (DCTEF)
Aula 3
TEMA III: Escoamento Viscoso, Incompressível – Interno
1. Tubulações com bomba e turbina
A maioria dos sistemas de tubulações envolvem uma máquina para
movimentar um fluido de um reservatório para outro ou para um
consumidor ou consumidores, aportando energia ao sistema – bombas,
ventiladores e compressores
outros sistemas, no entanto, envolvem uma máquina para extrair
energia do fluido em escoamento - turbinas
de forma geral, se consideramos uma bomba e uma turbina a nossa
equação da energia resulta em:

𝑝1 𝑉1 𝑝2 𝑉2
+ 𝛼1 + 𝑧1 + ℎ𝐵 = + 𝛼2 + 𝑧2 + ℎ 𝑇 + ℎ𝑡
𝜌𝑔 2𝑔 𝜌𝑔 2𝑔
onde:
a carga útil fornecida ao fluido pela bomba – que
hB também é aplicada para ventilador e compressor

ht a carga que a turbina extrai do fluido


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1. Tubulações com bomba e turbina
As turbinas são usadas para converter a energia mecânica (cinética) de
um fluido (habitualmente a energia livre de rios ou do vento) – em
energia mecânica útil por meio de um eixo rotativo – rotor

Ex: para a produção de energia elétrica – rotor conectado a um gerador


elétrico
Turbinas hidráulicas (Hidrelétricas) ou Turbinas eólicas (Aerogeradores)-
energia renovável
Turbinas de vapor de água ou de gás - Termoelétricas
Potência útil extraída do fluido pela turbina é
calculada em relação a sua carga útil ht , o peso
𝑁𝑢 = 𝜌𝑔𝑄ℎ𝑡
específico e vazão do fluido
𝑁𝑚
Potência mecânica ou de eixo que a turbina 𝜂𝑡 =
entrega ao gerador elétrico é relacionada através 𝑁𝑢
da sua eficiência com a Nu
O sistema turbina-gerador é um consumidor da energia inicial do fluido – por
isso é colocada na equação de energia do lado das perdas
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As bombas, não entanto, adicionam energia ao fluido, altura de


carga, na forma de um ganho de pressão –
...porque o escoamento entre a sucção e a descarga da
bomba é considerado horizontal e a variação da velocidade
do escoamento entre a sução e a descarga, em função da
variação dos diâmetros, é pequena

a ideia é que a altura de carga adicionada ou produzida pela bomba


seja usada para superar a perda de carga de toda a tubulação

A potência útil que


precisa ser fornecida pela 𝑁𝑢 = 𝜌𝑔𝑄ℎ𝐵
bomba ao sistema

mas, para calcular a carga útil da bomba, vamos usar o seguinte


exemplo ...
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1. Tubulações com bomba e turbina
Considerando os pontos 1 e 2 nas
superfícies dos reservatórios:

V1  V2  0

p1  p 2  p atm

e na equação da energia - a carga útil da bomba pode ser calculada


como:
ℎ𝐵 = 𝑧2 − 𝑧1 + ℎ 𝑇

a perda de
diferença de elevação entre as carga total do
superfícies dos reservatórios sistema
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𝑧1 > 𝑧2 1
No caso de
pode não ser necessária uma bomba
para transportar o líquido desde o
reservatório 1 até o reservatório 2 e
o escoamento acontecer por 2
gravidade

a diferença de elevação entre os reservatórios deve ser maior que as perdas


totais

L V2
z1 − z2 = hT = f + ΣK
D 2g
e a vazão será função dessa diferença de elevação – quanto maior o Z maior
a velocidade e maior a vazão
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Uma análise similar pode ser usada para entender a carga da turbina
de uma usina hidroelétrica
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O sistema deve ser construído de modo a ter uma diferença de cotas suficiente
para vencer as perdas e gerar a carga necessária na turbina – diferença
constante
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Continuando com as bombas ....

Após identificada a carga útil necessária da bomba hB é obtida a


curva do sistema... e o gráfico que representa a carga útil necessária
da bomba em função da vazão é chamado de
Curva do Sistema ou Curva de Demanda
Hsist  C  DQ2

Relacionado Relacionado com


com a LP a perda de carga

p f  pi hT = h D + hL
LP   z
g
p1  p 2  patm
O valor seria apenas o z
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obtida a curva do sistema e conhecendo a vazão requerida (que é,


habitualmente, o dado inicial de projeto) ...

deverá ser selecionada uma bomba que ofereça uma potência mecânica
suficiente para que o fluido receba a potência útil requerida, sendo
que:

𝑁𝑢 𝜌𝑔𝑄ℎ𝐵 𝑁𝑢
𝑁𝑚 = = 𝜂𝐵 =
𝜂𝐵 𝜂𝐵 𝑁𝑚

A Potência Mecânica é a
potência que entrega o
motor à bomba através
do eixo
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Porém, como a carga produzida por uma bomba não é constante

porque, tanto a carga quanto a eficiência da bomba, variam


com a vazão - os fabricantes de bombas oferecem essa variação
em tabelas o graficamente

e o processo de seleção da bomba, certamente, deve procurar


uma bomba com uma curva característica que intercepte a
curva de demanda num ponto em que a vazão seja a procurada
para o sistema ou perto desse valor
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Essas Curvas Características ou Curvas de Desempenho das


bombas - são determinadas experimentalmente, para 𝐡𝐁 e  vs Q
basicamente, a bomba
instalada em um sistema de
tubulação precisa operar no
ponto onde a curva do
sistema e a curva
característica da bomba se
cruzam –
que é o Ponto Operacional ou
Ponto de Operação –
No gráfico – ponto de operação
– 4,3 m3/s com  = 48%
a eficiência no ponto de operação parece baixa – mas para algumas
máquinas pequenas essa eficiência poderia estar bem – depende das
características da bomba
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Curva Característica da bomba vs Curva do sistema Hsist  C  DQ2
O que acontece se fecharmos
parcialmente, a válvula de
entrada do sistema de
tubulação?

aumenta a perda de carga e a


curva do sistema se fecha mais
– e aí o ponto de operação
muda mais para acima

- para um lugar onde a bomba


trabalharia com maior eficiência,
mas daria uma vazão menor

O objetivo da bomba é fornecer a vazão requerida, aquela que


satisfaça o sistema em cada momento, com a maior eficiência possível
da bomba -
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Para completar a análise de seleção ainda são usadas mais outras


duas curvas: NPSH e a de Potência

A primeira define a altura líquida necessária na sução da bomba –


evitar a cavitação
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e a segunda, identifica a potência mecânica consumida pela


bomba para operar nessas condições
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Todas as curvas mostradas são curvas típicas de uma bomba


centrífuga – outros tipos de bombas tem curvas características
com formas diferentes

Todo o relacionado com os diferentes


tipos de máquinas, suas características e
utilização, e a seleção da máquina mais
adequada para um sistema, é estudado –
Sistemas Fluidodinâmicos

Na MecFlu II apenas são estudados alguns problemas


que ajudam a compreender a relação entre a vazão, a
perda de carga e a carga necessária que deve aportar
uma bomba ao sistema ou a carga que uma turbina
pode extrair de um sistema
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2. Problemas com Tubulações com bomba e turbina

EXEMPLO 1 – Tipo I Dados:


Óleo cru a 60 oC ( = 8436 N/m3 e  = 3,83 x Óleo cru a 60 oC
 = 843,6 kg/m3
10-3 Pa.s) é bombeado através do Alasca
 = 8436 N/m3
numa tubulação de aço de diâmetro de 1219  = 3,83 x 10-3 Pa.s
mm e comprimento de 1286 km. A vazão de Tubo de Aço  = 0,048 mm
óleo na tubulação é de 3,31 m3/s. Determine D = 1219 mm = 1,219 m
a potência necessária para bombear óleo L = 1286 km =1286000 m
nesta tubulação. Q = 3,31 m3/s

Potência necessária para bombear óleo nesta tubulação

ou seja, a potência útil que


a bomba deve entregar 𝑁𝑢 = 𝜌𝑔𝑄ℎ𝐵
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2. Problemas com Tubulações com bomba e turbina

𝑝1 𝑉1 𝑝2 𝑉2
+ + 𝑧1 + ℎ𝐵 = + + 𝑧2 + ℎ 𝑇
𝜌𝑔 2𝑔 𝜌𝑔 2𝑔
Hipóteses
1- Admite-se que 1 e 2 são pontos localizados na superfície dos dois
grandes tanques de armazenamento – tanque inicial 1 e tanque final 2

𝑉1 = 𝑉2 = 0
2- Tanques grandes abertos à atmosfera

𝑝1 = 𝑝2 = 𝑝𝑎𝑡𝑚
3 – Admite-se que o bombeamento ocorre desde o nível do mar em
1 até o nível do mar em 2 – de costa a costa -

𝑧1 = 𝑧2 Logo .....
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2. Problemas com Tubulações com bomba e turbina

ℎ𝐵 = ℎ 𝑇 = ℎ𝐷 + ℎ𝐿

se a tubulação é muito longa (como neste caso) – as perdas localizadas


(menores ou singulares) são desprezíveis quando comparadas às
perdas distribuídas ...

3 - Admite-se que as perdas localizadas são nulas - ℎ𝐿 = 0


ℎ𝐵 = ℎ𝐷

𝐿 𝑉2
ℎ𝐵 = 𝑓
𝐷 2𝑔
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2. Problemas com Tubulações com bomba e turbina
Dados:
2
𝐿𝑉 Óleo cru a 60 oC
ℎ𝐵 = 𝑓  = 843,6 kg/m3
𝐷 2𝑔  = 8436 N/m3
 = 3,83 x 10-3 Pa.s
𝐿 1286000 Tubo de Aço  = 0,048 mm
𝐿 D = 1219 mm = 1,219 m
= = 1,05 × 106 L = 1286 km =1286000 m
𝐷 1,219 𝐷 Q = 3,31 m3/s

𝑉 =? 𝜋𝐷 2 4𝑄 4 ∙ 3,31
𝑄 =𝑉∙𝐴 =𝑉 𝑉= 2
=
4 𝜋𝐷 𝜋 1,219 2
𝑉 = 2,84𝑚/𝑠
𝜌𝑉𝐷 𝜀
𝑓 =? MOODY 𝑅𝑒 = =? =?
𝜇 𝐷
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Dados:
Óleo cru a 60 oC
𝑓 =?  = 843,6 kg/m3
 = 8436 N/m3
𝜌𝑉𝐷 843,6 ∙ 2,84 ∙ 1,219  = 3,83 x 10-3 Pa.s
𝑅𝑒 = = Tubo de Aço  = 0,048 mm
𝜇 3,83 × 10−3 D = 1219 mm = 1,219 m
L = 1286 km =1286000 m
Q = 3,31 m3/s
𝑅𝑒 = 762535,11 = 7,62 × 105

𝜀 0,048
= = 0,000039 ≈ 0,00004
𝐷 1219

MOODY
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2. Problemas com Tubulações com bomba e turbina
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2. Problemas com Tubulações com bomba e turbina
Dados:
Óleo cru a 60 oC
𝑓 =?  = 843,6 kg/m3
 = 8436 N/m3
𝜌𝑉𝐷 843,6 ∙ 2,84 ∙ 1,219  = 3,83 x 10-3 Pa.s)
𝑅𝑒 = = Tubo de Aço  = 0,048
𝜇 3,83 × 10−3 D = 1219 mm = 1,219 m
L = 1286 km =1286000 m
Q = 3,31 m3/s
𝑅𝑒 = 762535,11 = 7,62 × 105

𝜀 0,048
= = 0,000039 ≈ 0,00004
𝐷 1219

𝑓 = 0,0125
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2. Problemas com Tubulações com bomba e turbina
Dados:
2 𝑓 = 0,0125 Óleo cru a 60 oC
𝐿𝑉  = 843,6 kg/m3
ℎ𝐵 = 𝑓 𝐿  = 8436 N/m3
𝐷 2𝑔 = 1,05 × 106  = 3,83 x 10-3 Pa.s)
𝐷 Tubo de Aço  = 0,048
D = 1219 mm = 1,219 m
𝑉 = 2,84𝑚/𝑠 L = 1286 km =1286000 m
Q = 3,31 m3/s

2
2,84
ℎ𝐵 = 0,0125 ∙ 1,05 × 106 ∙ = 5395,57𝑚
2 ∙ 9,81
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Sabendo que a potência fornecida a um fluido por uma


bomba pode ser calculada como:

𝑁𝑢 = 𝛾𝑄ℎ𝐵
 - peso específico do fluido bombeado (g) - (N/m3)
Q – vazão volumétrica (m3/s)
hB - carga manométrica da bomba ou carga útil (m)

𝑁𝑢 = 8436 ∙ 3,31 ∙ 5395,57 = 150661364,4W

𝑁𝑢 = 150,66𝑀𝑊
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Potência necessária..... 𝑁𝑢 = 150,66𝑀𝑊

O valor da potência é considerável.....

- valor que não seria possível conseguir com apenas uma bomba –
não existe bomba com essa potência

mais do que isso, a pressão na descarga da bomba precisa ser:

𝑝𝑑 = 𝜌𝑔ℎ𝐵 = 44,65𝑀𝑃𝑎

- nenhum tubo comercial disponível de 1,219 m de diâmetro


suportaria essa pressão
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Soluções:

Poderiam ser colocados pontos intermediários com tanques, a


determinadas alturas segundo o ponto (altura que pode ser
calculada) que permitam que o escoamento continue por gravidade
a partir desses pontos por vários quilômetros –

ou, como é na realidade, um sistema de bombeamento


constituído por 12 estações de bombeamento, posicionadas ao
longo da tubulação, sendo que cada estação tem 4 bombas – 3
em operação e uma de reserva -
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2. Problemas com Tubulações com bomba e turbina
EXEMPLO 2 – Tipo II
A potência da turbina da figura é de 37,3 kW. A tubulação de
alimentação e saída da turbina apresenta diâmetro igual a 305
mm e comprimento de 91,44 m. Admitindo que o fator de atrito
no tubo seja igual a 0,02 e que as perdas de cargas localizadas
sejam desprezíveis, determine a vazão da água na saída da
turbina
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2. Problemas com Tubulações com bomba e turbina

Determine a vazão da água na turbina


𝜋𝐷 2
𝑄 =𝑉∙𝐴 =𝑉
4
𝑝1 𝑉1 𝑝2 𝑉2
+ + 𝑧1 = + + 𝑧2 + ℎ 𝑇 + ℎ𝑡
𝜌𝑔 2𝑔 𝜌𝑔 2𝑔
𝑧1 = 27,43𝑚 𝑉1 = 0
𝑧2 = 0 𝑉2 = 𝑉 =?

𝑝1 = 𝑝2 = 0

ℎ 𝑇 = ℎ𝐷
𝑁𝑢
ℎ𝑡 =
potência da turbina = 37,3 kW 𝜌𝑔𝑄
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2
Determine a vazão da água na turbina
𝜋𝐷
𝑄 =𝑉∙𝐴 =𝑉
4
𝑉2 𝑉2 𝐿 𝑉2 𝑁𝑢
𝑧1 = + ℎ𝐷 + ℎ𝑡 = +𝑓 +
2𝑔 2𝑔 𝐷 2𝑔 𝜌𝑔𝑄

𝑉2 𝐿 𝑉2 4𝑁𝑢 Multiplicando
𝑧1 = +𝑓 + por V
2𝑔 𝐷 2𝑔 𝜌𝑔𝑉𝜋𝐷 2

𝑉3 𝐿 𝑉3 4𝑁𝑢
𝑧1 𝑉 = +𝑓 +
2𝑔 𝐷 2𝑔 𝜌𝑔𝜋𝐷 2
Substituindo valores e rearranjando a equação.....

0,357𝑉 3 − 27,43𝑉 + 52,04 = 0


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0,357𝑉 3 − 27,43𝑉 + 52,04 = 0

𝑎𝑥 3 + 𝑏𝑥 2 + 𝑐𝑥 + 𝑑 = 0
Equação de terceiro grau – três raízes – três possíveis soluções
que são encontradas usando as relações de Girard

𝑏
𝑥1 + 𝑥2 + 𝑥3 = −
𝑎
𝑐
(𝑥1 ∙ 𝑥2 ) + (𝑥1 ∙ 𝑥3 ) + (𝑥2 ∙ 𝑥3 ) =
𝑎
𝑑
𝑥1 ∙ 𝑥2 ∙ 𝑥3 = −
𝑎
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As minhas soluções foram ....

𝑉 = 2𝑚/𝑠 𝑉 = 7,5𝑚/𝑠 𝑉 = −9,59𝑚/𝑠


Análise dos resultados ....
O valor negativo – pode ser descartado porque é matematicamente
válido, mas fisicamente impossível obter uma velocidade negativa
Os valores positivos – são ambos possíveis fisicamente – o que
significa que qualquer um desses valores de velocidade forneceria a
potência de 37,3 kW à turbina – mas com vazões diferentes

𝑉 = 2𝑚/𝑠 𝑉 = 7,5𝑚/𝑠

𝑄 = 0,146𝑚3 /𝑠 𝑄 = 0,547𝑚3 /𝑠
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Qual seria a explicação para que duas vazões tão diferentes


forneçam a mesma potência à turbina??

𝑉 = 2𝑚/𝑠 𝑉 = 7,5𝑚/𝑠
𝑄 = 0,146𝑚3 /𝑠 𝑄 = 0,547𝑚3 /𝑠
Analisando as perdas de carga e a carga útil da turbina ....

𝐿 𝑉2 4𝑁𝑢
ℎ𝐷 = 𝑓 ℎ𝑡 =
𝐷 2𝑔 𝜌𝑔𝑉𝜋𝐷 2
Substituindo os valores para deixar as equações em função de V ....

2 52,04
ℎ𝐷 = 0,306𝑉 ℎ𝑡 =
𝑉
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2. Problemas com Tubulações com bomba e turbina

2 52,04
ℎ𝐷 = 0,306𝑉 ℎ𝑡 =
𝑉
𝑉 = 2𝑚/𝑠 ℎ𝐷 = 1,224𝑚 ℎ𝑡 = 26,05𝑚
𝑉 = 7,5𝑚/𝑠 ℎ𝐷 = 17,21𝑚 ℎ𝑡 = 6,95𝑚
No primeiro caso, como a velocidade é pequena – a perda de carga é
pequena – e a carga disponível para a turbina é maior -
No segundo caso, como a velocidade é grande – a perda de carga é grande
– e a carga disponível para a turbina é menor -
mas, a combinação de ambas, consegue fornecer a carga requerida pela
turbina para gerar essa potência útil -
Os detalhes do projeto de uma
turbina dependem grandemente
𝑁𝑢 = 𝜌𝑔𝑄ℎ𝑡 da vazão utilizada
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2. Problemas com Tubulações com bomba e turbina

EXEMPLO 3:
Água a 4 OC é bombeada desde um lago do modo mostrado na figura.
Qual é a vazão máxima na bomba sem ocorrência de cavitação? (Perdas
localizadas: Kcotovelo=1,5, Kentrada=0,8)
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CAVITAÇÃO Como isto ocorre?
se a pressão local passa a ser igual
Fenômeno hidráulico que ocorre ou menor que a pressão de vapor
quando bolhas de vapor se formam do fluido na temperatura do
em um escoamento líquido, como escoamento - o fluido entra em
consequência da redução local na ebulição
pressão,
E SIM, UM LÍQUIDO
sendo arrastadas pelo líquido até
atingir uma região de pressão maior evapora
onde colapsam instantaneamente
ou quando quando sua
diminui a temperatura é
Pressão de Vapor pressão local aumentada
é a pressão parcial da fase de abaixo da acima do valor
vapor em equilíbrio com a fase pressão de vapor da sua
líquida de uma substância a na temperatura temperatura de
uma determinada temperatura específica ebulição
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2. Problemas com Tubulações com bomba e turbina
Em uma bomba centrífuga
Onde pode ocorrer??? acontece na sução...

- Bombas de água ou óleo


- Válvulas
- Turbinas hidráulicas
- Propulsores navais
- Pistões de automóveis

e fatores como temperatura do líquido, a altura da sução da bomba em


relação ao nível do reservatório (sução da bomba acima da superfície
do reservatório) e a vazão são importantes para evitar o fenômeno
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𝜋𝐷 2 Para calcular a velocidade preciso
𝑄 =𝑉∙𝐴 =𝑉 da equação da energia
4
𝑝1 𝑉1 𝑝2 𝑉2
+ + 𝑧1 + ℎ𝐵 = + + 𝑧2 + ℎ 𝑇
𝜌𝑔 2𝑔 𝜌𝑔 2𝑔
Vamos considerar o ponto 1 na superfície do reservatório e o ponto 2 na
sucção da bomba que é onde pode ocorrer a cavitação
𝑧1 = 0
𝑧2 = 3,05𝑚

𝑉1 = 0
ℎ𝐵 = 0
Ponto 2 antes da bomba 𝑉2 = 𝑉 =?
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2. Problemas com Tubulações com bomba e turbina

que posso considerar igual a zero se trabalharmos com


𝑝1 = 𝑝𝑎𝑡𝑚 pressões manométricas – verdade?

Só que ... para que não ocorra a cavitação – a pressão na sução da bomba
tem que ser maior que a pressão de vapor do líquido à temperatura do
escoamento – e a pressão do vapor é uma pressão absoluta ... Logo:

𝑝1 = 𝑝𝑎𝑡𝑚 = 101300𝑃𝑎
E a pressão de vapor da água a 10 oC é
igual a 1200 Pa

𝑝2 = 1200𝑃𝑎

𝑝1 − 𝑝2 𝑉 2 𝑉2 𝐿
= + 𝑧2 + 𝑓 + Σ𝐾
𝜌𝑔 2𝑔 2𝑔 𝐷
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2. Problemas com Tubulações com bomba e turbina

𝑝1 − 𝑝2 = 100100𝑃𝑎

𝑧2 = 3,05𝑚

2(𝑝1 − 𝑝2 )
− 2𝑧2 𝑔
𝜌
𝑉=
𝐿
𝑓 = 0,02 1 + 𝑓 + Σ𝐾
𝐷
𝐿 6,10 + 9,1 𝑉 = 4,7𝑚/𝑠
= = 199,47
𝐷 0,0762
𝑄 = 0,021𝑚3 /𝑠
Σ𝐾 = 1 ∙ 0,8 + 1 ∙ 1,5 = 2,3 Maior que esse valor de
vazão a bomba CAVITA
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2. Problemas com Tubulações com bomba e turbina

EXEMPLO 4:
A bomba esboçada na figura transfere uma carga de 76,2 m para a
água. Determine a potência mecânica transferida ao sistema sabendo
que a diferença entre as cotas das superfícies livres da água nos
lagos é igual a 61 m e a eficiência da bomba é de 85%. O
comprimento total de tubo é de 150 m, o diâmetro do tubo 0,2286 m
e o tubo tem rugosidade igual a 0.
TEMA III: Escoamento Viscoso, Incompressível – Interno
2. Problemas com Tubulações com bomba e turbina
Como a potência mecânica se relaciona à potência útil através da eficiência

𝑁𝑢 𝑁𝑢
𝜂𝐵 = 𝑁𝑚 =
𝑁𝑚 𝜂𝐵

𝜋𝐷 2
𝑁𝑢 = 𝜌𝑔𝑄ℎ𝐵 ℎ𝐵 = 76,2𝑚 𝑄=𝑉
4

𝑝1 𝑉1 𝑝2 𝑉2
+ + 𝑧1 + ℎ𝐵 = + + 𝑧2 + ℎ 𝑇
𝜌𝑔 2𝑔 𝜌𝑔 2𝑔
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2. Problemas com Tubulações com bomba e turbina

𝑝1 𝑉1 𝑝2 𝑉2
+ + 𝑧1 + ℎ𝐵 = + + 𝑧2 + ℎ 𝑇
𝜌𝑔 2𝑔 𝜌𝑔 2𝑔

𝑧1 = 0 𝑉1 = 𝑉2 = 0
ℎ 𝑇 = ℎ𝐷 + ℎ𝐿
𝑧2 = 61𝑚 ℎ𝐵 = 76,2𝑚
𝑝1 = 𝑝2 = 0
2

1
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2. Problemas com Tubulações com bomba e turbina

𝐿 𝑉2 𝑉2
ℎ𝐵 = 𝑧2 + 𝑓 + Σ𝐾
𝐷 2𝑔 2𝑔
Isolando a velocidade
𝑧2 = 61𝑚 ℎ𝐵 = 76,2𝑚
2𝑔(ℎ𝐵 − 𝑧2 ) 𝐿 150
𝑉= = = 656,17
𝐿 𝐷 0,2286
𝑓 + Σ𝐾
𝐷

Σ𝐾 = 1 ∙ 0,8 + 1 ∙ 5
+ 4 ∙ 1,5 + (1 ∙ 1) = 12,8
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2. Problemas com Tubulações com bomba e turbina

Substituindo os valores a equação da velocidade se simplifica para

298,22
𝑉=
𝑓 ∙ 656,17 + 12,8
E agora começa o trabalho de achar f

Como  = 0 não podemos assumir escoamento totalmente rugoso para achar f


em Moody com /D – a solução é assumir um valor típico de f

𝑓 = 0,02
Com esse valor calcular a V -
Calcular Re -
Com Re e a linha de Tubo Liso – encontrar f
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2. Problemas com Tubulações com bomba e turbina

𝑓 = 0,02 𝑉 = 3,3905𝑚/𝑠

𝜌𝑉𝐷
𝑅𝑒 = = 7,75 × 105
𝜇
TEMA III: Escoamento Viscoso, Incompressível – Interno
2. Problemas com Tubulações com bomba e turbina
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2. Problemas com Tubulações com bomba e turbina

𝑓𝑎𝑠𝑠 = 0,02 𝑉 = 3,3905𝑚/𝑠


𝑓 = 0,012 ≠ 0,02
𝜌𝑉𝐷
𝑅𝑒 = = 7,75 × 105
𝜇
Então, começamos de novo ....

Com o f encontrado em Moody calculamos V

Com V calculamos Re -
Com Re e a linha de Tubo Liso – encontramos um novo valor de f para comparar

𝑓 = 0,012 𝑉 = 3,798𝑚/𝑠 𝑅𝑒 = 8,7 × 105


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2. Problemas com Tubulações com bomba e turbina

𝑓 ≈ 0,0118
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𝑓 ≈ 0,012 Então, como f é praticamente igual ao f assumido -

𝜋𝐷 2
𝑉 = 3,798𝑚/𝑠 𝑄=𝑉 𝑄 = 0,1559𝑚3 /𝑠
4
𝑁𝑢
𝑁𝑚 =
𝜂𝐵
𝜌𝑔𝑄ℎ𝐵 1000 ∙ 9,81 ∙ 0,1559 ∙ 76,2
𝑁𝑚 = =
𝜂𝐵 0,85

𝑁𝑚 ≈ 137104,33𝑊 ≈ 137𝑘𝑊
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EXEMPLO 5:
Água é bombeada a 0,075 m3/s de um reservatório que está 20 m
acima da bomba. A pressão no lado da admissão da bomba é 150
kPa e no lado da descarga é 450 kPa. Todos os tubos são de aço
comercial com diâmetro nominal de 15 cm. Determine:
a) a altura de carga fornecida pela bomba
b) a perda de carga total entre a bomba e o ponto de descarga livre
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a) 𝑝2 𝑉2 𝑝3 𝑉3
+ + 𝑧2 + ℎ𝐵 = + + 𝑧3 + ℎ 𝑇
ℎ𝐵 =? 𝜌𝑔 2𝑔 𝜌𝑔 2𝑔

𝑧2 = 𝑧3 𝑉2 = 𝑉3 𝑄 = 𝑐𝑡𝑒 𝐴 = 𝑐𝑡𝑒

𝑝2 = 150000𝑃𝑎
𝑝3 = 450000𝑃𝑎

ℎ𝑇 = 0
Inclui apenas a bomba
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𝑝3 − 𝑝2
ℎ𝐵 = ℎ𝐵 = 30,58𝑚
𝜌𝑔
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b) 𝑝3 𝑉3 𝑝4 𝑉4
+ + 𝑧3 + ℎ𝐵 = + + 𝑧4 + ℎ 𝑇
ℎ 𝑇 =? 𝜌𝑔 2𝑔 𝜌𝑔 2𝑔
𝑧3 = 0 𝑉3 = 𝑉4 𝑄 = 𝑐𝑡𝑒 𝐴 = 𝑐𝑡𝑒
𝑧4 = 35𝑚
𝑝3 = 450000𝑃𝑎
𝑝4 = 0
ℎ𝐵 = 0
Não inclui a bomba
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𝑝3
ℎ𝑇 = − 𝑧4 ℎ 𝑇 = 10,87𝑚
𝜌𝑔
End Aula 3
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