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Cérebro

s funções do cérebro são tão admiráveis quanto misteriosas,


dependendo de bilhões de células nervosas e da comunicação
interna entre elas. É nele que pensamentos, crenças, recordações,
comportamentos e humores se formam. Além de ser o local do
raciocínio e da inteligência, o cérebro é o centro de controle de
todo o corpo. O cérebro coordena as habilidades de mover-se,
tocar, cheirar, provar, ouvir e ver. Ele permite formar a linguagem,
a fala e a comunicação, compreender e fazer operações
numéricas, compor e apreciar música, visualizar e entender
formas geométricas, planejar e até mesmo imaginar e fantasiar.

O cérebro também analisa todos os estímulos, provenientes dos


órgãos internos, da superfície corporal, dos olhos, ouvidos, nariz e
da boca. Então, ele responde a esses estímulos corrigindo a
postura corporal, o movimento dos membros e a frequência de
funcionamento dos órgãos internos. O cérebro também pode
determinar o humor e os níveis de consciência e alerta.

Visualização do cérebro

O cérebro divide-se em
telencéfalo, tronco cerebral e
cerebelo. Cada metade
(hemisfério) do telencéfalo é
dividida em lobos.
Tecidos que revestem o cérebro

No crânio, o cérebro é revestido


por três camadas de tecido
chamadas de meninges.

Nenhum computador se equipara à capacidade do cérebro


humano, mas essa sofisticação tem um preço: o cérebro carece de
nutrientes, de forma ininterrupta, e exige uma quantidade
elevada de fluxo sanguíneo e oxigênio continuamente (cerca de
25% do sangue proveniente do coração). O consumo geral de
energia do cérebro não se altera muito com o passar do tempo,
mas certas áreas do cérebro usam mais energia durante períodos
de aumento da atividade (por exemplo, ao tentar aprender um
novo idioma ou uma nova tarefa, como patinar no gelo). Um corte
no fornecimento de sangue ao cérebro, durante mais de 10
segundos, implica uma perda de consciência.

A falta de oxigênio ou níveis de açúcar (glicose) anormalmente


baixos no sangue podem resultar em menos energia para o
cérebro, além de lesioná-lo gravemente em quatro minutos.
Felizmente, o cérebro está protegido por vários mecanismos que
são capazes de evitar tais problemas. Por exemplo, se a
quantidade de sangue que chega ao cérebro diminuir, ele ordena
ao coração de imediato que aumente a frequência e
contratilidade para, assim, bombear mais sangue. Se a glicose
diminuir demais, o cérebro sinaliza as glândulas suprarrenais para
que liberem epinefrina (adrenalina), uma substância que estimula
o fígado a liberar os açúcares armazenados.
Você sabia que...

 O cérebro raramente produz células nervosas (neurônios)


novos, mas pode fabricar células de apoio (células gliais) novas
durante toda a vida.

 Nenhum computador se equipara à capacidade do cérebro


humano.

 Cerca de 25% do sangue bombeado pelo coração vai para o


cérebro.

A barreira hematoencefálica também protege o cérebro. Ela é


composta de células que revestem os vasos sanguíneos do
cérebro. Essas células permitem que algumas substâncias atinjam
o cérebro e bloqueiem outras. A barreira hematoencefálica é
necessária porque no cérebro, ao contrário de quase todo o
corpo, as células que formam as paredes dos capilares estão
firmemente unidas, por exemplo, para protegê-lo de lesões
causadas por toxinas e infecções. (Capilares, os menores vasos
sanguíneos do corpo, são os locais onde se efetua a troca de
nutrientes e oxigênio entre o sangue e os tecidos.) Como a
barreira hematoencefálica controla as substâncias que podem
entrar no cérebro, a penicilina, diversos medicamentos
quimioterápicos, algumas substâncias tóxicas e a maioria das
proteínas não podem passar para o cérebro. Por outro lado,
substâncias como o álcool, a cafeína e a nicotina podem passar
para o cérebro. Alguns medicamentos, como antidepressivos, são
criados para que possam ultrapassar a barreira. Algumas
substâncias necessárias pelo cérebro, como açúcar
e aminoácidos, não ultrapassam facilmente essa barreira. No
entanto, os sistemas de transporte da barreira hematoencefálica
permitem que as substâncias necessárias ao cérebro cheguem ao
tecido cerebral. Quando o cérebro está inflamado, conforme pode
ocorrer quando as pessoas apresentam certas infecções ou
tumores, a barreira hematoencefálica passa a apresentar
vazamentos (permeável). Quando a barreira hematoencefálica é
permeável, algumas substâncias (como alguns antibióticos) que
normalmente são incapazes de transpassar para o cérebro
tornam-se capazes de fazê-lo.
A atividade do cérebro deve-se aos impulsos elétricos gerados
pelos neurônios, que processam e armazenam a informação.
Esses impulsos percorrem o cérebro através das fibras nervosas.
A quantidade, o tipo e a origem da atividade dependem do nível
de consciência da pessoa e da atividade específica que está sendo
realizada.

O cérebro apresenta três partes principais:

 Telencéfalo

 Tronco cerebral

 Cerebelo

Dentro do cérebro (meduloblastoma)


Cada um tem várias áreas menores, cada uma com funções
específicas.

Cérebro

3D MODEL:

Telencéfalo
O telencéfalo, a maior parte do cérebro, contém o seguinte:

 O córtex cerebral: essa camada circinal de tecido forma a


superfície externa do telencéfalo. Consiste em uma camada
fina de substância cinzenta de cerca de 2 a 4 milímetros de
espessura. Nos adultos, o córtex cerebral contém a maior
parte dos neurônios do sistema nervoso.
 Substância branca: a substância branca consiste
principalmente nas fibras nervosas (axônios) que conectam as
células nervosas do córtex umas às outras, assim como a
outras partes do cérebro e da medula espinhal. Ela também
contém as células de apoio (oligodendrócitos) que produzem a
mielina para as fibras das células nervosas. A substância
branca está localizada sob o córtex.
 Estruturas subcorticais: essas estruturas também estão
localizadas sob o córtex – por isso, seu nome. Elas incluem os
gânglios basais, o tálamo, o hipotálamo, o hipocampo e o
sistema límbico, o qual inclui as amígdalas, as conexões
olfativas (estruturas que auxiliam a transmitir os sinais de
odor) e estruturas relacionadas.
O telencéfalo divide-se em hemisférios cerebrais direito e esquerdo. Eles
se ligam entre si por um conjunto de fibras nervosas que formam uma
ponte de substância branca, conhecida como corpo caloso, até metade do
cérebro. Cada hemisfério é, por sua vez, dividido em lobos:

 Lobo frontal

 Lobo parietal

 Lobo occipital

 Lobo temporal

Cada lobo tem funções específicas, mas, para a maioria das atividades,
diversas áreas de diferentes lobos nos dois hemisférios trabalham em
conjunto.

Os lobos frontais têm as seguintes funções:


 iniciar diversas ações voluntárias, desde observar um objeto
de interesse a atravessar uma rua ou relaxar a bexiga para
urinar;

 controlar as habilidades motoras adquiridas, como escrever,


tocar instrumentos musicais e amarrar o cadarço dos sapatos;

 controlar processos intelectuais complexos, como falar,


pensar, concentrar-se, resolver problemas, julgar e planejar o
futuro;

 controlar expressões faciais e gestos manuais e dos braços;

 coordenar expressões e gestos com o humor e os sentidos.

Determinadas áreas dos lobos frontais controlam movimentos específicos,


tipicamente da parte contralateral do corpo. Na maioria das pessoas, o
lobo frontal esquerdo controla a maior parte das funções envolvidas no
uso da linguagem.
Os lobos parietais têm as seguintes funções:
 interpretar informações sensoriais advindas do corpo;

 controlar a posição do corpo e membros;

 combinar as impressões relativas à forma, textura e ao peso e


convertê-las em percepções gerais;

 influenciar as habilidades matemáticas e a compreensão da


linguagem, assim como áreas adjacentes dos lobos temporais;

 armazenar memórias espaciais, que permitem ao indivíduo


orientar-se no espaço (saber onde está) e manter um sentido
de orientação (saber para onde vai);

 processar informações que ajudam o indivíduo a perceber a


posição das várias partes do corpo.

Os lobos occipitais têm as seguintes funções:


 processar e interpretar a visão e identificar as formas de
objetos;

 permitir ao indivíduo formar lembranças;

 integrar as percepções visuais às informações espaciais


fornecidas pelos lobos parietais adjacentes.

Os lobos temporais têm as seguintes funções:


 gerar lembranças e emoções;

 processar eventos imediatos em memória recente e de longo


prazo;

 armazenar e recuperar memórias de longo prazo;

 compreender sons e imagens, permitindo com isso reconhecer


outras pessoas e objetos, e integrar a audição e a fala.

As estruturas subcorticais incluem grandes grupos de células nervosas:


 Os gânglios basais, que colaboram na coordenação e
suavização dos movimentos.

 O tálamo, que organiza as mensagens sensoriais de e para as


camadas superiores do cérebro (córtex cerebral),
proporcionando uma consciência de sensações como a dor, o
tato e a temperatura.
 O hipotálamo, que coordena algumas das atividades mais
automáticas do organismo, como controle dos estados de
sono e de vigília, regulação da temperatura corporal, regulação
do apetite e da sede, e o controle da atividade hormonal
da hipófise adjacente.
O sistema límbico

O sistema límbico, outra estrutura subcortical, consiste de estruturas e


fibras nervosas localizadas profundamente dentro do telencéfalo. As
partes do sistema límbico são o hipotálamo, a amígdala, o tálamo, os
corpos mamilares e o hipocampo. Esse sistema liga o hipotálamo a outras
zonas dos lobos frontais e temporais. O sistema límbico controla a
experiência e a expressão das emoções, motivação, memória e
aprendizado, bem como algumas funções automáticas do corpo. Ao
produzir emoções (como medo, raiva, prazer e tristeza), o sistema límbico
contribui para que o indivíduo se comporte de forma adequada para
comunicar e resistir perante problemas físicos e psicológicos. O
hipocampo também está envolvido na formação e recuperação de
memórias, e suas conexões através do sistema límbico ajuda a conectar
aquelas memórias às emoções experienciadas quando as memórias são
formadas. Graças ao sistema límbico, as memórias com carga emocional
são geralmente mais fáceis de recordar do que as outras. O sistema
límbico também influencia outras áreas do cérebro, como os gânglios
basais, que controlam os movimentos intencionais dos membros.
Tronco cerebral
O tronco cerebral liga o telencéfalo à medula espinhal. Ele contém um
sistema de neurônios e fibras (denominado sistema reticular ativador),
localizado nas zonas profundas da parte superior do tronco cerebral. Esse
sistema controla os níveis de consciência e alerta. Além disso, ele contém
muitos dos grupos de centros nervosos que controlam os movimentos
dos olhos, da face, da mandíbula e da língua, incluindo mastigação e
deglutição.

O tronco cerebral também regula automaticamente algumas funções do


organismo, como a respiração, o controle da pressão arterial e frequência
cardíaca, e ajuda a ajustar a postura e o equilíbrio. Se ocorrer uma lesão
grave no tronco cerebral, perde-se a consciência e todas essas atividades
automáticas deixam de funcionar. A morte ocorre logo em seguida, como
resultado dessa morte cerebral. Contudo, se o tronco cerebral
permanecer intacto, o corpo pode permanecer vivo, mesmo quando uma
lesão grave ao telencéfalo torna impossível a consciência, o pensamento e
o movimento.
Cerebelo
O cerebelo, localizado logo abaixo do telencéfalo e um pouco acima do
tronco cerebral, coordena os movimentos do corpo. Com a informação
que recebe sobre a posição dos membros, enviada pelo córtex cerebral e
pelos gânglios basais, o cerebelo ajuda os membros a se moverem com
maior suavidade e precisão. Isto é feito ajustando-se de forma constante o
tônus muscular e a postura.

O cerebelo interage com zonas do tronco cerebral denominadas núcleos


vestibulares, que estão ligadas aos órgãos de equilíbrio (canais
semicirculares) do ouvido interno. Juntas, essas estruturas fornecem um
senso de equilíbrio, tornando possível caminhar de pé.

O cerebelo também armazena recordações de movimentos já realizados,


permitindo executar movimentos coordenados, como a pirueta no balé,
com rapidez e equilíbrio. O cerebelo contribui para as funções do
pensamento, como atenção, linguagem e emoção.

Meninges
Tanto o cérebro como a medula espinhal estão envolvidos por três
membranas de tecido (as meninges) que os protegem:

 A fina pia-máter (a mais interna das três membranas) reveste


a superfície do cérebro e da medula espinhal.
 A aracnoide-máter, fina e semelhante a uma teia de aranha, é
a camada intermediária.
 A dura-máter é a membrana mais externa e resistente.
Ventrículos do cérebro

VÍDEO

No espaço existente entre a aracnoide-máter e a pia-máter (espaço


subaracnóideo) circula o líquido cefalorraquidiano, que ajuda a proteger
o cérebro e a medula espinhal.
O líquido cefalorraquidiano ajuda a amortecer o cérebro contra choques
súbitos e lesões menores e também a retirar produtos residuais do
cérebro. O líquido cefalorraquidiano está contido em uma rede de
cavidades no cérebro chamadas ventrículos. O líquido cefalorraquidiano é
formado por células especializadas que revestem os ventrículos. Ele
penetra no cérebro ao longo do exterior dos vasos sanguíneos e flui sobre
a superfície do cérebro entre as meninges. O líquido é coletado por células
de apoio (células gliais) e distribuído por todo o cérebro, preenchendo os
espaços internos no interior do encéfalo (os quatro ventrículos cerebrais).
Finalmente, o líquido deixa o cérebro para entrar nos vasos sanguíneos do
corpo. À medida que o líquido cefalorraquidiano flui pelo cérebro, ele
retira proteínas descartadas e outros produtos residuais do tecido
cerebral. O processo de retirada ocorre sobretudo quando as pessoas
estão dormindo, o que ressalta a importância do sono.
O crânio, uma estrutura óssea resistente e protetora, abriga o cérebro e
as suas meninges. A medula espinhal conecta-se ao cérebro na base do
tronco cerebral.

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