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RESUMO
1. INTRODUÇÃO
2. JUSTIFICATIVA
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Alma Ata : Primeira conferência internacional sobre cuidados primários de saúde
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3. OBJETIVOS
4. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Durante séculos tem-se buscado nas plantas medicinais alternativas para o tratamento de
diversas doenças (HSU, 2005).
Observa-se que o conhecimento tradicional sobre plantas e seus usos medicinais são
resultados de experiência passada por gerações e é muito importante para a sustentabilidade das
espécies na região (CALIXTO, 2005 e SIGNORINI et al., 2009).
Existem em torno de 250.000-500.000 espécies de plantas superiores e cerca de 80% da
população em países subdesenvolvidos e em desenvolvimento são dependente da medicina caseira
(MORAIS e BRÁS-FILHO, 2007)
Alguns estudos etnobotânicos no Nordeste brasileiro mostram a importância do uso de
plantas medicinais na região semi-árida (ALBUQUERQUE et al, 2007;. ARAÚJO et al, 2008).
Produtos naturais e pesquisas com plantas medicinais têm ajudado bastante na
descoberta de vários compostos bioativos e contribuído na elucidação dos seus mecanismos de ação
(CANALES et al., 2005).
A pesquisa com plantas e a produção de medicamentos oriundos de vegetais com
atividade medicinal comprovada envolve várias etapas desde a seleção da planta, até a
comercialização do produto final (CAMURÇA-VASCONCELOS et al., 2005).
O Ministério da Saúde através da Portaria nº 971 de 3 de maio de 2006 disponibiliza
opções terapêuticas e preventivas aos usuários do SUS, dentre elas o uso de plantas medicinais e
medicamentos fitoterápicos além de afirmar, baseado em levantamento realizado em 2004, que 116
municípios de 22 estados brasileiros fazem uso da fitoterapia (BRASIL, 2006).
Faz-se necessário que os profissionais de saúde conheçam as atividades farmacológicas
e a toxicidade das plantas medicinais de cada bioma brasileiro, de acordo com os costumes,
tradições e condição sócio-econômica da população (SILVA et al., 2006).
Com a finalidade de instituir o programa Farmácia Viva no Sistema Único de Saúde
(SUS) em 2010 foi aprovada a Portaria nº 886/GM/MS. O programa Farmácia Viva foi criado pelo
professor Francisco José de Abreu Matos da Universidade Federal do Ceará, que estudou por mais
de 50 anos plantas medicinais. Entre outras aplicações do programa, tinha-se como objetivo
produzir medicamentos fitoterápicos acessíveis à população e realizar todas as etapas do cultivo,
coleta, processamento, armazenamento de plantas medicinais, manipulação, dispensação de
preparações magistrais até oficinas de plantas medicinais e produtos fitoterápicos (SIMONI, 2010).
Os profissionais da área de química de produtos naturais, tecnologia de alimentos
sempre deram atenção ao estudo das substâncias micromoleculares, mas ultimamente têm
produzido trabalhos com estruturas mais complexas, não se limitando às substâncias elaboradas via
processos do metabolismo especial. O avanço tecnológico tem permitido o aperfeiçoamento da
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4.1.1 Arruda
A arruda (Ruta graveolens L.), também conhecida como arruda-fedorenta, arruda-
doméstica e arruda-dos-jardins é uma espécie perene pertencente à família Rutaceae (Lorenzi e
Matos, 2002). É uma planta muito utilizada como na medicina popular em todo o Brasil (Souza et
al., 2007). Forma arbustos de ramos e folhas de coloração verde-azulada, apresentando flores
pequenas e amarelas. Na medicina popular, é muito utilizada contra, desordens menstruais,
inflamações na pele, câimbras, dor de ouvido e dente . Ensaios farmacológicos comprovaram seu
efeito como antihelmíntica, febrífuga, emenagoga e abortiva (Lorenzi & Matos, 2002), Anti-
hemorrágica, vermífuga, enxaqueca, abortiva, carminativa, emoliente, antiespasmódica, analgésica,
folhas e sementes possuem propriedades antiparasitárias (contra sarna e piolhos) ( DI STASI,
2002). As folhas são as partes da planta mais utilizado na medicina caseira e são usadas em forma
de chá e extratos. Como compostos bioativos é encontrado na arruda vitamina C, rutina,
furanocumarina, heterosídeosanticiânios e oléo essencial também lactonas aromáticas como a
cumarina, bergapteno, xantotoxina e rutarena, além de alcaloides como a rutamina, resina, goma e
taminos (COUTO, 2006).
4.1.2 Malva
A Malva sylvestris é utilizada para muitos fins benéficos para o ser humano desde
tempos remotos, mas sua comprovação científica tem ocorrido atualmente, mostrando e provando a
veracidade de suas vantagens na saúde e no tratamento de patologias (Ecker et al, 2015).
O uso do chá de malva (Malva sylvestris) sempre foi considerado benéfico para a saúde
na opinião popular contra inflamações e infecções. A Malva sylvestris é uma planta da famílias das
Malvaceas e se apresenta como benéfica em amplos aspectos para a saúde, pode ser usada como
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4.1.3 Boldo
O boldo (Peumus boldus Mold) é uma espécie arbórea, pertencente à família
Monimiaceae e nativa das regiões central e sul do Chile. Suas folhas são usadas na medicina
popular para tratamento de problemas digestivos e hepáticos. Além do uso popular, preparações a
base de boldo são descritas em vários textos farmacognósticos (Agra et al., 2007).
As folhas de boldo contêm entre 0,4 e 0,5% de alcalóides pertencentes à classe dos
benzoquinolínicos, sendo boldina o principal alcalóide, representando cerca de 12 a 19% do
conteúdo total de alcalóides (O’Brien et al., 2006). As folhas apresentam ainda taninos, óleo
essencial, flavonóides e glicolipídios (Mendes et al., 2006). Vila et al. (1999) obtiveram um óleo
contendo limoneno como o componente majoritário.
Os estudos farmacológicos encontrados, em sua maioria, descrevem as atividades
observadas para o alcalóide boldina, descrito como o principal componente do chá de boldo
(Jiménez et al. 2000). O extrato bruto de boldo, assim como suas frações ricas em alcalóides e em
Flavonóides, comprovou uma boa capacidade antioxidante e que essa capacidade deve-se
principalmente à presença de flavonóides (Quezada et al., 2004).
O boldo é indicado para má digestão, distúrbios hepáticos, manifestações reumáticas e
inflamações do trato urinário. Alcalóides (boldina) com atividade antioxidante), taninos, esteróides,
ácidos graxos, flavonoides (quercetina e canferol e derivados flavônicos (boldosídio, peumosídio),
Eugenol (Matsubara, 2006). A parte da planta utilizada é a folha e é usado em forma de chá. Possui
como compostos bioativos Alalóides( boldina) com atividade antioxidante, taninos, esteroides,
ácidos graxos, flavonoides ( quercetina e canferol e derivados flavônicos, eugenol (MORAIS e
BRAZ-FILHO, 2007).
4.1.4 Babosa
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A Aloe vera (L) Burm. f. pertence à família Aloaceae que inclui cerca de 15 gêneros e
800 espécies. É uma planta herbácea com folhas verdes, grossas, suculentas e medem de 30 a 60
centímetros de comprimento. Popularmente é chamada de babosa (Lorenzi & Matos, 2008).
Da parte mais externa pode se extrair um suco que flui espontaneamente das folhas
cortadas e possui cor marrom escura, além de forte odor e sabor muito amargo. É composto
principalmente por derivados antracênicos sendo as aloínas (barbaloína e isobarbaloína) os mais
conhecidos (WHO, 1999).
Após a eliminação dos tecidos mais externos da folha, obtêm-se um gel mucilaginoso
com aparência viscosa e incolor que recebe o nome de gel de A. vera. Constitui-se principalmente
por água e polissacarídeos, além de 70 outros componentes, tais como, vitamina A,B,C e E, cálcio,
potássio, magnésio e zinco, diversos aminoácidos, enzimas e carboidratos (Surjushe, 2008). O gel é
muito utilizado como matéria prima na indústria cosmética, alimentícia e farmacêutica como
Cicatrização antiinflamatória e antiartrítica (Cunha, 2005).
4.1.5 Manjericão
O manjericão possui elevado poder antioxidante (Gülçin et al., 2007). Os compostos
fenólicos responsáveis pela atividade antioxidante do manjericão estão presentes em ácidos
fenólicos, como o ácido rosmarínico derivado do ácido caféico (Melo et al., 2006).
O manjericão (Ocimum basilicum L) pertence à família Lamiaceae, podendo ser
encontrado na Ásia Tropical, África, América Central e América do Sul. Dentre as espécies do
gênero Ocimum, a espécie O. basilicum L. é a mais cultivada comercialmente devido às suas folhas
verdes e aromáticas que são utilizadas secas ou frescas como condimento ou na obtenção de óleo
essencial. O seu óleo, que é obtido das folhas e flores, contém pelo menos cinco ácidos graxos:
palmítico, esteárico, oléico, linólico e linoléico. Entre os principais compostos bioativos são
encontrados os Óleos essenciais (eugenol, estragol, linalol, lineol, alcanfor, cineol, pineno e timol),
taninos, saponinas, flavonóides, ácido cafeíco e esculosídeo (MACHADO et al, 2011).
Estudos in vitro demonstram que o óleo de Ocimum é capaz de inibir mediadores
envolvidos na resposta inflamatória (MACHADO et al, 2011).
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forma de infusão das folhas frescas ou secas. Xarope, inteira, macerada, é aplicada sobre ferimentos
e torções (Lorenzi& Matos, 2002).
Os principais compostos bioativos do xambá são flavonoides, contém traços de
alcaloides indólicos, cumarina, dihidrocumarina, umbeliferona, beta-sitosterol, lignanas (Alonso,
2004).
4.1.7 Alecrim
A espécie Rosmarinus officinalis L., conhecida popularmente como alecrim, é originária
da Região Mediterrânea. Apresenta folhas são lineares, coriáceas e muito aromáticas, medindo 1,5 a
4 cm de comprimento por 1 a 3mm de espessura (LORENZI, H.; MATOS,F., 2006).
É indicado para uso tópico local, como cicatrizante, antimicrobiana (Staphylococus) e
estimulante do couro cabeludo. (LORENZI, H.; MATOS,F.,2006). Os extratos de alecrim são
utilizados na indústria agro alimentícia por suas propriedades antioxidantes e conservantes
(ARUOMA et al. 1996).
Os resultados de sua análise fitoquímica designaram-na como uma droga derivada do
ácido cafeico. Os compostos fenólicos se encontram representados por flavonóides (esteróides do
luteol, diosmetol) e ácido rosmarínico. Além das substâncias citadas acima, foram encontradas
ainda taninos, que podem desintoxicar substâncias carcinogênicas e combater os radicais livres
(BRUNETON, J. 2001).
O ácido rosmarínico é anti-inflamatório e antioxidante (HOPIA, 1996).
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Figura 07: Alecrim (Folhas) Figura 08: Horto medicinal – Alecrim (Rosmarinus
officinalis L.)
contituintes químicos presentes nos rizomas frescos, que são responsáveis pelo odor forte, picante e
pela ação antimicrobiana (LORENZI & MATOS,2002).
5. METODOLOGIA
O horto medicinal, foi instalado e o cultivo dos vegetais foi feito direto no solo em
formato retangular, onde ficaram duas plantas em cada retângulo. O local foi escolhido onde se
incidisse pelo menos cinco horas de sol, durante todo o ano.
Teve-se o cuidado de analisar informações das exigências climáticas, das plantas que
serão cultivadas, para identificar aquelas que se adaptam bem ao clima local.
O projeto iniciou com a aplicação de um questionário para levantar dados a respeito das
espécies mais usadas pela população, assim como, parte usada, modo de preparo, indicação
terapêutica. A partir desta pesquisa foi traçado o perfil do usuário de plantas medicinais no
município de Ubajara.
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6. RESULTADOS
Foram entrevistados 100 pessoas de forma aleatória, sendo que 38% foram do sexo
masculino e 62% foram do sexo feminino, como mostra a figura 01. Esse resultado mostra a
hegemonia do sexo feminino no cuidado com a saúde da família, as quais dedicam grande parte do
tempo em contato direto com o quintal da casa, produzindo e beneficiando alimentos e remédios
para a família (AGUIAR, BARROS et al. 2012).
62,00%
70,00%
60,00%
50,00% 38,00%
40,00%
30,00%
20,00%
10,00%
0,00%
Masculino Feminino
36,00%
40,00%
35,00% 28,00%
30,00%
25,00%
20,00% 14,00% 12%
15,00% 7,00%
10,00% 1,00% 2,00%
5,00%
0,00%
70% 62%
60%
50%
40% 29,00%
30%
20% 7,00%
10% 2,00%
0%
1 SM 2-3 SM > 4 SM Não
Respondeu
29,38%
30,00% 26,57%
23,07%
25,00%
20,00%
15,00% 11,88%
10,00% 5,60%
5,00% 2,10% 1,40%
0,00%
99%
100%
80%
60%
40%
20% 1%
0%
Sim Não
27,6
30
16,7 14,58
20 10,93 10,93 9,89 9,37
10
0
8. CONSIDERAÇÕES FINAIS
AGRADECIMENTOS
Os autores agradecem ao IFCE campus Ubajara por acolher o projeto farmácia viva, a
Pró-reitora de Pesquisa e Inovação do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará
- PRPI e a contribuição dos funcionários da instituição na construção do horto medicinal.
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26
APÊNDICE I
27
QUESTIONÁRIO
SEXO
M[ ]
F[ ]
IDADE: ___________________
ESCOLARIDADE:
[ ] Não Alfabetizado
[ ] Ensino fundamental incompleto
[ ] Ensino fundamental completo
[ ] Ensino médio incompleto
[ ] Ensino médio completo
[ ] Ensino superior incompleto
[ ] Ensino superior completo
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
__________________________________________________
o dessa substância?
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
______________________________
APÊNDICE II
31
ANEXO 2
O senhor (ou a senhora) está sendo convidado(a) a participar de uma pesquisa que tem por objetivo
avaliar e caracterizar a utilização de plantas medicinais e fitoterápicos pela população do município
de Ubajara.
Esta pesquisa faz parte do trabalho de Pesquisa do Instituto Federal do Ceará.
Programa de Ensino Técnico em Alimento.
No caso de o(a) senhor(a) precisar de esclarecimentos posteriores, os telefones de contato estão ao
final deste termo.
Esclarecemos ainda que não serão divulgados quaisquer dados que possam identificá-lo(a) e que o
único inconveniente desta pesquisa será o tempo despendido para que o(a) senhor(a) responda às
perguntas do questionário. O(a) senhor(a) pode desistir da entrevista a qualquer momento que
desejar. Os dados levantados serão divulgados, desde que cumpridos os critérios éticos de
esclarecimento e compromisso pelos responsáveis pela pesquisa.
Agradecemos a sua participação.