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FACULDADE DE ECONOMIA E GESTÃO

Disciplina: Introdução à Economia

Capítulo I

1.1. Introdução a Economia


Conceito; Problemas;
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1.1 Surgimento da Economia
Deriva do grego: “aquele que administra o lar”.

A Economia surge como ciência a partir de 1776, com


o lançamento da obra de Adam Smith intitulado:
Riquezas das Nações, ano este que coincide com a
independência dos Estados Unidos.

Adam Smith foi o primeiro a sistematizar os


diferentes conhecimentos sobre economia que
existiam até a sua época, tendo aglutinado na sua
obra, por isso considerado Pai da Economia
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1.2. Conceito de Economia
• Economia é uma ciência social que estuda a forma
como o homem utiliza os recursos escassos nas
diferentes actividades económicas (produção,
distribuição, troca e consumo) para a satisfação das
suas necessidades.
• Objecto de Estudo: Recursos Escassos
• Objectivo: maximizar a satisfação das necessidades
do homem, tendo em conta que os recursos são
escassos
• Método: Induvito, Dedutivo, Observação;
• Falácias da Economia: Composição, Post-Hoc,
Não manter tudo resto constante (coeteris paribus). 3
1.2. Problemas Económicos
Recursos Produtivos
(Fatores de
Produção) Necessidades Humanas:
(Trabalho, Capital e Versus Ilimitadas / Infinitas.
Terra)
Limitados e Finitos

Problema
Como maximizar a satisfação das necessidades humanas
com os recursos existentes (escassos)?

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1.2. Problemas Económicos Fundamentais
O QUE e QUANTO produzir ?

Que tipo de bens a sociedade deve produzir e em que


quantidades (bens de consumo ou bens de capital?)

COMO produzir ?
Questão de eficiência produtiva. Capital ou mão-de-obra
intensiva.

PARA QUEM produzir ?


Como será a distribuição de renda gerada pela atividade
econômica. Quais os setores beneficiados.
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Sistemas Económicos
• Sistema Económico refere-se a forma como a sociedade está
organizada para desenvolver as atividades econômicas (produção,
distribuição, troca e consumo). O sistema económico pode ser de:

• Economia de Mercado (ou descentralizada, tipo capitalista): o


mercado resolve os problemas econômicos fundamentais (o que e
quanto, como e para quem produzir), como guiados por uma mão
invisível, sem a intervenção do governo.
• Economia Planificada (ou centralizada, tipo socialista): agência ou
Órgão Central de Planeamento decide a forma como resolver os
problemas econômicos fundamentais.

• Sistema misto: o sector público actua com o objectivo de evitar


distorções alocativas e distributivas: formação de preços, (via
impostos, etc.); complemento da iniciativa privada (infra-estrutura,
etc.); fornecimento de serviços públicos; 6
Ramos da Economia
• A Microeconomia dedica se ao comportamento de cada agente
num dado mercado, assumindo que não há interferência
significativa das grandezas agregadas;
• Microeconomia estuda o comportamento dos indivíduos na
economia – como famílias e empresas tomam decisões e de
como interagem nos mercados

• A Macroeconomia centra se no comportamento colectivo,


assumindo como constantes os comportamentos individuais e,
portanto, que não há interferência destes sobre os agregados
• Macroeconomia estuda a economia como um todo – incluindo
inflação, desemprego e crescimento econômico
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Análise positiva vs Normativa
• Declarações positivas tentam descrever o mundo como ele é –
chamadas análises descritivas
• Declarações normativas tentam prescrever como o mundo
deveria ser – chamadas análises prescritivas

Exemplos:
• Um aumento no salário mínimo causa uma redução no emprego
entre os trabalhadores menos qualificados;
• O elevado déficit orçamentário do governo federal causa o
aumento da taxa de juros
• O governo deve ser autorizado a arrecadar das empresas de
tabaco os custos relacionados a doenças provocadas pelo
tabagismo entre os pobres
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Conceitos Básicos Iniciais de Economia
Necessidade como o "estado de insatisfação acompanhado da
consciência de que existe um meio apto a fazer cessar ou atenuar
esse estado e do desejo de possuir esse meio.“
Utilidade é a satisfação obtida pelo consumo de bens e/ou
serviços
Bem– algo útil e acessível para satisfazer as necessidades
Factores de Produção – recursos usados para produzir bens e
serviços (trabalho, capital e terra)
Terra e trabalho - constituem os factores de produção primários,
ou seja, que não são produzidos.
Capital designa o conjunto de bens de capital que se caracterizam
pelo facto de serem bens produzidos a ser utilizados na produção
de outros bens.
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Conceitos Básicos (Classificação dos Bens)
a) Bens económicos (são escassos)
b) Bens livres (são abundantes)

a) Bens de produção (= indirectos; = intermediários): destinam-se a ser


utilizados na produção de outros bens.
b) Bens de consumo (= directos; = finais): satisfazem directamente as
necessidades dos consumidores.

a) Bens materiais: são produtos físicos tangíveis


b) Bens imateriais (serviços): produtos que não se concretizam em bens
materiais.

a) Bens não-duradouros: bens cuja utilidade se extingue num curto


período de tempo.
b) Bens duradouros: bens cuja utilidade perdura ao longo de períodos
sucessivos.
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Conceitos Básicos Iniciais de Economia

BENS

Económicos Livres (não


(escassos) escassos)

Naturais raros Bens produzidos

Factores de produção (L,K, Te)

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Fronteira de Possibilidade de Produção
(FPP)
• A FPP mostra-nos quantidade máxima que uma
economia pode produzir com os fatores de produção
e a tecnologia disponíveis.

• É a fronteira máxima (limite máximo) que a


economia pode produzir, dados os recursos
produtivos limitados. Mostra as alternativas de
produção da sociedade, supondo os recursos
plenamente empregues.

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FPP- Pressupostos
Para definir a FPP, considerem-se os pressupostos:
1. Encontra-se disponível uma certa dotação de
recursos;
2. Os recursos (escassos) são susceptíveis de usos
alternativos;
3. A economia produz apenas dois bens;
4. Admite-se o pleno-emprego dos recursos; a
tecnologia atingiu um determinado nível;
5. É máximo o grau de eficiência da utilização dos
recursos.

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Curva da FPP
Quantidade
Produzida (bem y )

ymax
x=0

xmax Quantidade
y=0 Produzida (bem x)

Razão de ser descrecente: devido a escassez de recursos, ou seja, a obtenção


de alguma coisa, está sujeita a abrir mão de outra (custo de oportunidade)
Razão da Concavidade: devido a lei dos custos de oportunidade crescents
associada à inflexibilidade dos custos de produção.
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Custo de Oportunidade e Taxa Marginal de
Transformação
• Custo de oportunidade corresponde ao valor atribuído pelo
indivíduo à melhor alternativa a que sacrifica quando faz
determinada opção.
• Assim, na FPP o custo de oportunidade da obtenção de uma
dada quantidade de um bem corresponde à quantidade do
outro bem a que se sacrifica ao optar pela obtenção daquela
quantidade do bem.
• Quando o custo de oportunidade é unitário, ou seja, quantas
unidades devemos sacrificar do bem Y, para a produção de
uma unidade adicional do bem X, dados os factores de
produção e tecnologia disponíveis, designa-se Taxa Marginal
de Transformação (TMT)
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Lei dos Custos de Oportunidade Crescentes
• Refere-se a tendência de sacrificar cada vez mais de um
determinado bem (Y), a medida que aumentados unidades
adicionais de produção do bem Y, dados os factores de
produção e tecnologia existentes. Devido a:

• A desigual aptidão dos factores para cada uma das produções


ou simplesmente à relativa e progressiva inflexibilidade da
adaptação dos factores de produção de um bem para o outro.
• À alteração da proporção em que se combinam os factores na
sequência da sua transferência duma produção para a outra que
dá lugar a lei dos rendimenos decrescentes

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Lei dos Rendimentos Decrescentes
• A lei dos rendimentos decrescentes diz que a medida que
aumentamos um dos factores de produção, mantendo os
restantes fixos, a produção aumenta mas a ritmos decrescentes.
• Assim, em resposta a constantes reduções impostas à classe
de bens que estará sendo sacrificada, serão obtidas
quantidades adicionais cada vez menos expressivas da classe
cuja produção estará sendo aumentada, ou seja,
• Cada unidade adicional a ser produzida de um determinado
bem X, requerá aumento cada vez maior do factor de produção
variável para produção deste bem de modo a compensar a
rendimentos decrescentes, o que implica sacrifício maior dos
factores de produção do outro bem Y e consequentemente
maior perda das quantidades produzidas deste outro bem.
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Curva da Fronteira de Possibilidade de Produção
Os pontos da FPP representam as possíveis combinações dos factores de
produção na obtenção dos bens x e y.
Quantidade
A: Ponto de ineficiência (Capacidade Produzida (bem 𝑦)
ociosa). Neste ponto o custo de
oportunidade é zero, pois não é necessário ymax
sacrifício de recursos produtivos para x=0 •B •D
aumentar a produção de um bem, ou mesmo,
dois bens.
•C
B e C: Ponto de Eficiência. Não há como
produzir mais, sem reduzir a produção do
•A
outro. Combinações de produto; (Nível de
produto Eficiente /Pleno Emprego).
Quantidade
D: Ponto Inalcançável. Nível impossível de xmax Produzida
(bem 𝑥)
produção no período imediato. Depende de y=0
fatores como inovação tecnológica.
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Descolacamento da curva da FPP
Os pontos FPP representam as possíveis combinações dos fatores de produção
na obtenção dos bens x e y.
Quantidade
Produzida (bem 𝑦)
Deslocamentos positivos: decorrem
da expansão ou melhoria dos fatores
ymax
de produção disponíveis
x=0 •D
(Crescimento Econômico). Inovações •B
tecnológicas: com a mesma
Deslocamentos
quantidade de insumos obtém-se •C Positivos
maior quantidade de produtos •A
Deslocamentos
Deslocamentos negativos: decorrem Negativos
da redução, sucateamento ou
xmax
progressiva desqualificação do Quantidade
fatores de produção disponíveis. y=0 Produzida
(bem 𝑥)

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Cálculo do Custo de Oportunidade e TMT
Os pontos FPP representam as possíveis combinações dos fatores de produção
na obtenção dos bens x e y.
Quantidade
Produzida
Custo de oportunidade de produzir de (bem 𝑦)
150 para 200 unidades, ou seja, o aumento
da produção do bem X em 50 unidades, ymax
implica sacrífício de 200 unidades do bem x=0
Y (250-450= -200). 450
• B 150; 450
∆Y •D
Custo de oportunidade unitário = =
∆X
(250−450) 250 • C 200; 250
, mostra-nos quantas unidades
200−150) •A
devem ser sacrificadas do bem Y, para
aumentar a produção do bem X em uma
unidade, dados os factores de produção e Quantidade
tecnologia existentes; 150 200 xmax Produzida
∆Y (bem 𝑥)
TMT =
∆X
- é valor do custo de y=0
oportunidade unitário dentro de módulos e a
interpretação é a mesma
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FIM

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