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Segundo o autor a epistemologia é importante para qualquer ciência pois auxilia numa
revisão do conhecimento de um assunto e acaba oferecendo critérios para a aceitação
do conhecimento. E nisso ele se baseia na ideia de Popper, o qual afirmava que o
cientista deveria expor seu pensamento e esperar pelas críticas para consertar
possíveis falhas, além de afirmar que todo conhecimento científico avança em
formato de degraus, gradativamente.
Porém, Thomas Kuhn não concordava com Popper e, apresentou sua teoria dos
paradigmas científicos em seu livro mais famoso: A estrutura das revoluções
científicas, de 1962. Ele compreendia esses paradigmas com as crenças e o
compartilhamento de paradigmas que constituiriam uma sociedade científica.
“Para este autor, o conhecimento em turismo não é produzido apenas na universidade; isso
significa que, nas agências de viagens, nas companhias aéreas, nos meios de hospedagem e
em todas as empresas de turismo de um modo geral, é produzido conhecimento em turismo.”
(p. 21)
“Um sistema, para ser completo, deve possuir meio ambiente (local em que o sistema se
encontra); unidades (as partes do sistema); relações (entre as unidades do sistema); atributos
(qualidade das unidades e do próprio sistema); input (o que entra no sistema); feedback (o
controle do sistema para mantê-lo funcionando corretamente); modelo (um desenho do
sistema para facilitar sua compreensão).” (p. 27)
“Getz (1986) fez uma revisão teórica de artigos e livros publicados em língua inglesa e
encontrou cerca de 150 modelos de abordagens do turismo, todavia nem todos são baseados
na teoria geral de sistemas. Segundo esse autor, os modelos do turismo encontrados dividem-
se basicamente em três grupos: (1) modelos teóricos; (2) processos de planejamento e
gerenciamento; (3) modelos de previsão.” (p. 27)
Segundo o autor, Raymundo Cuervo, foi o primeiro autor que propôs uma análise do
turismo usando a teoria de sistemas e que disse: “o turismo é um conjunto bem
definido de relações, serviços e instalações que se geram em virtude de certos
deslocamentos humanos.” (CUERVO, 1967, p. 29). Além disso, Cuervo acreditava
que o turismo é um grande conjunto que envolvem os meios de hospedagem, as
agências de viagens, os guiais turísticos, os meios de transporte e o comércio turístico,
indo desde artesões a locais de lazer; baseava-se também do pressuposto de que o
turismo é um conjunto em que a função é a comunicação.
“Para reafirmar a sua posição, este autor argumentou que o turismo é um sistema de
comunicação capaz de transmitir informação positiva e útil para a promoção da paz mundial,
mas que também pode ser negativo e afetar a harmonia das relações humanas. [...]” (p. 31)
Seguindo para Leiper, esse propôs um modelo de sistema turístico composto por 5
elementos, onde 3 são elementos geográficos e os outros 2 são, respectivamente, uma
região de trânsito que liga a origem ao destino e a região de destino turístico. E cada
um desses elementos interagem com o sistema impactado pelo destino turístico,
demonstrando ser um importante princípio do estudo do turismo.
Fonte: adaptado de Leiper (1990)
“[...] De acordo com Leiper (1990), a interação destes cincos elementos é influenciada por
fatores ambientais externos e, por sua vez, o mesmo sistema impacta os vários ambientes, tais
como humano, sociocultural, econômico, tecnológico, físico, político, legal etc.,
influenciando como os viajantes passam através da região de trânsito.” (p. 33)
“Numa análise superficial, pode-se dizer que as pessoas viajam para descansar, visitar
amigos, conhecer novos lugares, recuperar forças ou, até mesmo, para fazer nada. Para
Krippendorf, as pessoas viajam ou deixam de viajar também por influência social, por
necessidade de status perante os seus pares: ‘O que impede um indivíduo de viajar, a procurar
lá fora o que não encontra dentro, não é tanto o resultado de um impulso social quanto a
influência do meio social, que fornece a cada um suas normas existenciais.’
(KRIPPENDORF, 2000, p. 38). Nesta perspectiva, viajar significa prestígio social, pois se
tornou quase obrigatório viajar nas férias [...].” (p. 37)
Si
3- Conjunto das ações operacionais: formado pela demanda, a oferta, o mercado, a produção,
distribuição e o consumo. Dentro dos subsistemas que formam esse conjunto estão presentes
os bens e serviços turísticos disponíveis ao turista, as empresas que produzem esses bens e
serviços.
SISTU
R de Beni (2001)
Finalizando com Boullón, ele acreditava que não haviam regiões turísticas, uma vez
que os atrativos turísticos não se tocam, e propôs a teoria do espaço turístico,
determinado por meio da observação da distribuição entre atrativos turísticos e
infraestrutura. A partir disso foram identificados vários componentes turísticos, são
eles: zona, área, complexo, centro, unidade, núcleo, conjunto, corredor, corredor de
translado e corredor de estada.
Zona turística: o maior componente. Cada zona deve contar com, no mínimo, 10 atrativos
turísticos, um tanto quanto perto um dos outros;
Área turística: é como um subsistema de um subsistema maior. Deve possuir uma boa
infraestrutura de transportes e comunicação, e possuir um centro turístico;
Centro turístico: dividido em quatro partes - distribuição, estada, escala e excursão. “É todo
conglomerado urbano que conta, em seu próprio território ou dentro de seu raio de influência,
com atrativos turísticos de tipo e hierarquia suficientes para motivar uma viagem turística.
(BOULLÓN, 2001, p. 69-70).” (p. 57-58);
Complexo turístico: maior que o centro e menor que a zona. Possui um ou mais atrativos, que
junto de outros complementos, tem potencial de fazer com que os turistas permaneçam por 3
ou mais dias;
Unidades turísticas: uma concentração menor que possibilita aproveitar um ou mais atrativos
turísticos de uma vez só, como por exemplo: parques aquáticos e hortos florestais;
Corredores turísticos: promovem a ligação dos componentes do meio turístico. Podem ser de
translado, que é aquele onde passa o fluxo de turistas, devem possuir uma bela paisagem e
equipamentos que promovam a segurança dos turistas para que possam chegar até seu
destino; e de estada, que são áreas maiores e geralmente ficam à beira de lagoas e/ou rios.