Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
PRECIPITAÇÃO: PARTE 2
3
Fonte: Garcez, 1976.
Períodos de Retorno (T) recomendados para diferentes ocupações
Definição do Período
de Retorno
A chuva de projeto é um
critério de precipitação
máxima adotada na obtenção
de hidrogramas de projeto,
utilizados principalmente no
dimensionamento de obras de
drenagem urbana e rural. A
definição da chuva de projeto
deve considerar a natureza das
obras a projetar e os riscos
envolvidos quanto a segurança
da população e as perdas
materiais.
4
Fonte: Wilken, 1978; Kessler e Raad, 1978.
Risco
A definição do período de retorno presume que se assume um risco de ocorrer, em um ano
qualquer, um fenômeno maior que a chuva de projeto adotada. Esse risco pode ser
calculado como:
N
1
J=1− 1−
T
Sendo:
J = índice de risco, variando entre 0 e 1 ( 0 e 100 %)
T = período de retorno (anos);
N = número de anos considerado.
5
Fonte: Wilken, 1978; Kessler e Raad, 1978.
Risco
Com essa equação pode-se estabelecer o risco assumido (risco de falha) para projetos com
período de retorno T durante diferentes períodos:
Ex.:
Existe um risco de
40,95 % de que
ocorra, nos próximos
5 anos, uma
precipitação superior
a aquela projetada
com período de
retorno de 10 anos.
6
Fonte: Wilken, 1978; Kessler e Raad, 1978.
Risco
Definindo-se o risco assumido pode-se calcular o período de retorno de um evento como:
1
T=
1 − (1 − J)1/N
Sendo:
J = índice de risco, variando entre 0 e 1 ( 0 e 100 %)
T = período de retorno (anos);
N = número de anos considerado.
Exemplificando, para um sistema de drenagem projetado para 10 anos com risco assumido
de 20 % o período de retorno a ser adotado deve ser de 45,3 anos.
7
Fonte: Wilken, 1978; Kessler e Raad, 1978.
ANÁLISE DE FREQUÊNCIA
Determinar a magnitude das precipitações que poderiam ocorrer com uma
determinada probabilidade.
Probabilidade é
Análise de Análise de
estimada a partir da
frequência extremos
frequência relativa
Série total:
- Considera-se todos os dados observados
Série anual:
- Considera-se somente um dado por ano (por exemplo: o máximo ocorrido no ano),
neste caso, número de eventos coincide com o número de anos.
Série parcial:
- Chuva intensa: considera-se toda precipitação superior a um valor pré-estabelecido,
logo, pode-se ter mais de um evento por ano ou nenhum evento no ano, ou seja,
número de eventos pode ser diferente ao número de anos.
9
Fonte: Notas de Aula Prof. Regina Tiemy Kishi – UFPR (2020).
ANÁLISE DE FREQUÊNCIA
A frequência (F) de um evento que é observado m vezes num período de n anos pode ser
calculada como sendo:
𝑚
𝐹=
𝑛
1
𝑇=
𝐹
1
Fonte: Kessler e Raad, 1978; Villela e Mattos, 1975. 0
ANÁLISE DE FREQUÊNCIA
ANÁLISE
ESTATÍSTICA
1
Fonte: Notas de Aula Prof. Regina Tiemy Kishi – UFPR (2020). 1
ANÁLISE DE FREQUÊNCIA
Método empírico:
• Dados são classificados em ORDEM DECRESCENTE
• A cada um é atribuído seu NÚMERO DE ORDEM m
• FREQÜÊNCIA que foi igualado ou superado um evento de ordem m é:
Método de Kimbal
𝑚 𝑛+1
𝐹 𝑋 ≥ 𝑥𝑇 = 𝑇 𝑋 ≥ 𝑥𝑇 =
𝑛+1 𝑚
1
Fonte: Notas de Aula Prof. Regina Tiemy Kishi – UFPR (2020). 2
ANÁLISE DE FREQUÊNCIA
Método empírico:
Pelo método empírico pode-se estimar a frequência da chuva seguindo os seguintes
passos:
1. Ordenar os dados em ordem decrescente,
2. Estabelecer um número de ordem m, iniciando com m = 1 para o maior valor e m = n
para o menor valor, sendo n o número de dados na série;
3. Calcular a frequência F de valores maiores ou iguais ao valor considerado utilizando a
seguinte expressão:
𝑚
𝐹=
𝑛+1
onde:
P = probabilidade de um valor extremo X ser
maior ou igual a um dado valor xT ;
y = variável reduzida de Gumbel;
1
Fonte: Notas de Aula Prof. Regina Tiemy Kishi – UFPR (2020). 7
ANÁLISE DE FREQUÊNCIA
EXEMPLO 2
As seguintes precipitações diárias (consideradas extremas iguais ou acima de 85 mm) foram
observadas em uma estação em estudo:
Ano Eventos
1 1965 126 (03/4) 95 (23/10)
2 1966 105 (27/8)
3 1967 137 (14/7) 89 (05/12)
4 1968 95 (21/6)
5 1969 Máxima precipitação: 58 (04/9)
6 1970 100 (25/5)
7 1971 95 (09/9) 100 (01/11) Média = 107,143 mm
8 1972 110 (30/8) Desvio Padrão = 20,137
9 1973 131 (31/7) 147 (04/9) 85 (03/10)
10 1974 85 (02/3)
1
Fonte: Notas de Aula Prof. Regina Tiemy Kishi – UFPR (2020). 9
ANÁLISE DE FREQUÊNCIA
DISTRIBUIÇÃO DE GUMBEL
Para chuvas intensas existem vários trabalhos mostrando que a distribuição de Gumbel se
ajusta bem e por isso tem sido largamente empregada. Para a sua aplicação é indispensável
ter uma série de máximos valores anuais.
Pela distribuição de Gumbel-Chow a precipitação extrema (XT) com período de retorno T
pode ser estimada pela equação:
2
1
ANÁLISE DE FREQUÊNCIA
DISTRIBUIÇÃO DE GUMBEL
Para o cálculo de um valor de precipitação máxima pode-se seguir os seguintes passos:
σ 𝑋𝑖
1. Calcular a média dos valores extremos: 𝑥ҧ =
𝑁
σ(𝑋𝑖−𝑥)²
ҧ
2. Calcular o desvio padrão dos valores observados: S =
𝑁−1
1
3. Para cada período de Retorno (T) calcular a variável y: 𝑦 = −𝑙𝑛 −𝑙𝑛 1 −
𝑇
4. Obter os parâmetros Yn e Sn da tabela em função do número de anos da série de dados
(N).
𝑆
5. Calcular o valor máximo esperado: 𝑋𝑇 = 𝑥ҧ + 𝑌 − 𝑌𝑛
𝑆𝑛
2
Fonte: Notas de Aula Prof. Regina Tiemy Kishi – UFPR (2020). 2
ANÁLISE DE FREQUÊNCIA
DISTRIBUIÇÃO DE GUMBEL
Em geral, as distribuições de valores extremos de grandezas hidrológicas, como a chuva e
vazão, ajustam-se satisfatoriamente à distribuição de Gumbel:
−𝑒 −𝑦 1
𝑃 𝑋 ≥ 𝑥𝑇 = 1 − 𝑒 𝑦= (𝑥𝑇 − 𝑥ҧ + 0,45𝜎)
0,7797𝜎
onde:
P = probabilidade de um valor extremo X ser
maior ou igual a um dado valor xT ;
y = variável reduzida de Gumbel;
2
Fonte: Notas de Aula Prof. Regina Tiemy Kishi – UFPR (2020). 3
ANÁLISE DE FREQUÊNCIA
EXEMPLO 2
As seguintes precipitações diárias (consideradas extremas acima de 85 mm) foram
observadas em uma estação em estudo:
Ano Eventos
1 1965 126 (03/4) 95 (23/10)
2 1966 105 (27/8)
3 1967 137 (14/7) 89 (05/12)
4 1968 95 (21/6)
5 1969 Máxima precipitação: 58 (04/9)
6 1970 100 (25/5)
7 1971 95 (09/9) 100 (01/11)
8 1972 110 (30/8)
9 1973 131 (31/7) 147 (04/9) 85 (03/10)
10 1974 85 (02/3)
2
5
Equação de Chuvas Intensas
O conhecimento das relações intensidade-duração-frequência (IDF) de chuvas é de grande
importância no dimensionamento de estruturas de drenagem superficial e controle de
erosão do solo. Cada localidade possui diferentes características de IDF devido às suas
características climáticas e de relevo.
C
i=
(t + t 0 ) n
i - intensidade média de chuva em mm por hora
t - duração em minutos
C, t0 e n - constantes
2
Fonte: Notas de Aula Prof. Regina Tiemy Kishi – UFPR (2020). 6
Equação de Chuvas Intensas
Em um estudo no ano de 2011, Back, Henn e Oliveira obtiveram equações IDF para 13
estações pluviográficas do Estado de Santa Catarina: Chapecó, Urussanga, Campos Novos,
Florianópolis, Lages, Caçador, Itajaí, Itá, Ponte Serrada, Porto União, Videira, Laguna e São
Joaquim. Os pluviogramas diários de cada estação foram digitalizados e, posteriormente,
determinaramse as séries de máximas anuais de chuva com duração de 5 a 1.440 min. A
partir delas, foram estimadas, por meio da distribuição de Gumbel-Chow, as chuvas
máximas com durações variando de 5 min a 24 h, considerando-se os períodos de retorno
de 2, 5, 10, 20, 25, 50 e 100 anos.
2
Fonte: Back, Henn e Oliveira, 2011. 7
Equação de Chuvas Intensas SC
2
Fonte: Back, Henn e Oliveira, 2011. 8
Equação de Chuvas Intensas SC
2
Fonte: Back, Henn e Oliveira, 2011. 9
Fonte: Back, Henn e Oliveira, 2011.
0
3
R² = grau de confiabilidade
3
Fonte: Back, Henn e Oliveira, 2011. 3
Curvas IDF
3
Fonte: Back, Henn e Oliveira, 2011. 4
ANÁLISE DE FREQUÊNCIA
EXEMPLO 4
Qual o tempo de retorno de uma chuva de 111 mm em 2 horas considerando a equação de
chuvas intensas de Florianópolis?
222𝑇 0,1648
Para 5 ≤ t ≤ 120 min: 𝑖=
(𝑡)0,3835
3
5