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ATIVIDADE I

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ


CENTRO DE HUMANIDADES
DISCIPLINA: Filosofia da Arte
PROFESSOR: Expedito Passos
TURNO: Noite
NOME: Antonio Antenor Lobo Neto
MATRÍCULA:1535304

TEMA: UNIDADE I- As aporias de uma abordagem sobre a Estética saber


específico e autônomo: reflexão sobre alguns pressupostos.

1.1A tese moderna do nascimento da Estética como novo saber na


Modernidade: pressuposto fundamental.

Analisando historicamente a hipótese do nascimento moderno da Estética,


pode-se mencionar as disputas historiográficas entre concepções do século
XIX e XX, oriundas de um discurso que esclareça e justifique qual seja o
pretenso fundador da Estética (Vico – Baumgarten).

Para uma abordagem epistemológica sobre a questão do advento da estética


como disciplina, tem-se como orientação a seguinte hipótese: a tese Croceana
que trata Vico como “criador” da estética moderna, ao passo que minimiza a
relevância de Baumgarten, e arbitrariamente reduz o projeto de Nova Ciência à
Estética. Tal formulação foi estabelecida por meados do século XX, pela
instrução de Benedetto Croce, que propôs a existência de uma estética no
pensamento de vico, comprometendo assim, com a formação intelectual da
época, negativamente sujeitas a esquematizações convencionais e
controvérsias.

1.2 Estética e Filosofia da arte: problemática posterior ao


empreendimento de Baumgarten

Na modernidade, por intermédio de Alexander Baumgarten, tem-se a


sistematização e fundamentação da Estética como uma disciplina filosófica e
autônoma. Nessa perspectiva é salientável a indagação sobre a hipótese de
distinção entre estética e filosofia da arte, tendo em vista que com esse
advento de um novo estatuto do saber, acarreta na compreensão histórica,
cultural e social da época.

Ademais, instaura-se na modernidade o problema de identidade desse saber,


ou seja, forma-se uma “patologia estética” que designa a filosofia da arte como
definição desse novo estatuto do saber, ao passo que seria mais propício
identificar a estética como uma metodização enciclopédica dos saberes
clássicos humanistas do século XVIII, em detrimento de uma ciência da
aisthesis.

Assim, deve-se atentar para o distanciamento teórico da arte com investigação


do sensível, pois o problema que envolve estética e filosofia da arte, abrange
controvérsias no campo epistemológico, no que concerne a diferença entre as
teorias relativas ao advento da estética (categorias extra filosóficas e intra
filosoficas).

1.3 O estatuto da Estética como saber e sua especificidade epistêmica

Em relação a compreensão da Estética, deve-se enfatizar que por meio de


Baumgarten, trata-se de uma ciência também, pois configura-se a partir de
princípios e elementos relevantes para sua aplicação e discussão, que não se
esgotam na empiria, ou seja, o filosofo propõe a sistematização de um
conhecimento sobre os saberes e instancias do espirito, tendo como elemento
epistemológico as faculdades humanas ligadas à sensação e uma filosofia do
espirito.

Nessa perspectiva, atrela-se a Estética o pressuposto dos saberes antigos


reconfigurados (Poética e Retórica), ou seja, uma postulação de um novo saber
associado a uma perspectiva wollfiana-leibniziana. Desse modo, tem-se uma
ciência de ordem gnosiológica sobre a natureza do conhecimento sensível.
1.4 A Estética e a enciclopédia clássica dos saberes humanistas:
especificidades de sua dimensão epistêmica

A dimensão epistêmica da Estética vista em Baumgarten apresenta uma


relevante influência da tradição retorica e poética, tendo em vista a
configuração de uma união entre Poética e Filosofia, para se formular uma
“filosofia poética” (lógica estética e poética). Com isso, Baumgarten estabelece
com clareza o sentido filosófico, e a correspondência dos procedimentos
retórico e poéticos da tradição como: a fundamentação de “poema” como um
discurso sensível perfeito; o termo “sensível” neste caso, referente as
representações sensíveis e pertencentes às faculdades do conhecimento
inferior.

Ademais, verifica-se também uma estruturação retórica designada pela


“inventio, dispositivo e elocutio”, fortemente influenciado pelo pensamento
filosófico de Leibniz e Wolf ( articulação da representações sensíveis com
base em um fundamento do poema). Através dessa orientação, é possível
estabelecer a especificidade do conhecimento sensível da estética, o que torna
a estética de Baumgarten uma transcrição metódica dos saberes retóricos
clássicos. Assim, confirma-se em sentido estrutural uma sistematização de
uma ciência técnico- metódica de sua nova disciplina.

1.5 A Estética e a sua noção de experiência estética: sentido epistêmico


da questão
A experiência estética, na perspectiva de Baumgarten, trata-se do conjunto de
representações que atrelado à atividade do entendimento atuam como
pressuposto auxilio propedêutico do pensamento. Para isso, o autor propõe a
relação entre a noção de verdade e beleza, em contraposição com a
perspectiva platônica de aspecto inteligível, nesse caso, trata-se de uma
contemplação que ultrapassa o âmbito intelectual (atua como um traço da
verdade sensitiva).

No que diz respeito ao conceito de beleza, é posto como uma “intuição sensível
do objeto por parte do sujeito”, mais precisamente, considera-se aqui adequado
o uso do termo “evidencia”. Assim, essa noção do conhecimento sensível se
alcança por intermédio de uma “evidencia racional sensível” (noção de
experiência se compreende pela apreensão da verdade em detrimento daquilo
que seja análogo da razão e das faculdades inferiores do conhecimento).

1.6 As orientações estéticas e suas mudanças relativas à sua fundação


em Baumgarten

Com a novidade teórica e o empreendimento de Baumgarten, a Estética


adequa-se a um campo filosófico especifico, na medida em que busca
estabelecer o seu objeto e analisar sua constituição como uma pluralidade de
temas em conjunto com uma ordem gnosiológica que aborde questões
retóricas e poéticas.

No que concerne a fundação desse estatuto do saber, Baumgarten estabelece


uma investigação em uma determinada área do saber, isto é, configurar numa
ciência sistemática os conceitos e categorias expressas no conhecimento
racional sensível como forma de organizar e superar o saber retorico – clássico
já existente.

Quanto as orientações relativas do advento dessa disciplina, tem-se a


designação do universo do saber filosófico e de uma ciência moderna, além de
pressupostos oriundos da poética e retorica clássico- humanista. Nesse
contexto (séculos XVII e XVIII), decorre então uma tendência para se afirmar a
unicidade do método científico e uma redistribuição dos saberes clássicos-
humanistas, sendo assim, contribuindo para determinação de um novo objeto
cientifico-enciclopédico.

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