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UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS

INSTITUTO DE FILOSOFIA, CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS – IFCHS


DEPARTAMENTO DE GEOGRAFIA – DEGEO

Discente: Rayssa da Silva dos Santos/21953674

ESTÁGIO 3: RESUMO

Título: Pedagogia do Oprimido


FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido,17. ed. Rio de Janeiro, Paz e Terra,
1987.

1.1 Justificativa da pedagogia do oprimido

O autor inicia a discussão fazendo ponderações quanto a amplitude e complexidade


deste ensaio que é uma extensão do trabalho “Educação como Prática de
Liberdade”. O cerne que o autor chama atenção neste primeiro ato fica
enclausurado na humanização e desumanização dos homens, que para o autor é
uma vocação histórica, que está fincada na raiz inconclusiva do concreto, abstrato,
humano e desumano, para Freire a desumanização é uma concretude histórica, no
entanto não é um destino dado, mas o resultado de uma ordem que é desigual e
opressora.

1.2 A contradição opressores-oprimidos. Sua superação

O autor no segundo tópico aborda quanto a contradição dos oprimidos, que lutam
pela sua humanidade, no entanto essa humanidade está sendo criada quando se
sai a luta, ao mesmo tempo o oprimido se torna opressor dos opressores a fim de
restaurar a humanidade de ambos os corpos. o opressor segue uma ordem a da
generosidade ou falso amor que se alimenta da miséria da morte, não são recursos
para sanar ou extinguir fome miséria, é apenas uma braço extensor dos “efeitos
colaterais”. Segundo Freire, a verdadeira generosidade está em lutar para extinguir
as razões que alimentam o falso amor.
O autor faz ressalvas no que diz a respeito da dualidade que pode habitar o mesmo
ser, o oprimido opressor, que no início da libertação todo oprimido pode ser tornar
opressor ou subopressor, no entanto manter as dualidades torna incapaz a
humanização do ser.

1.3 A situação concreta de opressão e os opressores

Em uma situações de opressão, é gerado toda uma forma de ser e comportar-se


nos que estão envolvidos nela, em ambas as dualidades, opressor e oprimido. Uns
e outros, na concretude é refletido a opressão que os marca. Na análise da situação
concreta, existencial, de opressão, não pensemos deixar de surpreender o seu
nascimento num ato de violência que é inaugurado repetimos, pelos que têm poder.
Esta violência, como um processo, passa de geração a geração de opressores, que
se vão fazendo legatários dela e formando-se no seu clima geral. Este clima cria
nos opressores uma consciência fortemente possessiva. Possessiva do mundo e
dos homens. Fora da posse direta, concreta, material, do mundo e dos homens, os
opressores não se podem entender a si mesmos.

1.4 A situação concreta de opressão e os oprimidos


A consciência oprimida, sobretudo camponesa, quase imersa na natureza {23} ,
encontra no sofrimento, produto da exploração em que está, a vontade de Deus,
como se Ele fosse o fazedor desta “desordem organizada”. De tanto ouvirem de si
mesmos que são incapazes, que não sabem nada, que não podem saber, que são
enfermos, indolentes, que não produzem em virtude de tudo isto, terminam por se
convencer de sua “incapacidade”.
Falam de si como os que não sabem e do “doutor” como o que sabe e a quem
devem escutar. Os critérios de saber que lhe são impostos são os convencionais.
Dentro desta visão inautêntica de si e do mundo os oprimidos se sentem como se
fossem uma quase “coisa" possuída pelo opressor. Enquanto, no seu afã de
possuir, para este, como afirmamos, ser é ter à custa quase sempre dos que não
têm, para os oprimidos, num momento da sua experiência existencial, ser nem
sequer é ainda parecer com o opressor, mas é estar sob ele. É depender. Daí que
os oprimidos sejam dependentes emocionais.
1.5 Ninguém liberta ninguém, ninguém se liberta sozinho: os homens se
libertam em comunhão

O diálogo crítico é libertador, por isto mesmo que supõe a ação, tem de ser feito
com os oprimidos, qualquer que seja o grau em que esteja a luta por sua libertação.
Não um diálogo às escâncaras, que provoca a fúria e a repressão maior do
opressor. O que pode e deve variar, em função das condições históricas, em função
do nível de percepção da realidade que tenham os oprimidos é o conteúdo do
diálogo. Substituí-lo pelo anti-diálogo, pela sloganização, pela verticalidade, pelos
comunicados é pretender a libertação dos oprimidos com instrumentos da
“domesticação”. Pretender a libertação deles sem a sua reflexão no ato desta
libertação é transformá -los em objeto que se deve salvar de um incêndio. É fazê-los
cair no engodo populista e transformá -los em massa de manobra.
O método é, na verdade (diz o professor Álvaro Vieira Pinto), a forma exterior e
materializada em atos, que assume a propriedade fundamental da consciência: a
sua intencionalidade. O próprio da consciência é estar com o mundo e este
procedimento é permanente e irrecusável. Portanto, a consciência é, em sua
essência, um caminho para algo que não é ela, que está fora dela, que a circunda e
que ela apreende por sua capacidade ideativa Educador e educandos (liderança e
massas), co-intencionados à realidade, se encontram numa tarefa em que ambos
são sujeitos no ato, não só de desvelá-la e, assim, criticamente conhecê-la, mas
também no de recriar este conhecimento. Ao alcançarem, na reflexão e na ação em
comum, este saber da realidade, se refazer constantemente de forma permanente.
Deste modo, a presença dos oprimidos na busca de sua libertação, mais que
pseudo-participação, é o que deve ser: engajamento.

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