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componentes (ART092)
Escrito por Newton C. Braga
Qua, 02 de Dezembro de 2009 21:22
a) Capacitores
Se um aparelho que tenha etapas amplificadoras de
áudio, tal como rádios, amplificadores, gravadores,
etc. apresentar distorções ou baixo rendimento, ou
ainda a interrupção do sinal numa determinada
etapa, isso pode ser devido à presença de um
capacitor aberto, ou ainda com capacitância
alterada (reduzida). Na figura 1 temos um exemplo
de circuito bastante comum, onde um capacitor de
acoplamento impede a passagem do sinal de uma
etapa para outra. O resultado da deficiência do
capacitor é um baixo rendimento ou ainda distorção
ou mesmo ausência de funcionamento.
Num caso como este, em que injetando um sinal na
base do transistor (ponto 1), temos a reprodução
clara do sinal, mas injetando no ponto 2 não temos
nada, podemos suspeitar de imediato do capacitor.
Antes de retirá-lo do circuito, poderemos
simplesmente ligar outro de valor igual ao original
em paralelo, para uma verificação imediata,
conforme mostra a figura 2.
b) Transistores
Em funcionamento normal, um transistor apresenta
tensões em seus terminais bem definidas. A tensão
de coletor deve ser um pouco inferior à tensão de
alimentação, se a carga tiver uma resistência
razoável, isso para os transistores NPN conforme
mostra a figura 5.
A tensão de coletor na condição de repouso
(ausência de sinal) depende de sua modalidade de
operação, e é determinada pelos resistores de
polarização de base R1 e R2. Se um transistor
estiver com problemas numa etapa deste tipo, se os
resistores estiverem alterados, ou ainda se o
capacitor que faz o acoplamento do sinal à base do
transistor estiver com fugas elevadas ou em curto,
a tensão do coletor do transistor será sensivelmente
alterada. Para o caso de R1 aberto, por exemplo, a
tensão de coletor do transistor tende a subir,
enquanto que para R2 aberto, ou ainda o capacitor
com fugas ou em curto, a tensão tende a cair. Da
mesma forma, se o transistor estiver em curto, ou
com fugas elevadas entre coletor e emissor, a
tensão do coletor tende a diminuir. Para R1 aberto,
ou o transistor aberto (sem corrente entre o coletor
e o emissor), a tensão de coletor tende a subir para
muito além do valor normal e até atingir o próprio
valor da tensão de alimentação. Para R2 aberto ou
o capacitor com fugas, a tensão cai.
Para uma constatação dinâmica interessante, sem a
necessidade de tirar o transistor do circuito, temos
um procedimento simples. Ligamos o multímetro na
escala de tensões apropriada e o conectamos ao
coletor do transistor, de modo a medir a tensão
neste elemento, conforme mostra a figura 6.
c) SCRs
Fontes chaveadas de muitos equipamentos usam
SCRs e estes podem ser testados no próprio circuito
de uma maneira simples, desde que tenhamos um
circuito típico conforme o mostrado na figura 10.
CONCLUSÃO
O que descrevemos são testes muito simples, mas
que podem significar um bom ganho de tempo para
o técnico reparador.
Encontrando de imediato um ou mais componentes
com problemas, os procedimentos convencionais
que levam a sua localização e que às vezes são
demorados, podem ser evitados. Estes testes não
podem ser considerados "acadêmicos", no sentido
de empregar um procedimento mais rigoroso, mas
nos dias atuais o técnico precisa ter um certo "sexto
sentido" que o ajude a chegar mais rápido nas
soluções dos problemas, quando isso é possível.
Estes testes simples é que se constituem no que
denominamos "prática", e que leva uns técnicos a
realizar mais facilmente o trabalho do que outros.
Um pouco de prática fará com que o técnico
identifique os casos em que isso pode ser feito, já
que não são todos os casos em que podemos
aplicar procedimentos, que em alguns casos podem
até por em risco a integridade dos componentes se
indevidamente escolhidos e aplicados.
Evidentemente, devemos ter muito cuidado com os
casos "proibidos", como, por exemplo, os que
envolvem transistores de potência ou corrente
muito altas, as quais circulando por esses
componentes podem causar sua queima. Também
devem ser levados em conta os casos em que não
existam limitadores de corrente no circuito, onde
um teste como os indicados poderiam facilmente
fazer com que as correntes máximas suportadas
pelos componentes seriam superadas, como no
caso da figura 12.
Veja que, neste exemplo, colocando em curto a
base e o coletor do transistor, a corrente de base
seria suficientemente alta para causar a queima do
transistor. Habilidade, capacidade de reconhecer os
pontos em que testes deste tipo podem ser
aplicados, é o mínimo que se exige do técnico que
deseja chegar mais fácil a um componente
defeituoso.